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Reitor Prof. José Pio Martins
Pró-Reitor Acadêmico Prof. Carlos Longo
Coordenador Geral de EAD Prof. Renato Dutra
Coordenadora Editorial Profa. Manoela Pierina Tagliaferro
Autoria Prof. João Armando Brancher
Profa. Walquiria Aparecida Garcia Zonta
Supervisão Editorial Aline Scaliante Coelho
Parecer Técnico Altair Argentino Pereira Junior
Validação Institucional Francine Fabiana Ozaki e Regiane Rosa
Layout de Capa Valdir de Oliveira
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Ícones
Afirmação Curiosidade
Assista
Dica
Biografia
Esclarecimento
Conceito
Contexto Exemplo
Sumário
Capítulo 5
Captação e absorção de nutrientes; eliminação de resíduos: sistema digestório..............9
5.1 Funções gerais do sistema digestório...........................................................................9
5.1.1 Canal alimentar e órgãos acessórios....................................................................................................................... 10
5.1.2 Digestão...................................................................................................................................................................11
5.1.3 Absorção..................................................................................................................................................................11
5.1.4 Excreção...................................................................................................................................................................12
5.2 Ingestão e deglutição.................................................................................................12
5.2.1 Boca.........................................................................................................................................................................12
5.2.2 Glândulas salivares................................................................................................................................................. 16
5.2.3 Faringe.....................................................................................................................................................................17
5.2.4 Esôfago....................................................................................................................................................................18
5.3 Digestão.....................................................................................................................21
5.3.1 Estômago................................................................................................................................................................ 21
5.3.2 Duodeno................................................................................................................................................................. 23
5.3.3 Pâncreas..................................................................................................................................................................24
5.3.4 Fígado e vesícula biliar............................................................................................................................................ 25
5.4 Excreção......................................................................................................................27
5.4.1 Intestino delgado e mesentério.............................................................................................................................. 28
5.4.2 Absorção de nutrientes.......................................................................................................................................... 29
5.4.3 Intestino grosso...................................................................................................................................................... 29
5.4.4 Movimentos intestinais...........................................................................................................................................31
Referências.......................................................................................................................32
Capítulo 6
Controle das funções corporais: equilíbrio, harmonia e bem-estar ................................33
6.1 Organização funcional do sistema nervoso................................................................33
6.1.1 Sistema nervoso central.......................................................................................................................................... 36
6.1.2 Sistema nervoso periférico..................................................................................................................................... 40
6.1.3 Envoltórios do tecido nervoso................................................................................................................................ 42
6.1.4 Barreira hematoencefálica e líquor......................................................................................................................... 42
6.2 Funções sensoriais, integrativas e motoras................................................................43
6.2.1 Estimulação sensorial............................................................................................................................................. 44
6.2.2 Tronco encefálico e controle motor........................................................................................................................ 45
6.2.3 Reflexo e reação..................................................................................................................................................... 45
6.2.4 Funções cognitivas e comportamento................................................................................................................... 45
6.3 Sistema Nervoso Autônomo......................................................................................46
6.3.1 Divisões simpática e parassimpática...................................................................................................................... 46
6.3.2 Função simpática................................................................................................................................................... 47
6.3.3 Função parassimpática........................................................................................................................................... 48
6.3.4 Neurotransmissores da fisiologia autonômica....................................................................................................... 48
6.4 Controle endócrino das funções corporais.................................................................48
6.4.1 Definição de glândulas endócrinas......................................................................................................................... 49
6.4.2 Hipófise: um dos principais órgãos endócrinos......................................................................................................51
6.4.3 Hormônios.............................................................................................................................................................. 53
6.4.4 Mecanismos de ação dos hormônios..................................................................................................................... 53
Referências.......................................................................................................................55
Capítulo 7
Proteção e defesas do corpo humano..............................................................................57
7.1 Pele e mucosas............................................................................................................57
7.1.1 Estrutura da pele..................................................................................................................................................... 57
7.1.2 Funções da pele....................................................................................................................................................... 58
7.1.3 Anexos cutâneos..................................................................................................................................................... 59
7.1.4 Mucosas....................................................................................................................................................................61
7.2 Sistema imunológico .................................................................................................61
7.2.1 Antígenos................................................................................................................................................................ 62
7.2.2 Células do sistema imunológico............................................................................................................................. 63
7.2.3 Resposta imunológica............................................................................................................................................ 66
7.2.4 Hipersensibilidades................................................................................................................................................. 66
7.3 Sistema linfático .........................................................................................................67
7.3.1 Linfa........................................................................................................................................................................ 67
7.3.2 Vasos linfáticos....................................................................................................................................................... 68
7.3.3 Células e tecidos linfáticos...................................................................................................................................... 69
7.3.4 Linfonodos.............................................................................................................................................................. 69
7.4 Resistência do corpo à infecção .................................................................................70
7.4.1 Leucócitos ............................................................................................................................................................... 71
7.4.2 Granulócitos............................................................................................................................................................ 72
7.4.3 Sistema monocítico macrofágico........................................................................................................................... 73
7.4.4 Inflamação...............................................................................................................................................................74
Referências.......................................................................................................................78
Capítulo 8
Aparelho genitourinário...................................................................................................79
8.1 Órgãos excretores.......................................................................................................79
8.1.1 Rins.......................................................................................................................................................................... 80
8.1.2 Ureteres................................................................................................................................................................... 82
8.1.3 Vesícula urinária ..................................................................................................................................................... 82
8.1.4 Uretra masculina e uretra feminina........................................................................................................................ 84
8.2 Sistema genital masculino.........................................................................................85
8.2.1 Testículos................................................................................................................................................................ 85
8.2.2 Túbulos e ductos seminíferos................................................................................................................................. 86
8.2.3 Pênis ..................................................................................................................................................................... 86
8.2.4 Glândulas acessórias............................................................................................................................................... 88
8.3 Sistema genital feminino...........................................................................................88
8.3.1 Ovários e tubas uterinas......................................................................................................................................... 89
8.3.2 Útero....................................................................................................................................................................... 90
8.3.3 Genitália externa ................................................................................................................................................... 92
8.3.4 Glândulas mamárias............................................................................................................................................... 92
8.4 Gravidez......................................................................................................................94
8.4.1 Ciclo menstrual....................................................................................................................................................... 95
8.4.2 Fertilização............................................................................................................................................................. 96
8.4.3 Desenvolvimento e funções da placenta................................................................................................................ 97
8.4.4 O feto e a mãe.......................................................................................................................................................101
Referências ....................................................................................................................104
5 Captação e absorção de nutrientes;
eliminação de resíduos: sistema digestório
Com o aprofundamento de pesquisas na área de saúde sobre fatores que inter-
ferem na qualidade de vida, várias descobertas ressaltam o impacto que uma alimentação
saudável exerce sobre os aspectos funcionais do corpo humano. Nesse sentido, é funda-
mental conhecer os órgãos que participam da digestão dos alimentos.
Neste capítulo, compreenderemos o conceito de digestão e estudaremos o sistema
digestório, analisando cada um de seus órgãos e entendendo como eles participam
desse processo.
Ingestão
Ato de levar os alimentos, sejam sólidos ou líquidos, à boca.
Secreção
Produção e liberação, por vários tipos de células, de substâncias que contribuem para a digestão.
Processos mecânicos
São resultado de ações musculares que ajudam a triturar, misturar e impulsionar as partículas
alimentares.
Digestão
Absorção
Defecação
Processo pelo qual todo material não absorvido é eliminado em forma de fezes pela porção
final do canal alimentar, chamada de ânus.
Para que essas funções sejam executadas, nosso organismo possui estruturas
divididas em dois grupos, que compreenderemos a seguir.
O estresse pode causar uma patologia que acomete todo o trato gastrointestinal, denominada
síndrome do intestino irritável ou colo irritável, que pode causar dores e cãibras abdominais,
diarreia e constipação alternadas, náuseas e flatulência e perda de apetite.
Sistema digestório
Pâncreas
Intestino delgado
Ânus
11
Todas essas partes serão estudadas mais a fundo ao longo deste capítulo, em
conjunto com sua função no processo da digestão.
5.1.2 Digestão
O objetivo dos processos digestivos é transformar moléculas grandes, que não
atravessariam a mucosa intestinal (revestimento interno dos intestinos), em moléculas
suficientemente pequenas para não só atravessarem a mucosa, como serem absor-
vidas pelas células.
