Controlo de legalidade
Assim, o controlo da legalidade que se traduz em
assegurar a não violação das leis processa-se através da
tutela publica ou estadual e da tutela privada ou
autotutela.
A tutela publica
A tutela publica é desempenhada pelo Estado, assume
várias modalidades;
 Tutela preventiva
Traduz-se no conjunto de medidas destinadas a impedir
a violação da ordem jurídica, ou a prevenir ou evitar
várias inobservâncias1 das normas. Dessas medidas
podemos destacar:
 a intervenção das autoridades publicas (GNR;
PSP)
 medidas de segurança de forma a evitar
pessoas que se consideram perigosas cometam
crimes
 procedimentos cautelares, conjunto de
medidas a evitar uma lesão grave e dificilmente
reparável de um direito, enquanto não for
preferida uma sentença definitiva em âmbito de
uma ação instaurada ou a instaurar
 Interdição do autor de determinado delito-
para o exercício de certa profissão ou
desempenho de certo cargo
Ex: arresto2 ( artg 610 do cc -aprenção judicial
de bens)
 Medidas Compulsivas
Destinam-se a atuar sobre o infrator de determinada
norma, de forma a obrigar a alteração do
comportamento que ate ali omitiu
Ex: As multas que se aplicam aos empreiteiros por cada
dia de atraso na entrega de uma X obra
 Tutela Repressiva
1
incumprimento, desobediência,  correspondem aos casos mais graves da violação. Ao
2 confisco, apreensão, sequestro, confiscação, penhora.
2
Traduz a organização de sanções aplicáveis em
consequência da violação das normas jurídicas, isto é, os
tipos de sanções para a violação da lei.
As sanções podem ser:
 Reconstrutiva
(consiste na reconstituição que existia antes da violação
da norma), consistem na reconstituição em espécie.
Quando é possível, a lei faz cumprir coativamente a
norma através de execução específica (ex.: João
comprou um rádio ao José, mas este não lho entregou.
Então o João pode ir a tribunal exigir a apreensão do
rádio e a sua entrega).
Mas acontece que por vezes esse cumprimento coativo
já não é possível e então recorre-se à reintegração
(procura-se reconstituir a situação que existia se não
tivesse havido a violação de norma). Existem dois tipos
de reintegração:
-In natura, a situação que se verifica é semelhante à que
existiria se não houvesse violação da norma.
Ex.: Manuel partiu uma jarra da Maria, então tem de
entregar à Maria uma jarra exatamente igual. Esta é a
situação normal de reação da ordem jurídica.
Por mero equivalente, equivalente pecuniário ou por
sucedâneo, sendo impossível reconstituir a situação
anterior, a lei exige o pagamento de um equivalente em
dinheiro.
Ex.: Manuel partiu uma jarra, mas já não existem iguais,
então terá de pagar à Maria um equivalente em
dinheiro.
 Compensatórias
quando a reconstituição não é possível, não ser repõe a
situação anterior, mas dá-se ao lesado uma
compensação. É o pagamento de uma indemnização por
danos não patrimoniais ou morais.
Ex.: O João atropelou a Sofia numa passadeira e então
terá de indemnizar a Sofia por danos patrimoniais, dadas
as despesas de hospital e danos não patrimoniais pelo
sofrimento que teve.
 Punitivas
seu autor aplica-se uma pena (sacrifício ou
sofrimento) em função da culpa, e não visa
reconstituir a situação anterior ou compensar o
lesado. As sanções punitivas podem ser:
Corporais o de carácter criminal e assumem a forma
de prisão (falta de liberdade) ou detenção (ilícito
disciplinar militar).
Pecuniárias revestem a forma de multa ou coima:
- Multa, só pode ser aplicada pelo tribunal.
A sanção também pode ser distinguida quanto a sua
natureza:
Civis, tendem a reconstituir a situação anterior à
infração e restabelecer os interesses do ofendido. Ex.:
restituição em espécie, por mero equivalente e
compensatória.
Criminais, são as mais graves e têm em vista a
reprovação e regeneração das pessoas. Ex.: as sanções
corporais, as multas, etc.
Disciplinares, visam manter a disciplina nas
empresas privadas ou públicas. Ex.: repreensão,
suspensão e despedimento.
Coimas (De mera ordenação social), violação de
bens sociais de menor gravidade. Ex.: coimas, ou seja,
soma em dinheiro. Exemplo contraordenações no
código da estrada
Pode haver lugar a uma acumulação de várias
sanções: António pratica um homicídio. Esta violação
pode dar lugar a sanções compensatórias, medidas
preventivas e punitivas.
A tutela privada
É realizada pelos particulares na defesa dos seus
direitos, mas só a título subsidiário, e em situações
excecionais e legalmente previstas, tendo em atenção
o teor do artigo1º da CPC – Proibição de autodefesa
A ordem jurídica prevê os meios legais de que os
cidadãos se possam socorrer para defender os seus
direitos e interesses legalmente protegidos conforme
decorre do artigo 2º do C.P.C
A lei prevê ainda outros meios de autotutela, dos
quais destacamos: a ação direta, legitima defesa, o
estado de necessidade, o consentimento do lesado, a
colisão de direitos, o direito de retenção e o direito de
resistência
Legalidade e Direitos
Fundamentais
Relacione o princípio da legalidade com os direitos e
interesses legalmente protegidos dos cidadãos:
O princípio da legalidade constitui uma garantia dos
cidadãos perante atos da administração publica cuja
atuação não poderá colidir com os direitos e interesses
dos cidadãos consagrados na CRP e que constituem os
direitos fundamentais.
A salvaguardar os direitos fundamentais dos cidadãos
incube ao estado que a concretiza através da:
Administração Publica -visa a persecução dos interesses
públicos, no respeito pelos direitos e interesses
legalmente protegidos dos cidadãos. Na sua atuação
está sujeita a determinadas regras e princípios (como o
princípio da legalidade)
Tutela Judiciaria -Exercida pelos tribunais que é o
processo normal de tutela dos interesses dos
particulares e exerce-se não só nas relações entre
particulares, mas também nas relações entre este e o
estado
Meios de Controlo da legalidade
 Tribunais Judiciais
 Tribunais administrativos
 Tribunal de Contas
 Tribunais arbitrais
 Tribunal Constitucional
 Provedor de justiça
 Presidente da República
Sobre os tribunais ir ver página 178 manual
Tipos de inconstitucionalidade
Atuação de poder político contraria as normas
constitucionais. Principais tipos de inconstitucionalidade:
 Inconstitucionalidade Material
Quando exista uma contradição entre o conteúdo do ato A fiscalização da constitucionalidade pode ser:
do poder político e das normas constitucionais;
 Fiscalização preventiva da Constitucionalidade
Ex: Uma lei que estabeleça a pena de morte viola
Artigo 278º da CRP)
forçosamente o artigo 24º da CRP
 Fiscalização concreta da constitucionalidade
 Inconstitucionalidade Formal
Artigo 280º da CRP
Quando um ato do poder político é praticado sem que se
tenham verificado todos os tramites previstos nas  Fiscalização abstrata da constitucionalidade
normas constitucionais;
Artigo 281º da CRP
Ex: Uma lei que seja publicada sem a assinatura do
presidente da república, isto é, sem ter sido promulgada,  Fiscalização da constitucionalidade por omissão
viola o previsto na alínea B) dos artigos 134º e 136º da Artigo 283 CRP
CRP

