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“Soja em Discussão”
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Resumo
SUMÁRIO
4. Bibliografia ............................................................................................................................ 14
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1. HÁBITOS ALIMENTARES E EQUILÍBRIO ALIMENTAR:
QUE REALIDADE EM PORTUGAL?
Portugal, pela sua localização geográfica, na bacia europeia do Mar Mediterrâneo, é frequentemente descrito
como um país cujos hábitos alimentares se incluem num modelo alimentar do tipo mediterrânico. Este modelo
é assinalado como um padrão alimentar equilibrado e saudável, associado a baixos níveis de obesidade e
doenças crónicas não transmissíveis, sendo caracterizado pelo reduzido consumo de carne e peixe,
moderado consumo de etanol e produtos lácteos, sobretudo na forma de vinho e de queijo, respectivamente,
um elevado rácio de consumo de gordura monoinsaturada/saturada e um elevado consumo de produtos
hortofrutícolas, leguminosas e frutos secos.
Inversamente, os hábitos alimentares dos portugueses têm-se afastado das características e benefícios do
padrão alimentar mediterrânico, com aumento do consumo de alimentos com elevada densidade energética e
nutricional, excesso de gordura saturada, colesterol e açúcares, nomeadamente nas populações mais jovens.
Em simultâneo tem-se verificado um agravamento do perfil nacional de doenças crónicas não transmissíveis,
com elevada prevalência de excesso de peso, síndrome metabólica, hipertensão arterial, doenças
cardiovasculares e alguns tipos de cancro.
Nos últimos 40 anos, Portugal presenciou o aumento mais significativo da disponibilidade energética dos
países do mediterrâneo, como um acréscimo de 37,5% da energia ingerida, equivalente a ±1000Kcal/per
capita, tendo superado amplamente o valor médio diário recomendado (2000 a 2500 Kcal). Este aumento é
atribuído principalmente aos produtos de origem animal. Da análise da recente publicação da Balança
Alimentar Portuguesa 2003-2008, este aumento da disponibilidade energética mantém-se, tendo-se verificado
que na última década ainda foi obtido um aumento de 4% da energia ingerida, em comparação com a década
de 90.
No que respeita às gorduras, os resultados recentes apontam para um disponibilidade aproximada de 35% do
valor energético total diário disponível, mais 10% do que há 40 anos, e acima do intervalo máximo
recomendado para cada individuo de 15-30%. Este aumento foi predominantemente à custa do aumento da
disponibilidade de gorduras de origem animal (ácidos gordos saturados), tendo-se observado a partir da
década de 90 um excesso de gordura saturada, na ordem dos 16% do valor energético total, valor acima dos
10% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O aumento da ingestão de ácidos gordos
saturados é atribuído essencialmente ao aumento do consumo de carne. O consumo de pescado em Portugal
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é muito superior à maioria dos países europeus mas a sua disponibilidade tem vindo a diminuir ao longo das
décadas. São vários os estudos que estabelecem relações directas entre o consumo de carne e gordura
saturada e prevalência de doenças crónicas não transmissíveis.
Em simultâneo, ao longo de várias décadas observou-se um decréscimo da disponibilidade e consumo de
gordura vegetal (ácidos gordos insaturados, ómega 3 e ómega 6), principalmente, do azeite, dado que,
presumivelmente por razões económicas, as manteigas/margarinas e o óleo de girassol passaram a ser alvo
de maior preferência. Contudo, e de forma muito positiva, nos últimos anos o azeite parece estar a recuperar
protagonismo entre os portugueses.
O agravamento do consumo de produtos de origem animal foi atribuído em grande parte ao aumento da
disponibilidade de produtos cárneos e leite. Esta mudança acarretou, ainda como consequência o aumento
da ingestão de proteínas de origem animal. Embora se tratem de proteínas de alto valor biológico o seu
consumo excessivo implica sobrecarga metabólica e energética para o organismo para além do exagerado
consumo dos já referidos ácidos gordos saturados.
