Você está na página 1de 11

Rev. CEFAC. 2021;23(5):e3321 https://doi.org/10.

1590/1982-0216/20212353321

Artigos originais

Forma de alimentação de crianças com traqueostomia


na alta hospitalar
Feeding of children with tracheostomy at hospital discharge
Caroline Stefani Dias Basso1
https://orcid.org/0000-0002-9951-6829

Marta Alves da Silva Arroyo1


https://orcid.org/0000-0002-5862-3396

Patrícia da Silva Fucuta1


https://orcid.org/0000-0002-8342-4970

Aline Barbosa Maia2


https://orcid.org/0000-0002-9396-3599

1
Faculdade de Medicina de São José do
RESUMO
Rio Preto – FAMERP, São José do Rio
Preto, São Paulo, Brasil. Objetivo: descrever o trabalho fonoaudiológico e verificar qual forma de alimentação foi mais prevalente
2
Fundação Faculdade de Medicina – dentro da amostra estudada.
FUNFARME, São José do Rio Preto, Métodos: trata-se de um estudo observacional descritivo, realizado por meio de levantamento de dados
São Paulo, Brasil.
nos prontuários, onde buscou-se as seguintes variáveis: idade, diagnóstico médico, setor de interna-
ção, forma de alimentação antes e após traqueostomia, período de atendimento fonoaudiológico e alta
Trabalho realizado no Hospital da Criança fonoaudiológica. Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva, tendo sido utilizados testes
e Maternidade, Faculdade de Medicina de pertinetes para a comparação de variáveis categóricas. Foram incluídos no estudo todos os lactentes e
São José do Rio Preto – FAMERP – São
crianças traqueostomizadas com traqueostomia prévias ou realizadas durante internação, no período de
José do Rio Preto, São Paulo, Brasil.
julho de 2017 a julho de 2018, que receberam atendimento fonoaudiológico mediante solicitação médica.
Resultados: cinquenta e uma crianças foram incluídas no estudo. A maioria das crianças era do sexo
Conflito de interesses: Inexistente
masculino (56,9%) e a idade mediana foi de 12 meses, com variação de 01 mês de vida a 12 anos de
idade, no momento da avaliação fonoaudiológica. A forma de alimentação na alta fonoaudiológica hos-
pitalar foi descrita em: via oral exclusiva (37%), via oral parcial (25,5%), sonda nasogástrica/nasoenteral
(19,6%) e gastrostomia (17,6%).
Conclusão: foi possível observar que a dieta por via oral de maneira exclusiva foi a forma de alimentação
de maior prevalência na alta fonoaudiológica hospitalar.
Descritores: Pediatria; Transtornos de Deglutição; Traqueostomia; Fonoaudiologia

ABSTRACT
Purpose: to describe the work of speech-language-hearing therapists and verify which was the most
prevalent feeding method in the sample studied.
Methods: a descriptive observational study based on data surveyed from medical records. The following
variables were used: age, medical diagnosis, hospital ward, feeding method before and after the trache-
ostomy, time of speech-language-hearing care, and speech-language-hearing discharge. The data were
submitted to descriptive statistical analysis with the appropriate tests to compare the categorical variables.
All infants and children with tracheostomy performed either before or during hospital stay between July
Recebido em: 03/05/2021
2017 and July 2018, who received speech-language-hearing care upon request of the physician, were
Aceito em: 03/09/2021
included.
Endereço para correspondência: Results: a total of 51 children took part in the study, most of whom were males (56.9%), with a median
Caroline Stefani Dias Basso age of 12 months, ranging from 1 month to 12 years old at the time of the speech-language-hearing
Faculdade de Medicina de São José do Rio
assessment. The feeding methods at hospital discharge were described as follows: full oral feeding
Preto - FAMERP
Avenida Brigadeiro Faria Lima, 5416 - (37%), partial oral feeding (25.5%), nasogastric/nasoenteral tube (19.6%), and gastrostomy (17.6%).
Vila São Pedro Conclusion: the full oral diet of tracheostomized children was the most prevalent feeding method at hospi-
CEP:15090-000 - São José do Rio Preto, tal speech-language-hearing discharge.
São Paulo, Brasil
E-mail: csdbasso@gmail.com Keywords: Pediatrics; Deglutition Disorders; Tracheostomy; Speech, Language and Hearing Sciences