 Inconstitucionalidade Orgânica
Quando um ato do poder político é emanado de um
órgão que não dispõem de competência para a sua
prática, face as normas constitucionais.
Ex: Um decreto de Lei do Governo sobre as “Bases do
sistema de ensino” viola a alínea B) do artigo 164º da
CRP que só reconhece competência para legislar sobre
esta matéria á assembleia da república.
A inconstitucionalidade material, orgânica e formal pode
contribuir para a inexistência jurídica e ineficácia
jurídica.
A inexistência Jurídica é um vicio tão grave que
implica a não produção de qualquer efeito jurídico
independentemente da declaração de qualquer órgão.
EX: falta da promulgação do presidente da república
falta da assinatura nos casos em que é exigida

A Ineficácia Jurídica significa que os órgãos com

competência para aplicar as normas judiciais não as
aplicam aos casos concretos que vão surgindo.
Fiscalização da Ex: Falta de Publicação no Diário da República de
Constitucionalidade determinados atos enumerados no artigo 119º da CRP,
implica nos termos do número 2 do mesmo artigo a
Esta tarefa pode ser realizada por: ineficácia jurídica

 Órgãos Político- A assembleia da república

 Órgãos Jurisdicionais -no atual sistema

jurídico português a fiscalização constitucional é
essencialmente judicial pelo que cabe aos
tribunais essa função (artigo 204º, 223 da CRP)

Declaração da Inconstitucionalidade
A declaração da inconstitucionalidade cabe
exclusivamente ao tribunal constitucional artigos 221º,
223º da CRP