Você está na página 1de 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

Filosofia Geral e do Direito


Análise Ética do Filme “Doze Homens e uma sentença”

Lucas da Silva Gonçalves


Prof.: Célio Costa Rodrigues
Turma 01

09 de Dezembro de 2010
Manaus – AM
“DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA” – Análise Ética

O filme de 1957, dirigido por Sidney Lumet, estrelado por Henry Fonda, Lee J.
Cobb, Ed Begley, E.G. Marshall, Jack Warden, entre outros, se passa na Nova York
pós-crise, ainda abalada pelas reviravoltas econômicas e impregnada de preconceitos e
tradicionalismos. Dona de uma rotina já conturbada, a sociedade se encontrava em um
ritmo frenético de vida, cada um com suas ocupações e responsabilidades próprias.
A história se dá a partir de um crime supostamente cometido por um jovem de 18
anos, acusado de matar seu pai. Submetido a julgamento, um júri composto por
diferentes pessoas - doze no total, das mais variadas classes sociais, idade e formação
acadêmica - deve decidir sobre o futuro do jovem: inocentá-lo e permitir sua
reintegração à sociedade; ou culpá-lo, e condená-lo à cadeira elétrica. Inicialmente, onze
dos doze jurados já o consideram culpado, baseados unicamente nas alegações da
acusação. Somente um se nega a condená-lo tão logo, não definindo inocência ou culpa
do réu. O oitavo jurado vai, então, por contestação das provas, mostrar aos demais
jurados que não se deve decidir tão rápido uma questão tão importante como esta, que
envolve a vida de um ser humano, mudando paulatinamente sua visão acerca do
assunto, abrindo seu olhos para novas perspectivas da realidade. O filme trás uma crítica
à sociedade, no ponto em que mostra a indiferença mostrada por uma pessoa, no caso de
alguns jurados, quanto à situação-problema que dizem respeito a outros indivíduos que
não eles próprios.
O egoísmo dos homens, mostrado claramente, é um empecilho à realização de um
trabalho ético. Torna-se mais cômodo fazer o mais fácil em detrimento muitas vezes do
que é mais certo. Como é o caso de um jurado, que preferiu abolir sua prerrogativa de
refletir e decidir corretamente, indo de acordo com a maioria, simplesmente por ter
outro compromisso pessoal, um jogo de beisebol. E o preconceito de outro, que decidiu
prematuramente pela condenação por considerar o acusado, por ser de origem humilde,
propenso à prática criminosa. Ainda o tradicionalismo exacerbado de outro, que
apoiando-se em um indício de uma briga ocorrida entre pai e filho, diz ter sido o
acusado realmente capaz de ter cometido o assassinato de seu próprio pai.
A instituição de um tribunal de Júri trás muita responsabilidade para aqueles que
servirão de jurados, pois a eles caberá decidir o futuro de uma pessoa. Deve-se,
portanto, dar máxima importância ao tema abordado, e decidir da melhor forma
possível, de acordo com os princípios do direito e da justiça. É um instituto
fundamentado na ética social.
A Ética é o viver bem, em comunhão com a sociedade. A ela se opõe os
preconceitos, o egoísmo, a ganância, tudo aquilo que isola o homem e o impede de
enxergar o grupo que vive ao seu redor. É a oposição entre escolher bem e escolher mal,
exatamente o que o jurado Oito tenta demonstrar aos demais jurados. Para ele a
condenação não é algo errado ou abominável, mas deve ser feita na medida do que é
justo, assim como a absolvição. Pois ambas, se dadas para as pessoas erradas, são
prejudiciais para o próprio indivíduo ou mesmo para a sociedade. Baseado nesse
princípio então, de dar a quem merece na medida de sua necessidade, e na ética, o
Oitavo jurado, no decorrer do filme, consegue convencer e reverter o quadro geral, de
uma condenação para uma absolvição, pois a verdade tem sempre dois lados, é relativa.

Você também pode gostar