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Internacional (CC BY-NC-ND 4.0).
T255 Tecnologia em controle de obras: 20 anos de contribuições do IFMT para construção civil / Marcos de Oliveira Valin Jr
(Organizador). – Guarujá-SP: Científica Digital, 2023.
E-BOOK
ACESSO LIVRE ON LINE - IMPRESSÃO PROIBIDA
Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5360-326-4
DOI 10.37885/978-65-5360-326-4
1. Engenharia civil. I. Valin Jr, Marcos de Oliveira (Organizador). II. Título.
2023
CDD 624
Índice para catálogo sistemático: I. Engenharia civil
Elaborado por Janaina Ramos – CRB-8/9166
Apoio:
Direção Editorial
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João Batista Quintela
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Jurídico
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editora
científica digital
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Universidade do Estado da Bahia Universidade Federal do Pará
Aos servidores que trabalharam em algum momento de sua vida funcional no Curso
Superior de Tecnologia em Controle de Obras e que hoje encontram-se aposentados.
Nosso alicerce, pedras fundamentais para a celebração dos 20 anos do curso através
do lançamento deste livro. Muito Obrigado!
Cacilda Guarim
Carlos Alberto Saldanha
Cleide Lemes de Salva Cruz
Egle Carillo de Farias
Eiji Harima
Eliane Barros
Eliane Muller Affi
Eduardo Ferreira da Cunha
Henrique do Carmo Barros
Isabel Cristina de Oliveira Campos
Iraneide de Albuquerque Silva
Jacira Soares da Silva
João Batista Barbosa da Fonseca (in memoriam)
João Manoel Mischiati Farto
José Luiz Malheiros de Oliveira
José Ribamar Santos
José Rodrigues da Silva
José Vinicius da Costa
Josdyr Vilhagra
Leila Auxiliadora de Alencar
Luis Anselmo da Silva
Luis Carlos Ferreira Coelho
Luiz de Anunciação
Luzinete Torquato da Silva
Marlene Rodrigues
Marlúcia de Moura Hoffman
Milton Roberto Yoshinari (in memoriam)
Mirian Ross Milani
Noemia Vieira Dias
Rita Francisca Bezerra Casseb
Rosana Maria da Silva Santos
Rubens Gargiullo
Sueli Corrêa Lemos Valezi
Thereza Irenio Ribeiro Carvalho Malheiros Gomes
Thompson Ferreira
Wilson Conciani
A Resolução Nº. 007 de 12 de agosto de 2003 aprovada pelo Conselho Diretor trata da
aprovação e autorização do funcionamento do Curso Superior de Tecnologia em Controle
Tecnológico de Obras - Área: Construção Civil, no CEFET/MT (denominado atualmente
de Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso- IFMT, Campus
Cuiabá- Cel. Octayde Jorge da Silva).
O Tecnólogo em Controle de Obras, supervisiona e coordena a qualidade das obras;
executa e gerencia atividades em canteiros de obras e em laboratórios de materiais
de construção, solo, asfalto, cerâmica; executa e avalia instalações laboratoriais e
calibragem de equipamentos; avalia resultados de ensaios; vistoria, realiza perícia,
avalia, emite laudo e parecer técnico em sua área de formação.
A construção civil é uma atividade que envolve grande quantidade de variáveis e se
desenvolve em um ambiente particularmente dinâmico e mutável. Gerenciar uma obra
adequadamente não é um dos trabalhos mais fáceis, e, no entanto, muito de improvisação
ainda tem lugar nos canteiros por todo o mundo. O Controle Tecnológico da obra é um
dos principais aspectos do gerenciamento.
Ao planejar e ter o Controle Tecnológico da Obra o gerente dota a obra de uma ferramenta
importante para priorizar suas ações, acompanhar o andamento dos serviços, comparar
PREFÁCIO
Capítulo 01
APLICAÇÃO DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS DE CONCRETO PARA AVALIAÇÃO ESTRUTURAL DA FUNDAÇÃO
DE TORRE DE LINHA DE TRANSMISSÃO
Marcos de Oliveira Valin Jr; Eder Souza de Almeida; Pablo Passos da Silva; Raquel dos Santos Santiago
' 10.37885/230211936.......................................................................................................................................................................... 19
Capítulo 02
CURVA DE CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO MÉDIO E RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES
DE CONCRETOS PRODUZIDOS COM AGREGADOS NATURAIS DA REGIÃO DE CUIABÁ
Rafaela da Conceição Soares; Albéria Cavalcanti de Albuquerque
' 10.37885/230312304......................................................................................................................................................................... 35
Capítulo 03
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE COLAS UTILIZADAS EM ENSAIOS DE RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA À
TRAÇÃO DE ARGAMASSA PARA REVESTIMENTO
Kárita Pereira Carvalho; Éder Sousa de Almeida; Albéria Cavalcanti de Albuquerque
' 10.37885/230312353.......................................................................................................................................................................... 48
Capítulo 04
ENSAIOS TECNOLÓGICOS PARA AVALIAÇÃO DA CONDUTIVIDADE TÉRMICA DE ARGAMASSAS
Thaynara Luany de Melo Julkovski; Éder Sousa de Almeida; Alceu Aparecido Cardoso; Albéria Cavalcanti de Albuquerque
' 10.37885/230312354......................................................................................................................................................................... 59
Capítulo 05
ESTUDO DE AGREGADOS GRAÚDOS EMPREGADOS EM CONCRETO NAS CIDADES DE CUIABÁ E
RONDONÓPOLIS - MT
Douglas Macena de Carvalho; Edson Rodrigues Arantes; Albéria Cavalcanti de Albuquerque
' 10.37885/230512983......................................................................................................................................................................... 73
Capítulo 06
ANÁLISE DE PATOLOGIA DE INFILTRAÇÃO EM SISTEMA DE REVESTIMENTO EXTERNO EM FACHADA
TEXTURIZADA DE EDIFÍCIO NA CIDADE DE CUIABÁ - MT
Válery Kessis da Silva Pires; Maria Gabriella Félix Pezzin Salomão
' 10.37885/230512941.......................................................................................................................................................................... 83
SUMÁRIO
Capítulo 07
PROBABILIDADE DE RUÍNA EM CONCRETOS ESTRUTURAIS – ESTUDO DE CASO
Sandra Maria de Lima; Iraci Gottschald
Capítulo 14
ENSAIOS TECNOLÓGICOS EM TIJOLOS PROVENIENTES DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO –
RCD’S
Marina de Sá Hora Santos; Juzélia Santos; Albéria Cavalcanti Albuquerque
Juzélia Santos; Lucimara Soares Costa Nepomuceno; Carlos Eduardo Nepomuceno; Bianca dos Santos Lima
Rafael Henrique Santos da Costa; Karyn Ferreira Antunes Ribeiro; Juzélia Santos da Costa
Geotecnia
Capítulo 19
PRINCIPAIS MÉTODOS ESTUDADOS PARA A ESTABILIZAÇÃO DA EXPANSÃO DOS SOLOS SAPROLÍTICOS
DE FILITOS DA BAIXADA CUIABANA
Karyn Ferreira Antunes Ribeiro; Marcos de Oliveira Valin Jr; Ilço Ribeiro Júnior
Capítulo 21
ESTUDO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS RESIDUAIS SAPROLÍTICOS DE FILITO DA
BAIXADA CUIABANA
Renan Rodrigues Pires; Ilço Ribeiro Júnior
Luiz Carlos de Figueiredo; Ilço Ribeiro Júnior; Reyder Rodrigues Pires; Silvana Fava Marchezini
Asfalto e Pavimentação
Capítulo 24
ANÁLISE COMPARATIVA DE TRAÇOS PARA CONCRETO BETUMINOSO USINADO À QUENTE NA REGIÃO DE
CAMPO VERDE - MT
Fernanda Victória de Oliveira; Sérgio Luiz Morais Magalhães; Marcos de Oliveira Valin Jr
Luís Anselmo da Silva; Patrícia Mota Rausch; Raquel dos Santos Santiago
