Aula transcrita: 28/09/09 Aluno: Rodolfo dos Santos
Princípios do Dir. Admin (Cont.)
1) Princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade
2) Segurança jurídica (proteção da confiança legítima) 3) Boa-fé.
O mais importante tema do Dir. Adminin é o princípio da legalidade,
atualmente chamado de princípio da juridicidade, ou da legalidade ampla. Dois temas muito importantes correlatos a esse princípio. A questão da discricionariedade. Poder regulamentar da Administração Pública (capítulo dos poderes da administração pública no livro do Carvalhinho). Poder regulamentar autônomo – tema relacionado com o poder regulamentar.
Na aula passada tudo que nós refletimos em termos de poder
regulamentar foi sobre o art. 84, inc. 4°. Agora vamos tratar de outro inc do art. 84, inc 6°, que foi colocado pela E.C 32. Então na aula passada uma das dicursões foi sobre até que ponto a lei tem que já dar detalhes do conteúdo a ser editada pelo regulamento, ela pode só dar competência, estabelecer princípios, parâmetros, estandes. A tendência majoritária é de aceitar que alei atribua, uma grande parcela de poder regulamentar, mas desde que ela estabeleça alguns parâmetros. O regulamento é que vai Criar o regulamento ou obrigação, mas a lei tem que estabelecer alguns parâmetros. Agora a discursão é sobre a existência ou não de regulamento autônomo mesmo, que não precise de lei – art.84, inc 6°, a e b. A doutrina debate muito sobre a amplitude desse poder regulamentar previsto nesse art – livro André Cyrino, Ed Fórum. Existe a seguinte corrente:
Minoritária – diz que isso é redundante, a administração sempre pode
dispor livremente sobre a sua organização administrativa, nunca precisou de lei para isso. Porque é a organização administrativa interna, ela não esta afetando a esfera jurídica de ninguém. Isso remete a uma diferença antiga que uma doutrina alemã ultrapassada fazia entre regulamento jurídico e regulamento administrativo. Apenas o regulamento jurídico, aquele que afetava a esfera jurídica das pessoas (cria obrigações para as pessoas), estavam sujeitos ao princípio dea legalidade. Os regulamentos meramente organizativos, por serem internos a própria administração, não estariam sujeitos ao princípio da legalidade. Essa doutrina foi ultrapassada, pela constatação que mesmo que seja meramente de organização interna, isso vai ter reflexo nos direitos das pessoas.
Outra corrente defende que todo regulamento é jurídico. Essa outra
corrente diz que a E.C 32 não mudou nada e nem criou nenhum tipo de regulamento autônomo. Até porque princípio da legalidade é inerente a separação de poderes de e separação de poderes é cláusula pétreas. Então implicitamente estria atendido o princípio da legalidade, é o que cada um vai achar o que é a intensidade do princípio da legalidade vai variar, logo não tem diferença com relação aos outros regulamentos.
Outro pensamento diz que se trata realmente de um regulamento
autônomo, pois o que fica ali estabelecido e que “compete privativamente ao Presidente da Republica’, mas que isso não retira do poder do legislativo de dispor também. Então essa corrente estabelece uma espécie de competência concorrente, entre o legislativo e o executivo para dispor sobre essa matéria .
A quarta corrente (prof° concorda) – diz que não só cria é um
regulamento autônomo, não precisa de lei, como se trata de reserva de regulamento, isto é, ao legislador é vedado essa matéria à lei que trata de organização administrativa é inconstitucional. Essa corrente parte do pressuposto que todo as competências desse art são privativas do presidente da Republica (nomear Supremo, celebrar tratado internacional, nomear funcionários público, etc) e que é lógico, pois a matéria administrativa é matéria relacionada a independência dos poderes , então esse art. Esta na verdade corrigindo uma injustiça feita pelo executivo – Porque o legislativo não precisa de lei para tratar da sua organização é tudo feito por regimento interno. Na jurisprudência do Supremo a corrente que tem prevalecido é a 4° corrente. A Presidência da Republica também adota todo essa 4° corrente desde do governo Fernando Henrique, mais radical com a relação ao principio da legalidade. O supremo entende que quando a C.F fala em separação de poderes teórica, mas sim na separação de poderes tal como existe na C.F. Tanto que existe o famoso principio da assimetria porque na Constituição fala em Presidente da Republica e no Estado é o governador.
