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REVISTA DE ESTUDOS JURÍDICOS UNA

A SOCIEDADE DE CONSUMO E
SUA RELAÇÃO INTRÍNSECA COM
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
ROBERTA HERTER DA SILVA 1
LUCIMERY DAL MEDICO 2
JOÃO BATISTA MONTEIRO
CAMARGO 3

RESUMO
O presente artigo trata acerca da relação intrínseca entre a
sociedade de consumo e a educação ambiental e tem por finalidade
apresentar a preocupação com o meio ambiente, devido aos
problemas quanto às relações de consumo que vêm afetando o
sistema ambiental e que ameaça a sociedade contemporânea. O
consumo desenfreado transformou-se em crise ambiental, com
escassez de recursos naturais para além do próprio homem. Diante
disso, se apresenta o seguinte problema de pesquisa: de que forma
seria possível a construção de uma nova consciência ambiental, um
saber ambiental para o desenvolvimento de uma sociedade
sustentável e para um vínculo mais harmonioso e equilibrado entre

1 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social


– Universidade FEEVALE. Mestra em Direito com ênfase em Direitos Humanos –
UNIJUÍ. Bolsista integral PROSUP/CAPES. Advogada. E-mail:
roberta.h.s_@hotmail.com
2 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social
– Universidade FEEVALE. Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade
Federal de Santa Catarina – UFSC. Arquiteta e Urbanista formada pela
Universidade Comunitária Regional de Chapecó – UNOCHAPECÓ. professora do
Curso de Arquitetura e Urbanismo e membro do NDE da Universidade Regional
integrada do Alto Uruguai e das Missões - URI, Campus de Frederico Westphalen.
E-mail: arquitetalucy@gmail.com
3 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social
– Universidade FEEVALE. Mestre em Direito com ênfase em Direitos Humanos –
UNIJUÍ. É especialista em Docência no Ensino Superior e em Advocacia Geral pela
Universidade da Cidade de São Paulo - UNICID (2013), em Filosofia e Direitos
Humanos pela AVM Faculdade Integrada (2014), em Educação para os Direitos
Humanos pela Universidade Federal de Rio Grande - FURG (2016) e em Gestão
Pública pela Universidade Federal de Santa Maria (2016). E-mail:
camargojoao@hotmail.com

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homem e o meio ambiente? Nesse sentido, foi possível chegar a


conclusão da necessidade de busca de um equilíbrio ambiental por
meio da educação ambiental. Daí o caráter intrínseco da relação
entre o consumo e educação ambiental para a sobrevivência da
própria espécie humana no planeta, haja vista a educação ambiental
emergir como uma das possíveis ferramentas de conscientização
ecológica.
Palavras-chave: Consumo. Educação ambiental. Consciência
ecológica.

ABSTRACT
This article deals with the intrinsic relationship between the
consumer society and environmental education and its purpose is to
present the concern for the environment, due to the problems
related to consumer relations that have been affecting the
environmental system and that threaten contemporary society.
Rampant consumption has turned into an environmental crisis, with
scarcity of natural resources beyond man himself. In view of this, the
following research problem is presented: how would it be possible to
construct a new environmental awareness, an environmental
knowledge for the development of a sustainable society and for a
more harmonious and balanced bond between man and the
environment? In this sense, it was possible to conclude the need to
seek an environmental balance through environmental education.
Hence the intrinsic nature of the relationship between consumption
and environmental education for the survival of the human species
on the planet, given that environmental education emerges as one of
the possible ecological awareness tools.
Keywords: Consumption. Environmental education. Ecological
awareness.

INTRODUÇÃO
Ao longo da história, houve sucessivas mudanças na organização
econômica, sendo possível citar as Revoluções Francesa e Industrial,
além da Segunda Guerra Mundial, como ocorrências que
estabeleceram uma nova ordem de poder econômico e social. A
partir dessa nova ordem, o consumo passou a ser um estilo de vida,

