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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA

COMARCA DE… ESTADO DE…

JOÃO DA SILVA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade nº,
inscrito no CPF nº, com endereço eletrônico e com endereço na rua, nº, bairro, cidade, Estado,
CEP, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo
assinado (procuração anexa), impetrar, com fulcro no artigo 5° LXlX CF e Lei 12.016/09 o
presente

MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO C/C COM LIMINAR

em face do SECRETÁRIO DO DEPARTAMENTO DE FINANÇAS E RENDAS IMOBILIÁRIAS QUE


INTEGRA O QUADRO DE SERVIDORES DO MUNICÍPIO, pessoa jurídica de direito público, com
endereço eletrônico e com endereço na rua, nº, pelos motivos de fato e de direito abaixo
aduzidos.

I- SÍNTESE DOS FATOS

O Prefeito do Município sancionou uma Lei em que criou uma taxa de limpeza de ruas e
logradouros, porém, por não concordar com essa taxa por entender ser ela inconstitucional e
indevida, e por esta razão, não lhe restou outra alternativa senão buscar a tutela jurisdicional.

Il- DO CABIMENTO

Nos termos do artigo 5° LXIX CF sempre que houver violação à direito líquido e certo ou
ameaça de violação a esse direito líquido e certo por parte da atividade coautora caberá
mandado de segurança.
No presente caso, como há uma Lei que criou um tributo que considera ser indevido há
necessariamente a cobrança por parte da autoridade coautora.
Assim sendo, há realmente ameaça de violação ao direito líquido e certo do
contribuinte. Logo, é cabível o presente mandado de segurança preventivo nos termos do artigo
5º LXIX CF e da Lei 12.016/09.

Ill- DA INCONSTITUCIONALIDADE DA TAXA

Nos termos do artigo 145 ll CF, assim como o artigo 77 CTN, as taxas podem ser cobradas
em duas circunstâncias, quais sejam, em razão do exercício regular do poder de polícia e frente
a utilização efetiva e potencial de um serviço público específico e divisível.
No presente caso, foi criada uma taxa de limpeza de ruas e logradouros públicos.
Assim, trata-se de um serviço indivisível, universal e que não pode ser remunerado
mediante taxa, pois a taxa só pode ser cobrada frente a um serviço público específico e divisível
como prevê o artigo 145 ll CF.

IV- DA INCONSTITUCIONALIDADE DA BASE DE CÁLCULO DA TAXA

Nos termos do artigo 145 §2° da CF a taxa não pode ter base de cálculo idêntica ao do
imposto.
No presente caso, a taxa tem como base de cálculo o valor venal do imóvel que já é base
de cálculo do IPTU.
Assim sendo, esta taxa é inconstitucional pois apresenta base de cálculo idêntica ao de
imposto o que é vedado pelo artigo 145 § 2º CF.
V- DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, DA CONCESSÃO DA LIMINAR

De acordo com o artigo 7º lll da Lei 12.016/09, é possível o juiz conceder uma liminar
quando presentes os requisitos, quais sejam, fumus boni iuris e periculum in mora.
No presente caso, a fumaça do bom direito está presente como foi dito acima, uma vez
que o tributo é inconstitucional, a taxa não pode remunerar serviço indivisível que é universal,
além de ter base de cálculo idêntica de imposto já existente. Quanto ao periculum in mora,
também está presente dadas as consequências fiscais que o contribuinte pode vir a sofrer.
Assim, preenchidos os requisitos do artigo 7º lll da Lei 12.016/09, o contribuinte faz jus
a concessão da liminar para suspender a exigibilidade do crédito tributário nos termos do artigo
151 lV CTN.

Vl- DOS PEDIDOS

Diante de todo exposto, requer-se

a) concessão da liminar, uma vez presentes os requisitos do artigo 7º lll da Lei 12.016/09, quais
sejam, fumus boni iuris e periculum in mora, a fim de suspender a exigibilidade do crédito
tributário nos termos do artigo 151 IV CTN;
b) notificação da autoridade coautora para querendo prestar esclarecimentos nos termos do
artigo 7º l da Lei 12.016/09;
c) que seja dada ciência ao órgão de representação da pessoa jurídica interessada nos termos
do artigo 7º ll da Lei 12.016/09;
d) intimação do órgão do Ministério Público nos termos do artigo 12 da Lei 12.016/09;
e) condenação da outra parte ao pagamento de custas processuais.

Vll- VALOR DA CAUSA

Dar-se a causa o valor de R$ …

Nestes termos, pede-se deferimento

Local, Data

Advogado
OAB nº

Questão 1- Deve-se ajuizar uma Execução Fiscal nos termos do artigo 1° da Lei 6830, que dispõe
que a execução judicial para cobrança da dívida ativa da União, Estados, Distrito Federal,
Municípios e respectivas autarquias será regida pela Lei de Execução Fiscal e subsidiariamente
pelo CPC. O caput do artigo 2º desta Lei dispõe que as dívidas ativas são tanto de caráter
tributário como de caráter não tributário, por isto, pode se valer da Execução Fiscal.

Questão 2- É inconstitucional a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para


pagamento de tributo nos termos da Súmula 323 STF, havendo violação a direito líquido e certo
do contribuinte, podendo impetrar mandado de segurança com pedido de liminar.

Questão 3- O fato gerador do IPVA para carros usados na maioria dos Estados ocorre em 1° de
janeiro de todo ano, já para carros 0 km é na data da aquisição. Logo, quanto ao fato gerador
que ocorreu em 2008, Pompilho ainda não era proprietário, o proprietário era o alienante,
sendo ele o contribuinte do IPVA. Como Pompillho comprou o carro com a dívida tributária, ele
será responsável por pagar o IPVA, pois nos termos do artigo 131 l CTN, dispõe que aquele que
adquire um bem com dívidas tributárias é responsável por pagar essas dividas. Sendo assim,
aquele que adquire um carro com dívida de IPVA é responsável inteiramente e pessoalmente
por pagar esta dívida tributária, podendo responder de forma solidária com o antigo
proprietário quanto as multas de trânsito mas não quanto ao imposto, conforme Súmula 585
STJ.

Questão 4- As Caixas de Assistência dos Advogados por serem órgãos vinculados à Ordem dos
Advogados são beneficiados com a imunidade tributária recíproca. É pacífico o entendimento
de que a imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados é espécie recíproca e é
extensiva a Caixa de Assistência da OAB. Pela jurisprudência do Supremo considera-se que a
Ordem dos Advogados possui finalidades institucionais e corporativas, além disso, ambas devem
receber o mesmo tratamento de direito público e por isso mantém-se a imunidade tributária,
sendo este entendimento estendido para a Caixa de Assistência dos Advogados.

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