Você está na página 1de 68

Bactérias de Interesse médico

Profa. Raquel Casaes


ISPA/UFRA
Requisitos para o desenvolvimento de
doenças

• Infecção: adesão (glicocálix, cápsula,


fímbrias....)
• Colonização: invasão dos tecidos
• Metabolismo e multiplicação no
hospedeiro
• Resistência aos mecanismos de defesa
• Danos aos tecidos
Defesas naturais

Determinantes da microbiota
normal:
pH, temperatura, potencial
redox, oxigênio, água, aporte de
nutrientes.

Outros fatores:
Peristaltismo, saliva, secreção
de lisozimas e de
imunoglobulinas, muco
Principais grupos de patógenos

• Espiroquetas

- Grupo filogeneticamente distinto;


- Características – células finas,
espiraladas, flexíveis, movimentam-se por meio de
endoflagelo;

• Leptospira interrogans – causa a leptospirose, doença


infecciosa febril, aguda, potencialmente grave;

• Treponema pallidum– causa a sífilis, uma doença


sexualmente transmitida (DST);
Espirilos
-Características- Gram-,
-helicoidais ou espirais, flagelo polar

•Campylobacter jejuni – descoberto em 1975. Maior responsável por


infecção alimentar em países desenvolvidos, infecção TGI -diarréia

•Helicobacter pylori – coloniza a mucosa do estômago, causando


úlcera péptica

C. jejuni- coloniza o GI da
galinha e é transmitida via fecal-
oral; infecta humanos através de
água contaminada, ovos, carne
de aves ou leite.
Pseudomonas spp.

-Características - Gram- , bastonetes crescem em


condições aeróbicas e anaeróbicos (facultativo)

•Pseudomonas aeruginosa – típico patógeno oportunista


de humano, infecta qualquer tecido cujas defesas estejam
comprometidas. Maior causadora das infecções
hospitalares. São habitantes comuns do solo e água, e
ocorrem regularmente na superfície das plantas.
Bactérias entéricas
-Características - Gram- , bastonetes , vivem no TGI
(Escherichia coli e outros membros da família).

•E. coli – espécie típica, indicador de poluição de água,


cresce rapidamente.

E. coli O157:H7– infecção do trato intestinal (colite


hemorrágica com possíveis complicações renais)

Outras cepas de E. coli – infecções do trato urinário,


meningite neo-natal.

• Outros gêneros representantes do grupo:


Salmonella (gastro-enterite),
Shigella (disenteria),
Yersinia (diarréia)
Vibrios spp.

-Características- Gram-, bastonetes encurvados (vibriões)


-Ex: V. cholerae, V. parahaemolyticus, V. vulnificus
•Vibrio cholerae O1 – causadora da cólera, doença
diarréica- responsável por 7 pandemias.
•V. parahaemolyticus- causadora de diarreia
•V. vulnificus- causadora de infecções de ferimentos,
septicemias pela ingestão de alimentos contaminados
(frutos do mar)
Bactérias formadoras de esporos
- Características– em geral bastonetes
- Gram+, formam endosporos

- Bacillus (aeróbicos) e Clostridium (anaeróbicos):


produtores de toxinas potentes

• B. anthracis– causa o antraz; produz uma toxina


letal. Mecanismo de ação da toxina, envolve queda
nos níveis de O2, aumento da permeabilidade
vascular, falhas respiratória e cardíaca.
• C. botulinum– intoxicação alimentar.
• Toxina absorvida pelo TGI superior passa p/ o
sangue e atinge as sinapses periféricas
neuromusculares. A toxina se liga aos terminais pré-
sinápticos e bloqueia a liberação do
neurotransmissor acetilcolina necessário para a
estimulação muscular.

• Outras espécies de Clostridium patogênicas: tetani


(tétano), perfringens (intoxicação alimentar), difficili
G – Glicina
A – Acetilcolina (o bloqueio da
liberação permite o relaxamento
muscular).
Ação da Toxina tetânica de Clostridium
tetani

Sintomas: espasmos
musculares.

São provocados pelos mais


pequenos impulsos, como
barulhos e luzes, e continuam
durante períodos prolongados.

