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Leonardo Augusto Couto Finelli

Admilson Eustáquio Prates


(Orgs.)

ANSIEDADE
O mal ou o bem
contemporâneo?

editora

científica digital
1ª EDIÇÃO

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2022 - GUARUJÁ - SP
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EDITORA CIENTÍFICA DIGITAL LTDA


Guarujá - São Paulo - Brasil
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A619 LAnsiedade: o mal ou o bem contemporâneo? / Leonardo Augusto Couto Finelli (Organizador). – Guarujá-SP: Científica Digital,
2022.
E-BOOK
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Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5360-216-8
DOI 10.37885/978-65-5360-216-8
1. Ansiedade. I. Finelli, Leonardo Augusto Couto (Organizador). II. Título.

2022
CDD 616.8522
Índice para catálogo sistemático: I. Ansiedade
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A modernidade ofereceu-nos grandes desenvolvimentos da tecnologia e avanços na
comunicação digital e, consequentemente, trouxe mudanças quanto a forma de lidar
com a vida no mundo. Lidamos com muito conforto abundância de produção, processos
de criação rápidos e cômodos. Porém, todas as beneficies grassadas tem também seu
custo para a humanidade.
Passamos a viver em uma sociedade do sucesso, do consumo, da beleza, dos
resultados, e todos esses devem ser auferidos para ontem. A atração do olhar, os “cinco
minutos de fama”, o reconhecimento social, é acompanhado por uma série de demandas
para sua manutenção. Afinal, não existe pódio para todos, e, na maior parte das vezes,
um resultado exitoso, digno de um click ou um like, deriva de processos longos e árduos
de treino e produção que se deram no anonimato. Não se reconhece no vencedor todo
o trabalho para chegar ali, não se discute o processo, as falhas e erros, os tropeços e
mudanças de percurso.
Assim, ao admirar o êxito, muitas pessoas perdem a noção do caminho percorrido...
APRESENTAÇÃO

e no desejo de também ocupar tal lugar de destaque, sofrem, ao não reconhecerem o


processo, e não se dedicarem a esse.
Nesse contexto, a ansiedade, que deveria ser um sentimento típico de preparo do
indivíduo para lidar com uma situação nova, mas que se esvairia após tal enfrentamento,
passa a ser constante, e como tal, se configura como uma dificuldade que pode avançar
para um transtorno clínico na vida das pessoas.
Como as exigências aumentaram, e continuam a aumentar, o ser humano tem de se
tornar um super humano para dar conta de todas aquelas que escolhe para si (ou lhe
são escolhidas, por exemplo, em seu ambiente de trabalho). Esse perde a dimensão
do real e do exequível, e vai acumulando, a cada dia mais, novas tarefas, que seriam
rápidas em si, mas que conjuntas se tornam turbilhão inexequível.
Frente a tal realidade, é fácil reconhecer que as demandas de transtorno de ansiedade
se multiplicaram na contemporaneidade! Nesse contexto, a presente obra constituiu-se
a partir de um processo colaborativo entre professores, estudantes e pesquisadores
que se destacaram e qualificaram as discussões neste espaço formativo. Tal, reúne
produções que discorrem sobre a investigações e enfrentamento da ansiedade, com
o intuito de compartilhar com a comunidade os mais recentes achados e intervenções
sobre o tema.
Agradecemos aos autores pelo empenho, disponibilidade e dedicação para o
desenvolvimento e conclusão dessa obra. Esperamos também que esta obra sirva de
instrumento didático-pedagógico para estudantes, professores dos diversos níveis de
ensino em seus trabalhos e demais interessados pela temática.