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posto que a sociedade moderna se transformou em sociedade


consumidora.
Essa discussão se revela imprescindível haja vista a questão da
proteção do meio ambiente desconhecer fronteiras territoriais e
atingir todo o planeta. O consumo é um processo que gera, dentre
outros, uma maior produção de mercadorias, que, futuramente, se
transfor mação em resíduos e consequentemente agravarão a
questão ambiental. À medida que o consumo exacerbado ocorre
alheio à sobrecarga do meio ambiente, gera danos ambientais
irreparáveis causados pela degradação dos recursos naturais.
Devido a isso, enfrenta-se, na contemporaneidade, o grande
desafio devido à crise ambiental manifestada pelas relações de
consumo desenfreadas, ameaçando a sociedade contemporânea,
pela produção em larga escala, pela ganância devido a produção
industrial, e pela despreocupação com o impacto ambiental na
utilização inesgotável dos recursos naturais.
A preocupação central deste estudo concentra-se na busca de um
equilíbrio ambiental, ecológico por meio da educação ambiental
como ferramenta de conscientização. Isso porque, é possível
observar que o consumo exacerbado acaba acarretando a
degradação ambiental, ao invés do desenvolvimento sustentável, da
preservação dos recursos naturais, tornando-os escassos e
ameaçando a sobrevivência da própria espécie humana no planeta.

1. A RELAÇÃO DA SOCIEDADE E DO CONSUMO


É possível constatar, historicamente, sucessivas mudanças na
forma de organização da economia: o poder econômico propiciou um
novo sentido para a vida humana. Desde a Revolução Industrial o
modo de vida vem se modificando e desenvolvendo uma sociedade
que busca, incansavelmente, o consumo desenfreado, o que levará,
consequentemente, ao exaurimento dos recursos naturais. Nesse
sentido, para Marx Engels é possível
distinguir os homens dos animais pela consciência, pela religião
ou pelo que se queira. Mas eles mesmos começam a se distinguir dos animais
tão logo começam a produzir seus meios de vida, passo que é condicionado
por sua organização corporal. Ao produzir seus meios, os homens produzem,
indiretamente, sua própria vida material (apud BELLO; KELLER, 2012, p. 96).
Na procura por produção e por materialidade, a sociedade moderna
rompeu o paradigma das sociedades pré-modernas e passou a
delinear uma nova ordem econômica. A Revolução Francesa, no

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século XVIII, com os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade,


derrocou com a hegemonia da monarquia absolutista e da
aristocracia, conferindo poderes à burguesia, que se fortaleceu e
estabeleceu uma nova ordem de poder: o econômico, e uma nova
ordem social: a de consumo.
PEREIRA et al. (2011) sustenta que, a partir da Revolução Industrial,
o poder econômico desenvolveu um novo sentido para a vida
humana, ou seja, a busca incansável pelo consumo, pela apropriação
da natureza sob diversas formas, despreocupando-se com a
preservação e a sustentabilidade. Nesse sentido, Holthausen afirma
que:
O mercado consumidor teve seu grande desenvolvimento a
partir da Revolução Industrial, assim entendida, como algo
evolutivo, que durou décadas, mas que transformou, por
completo, as relações entre consumidores, fornecedores e
Estado. A Globalização, o encurtamento das distâncias,
tecnologia, aparecimento e desenvolvimento da publicidade e
marketing, foram alguns fatores que permitiram que os
avanços dos ideais capitalistas e disseminação dos produtos
acontecessem no mercado mundial (2006, p. 54).

A Segunda Guerra Mundial pode ser considerada outro fato


histórico relevante para o incentivo ao consumo. Os Estados Unidos
necessitavam de um impulso na economia e o fizeram à custa do
consumo como um estilo de vida, padrão aceito pela sociedade e que
culminou no consumo desenfreado da atualidade. Nesse sentido,
explica Pereira:
Pode-se dizer que foi criada uma subjetividade heterônoma,
que elabora a racionalidade cognitiva, moral e estética. Os
cidadãos se tornam predeterminados a desejarem produtos
apresentados no mercado e acreditam que a felicidade está na
aquisição desses produtos (Pereira et al (2009, p. 13).

É possível afirmar que a sociedade contemporânea é imediatista e


se caracteriza por buscar no consumo a satisfação das necessidades.
Essa forma de sociedade, a sociedade de consumo, necessita adquirir
produtos que, logo, são descartados, e, com o avanço tecnológico
voraz, eles se tornam obsoletos numa velocidade cada vez maior,
fazendo com que haja mais consumo na sua troca. Assim, “esta
velocidade já está tão enraizada na sociedade atual, que até os laços
afetivos das pessoas estão fragilizados, são líquidos, se constroem e
se destroem rapidamente” (op. cit., p. 15).
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A sociedade de consumo é uma forma particular da sociedade