Primeiro sinal de tétano é o


trismus (contração dos músculos
mandibulares, não permitindo a
abertura da boca).

Inibição do relaxamento muscular


Rickettsias e Chlamidias
- Características– filogeneticamente não-relacionadas,
parasitas intracelulares obrigatórios de eucariotos.

• Chlamidia trachomatis – causador do tracoma, infecção que


causa cegueira; doença sexualmente transmissível.

• Rickettsias sp. – tifo, febre maculosa, etc.


Cocos piogênicos
- Características- filogeneticamente não relacionados, bactérias esféricas, causam uma variedade de infecções purulentas
• Gram + – Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes, Streptococcus pneumoniae (principais patógenos humanos, infecções de garganta,
pneumonia, várias doenças de pele).
• Gram _ - Neisseria gonorrhoeae e N. meningitidis (gonorréia, meningite)
Streptomyces spp.
- Características– Gram+ que cresce em filamentos,
algumas cepas podem formar esporos
- Streptomyces sp. – principais produtores de antibióticos
(tetraciclinas, estreptomicina, novobiocina, cloranfenicol,
etc.)
Micobactérias

• Mycobacterium tuberculosis – causador da tuberculose.


• Mycobacterium leprae – causador da lepra.
A maioria dos patógenos
bacterianos são
transmitidos de pessoa a
pessoa
Infecção Bacteriana de acordo com o local de
Infecção

•Sistema Respiratório

•Sistema Nervoso

•Pele e Mucosas
Bactérias do Sistema Digestório
B. cereus é uma bactéria Gram-positiva pertencente à
família Bacillaceae. As células têm a forma de bastonetes
(bacilos) de grandes dimensões, geralmente móveis, e formam
esporos. 
B. cereus  produz 2 tipos de enterotoxinas, diarréica e
emética- intoxicação alimentar.
•A toxina diarréica é uma proteína produzida durante o
crescimento das células.
• A toxina emética (induz o vômito) é um pequeno peptídeo sem
propriedades antigênicas, produzido durante a fase estacionária
do crescimento e extraordinariamente resistente ao calor
(resiste a uma incubação a 126ºC durante 90 min), a pH
extremos e à digestão enzimática. gettyimages.com
Bactérias do Sistema Respiratório

Streptococcus spp.
Classificação de Lancefield e principais espécies de importância
na área médica humana e veterinária
Grupo (hemólise) Polissacarídeo grupo- Espécie
específico
A (β-hemólise) ramnose-N- S. pyogenes
acetilglicosamina
B (β-hemólise) ramnose-glicosamina e S. agalactiae
galactose
C (β-hemólise) ramnose-N- S. equi, S. equisimilis,
acetilgalactosamina S. zooepidemicus,
S. dysgalactiae
D (α- hemólise, NH) ácido teicóico glicerol com S. bovis
D-alanina e glicose
F (β (α)-hemólise, NH) glicopiranosil-N- S. milleri
acetilgalactosamina
- Viridans (α-hemólise, NH) Não possui polissacarídeo S. mutans, S. sanguis,
grupo-específico S. salivarius, S. mitis
- (α-hemólise) Não possui polissacarídeo S. pneumoniae
grupo-específico
Bactérias do Sistema Respiratório

• Streptococcus pyogenes, é também conhecido como


Streptococcus do grupo A . São cocos gram-positivos;
• É o agente etiológico da faringite estreptocóccica ou
“amigdalite estreptocóccica”;
Bactérias do Sistema Respiratório

Esta bactéria está associada a outras


patologias:
Mastite, pioderma ou impetigo (o impetigo pode
ser também causado por Staphylococcus
aureus ou estar associado com S. pyogenes),
erisipela, otite média (infecção do ouvido
interno).
Bactérias do Sistema Respiratório

• S. pyogenes é também causador da metade das


amigdalites em crianças.
• O uso incorreto destas drogas pode selecionar
bactérias resistentes a estes antibacterianos. 
• O choque tóxico sistêmico pode ser decorrente
também da infecção por S. pyogenes.
Streptococcus pyogenes
Bactérias do Sistema Respiratório
Streptococcus pyogenes

• Este estreptococo pode ainda provocar uma infecção sistêmica


invasiva fulminante, como a celulite e a fascite necrosante (extensa
destruição de tecidos subcutâneos, músculos e gordura).

