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Orientador

Enf. Arlei de Oliveira von Randow


Introdução
 Conceitos:

 Conforto;
 Segurança.

 O conforto e a Segurança abrange aspectos


físicos, psicosociais e espirituais e constituem
necessidades básicas do ser humano.
Posições de Conforto
 Durante o processo de cuidar de Enfermagem, faz-se necessário a
implantação de medidas que venham proporcionar conforto e
segurança ao paciente. É uma tarefa difícil, pois o paciente ao
ficar internado passa por estressores importantes que
influenciam na evolução do quadro clínico deste.

 Além do conforto, do relaxamento, uma boa postura é fator


importante no funcionamento metabólico. No paciente
acamado, a boa postura tem por objetivo permitir também a
prevenção de contraturas, de encurtamentos musculares e
manter a expansão pulmonar adequada.
Posicionamento no leito
 Objetivos da atuação de enfermagem:

 Manter a força e o tônus muscular nos músculos em desuso, cujo


movimento não está contra-indicado;

 Prevenir a atrofia desses músculos;

 Prevenir contraturas que prejudiquem a mobilidade das articulações;

 Restaurar força e o tônus muscular;

 Prevenir deterioração das outras capacidades funcionais do paciente,


em conseqüência da limitação da mobilidade.
Objetivos do posicionamento terapêutico:

 Proporcionar conforto ao paciente.

 Garantir uma circulação venosa livre.

 Manter o alinhamento normal do corpo.

 Distribuir eqüitativamente o peso corporal sobre a superfície de


apoio.

 Favorecer o estímulo e a manutenção da função motora,


cognitiva e sensorial do paciente.
Objetivos do posicionamento terapêutico:
 Reduzir a intensidade da espasticidade muscular que ocorre nos pacientes com
lesão do sistema nervoso central (SNC).

 (Os músculos espásticos são mais resistentes à contração do que os músculos


normais e também custam mais a relaxar, permanecendo contraídos por um
período de tempo mais longo. Quando não são tratadas podem agravar podendo
levar a atrofia muscular e deformidades.)

 Prevenir deformidades ligadas ao crescimento, como nos casos das crianças, que
encontram-se em crescimento ósseo e muscular, podendo assumir a forma dos
objetos que estejam por eventualidade, pressionando por um período de tempo
prolongado.

 Reduzir a incidência de outros problemas associados com a imobilidade.

 Auxiliar e viabilizar facilitar a realização de exames, cirurgias.

OBS: A avaliação do paciente deve ser de forma individual, possibilitando a identificação de suas necessidades, em
relação à adequação de seu posicionamento.
Regras gerais para assegurar conforto
físico ao paciente:
 A postura proporciona repouso, relaxamento e ajuda a manter
em melhor funcionamento todos os órgãos;

 O trabalho com movimentos amplos e harmoniosos obedecendo


a amplitude das articulações, evita procedimentos bruscos e
manuseios desnecessários;

 Ao tocar o paciente, fazê-lo com firmeza e gentileza;

 Ao virar, mover ou aparar o paciente, fazê-lo com a mão e não


usar somente a ponta dos dedos, pois poderá machucá-lo;
Regras gerais para assegurar conforto físico
ao paciente:
 A mão deve estar seca, macia e quente;

 Ter todo material necessário sempre pronto a mão;

 Ao levantar um paciente, sustentar sempre as partes mais pesadas do


corpo;

 Ao movimentar o paciente deve-se suspendê-lo e não arrastá-lo, como


medida preventiva de escara.
Posições de conforto no leito
 Posição supina (decúbito dorsal):

 O paciente nesta posição, encontra-se deitado de costas. As proeminências


ósseas e calcâneos necessitam de proteção especial, a fim de evitar o surgimento
de úlceras de decúbito. Também as curvaturas naturais do corpo merecem
atenção, para que, ao sair do hospital, o paciente não apresente deformidades
de postura.