moderna contemporânea como explica Lívia Barbosa (2004, p. 14), é
uma sociedade em que o consumo preenche “uma função acima e
além daquela de satisfação de necessidades materiais e de
reprodução social comum a todos os demais grupos sociais”
(BARBOSA, 2004, p. 14). Nesta sociedade contemporânea o consumo
adquiriu “uma dimensão e um espaço que nos permite discutir
através dele questões acerca da natureza da realidade” (BARBOSA,
2004, p. 14). A socie dade de consumo desenvolve um consumo de
massa, de altas taxas de consumo e “insaciabilidade” 4, de valorização
do novo e rejeição do tradicional, mas também propaga o descarte e
valoriza-se o contemporâneo.
Consumo adquire outros significados, ou seja, cultura também
pode ser considerada cultura na medida em que, como explica
Barbosa (2004), todo e qualquer bem e serviço é consumido dentro
de um determinado contexto sociocultural que faz com que “a forma
como é apropriado simbolicamente seja bastante diferenciada”.
Assim, o consumo é um indicador pelo qual são traduzidas as
relações sociais. A sociedade faz uso dos bens de consumo para sua
reprodução física e social, mas os bens também são consumidos para
mediar as relações sociais conferindo status, construindo identidades
e estabelecendo fronteiras entre os grupos de pessoas (BARBOSA;
CAMPBELL, 2006; DOUGLAS; ISHERWOOD, 2006).
Para Barbosa (2004) a sociedade de consumo é uma das várias
expressões utilizadas para retratar a sociedade contemporânea.
Segundo Barbosa (2004), o termo de sociedade do consumo ainda é
muito confuso, principalmente quando se tenta simplificar e
singularizar o seu sentido. O ato de consumir, independente de para
qual fim seja para necessidades básicas e/ ou para coisas supérfluas -
é uma atividade comum e rotineira, presente em toda e qualquer
sociedade humana.
Neste sentido, a autora levanta a seguinte questão: Se todas as
sociedades humanas consomem para poderem se reproduzir física e
socialmente, se todas manipulam artefatos e objetos da cultura
material para fins simbólicos de diferenciação, (…) (Barbosa, 2004,

4 A insaciabilidade do consumo constitui para Lívia Barbosa (2010) uma das


características da sociedade de consumo moderna, sendo resultado de um
processo histórico que começa delinear-se no século XVI, consolidando-se no
século XVIII. Dentre as mudanças mais significativas ao longo dos séculos está “a
passagem do consumo familiar para o consumo individual” (BARBOSA, 2004, p.
19).

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p.7) O que significa consumo no termo de sociedade de consumo? E


que tipo de consumo? individual, particular ou trata-se de consumo
motivado por princípios classificatórios de status? Alguns autores,
como Jean Baudrillard (2006), afirmam que a sociedade de consumo
é aquela que pode ser definida por um tipo específico de consumo,
particular e individual: consumo de signo.
Há autores, que acreditam que a sociedade de consumo englobaria
características sociológicas que vão além do consumo de signo, sendo
assim, a escolha da identidade e do estilo de vida não seria um ato
individual e arbitrário, mas um ato principalmente sociológico. Para
Barbosa (2004), as duas definições, simultaneamente, estão corretas,
vai depender somente da abordagem teórica utilizada.
Isso quer dizer que, as relações estabelecidas entre os indivíduos e
os bens de consumo não possuem apenas características utilitárias,
mas são bases para as relações sociais constituídas na sociedade,
como apresentado por Sahlins (1979), McCraken (2003) e Douglas e
Ishewoord (2006). Nesse sentido, conforme Mauss (1974), o que se
consome é compreendido como forma de revelar inúmeras
particularidades individuais e culturais de determinado contexto
social, os quais são constituídos nas relações de troca.
Mauss (1974) aborda as relações de trocas sociais a partir da crítica
às proposições utilitaristas do consumo, isso porque entende o autor,
que as relações de troca estariam afastadas de uma perspectiva
predominantemente econômica e utilitária. Segundo o autor a vida
social não se constitui apenas na circulação de bens para a satisfação
de necessidades físicas, mas também de que as trocas representam
os calores sociais, a sociabilidade e o caráter simbólico destas
relações (MAUSS, 1974).
Para Mauss (1974) as relações de troca ocorrem com base no que o
autor denomina como sendo dádivas, onde a circulação de bens e
riqueza entre as partes envolvidas nesse fenômeno correspondem
não somente a aspectos econômicos, mas também em honra,
prestigio, poder, correspondendo assim a um processo de troca de
significados, onde a própria relação de troca simboliza aliança ou
desacordo entre as partes envolvidas. Mauss (1974) considera as
trocas sociais como sendo fato social total, pois nessas relações o
econômico, o utilitário, o simbólico, o subjetivo estão imbricados e
representam a dinâmica social.

