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CURSO DE FONOAUDIOLOGIA
A CONTRIBUIÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA
NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO.
MANAUS-AM
2018
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A CONTRIBUIÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA
NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO.
MANAUS-AM
2018
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RESUMO
O crescimento vertiginoso da população idosa é um problema com o qual pesquisadores de sociologia vêm se
defrontando. O fenômeno, mundial, é tão intenso que tem provocado grande crise socioeconômica e política,
com repercussão em todos os setores, principalmente no de saúde. Por sua relevância e abrangência, não poupa
países ricos, pobres e vem sendo sistematicamente debatido em fóruns, congressos, seminários, bem como em
artigos, periódicos, literatura especializada, acadêmica e científica. O presente trabalho pretende fazer uma
explanação sobre o papel do profissional de fonoaudiologia na promoção da melhoria na qualidade de vida do
idoso. Procura demonstrar quais são os problemas acarretados na saúde pelo processo de envelhecimento, assim
como quais os desafios a serem enfrentados em ação conjunta com os demais profissionais de saúde na
proficiência de uma melhor assistência ao público idoso.
INTRODUÇÃO
A saúde do idoso é um dos problemas que mais tem preocupado os países, ricos ou
pobres. A Organização Mundial de Saúde, OMS, foi criada com o objetivo de desenvolver
políticas públicas que melhorem a qualidade de vida. A saúde foi definida em 1948 por essa
organização, como sendo não somente a ausência de patologia, mas, também, como a
resultante das condições de vida do indivíduo em suas interações com a sociedade. Logo,
verifica-se que a qualidade de vida está diretamente relacionada com as condições
socioeconômicas, com o espaço geográfico e cultural.
A Fonoaudiologia é uma área de atuação também em Saúde Pública. De espectro
amplo, atende a uma diversidade de grupos sociais e assume, em particular, papel sensível e
significativo sobre as ações que podem resultar na qualidade de vida da população idosa,
acima dos 60 anos, quando levados em consideração os impactos que o processo de
envelhecimento pode acarretar sobre esta faixa etária, levando a distúrbios como dificuldades
de comunicação e a deterioração dos processos mnemônicos essenciais à manutenção da
linguagem, os quais demandam cuidados especializados (MARCOLINO– GALLI &
FONSECA, 2016).
A definição de qualidade de vida é difícil, por se tratar de um constructo subjetivo e
determinado por inúmeras variáveis interligadas ao longo da vida (life-span), inclusive no
processo de envelhecimento humano. Compreender o envelhecimento como um processo
sociovital multifacetado e se conscientizar de que se trata de um fenômeno irreversível é de
suma importância para que todos, profissionais da saúde, governo, sociedade em geral e os
próprios idosos, vejam a velhice não como finitude, mas como um momento do ciclo da vida
que requer cuidados específicos, o qual pode e deve ser desfrutado com qualidade (Witter &
Buriti, 2011, apud DAWALIBI et al., 2013, p.395).
Esse trabalho propõe uma nova postura reflexiva, acerca do tema envelhecimento no
âmbito da fonoaudiologia para que se busque a excelência na qualidade da assistência à saúde,
propiciando novos valores que venham melhorar o atendimento desta crescente população,
desde o nível da atenção básica a promoção do envelhecimento com qualidade.
METODOLOGIA
Este trabalho é de natureza qualitativa com apuramento de dados primários e
secundários para, mediante o cruzamento e interação deles, chegar aos parâmetros
conclusivos que levem à proposições de melhores padrões de atendimento fonoaudiológicos.
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Desta forma, o envelhecimento é descrito como processo global em que há perda das
reservas orgânicas e consequente degeneração das várias funções executivas que, ao passar
dos anos intensifica a sua atuação no corpo e mente das pessoas idosas (CARDOSO 2009).
A Fonoaudiologia, então, aprofunda-se a cada dia na discussão e no aprimoramento
de técnicas para o tratamento dessas patologias características do envelhecimento, ao mesmo
tempo que inicia diversas reflexões sobre a prevenção das mesmas. Sendo que as mais
decorrentes alterações de linguagem, dentre elas as afasias, são adquiridas pelos acidentes
vasculares encefálicos (AVE), os quais alteram, a forma e o uso da linguagem e de seus
processos cognitivos subjacentes, tais como percepção e memória. Então, o fonoaudiólogo,
acaba por atuar como ponte nos processos de reabilitação e manutenção da linguagem oral
e/ou gestual do afásico ligando familiares e cuidadores a uma adaptação gradativa ao processo
de interação, que vai se modificando na medida da progressão da doença. Todavia quando
ocorrem alguns discursos de alguns pacientes com lesões neurológicas difusas, como nos
quadros demenciais, são descritos grande número de termos indeferidos e frases sem sentido
no escopo de sua mensagem, além de ausência de elementos importantes para a compreensão
do interlocutor, o que, muitas vezes gera angústia nos familiares e cuidadores. Portanto, o
objetivo da manutenção da linguagem é desenvolver e manter o senso de identidade,
transmitir e receber informações para o autocuidado, criar estratégias para a comunicação,
amenizar dificuldades de compreensão e/ou de produção de linguagem por meio de
estratégias orais e visuais que incentivem o idoso a se adaptar às mudanças. A intervenção
nesses casos deve possibilitar o desenvolvimento de estratégias, paliando e compensando a
deterioração linguística que acompanha o envelhecimento (BILTON et al., 2016, p.1355).
