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Cromossomicas
Cada planta e animal se caracteriza por um conjunto de cromossomos, representado uma vez em
células haplóides (por exemplo gametas e esporos) e duas vezes em células diplóides.
Cada espécie tem um número específico de cromossomos. Mas, as vezes ocorre irregularidades
na divisão nuclear, ou podem acontecer "acidentes" (como os de radiação) nos cromossomos de
interfase de modo que se podem formar células ou organismos inteiros com genomas aberrantes.
Tais aberrações cromossômicas podem incluir genomas inteiras, cromossomos isolados inteiros,
ou só partes de cromossomos. As aberrações cromossômicas podem ser numéricas ou estruturais
e envolver um ou mais autossomos, cromossomos sexuais ou ambos. As aberrações
cromossômicas numéricas incluem os casos em que há aumento ou diminuição do número do
cariótipo normal da espécie humana, enquanto as aberrações cromossômicas estruturais incluem
os casos em que um ou mais cromossomos apresentam alterações de sua estrutura Assim, os
citologistas reconhecem:
(1)Alterações no Número de Cromossomos (Heteroploidia)
(2)Alterações na Estrutura dos Cromossomos.
A heteroploidia pode atingir conjuntos inteiros de cromossomos (euploidia) ou perda ou adição de
cromossomos inteiros isolados (aneuploidia). Todas essas alterações tem um importante efeito
sobre o desenvolvimento, pois ao alterar a estrutura nuclear normal podem produzir alterações
fenotípicas.
Alterações no número de cromossomos
As variações numéricas são de dois tipos: as euploidias, que originam células com número de
cromossomos múltiplo do número haplóide, e as aneuploidias, que originam células onde há falta
ou excesso de algum(ns) cromossomo(s). Assim, euploidias são alterações de todo genoma;
quanto a esse aspecto os indivíduos podem ser haplóides (n), diplóides (2n), triplóides (3n),
tetraplóides (4n), enfim, poliplóides (quando há vários genomas em excesso). Euploidias são raras
em animais, mas bastante comuns e importantes mecanismos evolutivos nas plantas. Não se
conhecem pessoas que sejam totalmente euplóides, mas existem abortos 3n e 4n. Células
poliplóides cujo número de cromossomos alcança 16n são encontradas na medula óssea, no
fígado e nos rins normais, além de ocorrerem em células de tumores sólidos e leucemia. A figura 1
mostra o cariótipo de uma célula teraplóide(4n) humana.
As aneuploidias devemse à não separação (ou nãosegregação) de um (ou mais) cromossomo(s)
para as célulasfilhas durante a meiose ou durante as mitoses do zigoto A nãosegregação na
mitose decorre do nãorompimento do centrômero no início da anáfase ou da perda de algum
cromossomo por não ter ele se ligado ao fuso.
A nãosegregação na meiose é devida a falhas na separação dos cromossomos ou das
cromátides, que se separam ao acaso para um pólo ou outro. Na meiose a nãosegregação tanto
pode ocorrer na primeira divisão como na Segunda. No primeiro caso, o gameta com o
cromossomo em excesso, em lugar de ter apenas um dos cromossomos de um dado par, ou seja,
terá um cromossomo paterno e um materno. No segundo, o gameta com o cromossomo em
excesso terá dois cromossomos paternos ou dois maternos.
Quando em conseqüência desses processos de nãosegregação falta um cromossomo de um
dado par, isto é, quando o número de cromossomos da célula é 2n 1, dizse, que a célula
apresenta monossomia para este cromossomo. Se faltam os dois elementos do mesmo par 2n 2,
temse nulisomia. Se, pelo contrário, houver aumento do número de cromossomos de um
determinado par, a célula será polissômica para o cromossomo em questão; ela será trissômica,
tetrassômica, pentassômica etc., conforme tiver 1, 2 ou 3 cromossomos a mais, sendo, nesses
casos, o seu número cromossômico designado por (2n + 1), (2n + 2), (2n + 3) etc.
Euplodias
Células portadoras de euploidias possuem quantidade de cromossomos que difere da normal em
números inteiros e de lotes n. Na espécie humana, a ocorrência das euploidias é incompatível com
o desenvolvimento do embrião, determinando a ocorrência do aborto. Casos em que a quantidade
de cromossomos for de três ou mais lotes cromossômicos completos (3n, 4n, etc...) são chamados
de poliploidias.