Capítulo 27
COMPORTAMENTO DA BRITA CALCÁRIA DA REGIÃO DE CUIABÁ PARA USO EM MISTURAS DENSAS
USINADAS À QUENTE
Thaisa Bruna Nieland Borges; Fátima Silva Siqueira; Silvana Fava Marchezini; Luiz Carlos de Figueiredo
Enio Fernandes Amorim; Luis Fernando Martins Ribeiro; Juzélia Santos da Costa
Ensino
Capítulo 30
MODELAGEM E FABRICAÇÃO DIGITAL DE RECURSOS DIDÁTICOS: UMA PROPOSTA PARA QUALIFICAR O
ENSINO DE REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO CURSO DE TECNOLOGIA EM CONTROLE DE OBRAS DO IFMT
Louise Logsdon; Roberto Nunes Vianconi Souto; Marcos de Oliveira Valin Jr; Paulo Henrique Correa de Morais; Carlos Henrique de
Lucena Borges; Robson Rogerio Dutra Pereira
Ângela Fátima da Rocha; Ernany Paranaguá da Silva; Larissa da Silva Freitas; Thaisa Bruna Nieland Borges; Deyziane Anunciação da
Silva; Vânia de Albuquerque Kawatake Mayolino; Kamila Vitória Chaves e Silva; Nivean Ramos; Ana Júlia Lima Lopes
Capítulo 33
METODOLOGIAS ATIVAS NA CONSTRUÇÃO DE PROJETOS DE PESQUISA: UM ESTUDO DE CASO EM DOIS
CURSOS SUPERIORES DO DEPARTAMENTO DE INFRAESTRUTURA
Eloisa Rosana de Azeredo
ÍNDICE REMISSIVO................................................................................................................................................514
Materiais e Sistemas
Construtivos
01
Aplicação de ensaios não destrutivos de
concreto para avaliação estrutural da
fundação de torre de linha de transmissão
'10.37885/230211936
RESUMO
Tecnologia em Controle de Obras: 20 anos de contribuições do IFMT para construção civil - ISBN 978-65-5360-326-4 - Volume 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
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Carvalho et al (2017) salienta a interessante portabilidade do uso dos ENDs nos can-
teiros de obras, pois consistem em métodos de ensaios rápidos, práticos, econômicos e
qualitativos para o monitoramento da qualidade dos concretos estruturais durante sua exe-
cução e/ou já executados.
Como principais opções, Silva e Valin Jr (2013) apontam os ensaios de dureza su-
perficial (esclerometria), resistência à penetração, ensaios de arrancamento, método da
maturidade e ultrassom entre outros.
Este trabalho tem por objetivo aplicar técnicas de ensaios não destrutivos para identificar
as causas da patologia no pilar da fundação de uma torre de linha de transmissão, viabili-
zando assim a execução do correto reparo da estrutura objeto do presente estudo de caso.
MATERIAIS E MÉTODO
Área de estudo
A sapata pré-moldada foi produzida com concreto dosado e controlado no próprio can-
teiro (Figura 2a), sendo o serviço de armação e fôrmas também realizado no local (Figura
2b), enquanto outra equipe ficava responsável pela construção de acessos ao local de
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construção das torres (Figura 2c), desmatamento e limpeza (Figura 2d), locação (Figura
2e) e sondagem (Figura 2f).
Figura 2. Transmissão Etapas de execução de fundação da torre de transmissão: a) produção do concreto; b) montagem
da armação; c) construção de acessos; d) desmatamento; e) locação e f) sondagem.
A B
C d
E f
Fonte: Empresa responsável pela obra, 2016.
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Figura 3. Fissuras apresentadas após 6 meses.
Para melhor identificação da patologia, cada uma das faces foi nomeada conforme
apresentado na Figura 4.
Fonte: Os autores.
Para a realização do estudo da patologia, o entorno da área a ser analisada foi devi-
damente escavado, conforme pode ser visualizado na Figura 5.
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Figura 5. Fundação analisada.
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
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Figura 7. Superfície Escarificada.
Fonte: Os autores.
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localizar as barras de reforço, medir durante o trajeto a camada de concreto e o diâmetro
da barra, conforme necessidade do operador.
Fonte: Os autores.
𝑉𝑉 = ∫
!.# " Eq. [1]
$
Em que a velocidade do som em um material sólido (V) é uma função da raiz qua-
drada da razão entre seu módulo de elasticidade (E) e aceleração da gravidade (g) pela
sua densidade (δ).
O equipamento de teste ultrassônico utilizado foi o da marca “Proceq”, modelo “Pundit
lab”. Os transdutores foram posicionados na disposição “direta”. Antes da utilização, o equi-
pamento foi zerado com o bloco de calibração, conforme instruções do fabricante, procedi-
mento exemplificado na Figura 9.
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Figura 9. Procedimento de calibração dos transdutores.
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
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O Ensaio de Dureza Superficial também é conhecido por: “Ensaio do Esclerômetro de
reflexão”, ou “Ensaio Esclerométrico”, ou “Esclerômetro de Schmidt”, ou simplesmente por
“Esclorometria”.
De acordo com Neville e Brooks (2013), este ensaio não destrutivo é baseado no
princípio de que a reflexão (recuo) de uma massa elástica depende da dureza da superfície
contra a qual a massa colidiu. O esclerômetro é um equipamento leve, simples de operar e
barato. Com esse instrumento é possível avaliar a uniformidade da resistência mecânica do
concreto “in loco”, com danos praticamente nulos à superfície do material.
Entretanto, os valores obtidos dependem da uniformidade da superfície, da condição
de umidade, da carbonatação superficial e da rigidez do elemento estrutural (MEHTA e
MONTEIRO, 2008).
Os procedimentos foram realizados conforme NBR 7584 – Concreto endurecido –
Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão – Método de ensaio (ABNT,
2012). Utilizou-se o esclerômetro tipo “N Silver Schmidt”, marca “Proceq”. O ensaio consis-
te em medir a dureza superficial do concreto por meio do índice de reflexão da massa no
interior do equipamento impulsionada por uma mola. Diante das condições estruturais da
peça de concreto, e visando amplitude de aplicação do método, a metodologia de ensaio
foi adaptada a partir das especificações da normativa, em que se distribuiu por toda face,
os disparos com o equipamento. As faces foram avaliadas individualmente e os resultados
obtidos e apresentados da mesma maneira. Cada área ensaiada foi subdividida por faixas em
relação à parte superior do bloco, que foram locadas a 10, 20, 34 e 46 centímetros, estando
cada uma parcelada em nove pontos regularmente espaçados das ferragens (Figura 11).
Fonte: Os autores.
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Um fator que pode influenciar o ensaio é a carbonatação do concreto, que pode elevar a
dureza superficial, resultando em dados incoerentes. Por este motivo, fez-se uso da solução
de fenolftaleína para verificar o fenômeno da carbonatação no pilar. A presença de áreas
coloridas indica a não presença de carbonatação, como ilustrado na Figura 12.
Fonte: Os autores.
RESULTADOS
Detecção da armadura
Fonte: Os autores.
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A ruptura por esmagamento ocorrida no topo do bloco da fundação se deu por conta
do cobrimento do concreto até a armadura de fretamento e estribos (superior a 10 cm),
sendo que o correto por projeto seria 4 cm, desta maneira então desprotegendo a camada
contra cisalhamento.