Paralelamente ao aumento da disponibilidade de proteína animal foi também observado o decréscimo de da
disponibilidade de alimentos ricos de proteína vegetal, nomeadamente, leguminosas, cereais e frutos secos.
Os alimentos de origem vegetal podem constituir fontes significativas de proteínas, nomeadamente as
leguminosas como feijão, grão, ervilhas e soja, que contêm 10 a 30% de proteínas e os cereais como o arroz,
milho, trigo que apresentam em média 6-15% de proteínas. Contudo, são consideradas proteínas não
completas, por deficiência de um ou outro aminoácido essencial, no entanto, e de acordo com os princípios
da alimentação mediterrânica, é possível colmatar estas faltas e obter proteínas completas através de
combinações entre cereais e leguminosas na mesma refeição.
São vários os estudos que demonstram que o rácio proteína animal versus proteína vegetal tem vindo a
sofrer alterações negativas, e que os incrementos de proteína verificados, principalmente de origem animal,
têm proporcionado um aumento da disponibilidade proteica per capita, rondando actualmente os 15-16% do
valor energético total.
Relativamente aos produtos lácteos, apesar do aumento da sua disponibilidade ao longo dos anos, alguns
autores consideram que ainda não existe um consumo de cálcio equivalente às recomendações, sugerindo a
necessidade de aumentar o seu consumo, principalmente na população geriátrica.
O consumo de produtos hortícolas sofreu um aumento lento mas significativo nos últimos 40 anos, no
entanto, pela diminuição da sua disponibilidade no mercado, na última década parece ter existido um ligeiro
decréscimo. Também os frutos frescos tiveram uma evolução positiva ao longo dos anos. Apesar do aumento
da disponibilidade de hortofrutícolas, importantes fontes de fibra alimentar, o consumo de fibra alimentar tem
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diminuído ao longo dos anos, possivelmente em consequência do decréscimo do consumo de cereais e
leguminosas.
O consumo total de etanol tem sofrido uma evolução favorável ao longo de várias décadas, através do seu
decréscimo, contudo, por diminuição expressiva da ingestão de vinho, que pode actuar como um factor
protector de saúde, desde que consumido em pequenas quantidades, e de um aumento muito significativo do
consumo de cerveja.
O consumo de sal permanece uma das preocupações dos hábitos alimentares dos portugueses. Estima-se
que actualmente o consumo de sal seja, em média, de 11.4g, equivalente ao dobro da quantidade diária
recomendada.
Em conclusão, a análise apresentada demonstra claramente que Portugal está perante um desvio do padrão
alimentar mediterrânico, com prejuízo para a saúde individual e global. É evidente que os hábitos alimentares
dos portugueses e disponibilidade de alimentos devem inverter a sua direcção, no sentido do aumento de
produtos de origem vegetal, dando preferência às gorduras vegetais como o azeite, aumentando a
disponibilidade e consumo não só de hortícolas e de frutos frescos, mas das fontes vegetais de proteínas,
como as leguminosas (feijão, grão, ervilhas, soja), cereais (milho, trigo, centeio, arroz) e frutos secos sob o
benefício de diminuir a ingestão de proteína animal e gordura saturada e aumentar o consumo de fibra
alimentar e gorduras insaturadas, nomeadamente, ómega 3 e 6.
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2. OS BENEFÍCIOS DA SOJA
Nos últimos anos a obesidade e outras doenças crónicas não transmissíveis, como as doenças
cardiovasculares, diabetes, hipertensão arterial, têm atingido níveis cada vez maiores entre as populações,
desde os países desenvolvidos aos subdesenvolvidos, tornando-se uma verdadeira preocupação em saúde
pública, ultrapassando os problemas causados pela malnutrição e pelas doenças infecciosas.