Origem das Aneuploidias
As aneuploidias podem se originar de anomalias ocorridas na meiose (isto é, serem prézigóticas)
ou nas mitoses do zigoto (pószigóticas).
Quando a nãosegregação é prézigótica, ela pode ter ocorrido na espermatogênese ou na
ovulogênese. Na origem de indivíduos com dois cromossomos X e um Y, a contribuição feminina é
maior do que a masculina ; por outro lado, 77% dos casos onde há apenas um X tem origem em
erros ocorridos na espermatogênese. Nas aneuploidias autossômicas, a influência da idade
materna leva a supor que a participação feminina é maior do que a masculina. As aneuploidias
produzidas por erros na mitose do zigoto ou na segmentação dos blastômeros são menos
freqüentes.
Aneuploidias dos cromossomos sexuais
Síndrome devida a uma aberração cromossômica, caracterizada por fenótipo feminino, nanismo,
infantilismo genital, disgenesia das gônadas (ovários reduzidos) e malformações diversas. O
cariótipo é 45, X em 60% dos casos. As meninas com esta síndrome são identificadas ao
nascimento ou antes da puberdade por suas características fenotípicas distintivas.
As anormalidades envolvem baixa estatura, disgenesia gonadal, pescoço alado, tórax largo com
mamilos amplamente espaçados e uma freqüência elevada de anomalias renais e
cardiovasculares.
Síndrome de Klinefelter 47XXY
Síndrome que associa no homem jovem um desenvolvimento anormal dos seios (ginecomastia),
atrofia testicular, ausência de formação de espermatozóides (azoospermia) e uma elevação da
concentração do hormônio hipofisário FSH. (O cariótipo mais comum é 47, XXY. Na sua forma
habitual, porém não de regra, a síndrome de Klinefelter pode ser acompanhada de deficiência
intelectual. As demais variantes cromossômicas são as responsáveis por uma debilidade mental
bem mais grave). A Síndrome caracterizase pela presença do cariótipo 47, XXY ou em mosaicos.
Os pacientes são altos e magros, com membros inferiores relativamente longos. Após a puberdade
os sinais de hipogonadismo se tornam óbvios. Os testículos permanecem pequenos e os
caracteres sexuais secundários continuam subdesenvolvidos.
Aneuploidias Autossômicas
Síndrome de Down
Doença congênita caracterizada por malformações dos órgãos (coração, rins), retardamento
mental de moderado a severo, língua espessa, pés e mãos de pequenas dimensões, alterações
nas feições. É resultante de uma anormalidade na constituição cromossômica: os indivíduos
afetados apresentam um cromossomo extra que se acrescenta ao par de número 21 em suas
células (por esta razão a doença é também denominada trissomia do 21). O termo mongolismo é
um sinônimo usual: a presença de fendas palpebrais oblíquas faz lembrar os indivíduos das raças
orientais. A freqüência com que esta síndrome se manifesta é de uma para cada 500 crianças
nascidas vivas e é superior para concepções em mulheres com idade acima de 40 anos. Esta
síndrome foi descrita em 1866 pelo médico inglês John Langdon Haydon Down (1828 1896). A
Sindrome de Down ou trissomia do 21, é sem dúvida o distúrbio cromossômico mais comum e a
mais comum forma de deficiência mental congênita. Geralmente pode ser diagnosticada ao
nascimento ou logo depois por suas características dismórficas, que variam entre os pacientes,
mas produzem um fenótipo distintivo.
Os pacientes apresentam baixa estatura e o crânio apresenta braquicefalia, com o occipital
achatado. O pavilhão das orelhas é pequeno e dismórfico. A face é achatada e arredondada, os
olhos mostram fendas palpebrais e exibem manchas de Brushfield ao redor da margem da íris. A
boca é aberta, muitas vezes mostrando a língua sulcada e saliente. As mãos são curtas e largas,
freqüentemente com uma única prega palmar transversa ("prega simiesca").
