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Direito Comercial I

Professora: Eulália Moura


Colaboração: Maria Paula e Natália
Aula 9 de 20/09/02

(a primeira metade da aula foi sobre microempresa, com a leitura final da apostila 2)

EMPRESAS:

Registro → Obrigatoriedade
→ Decisão
→ Recurso

Escrituração → simplificada
→ obrigatória
→ responsabilidade pela legalização

Registro
A sociedade começa pelo seu registro. O NCC vem explicitar isso, mas isso já existia no Código Comercial.

Art.967, NCC e seguintes - É necessário levar o registro, é a diferenciação entre a sociedade de fato e a sociedade de
direito.
Por exemplo, quando decidimos nos reunir em sociedade, para formar uma empresa, após estipularmos como
tal sociedade funcionará, temos que registrá-la; porque somente quando levarmos estes atos constitutivos a registro é
que ela será uma empresa, e isso deve ocorrer antes do início da atividade, senão ela será uma sociedade de fato e não
de direito.
O registro é obrigatório, e sem ele não há empresa.
O art. 968 fala do que deverá conter o requerimento de inscrição do empresário.
Segundo, Art. 968, § 1º, não haverá nenhuma empresa cujo o NIRE ,número do ato constitutivo do seu
registro inicial no órgão registrário, seja igual. Os NIRE’s adotarão sempre uma ordem cronológica.
As averbações relacionadas às empresas seguem a ordem cronológica de todas as averbações que estão sendo
feitas também pelas outras empresas e não do NIRE. Assim, a sua primeira averbação terá um número
completamente diferente do outro, o que não mudará nunca é o NIRE. E ele deverá constar de todos os atos
societários posteriores à constituição da sociedade. Como se trata de um registro nacional, nenhuma outra empresa
tem o mesmo número no Brasil, inclusive através dele podemos identificar os estados nacionais. Ex: NIRE começado
por 3333 é sempre do Rio ...

O registro se dá quando após redigimos o contrato social, o levamos à apreciação da Junta Comercial ou, com o
NCC, ao Registro Público de Empresas Mercantis. A Junta Comercial é composta de: presidente, secretário geral, um
órgão de consultoria, que é a Procuradoria, e também várias turmas, chamadas Turmas de vogais, integradas por
comerciantes dotados de probidade e de alto conhecimento mercantil, de pequenos empresários, de grandes
prestadores de serviço. A apreciação poderá ser sumária ou ordinária de acordo com o tipo de ato societário que seja
ingressado na Junta.
Por exemplo, a constituição de uma sociedade será examinada em caráter ordinário, submetida ao exame por
todos os integrantes da turma em que “cair”, os quais podem deferi-la, que será, desse modo, registrada.
Se houver alteração contratual, que não traga nenhum impacto sob o ponto de vista comercial de atividade
econômica, ela deverá ser submetida à Junta, mas com apreciação sumária (apenas um dos vogais irá trata-la,
agilizando o processo). Quando o vogal faz alguma exigência no processo, até que esta seja atendida ou derrogada
pelo interessado, o processo não é liberado. A exigência tem o poder de suspender a efetivação do registro, mas pode
haver recurso (o grau máximo é o Colegiado).

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OBS: Existem atos societários que são dotados de certa complexidade jurídica (ex: fusão, cisão,...) o que
dificulta o trabalho dos vogais para saber se estas operações jurídico-societárias estão dotadas de regularidade. Então,
entra o papel da PROCURADORIA, através de parecer dado pelo Procurador do Estado, alocado na Junta Comercial.
Se cair em exigência, há um prazo de 30 dias para cumprir, neste tempo, ela poderá ser cumprida ou não
(recorrendo, neste caso).Não cumprindo o prazo, deverá se reingressar com o processo. Mas, se cumprida a exigência,
nada impede que o Estado faça outras, quantas vezes quiser. O cumprimento da exigência é feito por meio de
requerimento, você cumpre as que considera corretas e, através de petição, explica porque não está cumprindo as
outras. Contudo, se o vogal ainda quiser o cumprimento dessa, resta o recurso contra ela, que é o grau máximo e
levará a questão para ser analisada pelo Presidente. Se, após o recurso, o processo continuar pendente, pode-se pedir
para que seja remetido ao Plenário, para ser somente apreciado, ou para a apreciação e sustentação oral.
No Direito Comercial, os recorrentes, só podem apresentar um único recurso. Caso ele não seja provido,
perdemos e não há mais alternativa. O recurso é uma peça processual.

Escrituração
A escrituração lato sensu, é a materialização do que acontece dentro de uma empresa. Sob o ponto de vista
societário, ela dependerá do tipo de sociedade. É obrigatória para toda sociedade.
Se for uma sociedade que não a anônima, a escrituração será bastante simples, a escrituração da sociedade
anônima, por sua vez, é bastante complexa, pois dela são exigidos livros para dar regularidade aos atos societários
havidos. Ou seja, na sociedade anônima tudo o que acontece sob o ponto de vista societário tem de estar refletido nos
livros da sociedade, isto é, tem que ser levado a registro no livro próprio.
O que não se registra em papel não tem validade. Não existe contabilidade ou movimentação de atividade
econômica que não esteja escriturada.
Escrituração contábil (formal) – Todas as sociedades necessitam de livros com a escrituração de toda a parte
contábil da empresa. Só valendo o que estiver escriturado.
É necessário também a legalização destes livros. Se eles não forem levados a registro na Junta Comercial da
minha sociedade, ele não é válido, ou seja, eles precisam ser registrados para serem oponíveis à terceiros. Todos os
atos societários são registrados na sede.
A responsabilidade pela escrituração é do administrados, do empresário perante a terceiros. O contador é
responsável intra-sociedade e perante o seu registro de classe. Sendo assim a responsabilidade direta é do empresário
e a indireta é a da pessoa a quem é delegada a atividade (não precisa ser expressa, podem ser utilizados todos os meios
de provas lícitos para mostrar tal responsabilidade).

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