Com base nos resultados do ensaio de ultrassom, verificou-se que o trecho de concreto
analisado apresenta ótimas características, sem a ocorrência de fissuras no interior do bloco.
Esta afirmação pode ser realizada quando observado os valores referentes a veloci-
dade de onda, em que estudos já realizados por Rincon et al. (1998), que associam essa
propriedade a qualidade do concreto. Para valores superiores a 3500 e inferiores 4500m/s,
como as observadas no concreto na obra, a qualidade do concreto pode ser considerada
ótima, conforme indicado na Tabela 2.
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previamente, não foi possível efetuar analise nas faixas iniciais, em torno dos 30 cm, devido
a presença das armaduras expostas e dos danos que acometeram a estrutura.
Face Norte
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CONCLUSÕES
Os ensaios foram realizados conforme normativas, não tendo sido observado nenhum
fato anormal durante a fase de execução.
Por meio da análise de detecção de armaduras foi possível comprovar que a região
do topo do pilar da fundação se rompeu devido ao posicionamento incorreto dos estribos,
sendo que o restante do bloco da fundação não sofreu nenhuma patologia. Esta constatação
também foi ratificada pelo ensaio de ultrassom no qual se verificou que não existe a ocor-
rência de fissuras no interior do bloco, bem como nos resultados da esclerometria onde, por
média das correlações, chegou-se a valores de 50 MPa de resistência, compatíveis com os
valores dos ensaios em corpos-de-prova realizados pela empresa na época da concretagem.
O problema apresentado foi suplantado com um reforço no bloco de fundação, realizado
após os ensaios para verificar a integridade da fundação.
Identificada a causa da patologia como sendo o incorreto posicionamento de um es-
tribo, recomenda-se como forma preventiva de evitar a patologia, qualificar os profissio-
nais designados para fiscalização, com a adoção ou aperfeiçoamento de um Sistema de
Gestão da Qualidade.
REFERÊNCIAS
1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7584 - Concreto endure-
cido — Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão — Método
de ensaio. Rio de Janeiro, 2012.
4. CHIQUITO, A. N.. Uso de aditivo plastificante para o concreto aplicado com mais
de 150 minutos. Trabalho de Conclusão de Curso de Controle de Obras. Departamento
da Área de Construção Civil, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Mato Grosso, Cuiabá, MT, 2014.
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8. PROCEQ. Profometer 5+ - Modelo S / Scanlog (Sistema de Detecção de Barra de
Reforço). SUÍÇA, 2007.
11. ______. Portable non-destructive testing equipment (NDT). 2016. Disponível em:
< https://www.proceq.com/products/>. Acesso em 07/08/2016.
12. RINCÓN, O. T.; CARRUYO, C. A.; HELENE, P.; DÍAZ, I. Manual de inspeccion,
evaluacion y diagnostico de corrosion em estruturas de hormigon armado. DU-
RAR: Red Temática XV. B Durabilidad de la Armadura – Programa Iberoamericano de
Ciência y Tecnologia para el desarrollo, 1998.
14. SILVA, R. S. C.; VALIN JR, M. O.. Avaliação do controle tecnológico de fundações
rasas do tipo radier com a utilização do ensaio de Dureza Superficial. In: 55º Con-
gresso Brasileiro do Concreto, 2013, Gramado. Fórum Nacional de Debates sobre
a Tecnologia do Concreto e seus Sistemas Construtivos, 2013.
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02
Curva de correlação entre índice
esclerométrico médio e resistência
à compressão simples de concretos
produzidos com agregados naturais da
região de Cuiabá
'10.37885/230312304
RESUMO
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aplicado em um elemento estrutural, pois a necessidade de garantir que esta seja seme-
lhante aos valores obtidos por meio de dosagens experimentais em laboratório, é imensa
e de difícil capacidade de mensurar, pois métodos tecnológicos existem, mas também há
limitações, pois o concreto é um elemento de múltiplas fases, o que dificulta idealizar con-
troles totalmente confiáveis e que reproduzam com clareza as condições reais do artefato.
Desta forma, foram desenvolvidos ao longo dos anos métodos não destrutivos ou indire-
tos, que permitissem caracterizar e entender melhor as propriedades de concretos aplicados
em estruturas, reduzindo os danos ao mesmo, fatos gerados pelo uso de métodos diretos
como extração de testemunhos da peça. Segundo CASTRO (2009), ensaios não destrutivos
(END) podem ser utilizados em estruturas antigas visando avaliar a integridade e capacidade
de resistir a solicitações e em novas estruturas, procurando monitorar a evolução da resis-
tência ou esclarecer dúvidas sobre a resistência ou a homogeneidade do concreto. Um dos
métodos mais utilizados em estruturas de concreto é a esclerometria, método idealizado
por Ernest Schmidt, em 1948, por isto conhecido como esclerômetro Schimdt, sendo um
dos mais antigos métodos não destrutivos, de acordo com NEVILLE (1997). MEHTA &
MONTEIRO (2008) explica que o ensaio consiste em impactar uma superfície de concreto,
de maneira padrão, com uma dada energia de impacto e, então, medir as dimensões da
marca remanescente ou impressão superficial no concreto após impacto, ou medir o rebote
ou a reflexão de uma massa padrão após o impacto, sendo esse ultimo o método referente
ao esclerômetro de reflexão de Schmidt. Sua aplicação em estruturas de concreto garante a
capacidade de verificar a homogeneidade dos compósitos, pois, apesar do instrumento ser
recomendado para determinação da resistência a compressão do concreto, existe inúmeros
fatores que tendem a influenciar em resultados do ensaio. MEHTA & MONTEIRO (2008)
relatam que os resultados do ensaio dependem de parâmetros como:
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→ Rigidez do elemento – o corpo de prova ensaiado em laboratório ou elemento de
concreto em campo deve apresentar rigidez suficientemente alta para evitar vibra-
ções durante o impacto causado pelo martelo;
→ Localização do êmbolo – caso seja posicionado sobre agregado rígido ou sobre um
grande vazio e/ou agregado mole, o índice de reflexão será erroneamente maior ou
menor, respectivamente.
MATERIAIS
Aglomerante
Foi adotado para a pesquisa o cimento Portland tipo CP II Z 32, em virtude da dispo-
nibilidade do mesmo na região, e pelo seu uso em obras de concreto armado e fábricas de
pré-moldados. Os resultados da caracterização física e mecânica estão dispostos no item
resultados deste trabalho.
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Agregados
Para o desenvolvimento dos concretos de estudo foram utilizados dois tipos de agregado
graúdo, sendo classificados comercialmente como brita 1 e brita 0. Estes são derivados de
rocha calcária, britados e provenientes da região da Guia, localidade de Mato Grosso. Já o
agregado miúdo foi uma areia natural de rio, quartzosa, vinda do leito do rio Cuiabá.
METODOLOGIA
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Tabela 1. Parâmetros de dosagem.
Fator a/c Proporção de mistura (%) – graúdo/miúdo % teor de argamassa Consumo de cimento (kg/m³)
0,45 55 377
0,50 70/30 51 370
0,60 45 357
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RESULTADOS
.
Tabela 3. Resultados da caracteriza ‹o dos agregados.
Parâmetros de norma
Ensaios Areia Brita 0 Brita 1
NBR 7211:2009
Diâmetro máximo (mm) 2,4 9,5 19 -
Modulo de finura 2,06 5,19 6,96 -
Massa específica (kg/m³) 2640 2550 2760 -
Massa Unitária Solta (kg/m³) - 1470 1420 -
Absorção de água (%) 0,27 4,68 0,53 -
Abrasão Los Angeles (%) - - 29 ≤ 50
Índice de forma - - 3 ≤3
Material que passa através da - 2 - ≤1
Peneira de # 75µm por lavagem (%) 1,28 - - -
Coeficiente de inchamento
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Figura 2. Curva granulométrica da brita 0.