Trissomia do 13 Patau
A trissomia do 13 é clinicamente grave e letal em quase todos os casos que sobrevivem até 6
meses de idade. O cromossomo extra provém de nãodisjunção da meiose I materna e cerca de
20% dos casos resultam de uma translocação nãobalanceada.
O fenótipo inclui malformações graves do sistema nervoso central como arrinencefalia. Um
retardamento mental acentuado está presente. Em geral há defeitos cardíacos congênitos e
defeitos urigenitais. Com freqüência encontramse fendas labial e palatina, anormalidades
oculares, polidactilia, punhos cerrados e as plantas arqueadas.
Trissomia do 18Edwards
A maioria dos pacientes apresentam com a trissomia do cromossomo 18 apresenta trissomia
regular sem mosaicismo, isto é , cariótipo 47, XX ou XY, +18. Entre os restantes, cerca de metade
é constituída por casos de mosaicismo e outro tanto por situações mais complexas, como
aneuploidias duplas, translocações.
As manifestações da trissomia do 18 sempre incluem retardamento mental e atraso do crescimento
e, às vezes malformações graves no coração. O crânio é excessivamente alongado na região
occipital. O pavilhão das orelhas é dismórfico, com poucos sulcos. A boca é pequena. O pescoço é
curto. Há uma grande distância intermamilar. Os genitais externos são anômalos. O dedo indicador
é maior do que os outros e flexionado sobre o dedo médio. Os pés têm as plantas arqueadas. As
unhas costumam ser hipoplásticas.
Síndrome do Duplo Y 47XYY
É um dos cariótipos mais freqüentemente observados. Despertou grande interesse após observar
se que a proporção era bem maior entre os detentos de uma prisão de segurança máxima,
sobretudo entre os mais altos, do que na população em geral.
Trissomia do TriploX 47XXX
As mulheres com trissomia do X não são fenotipicamente anormais. Nas células 47, XXX, dois dos
cromossomos X são inativados e de replicação tardia. Quase todos os casos resultam de erros na
meiose materna.
Algumas mulheres com trissomia do X são identificadas em clínicas de infertilidade e outras em
instiuições para retardados mentais, mas provavelmente muitas permanecem sem diagnóstico.
Alterações na estrutura dos cromossomos
São alterações que não modificam a quantidade de cromossomos de uma célula, mas determinam
o aparecimento de cromossomos anormais. As aberrações que vamos descrever a seguir quase
sempre implicam em problemas sérios , inclusive na formação de gametas . Isso porque durante a
meiose, o cromossomo com a deficiência pareia de forma anômola com seu homólogo que não
sofreu alteração, afetando o andamento , do processo meiótico. A gravidade das manifestações de
uma deficiência depende dos genes ausentes. Um exemplo humano é a sindrome de cri du chat,
em que falta um fragmento do braço curto do cromossomo 5. Outro exemplo é o cromossomo 22
curto ("cromossomo Filadélfia"), associado a uma forma de leucemia. As duplicações são menos
graves que as deficiências porque não provocam falta de informações genéticas. Exemplos, a
seguir:
Deficiência ou Deleção
Um pedaço de cromossomo é perdido neste tipo de anomalia , que implica a perda de muitos
genes . Deficiências são percebidas durante o pareamento de cromossomos na meiose .
Síndrome do miado de gato
Caracterizada por retardo mental, microcefalia, aspecto arredondado da face, presença de dobras
epicânticas nos olhos e de choro semelhante a um miado de gato. (É provocada por uma deleção
do braço curto do cromossomo 5.)
Inversão
Um pedaço de cromossomo se quebra , sofre rotação de 180º e soldase novamente em posição
invertida. Por causa da alteração da ordem dos genes, o pareamento dos homólogos na meiose.
