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Matriz de análise
Tarefa: Dissertar sobre o que leva uma empresa ao fracasso e como evitar isso
Introdução
Inovação vem do latim innovatio, que significa “ideia, método ou objeto criado e distinto de
padrões anteriores”, e passa a ser necessária no momento em que o consumidor se assume como parte ativa
da comunicação.
Segundo Kotler, Kartajaya e Setiawn, essa mudança de chave começou a tomar forma no
marketing 2.0, quando a Internet veio com tudo para mudar nossa relação com as pessoas ao nosso redor e,
bem, com o mundo. Naturalmente, aprimorou-se no marketing 3.0 (com a responsabilidade corporativa
entrando na equação) e, depois, no 4.0 (o das redes sociais).
Com consumidores cada vez mais exigentes, a palavra inovação ganha um novo poder: o de mudar
rumos de empresas consolidadas no mercado. Afinal, se não se acompanha — e até antecipa, assunto que
retornaremos depois — as necessidades e desejos do seu público-alvo, o negócio determina para si mesmo
um prazo de validade.
É aqui que a inovação se configura como, muito provavelmente, o diferencial competitivo. O que
se pode fazer de diferente em um produto ou serviço para aumentar sua relevância? É necessário deixar o
ciclo de um produto se encerrar para criar outro inteiramente novo, com um novo propósito? Essas
respostas virão como resultado de muita pesquisa e benchmarking.
Mas é certo que a inovação só cumpre o propósito se resolver um problema real. E, quanto mais
simples for a solução, melhor.
Antes de propor uma vista ampla empresarial, sugiro voltarmos a uma etapa anterior, essencial a
qualquer empresa: os projetos. Tendo como base a pesquisa e o diagrama do Kissflow Project, podemos
ver a essência da inovação em um processo rotineiro – e os motivos pelos quais os projetos falham.
Tudo começa na ideia. Ela é incrível e, na teoria, resolve um determinado problema. Sem um
escopo bem definido, define-se uma data limite para entrega e, também por isso, o escopo passa por
diversas alterações. Sem pensar muito no tempo e dinheiro necessário para cumprir o novo escopo, decide-
se quebrar as regras e “inovar” fazendo à sua própria maneira. O progresso, portanto, não consegue ser
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medido. O projeto, por sua vez, não aparece avançar. Faz-se a pausa para entender onde foi o erro, percebe-
se que já foi investido muito tempo, esforço e dinheiro naquela solução e opta por encerrá-la.
Passando esse fluxo para a ideia de um negócio propriamente dito, vemos de forma mais clara os
principais erros. Um negócio precisa surgir de alguma base, e essa base não pode ser a própria ideia ou a
solução, mas o problema. Tendo consciência real do problema que se quer resolver, podemos exercitar a
criatividade para elaborar soluções possíveis. Sem a paixão pela solução, podemos reinventar o processo
até entender qual modelo mais faz sentido para determinado público-alvo que queremos atingir.
A solução precisa ter um escopo claro: o que está sendo proposto, como será feito e quais são os
riscos. Assim, conseguimos entender como mitigar os riscos e entender os caminhos de execução de forma
a não procurar a entrega do produto perfeito, mas testar qual a solução de fato funciona, e só então
aperfeiçoá-la.
É inviável fazer isso sem pensar na tríade: dinheiro, esforço e tempo. Afinal, o controle financeiro
é essencial para garantir um fluxo de caixa sustentável e direcionamento para investimentos no
produto/serviço. E é inviável fazer isso sem pensar no longo prazo. É fato que empresas precisam de
resultados hoje para conseguirem se sustentar, mas sem uma visão clara de futuro, o esforço é perdido nos
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problemas atuais, sem entender que novas soluções geram outros problemas que também precisarão ser
resolvidos.
Também precisa ficar claro que a máxima de gente alinhada ao seu propósito não é um tópico
pontual. Uma empresa existe a partir de quem faz ela acontecer, e colaboradores insatisfeitos e
desmotivados não darão o seu melhor na entrega de resultados. É preciso contratar pessoas alinhadas aos
propósitos e valores, mas que sejam diversas e pensem diferente, criando um ambiente saudável que fixa
em um futuro em conjunto, mas formas de executá-lo diferentes, sendo palco para a criatividade e
inovação.
Segundo a Forbes, outros problemas associados à falência de pequenas empresas também incluem:
falta de um modelo de negócio (ou seja, um caminho visível de solução), um marketing pouco estruturado
(afinal, o marketing é responsável pela captação de clientes por meio de estratégias de performance e
branding) e a falta de foco no cliente (entra novamente em questão a paixão pela solução, em vez de focar
no problema e no que o cliente entende como solução para este problema).
Carlos Melles, presidente do Sebrae, explica que quanto menor o porte da empresa, mais
complicado é obter crédito para manter o capital de giro e conseguir superar os obstáculos. A pesquisa de
Sobrevivência de Empresas de 2020 aponta que justamente essa falta de capital de giro foi fator decisivo
para o fechamento do negócio.
Em cartilha Causa Mortis, o Sebrae também chama atenção para alguns três outros pontos
importantes: o planejamento prévio, a gestão empresarial e o comportamento empreendedor. Sobre cada
um deles, é possível destacar fatores chave para o sucesso da empresa:
- Compreender os riscos e se antecipar aos fatos, sabendo quando persistir e não cansando de
procurar informações, construindo um plano de ação efetivo para atingimento de metas, que precisam ser
pautadas em objetivos claros de negócio.
Conclusão
A verdade é que não existe uma fórmula de sucesso para pequenas empresas, um guia padrão que
todas devem seguir a fim de funcionar. O que se observa, entretanto, é que as empresas bem-sucedidas
encontram o ponto de equilíbrio entre inovação e conhecimento de mercado, sabendo como atuar e
explorando uma cultura de erros e acertos rápidos e funcionais.
O sucesso não tem como ser garantido, mas sem um otimismo exacerbado, que nuble a visão real
do que está acontecendo, é possível encontrar saídas e soluções que funcionaram a curto prazo, garantindo
a sobrevivência momentânea, e a longo prazo, garantindo a adaptabilidade para solucionar problemas que
ainda não apareceram.
Referências bibliográficas
ZUINI, Priscila. 5 motivos que levam os empreendedores ao fracasso. Insper. Disponível em:
<https://www.insper.edu.br/noticias/5-motivos-que-levam-os-empreendedores-ao-fracasso/>.
Acesso em: 21 de outubro de 2021.
GUERRA, Antônio Claret. Como evitar a mortalidade das empresas nos primeiros anos.
Agência Brasil. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-
06/sebrae-pequenos-negocios-tem-maior-taxa-de-mortalidade>. Acesso em: 21 de outubro de
2021.
Causa Mortis: o sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros cinco anos de vida. Sebrae,
São Paulo. Disponível em:
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<https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/sebraeaz/mortalidade-e-sobrevivencia-das-
empresas,d299794363447510VgnVCM1000004c00210aRCRD>. Acesso em: 24 de outubro de
2021.