Prof. Dr. Leonardo Augusto Couto Finelli


Prof. Dr. Admilson Eustáquio Prates
SUMÁRIO
CAPÍTULO 01
ANSIEDADE DE ACADÊMICOS DE PSICOLOGIA FRENTE AO PRIMEIRO ATENDIMENTO

Jucélia de Jesus Carneiro; Déborah Cristiny de Oliveira Martins; Leonardo Augusto Couto Finelli

' 10.37885/221110826.......................................................................................................................................................................... 13

CAPÍTULO 02
A ANSIEDADE A PARTIR DA PSICOLOGIA DE CARL GUSTAV JUNG

Leonardo Tondato de Mello; Edilson de Oliveira Lucena; Célio de Messias Santana

' 10.37885/221010528.......................................................................................................................................................................... 30

CAPÍTULO 03
SAÚDE MENTAL E ANSIEDADE EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

Emilia Suitberta de Oliveira Trigueiro; Germana Freire Rocha Caldas

' 10.37885/221010637.......................................................................................................................................................................... 51

CAPÍTULO 04
AVALIAÇÃO DA ANSIEDADE EM CANDIDATOS À CNH NA CIDADE DE MONTES CLAROS-MG

Farley dos Santos Lopes; Jhonathan Henrique Pereira Leite; Leonardo Augusto Couto Finelli

' 10.37885/221110827........................................................................................................................................................................... 67

CAPÍTULO 05
FILOSOFIA E ANSIEDADE: QUEM EU SOU?

Admilson Eustáquio Prates; Eliezer de Souza Guimarães; Leonardo Augusto Couto Finelli

' 10.37885/221111035........................................................................................................................................................................... 78

SOBRE OS ORGANIZADORES............................................................................................................................. 90

ÍNDICE REMISSIVO.............................................................................................................................................. 91
04
Avaliação da ansiedade em candidatos à
CNH na cidade de Montes Claros-MG

Farley dos Santos Lopes


Faculdade de Saúde Ibituruna

Jhonathan Henrique Pereira Leite


Faculdade de Saúde Ibituruna

Leonardo Augusto Couto Finelli


Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES

'10.37885/221110827
RESUMO

O presente estudo investigou a ansiedade em candidatos que prestaram o exame de prati-


ca de direção veicular para obter a CNH na cidade de Montes Claros-MG. Como objetivos
específicos, visou-se compreender de que maneira este fator interferiu nos altos índices
de reprovação, assim como possibilitou a descrição de características epidemiológicas do
grupo investigado. Considerou ainda a reflexão teórica sobre os achados, associando-os
aos dados da literatura, buscou relacionar fatores desencadeantes de ansiedade, e assim
propor possíveis estratégias de superação dessa. A pesquisa apresentou caráter exploratório,
quantitativa, comparativa e de corte transversal, tendo como delineamento estudo de campo.
Foi realizada em três dos 30 Centros de Formação de Condutores (CFC), cadastradas junto
ao DETRAN-MG, da cidade de Montes Claros – MG, escolhidos por conveniência e que
autorizaram a realização da pesquisa. Esses CFCs quanto ao porte, número de veículos
para a prática de direção, e consequentemente, quanto ao número de candidatos em cur-
so. O projeto foi aprovado em apreciação ética junto a um Comitê de Ética em Pesquisas
– CEP, conforme resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Os participantes da
pesquisa estavam realizando as aulas práticas de direção veicular, aceitaram participar da
pesquisa de forma voluntária. Participaram da pesquisa 58 voluntários à CNH, de ambos
os sexos com idade acima dos 18 anos (M = 25,24, DP = 7,85 anos). O respondente mais
jovem estava com 18 anos, e o mais velho 53 anos (moda = 21). Quanto ao item ansiedade,
a maioria dos participantes não apresentou indícios de ansiedade (43,10%), seguido de par-
ticipantes que indicaram a possibilidade de estarem ansiosos (34,48%) e um pequeno grupo
com grandes chances de estarem ansiosos (22,42%). Tal aferição é importante em função
da carência de dados da literatura científica sobre o tema, e em especial para a região do
Norte de Minas que não dispõe de estudos prévios neste contexto.

