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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Guilherme Guimarães de Miranda

LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

Brasília – DF
Fevereiro/2022

RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Relatório de Estágio apresentado ao INSTITUTO
FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DE BRASÍLIA – IFB – Campus
Estrutural, como requisito parcial para obtenção do
título de Licenciado em Matemática.

Nome do Aluno: Guilherme Guimarães de Miranda


Professor orientador: Wembesom Soares
DADOS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

IDENTIFICAÇÃO DO(A) ESTUDANTE


Nome do(a) estagiário(a):
Guilherme Guimarães de
Miranda
Curso:Li
cenciatur
a em
Matemát
ica
Campus:E
strutural
Matrícula:
1910981000
6
Período do
23 / 11 / 2021 a 08 / 02 / 2022
Estágio:
Carga Horária do
Estágio:120 horas
Professor(a) Orientador(a):
Wembesom Soares

CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
Outros.
Concedente: Privada Pública Especificar:
X ________________
Nome da Escola: IFB
- Campus Gama
Nome do Professor(a) Orientador na Escola: Ernani Aguiar Perez
*Duplicar o campo acima caso tenha feito o estágio em mais de uma escola.

1 INTRODUÇÃO
A matéria de Estágio supervisionado 3 me foi muito útil em alguns aspectos que
comentarei mais à frente, porém, assim como as outras disciplinas de estágio que já fiz,
sinto que infelizmente não pude aproveitar o que de melhor as matérias de estágio
obrigatório podem proporcionar: o frio na barriga e o desafio de entrar em uma aula de
aula cheia, sendo apenas o estagiário, e ter que dar uma aula com todos os obstáculos
aderentes à essa situação. Passou pela minha cabeça deixar para fazer as matérias de
estágio quando as aulas voltassem presencialmente, por receio das dificuldades de se
fazer o estágio supervisionado EaD, mas isso atrasaria bastante meu curso, então desisti
da ideia.
Demorei um pouco para conseguir encontrar um professor que desse aulas em um
horário compatível com os meus - trabalhando de manhã e estudando à tarde, eu só
poderia acompanhar um professor no período noturno. Por conta disso, comecei as
observações de aula um pouco atrasado em relação aos meus colegas, mas nada que
tenha me prejudicado.
Minha experiência na escola que estagiei, IFB - Campus Gama, foi um pouco
desafiadora e monótona. Um pouco desafiadora porque acompanhei turmas do EJA, que
até então eu nunca tinha tido contato, e monótona por conta das poucas variáveis que o
ensino remoto trás.
O professor que acompanhei, Ernani, foi muito solícito e me ajudou em todas as
vezes que precisei. Além de poder aprender mais sobre didática e planejamento de aula o
observando, devo pontuar que admirei sua postura diante da falta de interesse e
compromisso dos alunos. As aulas tinham, em média, 3 alunos e ainda assim o professor
Ernani foi perseverante em dar todas as aula síncronas que havia planejado, exortando
sempre a turma inteira para que entrassem nas aulas ou ao menos fizessem o esforço de
tentar resolver os exercícios propostos e entregá-los a tempo. Não falo isso com ironia, se
é o que parece (falar que um dos principais pontos do estágio foi a perseverança do
professor, pode parecer uma fala jocosa), mas acredito que ser perseverante é uma
qualidade indispensável à qualquer um que deseje ser um bom professor, pois ficar
desanimado diante de uma turma que pouco se esforça é muito fácil.
Como último ponto introdutório, gostaria de ressaltar que exercícios propostos pelo
professor Wembesom, no portal do NeaD, me ajudaram a tirar bons frutos da disciplina de
Estágio supervisionado 3. Não digo isso como forma de bajulação, mas foi por causa
desses exercícios que tive que fazer pesquisas, conhecer novos métodos de ensino,
softwares para aprendizagem, formas diferentes de ser pensar e montar uma aula, dentre
muitas outras coisas. Isso, talvez, tenha me feito evoluir mais do que a experiência que
tive no estágio em si.

2 DESENVOLVIMENTO

Como já disse na introdução, minha experiência não foi das melhores e mais
desafiadoras no estágio realizado no IFB - Campus Gama, mas pude aprender algumas
coisas. De um modo geral, podemos dividir essas experiência em 2 pontos: observação
das aulas e regência.

