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Autismo Como Desenvolver A Comunicacao e Relacao Com o Outropdf
Autismo Como Desenvolver A Comunicacao e Relacao Com o Outropdf
https://novaescola.org.br/conteudo/18118/autismo-como-desenvolver-a-
comunicacao-e-relacao-com-o-outro
Inclusão
Para saber mais sobre o tema, confira as respostas dadas por Andréa Fonseca, psicóloga, doutora e
mestra em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e diretora
da clínica Link Soluções Comportamentais, em Belém; Thais Priore Romano, analista do
comportamento e supervisora da equipe transdisciplinar do Grupo Gradual, na capital paulista; e Jullie
Gottschall, fonoaudióloga, responsável pela área da fonoaudiologia na equipe transdisciplinar do
Grupo Gradual.
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autismo
Uma das características do TEA está relacionada aos déficits persistentes na comunicação social e
interação social que aparecem desde a primeira infância. A dificuldade de comunicação ou a ausência
da habilidade de se comunicar pode aumentar e agravar os chamados comportamentos disruptivos.
Além disso, dada a abrangência da dificuldade na comunicação, há casos em que as crianças autistas
falam, mas isso não quer dizer que se comunicam. É possível ainda que os problemas de comunicação
se manifestem por meio de falas repetitivas ou sem sentido ou ainda de discursos empregados de
forma equivocada ainda que bem elaborados, conhecidos como ecolalias.
Por conta disso tudo, embora o comportamento verbal seja aprendido naturalmente no dia a dia por
crianças neurotípicas, para crianças autistas ele precisa ser ensinado, muitas vezes, de forma
sistematizada, inclusive para as não vocais (ou seja, para que as que não falam).
Vale ressaltar que, quando há questões de fala, apenas o fonoaudiólogo pode intervir aplicando
técnicas específicas para o desenvolvimento de fala. Uma queixa muito comum tem a ver com crianças
que, para pedir que uma porta seja aberta, pegam a mão de um adulto e o leva até a porta, em vez de
pedirem a ele que abra a porta. É o chamado mando mecânico. Conforme já explicado, o mando é um
operante verbal que exige a mediação do outro e o fonoaudiólogo trabalha para estimular essa
comunicação de forma mais assertiva.
Alguns estudos revelam que cerca de 25% de crianças autistas são não-vocais, não falam. Para
trabalhar com elas, pode ser usada, dentre outras possibilidades, a chamada comunicação alternativa.
Um exemplo é o Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (do inglês, Pictures Exchange
Communication System®, PECS®).
O ensino do PECS® tem como base o livro Comportamento Verbal, de B.F. Skinner, e os procedimentos
da Análise de Comportamento Aplicada (ABA). O PECS® é composto por seis fases, quando são
ensinados todos os operantes verbais de forma gradativa. No início, o indivíduo é ensinado a dar uma
única figura de um item ou ação desejada para o chamado “parceiro de comunicação”, que
imediatamente responda a ele, fazendo a troca da figura pelo que lhe foi pedido. Mais adiante, é
ensinada a discriminação de figuras e como juntá-las em frases. Nas fases mais avançadas, aprende a
responder perguntas e fazer comentários.
Não, se orientado por profissionais capacitados e com formação específica, que sabem identificar
quando a criança já tem condições de não fazer mais uso do sistema. Sabem também a importância
de trabalhar as questões de fala em paralelo ao sistema para ter um resultado eficaz na comunicação.
Ainda assim, é preciso destacar que nos casos de crianças em que a fala emerge, elas passam a se
comunicar de forma funcional e deixam de usar o PECS®; no entanto, crianças não-vocais vão precisar
do PECS® ou de outra forma de comunicação para o resto da vida.
Sim. A alfabetização é a habilidade de decodificar e compreender um código - e para esse processo não
é necessário a fala. As crianças não-vocais podem conseguir decodificar e compreender o código
escrito.