Caracterização do concreto
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Tabela 4. Características dos concretos no estado fresco.
Concreto a/c Concreto a/c Concreto a/c
Características
0,45 0,50 0,60
Densidade real (kg/m³) 2412 2438 2438
Abatimento do tronco de cone (mm) 150 110 195
Fazendo analise dos compósitos estudados percebe-se que, todos apresentaram den-
sidade real de concreto normal, estabelecida na faixa de 2400kg/m³, variando apenas a
trabalhabilidade, que foi proporcional ao aumento da relação água/cimento. Ao contrário do
que era esperado, as amostras fabricadas com a/c de 0,45 apresentaram menor resistência
do que as confeccionadas com a/c 0,50. Acredita-se que nesse caso, a menor trabalhabi-
lidade da mistura prejudicou a compactação dos corpos de prova, o que é ratificado pela
menor densidade do concreto no estado fresco e no estado endurecido.
Baseados nos valores apresentados na tabela 5 constatou-se uma relação entre as
resistências à tração/compressão dos concretos de 9%, 10%, 10%, para os fatores de 0,45,
0,50 e 0,60, respectivamente. Essa mesma sequencia de misturas, proporcionaram um índice
de vazios de 12%, 14% e 12%, respectivamente.
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Obtenção da curva de correlação entre o índice esclerométrico e a resistência à
compressão do concreto
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Figura 4. Curva de correlação entre as propriedades mecânicas dos concretos.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
1. ABNT NBR 7584. Concreto endurecido - Avaliação da dureza superficial pelo
esclerômetro de reflexão - Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2012.
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6. MACHADO, M. D., Curvas de correlação para caracterizar concretos usados no
Rio de Janeiro por meio de ensaios não destrutivos. Dissertação de mestrado em
Engenharia civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005.
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03
Avaliação do desempenho de colas
utilizadas em ensaios de resistência de
aderência à tração de argamassa para
revestimento
'10.37885/230312353
RESUMO
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A aderência ao substrato é uma das principais propriedades exigidas a uma argamassa
de revestimento no estado endurecido, e pode ser definida como a resistência de arranca-
mento da argamassa endurecida do substrato. (SANTOS, 2008).
Sendo assim, a presente pesquisa busca identificar uma técnica segura para garantir
a eficiência na aplicação, custo benefício, e acima de tudo obter o melhor adesivo utilizado
nos testes de resistência de aderência de argamassas de revestimento.
MATERIAIS E MÉTODOS
Materiais
Argamassa
Colas
Para esta pesquisa foram utilizados 5 diferentes tipos de colas, que são:
• PVC - Adesivo plástico para PVC/Incolor, ensaiada após 12 e 24 horas após apli-
cação;
• PL 500 - Adesivo a base de resina sintética e água;
• Araldite 2min - Adesivo a base de Epóxi “resina” e Poliaminas “endurecedor”;
• Cuba fix - Adesivo selante a base de poliuretano, aditivos, solventes e pigmentos;
• Massa plástica - Massa adesiva plástica cinza composta por resina poliéster, car-
gas minerais e aditivos, ensaiada após 24 e 72 horas após aplicação.
A Massa plástica será usada como referência para os ensaios de Aderência, pois
é o adesivo mais utilizado atualmente para este ensaio e possui base epóxi, conforme a
recomendação da norma NBR 13528 - Revestimento de paredes e tetos de argamassas
inorgânicas - Determinação da resistência de aderência à tração (ABNT, 2010a). As demais
colas foram escolhidas como alternativa a serem avaliadas em termos da viabilidade téc-
nica e econômica.
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Métodos
Para testar os diversos tipos de cola, foram realizados ensaios para Determinação da
resistência de aderência à tração (NBR – 13528) numa área de revestimento realizado com a
argamassa industrializada em uma parede de alvenaria com blocos cerâmicos (ABNT, 2010a).
As distribuições dos pontos foram feitas de forma alinhada, contrapondo as recomen-
dações da norma, a qual deve ser feita de forma aleatória contemplando arrancamento de
juntas e blocos. Tal condição justifica-se pelo fato da área disponível para realização do
ensaio ser reduzida. Entretanto seguiu-se o critério recomendado pela norma, onde os cor-
pos-de-prova devem estar espaçados entre si, dos cantos e das quinas, em no mínimo de
50 mm, ilustrado na Figura 1a.
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O ensaio foi realizado com um Aderímetro manual de capacidade 1200 Kgf, modelo
I-3003 – AB de marca Pavitest, com aplicação de carga centrada contínua e ortogonal com
leitor digital em kgf, observado na Figura 1b.
(a) Área de ensaio e colagem das pastilhas. (b) Detalhe do equipamento utilizado.
(a) (b)
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Figura 2. Formas de ruptura no ensaio de resistência de aderência à tração para um sistema de revestimento com chapisco.
RESULTADOS
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Tabela 1. Resultados dos ensaios de desempenho da argamassa industrializada.
Ensaios Método de ensaio Resultados Limites exigidos da NBR 13281 (ABNT, 2005a)
Consistência NBR 13276 241,12 mm -
D1 ≤1400 kg/m³
D2 1200 a 1600 kg/m³
D3 1400 a 1800 kg/m³
Densidade de massa estado fresco 1582 kg/m³
NBR 13278 D4 1600 a 2000 kg/m³
D5 1800 a 2200 kg/m³
D6 >2000 kg/m³
Teor de ar incorporado 28% - -
R1 ≤1,5 MPa
R2 1,0 a 2,0 MPa
R3 1,5 a 2,7 MPa
Resistência à tração na flexão 2,3 MPa
R4 2,0 a 3,5 MPa
R5 2,7 a 4,5 MPa
R6 >3,5
NBR 13279
P1 ≤2,0 MPa
P2 1,5 a 3,0 MPa
P3 2,5 a 4,5 MPa
Resistência à compressão 2,5 MPa
P4 4,0 a 6,5 MPa
P5 5,5 a 9,0 MPa
P6 >8,0 MPa
M1 ≤1200 kg/m³
M2 100 a 1400 kg/m³
Todos os testes de aderência resultaram em valores válidos, uma vez que nenhum
deles apresentou ruptura do tipo G. Na Figura 1 e Tabela 2 estão apresentados os resultados
do ensaio de aderência à tração para os 5 diferentes tipos de colas após 24 horas ou após
o tempo de cura recomendado pelos respectivos fabricantes.
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Tabela 2. Resistência de aderência à tração.
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resistência e forma de ruptura ideal, diferenciando apenas no tempo de cura inicial, que é
mais lento (Tabela 3).
Tipo de Cola Condições de uso Tempo de cura inicial Limpeza das pastilhas
CONCLUSÃO
Os resultados dos ensaios analisados mostram que as colas ARALDITE 2 MIN e CUBA
FIX foram as que tiveram melhor desempenho no ensaio de aderência à tração, pois apre-
sentaram propriedades próximas da referência, tendo características considerada ideal, em
se tratando da resistência e da forma de ruptura.
No requisito tempo de ensaio e limpeza, analisando somente as duas colas que tiveram
melhor desempenho na resistência de aderência, a ARALDITE 2 MIN foi a melhor opção,
pois em 2h foi possível finalizar o ensaio, com qualidades próximas da referência, e facilidade
na hora da limpeza da pastilha após o teste.
Dentre todos esses parâmetros analisados nos adesivos, ARALDITE 2 MIN e CUBA FIX,
não se pode esquecer do custo benefício, que comparado à referência, é alto. Considerando
as características apresentadas por cada cola, fica a critério o uso, levando em conta requi-
sitos de deslocamento, tempo na execução do ensaio e custos dos funcionários.