2.1 Observação das aulas

Antes de entrarmos em como se deu de fato a observação de todas as aulas, vale


ressaltar que as aulas síncronas aconteciam de 15 em 15 dias, sendo intercaladas por
aulas assíncronas de atividades postadas no Google Classroom, sempre às terças feiras,
sendo divididas em duas turmas: PROEJA 1, de 19:00 às 20:40 e PROEJA 2, de 21:00 às
22:40. Acompanhei as aulas das duas turmas e fiquei responsável pela regência do
PROEJA 1, enquanto minha colega Laís, também cursando a disciplina de Estágio
supervisionado 3, ficou por conta da regência do PROEJA 2. Tanto o professor Ernani
quanto a Laís, nas aulas em que deu regência, usaram um aplicativo de lousa digital para
dar suas aulas.
As aulas do professor Ernani foram sobre frações e proporções de um modo geral.
A abordagem escolhida por ele foi a de trazer situações problemas para as aulas que
envolvessem frações - como calcular quanto deve ser pago em um restaurante self-
service por uma pessoa que teve o peso do seu prato igual a x e o valor do quilo no
restaurante é y.
As aulas da Laís foram sobre função do segundo grau. Ela passou o conteúdo de
forma mais leve, sem se aprofundar e deixar mais complexo o conteúdo. Apesar de
também ter pouco quórum em suas aulas, dentre os 2 ou 3 alunos que sempre entravam,
tinha uma aluno que sempre respondia e interagia nas aulas da Laís. Isso tornava a aula
menos monótona e melhorou a experiência do processo de aprendizagem dessa aluna,
uma vez que ela conseguia tirar sempre suas dúvidas.
Além disso, outro ponto que me chamou atenção foi a quantidade de exemplos e
exercícios que os dois professores faziam. Todas as aulas eram pautadas em exemplos e
sempre eles mandavam listas de exercícios nas aulas assíncronas, eles as corrigiam na
sala de aula, revisando o conteúdo com todos os alunos. Como bons professores de
matemática, eles entendiam como esse é o único caminho para se entender a matéria:
fazendo exercícios.
Como já mencionei por alto, os alunos estavam pouco participativos. Cada uma
das duas turmas tinha cerca de 15 alunos, ou seja, no máximo ⅕ desse alunos estavam
tentando participar das aulas. Esse é um ponto que na minha cabeça é contraditório. Por
um lado, é fácil perceber como alunos do proeja podem se sentir desmotivados a
continuarem estudando: não ter o hábito de fazer isso todos os dias torna o ato de estudar
extremamente cansativo e entediante, os afazeres e as responsabilidades da vida adulta,
como cuidar da casa, dos filhos, trabalhar, além das preocupações com as contas a pagar
e os boletos para vencer, são todos obstáculos que dificultam muito o processo de
ensino-aprendizagem dessas pessoas - e isso deve ser levado em consideração na hora
de avaliá-los, por exemplo. Porém, por outro lado, nenhum dos alunos ali matriculados
estão lá porque foram obrigados - quando digo “obrigados” me refiro ao caso dos alunos
matriculados no ensino médio regular que frequentam a escola por determinação de seus
pais.
Portanto, é de fato uma situação ambígua. Ao mesmo tempo em que se espera
mais disposição e perseverança dos alunos que, por conta própria, quiseram estar
estudando todos os dias a noite, depois de anos sem fazer isso, deve ser levado em
consideração suas situações de vida e amenizado todo o processo. Os professores do
IFB - Campus Gama cobravam bastante dos alunos, no grupo do Whatsapp, pelas faltas
e atividades não feitas, de forma a tentar motivá-los e sem desrespeitos. Essas
chamadas, porém, não surtiram muito efeito.