Para todas estas doenças é reconhecido o papel determinante que a alimentação assume. A soja é um dos
alimentos cujo interesse tem crescido, pelas diferenças encontradas na prevalência de certas doenças, como
o cancro, entre as populações que fazem um consumo elevado versus as que praticamente não a consomem
(1).
A soja é um alimento muito consumido no oriente, em particular na Ásia, existindo larga evidência
epidemiológica nestes países de que o seu consumo parece trazer benefícios para a saúde. As mulheres
asiáticas que apresentam consumo elevado de soja, apresentam uma redução de cerca de um terço no risco
de desenvolvimento de cancro da mama (2, 3, 4). No Japão o consumo total de isoflavonas de soja varia
entre 25 a 50 mg por dia estimando se que as populações ocidentais seja inferior a 2 mg (5, 6). A soja é um
alimento muito rico do ponto de vista nutricional, com uma grande quantidade de proteína vegetal, possuindo
também oligossacáridos, fibra, sais minerais, vitaminas e ainda um grupo de substâncias que tem
manifestado um interesse crescente para a saúde, os fitoquímicos, dos quais se destacam as isoflavonas (7,
8).
A soja contém cerca de 40% do seu conteúdo nutricional em proteína, sendo das proteínas vegetais, a que
mais se aproxima da proteína animal, podendo ser considerada uma proteína de alto valor biológico. Também
ao contrário das restantes leguminosas, a soja contem uma quantidade de gordura superior, gordura essa,
muito rica em ácidos gordos polinsaturados (61% da fracção lipídica), nomeadamente linoleico e linolénico, ou
seja a soja constitui uma boa fonte de ácidos gordos omega 6 e omega 3. Possui ainda 24% de ácidos gordos
monoinsaturados e não tem colesterol (9). A tabela 1 apresenta informação nutricional mais detalhada (8, 10).
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Tabela 1 - Composição Nutricional da Soja
Nutriente Quantidade por 100 g
Proteina 36,5 g
Gordura 19,9 g
Glícidos 30,1 g
Fibra 9,3 g
Riboflavina 0,87 mg
Folato 375 μg
Cálcio 277 mg
Magnésio 280 mg
Zinco 4,9 mg
Ferro 15,7 mg
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2.1 Isoflavonas e cancro da mama
Os fitoestrogénios são compostos derivados das plantas e que são biologicamente activos, comportando-se
funcional e estruturalmente como os estrogénios. As isoflavonas incluem se nos fitoestrogénios, sendo a sua
principal fonte alimentar a soja. As isoflavonas da soja são a genisteína, a daidzeína e a gliciteína (8).
Nos alimentos tradicionais de soja considera-se que a relação isoflavona/proteína é de 3,5:1, o que significa
que a ingestão de 15 g de proteína pressupõe o consumo de 50 mg de isoflavonas (11). As isoflavonas de
soja têm a capacidade de se ligar aos receptores de estrogénio α e β, sendo a afinidade para o receptor β 20
vezes superior. Esta diferença na afinidade para os receptores parece conferir às isoflavonas a capacidade
para regular funções fisiológicas de forma diferente dos estrogénios humanos. (12).
Tem existido também, alguma preocupação relativa à segurança do consumo da soja e das suas isoflavonas,
no sentido das mesmas poderem potenciar o desenvolvimento de cancro. Messina et al, analisaram diversos
estudos no sentido de verificar esta associação, tendo concluído que o consumo de soja não conduziu à
proliferação de células cancerígenas na mama nem ao aumento da densidade mamária. Os mesmos autores,
dos diversos estudos que analisaram concluem também que o consumo de soja apresenta para o cancro da
mama, nalguns casos um efeito protector moderado ou nenhum efeito (13). Outros autores, concluíram a
partir de diversos estudos de caso controlo realizados com mulheres Asiáticas, existir uma associação
significativa entre o consumo de soja e a redução do risco de cancro da mama, verificando uma redução de
16% no risco, por cada 10 mg de consumo de isoflavonas por dia. Estes autores verificaram ainda que o
efeito é maior quando o consumo da soja se inicia mais precocemente (adolescência versus idade adulta)
(14).