Agradecimentos
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REFERÊNCIAS
1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13276: Argamassa para
assentamento e revestimento de paredes e tetos — Preparo da mistura e determi-
nação do índice de consistência. Rio de Janeiro: ABNT, 2005b.
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04
Ensaios tecnológicos para avaliação da
condutividade térmica de argamassas
'10.37885/230312354
RESUMO
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componente que possui menor condutividade tem-se, consequentemente, um material re-
sultante também de menor condutividade. E o efeito resultante será proporcional à fração
volumétrica do material adicionado e a sua condutividade. O objetivo deste trabalho, portanto,
é avaliar o efeito da substituição parcial da areia por resíduos industriais nas propriedades
físicas, mecânicas e térmicas da argamassa.
METODOLOGIA
Este trabalho tem por base os estudos conduzidos por Cardoso (2017), que envolve-
ram a substituição de 5% a 40% da areia natural por resíduos de origem vegetal, mineral e
polimérica para a produção de argamassa. Observou-se que as composições com melhor
desempenho foram aquelas com substituição de 20% do volume de areia natural por resí-
duos minerais (RCD, RCV, RPV) e poliméricos (RPN, EPS, PET), as quais são objeto do
presente estudo.
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Devido à variedade no formato e dimensões dos resíduos, esses foram submetidos
à processos de britagem e/ou moagem seguidos de peneiramento na malha de abertura
2,36mm, a fim de obter partículas com dimensões semelhantes à areia natural. Devido à
leveza do EPS, utilizou-se a malha 4,8mm para seu peneiramento (Figura 1).
Figura 1. Areia natural e resíduos sólidos industriais utilizados em substituição parcial à areia.
A análise qualitativa das características superficiais dos resíduos foi realizada com
uma lupa estereoscópica com capacidade de aumento 30x, conforme orientações da NBR
7389-1 (ABNT, 2009).
Preparação da argamassa
Foram adotados os traços experimentais praticados por Cardoso (2017), com 20% de
resíduo em substituição à areia natural, com os devidos ajustes na água de amassamento
a fim de alcançar uma consistência de 220mm +/- 10mm, conforme procedimento da NBR
13276 (ABNT, 2005b). A composição final dos traços está apresentada na TABELA 1.
Tabela 1. Composição das argamassas para a moldagem das placas e dos corpos de prova.
Para cada traço foram moldadas duas placas com dimensões de 45cm x 45cm x 10cm
destinadas aos ensaios térmicos e nove corpos-de-prova prismáticos nas dimensões de
4cm x 4cm x 16 cm, destinados aos ensaios de resistência à tração na flexão e resistência
à compressão, conforme procedimento da NBR 13279 (ABNT, 2005c), e aos ensaios de
absorção por capilaridade, de acordo com a NBR 15259 (ABNT, 2005d).
As amostras foram desmoldadas após 48 horas de cura inicial e em seguida, curadas
ao ar em câmara úmida (Figura 2). Todos os ensaios foram conduzidos aos 28 dias de
idade das argamassas.
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A temperatura superficial foi determinada pela técnica de termografia de infravermelhos
(TIV) realizada em cada placa com uma câmera modelo FLIR E6. As placas foram expostas
ao ambiente visando secá-las e estabilizar a temperatura para início dos ensaios. No dia
seguinte, foram posicionadas sobre a bancada com uma das faces para cima, que iria re-
ceber a incidência dos raios solares, e a outra para baixo, completamente protegida, com
intuito de posterior verificação do transporte de calor (Figura 3). Foram realizadas quatro
leituras de temperatura, duas na face interna e duas na face externa de cada placa, a um
ângulo de 90oC e a uma distância de 90 cm, nos horários de 09:00, 14:00 e 20:00 horas.
Concomitante aos ensaios foi deixado um termohigrômetro para monitorar a temperatura
local do ambiente e a umidade relativa do ar, nos momentos das leituras.
RESULTADOS
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Figura 4. Distribuição granulométrica da areia e dos resíduos utilizados.
Fonte: o autor.
Por meio da morfoscopia das amostras realizadas em lupa estereoscópica (Figura 5),
realizou-se a análise qualitativa apresentada na Tabela 2, em consonância com os critérios
definidos pela NBR 7389-1 (ABNT, 2009).
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Tabela 2. Análise morfoscópica qualitativa das amostras de resíduos.
Segundo a especificação técnica NBR 13281 (ABNT, 2005a), observa-se que as arga-
massas contendo RPN, PET e RPV podem ser classificadas respectivamente como R3, R4 e
R6, com resistência à tração superior à referência. Essas argamassas encontram aplicação
no revestimento de paredes com exposição a choques e deterioração (FILHO, 2013). As ar-
gamassas com EPS, RCV e RCD, bem como a argamassa de controle (REF) encontram
classificação R2, indicada para revestimento de superfícies sem risco de choques e de
deterioração (FILHO, 2013).
Na Figura 7 estão apresentados os valores de resistência à compressão em função do
tipo de resíduo utilizado em substituição parcial à areia natural. A resistência média de cada
argamassa foi calculada com base no resultado de seis corpos de prova, excetuando-se
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aqueles com desvio absoluto superior a 0,5MPa, conforme procedimento descrito na NBR
13279 (ABNT, 2005c).
Segundo a especificação técnica NBR 13281 (ABNT, 2005a), observa-se que somente
as argamassas contendo resíduos de PET e RPV alcançaram resistência à compressão su-
perior à referência e podem ser classificadas como P4. A argamassa com RCV apresentou
resistência à compressão equivalente à referência, na classificação P3, enquanto aquelas
contendo resíduos de EPS, RCD e RPN foram classificadas como P2, com resistência inferior
à argamassa de referência.
Analisando o comportamento mecânico sob tração flexão e sob compressão verifi-
ca-se que as argamassas contendo resíduos de PET e pó de vidro (RPV) foram aquelas
com melhor desempenho, inclusive superior à argamassa de controle, enquanto aquelas
contendo resíduos de EPS e RCD apresentaram resistência inferior, com destaque para o
EPS que resultou na menor resistência em ambos os casos. Essa situação pode ser expli-
cada pelo elevado índice de vazios na estrutura do EPS. Nota-se ainda uma mudança no
comportamento das argamassas com raspas de pneu (RPN) que, sob tração respondeu com
melhor performance do que sob compressão. Tal efeito pode ser atribuído à forma fibrosa e
à superfície rugosa desse resíduo, que atuará como reforço da matriz cimentícia. Segundo
Mehta e Monteiro (1994) compósitos cimentícios reforçados por fibras, quando submetidos
a carregamentos trativos, irão suportar cargas cada vez maiores, desde que a resistência
das fibras ao arrancamento seja maior que a carga na primeira fissuração.
Na Figura 8 estão apresentados os coeficientes de capilaridade das argamassas em
função do tipo de resíduo utilizado em substituição parcial à areia natural. A absorção média
de cada argamassa foi calculada com base no resultado de três corpos de prova, excetuan-
do- se aqueles com desvio relativo máximo superior a 20%, conforme procedimento descrito
na NBR 15259 (ABNT, 2005d).
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Figura 8. Absorção de água por ascensão capilar em função do tipo de resíduo.
Segundo a especificação técnica NBR 13281 (ABNT, 2005a), observa-se que os coefi-
cientes de capilaridade das argamassas contendo resíduos de PET, RPV e RCD se encaixam
na classe C5, enquanto aquelas com resíduo de EPS e RCV apresentaram coeficientes
semelhantes à referência, classe C4. As argamassas classificadas como C5 encontram
aplicação no revestimento de tetos e de paredes internas, enquanto aquelas classificadas
como C4 podem ser usadas em paredes externas protegidas da chuva (FILHO, 2013).