Os processos digestivos podem ser divididos em processos mecânicos e
processos químicos. Fortes músculos estriados, como o músculo masseter (situado na
região interna das bochechas de cada lado do rosto) e o músculo temporal (situado de
cada lado nas têmporas) agem voluntariamente e produzem os movimentos mastiga-
tórios que permitirão que os dentes triturem os alimentos. Movimentos executados
por músculos relacionados à língua e à faringe desencadeiam o ato da deglutição, que
impulsiona o bolo alimentar para a faringe.
A partir do esôfago, a musculatura especial do canal alimentar, constituída de
músculos lisos e de controle involuntário, produz movimentos peristálticos, que
mantêm a propulsão das partículas alimentares sempre adiante para a próxima parte,
onde nova etapa da quebra de moléculas será realizada. Músculos da parede do estô-
mago e do intestino delgado realizam também movimentos especiais que misturam
as partículas alimentares às substâncias químicas que vão sendo liberadas nas várias
porções do canal alimentar. A liberação de muitas e variadas enzimas ao longo das
porções do canal alimentar, e também do ácido clorídrico e da bile, constituem os
processos químicos. Tanto os processos mecânicos quanto os químicos serão detalhados
ao longo do capítulo.
5.1.3 Absorção
O processo de absorção requer um revestimento interno especial nos órgãos
digestórios, por isso, só ocorre no estômago, no intestino delgado e no intestino
grosso, que são dotados de um epitélio mucoso próprio para algum grau de absorção.
Segundo Tortora e Grabowski (2006), ocorre pouca absorção no estômago, uma
vez que suas células epiteliais são impermeáveis à maioria das substâncias nutrientes,
permitindo apenas a absorção de água, íons, ácidos graxos de cadeia curta e algumas
drogas, especialmente a aspirina, e álcool.
É no intestino delgado que ocorre 90% da absorção, pois esse órgão e sua
mucosa são especialmente construídos para esse processo. Nele, são absorvidas as
12
5.1.4 Excreção
Todo o material não digerido ou não absorvido, células mortas da mucosa do
canal alimentar, bactérias ou produtos de sua decomposição e certa quantidade
de água e sais constituem o bolo fecal. Um movimento resultante de contrações da
musculatura lisa do intestino grosso, chamado de peristalse em massa, impulsiona o
bolo fecal em direção ao reto. O reflexo de defecação é desencadeado pela presença
desse composto no reto, distendendo suas paredes. As estruturas e os movimentos
envolvidos na excreção serão detalhados mais adiante.
5.2.1 Boca
A boca ou cavidade bucal é fechada anteriormente pelos lábios, que formam a
rima bucal ao se encontrarem. Logo após os lábios, existe uma região chamada de
vestíbulo bucal, que fica entre os dentes e os lábios.
A parte superior da boca é denominada palato e está subdividida em palato
duro, formado pelos dois ossos palatinos e por porções dos dois ossos maxilares,
13
e palato mole, constituído por músculos. Na parte central do palato mole, existe a
úvula, uma projeção que possui receptores especiais para avisar sobre a passagem
do bolo alimentar em direção à faringe. Além disso, as contrações dos músculos do
palato mole o elevam juntamente com a úvula e impedem que partículas alimentares
cheguem à cavidade nasal. Na parte final do palato mole, existem dois arcos pala-
tinos, e entre eles estão situadas as tonsilas palatinas ou amígdalas, que pertencem
ao sistema linfático e atuam na defesa do corpo contra microrganismos. Todas essas
estruturas podem ser vistas na imagem a seguir.
Canino
Palato
duro
Pré-molares
Palato
mole
Molares
Úvula
Tonsila
palatina
Arcos
palatinos
© rendix_alextian // Shutterstock. (Adaptado).
Língua
Molares
Pré-molares
Canino
Incisivos
As paredes da cavidade bucal são formadas pelas bochechas, que são consti-
tuídas por tecido adiposo, músculos bucinadores e tecido epitelial interno e externo. O
assoalho da boca é formado pela língua, estrutura de musculatura estriada e recoberta
de mucosa, cujos músculos participam da mastigação, da deglutição e da fonação.
Na cavidade bucal, estão os dentes. Os seres humanos possuem quatro tipos de
dentes, ilustrados na imagem anterior: incisivos, que cortam o alimento; caninos, que
o seguram, rasgam ou laceram; e os pré-molares e molares que os moem, trituram e
esmagam.
14
Em geral, os dentes possuem três partes: coroa, colo e raiz. A coroa é a parte que
se vê acima da gengiva; colo é o ponto entre coroa e raiz, na altura da gengiva; e raiz é
a parte de fixação nos alvéolos dentais (espaço presentes nas arcadas dentais superior,
do osso maxilar e inferior, do osso mandíbula).
No interior da coroa, existe uma cavidade pulpar, que contém a polpa do dente,
onde estão presentes vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos, que chegaram até ali
pelos canais do dente, localizados no interior da raiz. Os dentes incisivos e os caninos
apresentam uma raiz única, já os pré-molares e os molares possuem três ou mais raízes.
Em alguns dentes doentes, às vezes, é necessário retirar todo o conteúdo da polpa do dente,
tanto da cavidade pulpar quanto da raiz, por meio de um procedimento conhecido como trata-
mento de canal.
Coroa Esmalte
Dentina
Colo
Gengiva
Polpa no
interior da
cavidade pulpar
Raiz Cemento
© Jacky Co // Shutterstock. (Adaptado).
Canal
da raiz
do dente
Osso
15
Anatomia da língua
Epiglote
Tonsila palatina
Raiz
Tonsila lingual
Papila circunvalada
© stockshoppe // Shutterstock. (Adaptado).
Papila fungiformes
Corpo
Papila filiformes
Glândula
Glândula
sublingual
Glândula
submandibular
O SNA é formado por dois componentes: o sistema nervoso simpático, que é ativado em situa-
ções de gasto energético, como aumento de atividade física e estresse, e o sistema nervoso
parassimpático, que atua em situações de reposição energética, como digestão e repouso.
5.2.3 Faringe
O órgão seguinte no canal alimentar é a faringe, que pertence tanto ao sistema
digestório, por permitir a passagem do alimento, quanto ao sistema respiratório, por
possibilitar o acesso do ar.
A faringe é um tubo constituído por um grupo de músculos estriados esquelé-
ticos, denominados músculos constritores da faringe (superior, médio e inferior) que
atuam durante a deglutição impulsionando o alimento em direção ao esôfago. Ela é
revestida por uma túnica mucosa composta pelo epitélio pavimentoso estratificado,
que a protege das substâncias corrosivas presentes nos alimentos e das alterações
extremas na temperatura do que é ingerido.
A faringe é constituída por três porções, que podem ser visualizadas na imagem
a seguir: a porção nasal ou nasofaringe, situada posteriormente à cavidade nasal;
porção oral ou orofaringe, localizada posteriormente à cavidade bucal e a porção
laríngea ou laringofaringe, posteriormente à laringe.
Porções da faringe
Nasofringe
Orofaringe
© Blamb / / Shutterstock. (Adaptado).
Laringofaringe
18
Para que o bolo alimentar continue seu trajeto após passar pela faringe e chegar
ao estômago, precisa primeiro passar pelo esôfago, que estudaremos a seguir.
5.2.4 Esôfago
O esôfago é um tubo muscular longo, com cerca de 25 cm de comprimento e 2
cm de diâmetro, revestido internamente por epitélio estratificado pavimentoso ou
escamoso, que contribui para proteger a mucosa esofágica de corrosões causadas pela
qualidade de certos alimentos (muito picantes ou ácidos, mal mastigados e causando
atrito) e também por sua temperatura.
O esôfago começa na porção laringofaringe na região cervical, desce na cavidade
torácica pelo mediastino posterior, anteriormente à coluna vertebral e paralelamente
à artéria aorta, e atravessa o músculo diafragma por uma abertura chamada de hiato
esofágico. Sua porção final desemboca no estômago.
Em função desse trajeto, o esôfago é dividido em três porções com constituições
musculares diferentes. A primeira é a porção cervical, localizada no terço superior e
constituída de músculo estriado; a segunda, mais longa, é a porção torácica, formada
por uma mistura de músculo estriado e músculo liso; e a porção final, logo após o hiato
esofágico, é a porção abdominal do esôfago, constituída apenas de músculo liso.