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Corrobora com esse entendimento o autor McCracken (2003), para


o qual os bens de consumo estão carregados de significados culturais,
que vão muito além do caráter utilitário e do valor comercial. Autores
como Barbosa (2004) e Campbell (2006) também afirmam que
consumo e cultura são dois termos que estão interligados na medida
em que o processo de escolha de um produto ou serviço ocorre
dentro de um esquema cultural específico.
Os bens consumidos por determinado grupo ou indivíduo são
investidos de valores que expressam categorias, cultivam ideias,
sustentam estilos de vida, estimulam mudanças ou criam
permanência. Para Douglas e Isherwood (2006) no mundo
contemporâneo o consumo é algo ativo: estrutura valores, constrói
identidades, regula as re lações sociais e, assim, acaba definindo o
que os autores denominam de mapas culturais.
Barbosa e Campbell (2006) consideram que a complexidade da
relação entre cultura e consumo, possibilitou que o consumo, na
sociedade contemporânea, fosse entendido como um processo social
o qual produz sentidos e identidades independentemente da
aquisição de um bem. Assim, é possível afirmar que a lógica cultural
de reprodução da sociedade é expressa inclusive nas relações de
consumo, isso porque, os indivíduos têm a possibilidade de se
expressar por meio dos bens que adquirem, ou seja, o consumo
acaba por classificar as pessoas por aquilo que elas consomem.
Barbosa e Campbell (2006) parafraseando Pierre Bourdieu afirmam: o
gosto classifica o classificador.
A nova configuração social, voltada para o consumo possui traços
distintos, cujos mecanismos estão em constante inovação e as
características da sociedade de consumo podem ser descritas
segundo
Lipovetsky
por diferentes traços: elevação do nível de vida, abundância
das mercadorias e dos serviços, culto dos objetos e dos lazeres,
moral hedonista e materialista, etc. Mas, estruturalmente, é a
generalização do processo de moda que a define
propriamente. A sociedade centrada na expansão das
necessidades é, antes de tudo, aquela que reordena a
produção e o consumo de massa sob a lei da obsolescência, da
sedução e da diversificação, aquela que faz passar o
econômico para a órbita da forma moda (1989, p. 159).

Nesse sentido, a capacidade do poder de consumir faz com que o


indivíduo sinta-se superior ao indivíduo que não detém o mesmo

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poder aquisitivo, levando a uma inversão de valores. Na sociedade de


consumo se atribui maior valor à capacidade de consumir do que à
integridade e moral do ser humano. Essa configuração social voltada
para o consumo desenfreado acaba acarretando também uma crise
ambiental, com escassez de recursos naturais, os quais são
indispensáveis à sobrevivência da espécie humana no planeta.
Segundo Lima (2010, p.1686), “por mais importantes que tenham
sido as mudanças proporcionadas pela industrialização e, mais
adiante, pela globalização, o intenso ritmo de produção, aliado ao
consumo exacerbado acarretou a depredação ambiental, de forma a
comprometer a própria vida no planeta”. E, a partir dessa visão, faz-
se necessária uma profunda reflexão, já que o ser humano é,
totalmente, dependente do ecossistema e essa nova configuração
social provou sua incapacidade de preservação e sustentabilidade.

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2. SOCIEDADE DE CONSUMO E GERAÇÃO DE RESÍDUOS


Na sociedade contemporânea os problemas ambientais se tornam
cada vez mais preocupantes, isso quer dizer que a preservação
ambiental se converte em um requisito indispensável à sobrevivência
da espécie humana. Na busca pela satisfação das necessidades e pela
felicidade, o ser humano utiliza-se de forma desenfreada dos recursos
naturais, gerando a degradação ambiental e o risco de um colapso
ecológico e consequente avanço das desigualdades e da pobreza.
A sociedade contemporânea em sua nova configuração social,
como sociedade de consumo, de sociedade coletiva se transformou
em sociedade individualista, na qual as regras e os valores são, em
parte, regrados pelo poder econômico, que visualiza, no lucro e
consumo. De acordo com Pereira, nessa nova configuração social,
o meio ambiente, se não for apenas objeto exploratório, passa
a ser prejuízo na contabilidade arquitetada na sociedade liberal
capitalista, Por outro lado, o consumidor quer satisfazer seus
desejos, pois as necessidades já passaram para o segundo
plano da existência. E, quando se fala em desejos forjados
dentro de uma sociedade moderna hedonista, esse consumidor
busca sua satisfação, independentemente de qualquer
preocupação com o meio ambiente (PEREIRA et al., 2009, p.
19).