Translocação
Tratase da troca de pedaços entre cromossomos nãohomólogos , diferentemente do que ocorre
no crossingover, fenômeno normal e corriqueiro. Falase em translocaçào reciproca e
heterozigota, em que apenas um elemento de cada par sofre a troca. Na hora do pareameto
meiótico , ocorre uma figura em forma de cruz . É possível que a translocação tenha sido um
mecanismo de formação de novas espécies. Há umas hipóteses sobre algumas espécies de
drosófilas , todas com um numero diferente de cromossomos , que poderiam ter se originado de
uma espécie ancestral , a partir de translocações de diversos tipos
Diagnóstico das Anomalias :
Amniocentese
Punção da cavidade amniótica através da parede abdominal, feita numa mulher grávida; permite a
retirada de certa quantidade de líquido amniótico para fins de análise. A amniocentese precoce,
praticada entre 16° e 18° semana de gestação, permite fazer o diagnóstico de anomalias fetais que
podem conduzir a um aborto; também é possível detectar se a criança é portadora de mongolismo,
anencefalia ou outra anormalidade genética. A amniocentese tardia, feita no terceiro trimestre da
gravidez, serve para evidenciar se há sofrimento fetal crônico.
Herança autossomica dominante
Na herança autossômica dominante um fenótipo é expressado da mesma maneira em
homozigotos e heterozigotos. Toda pessoa afetada em um heredograma possui um genitor
afetado, que por sua vez possui um genitor
Nos casamentos que produzem filhos com uma doença autossômica dominante, um genitor
geralmente é heterozigotico para a mutação e o outro genitor é homozigótico para o alelo normal.
Podese escrever os genótipos dos pais como:
Cada filho desse casamento tem uma chance de 50% de receber o alelo anormal (A) do genitor
afetado e, portanto ser afetado (A/a), e uma chance de 50% de receber o alelo normal (a) e, assim
não ser afetado (a/a).
Critérios da Herança Autossômica Dominante
1 O fenótipo aparece em todas as gerações, e toda pessoa afetada tem um genitor afetado.
2 Qualquer filho de genitor afetado tem um risco de 50% de herdar o fenótipo.
3 Familiares fenotipicamente normais não transmitem o fenótipo para seus filhos.
4 Homens e Mulheres têm a mesma probabilidade de transmitir o fenótipo aos filhos de ambos os
sexos.
Exemplos de Herança Autossômica Dominante
Doença de Huntington (DHq) ® É uma doença neurodegenerativa fatal de herança autossômica
dominante caracterizada por movimentos involutários e demência progressiva. O aparecimento da
doença se dá entre os 3050 anos de idade sendo 38 a idade média de aparecimento. O gene foi
mapeado no cromossomo 4p16 em 1981 por técnicas de genética molecular. É possível identificar
os indivíduos portadores do gene.
Neurofibromatose de Von Recklinghausen (NF1) ® É um distúrbio comum do sistema nervoso
caracterizado por manchas cafécomleite e tumores cutâneos fibromatosos.
Herança Autossômica Recessiva
Os distúrbios autossômicos recessivos expressamse apenas em homozigotos, que, portanto,
devem ter herdado um alelo mutante de cada genitor. Desse modo:
O risco de seus filhos receberem o alelo recessivo de cada genitor, e serem afetados é de 1/4. A
maioria dos genes dos distúrbios autossômicos recessivos está presente em portadores dos
genes. Eles podem ser transmitidos nas famílias por numerosas gerações sem jamais aparecer na
forma homozigótica. A chance de isto acontecer é aumentada se os pais forem aparentados. A
consangüinidade dos genitores de um paciente com um distúrbio genético é uma forte evidência
em favor da herança autossômica recessiva daquela afecção.
Critérios da Herança Autossômica Recessiva
1 O fenótipo é encontrado tipicamente apenas na irmandade do probando e o fenótipo salta
gerações.
2 O risco de recorrência para cada irmão do probando é de 1 em 4.
3 Os pais do indivíduo afetados em alguns casos são consangüíneos.
4 Ambos os sexos têm a mesma probabilidade se serem afetados.
Exemplos de Herança Autossômica Recessiva
Fibrose Cística Doença autossômica recessiva caracterizada por doença pulmonar crônica,
insuficiência pancreática exócrina, aumento da concentração de cloreto no suor. O defeito básico é
uma mutação do gene que codifica a proteína reguladora da fibrose cística, provavelmente
envolvida no transporte de ânions através da membrana celular.
Doença de TAYSACHS Distúrbio neurológico degenerativo, autossômico recessivo, que se
desenvolve quando a criança tem 6 meses de idade. Há uma deterioração mental e física intensa
desde a lactância, a morte ocorre entre 2 e 3 anos de idade. O defeito básico são mutações no
lócus da subunidade a da hexosaminidase A. A deficiência ou ausência da subunidade a da
hexosaminidase A leva ao acúmulo do gangliosídeo GM2, principalmente nos neurônios.