2.2 Regência

Como já foi dito, a parte mais desafiadora da regência, que é o contato direto com
uma turma, não pôde ser vivida e, portanto, a regência não foi nada difícil. O material
usado por mim foi um quadro branco pequeno e canetões. As aulas foram dadas por uma
chamada no hangouts meet, usando a câmera de um notebook. Na aula em que mais tive
alunos presentes, estes somavam apenas três. Entrar em uma sala virtual, com os alunos
com suas câmeras desligadas e seus microfones mutados não é uma experiência
desafiadora. Para piorar, os alunos não interagiram comigo em nenhum momento - o que
não me permite dizer se de fato eles entenderam alguma coisa do que eu disse e se,
portanto, minha aula foi boa ou não. Foram cumpridos os 300 minutos mínimos de contato
síncrono, apesar de esses contatos mais parecerem assíncronos do que síncronos, dado
que não havia participação de ninguém, apenas meu computador e minha voz (como no
caso da aula assíncrona que gravei).
As matérias abordadas por mim foram regra de três composta e função do
segundo grau. O primeiro ponto a se destacar aqui é a falta de ligação lógica entre essas
duas matérias. Como comecei minhas observações no fim de novembro, apesar de
acreditar que sim, não sei se o professor havia dado uma aula introdutória sobre
conjuntos numéricos, domínio, contradomínio e imagem de uma função e função do
primeiro grau. Como as primeiras aulas que regi foram acerca de regra de três simples,
achei estranho quando o professor me pediu para que eu desse uma aula de função do
segundo grau em seguida.
A aula de função do segundo grau foi a aula assíncrona que mencionei acima.
Gravei usando o aplicativo OBS Studio e usei o VidCutter para editar o vídeo nas partes
em que estava apagando o quadro. Como estava preocupado com o nível de
complexidade dessa matéria, que por muitos é temida no ensino médio, procurei fazer
uma aula bem pautada em exemplos, com menos conteúdo teórico possível.
Em relação aos planos de aula produzidos por mim, devo dizer que foi uma
experiência enriquecedora pensar neles. O fato de essas aulas serem dadas aos alunos
do PROEJA nos obriga a pensar em modos de passar os conteúdos de forma mais
simplificada, pois os alunos que ali estão, na grande maioria dos casos, já não estudam
há muitos anos. Então ao tentar planejar minhas aulas, eu tentei trazer problemas da vida
real e que problemas que pudessem ser resolvidos, matematicamente falando, com uma
parte rasa do conteúdo. Acabei não enviando nenhum plano de aula ou atividade
assíncrona que fiz para o professor Ernani olhar e revisar antes de serem postos em
prática (confesso que não lembrei de fazer isso e o professor também nunca cobrou nada
do tipo). Porém, pelo feedback do próprio professor, consegui atingir aquilo que era
esperado por ele.
Vale pontuar que, em todas as aulas que participei, fosse regendo ou apenas
observando, avisei aos alunos que estava disponível para monitorias e disponibilizei meu
número, além de lembrá-los que estava presente no grupo criado no Whatsapp, já que o
professor Ernani não tinha um horário e sala fixos para os atendimentos de monitoria.
Apesar disso, nunca recebi nenhuma mensagem de nenhum aluno.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, o que pude extrair de bom e frutuoso, eu tentei extrair. Seria injustiça
dizer que a disciplina de estágio supervisionado 3 foi pouco frutuosa. Essa disciplina não
se restringe apenas à experiência de observações e regências, apesar disso ser o foco
principal, e, como já disse, as atividades propostas no NeaD ajudaram bastante para
minha formação.
O fato de o estágio ter sido realizado somente online (os professores do IFB -
Campus Gama quiseram voltar presencialmente, mas os alunos votaram contra)
aumentou um pouco meu desânimo, já existente nas outras duas disciplinas de estágio.
Parte desse desânimo, porém, foi suprimida pelas boas atividades que desenvolvemos no
portal do NeaD e pelas aulas particulares dadas por mim, além de ter começado um
estágio remunerado em uma escola no final do ano passado.
Em relação à experiência de sala de aula que tantas vezes citei nesse trabalho,
quero deixar mais esse adendo: infelizmente aprendi mais com os trabalhos que fiz por
conta própria sobre a prática docente (que muito difere do que se estuda na teoria) do
que com as matérias de estágio obrigatório.
Não quero deixar a impressão que minha experiência foi de toda ruim, mas só de
que não foi o que eu imaginei que seria. De qualquer forma, em todo processo sempre há
crescimento e aprendizado, então sigo animado para a última disciplina de estágio, que
tem maior chance de ser presencial, e animado com minha futura profissão de docente.

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