 Os pés devem permanecer na posição anatômica de 90 graus, para que sua


“queda” não ocasione o que denominamos de pé eqüino. Quando o paciente
não tiver motilidade de forma consciente, a enfermagem deve realizar exercícios
passivos que irão não só evitar a atrofia muscular, como também irão ativar a
circulação. No leito a enfermagem pode lançar mão de suporte para os pés, ou
improvisar com a colocação de coxins entre os pés e a cama. As curvaturas
naturais do corpo, como do pescoço, região lombar, região poplítea, poderão ser
melhor acomodadas sobre coxins, cobertores enrolados, assim como toalhas e
lençóis. Além de proporcionarem a conservação da posição anatômica do corpo
tais recursos também proporcionam um maior conforto e relaxamento para o
paciente.
Posição pronada (decúbito ventral):
 Na posição pronada ou decúbito ventral, o paciente encontra-se
de bruços, ou seja, deitado sobre o seu tórax e abdômen.
Proeminências ósseas como os ombros devem ser protegidas com
toalhas para que não seja provocado protusão e escaras. Os seios
devem ser “acolchoados” para que não fiquem comprimidos e
assados. A cabeça pode ficar voltada para qualquer lado e as
orelhas devem ser protegidas, por serem áreas de grande
incidência de formação de úlcera de decúbito, principalmente
em pacientes comatosos. Colocar coxins nas curvaturas
anatômicas. Não esquecer de flexionar discretamente os
membros, a fim de evitar hiperextensões que poderão trazer
graves conseqüências.
Posição decúbito lateral direita e esquerda:

 Nesta posição, o paciente pode estar deitado sobre seu


hemicorpo direito ou esquerdo. Os cuidados de
enfermagem devem ser os mesmos que nas outras
posições.
Posição de Fowler, semi-Fowler e Fowler alta:
 Fowler: a cabeceira do leito do paciente é elevada a um ângulo de 45 a 60 graus e as
pernas ficam retas, porém com coxins nos calcanhares e na região posterior do joelho.
As principais áreas de sustentação nesta posição são os calcanhares, as partes
posteriores do ilíaco e a região sacra. Os pacientes considerados com alto risco de
formação de escaras, só devem permanecer por 30 minutos, sendo necessária sua
mudança de decúbito com maior freqüência. A posição de Fowler é indicada para
pacientes com problemas cardíacos e respiratórios, pois permite expansão torácica.

 Semi-Fowler: a elevação da cabeceira é de 30 graus.

 Fowler alta: a posição é totalmente sentada, a cabeceira é elevada a 90 graus.


Posição Sims:
 É uma posição semelhante ao decúbito lateral esquerdo,
diferindo na distribuição de peso do paciente. Nesta posição o
membro inferior esquerdo fica posicionado anatomicamente e o
membro inferior direito fletido sobre o outro. Em caso de adotar
esta posição para repouso, a enfermagem deve mobilizar o
paciente de 2/2 horas ou mais freqüentemente, se necessário.
Não esquecer da colocação de coxins nos pontos de pressão.
 Existem outros tipos de posições porém são utilizadas para
tratamentos cirúrgicos, procedimentos ginecológicos ou
para realização de exames e não são utilizadas para
permanência e repouso no leito, serão estudadas em outro
capítulo específico.
Prevenção de Úlceras de Pressão
e Deformidades