• Nesses casos, as toxinas SpeA, SpeB, SpeC e SpeF são também


superantígenos, causando inflamação.
S. pyogenes - Fatores de Virulência
 Proteína M (120 tipos de gene emm: 100
sorotipos) M-like (20 genes)
(Streptococcus pyogenes)

 Fator antifagocítico

 Impede
opsonização pelo
complemento

 Aderência
Fatores de Virulência

Membrana da célula
do hospedeiro

Receptor na célula da
mucosa do
hospedeiro
(Fibronectina)
Acido lipoteicóico (LTA)

(Proteina M)

Parede Celular Proteina M + LTA = Fibrila

Membrana
plasmática do
Streptococcus

Modificado de Ofek et al (1982)


Fatores de Virulência
Streptococcus pneumoniae

• Streptococcus pneumoniae é um  patógeno encontrado na


orofaringe em até 40% de indivíduos sadios.
• Apresenta cápsula é grande sendo o principal fator de
virulência por escapar mais facilmente da atividade
antifagocitária dos macrófagos alveolares.

• Existem cerca de 90 tipos estruturais da cápsula


polissacarídica dos pneumococos.

• Pneumonia pneumocócica 
• Estas bactérias invadem os tecidos alveolares, multiplicam-se
e estimulam a inflamação e o acúmulo de fluidos causando a
pneumonia, meningite.
Streptococcus pneumoniae
Streptococcus pneumoniae
(Pneumococo)
Streptococcus pneumoniae
(Pneumococo)
 Primeiros relatos pneumonia – 1881-
Diplococcus pneumoniae, 1974 – S. pneumoniae

 Notório microrganismo
em âmbito mundial
Streptococcus pneumoniae
(Pneumococo)
 De 5 a 10% dos adultos são portadores no trato
respiratório superior
 Atualmente: considerado reemergente
(plasticidade genética e resistência a
antimicrobianos)
O microrganismo é ubíquo, e é um habitante comum da
orofaringe e da nasofaringe de indivíduos saudáveis.
A maioria das infecções é causada pela disseminação
endógena a partir da nasofaringe ou orofaringe, para outros
locais (pulmões, seios paranasais, ouvido, etc.).
Outras doenças: meningites (disseminação para o SNC),
otites (infecção nos ouvidos), sinusites (infecção nos seios
paranasais) e bacteremias.
Streptococcus pneumoniae
(Pneumococo)
 Cocos de 0,5 a 1,2 µm, formato oval agrupado ao pares

doi:10.1038/nrg820
 Algumas cepas são capnófilas
S. pneumoniae- Fatores de Virulência
Citotóxica (alvéolos e
endoteliais), inflamação
pulmões, diminui
atividade de neutrófilos,
antifagocitário, inibe
atividade de células
Autolisina ciliadas.

Pneumolisina

Cápsula

Proteína A ligadora de
CbpA colina

IgA1Protease
Proteína A
Hialuronidase da superfície
do
Neuraminidase NanA e
pneumococo
NanB
Patogenicidade

 Pneumonia

Fatores de risco

Idade (extremos),
Inverno (ambientes fechados),
Infecções prévias do trato
respiratório (gripe),
Etilismo, Tabagismo,
Imunossupressão.
Patogenicidade

 Sinusite  Otite Média


Patogenicidade

 Meningite
15% dos casos de
meningite em crianças

30 a 50% dos casos de


meningite em adultos
Diagnóstico
 Isolamento
Diagnóstico

 Isolamento

CHROMagarTM Staphylococcus, CHROMagarTM Streptococcus 
and CHROMagarTM Mastitis GN
Diagnóstico
 Bacterioscopia: Método de Gram
Fatores de Virulência

 Estreptolisina S
 Não imunogênica
 Lisa eritrócitos, neutrófilos e plaquetas

 Estreptolisina O

 Diagnóstico de Febre reumática


 Lisa eritrócitos, neutrófilos e plaquetas
Corynebacterium diphteriae 

• Corynebacterium diphteriae causa difteria, uma doença


predominante nas crianças e que pode ser prevenida com
vacinação e tratada com antibióticos. 
• C. diphteriae é um bacilo gram positivo, imóvel e aeróbio, com
corpúsculos de inclusão no citoplasma.