Palavras-chave: Ansiedade, Ansiedade de Produção, Ansiedade em Avaliações, Carteira


Nacional de Habilitação, Escala HAD.
INTRODUÇÃO

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é considerado trânsito a utilização das


vias, por pessoas, veículos e animais, conduzidos ou não, estando isolados ou em grupos,
realizando circulação, parada, estacionamento e operação de carga e descarga (BRASIL,
1997). Uma definição diferente considera o trânsito como uma disputa pelo espaço físico,
remetendo a uma disputa pelo tempo e pelo acesso aos equipamentos urbanos. É uma ne-
gociação permanente do espaço, coletiva e conflituosa, que não se dá entre pessoas iguais.
Tem uma base ideológica e política, dependendo de como as pessoas se veem na sociedade
e de seu acesso real ao poder (VASCONCELOS, 1998 apud FERREIRA; TEBALDI, 2004).
Acima de tudo, o trânsito está fundamentado no direito de ir e vir que o cidadão pos-
sui. O exercício deste direito se dá em espaços públicos, reconhecendo que o cuidado e as
obrigações são imputados a todos os cidadãos. Não obstante, esses, de certa forma, não
são considerados como beneficiários de todo os direitos que lhes são imbuídos. Isso por-
que, muitas vezes, as investigações e considerações sobre o trânsito contemplam apenas o
tráfego de veículos (desconsiderando os condutores e/ou transeuntes). Assim o conceito de
público não deve ser associado a apenas uma ideia de governo ou estado, mas sim, deve ser
reconhecido como de cada cidadão, de cada indivíduo que, com sua particularidade e singu-
laridade, constrói este espaço de convivência chamado trânsito (GARCIA; MARIUZA, 2010).
O trânsito é pensado como uma rede de relações em constante movimento. Tanto as
redes formadas como cada encontro no trânsito serão diversas. Esta é sua característica
principal. As pessoas, os locais, os horários, as avenidas e estradas, a ação de cada um
determina e é determinada pela do outro. Quando os veículos se intercruzam, cruzam-se as
histórias de seus indivíduos; ou seja, o trânsito nunca será igual (SCHMITZ, 2010).
No Brasil, o trânsito é normatizado pela Lei nº 9.503/1997, que institui o CTB, incluin-
do direitos e deveres de todos os usuários da via. No que diz respeito aos condutores de
veículos, cabe ao estado conceder este direito. Para tal, o estado solicita algumas caracte-
rísticas e condições do indivíduo como pré-requisitos (por exemplo, determinada condição
de saúde, acuidade visual, controle comportamental, entre outros) à concessão da Carteira
Nacional de Habilitação (CNH).
Para verificar a presença, e se seus níveis estão entre os parâmetros considerados
adequados, realiza a aferição dos mesmos (BRASIL, 1997). Assim, para obter direito à CNH,
o candidato precisa se submeter a exames de aptidão física e mental, avaliação psicológica,
curso teórico-técnico e curso de prática de direção veicular (CONTRAN, 2004; 2014).
No que diz respeito à avaliação psicológica, o candidato deverá ser capaz de apresentar
habilidades como: tomada de informação; processamento de informação; tomada de decisão;
comportamentos adequados às situações; capacidade para perceber quando suas ações