1/11
2/11 | Basso CSD, Arroyo MAS, Fucuta PS, Maia AB

INTRODUÇÃO TQT e envolve a realização do Blue Dye Test e/ou do


Na pediatria, a traqueostomia (TQT) é indicada Modified Blue Dye Test13,14.
para conforto nos casos agudos de obstrução de vias O Blue Dye Test ou teste do corante alimentício azul
aéreas, tratamento ou melhoria dos cuidados respi- consiste em corar a cavidade oral do paciente com
ratórios, aspiração crônica (indicação controversa TQT e realizar aspirações endotraqueais. A American
na literatura) e intubação orotraqueal por um tempo Speech-Language-Hearing Association (ASHA)15
prolongado1,2. A traqueostomia provoca alterações recomenda que o teste não deve ser realizado em
neurofisiológicas e mecânicas na função de deglutição, pacientes com problemas renais, doença inflama-
aumentando o risco de aspiração3. tória intestinal ou que apresentem alergia a corantes
Na população adulta com TQT a disfagia é um alimentícios. O teste modificado Modified Blue Dye
problema comum (50%-87%)4,5, e, na pediatria, a Test inclui a possibilidade de corar alimentos, gelo e
maioria das crianças traqueostomizadas apresentam líquidos durante a avaliação da deglutição14. O objetivo
comorbidades e até 70% dessas crianças apresentam desses testes é de que a presença de aspiração de
problemas graves de alimentação e deglutição6. saliva ou de alimentos seria evidenciada pela saída
Crianças com problemas de alimentação e deglutição de conteúdo corado pela cânula de traqueostomia
correm o risco de desnutrição, atraso no desenvolvi- ou no momento da aspiração da TQT, de modo que
mento, aumento de complicações clínicas e relações a cor azul serve para diferenciar a saliva ou alimento
estressantes com seus cuidadores7. A aspiração corado de secreções presentes na traquéia14. Existem
crônica pode causar morbidade pulmonar e até danos na literatura questionamentos quanto à sensibilidade
permanentes aos pulmões8,9. e especificidade do BDT/MBDT, no entanto, esses
A TQT pode causar impacto nas quatro fases da testes são viáveis devido ao baixo custo e possibi-
deglutição, sendo elas: fase oral preparatória, fase oral lidade de aplicação pelo fonoaudiólogo capacitado
propriamente dita, fase faríngea e fase esofágica. O sem necessidade de recursos tecnológicos que muitas
impacto causado na fase oral preparatória da deglu- vezes não se encontram disponíveis nos serviços de
tição ocorre em função da diminuição do olfato e do saúde, gerando encaminhamentos e espera. Ele pode
paladar, com redução do apetite e, o impacto causado ser utilizado como um recurso a mais, junto com a
na fase oral propriamente dita, compreende as avaliação clínica e acompanhamento multidisciplinar,
alterações de motricidade oral, as quais interferem na para identificação de casos com maior risco de disfagia
preparação do bolo alimentar, ejeção e propulsão oral e que necessitam de avaliação objetiva da deglutição.
do alimento10. Na fase faríngea, o impacto pode ocorrer A atuação fonoaudiológica em ambiente hospitalar
pelo atraso no fechamento do vestíbulo laríngeo, resul- na área de disfagia é caracterizada com objetivos
tando penetração laríngea, diminuição ou ausência de de prevenção, diagnóstico e reabilitação, visando à
tosse pela inabilidade de gerar pressão intratorácica redução e prevenção de complicações e o adequado
suficiente e restrição da elevação laríngea3. Na fase estabelecimento/restabelecimento da alimentação por
esofágica11, a alteração ocorre por conta da cânula via oral com segurança16.
com cuff insuflado, de forma que o cuff comprime o Ante o exposto, o estudo teve como objetivo
esôfago, resultando em acúmulo de restos alimen- descrever o trabalho fonoaudiológico e verificar qual
tares nos seios piriformes e propiciando a aspiração forma de alimentação foi mais prevalente dentro da
laringotraqueal11. amostra estudada.
A avaliação clínica da deglutição da criança com
TQT envolve um raciocínio complexo do quadro
geral do paciente, além de identificar e diferenciar as
MÉTODOS
sequelas da doença de base e da TQT. É necessária Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética
uma avaliação da função do sistema estomatognático, em Pesquisa em 10 de setembro de 2018, sob CAAE
da presença, quantidade e tolerância das secreções n. 94272618.2.0000.5415 e Parecer Consubstanciado
orotraqueais e dos riscos e benefícios da avaliação da n. 2.881.855 da Faculdade de Medicina de São José
deglutição12. do Rio Preto (FAMERP), São José do Rio Preto, São
A avaliação clínica da dinâmica da deglutição Paulo, Brasil. A assinatura do Termo de Consentimento
no paciente com traqueostomia tem como critério o Livre e Esclarecido foi dispensada, em virtude da reali-
intervalo de pelo menos 48 horas do pós-operatório de zação da coleta dos dados em prontuários.

Rev. CEFAC. 2021;23(5):e3321 | DOI: 10.1590/1982-0216/20212353321


Crianças traqueostomizadas e alimentação | 3/11

Trata-se de estudo observacional descritivo, presença/ausência de sialorreia, presença/ausência