Para facilitar o processo de deglutição, o esôfago contém glândulas esofágicas,
que produzem muco lubrificante, e duas estruturas constituídas de músculos em forma
de anel ao redor de seu diâmetro: o esfíncter esofágico superior e esfíncter esofá-
gico inferior. Ambos têm a função de relaxar, permitindo passagem do bolo alimentar
para porção seguinte, e contrair logo após, fechando o diâmetro para impedir o refluxo
do bolo alimentar.
O processo de deglutição impulsiona o bolo alimentar da boca em direção ao
estômago, passando pela faringe e esôfago, constituindo três etapas: a primeira é a
etapa voluntária ou fase oral da deglutição, na qual a língua empurra o bolo para
cima e para trás, em direção ao palato mole.
Quando o bolo chega à orofaringe, começa a etapa faríngea ou fase faríngea
da deglutição (involuntária/reflexa), na qual ocorre a elevação do palato mole e
úvula, fechando a comunicação com a nasofaringe para impedir a subida de partículas
alimentares para cavidade nasal. Ao mesmo tempo, inferiormente, ocorre o abaixa-
mento da cartilagem epiglote, que fecha a entrada da laringe para impedir que corpos
estranhos sólidos ou líquidos penetrem nas vias aéreas. Durante essa etapa, ocorre
uma interrupção do processo respiratório por alguns segundos, e, após a passagem do
bolo em direção ao esôfago, as vias aéreas se reabrem.
19
Azia é um sintoma de queimação no esôfago, que ocorre geralmente por refluxo do conteúdo
ácido do estômago, em função de falha no mecanismo de controle do esfíncter esofágico infe-
rior. Muitas vezes, a dor decorrente da azia é confundida com problema cardíaco.
Laringe
Esôfago
Bolo
Estrato longitudinal
contrai-se
Túnica muscular relaxada
Estômago
© FabriCO
5.3 Digestão
Os principais processos da digestão no canal alimentar ocorrem a partir do estô-
mago e envolvem tanto as ações musculares dos processos mecânicos quanto a libe-
ração de várias substâncias digestivas dos processos químicos. Compreenderemos
melhor esse processo a partir de agora, estudando os aspectos relacionados ao estô-
mago, ao duodeno, ao pâncreas e à vesícula biliar.
5.3.1 Estômago
A porção do canal alimentar que liga o esôfago ao intestino delgado é o estô-
mago, que varia em tamanho e formato de uma pessoa para outra e também entre
as refeições, uma vez que tem a capacidade de se distender para acomodar maiores
volumes. Esse órgão está situado logo abaixo do músculo diafragma, no quadrante
superior esquerdo do abdome, e sua posição pode sofrer variações de acordo com os
movimentos diafragmáticos que o empurram para baixo durante a inspiração e para
cima na expiração.
As funções do estômago são:
Anatomia do estômago
Esôfago Cárdia
Fundo
gástrico
Esfíncter
inferior do Corpo gástrico
esôfago Camada longitudinar
Camada circular
Curvatura
Camada oblíqua
menor
Pregas gástricas
A mucosa estomacal pode ser acometida por um processo inflamatório conhecido como gastrite,
causada por medicamentos, como anti-inflamatórios, drogas, estresse, infecção pela bactéria
Helicobacter pylori, maus hábitos alimentares e ingestão frequente de alimentos muito ácidos.
5.3.2 Duodeno
O duodeno é a porção inicial do intestino delgado, que é a porção do canal
alimentar após o estômago e o principal órgão da digestão e da absorção dos nutrientes.
Trata-se de uma estrutura curta, com algo em torno de 25 cm e formato de C, que
envolve a cabeça do pâncreas.
A importância digestiva do duodeno não se deve a sua anatomia, mas sim
aos ductos que recebe do fígado e do pâncreas: ducto colédoco e ducto pancreá-
tico, respectivamente. Eles se unem antes de desembocar no duodeno, formando a
ampola hepatopancreática, que se abre na papila maior do duodeno, controlada
pelo esfíncter de Oddi.
24
Lobo esquerdo
do fígado
Ducto colédosa
Ducto pancreosa
Túnica mucosa (de Virsung)
do duodeno
Ampola
hepatopancreática
Ducto colédoco
Ducto pancreático
Vesícula biliar
Pâncreas
Músculo esfíncter da
ampola hepatopancreática
Ampola Duodeno
hepatopancreática
(ducto comum
ao duodeno)
© FabriCO
Vista anterior
5.3.3 Pâncreas
Considerado uma glândula mista, o pâncreas possui uma porção exócrina e uma
porção endócrina.
A porção exócrina, constituída pelos ácinos (pequenos grupos de células glandulares)
libera o suco pancreático, e suas principais enzimas são: a amilase pancreática, que quebra
amido em dissacarídeos; a lipase pancreática, que quebra gorduras em ácidos graxos; e
glicerol, tripsina, quimotripsina e carboxipeptidase, que completam a quebra das proteínas
25
O fígado possui uma face voltada para cima e para o músculo diafragma (face
diafragmática) e outra voltada medialmente para as vísceras (face visceral). Na face
diafragmática, ficam os dois lobos do fígado, direito e esquerdo, separados pelo liga-
mento falciforme, que podem ser visualizados na imagem a seguir.
26
Lobo direito
(face diafragmática)
Na face visceral, podem ser vistos quatro lobos: direito, esquerdo, quadrado
e caudado. Nessa parte, também fica uma porção central, o hilo hepático ou porta
do fígado, onde estão localizadas as estruturas que formam o pedículo hepático, um
conjunto de estruturas composto principalmente por artéria hepática, veia porta e
ducto colédoco. Nessa face, também pode ser vista a vesícula biliar e uma porção da
veia cava superior. O sangue que entra no fígado pela veia porta contém moléculas de
nutrientes que foram absorvidas no trato gastrointestinal, a artéria hepática conduz
sangue oxigenado, e o ducto colédoco leva a bile para o duodeno. Essas estruturas
estão ilustradas na imagem a seguir.
Lobo
esquerdo
Lobo
© lotan / / Shutterstock. (Adaptado).
direito
Artéria
hepática própria Veia porta
Lobo do fígado
quadrado Vesícula
biliar
27
Ducto hepático
comum
Ducto colédoco
Visícula
biliar
Ducto pancreático
Ducto pancreático
acessório
5.4 Excreção
O processo de digestão permite ao corpo aproveitar nutrientes que vêm dos
alimentos ingeridos, entretanto, libera também substâncias que não serão absorvidas.
Ao longo desta seção, compreenderemos os mecanismos de absorção e eliminação
dos produtos da digestão, tarefas que envolvem os intestinos delgado e grosso e um
mecanismo de movimentação desses órgãos.
28
Estômago
Duodeno
Colo
Ascendente Pregas
Flexura circulares
duodenojejunal
Jejuno
Mesentério
Vilos
Ceco intestinais Submucosa
Túnica
Apêndice muscular
Íleo
Musculatura Túnica
longitudinal serosa
© FabriCO
Musculatura
circular
O intestino delgado fica localizado no abdome, cujo interior é revestido por uma
membrana denominada peritônio parietal, que emite pregas para os órgãos abdomi-
nais, constituindo o peritônio visceral. Uma dessas pregas é o mesentério, nome dado
a uma das pregas de parede dupla do peritônio que fixa o intestino delgado à parede
abdominal. Nas porções de jejuno e íleo, o mesentério apresenta a forma de um leque
pelo qual chegam vários vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos.
Colo ascendente
Mesocolo
Óstio do
apêndice
vermiforme
Ceco
Saculação
Apêndice do colo
vermiforme Colo sigmoide
Reto
Canal anal
© FabriCO
Fonte: VAN DE GRAAFF, 2003, p. 657. (Adaptado).
Referências
HERLIHY, B.; MAEBIUS, N. K. Anatomia e Fisiologia do Corpo Humano Saudável e
Enfermo. Barueri: Manole, 2002.
MARTINI, F. H. Anatomia Humana. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F. Anatomia Orientada para a Clínica. 5. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2007.
NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
SOBOTTA, J.; PUTZ, R.; PABST, R. Atlas de Anatomia Humana. 22. ed. rev. e atual. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
TORTORA, G. J. Princípios de Anatomia Humana. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2007.
______; GRABOWSKI, S. R. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2006.
VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. 6. ed. Barueri: Manole, 2003.
