Você está na página 1de 2

P1 Teoria da Dinâmica Capitalista

Alunos: Pedro Giambiagi Azambuja (117082802)

Questão 1) Keynes, em sua teoria, expõe o modelo para a determinação da produção e do


emprego, com o princípio da demanda efetiva. Dentro do modelo, ele apresenta os dois
componentes da demanda agregada: o consumo e o investimento. Além disso, são
apresentados também, seus respectivos determinantes: a propensão ao consumo, a eficiência
marginal do capital e a taxa de juro. Ademais, existem alguns fatores subjetivos específicos que
influenciam na propensão a consumir e na eficiência marginal do capital; são as variáveis
independentes, que consistem em: Precaução, previdência, melhoria e iniciativa. Começando a
análise pelo primeiro determinante é visto que a propensão ao consumo se relaciona com a lei
psicológica fundamental, que consiste no consumo correspondente a uma proporção
constante da renda. Já a eficiência marginal do capital é dada pela relação existente entre os
conceitos de rendimento prospectivo e de preço de oferta do bem de capital; e a taxa de juro é
determinada pelo mercado monetário, mantendo relação com o conceito de liquidez da
moeda. Keynes afirma que o incentivo para investir depende de duas variáveis: a eficiência
marginal do capital e a taxa de juro, como já dito anteriormente. Para explicar o EMgK é
preciso idealizar dois conceitos antes- o rendimento prospectivo do investimento e o preço de
oferta do bem de capital (P0). O empresário, quando escolhe o investimento, ele compara o
preço de oferta corrente de um ativo e analisa se vale a pena os possíveis rendimentos futuros
de uma eventual venda desse ativo durante toda sua vida útil. O rendimento prospectivo diz
respeito a uma série de anuidades esperada ex-ante, ou seja, sempre análise de expectativas
futuras, sabendo que rentabilidade histórica ou passada não reflete o futuro do investimento.
Assim, a EMgK é nada mais do que a relação entre essas duas variáveis. Citando Keynes:
“defino a eficiência marginal do capital como sendo a taxa de desconto que faria com que o
valor presente da série de anuidades dadas pelos rendimentos esperados desse capital
durante toda a sua existência fosse exatamente igual ao sem preço de mercado”. A equação
desenvolvida por Keynes demonstra que: EmgK = Vp (Q)/ P0, em que VP (Q) é o valor presente
do rendimento prospectivo e P0 seu preço de oferta. Logo, á medida que aumenta o
investimento em um dado tipo de capital, sua eficiência marginal deve cair como resultado das
pressões concorrenciais. Os empresários, por sua vez, já analisando os conceitos da EMgK,
sabem que só é vantajoso adquirir um bem de capital quando a sua EMgK for superior à taxa
de juros corrente da economia, de modo que o investimento tenha uma rentabilidade
esperada maior do que aquela que se pode obter com a aquisição de um título de dívida
pública. O investimento vai variar até o ponto da curva em que a EMgK é igual à taxa de juro
de mercado. Vale lembrar que Keynes afirma que a taxa de juro deve ser determinada de
forma exógena ao mercado de investimentos, visto que, a concepção antiga, para ele, era um
raciocínio em círculo, pois a taxa de juro determina o volume de investimento e este também
determina a taxa de juros.

Trazendo a teoria de Keynes para as questões atuais da pandemia, podemos destacar alguns
pontos. O crash do Ibovespa em março de 2020 fez muita gente que já investia em bolsa
perder bastante dinheiro, mas também atraiu muitos novos investidores para começar a
investir na época da pandemia. Com a bolsa de valores muito desvalorizada e o BC diminuindo
a taxa de juros em cada reunião do COPOM (comitê de política monetária), muitas pessoas
viram ali uma oportunidade de aumentar seus investimentos, fazendo um paralelo com a
teoria, a eficiência marginal do capital se tornou muito maior do que a taxa de juros,
estimulando investimento dos brasileiros. O número de investidores em renda variável mais
que triplicou apenas em 2020, muitas pessoas foram introduzidas no mundo dos
investimentos, tudo isso devido à grande desvalorização da bolsa e da queda da taxa de juros,
uma vez que a população foi vendendo seus títulos de renda fixa e usando o dinheiro para
tomar mais risco e aplicar em renda variável.

Além disso, foram aplicadas políticas keynesianas para conter a crise do coronavírus no Brasil,
mas principalmente nos EUA. Keynes afirmava que, em momentos de crise, o Estado tinha que
tomar a frente de todas as políticas econômicas para tentar conter as falhas de mercado
causadas pela crise. Keynes chama essas medidas intervencionistas de “políticas fiscais
anticíclicas”, pois elas intervêm nos ciclos econômicos de redução de salários e demissões
como resposta a crises. Fazendo um paralelo com o mundo atual, a partir de março de 2020 o
FED americano “ligou a impressora de dinheiro” com diversos estímulos financeiros para a
população que estava de quarentena e sem poder trabalhar presencialmente. Ocorreu um
endividamento maior do estado visando um enriquecimento da população e, como havia uma
grande quantidade de pessoas em casa, sem gastar, sem viajar, estes estímulos econômicos
pouco afetaram na inflação de curto prazo e serviram de munição para frear a crise econômica
advinda do coronavírus. E agora, no ano de 2021, podemos ver o ciclo se completando; em
2020 houve a crise, a depressão e recessão econômica, e agora estamos vendo uma
recuperação rápida da economia levando as bolsas americanas de volta pras máximas
históricas, com empresas batendo lucros recordes.

Você também pode gostar