 O apoio adequado e mudança freqüente de


posição facilitam o repouso, pois proporcionam
relaxamento alternado dos diversos grupos de
músculos do organismo.
 Uma técnica muito utilizada em hospitais é a
mudança de decúbito com a finalidade de se
evitar as famosas úlceras de pressão.
Mudança de Decúbito
 Você sabia que pessoas hospitalizadas,
principalmente aquelas que ficam
acamadas por um longo período, podem
desenvolver úlceras de pressão,
também chamadas de escaras ou
úlceras de decúbito? São lesões
cutâneas que podem aparecer em
regiões do corpo que têm mais contato
com o leito. “Quando estamos dormindo,
por exemplo, automaticamente
mudamos de posição, pois o nosso
organismo tem o seu meio de proteção
contra essas ulcerações. Quando o
paciente está sedado ou em coma, ele
perde essa função espontânea de
mudança de decúbito, ou seja, de mudar
a posição em que se está deitado para
não ter essas ulcerações”.
 As estatísticas revelam que cerca de 17% dos pacientes
desenvolvem ou são suscetíveis a apresentar úlceras de pressão.
Para prevenir o aparecimento das lesões, várias medidas são
tomadas pelas equipes multidisciplinares de assistência aos
pacientes, como: identificação precoce dos pacientes de risco,
uso de colchões especiais, suporte nutricional adequado,
tratamento das infecções e também mudança de decúbito.

 “Quando o paciente possui alguma doença que o leve a ficar


acamado mais tempo ou mais dependente da ventilação
mecânica, a chance de desenvolver úlcera de pressão é bem
maior, principalmente nas doenças neurológicas. Daí a
necessidade de um conjunto de medidas entre as quais a mais
importante é a mudança sistemática de posição”.
 No CTI dos Hospitais, por exemplo, faz
parte da rotina dos profissionais da
Enfermagem a mudança de posição do
paciente no leito a cada 2 horas. “Quase
todos os hospitais do Brasil e do mundo
usam essas metodologia para prevenção da
úlcera de pressão. Por meio do relógio de
mudança de decúbito, em que aparecem as
posições de decúbito, os técnicos de
enfermagem podem ver as posições
corretas a cada mudança”.

 O trabalho integrado e as rotinas de cuidados na assistência por parte de


médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e equipes de apoio como os
profissionais da nutrição, contribuem para proporcionar mais conforto aos
pacientes acamados por longos períodos.
 Os cuidados não acabam quando o paciente sai do
Hospital. “Quando ele vai para casa e apresenta alguma
seqüela que o deixou dependente de cuidados, por
exemplo, a família é orientada pela equipe a continuar com
os procedimentos necessários para a prevenção das escaras.
É, inclusive, um indicador: paciente que está sendo bem
cuidado dificilmente apresentará feridas.

Fowler
Diferença entre úlcera de pressão e escara:
 Úlcera de pressão é uma área localizada de necrose celular que tende a se desenvolver
quando o tecido mole é comprimido entre uma proeminência óssea e uma superfície dura
por um período prolongado de tempo. A princípio forma uma área hiperemiada,
transformando-se numa coloração arroxeada e posteriormente formando uma ulceração
conseqüente a deficiência de circulação sanguínea local.
 Outros termos freqüentemente usados são úlceras de decúbito, escara, escara de decúbito,
porém, por ser a pressão o agente principal para a sua formação, recomenda-se a adoção
do termo – úlcera de pressão (UP).
 O termo escara deve ser utilizado para designar a parte necrótica ou crosta da ferida e não
como seu sinônimo.

 As localizações mais comuns das úlceras de pressão são:

 Saliências ósseas
 Região do Quadril
 Cintura
 Ombros
 Cotovelos e joelhos
 Orelhas
 Calcanhar
Massagem de Conforto
 Definição:

 É a massagem corporal realizada durante o banho de leito, e


aconselhável ainda, após o uso de comadre e durante a mudança de
decúbito.
 Existem cinco movimentos utilizados durante a massagem:
deslizamento, amassamento, fricção, percussão (palmadas com as
mãos cerradas) e vibração.