WOLF-HEIDEGGER, G.; KOPF-MAIER, P. Atlas de Anatomia Humana. 5. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
6 Controle das funções corporais: equilíbrio,
harmonia e bem-estar
Quando uma pessoa encontra alguém por quem está apaixonado, seu coração
bate mais forte, a face fica ruborizada e as mãos começam a suar: são os sistemas
nervoso e endócrino em ação. O sistema nervoso, por meio de impulsos elétricos e
mediadores químicos, provoca aumento dos batimentos cardíacos e dilatação de
vasos, e o sistema endócrino libera mensageiros químicos, os hormônios, que são
responsáveis pelo estímulo das glândulas endócrinas que provocam, por exemplo, o
aumento da secreção do suor e da glicose no sangue.
Todas as atividades corpóreas, como homeostasia, reprodução, crescimento e
desenvolvimento do corpo humano, são controladas por esses dois grandes sistemas.
A atuação de ambos ocorre simultaneamente e eles estão tão intimamente associados
que, em conjunto, formam o sistema neuroendócrino. Para fins didáticos, entretanto,
esses dois sistemas serão abordados separadamente, como veremos a seguir.
Neurônio
Corpo
celular
Nucléolo
Núcleo
Axônio
Dendritos
Bulbo sináptico
Núcleo da Neurilema
célula de Schwann
Mielina
Axônio
Os axônios são revestidos por uma substância lipídica que os isolam, a bainha de
mielina, aumentando a velocidade de condução do impulso. O local onde dois neurô-
nios ou um neurônio e uma célula efetora se encontram é denominado sinapse. Em
uma sinapse, o terminal axonal de um neurônio contém vesículas repletas de neuro-
transmissores, moléculas que se ligam à membrana do dendrito de outro neurônio e
conduzem o impulso nervoso adiante. Observemos uma sinapse na figura a seguir.
Moléculas
neurotransmissoras
Ligação neurotransmissoras
A neuroglia recebeu esse nome porque, no passado, acreditava-se que os neurônios eram
unidos por uma espécie de cola (glue, em inglês).
36
Dura-máter
Intumescência cervical
C1
2
Nervos 3 Plexo cervical
4
cervicais 5
6
7
8
T1
2
3 Plexo braquial
4
5
6
Nervos 7
torácicos 8
Intumescência
9
10 lombossacral
11
12
Cone medular
L1
Nervos 2
3
lombares 4
5
Plexo
Nervos lombossacral
sacrais
Cauda equina
© FabriCO
Nervos
coccígeo Filamento terminal
Neurônio sensorial SS
visceral SV
Neurônio motor MS
visceral
MS
Neurônio motor
© FabriCO
somático
Corno ventral
Nervo espinal Raiz ventral (motora)
(neurônios motores)
Lobo parietal
Lobo temporal
Lobo frontal Lobo occiptal
Tronco encefálico
Hipotálamo Tálamo
Telencéfalo
Glândula
pineal
© Alila Medical Media // Shutterstock. (Adaptado).
Cerebelo
Mesencéfalo (metencéfalo)
Ponte Bulbo
(metencéfalo) (mielencéfalo)
Tronco encefálico
Dançar exige sequências complexas de movimentos que são finamente controladas pelo cerebelo.
40
Nervos torácicos
Nervos
intercostais
Nervos lombares
Nervo femoral
Nervo obturador
Nervos cocígeos
Nervo pudendo
O SNP pode ser dividido em três partes. O sistema nervoso somático (SNS) capta
informações provenientes de receptores localizados na pele e órgãos dos sentidos e as
repassa para o SNC, desempenhando papel sensitivo, quando recebe as informações,
e motor, quando envia respostas à pele, músculos e articulações. Como as respostas
podem ser conscientemente controladas, a ação do SNS é voluntária. O sistema
nervoso entérico é responsável pelo controle das vísceras do sistema digestório e
42
trabalha de forma involuntária. Por fim, o sistema nervoso autônomo transmite infor-
mações das vísceras para o SNC e traz respostas do SNC para as vísceras.
Revestimentos do SNC
Crânio
Dura-máter
Aracnoide-máter
Pia-máter
Córtex Espaço
cerebral subaracnóideo
© FabriCO
A bainha de mielina envolve os axônios, mas nem todos a possuem. Axônios com
bainha de mielina são chamados de axônios mielínicos enquanto aqueles sem a bainha
são denominados amielínicos.
Individualmente, cada axônio é envolvido por um tecido delicado, chamado de
endoneuro. Feixes de axônios são envolvidos pelo perineuro, e os conjuntos desses
feixes são envoltos pelo epineuro. Quando o nervo espinal entra no SNC, o epineuro se
funde com a dura-máter.
Encéfalo
SISTEMA
NERVOSO
CENTRAL Gânglios SISTEMA
(SNC) NERVOSO
Medula espinal
PERIFÉRICO
(SNP)
Nervos
Divisão Divisão
Eferente Aferente
(Motora) (Sensorial)
© FabriCO
Simpática Parassimpática
(gasta energia) (poupa energia)
Vejamos um exemplo: por que nos emocionamos quando ouvimos uma música,
sentimos o cheiro de um perfume ou olhamos uma fotografia de família? É nosso
sistema nervoso em ação, recebendo informações sensoriais que estimularão áreas no
sistema límbico que têm forte ação sobre a atividade neuronal. Memórias lá guardadas
são reavivadas, e nós nos animamos, nos motivamos, tomamos atitudes. Assim, é esse
o sistema que deve ser estimulado sob o ponto de vista motivacional.
O sistema límbico também está envolvido na retenção de informações e na trans-
ferência delas para áreas de armazenamento permanente, logo, deve ser constante-
mente estimulado para que o aprendizado seja consolidado. Patologias que causam
perda de memória, como a doença de Alzheimer, afetam o sistema límbico.
Sistema Sistema
nervoso nervoso Órgãos
central periférico efetores
Acetilcolina Músculo liso
Músculo
Fibra cardíaco
Fibra pré-
pós-ganglionar Glândulas
Sistema nervoso ganglionar Gânglio
simpático paravertebral ou colateral Norepinefrina
© FabriCO
terminal pós-ganglionar Acetilcolina
parassimpático
Fibras nervosas que liberam acetilcolina são denominadas fibras colinérgicas, e as que liberam
norepinefrina são chamadas de fibras adrenérgicas.
48
Glândulas
paratireóides
(na face posterior Glândula tireóide
da glândula tireóide)
Timo
Glândula
suprarrenal
© Designua // Shutterstock. (Adaptado).
Pâncreas
Ovário
(em mulheres)
Testículos
(em homens)
Norepinefrina
Idem à epinefrina.
(noradrenalina)
Há uma importante glândula que não foi descrita nessa tabela: a hipófise, que,
devido a sua importância, será descrita separadamente, no tópico a seguir.
Adeno-hipófise
Hipotálamo
Neurônios secretam
hormônios liberadores
Glândula Infundíbulo
hipófise anterior
(adeno-hipófise) Vasos sanguíneos no
hipotálamo - sistema
porta-hipofisário
Cédulas glandulares
secretam hormônios
da hipófise anterior
© FabriCO
Para a circulação
Neuro-hipófise
Hipotálamo
Infundíbulo
Hipófise posterior
(neuro-hipófise)
Neurônios secretam
hormônios diretamente
nos vasos sanguíneos
que os transporta
para o tecido-alvo
© FabriCO
Para a circulação
Adeno-hipófise Funções
6.4.3 Hormônios
Hormônios são mensageiros químicos produzidos pelas glândulas endócrinas e
lançados diretamente no sangue, que se encarrega de distribuí-los pelo corpo. Dessa
forma, os hormônios atuam em células-alvo distantes de seu local de produção. Cada
hormônio produzido pelo corpo humano é único, com mecanismos específicos de ação.
Quimicamente, os hormônios podem ser derivados de peptídeos/proteínas ou de
lipídios. Hormônios derivados de peptídeos/proteínas possuem como unidade forma-
dora os aminoácidos e podem ser chamados de hormônios esteroidais ou hormônios
hidrossolúveis. A maioria dos hormônios, exceto os sexuais, encaixam-se nesse grupo.
Como são hormônios proteicos, sempre que forem utilizados para tratamentos, devem
ser injetados, uma vez que, se utilizados por via oral, serão destruídos no estômago.
Já os hormônios derivados de lipídios são formados por unidades de gordura.
Aqui é importante lembrar que as células de nosso corpo possuem uma membrana lipí-
dica e que, quando um hormônio lipídico chega a uma célula, ele passará facilmente
pela membrana, característica denominada lipossolubilidade. Portanto, hormônios lipí-
dicos são denominados lipossolúveis. São exemplos: os hormônios sexuais masculinos
(testosterona) e femininos (estrogênio).