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2.2 Doenças Cardiovasculares (DCV)
A soja tem ganho também alguma atenção pelo seu potencial papel na prevenção das DCV. Em 1999 a Food
and Drug Administration aprovou a alegação nutricional relativa à soja na protecção das doenças coronárias.
Esta alegação teve por base estudos que verificaram que um consumo de pelo menos 25 g de proteína de
soja por dia diminua o colesterol total, bem como o colesterol LDL (15).
Cederroth et al referem diversos ensaios clínicos, nos quais o consumo de soja, fez diminuir os valores de
colesterol total e LDL, bem como se associou a uma diminuição da massa gorda e do índice de massa
corporal dos indivíduos (3, 16). Os mesmos autores referem no entanto, ter analisado um outro conjunto de
estudos nos quais não se verificaram quaisquer alterações decorrentes do consumo da soja. Os autores
referem que estas discrepâncias parecem estar relacionadas com a variabilidade dos métodos experimentais,
protocolos de administração da soja, doses ingeridas e duração dos estudos, referindo que é necessária mais
investigação para clarificar os efeitos da soja no organismo (3).
O consumo de soja parece diminuir o LDL nos indivíduos com hiperlipidémia. No entanto, a magnitude do
efeito, bem como a quantidade de soja necessária para atingir os resultados é diferente nos diversos estudos
(16).
Outros autores concluíram que as proteínas de origem vegetal são benéficas na redução da pressão arterial.
Devido à presença de outros nutrientes, os autores não podem distinguir os tipos de fontes de proteínas
vegetais, mas referem que no caso da soja, as isoflavonas podem ter um benefício adicional (17)
Alguns autores descrevem uma relação directa entre um maior consumo de fitoestrogénios e diminuição da
pressão arterial sistólica e diastólica (18). No entanto Rosero Arenas et al, realizaram uma meta-análise de
diferentes estudos da qual concluíram que o efeito dos fitoestrogénios sobre a pressão arterial, parecem ser
muito pequenos ou inexistentes. No entanto, como já referido, os autores referem uma grande variabilidade
nas doses de fitoestrogneios aplicadas nos diferentes estudos, bem como diferenças nos sujeitos (19).
Sacks et al analisaram diversos estudos no sentido de confirmar a relação da soja na prevenção das doenças
cardiovasculares. Dos estudos analisados que o efeito na diminuição do colesterol LDL é muito ténue, não se
verificando qualquer efeito benéfico sobre o colesterol HDL, os triglicéridos, lipoproteína (a) ou sobre a
pressão arterial. Por este motivo os autores não recomendam o consumo de soja ou isoflavonas de soja sob
a forma de suplementos. No entanto, recomendam o consumo de soja e produtos de soja, como tofu,
manteiga de soja, iogurtes de soja, entre outros, referindo que o seu consumo é benéfico para a saúde
cardiovascular, uma vez que são ricos em gorduras polinsaturadas, fibra, vitaminas e minerais (20).
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2.3 Obesidade e diabetes
As isoflavonas têm demonstrado possuir diversos efeitos, nomeadamente no que se refere ao metabolismo
dos lipidos e da glucose. As mulheres após a menopausa possuem um risco aumentado de desenvolver
obesidade visceral, bem como insulino-resistência. Os receptores de estrogénios actuam mediando a acção
dos estrogénios no metabolismo dos lipidos e da glucose. Os estrogénios afectam assim a massa adiposa,
quer directamente, modulando a lipogénese ou a lipolise, quer indirectamente modulando o apetite ou o gasto
energético. (21).
