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Abstract: The present work aims at an intersectoriality in the National Policy for the Population
in Street Situation and its importance for a materiality of the policy, as a guaranteed strategy of
non contributory rights, directed to the expansion of the access to the public population and the
integral attention of their needs. In addition, it has the same contradictions and complexities that
exist, and is responsible for capitalist society, in the exploitation and domination of classes.
Keywords: Intersectoriality; National Policy for Population in Street Situation; Public policy.
I – INTRODUÇÃO
3 É importante destacar aqui um episódio que ocorreu em 2004, que se tornou um marco
histórico, na luta da população em situação de rua em prol dos seus direitos. Trata-se do episódio
ocorrido em 19 de agosto, na Praça da Sé, em São Paulo, onde sete moradores de rua foram
brutalmente assassinados. Este episódio ficou conhecido como a Chacina da Praça da Sé, e
teve muita repercussão na mídia, expressando a imperiosa, necessidade de uma política
nacional, direcionada à população em situação de rua. Após este ocorrido, o poder público se
voltou para essa população historicamente esquecida no Brasil, pois até então, não havia
políticas públicas federais direcionadas exclusivamente a essa população, que era atendida de
forma insuficiente e focalista por algumas políticas sociais (BRASIL, 2015).
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Machado (2010) por sua vez afirma que, uma gestão social intersetorial,
articulada e comprometida com a cidadania requer a participação social e a
criação de espaços coletivos, com representantes dos setores envolvidos,
participação da sociedade e dos movimentos sociais. Este processo, possibilita,
dentre outros, compreender o cidadão na sua dimensão de totalidade,
contribuindo para o atendimento integral das suas necessidades sociais e
demandas.
Nesta perspectiva, é importante destacar a instituição do Comitê
Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a
População em Situação de Rua (CIAMP-Rua) no artigo nono da PNPSR, como
um meio de estabelecer uma gestão integrada, corresponsável pela atenção
integral aos cidadãos. Ele deve ser composto por representantes da sociedade
civil e por um representante e respectivo suplente de cada órgão descrito a
seguir: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República,
que o coordenará; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Ministério da Educação; Ministério
das Cidades; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério dos Esportes; e
Ministério da Cultura (BRASIL, 2011).
A instituição do CIAMP – Rua, é de suma relevância para a efetivação
da intersetorialidade no âmbito desta política, visto que, trabalhar
intersetorialmente implica na criação de espaços coletivos de comunicação e de
negociações, a fim de analisar possibilidades de ação nas expressões da
questão social, além de administrar os conflitos, para que se consiga chegar com
maior eficácia a algum resultado. Isto não significa chegar a resolução do
problema, mas somar forças para refletir sobre ações possíveis de serem
concretizadas (MACHADO, 2010).
Deste modo, a intersetorialidade precisa ser concebida para além da
dimensão estritamente técnica e administrativa, não é possível pensar a
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REFERÊNCIAS
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