Vasos saguíneos
Hormônio proteico
Hormônio esteróide
Células-alvo
Receptor
Receptor específico
específico
Segundo
mensageiro
© FabriCO
Sem efeito superfície celular no interior da célula
Efeito Efeito
Caso o hormônio seja lipossolúvel, ele passará pela membrana lipídica e encon-
trará seu receptor no interior da célula. Uma vez ligado a seu receptor, o hormônio
“liga” ou “desliga” genes específicos, alterando a atividade da célula-alvo.
A outra possibilidade é que o hormônio seja hidrossolúvel. Esses hormônios se
ligam a seus receptores específicos na superfície externa da célula, atuando como
primeiros mensageiros. Segundos mensageiros são produzidos no interior da célula sob
estímulo do hormônio que se ligou na membrana externa. Normalmente, o segundo
mensageiro é a adenosina monofosfato cíclico (AMP cíclico), que ativa proteínas intra-
celulares, causando respostas específicas. Em ambos os casos, o mecanismo de ação
hormonal é longo, e seus efeitos se prolongam até que eles sejam removidos do sangue.
Finalizando, imaginemos que nosso corpo é uma grande orquestra: inúmeros
músicos e instrumentos que devem funcionar harmoniosamente. Para que isso acon-
teça, dois regentes importantes devem tomar conta dos músicos: o sistema nervoso
e o sistema endócrino. Ambos estão intimamente associados e garantem um espetá-
culo: o funcionamento do corpo humano.
55
Referências
APPLEGATE, E. J. Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
DRAKE, R. L.; VOGL, A. W.; MITCHELL, A. W. M. Gray’s Anatomia Básica. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013.
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisio-
logia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
7 Proteção e defesas do corpo humano
O corpo humano está exposto ao ambiente que o cerca, dessa forma, é suscetível às
alterações desse ambiente e deve responder às agressões ambientais que possa sofrer.
Pele e mucosas, o sistema imunológico e o sistema linfático contribuem com
parcelas significativas para a manutenção da homeostasia corporal, isto é, o equilí-
brio interno, frente a essas agressões, controlando, por exemplo, a temperatura do
corpo ou em resposta a agentes infecciosos que conseguem passar pelas barreiras de
defesa, como bactérias, vírus ou fungos. A interação entre esses sistemas de defesa,
que estudaremos ao longo deste capítulo, garante um ambiente fisiológico ideal para
o funcionamento celular.
Glândula
sebácea Epiderme
Derme
Glândula
sudorífera Hipoderme
© FabriCO
A epiderme é a camada mais externa, visível, com espessura que varia entre 0,07
e 1,4 mm, dependendo da região do corpo. É composta por um epitélio estratificado
pavimentoso queratinizado avascular que contém quatro tipos de células distintas:
queratinócitos, células de Langerhans, melanócitos e células de Merkel, espa-
lhadas entre os estratos espinhoso, granuloso, lúcido e córneo. Em sua camada mais
profunda, é separada da derme pela membrana basal.
Melanócitos são células que produzem melanina, responsável pela pigmentação da pele.
Sardas são pontos de hiperpigmentação devido ao aumento na produção de melanina.
percepção de sensações;
eliminação de metabólitos;
59
síntese de vitamina D;
Mãos e dedos possuem sulcos e cristas bem definidos chamados dermatoglifos ou impressões
digitais, que são únicos em cada indivíduo e, por isso, podem ser utilizados para identificação.
Sudoríparas
Atuam principalmente na regu- São abundantes no corpo todo, e seus
• Écrinas lação da temperatura corporal por ductos se projetam da derme para a
meio da evaporação. epiderme.
São encontradas nas axilas, mamas e região
São estimuladas durante situações inguinal, suas porções secretoras se encon-
• Apócrinas
de estresse ou excitação sexual. tram na hipoderme, e seus ductos se abrem
nos folículos pilosos.
60
O folículo piloso é o órgão que origina os pelos, que garantem certa proteção
contra radiação solar, bactérias e outras substâncias. Um pelo é dividido em duas
partes distintas: a haste, visível na superfície da pele, e a raiz, que penetra na derme
e hipoderme. O músculo liso responsável por elevar o pelo é denominado músculo
eretor do pelo. Essa estrutura pode ser vista na imagem a seguir.
Estrutura de um pelo
Haste
do pelo
Músculo
eretor do pelo
Glândula
sebácea
Raiz do pelo
Bulbo piloso
do folículo Raiz do pelo
(cutícula, córtex, medula)
Bainha radícular
interna
Bainha radícular
externa
Membrana vítrea
Medula
Baínha de
tecido conjunto da raiz
Córtex
Matriz
Melanócito
Papila dêrmica
© FabriCO
Tecido
adiposo
Os folículos pilosos são inervados, dessa forma, se a haste se mover, a raiz será
sensibilizada. Há uma região denominada bulbo, onde está a papila dérmica, que
contém vasos sanguíneos e é circundada por melanócitos, responsáveis pela produção
de melanina. A alteração de cor na haste do pelo, por exemplo, quando ele fica
grisalho, deve-se ao declínio na produção de melanina.
Os últimos anexos cutâneos são as unhas, situadas nos dedos e formadas por
placas de células altamente queratinizadas da epiderme.
7.1.4 Mucosas
As mucosas, também chamadas de membranas mucosas, revestem as cavidades
do corpo que se abrem para o exterior, tais como os órgãos do sistema digestório,
respiratório e urogenital. Com exceção do sistema urogenital, que é lavado pela urina,
as membranas mucosas possuem glândulas que secretam um fluido lubrificante e pega-
joso chamado muco que reveste, lubrifica, protege e umedece as cavidades corporais.
Por ser pegajoso, esse fluido retém bactérias e substâncias estranhas, funcionando
assim como mecanismo de defesa.
O muco reveste a superfície do estômago, protegendo-o contra a ação do suco gástrico. Caso
exista algum tipo de lesão na membrana mucosa, a exposição do estômago a seus próprios
ácidos pode causar úlceras.
Algumas mucosas ainda possuem cílios que atuam como filtros, cujo movimento
em ondas contínuas impede a propagação de bactérias, empurrando-as para fora do
corpo. Dessa forma, partículas aspiradas pelas vias aéreas são impedidas de chegar
aos pulmões, por exemplo.
7.2.1 Antígenos
Nosso corpo está continuamente exposto a substâncias estranhas: bactérias, vírus,
fungos, agentes químicos, entre outros, chamados genericamente de antígenos. Por
definição, antígeno é toda substância que, ao penetrar em um organismo, desencadeia
uma resposta imunológica, ou seja, os antígenos são capazes de provocar a reação de
células de defesa e de anticorpos.
Para combater os antígenos, o sistema imunológico utiliza células de defesa, que
serão discutidas posteriormente, e anticorpos, que são proteínas denominadas globulinas
produzidas pelos linfócitos do sistema imunológico adaptativo, portanto, são também
conhecidas como imunoglobulinas. Estão presentes nos líquidos corporais (humores), tais
como sangue, linfa e saliva, e são classificadas em cinco tipos: IgG, IgA, IgM, IgD e IgE.
Quando encontram antígenos, ligam-se a eles, garantindo imunidade humoral.
Tanto as células de defesa quanto os anticorpos reconhecem estruturas especí-
ficas na superfície do antígeno. Essas estruturas são chamadas os determinantes anti-
gênicos. A figura a seguir mostra que os antígenos possuem vários determinantes
antigênicos em sua superfície, de modo que vários anticorpos podem se ligar a eles.
Antígeno
© FabriCO
Anticorpo B
Anticorpo C
Macrófago
Macrófagos
ingerem antígenos
Macrófagos processa
antígenos e os
apresenta para célula T
Célula T
Célula T produz
clones
Imunidade humoral.
Antígenos
Macrófago
Macrófago ingere
e processa antígenos
Célula auxiliar T
estimula célula B
Célula B de memória
Células lembram o antígeno.
plasmáticas Subsequente exposição ao
produzem mesmo antígeno modifica
anticorpos as células B de memória
para células plasmáticas.