Destaca-se com o mais baixo coeficiente de capilaridade, classe C1, as argamassas con-
tendo resíduos de pneu (RPN) as quais poderiam ser usadas como revestimento de paredes
externas expostas à chuva (FILHO, 2013). Neste último, supõe- se que as raspas de pneu
podem atuar como obstáculos à ascensão capilar, cuja energia da água ascendente se dis-
sipa no espalhamento em torno das partículas. Comportamento semelhante foi observado
por Kurz et al. (2018).
Nas Figuras 9 e 10 tem-se exemplos das termografias realizadas nas faces externa e
interna das placas de argamassa a fim de verificar a variação da temperatura superficial ao
longo do dia. Na Tabela 3 tem-se as médias das leituras realizadas em cada face das placas
confeccionadas com os diferentes tipos de resíduo, bem como os horários das leituras e a
diferença de temperatura entre as faces.
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Figura 9. Termografias de Infravermelhos da face externa da placa de argamassa com resíduos de cerâmica vermelha
(RCV): a) às 09:00 horas; b) às 14:00 horas; c) às 20:00 horas.
Figura 10. Termografias de Infravermelhos da face interna da placa de argamassa com resíduos de cerâmica vermelha
(RCV): a) às 09:00 horas; b) às 14:00 horas; c) às 20:00 horas.
Com base nas leituras realizadas, observa-se que as temperaturas se elevam das
09:00 às 14:00 horas e depois voltam a diminuir às até 20:00 horas. Observa-se ainda
que a diferença máxima de temperatura entre as faces interna e externa, em cada placa,
ocorre no horário das 14:00 e é maior na placa com resíduo de PET. A menor diferença
de temperatura é verificada na placa com resíduo de RCV, não obstante seja justamente
nesta última que é observada a menor temperatura da face externa às 14:00. Ou seja, além
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de avaliar a diferença de temperatura entre as faces é mister avaliar também qual tipo de
material está sujeito a uma maior elevação da temperatura. Na Figura 11 tem-se o gráfico
em ordem crescente da elevação da temperatura na superfície externa, entre às 09:00 e as
14:00, bem como a redução da mesma, entre as 14:00 e as 20:00.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Agradecimentos
REFERÊNCIAS
1. ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13281 - Arga-
massa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Requisitos. Rio de
Janeiro, 2005a.
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11. FERREIRA, P. R. L.; HENRIQUES, V. M.; DE MELO, A. B.; GOMES, E. G. S. Ava-
liação do comportamento térmico de paredes monolíticas executadas com diferentes
materiais em condições variáveis de oscilações de temperaturas superficiais. In: XVI
Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, 2016, São Paulo. Anais
ANTAC, 2016.
12. FILHO, R. H. (2013). Avaliação dos requisitos normativos das argamassas industrializa-
das associados a critérios de emprego e utilização. Dissertação (Mestrado). Publicação:
T. DM – 00x x/2013, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de
Brasília, Brasília, DF, 198 p.
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05
Estudo de agregados graúdos empregados
em concreto nas cidades de Cuiabá e
Rondonópolis - MT
'10.37885/230512983
RESUMO
Os agregados são materiais em de grãos, sem tamanho e forma definidos, que têm por ob-
jetivo compor argamassas e concretos. O consumo de agregados na região centro oeste é
de 1,67 toneladas/habitantes/ano, e as cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis,
possuem juntas a maior população do estado, além da estimativa de crescimento de 3% para
os próximos anos, tornando-se o estudo deste produto de extrema relevância. Sabendo-se
que suas propriedades afetam significativamente a qualidade e a durabilidade do concreto e
que o agregado possui preço menor que o cimento, logo considera-se que é mais econômico
utilizá-lo em maior quantidade possível, diminuindo assim, a quantidade de cimento. O ob-
jetivo desta pesquisa exploratória experimental é avaliar os agregados graúdos utilizados
nestas cidades, a partir de coletas em jazidas, ensaios físicos e de reatividade potencial
álcali-agregado em laboratório, para então relacioná-los com parâmetros estabelecidos em
normas técnicas brasileiras. Conclui-se com este estudo, que todos os agregados avaliados
na pesquisa estão dentro dos padrões físicos das normas, porém, para uso do calcário e
granito, considerando a reatividade potencial álcali-agregado, deve-se observar quais as
restrições de aplicação, relacionadas ao ambiente em que os elementos estruturais de
concreto estarão expostos.
DETALHAMENTO DO CASO
Objetivos
Os objetivos deste trabalho são de estudar algumas das principais propriedades dos
agregados, de modo a verificar se estes se adequam aos limites estabelecidos em normas
para utilização em concreto. Como objetivos específicos, serão determinadas as seguintes
propriedades: granulometria, massa específica, índice de forma, abrasão “los angeles” e
reatividade potencial álcali-agregado.
MATERIAIS E MÉTODOS
Materiais
Esta etapa constitui na descrição dos materiais utilizados na pesquisa, conforme cons-
tatação em visitas às usinas de concreto, sendo estes, os principais agregados utilizados
nas construções de edificações nestas regiões. As cidades foram escolhidas por possuírem
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maior consumo e um eixo de proximidade, considerando a localização das jazidas entre
elas. A figura 01, apresenta as regiões onde são extraídas as rochas ou sedimentos para
produção de agregados e as regiões consumidoras. Já a figura 02 apresenta os aspectos
físicos do granito, calcário e cascalho, respectivamente.
Figura 02. Aspectos físicos dos agregados obtidos por lupa estereoscópica.
Fonte: O autor.
Granito
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e de granulação fina a grossa (grãos de cristal que podem ser observados a olho nu) e/ou
porfirítica (cristais maiores incrustados em massa de granulação mais fina).
Calcário
Cascalho
Segundo a NBR 6502 (ABNT, 1995), defini cascalho como pedregulho arredondado
ou semiarredondado. O cascalho utilizado provém da região de Alto Coité no município de
Poxoréu-MT, sendo este material retirado em cavas ou depósitos de rejeitos de garimpos de
diamantes, que foram desenvolvidos na região. Este material passou por processo lavagem,
moagem e classificação, para a então comercialização como brita para concreto.
Segundo Viana et al (2011) a região de Poxoréu está em estagnação econômica desde
o declínio das atividades garimpeiras, iniciada na década de 1920, gerando áreas que foram
intensamente trabalhadas por garimpeiros, encontram-se muito degradadas com a presença
de rejeitos empilhados aleatoriamente em diferentes porções.
Ainda sobre Viana et al (2011), este realizou estudos de análise granulométrica e
geoquímica de amostras selecionadas por mostrarem de boa representatividade. Os estu-
dos granulométricos sugeriram que a maioria das amostras podem ser utilizadas tanto na
indústria de fundição, quanto na fabricação vidro. Os dados geoquímicos apontaram que
todas as amostras podem ser utilizadas pela indústria de construção civil se posteriormente
lavado e britado.
Cimento
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Métodos
Propriedades MÉTODOS
Granulometria NBR/NM248:2013 - Agregados – Determinação da composição granulométrica.
ABNT NBR NM 53:2009 - Agregado graúdo - Determinação da massa específica, massa es-
Massa especifica
pecífica aparente e absorção de água.
NBR 7809:2019 - Agregado graúdo - Determinação do índice de forma pelo método do
Índice de forma
paquímetro - Método de ensaio.
Abrasão Los-Angeles ABNT NBR NM 51:2001 - Agregado graúdo - Ensaio de abrasão “Los Angeles”.