Assim, na sociedade contemporânea instaura-se um cenário de


contraposição do homem com o meio ambiente. Ao que parece na
atualidade, a valoração desse é considerado como um bem de
consumo, como matéria-prima para a produção, ou seja, um objeto
de exploração. Com isso, os danos ambientais causados acabam por
conduzir à degradação da natureza, à acentuação da pobreza, da
exclusão social, fazendo com que haja danos ambientais irreparáveis.
Baudrillard (2006) adota o termo “sociedade de consumo” para se
referir ao atual estágio da sociedade, iniciado ao final do século XX,
momento em que se registrou um significativo aumento da oferta e
do consumo de bens e produtos diversificados, desencadeando
diversos problemas ambientais. Para Baudrillard (2006), a sociedade
de consumo não se refere apenas à profusão dos bens e dos serviços,
mas também “o que se oferece para consumir nunca se apresenta
como produto puro e simples, mas como serviço pessoal e como
gratificação” (BAUDRILLARD, 2006).
Quanto a essa caracterização da nova racionalidade adotada pela
sociedade, Beck (1998, p. 5-6), diferentemente de Baudrillard, utiliza

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o termo “sociedade de risco” que segundo o autor, encontra-se em


fase de compreensão, devido a dificuldade de definição com clareza
desse tipo de sociedade. Há múltiplas formas de denominar a
sociedade que vivenciou a mudança de paradigma da sociedade
agrária para a industrial, e desta para a contemporânea, não havendo
consenso doutrinário.
Na sociedade de consumo, configurada nos fins do século XX, a
aquisição de bens e serviços menos utilitários que simbólicos e
repletos de significação cultural passou a refletir com mais vigor os
valores sociais pautados no hedonismo e na ambição material.
Manifesta-se Bauman que:
a sociedade de consumo tem por premissa satisfazer os desejos
humanos de uma forma que nenhuma sociedade do passado
pôde realizar ou sonhar. A promessa de satisfação, no entanto,
só permanecerá sedutora enquanto o desejo continuar
irrealizado; o que é mais importante, enquanto houver uma
suspeita de que o desejo não foi plena e totalmente satisfeito
(2009, p. 105).

Segundo Portilho (2005), a sociedade de consumo não só foi


ineficiente em prover a todos uma vida digna, como também criou o
mito de felicidade mensurável por meio de bem-estar, objetos,
conforto e signos, reduzindo o cidadão à esfera do consumo, que é
constantemente cobrado por uma espécie de “obrigação moral e
cívica de consumir” (PORTILHO, 2005, p. 22-23). A ideia mostra-se
claramente corroborada por Bauman, para quem consumir significa
“investir na afiliação social de si próprio” (2008, p. 75).
As críticas sobre a sociedade de consumo direcionam-se não
apenas pela perspectiva econômica, mas também pelo viés
ambiental. Afinal, um dos efeitos do consumismo é a ampliação da
exploração dos recursos naturais para a geração de matérias-primas
voltadas à fabricação de mais e mais mercadorias, o que quer dizer
que o consumismo em excesso desencadeou diversos problemas
ambientais.
Conforme assinala Portilho (2005, p. 23), o consumo tem excedido
a capacidade de reprodução natural e assimilação de rejeitos da
ecosfera, enquanto os indivíduos fazem uso das riquezas produzidas
de uma forma socialmente desigual e injusta. O modelo econômico
atual traz consigo o desenvolvimento tecnológico, criado e gerado
para o conforto e o bem-estar do indivíduo, levando à intensificação
do uso de materiais descartáveis, ocasionando, por conseguinte, um

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aumento da quantidade de resíduos gerados e não utilizados pelo


indivíduo. Leff assinala que:
A problemática ambiental – a poluição e degradação do meio, a
crise de recursos naturais, energéticos e de alimentos – surgiu
nas últimas décadas do século XX como uma crise de
civilização, questionando a racionalidade econômica e
tecnológica dominante. Esta crise tem sido explicada a partir
de uma diversidade de perspectivas ideológicas. Por um lado, é
percebida como resultado da pressão exercida pelo
crescimento da população sobre os limitados recursos do
planeta. Por outro, é interpretada como o efeito da
acumulação de capital e da maximização da taxa de lucro a
curto prazo, que induzem a padrões tecnológicos de uso e
ritmos de exploração da natureza, bem como formas de
consumo, que vêm esgotando as reservas de recursos naturais,
degradando a fertilidade dos solos e afetando as condições de
regeneração dos ecossistemas naturais (2002, p. 59).