Anticorpos
© FabriCO
inativam
os antígenos
C3
C3b C3a
C3b
Opsonização: Causa inflamação:
C5b C5a Estimula a liberação de
Superfície bacteriana C6 histamina, aumenta a
MAC
Poro
Proteínas do
complemento
(C5b-C9)
Membrana
da célula-alvo
© FabriCO
7.2.4 Hipersensibilidades
O corpo humano, ao longo da vida, vai adquirindo imunidade à medida que é
exposto a agentes agressores. Dessa forma, quando uma criança contrai uma doença
ou é vacinada, por exemplo, seu sistema imunológico é estimulado e produz anti-
corpos e assim o indivíduo fica sensibilizado. Isso é bom porque garante imunidade
contra doenças durante anos, às vezes durante toda a vida.
Entretanto, nos casos de alergias ou hipersensibilidades, ocorre uma reação
desproporcional do sistema imunológico frente a um agressor que, de certa forma, é
inofensivo. Células de defesa, especificamente os basófilos, liberam a histamina, que
desencadeia uma série de respostas desagradáveis, e em alguns momentos, perigosas,
como mostra o quadro a seguir.
67
Há uma evolução perigosa nas respostas causadas pela histamina: uma coceira
inicial pode culminar com uma parada cardíaca.
Substâncias causadoras de alergia são denominadas alérgenos. São exemplos:
proteínas obtidas na alimentação, pó e materiais sintéticos como a borracha.
Esse sistema é formado pela linfa, vasos linfáticos, células e tecidos linfáticos e
linfonodos, que estudaremos ao longo desta seção.
7.3.1 Linfa
A linfa se assemelha ao plasma sanguíneo, que é filtrado nas paredes das arteríolas,
nas proximidades das vênulas. Esse filtrado é denominado líquido intersticial, fica depo-
sitado ao redor das células e nos espaços teciduais e deve ser devolvido para o sangue
venoso para não se acumular nos tecidos causando edema, hipotensão e hipovolemia.
A remoção do líquido intersticial do tecido é realizada pelos capilares linfáticos, e quando
68
esse líquido entra nos vasos linfáticos é denominado linfa. Esse trajeto pode ser visuali-
zado na figura a seguir.
Arteríola
Espaços no tecido
Capilar
Células do tecido Vênula
Capilar linfático
Vaso
© FabriCO
linfático
7.3.4 Linfonodos
Durante seu trajeto, os vasos linfáticos são interrompidos por pequenas estru-
turas chamadas linfonodos ou pequenos gânglios, que atuam como filtros eficientes,
prendendo partículas que estão circulando junto com a linfa, especialmente antígenos.
São formados por nódulos linfáticos repletos de macrófagos e linfócitos, com isso,
possuem alta capacidade para destruir bactérias e células danificadas.
Os linfonodos se distribuem por todo o corpo, mas estão mais densamente
concentrados em certos locais, tais como axilas, virilhas e glândulas mamárias. A figura
a seguir mostra os locais de maior concentração de linfonodos no corpo humano.
70
© FabriCO
Fonte: MARIEB; HOEHN, 2009, p. 679. (Adaptado).
Linfonodos são pequenos e podem ser percebidos com uma palpação minuciosa
da pele. Como atuam como filtros, quando há um processo infeccioso, inflamatório
ou neoplasia, patógenos ou células tumorais podem ficar retidas neles, causando um
aumento de volume. Nesses casos, eles ficarão duros, palpáveis e sensíveis, assim,
podem ser utilizados para monitorar doenças.
como pele e mucosas, e segunda linha de defesa, que inclui células especializadas em
fagocitose (fagócitos), células NK, proteínas antimicrobianas, febre e inflamação.
Já a imunidade específica ou adaptativa diz respeito a mecanismos de defesa com
ações coordenadas muito específicas e envolvem linfócitos B e linfócitos T.
Defesas internas
Defesas Defesas
inatas • Fagócitos adaptativas
• Febre
• Células NK
• Proteínas Imunidade humoral
© FabriCO
antimicrobianas
• Células T
• Inflamação
7.4.1 Leucócitos
O sangue é um tecido conjuntivo formado por uma parte líquida, o plasma, e por
elementos figurados: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Os glóbulos
brancos, também chamados de leucócitos, são formados na medula óssea ou no tecido
linfático e possuem núcleos e outras organelas, mas não são capazes de transportar
oxigênio. Eles são transportados pelo sangue para locais nos quais precisam atuar, geral-
mente locais de infecção e de inflamação, promovendo defesa rápida contra antígenos.
Os leucócitos são produzidos e ficam armazenados na medula óssea até que,
por algum motivo, precisem ser recrutados para atuar em processos inflamatórios
ou infecciosos. Suas principais funções são fagocitar invasores, produzir anticorpos e
limpar os resíduos celulares do combate entre células de defesa e invasores.
Alguns leucócitos possuem grânulos com mediadores químicos em seu interior:
os granulócitos, divididos em neutrófilos, eosinófilos e basófilos, que serão discutidos
posteriormente neste capítulo. Outros não possuem grânulos, sendo portanto conhe-
cidos como agranulócitos. São eles: monócitos e linfócitos (B, T e NK).
72
Leucócitos agranulócitos
Tipos de
Função Características
Leucócitos
São mediadores da resposta imunoló-
Linfócitos gica, incluindo as reações Ag/Ac.
Células T atacam vírus, células cance- São as células T, células B e as natural
rosas, entre outras. killer (NK).
© FabriCO
Monócitos
Têm núcleo grande em forma de
Realizam a fagocitose e destruição de ferradura.
© FabriCO
patógenos.
Originam os macrófagos.
7.4.2 Granulócitos
Como já mencionamos, leucócitos que possuem grânulos no seu interior são
denominados granulócitos. Neutrófilos, eosinófilos e basófilos são exemplos. Todos
possuem aparência granular e são polimorfonucleados. Células polimorfonucleadas
possuem núcleos com vários lóbulos, e seu citoplasma é rico em grânulos, por isso, são
também chamadas de granulócitos.
73
Leucócitos granulócitos
Tipos de Leucócitos Função Características
Neutrófilos
Têm núcleo com lobos conectados por
Executam a fagocitose e
pontes de cromatina e possuem grânulos no
© FabriCO
destruição de bactérias.
citoplasma com enzimas poderosas
Basófilos
Têm dois grandes núcleos.
Atuam nas reações alérgicas Contém grânulos com grande quantidade
© FabriCO
Migração de monócitos
Células endoteliais
Lúmen vascular
Monócito
Lâmina Basal
Pericito NG2
Macrófago
© FabriCO
Fonte: GERHARDT; LEY, 2015, p. 326. (Adaptado).
7.4.4 Inflamação
Inflamação é uma resposta de um tecido vivo vascularizado frente a um agente
agressor. Caracteriza-se por cinco sinais: edema, tumor, rubor, calor e perda da função
e ainda pode ser acompanhada por uma resposta sistêmica generalizada, a febre.
Febre é a elevação da temperatura corporal em decorrência da invasão do corpo
por parte de microrganismos e é desencadeada pelo próprio agente agressor ou por
agentes liberados por leucócitos e macrófagos durante o processo de defesa do corpo.
É importante salientar que a febre, se não for muito elevada, é uma defesa adaptativa
que beneficia o corpo.
75
Resposta inflamatória
Entrada de bactéria
ou partícula estranha 1
Tecido lesionado 2
libera 3
mediadores químicos
(complemento,
4a histamina etc.)
Neutrófilos e
Aumento da
macrófagos
permeabilidade capilar
atraídos para
4b (inchaço dor) 4c
a área (quimiotaxia)
Vasodilatação aumenta
o fluxo sanguínio
(vermelhidão e calor)
6 Agentes
agressivos fagocitados
8 Reparo do tecido
Todo processo inflamatório começa com uma agressão, que pode ser química, física
1 ou biológica. No exemplo da imagem, bactérias invadem a derme após uma perfuração
com um objeto.
Além disso, os mediadores da inflamação sinalizam para que mais células de defesa, os
5 fagócitos, migrem para a área lesionada.
Referências
APPLEGATE, E. J. Anatomia e Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
DRAKE, R. L.; VOGL, A. W.; MITCHELL, A. W. M. Gray’s Anatomia Básica. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2013.
GARTNER, L. P.; HIATT, J. L. Tratado de Histologia em Cores. 3. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2007.
GERHARDT, T.; LEY, K. Monocyte trafficking across the vessel wall. Cardiovascular
Research, Oxford, v. 107, n. 3, ago. 2015. Disponível em: <cardiovascres.oxfordjournals.
org/content/cardiovascres/107/3/321.full.pdf>. Acesso em: 28/12/2015.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 12. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2011.
HERLIHY, B.; MAEBIUS, N. K. Anatomia e Fisiologia do Corpo Humano Saudável e
Enfermo. 1. ed. Barueri: Manole, 2002.