Mutações Gênicas
Em 1941, os pesquisadores Beadle e Tatum, fazendo experiências com um tipo de bolor de pão, a
Neurospora sp, observaram que nem sempre a autoduplicação do DNA ocorria de modo perfeito.
O bolor crescia num meio de cultura contendo açúcar e diversos sais inorgânicos. Seus esporos
eram submetidos a raios X e alguns deles passavam depois a produzir bolores com novas
características. Por exemplo, alguns perdiam a capacidade de
fabricar lisina e só conseguiam sobreviver quando aquele aminoácido era acrescentado ao meio de
cultura. Essa incapacidade foi relaciona com a falta de uma enzima necessária para a síntese de
lisina. Concluíram, então, que os raios X teriam danificado a formação daquele tipo específico de
enzima.
Como a produção de uma enzima depende de informação codificada no DNA, a conclusão
daqueles pesquisadores ficou conhecida como a relação "um gene uma enzima". Atualmente,
falase, com maior precisão, na relação "um gene uma cadeia polipeptídica".
A modificação genética induzida através dos raios X é conhecida como mutação. As mutações
podem resultar de uma alteração na seqüência dos nucleotídeos, ou de quebras e mudanças de
posição dos fragmentos da molécula de DNA. Portanto são mutações as alterações numéricas e
estruturais dos cromossomos, que persistem através das autoduplicações, transmitindose às
célulasfilhas. Existem também erros que ocorrem no RNA, no momento das transcrições ou das
traduções, e afetam somente a própria célula.
Agentes Mutagênicos
As mutações são produzidas por agentes mutagênicos, que compreendem principalmente vários
tipos de radiação, dentre os quais os raios ultravioleta, os raios X e substâncias que interferem na
autoduplicação do DNA ou na transcrição do RNAm, determinando erros nas seqüências dos
nucleotídeos. Os agentes mutagênicos são fatores que podem elevar a freqüência das mutações.
Em 1920, Hermann J. Muller descobriu quem submetendo drosófilas ao raio X, a freqüência das
mutações aumentava cerda de cem vezes em relação à população não exposta. O aumento na
taxa de mutações pode ser obtido pelo emprego de numerosos agentes físicos e químicos.
A lista das substâncias mutagênicas tem aumentado muito nos últimos anos, sendo bastante
conhecidos o gás mostarda, o ácido nitroso, a bromouracila, o formaldeído, a nicotina. Vários tipos
de câncer podem ser produzidos por alterações ocorridas nos ácido nucléicos; por isso os mesmos
agentes mutagênicos podem ser também cancerígenos. Porém, a mais importante dentre eles são
as radiações. Quando uma célula recebe radiação, as moléculas podem ser quebradas ou
alteradas em suas estruturas. Quando as alterações são muito grandes, podem interferir com o
metabolismo e divisão celular, e a célula morre. Quando ela sobrevive à radiação, as modificações
são duplicadas e transmitidas para as células das gerações sucessivas.
Entre os agentes físicos, os mais conhecidos são as radiações, bem como o raio X. O calor
também aumente a incidência das mutações: na espécie humana, sua freqüência em
trabalhadores de altosfornos de usinas siderúrgicas, os quais permanecem muito tempo em locais
de temperatura elevada, é mais alta que na população geral.
Substancias químicas, como o "gás mostarda" e o ácido nitroso (HNO2), também podem aumentar
a freqüência de mutações. Aerossóis, corantes alimentares e alguns componentes da fumaça do
cigarro são capazes de alterar o patrimônio genético de uma célula, podendo levar ao
desenvolvimento de diversas formas de mutações e câncer.
Todos os seres vivos estão submetidos, diariamente, a vários desses agentes. Entretanto, as
mutações permanecem como eventos não muito freqüentes. A relativa estabilidade do material
genético devese à existência de um grupo de enzimas de reparação, que "patrulham"
permanentemente as moléculas de DNA à caça de alterações na seqüência de seus nucleotideos.
Na maioria das vezes, essas alterações são detectadas e consertadas.