ABNT NBR 15577-4:2018 - Agregados - Reatividade álcali-agregado - Parte 4: Determinação
Reatividade álcali-agregado
da expansão em barras de argamassa pelo método acelerado.
Fonte: O autor.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Granulometria
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Figura 03. Gráfico de granulometria.
110
Composição Granulométrica dos Agregados
90
Granito
70 Cascalho
30
10
Fonte: O autor.
Para os testes com o granito, apresentou-se uma perca de 29,13%, o calcário de 19,62%
e o cascalho de 30,07 %, sendo que todos se enquadram ao valor estabelecido em norma,
que é de ≤ 50 %. A figura 04 apresenta o aspecto das amostras antes e depois do ensaio.
Fonte: O autor.
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Figura 05. Gráfico de reatividade álcali-agregado.
Fonte: O autor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos resultados obtidos com os exames laboratoriais das amostras de granito,
calcário e cascalho, verifica-se que para os testes de granulometria, o calcário mesmo apre-
sentando-se abaixo da curva granulométrica, enquadra-se nos limites aceitáveis, o granito
apresenta-se enquadrado nos limites das curvas granulométricas, já o cascalho apresenta
apenas a peneira 12,5 mm fora do limite da faixa superior, sendo o restante dentro da faixa
granulométrica, porém dentro dos limites aceitáveis, sendo que a norma NBR 7211 (ABNT,
2009) estabelece até quatro pontos percentuais abaixo do limite inferior, e até quatro pontos
acima do limite superior das faixas.
Para massa específica, os resultados obtidos nas amostras foram para o granito 2,589 g/
cm³, para o calcário 2,712 g/cm³, e para o cascalho 2,441 g/cm³, e que demonstram suas pró-
prias características físicas, e que, neste caso não se aplicam limites estabelecidos em norma.
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Quanto ao índice de forma, os resultados das amostras obtidos pelo método paquíme-
tro, para o calcário foram de 2,6, para o granito 2,3, e o cascalho de 1,5, sendo que a norma
estabelece que o valor deve ser igual ou menor a 3.
Nos testes de abrasão (Los Angeles), os resultados das perdas para o granito foram
de 29,13%, para o calcário de 17,62% e para o cascalho 30,07 %. Para o granito, verificou-
-se que a perca não foi por desgaste aparente, mas sim por quebra devido ao choque com
as esferas metálicas, sendo que outro tipo de método para esta quantificação, talvez seja
possível que os resultados para o granito se deem diferentes; já para o cascalho observou-
-se visualmente os vários tipos de rochas diferentes, e algumas altamente friáveis inclusive
com desgaste apenas no manuseio, justificando a perca de mais de 30%. Mesmo com as
observações todas as amostras atendem aos requisitos da norma que é ≤ 50%.
Para a reatividade álcali-agregado, os agregados apresentam-se em três faixas dife-
rentes, sendo o granito enquadrando-se na faixa do R1 com expansão de 0,25 %, o calcário
na faixa de R2, apresentando expansão de 0,59 %, e o cascalho apresentou-se a menor das
expansões, de 0,17 %, ficando abaixo da linha limite em 30 dias e enquadrando na faixa R0.
Com estes resultados conclui-se que todos os agregados avaliados na pesquisa estão
dentro dos padrões físicos das normas, porém, para uso do calcário e granito, considerando
a reatividade potencial álcali-agregado, deve-se observar quais as restrições de aplicação,
relacionadas ao ambiente em que os elementos estruturais de concreto estarão expostos.
REFERÊNCIAS
1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6502: Rochas
e solos. Rio de Janeiro, 1995.
2. _____. NBR 7211: Agregados para concreto - Especificação. Rio de Janeiro, 2009.
3. _____. NBR 7809: Agregado graúdo - Determinação do índice de forma pelo mé-
todo do paquímetro - Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2019.
6. _____. NBR NM 51: Agregado graúdo - Ensaio de abrasão “Los Angeles”. Rio de
Janeiro, 2001.
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8. _____. NBR NM 248: Agregados – Determinação da composição granulométrica.
Rio de Janeiro, 2013.
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06
Análise de patologia de infiltração em
sistema de revestimento externo em
fachada texturizada de edifício na cidade
de Cuiabá - MT
'10.37885/230512941
RESUMO
O revestimento externo de uma edificação é um sistema que deve receber atenção especial
para que possa atender aos requisitos e critérios de desempenho, vida útil e cumprimento
às exigências de uso e operação. Diante de patologias que se manifestaram de forma pre-
matura em um sistema de revestimento externo em um edifício recém construído na cidade
de Cuiabá MT, surgiu a necessidade da elaboração do presente estudo de caso, no sentido
de corroborar com informações técnicas concernentes a manifestações de infiltração ocorri-
das no referido sistema. A metodologia adotada além da análise visual preliminar em visitas
técnicas in loco, foi a utilização de dois ensaios para a coleta de dados, propostos pela NBR
13528:2010 - Revestimento de Paredes de Argamassas Inorgânicas - Determinação da
Resistência de Aderência à Tração e Centre Scientifique et Technique de la Construction
(CSTC), 1982 - Avaliação da Permeabilidade e da Absorção de Revestimentos sem Textura
– “Método do Cachimbo”, respectivamente. Concluiu-se que, os resultados da aderência da
argamassa foram satisfatórios uma vez que onze, do total de quatorze pontos da amostra-
gem tiveram as resistências superiores ao valor mínimo de 0,3 MPa. Em relação ao ensaio
de permeabilidade do sistema, houve absorção homogênea em três dos quatro pontos
ensaiados quando comparadas ao ensaio de referência realizado com três outras marcas
de tinta que não absorveram.
DETALHAMENTO DO CASO
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Figura 1. Empreendimento objeto de estudo – disposição das torres no canteiro.
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para ambas partes. É válido destacar, que estas manifestações ocorreram no período chu-
voso e após análise dos chamados, a equipe técnica da construtora constatou que todas
as situações estavam correlacionadas às chuvas, ou seja, nenhuma relação ao sistema
hidráulico das torres.
Sendo assim, a construtora colocou em dúvida a qualidade dos materiais fornecidos
para execução do acabamento do sistema de revestimento externo de fachada, especifica-
mente à textura (lote consequente de uma permuta formalizada entre as empresas), alegan-
do falhas que se iniciaram ainda durante a execução, como baixa cobertura e rendimento.
Baseando-se em conhecimentos e experiência adquirida ao longo dos anos em obras, a
equipe técnica da construtora solicitou, a priori, o comparecimento do representante da marca
responsável por fornecer os materiais aplicados na textura no sistema. Após verificação in
loco do problema, o mesmo orientou apenas que se aplicasse um produto hidro-repelente
na fachada, além de levantar a hipótese de que o problema poderia estar no revestimento
reboco (serviço executado com material pré-fabricado/industrializado, fornecido e executado
por duas empresas subcontratadas pela própria construtora). Sendo assim, a construtora
respaldada em seus direitos e como maior parte interessada em resolver a situação, buscou
embasamento técnico científico para fundamentar e contribuir para com a solução do pro-
blema, fato este que a levou a buscar o Laboratório de Construção Civil do Instituto Federal
de Mato Grosso para realizar ensaios laboratoriais para análise do revestimento.
As informações laboratoriais coletados estão delimitadas a apenas uma das duas torres
do empreendimento, a Torre A, cujos apartamentos já haviam sido entregues aos usuários,
e por este motivo, algumas limitações foram encontradas, tais como: a altura da edificação
e ausência de equipamento fotográfico de melhor alcance e qualidade na identificação de
patologias em locais mais altos; em relação a observação e coleta de dados realizada no
interior dos apartamentos: inacessibilidade devido a várias chaves já terem sido entregues
aos proprietários e os mesmos ainda não residirem no local, prejudicando também a quan-
tificação exata de apartamentos afetados pelas manifestações patológicas internas; Em re-
lação ao levantamento de dados no próprio sistema da construtora: visto que os moradores
que documentaram suas reclamações por meio de chamados de manutenção foram apenas
aqueles que já estavam residindo ou que estavam em processo de vistoria.