Princípio da proporcionalidade
Também chamado de razoabilidade, alguns autores fazem diferença
entre os dois, mas para a maioria são sinônimos. Elementos do princípio da proporcionalidade: I. Adequação – a medida constritiva deve ser apta a realizar um objetivo, não se pode restringir uma liberdade atoa. II. Necessidade – normalmente não se tem só uma medida adequada, se tem varias, entre as medidas adequadas para se atingir um determinado fim, deve se adotar a que geri menos restrição, ou seja, deve-se restringir apenas o que for estritamente necessária. III. Proporcionalidade em estrito senso – Então a restrição é adequada e entre as adequadas a menos estrita possível, mas mesmo ela sendo a menos restritiva não valera a pena em relação a restrição provocado no bem jurídico, e o objetivo que ela vira atender. De acordo com esse ultimo elemento, o juiz deve ter uma visão objetiva da situação, não é o que ele acha, é o que a C.F valoriza.
Esses três elementos têm uma incidência no Dir. Admini enorme.
O Principio da proporcionalidade foi criado pelo conselho de Estado francês em sede do direito administrativo. Porque o Dir. Admin exerce esse papel de limitação das liberdades individuas para proteger outras liberdades individuas e principalmente o interesse da coletividade.
Principio da Segurança jurídica
Assim como o da proporcionalidade é outro principio não expresso na Constituição, decorre do Estado Democrático de Direito. È também chamado de princípio da não surpresa A constituição estabelece a proteção ao direito adquirido ao ato jurídico e a coisa julgada. Essa proteção já é uma expressão da segurança jurídica. É até a uns 15 anos atrás se limitava a isso a segurança jurídica. Atualmente já se acha que algumas situações jurídicas que ainda não geraram direito adquiridos, mesmo assim tem que ter algum tipo de proteção, ainda que não seja tão forte quanto a proteção do direito adquirido. Daí esse principio adquirir outros nomes, além da não surpresa, como, proteção da confiança legitima, não tem dir adquirido, mas o Estado fez você acreditar numa determinada situação, proteção da justa confiança, e às vezes toma também a expressão de proibição de contradição com o próprio ato, isso é uma instituição que veio do Dir civil, não se pode atuar contra o próprio ato(em latim). Então para o Supremo e para toda a doutrina o direito adquirido é só quando o fato se completar, mas antes disso não tem direito adquirido. Porém o Supremo decidiu que logicamente não tem direito adquirido mais, mas tem direito a proteção da confiança como expressão da segurança jurídica, deve haver alguma norma de transição, a pessoa não vai ter direito aquele regime mas não mudar assim de uma hora para outra. Nesse caso tem uma discursão interessante e se não tiver o que o supremo faz: Ele próprio estabelece a norma de transição – chamada sentenças aditivas de controle de constitucionalidade. Ou declara a nulidade de tudo e coloca para o legislador fazer a norma de transição.
Princípio da Boa – fé
É um principio geral do direito, tem que ser uma boa – fé objetiva.
Se aplica tanto nos particulares com relação a administração como também da administração em relação aos particulares principalmente. Muitas vezes a boa – fé vai ter um pouco de proteção da confiança legitima – a administração não pode fazer o particular acreditar em alguma coisa (fazer investimentos, tomar atitudes) e depois desistir. Então o principio da boa – fé também se aplica nas relações jurídicas administrativa em grande conexão com a confiança legitima. O Princípio da boa – fé já esta consolidado no direito administrativo, já o principio da segurança jurídica seus consequitores, incluindo como uma espécie de sub – principio da boa – fé, são princípios em ascensão no Dir. admin, devido a um forte ativismo do S.T.F.
A (IN) CONSTITUCIONALIDADE DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DOS ADMINISTRADORES E GERENTES PELAS COIMAS APLICADAS À SOCIEDADE COMENTÁRIO AO ACÓRDÃO DO STA - IDEFF6 - Joao Matos Viana