Ansiedade: o mal ou o bem contemporâneo? - ISBN 978-65-5360-216-8 - Vol. 1 - Ano 2022 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
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no trânsito correspondem ou não ao que pretendia fazer; traços de personalidade; equilíbrio
entre os diversos aspectos emocionais da personalidade e socialização (CONTRAN, 2008).
Não obstante, uma característica passível de investigação é a ansiedade, fator importante
nos processos de avaliações.
Segundo Vieira et al. (2015), pesquisas demonstram que a ansiedade pode ser desper-
tada em situações que envolvem algum tipo de avaliação, como exames ou testes. A inten-
sidade da ansiedade pode variar de níveis imperceptíveis até níveis extremamente elevados
perturbando o funcionamento cognitivo. No contexto escolar, o modo mais tradicional de
se avaliar se o aluno aprendeu ou não é através de provas ou testes. Para o professor, as
situações de avaliação são importantes e necessárias visto que é através dela que se avalia
o progresso dos alunos na sala. Os alunos normalmente percebem a situação de avaliação
como uma ameaça ou um desprazer, produzindo comportamentos inadequados. Estes com-
portamentos caracterizam-se por um alto nível de inquietação, fazendo com que os alunos se
preocupem mais com as consequências de um fracasso e menos com o conteúdo, enquanto
o aluno com baixa ansiedade dirige a atenção para a tarefa. Ou seja, tanto níveis elevados
quanto muito baixos podem causar dificuldades para o candidato, fazendo com que ele não
apresente seu melhor potencial para a avaliação. Contudo, no que diz respeito à avaliação
psicológica no contexto transito, a ansiedade não é contemplada como fator isolado e/ou
que seja requerida a avaliação/aferição.
A ansiedade e o medo são condições essenciais e naturais à vida humana, pois pre-
param o indivíduo para situações de ameaça e perigo. Elas envolvem fatores cognitivos,
comportamentais, afetivos, fisiológicos e neurológicos que, em conjunto, moldam a percepção
do indivíduo ao ambiente, provocando respostas específicas e direcionando a algum tipo de
comportamento (CLARK; BECK, 2012).
Andrade e Gorenstein (1998) consideram a ansiedade como um estado emocional
propulsora do desempenho. Ela passa a ser patológica quando é desproporcional à situação
que a desencadeia, ou quando não existe um objeto específico ao qual se direcione.
De acordo com Castillo et al. (2000), a ansiedade é um sentimento vazio e desagradável
de medo, apreensão, descrito por tensão ou desconforto proveniente de antecipação de pe-
rigo, de algo desconhecido ou estranho. A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos
como patológicos quando são exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou
qualitativamente diversos do que se observa como norma naquela faixa etária e interferem
com a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do indivíduo. Tais
reações exageradas ao estímulo ansiogênico se desenvolvem, mais comumente, em indi-
víduos com uma predisposição neurobiológica herdada. A maneira prática de se diferenciar

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ansiedade normal de ansiedade patológica é basicamente avaliar se a reação ansiosa é de
curta duração, autolimitada e relacionada ao estímulo do momento ou não.
Nesse sentido, investigou-se a ansiedade em candidatos que prestaram o exame de
pratica de direção veicular para obter a CNH. Tal aferição é importante em função da ca-
rência de dados da literatura científica sobre o tema, e em especial, que a região do Norte
de Minas não dispõe de estudos prévios neste contexto.
Assim visou-se compreender de que maneira este fator interferiu nos altos índices de
reprovação. Neste sentido, a pesquisa verificou níveis de ansiedade e de depressão de can-
didatos à obtenção da CNH na cidade de Montes Claros-MG, bem como possibilitou a descri-
ção de características epidemiológicas do grupo investigado. Considerando ainda a reflexão
teórica sobre os achados e associando-os aos dados da literatura, buscou relacionar fatores
desencadeantes de ansiedade, e assim propor possíveis estratégias de superação dessa.

METODOLOGIA PROPOSTA

A pesquisa apresentou caráter exploratório, quantitativa, comparativa e de corte trans-


versal, tendo como delineamento estudo de campo (GIL, 2002). Foi realizada em três dos
30 Centros de Formação de Condutores – CFC, cadastradas junto ao DETRAN - MG, da
cidade de Montes Claros - MG. Esses variam quanto ao porte, número de veículos para
a prática de direção, e consequentemente, quanto ao número de candidatos em curso
(DETRAN-MG, 2015).
Os CFCs foram escolhidos por conveniência e que autorizaram a realização da pes-
quisa. O projeto foi aprovado em apreciação ética junto a um Comitê de Ética em Pesquisas
– CEP, conforme resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS, 2012). Os par-
ticipantes da pesquisa estavam realizando as aulas práticas de direção veicular, durante o
mês de abril de 2016, aceitaram participar da pesquisa de forma voluntária.

Instrumentos

Questionário sócio demográfico – QSD

Composto por questões abertas e fechadas que investigam as características gerais da


amostra, como grau de instrução, estado civil, sexo, idade, renda familiar (FINELLI, 2010).
Foi produzido a partir de modelo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD.
Tal possibilita a tabulação dos dados de caracterização do grupo amostral. O QSD foi adap-
tado aos objetivos da pesquisa e passou a considerar também informações acerca do curso
de prática de direção veicular.