realizado por meio de levantamento de dados de xerostomia, deglutição de saliva, articulação,
nos prontuários. Foram incluídos no estudo todos higiene oral e dentição. Vale ressaltar que as crianças
os lactentes e crianças traqueostomizadas com atendidas estavam em respiração espontânea em ar
traqueostomia prévias ou realizadas durante inter- ambiente, de modo que não faziam uso de ventilação
nação, no período de julho de 2017 a julho de mecânica em traqueostomia.
2018, que receberam atendimento fonoaudiológico Dessa forma, o atendimento foi realizado pela
mediante solicitação médica no Hospital da Criança equipe de fonoaudiologia que atua no hospital, todos
e Maternidade de São José do Rio Preto, São Paulo. os dias da semana, em média duas vezes ao dia, por
Os atendimentos fonoaudiológicos foram solicitados cerca de 20 a 30 minutos de estimulação a depender
com o objetivo de (re)introdução alimentar por via do caso clínico da criança, e foi descrito como estimu-
oral. Excluíram-se os prontuários daqueles lactentes lação tátil18-térmica19-gustativa20, como realização do
e crianças traqueostomizadas que não apresentavam Blue Dye Test e/ou Modified Blue Dye Test13,14 consi-
quadro clínico compatível com a intervenção fonoau- derando dieta líquida ou líquida engrossada para
diológica para treino de via oral e os que haviam menores de 06 meses de idade e dieta pastosa, dieta
iniciado atendimento fonoaudiológico, mas devido a líquida e líquida espessada para crianças acima de 06
complicações clínicas, o atendimento fonoaudiológico meses, progredindo dieta por via oral conforme idade
foi suspenso ou o paciente foi a óbito, devido a não e aceitação da criança.
conclusão do processo terapêutico.
Para realização do Blue Dye Test foi considerado
O foco do atendimento fonoaudiológico durante a que a criança estava estável e com prontidão para
internação é a disfagia infantil e considerando o objetivo iniciar alimentação por via oral, e que a mesma
do estudo em questão foram excluídos pacientes com conseguia permanecer com o cuff desinsuflado, caso
outras patologias. Na alta hospitalar as crianças foram houvesse. Após 24 horas do Blue Dye Test negativo,
encaminhadas para o ambulatório de especialidade foi realizado o reteste. Nos casos que permaneceram
vinculado à instituição ou ao serviço de origem quando
negativo, foi dado sequência com a realização do
este contava com atendimento fonoaudiológico para
Blue Dye Test Modificado – nessa fase, foi iniciado
o acompanhamento da alimentação e atendimento de
o teste com as consistências mais seguras para a
demais demandas fonoaudiológicas.
idade da criança, as menores de 06 meses de idade
Os dados foram obtidos dos prontuários eletrônicos receberam inicialmente a consistência líquida rala e
dos pacientes, considerando as seguintes variáveis: com as maiores de 06 meses, iniciou-se o teste com
gênero, idade, principal diagnóstico da criança, via a consistência pastosa homogênea. Todas as vezes
de alimentação antes da traqueostomia, período de que foram inseridas novas consistências, foi realizado
atendimento fonoaudiológico, descrição das condutas o teste modificado, para verificar possível aspiração de
fonoaudiológicas e via de alimentação no momento da secreção corada após oferta do alimento.
alta fonoaudiológica.
O atendimento fonoaudiológico foi iniciado
Análise estatística
mediante solicitação médica, e quando assegurada
a estabilidade do quadro clínico da criança. O atendi- A análise exploratória dos dados incluiu as estatís-
mento foi realizado por fonoaudiólogos capacitados e ticas descritivas, média, mediana, desvio-padrão, valor
com experiência no atendimento em disfagia infantil, mínimo e valor máximo para variáveis numéricas e
guiado pelo Protocolo Operacional de Procedimentos número e proporção para variáveis categóricas. Para
(POP) e Protocolo Assistencial do hospital, os quais análise do comportamento das variáveis contínuas,
utilizam protocolos existentes13,14,17, de forma que a considerou-se as estatísticas descritivas, gráficos
avaliação foi realizada inicialmente por meio de obser- de histograma e boxplot e o teste específico para o
vação da criança, realizando avaliação clínica indireta pressuposto teórico de normalidade Kolmogorov-
da deglutição, com observação do padrão respira- Smirnov21. A comparação de variáveis categóricas
tório da criança, saturação e batimentos cardíacos entre dois grupos relacionados (forma de alimentação
antes de iniciar os atendimentos, avaliação do tônus antes e depois da traqueostomia) foi realizada pelo
e mobilidade dos músculos orofaciais, reflexo de Teste de McNemar e a comparação entre dois grupos
procura, reflexo de sucção, movimentação de língua, independentes foi realizada pelo teste exato de Fisher.

DOI: 10.1590/1982-0216/20212353321 | Rev. CEFAC. 2021;23(5):e3321


4/11 | Basso CSD, Arroyo MAS, Fucuta PS, Maia AB

Análise comparativa da idade entre três grupos foi RESULTADOS


realizada pelo teste de Kruskal-Wallis e análise post Cinquenta e uma crianças foram incluídas no
hoc na comparação aos pares foi feita pelo teste estudo. A maioria das crianças era do sexo masculino
de Mann-Whitney22. Análise estatística foi realizada (56,9%) e a idade mediana foi de 12 meses, com
mediante o software IBM-SPSS Statistics versão 27 variação de 01 mês de vida a 12 anos de idade, no
(IBM Corporation, NY, USA). Valores de P menores que momento da avaliação fonoaudiológica. A caracteri-
0,05 foram considerados significantes. zação da amostra estudada encontra-se na Tabela 1.

Tabela 1. Dados demográficos e clínicos das crianças incluídas no estudo

Variável N = 51
Idade, meses 12 (1 – 155)
Gênero, n (%)
Masculino 29 (56,9)
Feminino 22 (43,1)
Setor de internação, n (%)
UTI cardiopediátrica 21 (41,2)
UTI pediátrica 18 (35,3)
Enfermarias 10 (19,6)
UTI neonatal 2 (3,9)
Diagnósticos encontrados, n (%)
Cardiopatias 22 (43,1)
Neuropatias 13 (25,5)
Problemas respiratórios 9 (17,6)
Sepses 5 (9,8)
Síndromes 1 (2,0)
Tumores 1 (2,0)
Forma de alimentação antes da TQT, n (%)
VO exclusiva 12 (23,5)
Via alternativa
SNG/SNE/SOG 26 (51,0)
Gastrostomia 8 (15,7)
Sem informação 5 (9,8)
Tempo de intubação orotraqueal, dias 11 (0 – 77)
Variáveis numéricas estão descritas em mediana (variação); variáveis categóricas estão descritas em número (porcentagem).
UTI = Unidade de Terapia Intensiva; TQT = Traqueostomia; VO = Via Oral; SNG = Sonda Nasogástrica; SNE = Sonda Nasoenteral; SOG = Sonda Orogástrica.