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo Humano: fundamentos de Anatomia e
Fisiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
8 Aparelho genitourinário
Estudaremos neste capítulo três sistemas que formam o aparelho genitourinário.
O primeiro deles é o sistema urinário, que desempenha funções vitais para nossa
sobrevivência e cujas pequenas falhas podem ter consequências graves em nosso equi-
líbrio interno, levando inclusive ao óbito em situações mais extremas. Os outros dois
sistemas são o genital masculino e genital feminino, também chamados de sistemas
reprodutores, que possuem funções muito especializadas para garantir a reprodução de
nossa espécie.
Iniciaremos nossos estudos pelo sistema urinário, que é formado por dois rins,
dois ureteres, a bexiga urinária e a uretra, como mostra a figura a seguir.
Ureter Hilo
renal
Coluna
renal
Bexiga
urinária Pirâmide
renal
Pelve Cálice
Uretra renal renal
Esses órgãos exercem uma função excretora, vital para manter a homeostase,
uma vez que produtos das reações celulares podem ser tóxicos ou alterar vários fatores
do equilíbrio interno. Ententedemos como ocorre esse processo e os órgãos envolvidos
a seguir.
De acordo com Tortora e Grabowsi (2006), o pH do sangue de uma pessoa saudável em está
em torno de 7,35 e 7,45 de acordo com seus níveis de H+. Tampão é uma substância que age
rapidamente, realizando uma ligação temporária com H+ para retirar o excesso desse íon dos
fluidos corporais.
Por fim, por meio da filtração do sangue realizada pelos rins, são eliminados do
corpo componentes de drogas ingeridas, derivados tóxicos, como a amônia, creatinina,
ácido úrico e ureia, e ainda outros resíduos tóxicos resultantes de atividade bacteriana.
Nesta seção, compreenderemos a anatomia dos órgãos excretores do sistema
urinário, iniciando pelos rins.
8.1.1 Rins
Os rins são dois órgãos considerados retroperitoniais, por estarem posicionados
atrás do peritônio parietal, na parte posterior da cavidade abdominal, na altura das
vértebras lombares, mais precisamente entre a segunda e a terceira vértebras. São
frequentemente comparados a um grão de feijão de cor marrom avermelhada, e como
o rim direito fica abaixo do fígado, órgão que ocupa uma parte significativa da região,
fica um pouco abaixo do rim esquerdo.
Nefrolitíase é uma condição patológica que pode provocar dores intensas. Nela, formam-se cálcu-
los ou pedras no rim a partir de depóstitos de cálcio, sais de magnésio ou cristais de ácido úrico.
Vários tratamentos são recomendados de acordo com o tamanho e a quantidade dos cálculos.
Segundo Van de Graaff (2003), os rins estão envoltos em três camadas teciduais,
que formam uma bolsa fibroadiposa disposta da seguinte forma:
• a cápsula renal, mais interna, de constituição fibrosa e diretamente aderida à
superfície renal, protege de traumatismos e disseminação bacteriana;
81
Borda
medial
Artéria
renal
Borda
lateral Hilo
renal
Veia
renal
Pelve
Veias estelares renal
visíveis através
da cápsula fibrosa Ureter
© FabriCO
Glândula suprarrenal
e rim lobado de criança
Polo inferior
Córtex renal
Plano Néfron
frontal Via de drenagem
através
do rim
direito Ductor papilar
Medula renal pirâmide
Seio renal
(toda a área rosa-claro)
Ureter
© FabriCO
Bexiga urinária
8.1.2 Ureteres
Os ureteres são dois órgãos cilíndricos com aproximadamente 1 cm de diâmetro
e 25 cm de comprimento e começam a partir da pelve renal em direção descendente,
atravessando a cavidade abdominal e terminando na região pélvica ao desembocar na
bexiga nos óstios ureterais.
Cada ureter é constituído de uma musculatura lisa que realiza contrações peristál-
ticas para conduzir a urina até a bexiga, embora a força da gravidade também influencie
no transporte da urina. Essas contrações são fortes o suficiente para manter o fluxo de
urina mesmo, por exemplo, em pessoas acamadas por muito tempo, que ficam numa
posição horizontal na qual a força da gravidade não consegue auxiliar no processo.
Interiormente, os ureteres possuem células produtoras de muco para proteção
contra substâncias presentes na urina e variações de pH.
Ducto deferente
Sacro Próstata
© FabriCO
Epidímio Prepúcio
da uretra Testículo Escroto Óstio externo
Plano sagital
da uretra
Plano sagital
Vagina Clitóris
Uretra
Ânus Lábio maior
© FabriCO
Óstio externo
da uretra
Lábio menor
O formato da bexiga depende do volume de urina que contém, sendo que apre-
senta uma forma piramidal quando está quase vazia e esférica conforme distende até
um formato ovóide quando está muito cheia, chegando até a cavidade abdominal.
Glândula Músculo
Ramo do pênis bulboterial bulboesponjoso
Lábio menor
do pudendo
Corpo
cavernoso
do pênis
Parte
esponjosa
da uretra
Corpo
esponjoso
do pênis
Glande
do pênis
© FabriCO
Óstio externo
da uretra
8.2.1 Testículos
Os testículos são duas glândulas com formato ovoide que medem em torno de
4 a 5 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Sua formação ocorre na cavidade
abdominal do feto e sua descida para ocupar a bolsa escrotal, atravessando o canal
inguinal, só ocorre em torno do 7.° mês de desenvolvimento.
Os testículos são responsáveis pela produção de espermatozoides e também do
principal andrógeno (hormônio sexual masculino): o hormônio sexual testosterona.
Cada um deles é recoberto por uma cápsula fibrosa densa e esbranquiçada, a túnica
albugínea, que se projeta para o interior dos testículos e os subdivide em 250 a 300
pequenas partes, chamadas de lóbulos do testículo, que contêm de um a três túbulos
seminíferos, que serão estudados a seguir.
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Glândula seminal
Ducto
ejaculatório Ducto excretor
© Malic Sergiu / / Shutterstock. (Adaptado).
da glândula seminal
Glândula
bulbouretral Próstata
Uretra
Pênis
Epidídimo
Testículo
8.2.3 Pênis
A genitália externa masculina é composta pelo pênis e a bolsa escrotal. O pênis
é constituído de tecido erétil e dividido em raiz, corpo e glande. A raiz, formada pelo
bulbo e ramos do pênis, é a porção de fixação à parte isquiática do osso do quadril.
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Bolsa escrotal
Vaso linfático
Plexo pampiniforme
Septo do escroto das veias testiculares
Músculo cremaster
Epidídimo
Túnica albugínea
do testículo
Fáscia espermática externa
Tunica vaginal
(peritônio)
Fáscia espermática
Músculo dartos
interna
© FabriCO
O câncer de próstata tem sido causa de morte significativa em muitos homens. Um teste sanguí-
neo, o PSA, pode fornecer indícios importantes sobre a saúde dessa glândula. Se o PSA estiver
aumentado, pode indicar hipertrofia de próstata por infecção, hipertrofia benigna ou câncer.
realizar a gametogênese, que é a produção dos óvulos pelos ovários, que também secretam os
hormônios progesterona, estrogênio, inibina e relaxina;
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conduzir os gametas, tanto feminino quanto masculino, pelas tubas uterinas, que servem tam-
bém como local para o encontro desses gametas, isto é, a fecundação;
executar, após a formação do ovo pela união dos gametas, a fixação do ovo (nidação) na camada
mais interna do útero, denominada endométrio;
desencadear e favorecer a saída do bebê por meio das contrações do miométrio durante
o parto;
8.3.2 Útero
Tanto o sistema genital feminino quanto o masculino possuem gônadas, vias
condutoras de gametas, glândulas anexas e genitália externa com similiaridades
quanto às funções e constituição. Sendo assim, o principal fator que diferencia o
sistema genital feminino é o utero.
O útero está posicionado acima da bexiga e à frente do reto. Pregas do peri-
tônio descem da parede pélvica posterior recobrindo o reto, depois o útero, a bexiga
e por fim, ascendem recobrindo a parede anterior da pelve. Dois espaços importantes
do ponto de vista clínico são formados por esse percurso do peritônio: a escavação
retouterina (também conhecida como fundo de saco de Douglas), onde podem ser
encontrados volumes patológicos de secreção purulenta, sanguinolenta ou do próprio
líquido peritonial aumentado; e a escavação vesicouterina. Ambas podem ser visuali-
zadas na imagem “Sistermas urinário e genital feminino”.