familiares como confuso, distraído, não comunicativo e não colaborador. Assim os efeitos da
presbiacusia podem ser minimizados por meio da adaptação de aparelhos de amplificação
sonora individual, com resultados positivos na qualidade de vida do paciente (BILTON et al.,
2016, p.1356 e 1357).
Por meio de testes comportamentais e eletrofisiológicos o treinamento auditivo tem
demonstrado ser capaz de provocar mudanças na representação neural em situação de ruídos,
melhorando a velocidade e capacidade de codificação do som resultando em benefícios reais
para a comunicação do dia a dia (ANDERSON et al., 2013; MORAES, 2015, p.100 e 101).
Assim como na criança que nasce, e para alimentar-se, passa por um processo de
adaptação alimentar, o idoso passa a ter outras características naturais que dificultam
a alimentação. O fonoaudiólogo pode oferecer um trabalho de adaptação preventivo,
através das mudanças de consistências alimentares de forma a ajustar às
dificuldades, diminuindo os danos causados às funções orofaciais, ao mesmo tempo
em que viabiliza a adequação das estruturas e funções estomatognáticas (CARDOS
& BUJES, 2010, p.63).
Sólidos secos
Durante avaliação de deglutição são usados recursos instrumentais para
monitoramento do funcionamento do corpo como o estetoscópio e o oxímetro de pulso, onde
o estetoscópio, é colocado em um dos lados da cartilagem tireoide para se auscultar os sons de
passagem do ar e da deglutição e, o oxímetro de pulso, usado para medir saturação de
oxigênio na hemoglobina, no qual nos permite monitorar pacientes que dessaturam em
consequência de aspiração traqueal. E para complementar a avaliação clínica, o
fonoaudiólogo pode lançar mão de exames de imagem para concluir seu diagnóstico. Os mais
utilizados são a endoscopia e a videofluoroscopia da deglutição, por onde, se é possível ter
uma ideia mais nítida da extensão da patologia (BILTON et al., 2016, p.1359 e 1360).
A prevenção em saúde no idoso deve se caracterizar por maior acesso às informações.
Uma proposta de orientação para a população de idosos em nosso país deve enfocar a
prevenção de afecções dentárias, pois a manutenção dos dentes garante um aporte nutricional
mais adequado podendo usufruir melhor das funções estomatognáticas, ao mesmo tempo em
que os exercícios orofaciais podem oferecer uma melhor adaptação das condições dessas
estruturas e funções, promovendo uma qualidade de vida favorável aos idosos (CARDOS &
BUJES, 2010, p.63).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A fonoaudiologia em gerontologia possuí relevância impar no cenário atual em que
vivemos, marcados por mudanças no modo em que se vive e se enxerga a vida, num contexto
cada vez mais globalizado no que tange envelhecimento ativo, tema desta revisão
bibliográfica. Foram levantadas estratégias de tratamento fonoaudiológicas para as patologias
mais recorrentes do processo de senescência. Foram consultados trabalhos de outras áreas de
atuação em saúde como a psicologia e a enfermagem, porém, com o mesmo enfoque no tema
envelhecimento ativo.
Com relação à área de conhecimento envelhecimento, na produção científica da
SciELO 2010, a área que mais produziu sobre o tema foi Psicologia (26,1%), seguida de
Medicina (21,7%), Saúde Pública e Enfermagem (17,4% cada) e Psiquiatria (11,6%).
Fonoaudiologia, Fisioterapia, Odontologia e Educação Física contribuíram, apenas, com 1,4%
do total, cada uma. Em nenhum dos artigos foram abordados assuntos referentes à Nutrição
(DAWALIBI et al., 2013, p.398).
O fonoaudiólogo é o profissional chave para detectar alterações de linguagem, assim
como, realizar prevenção de patologias relacionadas ao envelhecimento juntamente com uma
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REFERÊNCIAS
ACOSTA e CARDOSO, RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 1, p. 143-154, jan./abr. 2012.
DAWALIBI N.W.; ANACLETO G.M.C; WITTER C.; GOULART R.M.M; AQUINO R.C.
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SOUZA J.A., Envelhecimento e mudanças corporais: percepção dos idosos sobre sua atual
situação de vida. 2013. Monografia (Bacharelado em Enfermagem) – Universidade de
Brasília, Ceilândia, 2013.
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