A análise comparativa da forma de alimentação nasoenteral, sonda orogástrica), em relação às


antes da traqueostomia de acordo com a idade da crianças do grupo de via oral exclusiva, bem como
criança revelou diferenças significantes. A compa- em relação às crianças do grupo gastrostomia, como
ração aos pares revelou menor idade para as crianças demonstrado na Tabela 2.
do grupo de via alternativa (sonda nasogástrica/

Rev. CEFAC. 2021;23(5):e3321 | DOI: 10.1590/1982-0216/20212353321


Crianças traqueostomizadas e alimentação | 5/11

Tabela 2. Análise comparativa da forma de alimentação antes da traqueostomia, de acordo com a idade da criança

Forma de alimentação antes da TQT


VO exclusiva SNG/SNE/SOG Gastrostomia Valor P
N = 12 N = 26 N=8
Idade, meses 16,5 (2,0 – 155) 4,5 (1,0 – 76,0) 43,5 (15,0 – 119) 0,002
Variáveis numéricas estão descritas em mediana (variação).
Comparação aos pares: VO exclusiva vs SNG/SNE/SOG (p = 0,040); VO exclusiva vs Gastrostomia (p = 0,395); SNG/SNE/SOG vs Gastrostomia (p = 0,001).
TQT= traqueostomia; VO= via oral; SNG= sonda nasogástrica; SNE= sonda nasoenteral; SOG= sonda orogástrica.
Teste de Kruskal-Wallis.

Quanto ao atendimento fonoaudiológico, 24 tátil-térmico-gustativo em 40 (78,4%) avaliações e Blue


(47,1%) crianças estudadas haviam sido atendidas Dye Test nas outras 11 (21,6%) avaliações. Na Tabela 3
durante a internação antes da realização da traqueos- encontram-se os resultados da realização do Blue Dye
tomia, enquanto 20 (39,2%) crianças não tinham sido Test e do Modified Blue Dye Test sendo observado que
atendidas, e que 7 (13,7%) não tinham a informação a maioria realizou as duas etapas do teste e apresentou
disponível no prontuário eletrônico. O período entre a
resposta negativa para os dois exames.
realização da traqueostomia e a avaliação fonoaudio-
lógica teve mediana de seis dias, com mínimo de um Para as crianças que obtiveram o Blue Dye Test
dia e máximo de 84 dias. A duração do atendimento positivo no primeiro momento, foi realizado intervenção
fonoaudiológico apresentou um período com mediana fonoaudiológica por meio de estimulação tátil-térmica-
de 22,5 dias, com mínimo de um dia e máximo de 405 -gustativas, e após observação de melhora no quadro
dias de estimulação. clínico do paciente, foi realizado novamente o Blue Dye
Na avaliação fonoaudiológica, as condutas descritas Test para verificar possibilidade de iniciar treino e/ou
no primeiro momento foram classificadas em: estímulo oferta de via oral.

Tabela 3. Distribuição dos pacientes quanto aos resultados do Blue Dye Test e Modified Blue Dye Test

Resultado
Teste Não realizado
Negativo Positivo
Blue Dye Test 66,7% (34) 9,8% (5) 23,5% (12)
Reteste Blue Dye Test 64,7% (33) 3,9% (2) 31,4% (16)
Modified Blue Dye Test 72,5% (37) 2% (1) 25,5% (13)
Reteste Modified Blue Dye Test 60,8% (31) 5,9% (3) 33,3% (17)

Entre os 51 pacientes incluídos no estudo, a se alimentavam por via oral exclusiva; embora destas
forma de alimentação na alta fonoaudiológica hospi- 12 crianças, 5 (41,7%) tenham se mantido com VO
talar prevalente foi a via oral exclusiva (37,3%), como exclusiva na alta hospitalar e 7 tenham evoluído para
demonstrado na Figura 1. as formas alternativas, o número total de crianças com
A Tabela 4 descreve a comparação das formas de alimentação por VO exclusiva se elevou de 12 para
alimentação antes da traqueostomia e na alta hospi- 17 casos na alta hospitalar. Isto ocorreu pois, das 26
talar, análise que foi possível para 46 casos, uma vez crianças com alimentação por SNG/SNE/SOG antes da
que, como já mencionado, para cinco crianças não realização da TQT, 11 (42,3%) passaram a se alimentar
havia relato no prontuário sobre a forma de alimen- por VO exclusiva na alta e das 8 crianças com gastros-
tação antes da realização da traqueostomia. Pode-se tomia, 1 (12,5%) passou também a se alimentar por VO
observar que, antes da realização da TQT, 12 crianças exclusiva na alta hospitalar.

DOI: 10.1590/1982-0216/20212353321 | Rev. CEFAC. 2021;23(5):e3321


6/11 | Basso CSD, Arroyo MAS, Fucuta PS, Maia AB

VO= via oral; SNG= sonda nasogástrica; SNE= sonda nasoenteral.