• A resposta inflamatória a esta infecção é a formação


de pseudomembranas (lesão de células do hospedeiras com
C. diphteriae).

• Para o diagnóstico microbiológico, são obtidos swabs nasais


ou da garganta e semeados em meio ágar sangue com
compostos específicos (Meio telurito ou Loeffler).
• A vacina consiste no toxóide diftérico - vacina DTP (tríplice)
Corynebacterium diphteriae 
Bordetella pertussis 

• Coqueluche (tosse comprida)- Bordetella pertussis é um pequeno


cocobacilo, gram negativo.

• A bactéria inicialmente adere especificamente por uma


hemaglutinina filamentosa no trato respiratório superior.
• A prevenção é obtida através da vacina 
• DTP (toxoide diftérico, toxoide tetânico e proteínas de Bordetella
pertussis).

O diagnóstico molecular - a reação de polimerização em


cadeia (PCR).
• A vacina contém proteínas imunogênicas de B. pertussis.
• Tratamento é realizado com ampicilina, tetraciclina e eritromicina.
Mycobacterium
tuberculosis (Micobactéria)
• M.  tuberculosis é o principal causador da tuberculose
pulmonar (TB). Robert Koch em 1882, - BK/ Bacilo de
Koch).

• Mycobacterium tuberculosis (Micobacteria) é um bacilo


que se corado pelo método de Gram, apresenta-se
gram positivo.

• Bacilo Álcool Ácido Resistente (BAAR)- material clínico


(escarro) pela Coloração de Ziehl-Neelsen.

• Esta bactéria é encontrada no escarro dos pacientes


infectados.
Mycobacterium
tuberculosis (Micobacteria)
Mycobacterium
tuberculosis (Micobacteria)

• Teste de tuberculina ou PPD: é um teste cutâneo que


revela no paciente o desenvolvimento da
hipersensibilidade tipo tardio para este agente.
Tuberculina ou PPD-positivo.

•  O tratamento consiste em terapias antimicrobianas,


com destaque para a isoniazida (INH), que possui
baixo custo, é relativamente atóxica, especialmente em
pacientes com AIDS.
Legionella pneumophila 

• Legionella pneumophila é um bacilo, Gram-negativo, aeróbio


obrigatório, causador de doença pulmonar conhecida
como legionelose ou doença dos legionários.
• Doença dos Legionários resulta em pneumonia grave que
pode evoluir para sepse, principalmente em indivíduos
imunocomprometidos
• Em humanos, L. pneumophila invade e se desenvolve em
macrófagos e monócitos alveolares.
• A detecção a por ensaios imunoenzimáticos(ELISA).
• O tratamento consiste na utilização de antibióticos como
rifampina e eritromicina.
Bactérias do Sistema Nervoso

• Neisseria meningitidis é um diplococo Gram


negativo, capsulado, causador da meningite
bacteriana e meningococcemia.
• A transmissão ocorre via aérea adere a nasofaringe,
surge a sepse e sintomas no trato respiratório superior
bem como a  meningite.
• O exame bacterioscópico do líquor é muito útil na
sugestão da etiologia da doença.
• O tratamento é realizado com penicilina G.
• Existem vacinas compostas por polissacarídeos
purificados das cápsulas ou conjugados às proteínas
dos meningococos.
Bactérias do Sistema Nervoso/Pele

