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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

INSTITUTO DE SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL

Profa . Raquel Soares Casaes


Nunes
Subfilo Crustacea

(L. crusta = concha)

•Origem e predominância marinha;


•Bem sucedidos; populações numerosas;
•84% vivem no mar; 13% na água doce e 3% terrestres
•Único táxon de artrópodes vivos que são
predominantemente aquáticos;
•Maioria predadores - filtradores plantônicos (cerdas finas
nos apêndices); alguns herbívoros, endo ou ectoparasitas;
Subfilo Crustacea
(L. crusta = concha)

•Poucos caracteres compartilhados; muitos


especializados;
•Importância ecológica- distribuídos através de várias
redes de interação;
•Artropodização permitiu enorme plasticidade estrutural;
associada à diversidade de comportamento
•Exploração de ambientes e diferentes recursos;
•Nadar, escavar, rastejar, perfurar madeira, fixar-se em
rochas, caçar, filtrar alimentos e parasitar.
•Crustáceos não possuem o sistema convencional
encontrado em mamíferos e peixes;

•Basicamente respostas não específicas que incluem:


aglutininas, killing factors, lisinas, precipitinas e agentes
coagulantes;

•Mecanismos celulares e humorais limitam as invasões


microbianas e atuam removendo invasores do sangue
e dos tecidos;

•Principal animal estudado: camarão – importância


econômica em vários países intertropicais;

•Parasitismo em pescado
Ergasilus bryconis n. sp. - parasitando um
peixe amazônico chamado matrinchã
[Characidae: Brycon melanopterus
(Cope)].
Crustacea
Subfilo Crustacea

❖ Características gerais dos crustáceos


Compartilham :
 Um par de mandíbulas

 Pelo menos um par de antenas

 Um par de maxilas

Possuem dois pares de antenas (característica


exclusiva dentro dos artrópodes)

Grande subfilo, essencialmente aquático


Subfilo Crustacea

❖ Características gerais dos crustáceos


 Apêndices birremes
 Hábitos alimentares variados
 Respiração → Superfície do corpo ou brânquias
 Excreção → Glândulas antenais ou maxilares (verdes)
 Circulação aberta → hemocele (seios); coração tubular
dorsal
 Normalmente dióicos
 Alguns parasitam peixes
Subfilo Crustacea

Grande variedade morfológica:

 Há crustáceos sésseis, como as cracas, que


vivem fixas a um substrato.

 Outros, como o paguro, apresentam a porção


posterior do corpo desprovida de exoesqueleto, e
ocupam a concha deixada por moluscos mortos.
Subfilo Crustacea

Grande variedade morfológica:

Os representantes mais conhecidos são os


camarões, os siris, os caranguejos e as lagostas.

Habitam ecossistemas marinhos e de água doce,


havendo mesmo representantes de ambiente
terrestre úmido (o tatuzinho-de-jardim).
Subfilo Crustacea

Grande variedade morfológica:

Nos ambientes aquáticos:


 Microcrustáceos: copépodes, anfípodas e o krill,
tem papel fundamental nas teias alimentares.
Formam o chamado zooplâncton, e são
consumidores primários.
 Alimentam-se do fitoplâncton constituído por
algas unicelulares, e servem de alimento para
outros animais. Correspondem, nos ambientes
aquáticos, aos herbívoros terrestres.
Antena

Cefalotórax Abdômen
Rostro 13 segmentos 6 segmentos

Carapaça
Olho

Antênula Tórax

Mandíbula

Maxila

Maxilípedes

Quelípode Télson
Pleópodes
(primeiro
apêndice
ambulatório) Urópode

Apêndices ambulatórios
Subfilo Crustacea

❖ Anatomia e fisiologia
Estudos desenvolvidos,
principalmente, sobre
Lagostim
crustáceos de grande
porte, como os lagostins
Subfilo Crustacea

▪ Morfologia externa
Organização Estrutural
Subfilo Crustacea

Reprodução
Estágios Larvais

Náuplio

Ovos

Protozoé

Zoé
Fauna Parasitária em
Tambaqui

Bezerra, 2000
Vital, 2018
Subfilo Crustacea
(L. crusta = concha)

Número de espécies
(Ruppert & Barnes 1996)

Remipedia (12)
Cephalocarida (9)
Branchiopoda (821)
Ostracoda (5.650)
Copepoda (8.405)
Branchiura (150)
Cirripedia (900)
Malacostraca (22.651)
Lernaea sp., essas ações são ainda mais
violentas pois podem atingir órgãos
internos dos peixes, além de ambos serem
porta de entrada para fungos e bactérias
Classe Maxillopoda
Principais subclasses:
 Copépoda
Copépodas
 Os Copépoda são os mais numerosos dos crustáceos
parasitas e sendo talvez, o grupo mais comum de parasitos
de peixes.
 Os copépodes lemeídeos são encontrados parasitando
tegumento, brânquias, olhos, nadadeiras e até mesmo
dentro do aparelho bucal, junto ao palato e narinas dos
peixes.
 Permanecem aderidos a estas regiões por órgãos de
fixação, resultantes das adaptações morfológicas da região
cefálica destes parasitos (EIRAS 1994).
Os crustáceos parasitos de
peixes da Amazônia Brasileira

1-Ergasilus bryconis n. sp. (Copepoda:


Cyclopoidea)
 Entre os crustáceos parasitos. a Ergasilidae, 1832,
é uma das principais famílias na Ordem
Cyclopoidea . A família contém onze gêneros, dos
quais Ergasilus é o melhor conhecido.
 Os representantes deste gênero infectam as
brânquias de peixes de água doce e salgada em
todas partes do mundo.
Ergasilus bryconis sp

 O ciclo biológico é bastante complexo com a


presença de vários estágios larvais de vida livre
(naúplios e copepoditos).
 As fêmeas se fixam ao hospedeiro após a
fecundação (Abdelhalim et al. 1991).
 Quando fixados nas brânquias provocam oclusão
parcial ou total do vaso sanguíneo das lamelas,
além de hiperplasia e aumento do muco,
provocando redução da capacidade respiratória do
hospedeiro e provocando infecções secundárias
(Pavanelli et al., 2002)
Modelo de ciclo de vida de
copépodos
Fonseca, 2000
Moreira et al.,
2016
OS CRUSTÁCEOS PARASITOS DE
PE1XES DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
1-ERGASILUS BRYCONIS N. SP.
(COPEPODA: CYCLOPOIDEA)

 Em Ergasifus, a segunda antena está modificada


para formar um órgão preênsil, com o qual o
parasita abraça o filamento da brânquia ao
hospedeiro.
 Esta ação impede a circulação do sangue e pode
provocar uma necrose na porção distal do mesmo.
A!ém disso, estes parasitas se alimentam das
células e sangue do peixe (Kabata, 1970) .
 Ergasilus é considerado uma das pragas da
piscicultura
Brito-Junior, Tavares Dias , 2018
Copépoda
Learnea cyprinacea emcarpa.

Fonte: GiovaniBergamim

Imagem internet.
Ilustrações. Fonte: Woo,2006.
Copepoda

•Ciclo de vida complexo: vários estádios larvais.

Perulearnea gamitanae em tambaqui.


Fonte: Tavares-Dias et al, 2011.
Perulearnea gamitanae em
tambaqui

Conhecidos como vermes âncora


Os estágios de náuplios e copepodito I de Perulernaea gamitanae Thatcher
& Paredes, 1985 foram estudados a partir de cultura de ovos obtidos de
fêmeas adultas, parasitas de tambaqui, Colossoma macropomum (Cuvier,
1818)
Ciclo Biológico
 O ciclo biológico apresenta vários estágios de vida
livre na fase planctônica.
 É a partir do estágio de copepodito que já procura
um novo hospedeiro. Entretanto é na fase de
copepodito VI que atingem a maturidade sexual, e
após a cópula o macho morre e a fêmea se fixa ao
peixe iniciando-se o crescimento dos órgãos
cefálicos em forma de âncora (fêmea metamórfica).
 As infestações são mais freqüentes na primavera
e no verão, nas outras estações é mais comum
achar os copepoditos e fêmeas premetamórficas
(Ceccarelli, 1988; Martins, 1998).
Learnea cyprinacea em carpa.
EMBRAPA, Amazônia Ocidental,
2016
TAMBAQUI
(Dias et al., 2015)
Parasitas de populações naturais e
artificiais de tucunaré (Cichla spp.)

(Araújo et al., 2009)


Infecção no peixe

 Os peixes parasitados mostram-se apáticos, com


anorexia e hemorragias puntiformes no corpo,
perdem o senso da direção e sobem a superfície
formando aglomerados. Os alevinos são
fortemente afetados.
 A má qualidade da água pode influenciar o
desenvolvimento da espécie

 Comprometem as brânquias na fase de copepodito


 Causam hemorragias severas podem ser porta de
entrada para viroses e bactérias
Tratamento

 O tratamento poderá ser feito com cloreto de sódio


3-5% durante 1 minuto ou com Metrifonato, embora
exista serias restrições ao uso deste produto
(Pavanelli et al., 2002).

 Filtros para captação de água


Lernaea cyprinacea (Linnaeus)
(Crustacea, Copepoda)
Bibliografia
 Dias et al., Parasitism in tambatinga (Colossoma macropomum x
Piaractus brachypomus, Characidae) farmed in the Amazon, Brazil.
Acta Amaz. 45 (2) • Apr-Jun 2015
 TAVARES-DIAS, M.; NEVES, L. R.; PINHEIRO, D. A.; OLIVEIRA, M.
S. B.; MARINHO, R.G.B. Parasites in Curimata cyprinoides
(Characiformes: Curimatidae) from eastern Amazon, Brazil. Acta
Scientiarum. Biological Sciences, v. 35, n. 4, p. 595-601, 2013.
 TAVARES-DIAS, M.; OLIVEIRA, M. S. B.; GONCALVES, R. A.;
SILVA L. M. A. Ecology and seasonal variation of parasites in wild
Aequidens tetramerus, a Cichlidae from the Amazon. Acta
Parasitologica, v.59, p.158–164, 2014.
 TAVARES-DIAS, M.; DIAS-JUNIOR, M. B. F.; FLORENTINO, A. C.;
SILVA, L. M. A.; CUNHA A. C. Distribution pattern of crustacean
ectoparasites of freshwater fish from Brazil. Brazilian Journal of
Veterinary Parasitology, v. 24, n. 2, p. 136–147, 2015
 Virgílio et al., 2020. Isopods Cymothoidae ectoparasites of fish from
the Amazon. Braz J Vet Parasitol 2020; 29(4): e017920

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