Figura 1. Distribuição dos pacientes quanto à forma de alimentação na alta hospitalar

Tabela 4. Evolução da forma de alimentação entre os dois períodos: antes da traqueostomia e na alta hospitalar, para 46 pacientes

Forma de alimentação antes Forma de alimentação na alta hospitalar


Total
da TQT VO exclusiva SNG/SNE Gastrostomia VO parcial
VO exclusiva 5 (41,7) 2 (16,7) 1 (8,3) 4 (33,3) 12 (100)
SNG/SNE/SOG 11 (42,3) 7 (26,9) 2 (7,7) 6 (23,1) 26 (100)
Gastrostomia 1 (12,5) 0 (0,0) 6 (75,0) 1 (12,5) 8 (100)
Total 17 (37,0) 9 (19,6) 9 (19,6) 11 (23,9) 46 (100)
Variáveis categóricas estão descritas em número (porcentagem).
TQT= traqueostomia; VO= via oral; SNG= sonda nasogástrica; SNE= sonda nasoenteral; SOG= sonda orogástrica.

Para fins de análise estatística, os pacientes foram alimentação por VO antes da TQT, 3 (25%) evoluíram
agrupados em duas categorias quanto à forma de para via alternativa, porém, de 34 pacientes com via
alimentação: VO exclusiva ou parcial versus via alter- alternativa de alimentação antes da TQT, 19 (55,9%)
nativa (sondas, gastrostomia). A análise comparativa evoluíram com melhora para forma de alimentação VO
revelou diferença significante entre os dois períodos, exclusiva ou parcial na alta, de maneira significante
como pode ser visto na Tabela 5. De 12 pacientes com (p = 0,001).

Rev. CEFAC. 2021;23(5):e3321 | DOI: 10.1590/1982-0216/20212353321


Crianças traqueostomizadas e alimentação | 7/11

Tabela 5. Análise comparativa da forma de alimentação entre os dois períodos: antes da traqueostomia e na alta hospitalar

Forma de alimentação na alta hospitalar


Forma de alimentação antes da TQT VO exclusiva e Total Valor P
Via alternativa
parcial
VO exclusiva e parcial 9 (75,0) 3 (25,0) 12 (100)
0,001
Via alternativa 19 (55,9) 15 (44,1) 34 (100)
Total 28 (60,9) 18 (39,1) 46 (100)
Variáveis categóricas estão descritas em número (porcentagem).
TQT= traqueostomia; VO= via oral.
Teste de McNemar.

Quanto ao período de intubação orotraqueal, 5/43 forma de alimentação na alta hospitalar de acordo
(11,6%) crianças e 38/43 (88,4%) permaneceram com o período de intubação orotraqueal, bem como
intubadas por um período menor e maior ou igual a a análise descritiva de acordo com o diagnóstico
48 horas, respectivamente (a informação não estava principal estão demonstradas na Tabela 6.
disponível para 8 casos). A análise comparativa da

Tabela 6. Análise comparativa da forma de alimentação na alta hospitalar, de acordo com o período de intubação orotraqueal

Forma de alimentação na alta hospitalar


Via oral exclusiva e Total Valor P
Via alternativa
parcial
Diagnóstico principal, n (%)
Cardiopatia 18 (81,8) 4 (18,2) 22 (100)
Neuropatia 6 (46,2) 7 (53,8) 13 (100)
Problemas respiratórios 4 (44,4) 5 (55,6) 9 (100)
-
Sepse 3 (60,0) 2 (40,0) 5 (100)
Síndromes 1 (100) 0 (0) 1 (100)
Tumor 0 (0) 1 (100) 1 (100)
Total 32 (62,7) 19 (37,3) 51 (100)
Período de intubação, n (%)
Menor que 48 horas 4 (80,0) 1 (20,0) 5 (100)
0,643 *
Maior ou igual a 48 horas 24 (63,2) 14 (36,8) 38 (100)
Total 28 (65,1) 15 (34,9) 43 (100)
Variáveis categóricas estão descritas em número (porcentagem).
* Teste exato de Fisher.

DISCUSSÃO sendo que ela é realizada com maior frequência em


crianças com intubação prolongada, seguidas pelas
No presente estudo, observou-se que houve
crianças que necessitam de melhor limpeza traqueo-
mudança significante no padrão alimentar dos
brônquica e por aquelas com malformações obstru-
indivíduos estudados, com aumento no número de
tivas das vias aéreas. Outro estudo24 constatou que as
crianças com alimentação por via oral após a realização
comorbidades mais frequentes que necessitaram da
da traqueostomia e da intervenção fonoaudiológica. traqueostomia foram as neuropatias, seguidas pelas
A faixa etária dos pacientes pediátricos que neces- doenças pulmonares, síndromes genéticas e prema-
sitam de traqueostomia é mais comum na criança turidade. No presente estudo, foi possível observar
menor de um ano de idade23. As indicações do proce- que a faixa etária teve uma mediana de 12 meses e
dimento mudaram ao longo dos últimos 30 anos, que os diagnósticos de maior prevalência foram as