• Clostridium tetani
• Utilizam-se a energia obtida da fermentação de
aminoácidos.
• C. tetani é um bacilo anaeróbio obrigatório, gram-
positivo e formador de endósporos.
• O solo é o reservatório natural destas bactérias.
• A antibioticoterapia com penicilina ocorre para
minimizar a população bacteriana principalmente no
quadro agudo da doença..
• Um reforço com toxóide tetânico (vacina) auxilia a
produção adicional de anticorpos se o indivíduo já foi
vacinado.
Bactérias da Pele e Mucosas
Clostridium Perfringes
• Bacilos Gram positivos formadores de esporos
• Gangrena Gasosa (Mionecrose)
• Infecção grave, atinge derme, tecido subcutâneo e
músculo.
• Progressão rápida, podendo ser fatal.
• Excisão do tecido afetado
Bactérias da Pele e Mucosas
Pseudomonas aeruginosa
•Bastonetes Gram negativos não-fermentadores,
ubiquitários e importantes causadores de infecções
hospitalares
• Resistencia a antibióticos; Particularmente para
queimados - infecções podem gerar pus de coloração
azul-esverdeada (piocianina);
•Dermatite por Pseudomonas – erupção autolimitada -
associada ao uso de piscinas, saunas e banheiras
(salão de beleza – manicures);
Bactérias
Bactérias da pele da Pele e Mucosas
e mucosas

• Mycobacterium leprae e M. lepromatosis são


micobactérias ainda não cultiváveis e causadoras
da hanseníase (lepra).
• A patogenicidade resulta da interação entre a
hipersensibilidade tardia e a invasão bacteriana, com
consequência as lesões na pele.
• As micobactérias coram por Coloração de Zielhl
Neelsen que revela a presença de Bacilos Alcool-Acido
Resistentes (BAAR) agrupados (glias).
• O tratamento consiste no uso de fármacos (TMD)
combinados: dapsona, rifampina e clofazimina.
Bactérias
Bactérias da pele da Pele e Mucosas
e mucosas

• Neisseria gonorrhoeae é um diplococo gram-negativo


intracelular que responde por uretrites, principalmente em
homens, e, nas mulheres, pode provocar uretrite ou cervicite.
• Enquanto as infecções são sintomáticas na maioria dos
homens, frequentemente cursam sem manifestações nas
mulheres.
• Co-infecção de Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia
trachomatis 
• A Chlamydia trachomatis é uma bactéria desprovida de
parede celular e sua multiplicação in vitro só ocorre em cultura
de células eucarióticas. 
• O diagnóstico desses quadros por meio da PCR em tempo
real.
Bactérias
Bactérias da pele da Pele e Mucosas
e mucosas
Bactérias da Pele e Mucosas
Bactérias Gram-positivas não
formadoras de endOsporos
Staphylococcus spp.

• Staphylococcus é um grupo heterogêneo composto por


52 espécies e 28 subespécies descritas .

• Contaminação- Manipulação/Higienização Pessoal


• Staphylococcus Coagulase positiva (S.aureus)e um
grupo denominado Staphylococcus coagulase negativa
(SCN) (BECKER, et al. 2014)
• Intoxicação Alimentar/Resistencia a antimicrobianos
Bactérias da Pele e Mucosas

Staphylococcus aureus
Caldo Brain Heart
Infusion

https://www.eolabs.com/product/
pp1420-baird-parker-agar/

Colônias de S. aureus cultivadas em meio de cultura ágar Baird


Parker com 5% de gema de ovo e telurito
Bactérias da Pele e Mucosas
Treponema Pallidum
é uma bactéria gram-negativa do grupo das espiroquetas,
anaeróbia facultativa e catalase negativa, que possui forma espiral e
é o agente patológico da Sífilis.

• A doença pode manifestar-se em três estágios:


• Sífilis primária: trata-se de uma lesão na genitália chamada de cancro
duro onde a bactéria se multiplica.
• A lesão desaparece espontaneamente.