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Escala de Medida de Ansiedade e Depressão – HAD

A HAD deriva do original Hospital Anxiety and Depression Scale – HAD desenvolvida
por Zigmond e Snaith, validada no Brasil por Botega et al. (1995). Divide-se em duas su-
bescalas: HAD-A, para ansiedade e HAD-D, para depressão, cada uma composta por sete
questões do tipo múltipla escolha. O escore total da HAD varia de 0 a 42 pontos, sendo 0 a
21 para HAD-A e 0 a 21 para HAD-D. O participante deverá responder as 14 questões as-
sinalando um X na alternativa que melhor descreve sua resposta. A correção é feita a partir
da somatória dos pontos de cada item por subescalas e interpretados a partir de pontos
de corte que indicam: de 0 a 7 pontos improvável para a condição aferida; 8 a 11 pontos,
condição possível, porém o diagnóstico é questionável, e assim, sugere-se que esse deve
ser reavaliado por outros instrumentos; 12 a 21 pontos, provável para a condição verificada
(BOTEGA et al., 1995).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Participaram da pesquisa 58 voluntários à CNH, de ambos os sexos com idade aci-


ma dos 18 anos (M = 25,24, DP = 7,85 anos). Parte da coleta se deu na hora do exame, e
parte nos próprios CFC após as ou aulas práticas. O respondente mais jovem contava com
18 anos, e o mais velho 53 anos (moda = 21). As características descritivas do grupo são
sumarizadas na Tabela 1.
Dentre o grupo amostral, há maior frequência de respondentes do sexo feminino
(62,07%). Estes dados são compatíveis com pesquisa realizada pelo Departamento de
Trânsito do Paraná (DETRAN-PR, 2015). Quanto à etnia, a maioria dos participantes se
declarou pardo (68,97%), seguidos de brancos (22,41%) e negros (8,62%). Não houve par-
ticipação sujeitos que se declararam como asiáticos ou índios na pesquisa. Em relação ao
estado civil a maioria dos participantes se declarou solteiro (67,24%), seguidos dos casados
(25,86%), quem namora (5,17%) e separados (1,17%). Não houve viúvos participando da
pesquisa. Quanto à escolaridade, a maioria (53,45%) declarou ter ensino médio, seguido
dos que possuem ensino superior (43,10%), fundamental (1,72%). Todos os níveis de es-
colaridade consideraram a combinação do mesmo ser completo ou incompleto. Apenas
1,72% não declarou nível de escolaridade. Quanto à religião, a maioria declarou ser católico
(58,62%), seguido de evangélico (18,97%), cristãos (3,45%), testemunhas de Jeová e protes-
tante (3,45% cada) e espirita (1,72%). Nessa categoria 10,34% não responderam. A maioria
declarou frequentar o tempo ou grupo religioso mais de uma vez por semana, ou sema-
nalmente (29,31% cada), uma ou duas vezes ao mês (12,07%), menos de uma vez por

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mês (18,97%). Os mesmos 10,34% não responderam a esse item. Na literatura não foram
encontrados dados para comparar com os dados acima descritos.

Tabela 1. Caracterização do grupo amostral quanto ao sexo, a etnia, o estado civil, escolaridade e religião.

Variável N %
Masculino 22 37,93
Sexo
Feminino 36 62,07
Asiático 0 0,00
Branco 13 22,41
Etnia Índio 0 0,00
Negro 5 8,62
Pardo 40 68,97
Solteiro 39 67,24
Casado(a)/amasiado(a) 15 25,86
Estado civil Separado(a)/Divorciado(a) 1 1,72
Viúvo(a) 0 0,00
Relacionamento estável/Namoro 3 5,17
Ensino Fundamental 1 1,72
Ensino Médio 31 53,45
Escolaridade
Ensino Superior 25 43,11
Não declarado 1 1,72
Católico 34 58,62
Evangélico 11 18,97
Protestante 2 3,45
Religião Testemunha de Jeová 2 3,45
Cristão 2 3,45
Espirita 1 1,72
Não declarado 6 10,34
Mais de 1x semana 17 29,31
1x semana 17 29,31
Frequência no tem-
plo de fé e/ou grupo De 1 a 2x mês 7 12,07
religioso
Menos de 1 x mês 11 18,97
Não declararam 6 10,34
Fonte: Dados da pesquisa.