Alguns estudos realizados em animais e em humanos suportam a hipótese de que a soja e os fitoestrogénios
de soja, podem ser benéficos na prevenção da obesidade e diabetes (16, 22). Estes estudos demonstraram
que a ingestão de soja e fitoestrogéneos de soja, foi muito efectiva na redução do tecido adiposo e na
melhoria da resposta à insulina. Considera-se ainda que, outros micronutrientes, como as saponinas,
fitoesteróis, inibidores da tripsina assim como a composição em aminoácidos, podem ter um efeito sinérgico.
O autores referem, no entanto, que apesar do potencial efeito benéfico no metabolismo das gorduras e dos
glícidos, são necessários mais estudos quais os componentes específicos e o seu modo de acção (3). Para
além dos aspectos referidos Blair et al referem que o facto de a soja apresentar baixo índice glicémico,
parece ser um benefício adicional no controlo da glicémia e dos níveis de insulina (23).
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2.4 Outras situações e patologias
Observa-se que nos países ocidentais há um maior risco de osteoporose, quando comparados com a
população asiática, considerando-se que o consumo de soja seja responsável por esta diferença (7). Há
diversos estudos que suportam a hipótese de que a ingestão de soja tem um papel positivo na prevenção da
osteoporose nas mulheres pós menopausa. No entanto, os estudos são recentes e é necessária mais
investigação para confirmar esta questão (12).
A ingestão de isoflavonas de soja diminuiu significativamente o risco de desenvolvimento de cancro da
próstata em indivíduos no Japão (12). A suplementação com proteína de soja ou isoflavonas de soja também
fez diminuir os marcadores para o desenvolvimento do cancro em pacientes com cancro da próstata. No
entanto este estudo verificou que esta diminuição só se verificava nos homens com elevado risco de
desenvolvimento de cancro da próstata e não em indivíduos com risco normal (24).
Diversos autores têm estudo a relação das isoflavonas com o alívio dos sintomas pós menopausa nas
mulheres, sendo os resultados mais uma vez contraditórios, embora a evidência epidemiológica demonstre
que as mulheres asiáticas sofrem menos de afrontamentos e outros sintomas, quando comparadas com as
mulheres ocidentais, sendo necessária mais investigação (25).
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2.5 Conclusões
Uma das preocupações com o consumo da soja tem que ver com os leites para lactentes à base de soja,
pelos potenciais efeitos a longo prazo de um consumo elevado de isoflavonas precocemente. No entanto, a
American Academy of Family Phisicians refere não ter encontrado qualquer efeito negativo associado ao
consumo de leite à base de soja quando comparado com o consumo de fórmulas para lactantes à base de
leite de vaca. (26)
Messina et al, consideram que embora exista ainda muito para apreender sobre os efeitos da soja e das
isoflavonas de soja nas doenças crónicas, esta área parece ter um grande potencial e que dado o seu perfil
nutricional, dietistas e nutricionistas devem fazer um esforço no sentido de recomendar e encorajar o
consumo de leguminosas em particular da soja (8).
Diversos estudos demonstram ainda que a soja possui muitas outras substâncias para além das isoflavonas,
como o ácido fítico ou as saponinas, que apresentam propriedades anti-oxidantes, anti-cancerígenas e anti-
virais (27).
Embora nem todos os estudos apresentem os mesmos resultados e existam até resultados contraditórios,
como já foi referido, há diferenças substanciais na forma como os estudos são conduzidos e nas quantidades
de soja utilizadas. Ainda assim, e de forma consensual, os diversos investigadores reconhecem o grande
potencial que a soja pode ter nas várias situações referidas e que é necessária mais investigação para
compreender os efeitos da soja no organismo, bem como quais os componentes específicos responsáveis
pelas acções. A evidência epidemiológica, mostra claramente que as populações asiáticas, onde o consumo
da soja é elevado, a prevalência destas doenças são inferior às populações ocidentais, onde o consumo de
soja é muito reduzido.
Desta forma, o consumo de soja apresenta assim um grande potencial na protecção e na promoção da
saúde.
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3 Referências Bibliográficas
4 Bibliografia
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