Ao contrário da injustiça ambiental, há a justiça ambiental, que


para HERCULANO apud SCHONARDIER (2011, p. 27) compreende o
conjunto de princípios que asseguram que nenhum grupo de pessoas
suporte uma parcela desproporcional das consequências ambientais
negativas de operações econômicas, de políticas e programas de
governo, bem como, a ausência, ou omissão, de tais políticas.
Nessa perspectiva mais social, percebe-se que o cidadão acaba por
se tornar “dejeto” do poder econômico. São considerados
verdadeiros refugos humanos, assim como o lixo. Esses indivíduos,
obreiros ou não, trabalhadores ou não, jamais poderão adquirir os
produtos que eles próprios fabricam, pois não possuem poder
aquisitivo para se tornar consumidores ativos, e, assim, são colocados
à margem da sociedade (PEREIRA et al., 2009, p. 20).
Na sociedade contemporânea, é possível afirmar que é improvável
deter o crescimento econômico e, consequentemente, o aumento do
consumo; este que, propriamente, dito, faz parte da essência
humana. O que se percebe a prática do consumo desenfreado está
conduzindo ao hiperconsumo, e é esse descomedimento que
aumenta a aquisição e, ao mesmo tempo, o descarte de bens por
parte das classes detentoras de recursos monetários, e que se dará
cada vez mais, a uma velocidade cada vez maior.
Diante dessa prospecção, vê-se uma sociedade individualista que
está a caminho da degradação ambiental e consequentemente da
própria degradação humana. PEREIRA et al., (2009, p. 26) vai ao

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extremo, diz que, nesse sistema linear, a sociedade afundará no


próprio lixo – rebotalhos humanos criados pela exclusão social e
montanhas de entulhos e rejeitos produzidos – criado pela sociedade
de consumo. Mesmo sendo uma visão impactante, a situação verifica
é somente uma: ou se busca uma mudança global, com um real
desenvolvimento sustentável, ou haverá um colapso com o avanço
enorme das desigualdades e da pobreza.
É da natureza do ser humano a necessidade de consumir, e para
tanto, é imprescindível o uso dos recursos naturais para a satisfação
das necessidades básicas de sobrevivência como água, alimentos, luz
e calor, ou seja, a utilização dos fatores naturais buscados no
ecossistema. Num segundo momento, surge a necessidade por outros
bens fundamentais, como por exemplo, a moradia, vestimenta, meio
de transporte entre outros.
Assim, o ser humano constrói um meio ambiente artificial que visa
a uma vida com dignidade. Porém, a sociedade não se satisfaz,
apenas, em atender suas necessidades básicas, pois ela demanda um
consumo diferenciado. Como já dito, a ideia do ser se confunde com a
ideia do ter, distorcendo a essência do consumo, que para Rech
(2009, p. 30), é a capacidade de produção de bens, riqueza, alimento,
que tem por finalidade multiplicar a produção, melhorando a
utilidade dos bens, visando a atender as necessidades humanas de
forma mais plena, rápida e eficiente. Nesse viés, Rech (2009) trata o
consumo como um direito fundamental, pois, segundo ele, o
consumo gera novos empregos que possibilitam o homem a adquirir
vestuário, alimentos, serviços de comunicação, transporte, dentre
outros.
A partir dessa visão, resta necessário a busca por um
desenvolvimento equilibrado, uma simbiose entre o homem e o meio
ambiente, pois não há como frear o consumo, como também, não há
a possibilidade de os seres humanos viverem sem os recursos
naturais. O que se busca nesse artigo é a construção de um cenário
que possibilite que o desenvolvimento econômico e a
sustentabilidade estejam em simbiose, ou seja, numa relação
mutuamente vantajosa.
Para que isso ocorra, é preciso a busca por um ponto de equilíbrio
entre o crescimento e o desenvolvimento social, pois a utilização dos
recursos naturais e o desenvolvimento sustentável exigem um
planejamento adequado, onde se consiga demonstrar que a contínua