A tabela 2 apresenta os dados acerca das categorias de habilitação pleiteadas, assim


como numero de aulas e experiência preia de direção. A maioria dos candidatos (68,97%) já
sabia conduzir veículos antes de se inscrever para a obtenção da CNH. Da mesma maneira
que a maioria se inscreveu visando à categoria B (70,69%).

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Tabela 2. Dados acerca da habilitação.

Variável N %
A 17 29,31
Categoria de habilitação
B 41 70,69
Primeiro exame 31 53,45
Primeiro exame/repetente
Repetente 27 46,55
Até 15 7 12,07
16-25 19 32,76
Numero de aulas 26-30 15 25,86
31-40 9 15,52
Acima de 40 8 13,79

Sabia dirigir antes do Sim 18 31,03


processo? Não 40 68,97
Fonte: Dados da pesquisa.

A maioria dos respondentes estava realizando o exame prático de direção veicular


pela primeira vez (53,45%). Quanto ao número de aulas realizadas, é exigida uma quanti-
dade mínima de 20 aulas para categoria B ou 15 aulas para categoria A (CONTRAN, 2004).
Verificou-se que 12,07% dos respondentes realizaram até 15 aulas, 32,76% realizaram de
16 a 25 aulas, 25,86% de 26 a 30 aulas, 15,52% de 31 a 40 aulas e 13,79% realizaram
mais de 40 aulas. Na literatura não foram encontrados dados para comparar com os dados
acima descritos.

Tabela 3. Resultados a partir dos dados do HAD.

Escalas Nível Nº % Classificação


1 25 43,10 Improvável
Ansiedade 2 20 34,48 Possível
3 13 22,42 Provável
1 48 82,76 Improvável
Depressão 2 10 17,24 Possível
3 0 0,00 Provável
Fonte: Dados da pesquisa.

A tabela 3 apresenta resultados a partir da aplicação da escala de ansiedade e de-


pressão (HAD). Quanto ao item ansiedade, a maioria dos participantes não apresentaram
indícios de ansiedade (43,10%), seguido de participantes que indicaram a possibilidade de
estarem ansiosos (34,48%) e (22,42%) com grandes chances de estarem ansiosos. Estes
corroboram a pesquisa realizada por Vieira et al. (2015), que demonstra que a ansiedade
pode ser despertada em situações que envolvem avaliações, como exames ou testes, in-
clusive a variação dos níveis que podem partir de imperceptíveis até níveis extremamente
elevados, perturbando o funcionamento cognitivo.
Quanto ao item depressão, os resultados apontaram que a maioria (82,76%) não
apresentam probabilidades de estarem deprimidos, seguido de participantes que indicaram

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a possibilidade de estarem deprimidos (17,24%). Nenhum participante apresentou grandes
chances de estarem deprimidos. Não foram encontrados dados na literatura para comparar
com os dados acima descritos.