 Finalidade:

 Estimular a circulação local;


 Prevenir escaras de decúbito;
 Proporcionar conforto e bem estar;
 Possibilitar relaxamento muscular.
Importante:
 Nunca massagear sobre a roupa do paciente, para
evitar escarificação;
 Retirar anéis e pulseiras antes de realizar a massagem
no paciente e cortar as unhas;
 A variação de tempo deve ser de 3 a 15 minutos;
 A massagem dever ser feita por pessoal especializado;
 Manter as mãos sempre limpas
Massagens de Conforto
 Movimento de Deslizamento
Massagens de Conforto
 Movimento de Amassamento
Massagens de Conforto
 Movimentos Longos e Suaves
Transporte do paciente
 É a transferência do paciente de um local a outro,
utilizando-se de maca ou cadeira de rodas.

 Para se fazer o transporte ou remoção do paciente de um


determinado lugar para outro, nas dependências do
hospital, exige-se que a pessoa que realiza o transporte
tenha noções básicas de como atuar de forma correta e
adequada.
Cuidados gerais com o transporte:
 1. O transporte do paciente deve ser feito com muito cuidado. A
movimentação mal feita pode provocar lesões, às vezes irreversíveis;
 2. Para que o transporte seja eficiente deve-se agir com rapidez e
segurança, porém com cuidado;
 3. Observar constantemente o estado geral do paciente durante o
transporte;
 4. Movimentos suaves ao manipular o paciente diminuem as vibrações,
solavancos, dor e desconforto;
 5. Não mova local fraturado ou suspeito de fratura, nestes casos, uma
pessoa deverá apoiar apenas este segmento (perna, braço, etc.);
 6. Ao se movimentar ou transportar pacientes politraumatizados, os
cuidados devem ser redobrados: pacientes com trauma crânio-encefálico
devem ser movimentados com máxima atenção, sem movimentos de
flexão e rotação e com maior número de pessoas;
7. Ao proceder transporte com maca:

 Descer e subir rampas com a cabeça do paciente para cima, exceto quando o
paciente estiver em estado de choque;
 Conduzir a maca pelo corredor com o paciente sempre olhando para frente. Se for
preciso subir a rampa ou entrar em elevador, virar a maca após, para conduzir o
paciente sempre na posição correta;
 Ao entrar no elevador, nivelar o mesmo e travar a porta. Entrar primeiro com a
cabeceira da maca, desta maneira já saíra na posição correta;
 Transporte a maca com a grade, principalmente quando for transportar pacientes
anestesiados, inconscientes, agitados e crianças;
 Transportar o paciente sempre coberto com lençol, se necessário.

8. Ao proceder transporte com cadeiras de rodas:


 Descer a rampa, transportar sempre a cadeira de ré;
 Subir a rampa com o paciente olhando para frente;
 Solicitar auxílio, sempre que necessário, para subir e descer a rampa;
 Entrar no elevador puxando a cadeira, de ré. Desta forma, ao sair do elevador
estará na posição correta.

9. Cuidados com portas e paredes;

10. Transportar paciente sempre coberto com lençol e cobertor, se necessário.


Cuidados específicos:
 1. Paciente com soro:

 Cuidado para não obstruir a agulha ou cateter, mantendo o soro


sempre em altura adequada para gotejamento uniforme;
 Não tracionar o equipo, para que a agulha ou cateter não se
desloque, e para evitar desconexão;
 Se houver formação de soroma (infiltração de soro no tecido
subcutâneo), interromper o gotejamento. Comunicar o responsável
pela medicação assim que chegar à unidade;
 Caso haja desconexão dos cateteres, procurar o posto de
enfermagem mais próximo.
Movimentação e Transporte
do Paciente
 Movimentação do paciente para a cabeceira da
cama.

Movimento com a ajuda de um trapézio


Movimentação e Transporte
do Paciente
 Movimentação do paciente para a cabeceira da
cama.

Sem a colaboração do paciente Se a altura da cama for regulável


Movimentação e Transporte
do Paciente

 Movimentação do paciente da cama para a poltrona


ou cadeira de rodas.

Utilizando cinto de transferência


Movimentação e Transporte
do Paciente

 Movimentação do paciente do leito para a maca e


vice-versa.

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