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degradação implica na diminuição da capacidade produtiva e


econômica.
A ameaça ao meio ambiente não é privilégio somente do consumo,
mas da forma de como se consome; da mesma forma, não é só do
Estado a responsabilidade por modificações no sistema, eis que essas
mudanças devem vir de cada indivíduo, pois é o ser humano, por suas
escolhas e atitudes, o principal agente transformador do caminho
ecológico sustentável.
Assim, a realidade ambiental presenciada atualmente remete à
necessidade de mudanças imediatas na utilização e destinação dos
recursos naturais e, principalmente, no repensar o modo de vida da
sociedade contemporânea.
3. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA
DE CONSCIENTIZAÇÃO ECOLÓGICA
É possível constatar que se vive numa sociedade envolta por uma
lógica de capital que incentiva os seres humanos ao individualismo e
à competitividade (ANDRIOLLI; SOARES, 2013). Para Milton Santos
“dir-se-á que, no mundo da competitividade, ou se é cada vez mais
individualista, ou se desaparece” (2010, p. 67).
Nesse viés, a relação homem–natureza pode ser vista sob diversas
perspectivas. Numa perspectiva “antropocêntrica”, na qual o homem
assume uma relação de dominação sobre a natureza, e “ecocêntrica”,
numa relação de preservação da natureza. Estas concepções variam
entre indivíduos de acordo com os seus conhecimentos sobre o
ambiente, as suas crenças e seus valores (TRACANA, FERREIRA,
CARVALHO, 2012).
O antropocentrismo assenta nas relações existentes entre o
homem e o Universo (ESTEVES, 1998). Esta perspectiva ambientalista
caracteriza-se por uma visão instrumental da natureza, cujos recursos
servem para ser explorados pelo Homem (TRACANA, FERREIRA,
CARVALHO, 2012). Diferentemente do ecocentrismo que assume o
ecossistema como o objeto primordial, não o homem, surgindo a
necessidade de se repensar a postura do homem.
Boff (1999) e Morin (2000) defendem que é necessário preservar o
meio ambiente, cuidar de si, dos outros e viver com amor. Assim,
somente a partir do momento que a humanidade tomar consciência
da importância da preservação ambiental, do que realmente “está em
jogo”, é que conseguirá mudar essa situação. Diante disso, de que
forma seria possível a construção de uma nova consciência ambiental,

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um saber ambiental para o desenvolvimento de uma sociedade


sustentável e para um vínculo mais harmonioso e equilibrado entre
homem e o meio ambiente? O ser humano tem a obrigação de barrar
a pressão destrutiva sobre o ambiente. Sendo assim, é necessário o
estabelecimento de uma nova postura ética, uma postura de
responsabilidade.
Há a necessidade de mudanças de hábitos para que os recursos
naturais não se tornem esgotáveis, adquirindo padrões de
comportamento de consumo de forma consciente. Para que se
desenvolva essa conscientização, desponta-se como fundamental a
educação ambiental. Com o objetivo de conscientizar os indivíduos da
importância das relações de consumo consciente, do resgate do meio
ambiente saudável, onde seja possível usufruir dos recursos naturais,
buscando a qualidade de vida por meio do desenvolvimento
sustentável, na busca pela preservação ambiental.
O processo de industrialização e urbanização trouxe consigo vários
problemas ambientais. Nesse contexto, a educação ambiental surge
como plano de estratégia para a construção de valores,
conhecimentos, atitudes e competências voltadas para a conservação
do meio ambiente, sustentabilidade e qualidade de vida.
A atividade humana, ao modificar o meio ambiente, é consumidora
dos estoques naturais, que, em bases insustentáveis, tem como
consequência a degradação dos sistemas físico, biológico e social,
tornando propícias as condições necessárias para a ocorrência de
doença e do baixo nível de qualidade de vida (PHILIPPI JR., 2005). A
educação ambiental deve, portanto, ser considerada como
ferramenta para permitir que sejam superados os obstáculos com
vistas à utilização sustentável do meio.
A educação ambiental torna-se projeto essencial para a
conscientização da preservação do meio ambiente, constitui-se com
processo básico da formação de uma consciência político-cultural
diferenciada, crítica e autocrítica. Para ela interessa desenvolver no
cidadão comum atitudes de participação responsável, de tomadas de
decisão com vista a ações diretas sobre os problemas ambientais que
lhe estão próximos, desenvolvendo um sentido de responsabilização
e de solidariedade que tem de passar por cada pessoa e por toda a
humanidade (ESTEVES, 1998).
Segundo Jacobi (2003), a educação ambiental assume cada vez
mais função transformadora, na qual a corresponsabilização dos
indivíduos torna-se objetivo essencial para promover o