CONCLUSÃO

Por se tratar de uma avaliação, o exame prático de direção veicular para obter a CNH
desperta várias reações nos candidatos. É comum verificar que esse se encontra “assom-
brado” pelo alto índice e real risco de não aprovação. Por exemplo, é comum alegarem
crenças supersticiosas como as de que “ninguém é aprovado na primeira tentativa”, “os
examinadores são carrascos”, “isso é uma máquina de fazer dinheiro”, “tem que ser tudo
perfeito”, dentre outras.
Tais crenças promovem o incremento da ansiedade. Esse por sua vez, é um dos fato-
res que pode desencadear outras características e comportamentos, tais como nervosismo,
medo, insegurança, inquietação, que podem avançar para sintomas físicos, como taquicardia,
desarranjo intestinal, sudorese, dentre outros. Este estado emocional e fisiológico, somado
a situação e as crenças, pode fazer com que o candidato reduza sua capacidade de con-
centração ao realizar o exame prático. Essa por sua vez, costuma levar ao resultado, não
desejado, de não aprovação.
Faz-se mister considerar que parte da coleta dos dados, se deu no momento do exame
prático de direção. Observou-se que esses respondentes desviaram o foco da atenção e
ansiedade do exame (para responder à pesquisa). Após participarem dessa, relataram estar
mais calmos, menos tensos, mais relaxados, e consideraram a iniciativa (de propor atividade
cognitiva previamente ao exame) como elemento favorável a redução da ansiedade.
A partir do presente estudo, observa-se que uma das possíveis intervenções para lidar
com a ansiedade previa ao exame prático para a concessão da CNH pode estar no desen-
volvimento de estratégias de relaxamento. Tais serão pesquisados na literatura, em estudo
futuro, onde buscar-se-á se há relação entre o candidato realizar atividades prazerosas,
e ao mesmo tempo desviar sua atenção da avaliação prática, e a redução dos níveis de
ansiedade, assim como de aprovação no exame. Isso porque os dados aferidos indicaram
uma nova hipótese, anteriormente não vislumbrada, de que manter nível de ansiedade e de
nervosismo mínimos ou suficientes para realizar o exame, incrementa a possibilidade de
ser aprovação no mesmo.
Um dos entraves encontrados durante a realização da pesquisa foi a não obtenção dos
resultados dos exames de direção veicular dos respondentes que apresentaram grandes
chances de estarem ansiosos apontados pelo HAD.

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Não obstante, reconhece-se que tais resultados preliminares, respondem aos objetivos
ora propostos para a presente pesquisa. Espera-se que os mesmos contribuam para outras
investigações e contemplem atendimento à lacuna da produção cientifica quanto à temática.

REFERÊNCIAS
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de ansiedade Rev. Psiq. Clin., v. 25, n. 6, ed. esp., p. 285-290, 1998.

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B. Transtornos do humor em enfermaria de clínica médica e validação de escala de
medida (HAD) de ansiedade e depressão. Revista de Saúde Pública, v. 29, n. 5, p.
355-63, 1995.

3. BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito


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denatran.gov.br/ctb.htm>. Acesso em: 27 set. 2015.

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diretrizes e normas de pesquisas envolvendo seres humanos. 2012. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html> Aces-
so em: 27 out 2015.

7. CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO – CONTRAN. Resolução n° 168/2004: Estabe-


lece normas e procedimentos para a formação de condutores de veículos automotores
e elétricos, a realização dos exames, a expedição de documentos de habilitação, os
cursos de formação, especializados, de reciclagem e dá outras providências. CON-
TRAN: [pdf], 2004. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/ resolucoes.htm>.
Acesso em: 22 set. 2015.

8. CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO – CONTRAN. Resolução n° 267/2008: Exame


de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e credenciamento das entidades
públicas e privadas. CONTRAN: [pdf], 2008. Disponível em: <http://www.denatran.gov.
br/resolucoes.htm>. Acesso em: 22 set. 2015.

9. CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO – CONTRAN. Resolução n°493 /2014: Altera


a Resolução CONTRAN nº 168, de 14 de dezembro de 2004, que trata das normas
e procedimentos para a formação de condutores de veículos automotores e elétricos
e a Resolução CONTRAN nº 358, de 13 de agosto de 2010, que trata do credencia-
mento de instituições ou entidades públicas ou privadas para o processo de formação
de condutores. CONTRAN: [pdf], 2014. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/
download/Resolucoes/Resolucao4932014.pdf>. Acesso em: 23 out. 2015.

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10. DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DE MINAS GERAIS – DETRAN-MG. Consulta
Centros de Formação de condutores. 2015. Disponível em: <https://www.detran.
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11. DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DO PARANÁ – DETRAN-PR. Mulheres acima


de 25 anos procuram mais habilitação do que os homens. 2015. Disponível em:
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14. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

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16. SCHMITZ, A. R. O trânsito: um palco para a violência. A violência na sociedade


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