DOI: 10.1590/1982-0216/20212353321 | Rev. CEFAC. 2021;23(5):e3321


8/11 | Basso CSD, Arroyo MAS, Fucuta PS, Maia AB

cardiopatias, neuropatias, seguidas pelos problemas de secreção corada, foi realizada a oferta do alimento
respiratórios, sepse e tumores.  corado com progressão gradual de volume.
Crianças que necessitaram de intubação orotra- Em uma pesquisa33 realizada em 31 crianças
queal por um tempo prolongado (após 48 horas) com traqueostomia, 19 apresentaram aspiração de
apresentam um risco maior para a disfagia25, de alimentos e os autores consideraram que a maioria
forma que esse risco aumenta 14% para cada dia de das crianças apresentava problemas de deglutição
intubação prolongada26. As crianças relatadas nesse nas diversas fases da deglutição, assim como um
estudo ficaram intubadas por um período prolongado, maior risco para aspiração. No presente estudo,
com uma mediana de 11 dias, indicando maior risco verificou-se na alta hospitalar aumento no número de
para disfagia. pacientes com alimentação por via oral, sendo que 32
(62,8%) crianças alimentavam-se por via oral e, destas,
Um estudo27 refere que a traqueostomia não
19 (37,3%) por via oral exclusiva. Os pacientes que
aumenta o risco de aspiração e disfagia. Já um outro
receberam alta hospitalar com via oral parcial ou com
estudo28 encontrou forte correlação entre traqueos-
dieta ofertada exclusivamente por via alternativa, não
tomia e pneumonia, porém eles atribuem a pneumonia
apresentaram piora clínica e/ou sinais de aspiração
a intubação prolongada antes da realização da
durante acompanhamento hospitalar e a necessidade
traqueostomia.
de via alternativa foi devido à alta hospitalar e essas
A avaliação e intervenção dos problemas de crianças foram encaminhadas para acompanhamento
alimentação e deglutição nos pacientes traqueosto- fonoaudiológico na cidade de origem ou no ambula-
mizados devem ser realizadas por fonoaudiólogos tório de especialidades, para possível progressão de
com formação específica e envolve um raciocínio dieta, orientação e intervenção para fala e linguagem.
complexo do quadro do paciente, considerando Dessa forma, cabe ao fonoaudiólogo avaliar o
seu perfil alimentar, condições clínicas, patologias quadro geral do paciente, progredir dieta conforme
associadas29 e os tipos específicos das avaliações evolução clínica e estado geral da criança e estar em
são definidas pelo ambiente, a idade e os problemas contato contínuo com a equipe multidisciplinar respon-
apresentados pela criança30. Diferentes escalas de sável pela criança. Portanto, é importante ressaltar a
observação podem ser usadas para avaliar o estado necessidade do profissional fonoaudiólogo no plane-
do paciente, prontidão para alimentação, habilidades jamento terapêutico da criança com traqueostomia,
motoras orais (não nutritivas e nutritivas) e deglutição atuando na possibilidade de alimentação por via oral
segura31,32. A avaliação clínica da dinâmica da deglu- ou adequação das funções orais, lembrando da neces-
tição no paciente com traqueostomia tem como critério sidade do trabalho em equipe transdisciplinar, do
o intervalo de pelo menos 48 horas do pós-operatório diálogo entre os profissionais, visando a segurança,
de TQT13,14. Já no presente estudo, o intervalo entre a qualidade de vida com a melhora do quadro clínico do
realização da traqueostomia e a avaliação fonoaudio- paciente.
lógica apresentou mediana de seis dias. Vale ressaltar que no momento do estudo o hospital
O Blue Dye Test é teste simples e de baixo custo, ainda não fornecia a Válvula de Fala e Deglutição para
que não necessita de aparelhos e sala de imagem, avaliação fonoaudiológica.
podendo ser realizado a beira leito e que pode ser Estudos sobre a (re)introdução da alimentação
utilizado como triagem inicial em pacientes com com população pediátrica em uso de traqueostomia
traqueostomia. Porém, sabe-se que é um teste em são escassos, sendo necessário que novas pesquisas
que pode haver falsos negativos, portanto a avaliação sejam realizadas, para favorecer os profissionais que
clínica fonoaudiológica, acompanhamento com atuam na área, bem como para melhorar o atendi-
mento dessa população. 
fonoaudiólogo, verificação da evolução clínica não
deve ser descartada. Nos casos em que haja evolução
insatisfatória, deverá ser conversado com equipe CONCLUSÃO
multidisciplinar sobre o quadro geral do paciente, para Conclui-se no presente estudo que toda a população
progressão de dieta por via oral e provável encami- estudada apresentava comorbidades prévias, pouca
nhamento para realização de exames objetivos da idade e passaram por período prolongado de intubação
deglutição. Neste estudo, foi realizado primeiramente orotraqueal. A intervenção fonoaudiológica em
o Blue Dye de saliva e após observação de ausência ambiente hospitalar, para o atendimento de pacientes