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desenvolvimento sustentável, condição necessária para modificar um


quadro de crescente degradação socioambiental. O processo
educativo proposto pela educação ambiental objetiva a formação de
sujeitos capazes de compreender o mundo e agir de forma crítica e
consciente.
De acordo com a Política Nacional de Educação Ambiental, lei nº
9795/1999, em seu Art 1º, “entendem-se por educação ambiental os
processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum
do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.
A educação ambiental é um ato político baseado em valores para a
transformação social, que visa sensibilizar a população acerca dos
problemas ambientais, abordando o contexto social e histórico
alavancando, deste modo, a promoção do pensamento crítico,
inovador e humano. A educação ambiental precisa levar o homem a
perceber a complexidade das relações entre os seres humanos e o
meio ambiente, ultrapassando o linear etnocêntrico e configurando-
se como instrumento de mudança e construção de uma sociedade
menos exploratória.
Dessa forma, é imperativa a ampliação do ambiente educativo para
além dos muros da escola superando o distanciamento do processo
educativo com a realidade. Partindo do pressuposto que para que
ocorram transformações significativas são necessárias mudanças
individuais e também mudanças sociais, principalmente relacionadas
ao consumo desenfreado e irresponsável.
A educação ambiental deve ter como finalidade a formação de
sujeitos eticamente preparados ante as questões socioculturais e
ambientais, sob o foco de decisões e ações ambientalmente mais
adequadas, socioambientalmente justas e economicamente viáveis. A
educação ambiental é capaz de promover uma nova consciência
ambiental para o desenvolvimento de uma comunidade sustentável e
para um vínculo mais harmonioso e equilibrado entre homem e
natureza.
É possível crer em uma educação ambiental com as características
enfatizadas por Freire (1987) em sua proposta pedagógica, na qual
aponta que é preciso se fazer uma educação problematizadora que
contribua para o surgimento de uma visão crítica da totalidade do
ambiente no qual o indivíduo está inserido, baseada em uma postura

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ética, que pressupõe outros valores morais e uma forma diferenciada


de ver o mundo e a humanidade.
Assim, a educação ambiental desponta como essencial à
transformação das sociedades, tornando-se imperiosa ao direito
humano ao meio ambiente ecologicamente equilibrado das presentes
e das futuras gerações. A educação ambiental tem como função a
conscientização quanto à preservação do meio ambiente e sua
utilização sustentável ao despertar a consciência de que o ser
humano é parte do meio ambiente e a busca da superação da visão
antropocêntrica.

CONCLUSÃO
A sociedade contemporânea é caracterizada por diferenças,
injustiças, desigualdades sociais e consumismo. As consequências das
relações baseadas na exploração, na cultura voltada para o consumo
e na economia baseada na ideia de recursos naturais infindáveis são
nefastas.
Na análise, feita a respeito da relação que a sociedade estabelece
com o consumo, é possível perceber que há uma transformação nos
valores, haja vista que a sociedade moderna, pós-revoluções e
guerras, estabeleceu uma nova ordem econômica e social e se
transformou em uma sociedade consumista e imediatista.
Esse consumo desenfreado transformou-se em crise ambiental,
com escassez de recursos naturais para além do próprio homem. A
conscientização do indivíduo e a modificação de condutas
estabelecendo um novo modelo de consumo, o consumo consciente
constitui ferramenta indispensável para o desenvolvimento
sustentável, para a tutela efetiva do meio ambiente.
Nesse interim, a educação ambiental desponta-se como
ferramenta de conscientização e pode ser definida como uma prática
social que recomenda não apenas mudança de hábitos, práticas e
atitudes, a transmissão e apreensão de conhecimentos, mas a
mudança gradual na forma de pensar, sentir e agir, despontando
como ferramenta imprescindível na busca pelo conhecimento da
realidade para que se possa interferir de maneira eficaz na sociedade,
permitindo assim a proteção e a promoção do meio ambiente,
despertando com isso a consciência ecológica.
Assim, a educação ambiental é revelada essencial para a
transformação social, imprescindível ao direito ao meio ambiente das

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presentes e das futuras gerações, tendo como função a


conscientização à preservação ambiental por meio do reexame de
valores e, consequentemente, mudança de comportamento dos seres
humanos. Um outro mundo é possível e a educação ambiental
emerge como uma das possíveis ferramentas de conscientização
ecológica.

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recebido em: 05.09.16 aprovado para


publicação em: 06.02.17

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