● Sífilis secundária: Em seguida pode


ocorrer que estes espiroquetas se
disseminem atingindo a pele,
mucosas, olhos,. Nesta fase existe a
grande possibilidade de ocorrer a
sífilis congênita.
Bactérias da Pele e Mucosas

UFPB, 2017
Bactérias da Pele e Mucosas

• A. sífilis é a treponematose de maior importância


médica. O principal modo de transmissão é o contato
interpessoal de um individuo com lesões sifilíticas
principalmente durante a relação sexual.
• T. pallidum não é capaz de atravessar a pele integra e a
infecção ocorre, normalmente, por micro lesões na pele
ou mucosa.
• Doença Sexualmente Transmissível-Podem ocorrer
leões anais e bucais.
• Na mulher pode haver uma lesão imperceptível dentro da
vagina ou cervix.  
• Complicações -sífilis congênita. 
Bactérias da Pele e Mucosas

• Sífilis terciária: quando não tratada, a sífilis secundária


pode regredir normalmente ou causar a sífilis terciária,
• Sintomas: infecções relativamente discretas da pele e
ossos ou mesmo infecções graves e até fatais, que
comprometem o sistema cardiovascular e o sistema
nervoso central.
• A identificação desta treponematose é realizada por
testes sorológicos.
• O tratamento é eficaz com uma única injeção de
penicilina, principalmente nos estágios primário e
secundário.  
Bactérias da Pele e Mucosas
Leptospira interrogans
é uma espécie de bactéria espiroqueta, gram-negativa aeróbica
obrigatória, com flagelos periplásmicos

• Leptospirose, ou na sua forma mais grave,


síndrome de Weil, é uma causada pelo Leptospira
• É uma zoonose que afeta seres humanos e animais,
transmitida por água ou alimentos infectados pela
urina de animais, especialmente de roedores.
• Pessoas podem contaminar-se não apenas ao
entrar em áreas urbanas alagadas pela chuva.
• Em caso de enchente o risco é maior já que muitas
pessoas passam pela água suja com urina
Bactérias da Pele e Mucosas
Leptospirose
Bactérias da Pele e Mucosas

• A Leptospira penetra ativamente por mucosas ou lesões na pele.


Principais órgãos alvos são rins, fígado, cérebro e pulmões.

• A síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) é a principal


causa de morte em pacientes com leptospirose grave. A liberação
de componentes bacterianos como a fração glicolipoprotéica
causam ativação da resposta imune com agravamento do quadro
clínico do paciente.

• A fração glicolipoprotéica (GLP) é capaz de inibir a Bomba de


Na+/K+ contribuindo para o agravamento da doença, como
insuficiência renal, hepatite e SARA.

• Na leptospirose também foi descrito um aumento nos ácidos graxos


não esterificados (aumento de gordura) no fígado aumentando à
gravidade da disfunção hepática.
Bactérias da Pele e Mucosas
Leptospirose
• O paciente pode apresentar desde quase nenhum sintoma, o que é o
mais comum, até um quadro grave com risco de morte. O período de
incubação pode variar de 2 a 45 dias. :
- Dor de cabeça
- Febre (38-40 °C)
- Dor muscular localizada (geralmente nas pernas e nas costas)
- Náuseas, vômitos e diarreia
- Tosse
- Calafrios
- Olhos vermelhos
• Algumas vezes a evolução da doença é bifásica, com alguma
melhora por 10 a 15 dias seguido de nova piora dos sintomas.
• Em cerca de 10% a evolução é mais grave, chamada Doença de Weil,
e caracterizada por:
- Insuficiência renal aguda,
- Hemorragias,
- Icterícia (pele e olhos amarelos),
- Insuficiência hepática e insuficiência respiratória.
Bibliografia

• Textbook of diagnostic microbiology / 2007 - Livros - Acervo


269103 MAHON, Connie R.; LEHMAN, Donald C.;
MANUSELIS, George. . Textbook of diagnostic microbiology.
Saint Louis: Saunders Elsevier, c2007.
• Manual of clinical microbiology - 9th. ed. / 2007 - Livros -
Acervo 273344 MURRAY, Patrick R; BARON, Ellen Jo. .
Manual of clinical microbiology. 9th. ed. Washington: ASM,
2007

• FORBES, Betty A.; SAHM, Daniel F.; WEISSFELD, Alice S.


Bailey & Scott''s diagnostic microbiology. 12th. ed. Saint Louis:
Mosby Elsevier, c2007. xviii,1031p. ISBN 9780323030656.
Número de Chamada: 576.8.07 F692b 12.ed.

Você também pode gostar