Rev. CEFAC. 2021;23(5):e3321 | DOI: 10.1590/1982-0216/20212353321


Crianças traqueostomizadas e alimentação | 9/11

pediátricos traqueostomizados deve ser precoce e 8. Arvedson JC. Evaluation of children with feeding
embasada em técnicas descritas na literatura, visando and swallowing problems. Lang. Speech Hear. Serv.
auxiliar na transição da dieta por via alternativa para via Sch. [periódico na Internet]. 2000 [acesso em 03 de
oral, com maior segurança. Foi possível observar que abril de 2021]; 31(1):28-41. Disponível em: https://
a dieta por via oral de maneira exclusiva foi a forma de pubs.asha.org/doi/pdf/10.1044/0161-1461.3101.28
alimentação de maior prevalência na alta fonoaudio- 9. Tutor JD, Srinivasan S, Gosa MM, Spentzas T,
lógica hospitalar. Stokes DC. Pulmonary function in infants with
swallowing dysfunction. PLoS One. [periódico
REFERÊNCIAS na Internet]. 2015 [acesso em 03 de abril de
2021]; 10(5):1-12. Disponível em: https://www.
1. Butnaru CS, Colreavy MP, Ayari S, Froehlich P.
ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4433327/pdf/
Tracheotomy in children: evolution in indications.
pone.0123125.pdf
Int J Pediatr. Otorhinolaryngol. [periódico
na Internet]. 2006 [acesso em 03 de abril de 10. Picinin IFM, Bittencourt PFS, Bié IMG, Tavares
2021]; 70:115-9. Disponível em: https://www. LAF, Mesquita TCL, Lopes AD et al. Modelo
sciencedirect.com/science/article/abs/pii/ de assistência multidisciplinar à criança
S0165587605002806?via%3Dihub traqueostomizada. Rev Med Minas Gerais.
[periódico na Internet]. 2016 [acesso em 03 de
2. Fraga JC, Souza JCK, Kruel J. Pediatric
abril de 2021]; 26(Supl 6):S19-S26. Disponível em:
tracheostomy. J Pediatr (RJ). [periódico na
http://rmmg.org/artigo/detalhes/1984
Internet]. 2009 [acesso em 03 de abril de 2021];
85(2):97-103. Disponível em: https://www.scielo.br/ 11. Macedo E, Gomes GF, Furkin AM. A deglutição
pdf/jped/v85n2/en_v85n2a03.pdf normal. In: Gomes FF, Furkin AM, Macedo E,
3. Tutor JD, Gosa MM. Dysphagia and aspiration in editores. Manual de cuidados do paciente com
children. Pediatr Pulmonol. [periódico na Internet]. disfagia. Sao Paulo: Lovise; 2000. Cap 02. p. 17-27.
2012 [acesso em 03 de abril de 2021]; 47:321-37. 12. Barros APB, Portas JG, Queija DS. Implicações da
Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/ traqueostomia na comunicação e na deglutição.
epdf/10.1002/ppul.21576 Rev Bras Cir Cabeça Pescoço. [periódico na
4. Bone DK, Davis JL, Zuidema JD, Cameron JL. Internet]. 2009 [acesso em 03 de abril de 2021];
Aspiration pneumonia: Prevention of aspiration 202-7. Disponível em: http://www.fonovim.com.br/
in patients with tracheostomies. Ann. Thorac. arquivos/e3ea46e68c92e587ac9cec2085b7f180-
Surg. [periódico na Internet]. 1974 [acesso em Implica----es-da-traqueostomia-na-comunica----o.
03 de abril de 2021]; 18(1):30-7. Disponível em: pdf
https://www.annalsthoracicsurgery.org/article/ 13. Belafsky PC, Blumenfeld L, Lepage AA,
S0003-4975(10)65714-1/pdf Nahrstedt K. The accuracy of the modified
5. Pannunzio TG. Aspiration of oral feedings in Evan´s Blue Dye Test in predicting aspiration.
patients with tracheostomies. AACN ClinIssues The Laryngoscope. [periódico na Internet]. 2010
[periódico na Internet]. 1996 [acesso em 03 de [acesso em 03 de abril de 2021]; 113:1969-72.
abril de 2021]; 7(4);560-9. Disponível em: https:// Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/
pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/8970257/ abs/10.1097/00005537-200311000-00021
6. Rudolph CD, Link DT. Feeding disorders in 14. Levy DS, Almeida ST. Contribuição da avaliação
infants and children, Pediatr. Clin. [periódico na fonoaudiológica para o delineamento da
Internet]. 1994 [acesso em 03 de abril de 2021]; intervenção na disfagia pediátrica. In: Levy DS,
49:(1)97-112. Disponível em: https://pubmed.ncbi. Almeida ST, editores. Disfagia infantil. 1.Ed. Rio
nlm.nih.gov/7983566/. de Janeiro, RJ: Thieme Revinter Publicações,
7. Arvedson JC. Management of pediatric 2018.p.73-84.
dysphagia. Otolaryngol. Clin. [periódico na 15. ASHA: American Speech-Language-Hearing
Internet]. 1998 [acesso em 03 de abril de Association. [Internet]. 2000 Clinical indicators for
2021]; 31(3):453-76. Disponível em: https:// instrumental assessment of dysphagia [Guidelines].
www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/ ASHA Practice Policy. Disponivel em: http://www.
S0030666505700645?via%3Dihub asha.org/policy/GL2000-00047.htm