As pregas do peritônio também formam ligamentos que contribuem para a
sustentação do útero: o ligamento largo do útero e ligamento retouterino. Outros
pares de ligamentos também realizam o papel de sustentação do útero: os liga-
mentos transversos do colo, conhecidos como ligamentos cardinais, e os ligamentos
redondos. Mas o principal meio de sustentação, não só do útero, como do reto, da
bexiga e do canal vaginal, é constituído pelos músculos que compõem o soalho da
pelve, em especial a porção formada pelo diafragma da pelve, representada principal-
mente pelo músculo levantador do ânus.
O útero é constituído por três camadas, de fora pra dentro: perimétrio, miomé-
trio e endométrio, ilustradas na figura a seguir. O perimétrio é a prega do peritônio
visceral que recobre o útero e forma o ligamento largo; miométrio é a forte camada
de musculatura lisa que contrai na hora do parto e durante o período menstrual para
ajudar a expelir os resíduos da menstruação; e o endométrio é a camada mucosa que
reveste a cavidade uterina e é subdividido em dois estratos: o estrato basal, que é
permanente, e o estrato funcional, que fica mais espessado e vascularizado durante
o período fértil para alojar o ovo. Caso não ocorra nidação, o endométrio funcional
descama durante a menstruação.
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© FabriCO
Vista Rugas
Segundo Van de Graaff (2003), a forma do útero não gravídico lembra o de uma
pera em posição invertida, com aproximadamente 7 cm de comprimento, 5 cm de
largura e 2,5 cm de diâmetro. Suas partes, ilustradas na imagem anterior, são o fundo,
corpo, istmo e colo ou cérvix uterino, que se projeta póstero e inferiormente em
direção à vagina, que é o canal para penetração do pênis nas relações sexuais, para
passagem do feto durante o parto e para eliminação dos resíduos menstruais. A cavi-
dade uterina é o espaço interno do útero que se estreita na porção do canal do colo do
útero, que se abre para o canal vaginal pelo óstio do útero.
A vagina consiste num tubo muscular com aproximadamente 9 cm, começando
a partir do óstio do colo do útero até o vestíbulo da vagina, onde se abre no óstio da
vagina, na genitália externa, que será estudada adiante. A camada muscular do canal
vaginal é especialmente constituída dentro dos princípios da elasticidade para permitir
grande distensão durante o parto e voltar às dimensões normais no período pós-parto.
Um epitélio mucoso reveste a vagina internamente e forma várias pregas transversais,
denominadas de rugas vaginais, que permitem a distensão da vagina no ato sexual e
no parto. Uma fina prega da membrana mucosa, o hímen, recobre parte do óstio da
vagina, geralmente até a primeira relação sexual. O pH da vagina é mantido ácido no
muco secretado por glândulas da mucosa uterina e da mucosa vaginal para impedir
entrada e proliferação de bactérias.
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Lábios maiores
(afastados) Prepúcio do clitóris
Clitóris
Lábios menores
(afastados expondo
Óstio externo
o vestíbulo)
da uretra
Hímen
Óstio da vagina
(dilatado)
Ânus
O câncer de mama é a segunda maior causa de morte por câncer em mulheres, e a descoberta
precoce é a melhor maneira de aumentar as chances de sobrevivência. Para tanto, é essencial
realizar o autoexame mensal das mamas e mamografias anuais.
Estruturas da mama
Ligamento suspensor
da mama (ligamento
de Cooper)
Costela
Lóbulo contendo
Fáscia profunda
alvéolos
Ducto mamário
Aréola
Músculo peitoral maior Seio lactífero
Papila mamária
Ducto
lactífero
Papila mamária
Aréola
© FabriCO
Tecido adiposo
na fáscia superficial
Plano sagital
8.4 Gravidez
Quando o espermatozoide se encontra com o óvulo na ampola da tuba uterina,
ou seja, se ocorre fertilização, o ovo ou zigoto passa por vários processos de divisão
celular que formarão o blastocisto, uma formação celular oca e esferóide que se fixa
numa cavidade do endométrio por meio de um processo conhecido como implan-
tação. Desde sua chegada ao útero, o blastocisto recebe nutrientes: no primeiro
momento antes da implatação, absorve secreções de glândulas do interior da cavidade
uterina; após a implantação, obtém nutrientes via endométrio; e na sequência, após
a formação da placenta, recebe todo o material necessário para seu desenvolvimento
por meio da via placentária.
Para que a gravidez seja mantida, algumas mudanças hormonais precisam acon-
tecer, e a placenta se encarrega de atuar como um órgão endócrino, produzindo alguns
hormônios. O hormônio gonadotrofina coriônica, que aparece no sangue da mãe logo
após a fixação do ovo no endométrio, mantém o corpo lúteo (que estudaremos mais
adiante) por vários meses até sua degeneração, que poderia causar a interrupção da
gravidez; e para que isso não aconteça, a placenta ja estará produzindo os hormônios
estrógeno e progesterona, necessários para manter a gravidez até a hora do parto.
Testes de gravidez que detectam a presença de gonadotrofina coriônica na urina podem iden-
tificar a gravidez cerca de 14 dias após a fertilização.
Ciclo ovariano
GnRH Hipotálamo
FSH LH
8.4.2 Fertilização
O processo no qual um espermatozóide penetra um ovócito ou oócito secun-
dário (óvulo) unindo os fatores genéticos de cada um é chamado de fertilização, que
produz um zigoto ou óvulo fertilizado e ocorre geralmente na porção da ampola da
tuba uterina um dia após a ovulação. Na fertilização, os 23 cromossomos presentes no
espermatozoide se unem aos 23 cromossomos do óvulo e formam um zigoto com 46
cromossomos, no qual já estão definidos o sexo e a herança genética de uma pessoa.
A fertilização é um processo natural resultante de corpos saudáveis e férteis, mas
as possibilidades para que se concretize dependem de vários fatores cruciais:
O ovócito secundário liberado pelo ovário deverá ser captado pelas fímbrias do infundíbulo e
ser conduzido por movimentos de cílios presentes na mucosa e por contrações peristálticas,
percorrendo uns poucos centímetros até ser alcançado pelos espermatozoides.
Espermatozóide
Trajeto seguido pelo
espermatozóide:
Coroa radiada
Zona pelúcida
Citoplasma do
oócito secundário
Zona pelúcida
(a) Clivagem,
estágio de 2
células (36 horas)
Núcleo Citoplasma
(b) Clivagem
estágio de 4
células (48 horas)
(c) Mórula
(96 horas)
Zona pelúcida
(d) Blastocisto,
vista externa
(5 dias)
Embrioblasto
Trofoblasto
© FabriCO
Âmnio
Cavidade amniótica
Disco embrionário:
ECTODERMA
MESODERMA
ENDODERMA
Saco vitelino
Cavidade
do útero Pendúnculo corporal
(futuro cordão umbilical)
Vilosidade coriônica
Mesoderma extra-embrionário
© FabriCO
Espaço interviloso
que transportam sangue fetal desoxigenado para a placenta e uma veia umbilical que
conduz sangue materno oxigenado para o feto.
Unindo o feto à parede do útero, a placenta é um tecido embrionário formado por
vilosidades coriônicas, e sua principal função é servir de meio pelo qual todo o material
metabólico necessário para o desenvolvimento do feto chegue até ele. Sendo assim,
a placenta armazena nutrientes, como proteínas, carboidratos, ferro e cálcio, que
serão conduzidos para circulação fetal quando forem necessários, e também permite
que todo resíduo prejudicial seja removido. A placenta ainda secreta hormônios este-
róides e hormônios glicoprotéicos, que contribuem para a manutenção da gravidez e
garantem a nutrição ideal para o feto.
A placenta também serve como uma barreira, impedindo que a maioria dos
micro-organismos possa chegar ao feto. Contudo, vários vírus, como do HIV, sarampo,
poliomielite e encefalite, conseguem atravessá-la, em função de suas características
estrturais e funcionais. Algumas drogas como álcool também podem cruzar a placenta
e causar prejuízos na formação fetal.
Após o período embrinonário, durante o período fetal, o principal acontecimento
é o crescimento do feto, principalmente entre a 9.ª e a 16.ª semana, período em que o
desenvolvimento das vísceras fetais e a diferenciação dos tecidos já apresentam uma
certa desaceleração.
© mmutlu / / Shutterstock
Referências
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