DOI: 10.1590/1982-0216/20212353321 | Rev. CEFAC. 2021;23(5):e3321


10/11 | Basso CSD, Arroyo MAS, Fucuta PS, Maia AB

16. Barros APB, Carrara-de-Angelis E. Avaliação Laryngoscope. [periódico na Internet]. 2015


fonoaudiológica à beira leito. In: Jotz GP, Carrara- [acesso em 20 de abril de 2021];125(3):746-50.
De-Angelis E, Barros APB, editores. Tratado da Disponível em: https://doi.org/10.1002/lary.24931
deglutição e disfagia: no adulto e na criança. Rio 26. Svystun O, Johannsen W, Persad R, Turner JM,
de Janeiro, Revinter, 2009. p.68-70. Majaesic C, El-Haquim H. Dysphagia in healthy
17. Flabiano-Almeida FC, Búhler KEB, Limongi SCO. children: characteristics and management of a
Protocolo para avaliação clínica da disfagia consecutive cohort at a tertiary centre. Int J Pediatr
pediátrica (PAD-PED). 2014. Barueri (SP); Otorhinolaryngol. [periódico na Internet]. 2017
Pro-Fono. [acesso em 20 de abril de 2021]; 99:54-9. Disponível
18. Lima AH, Côrtes MG, Bouzada MCF, Friche AAL. em: https://www.sciencedirect.com/science/article/
Preterm newborn readiness for oral feeding: abs/pii/S0165587617302434?via%3Dihub
systematic review and meta analysis. CoDAS. 27. Pavithran J, Puthiyottil IV, Narayan M, Vidhyadharan
[periódico na Internet]. 2015 [acesso em 03 S, Menon JR, Iyer S. Observations from a pediatric
de abril de 2021]; 27(1):101-7. Disponível em: dysphagia clinic: characteristics of children at
https://www.scielo.br/j/codas/a/vbRbKy67y risk of aspiration pneumonia. The Laryngoscope.
YXBPCvN8TwZyJn/?lang=en&format=pdf [periódico na Internet]. 2019 [acesso em 20 de
19. Paião RCN, Dias LIN. A atuação da fisioterapia abril de 2021];129:2614-8. Disponível em: https://
nos cuidados paliativos da criança com câncer. onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/lary.27654
Ensaios e Ciência. Ciências Biológias, Agrárias e
28. Taniguchi MH, Moyer RS. Assessment of risk factors
da Saúde. [periódico na Internet]. 2013 [acesso em
for pneumonia in dysphagic children: significance of
03 de abril de 2021]; 16(4). Disponível em: http://
videofluoroscopic swallowing evaluation. Dev Med
pgsskroton.com.br/seer/index.php/ensaioeciencia/
Child Neurol. [periódico na Internet]. 1994 [acesso
article/view/2777/2633
em 20 de abril de 2021];36:495–502. Disponível
20. Moura RGF, Cunha DA, Caldas ASC, Silva HJ.
em: https://doi.org/10.1111/j.1469-8749.1994.
Quantitative evaluation of taste in childhood
tb11879.x
populations: a systematic review. Brazil J
29. Lefton-Greif MA, McGrath-Morrow SA. Deglutition
Otorhinolaryngol. [periódico na Internet]. 2014
and respiration: development, coordination,
[acesso em 03 de abril de 2021]; 5;81(1):97-106.
and practical implications. Semin Speech Lang.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/bjorl/
[periódico na Internet]. 2007 [acesso em 20 de
v81n1/1808-8694-bjorl-81-01-00097.pdf
abril de 2021];28(3):166-79. Disponível em: https://
21. Conover WJ. Practical nonparametric statistics.
www.thieme-connect.com/products/ejournals/
New York: John Wiley & Sons, 1998.
abstract/10.1055/s-2007-984723
22. Siegel S, Castellan Jr NJ. Estatística Não
Paramétrica para Ciências do Comportamento. 30. Heckathorn DE, Speyer R, Taylor J, Cordier R.
Bookman, 2ª edição, São Paulo, 2006. Systematic review: non-instrumental swallowing
23. Fraga JC, Souza JCK, Kruel J. Pediatric and feeding assessments in pediatrics, Dysphagia.
tracheostomy. Jornal de Pediatria [periódico [periódico na Internet]. 2016 [acesso em 20 de abril
na Internet]. 2009 [acesso em 20 de abril de de 2021];31(1)1-23. Disponível em: https://link.
2021];85(2). Disponível em: https://www.scielo.br/ springer.com/article/10.1007/s00455-015-9667-5
pdf/jped/v85n2/en_v85n2a03.pdf 31. Costa SP, Van der Schans CP. The reliability
24. Maunsell R, Avelino M, Alves JC, Semenzati G, of the neonatal oral-motor assessment scale,
Lubianca Neto JF, Krumenauer R et al. Revealing the Acta Paediatr. [periódico na Internet]. 2008
needs of children with tracheostomies. European [acesso em 20 de abril de 2021];97(1):21-6.
Annals of Otorhinolaryngology, Head and Neck Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/
diseases. [periódico na Internet]. 2018 [acesso em full/10.1111/j.1651-2227.2007.00577.x
20 de abril de 2021]; 135S:S93-S97. Disponível em: 32. Engel-Hoek LV, Hulst KCMV, Gerven MHJC,
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/ Haaften LV, Groot SF. Development of oral motor
S1879729618301248?via%3Dihub behavior related to the skill assisted spoon feeding,
25. Bhattacharyya N. The prevalence of pediatric voice Infant Behav. Dev. [periódico na Internet]. 2014
and swallowing problems in the United States. [acesso em 20 de abril de 2021];37(2):187-91.

Rev. CEFAC. 2021;23(5):e3321 | DOI: 10.1590/1982-0216/20212353321


Crianças traqueostomizadas e alimentação | 11/11

Disponível em:https://www.sciencedirect.com/
science/article/pii/S0163638314000137
33. Streppela M, Vedera LL, Pullensa B, Joostenb
KFM. Swallowing problems in children with a
tracheostomy tube. Int J Pediatr Otorhinolaryngol.
[periódico na Internet]. 2019 [acesso em 20 de
abril de 2021];124:30-3. Disponível em: https://doi.
org/10.1016/j.ijporl.2019.05.003

DOI: 10.1590/1982-0216/20212353321 | Rev. CEFAC. 2021;23(5):e3321

Você também pode gostar