Manifestações patológicas
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dos moradores e as observações realizadas pelos técnicos da construtora. Considerou-se
para o agendamento dos trabalhos, o fato de que a cidade de Cuiabá é caracterizada por
apresentar dois períodos bem definidos: um seco que vai de abril a outubro e outro úmido
de novembro a março, onde se concentra 80% das chuvas (INMET 2003).
Com auxílio dos dados fornecidos pelos chamados de manutenção registrados no sis-
tema interno da empresa, as principais faces afetadas foram localizadas e sinalizadas em
vermelho como mostra a Figura 3. Faz-se necessário memorar o fato de que não foi possível
acessar todas as unidades, visto que em alguns casos a posse das chaves já estava com
os proprietários que ainda não haviam mudado para o edifício.
Portanto, a vistoria ocorreu apenas em unidades já habitadas/entregues (por meio de
compatibilização com os chamados de manutenção realizados) e em unidades ainda não
vendidas, cujas chaves estavam de posse da construtora, porém, nesses casos sem abertura
de registro no sistema da empresa.
Figura 3. Identificação das faces com maior incidência de manifestações patológicas de infiltração.
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Figura 4. Imagem da fachada da Torre A no período chuvoso.
Pode ser observado na Figura 4, nas faces de textura ocre, em toda a extensão da
fachada, as partes mais escuras se destacam com nitidez caracterizando-se como manchas
provocadas pela absorção da água. As partes que receberam textura branca também sofrem
a ação da água. Ainda é possível observar na Torre A que as manchas são irregulares na
Face 1 (a esquerda), sendo que na parte superior da mesma, as manchas são extensas e
homogêneas, única e contínua.
Na face direita à Face 1 existem manchas de caráter regular em todo o pano da mes-
ma. Nessa, é notória a alta absorção em todo seu pano, com exceção das regiões onde o
revestimento se encontra de forma direta com a face lateral da laje. Devido à natureza dos
substratos forma-se um gradiente de absorção entre essas regiões (alvenaria-argamassa
e concreto-argamassa) que facilmente se identifica por ‘listras’, definindo na fachada retân-
gulos de alta absorção.
Observa-se também na Figura 4, na parte mais alta do edifício, uma grande área úmida
que segue em toda extensão do último pavimento, e apesar da diferença de cores da textura,
a parte clara desse pavimento se comporta da mesma forma como as partes mais escuras,
porém se destaca menos na imagem. Abaixo, na Figura 5, é apresentado um detalhe da
fachada pós chuva:
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Figura 5. Detalhe da absorção de água na fachada da Torre A.
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Figura 6. Manifestação de patologia por infiltração Aptos 902 e 1202 Torre A.
Ensaios realizados
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loco, foi a utilização de dois ensaios para a coleta de dados, propostos pela NBR 13528:2010
- Revestimento de Paredes de Argamassas Inorgânicas - Determinação da Resistência de
Aderência à Tração e Centre Scientifique et Technique de la Construction (CSTC), 1982 -
Avaliação da Permeabilidade e da Absorção de Revestimentos sem Textura – “Método do
Cachimbo”, respectivamente.
O primeiro Relatório Técnico intitulado de Relatório 001/2015: Avaliação de Propriedade
Física e Mecânica de Argamassa de Revestimento Aplicada em Fachada, foi realizado nos
dias 27 e 28 de maio de 2015, em revestimento externo, aplicado em alvenaria de vedação
de blocos cerâmicos. O segundo, Relatório 002/2015: Avaliação de Absorção de Água em
Parede com Revestimento em Textura, foi realizado em 23 de junho de 2015. No total, três
ensaios: dois aplicados ao reboco, e um em textura.
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Figura 7. Utilização do equipamento de tração.
As pastilhas têm seção circular e 50mm de diâmetro. A [13] pede que devam ser en-
saiados ao menos seis corpos de prova para cada situação, espaçados entre si e dos cantos
pelo ao menos 50mm. Para este ensaio, optou-se por ensaiar 14 pontos conforme Figura 8:
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Figura 9. Fixação do ‘cachimbo’ com silicone. Execução do ensaio.
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Figura 11. Disposição dos pontos para Textura Marca A, B e C.
DISCUSSÃO
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obra. A respeito da forma de ruptura, dos dez pontos válidos, seis apresentaram ruptura na
interface da argamassa com o substrato (bloco cerâmico). A média de resistência à aderência
adquirida dos resultados válidos é de 0,474 MPa. Dessa forma, o revestimento estudado
está de acordo com o exigido em norma. Apesar dos resultados satisfatórios, os pontos 1,
4, 8, 9 e 12 (independentemente da maneira de sua produção - em obra ou usinada) que
não atendem a resistência de aderência à tração mínima especificada na NBR 13749:1996,
ou seja, maior ou igual a 0, 30 MPa, também foram os que apresentaram menor carga de
ruptura, em média 406N em relação aos que atenderam, 1.038,89N, e ainda, um desvio de
aproximadamente 50,05% em relação à média geral, 812,86N.
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Tabela 3. Resultados do ensaio de absorção de água de baixa pressão - argamassa.
Absorção de Água de Baixa Pressão
Método do Cachimbo
Tempo (mim) 0 5 10 15 40 60
Amostra 1
Leituras (ml) 4,0 3,9 3,7 3,4 2,2 0,9
Absorção (cm ) 3
0 0,1 0,3 0,6 1,8 3,1
Absorção (%) 0 2,5 7,5 15 45 77,5
Amostra 2
Leituras (ml) 4,0 4,0 4,0 3,9 3,8 3,6
Absorção (cm ) 3
0 0 0 0,1 0,2 0,4
Absorção (%) 0 0 0 2,5 5 10
Amostra 5
Leituras (ml) 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Absorção (cm ) 3
0 0 0 0 0 0
Absorção (%) 0 0 0 0 0 0
Amostra 6
Leituras (ml) 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Absorção (cm ) 3
0 0 0 0 0 0
Absorção (%) 0 0 0 0 0 0
Fonte: Arquivo pessoal (2015).
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Tabela 4. Resultados do ensaio de absorção de água de baixa pressão - textura.
Absorção de Água de Baixa Pressão
Método do Cachimbo
Tempo (mim) 0 5 10 15 40 60
Amostra 1
Leituras (ml) 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Absorção (cm ) 3
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Absorção (%) 0 0 0 0 0 0
Amostra 2
Leituras (ml) 4,0 4,0 4,0 3,9 3,8 3,8
Absorção (cm ) 3
0,0 0,0 0,0 0,1 0,2 0,2
Absorção (%) 0 0 0 2,5 5 5
Amostra 3
Leituras (ml) 4,0 4,0 4,0 3,9 3,8 3,7
Absorção (cm ) 3
0,0 0,0 0,0 0,1 0,2 0,3
Absorção (%) 0 0 0 2,5 5 7,5
Amostra 4
Leituras (ml) 4,0 4,0 3,9 3,8 3,8 3,7
Absorção (cm ) 3
0,0 0,0 0,1 0,2 0,2 0,3
Absorção (%) 0 0 2,5 5 5 7,5
Fonte: Arquivo pessoal (2015).
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Tabela 6. Resultados obtidos do ensaio de absorção de água de baixa pressão - superfície B.
Absorção de Água de Baixa Pressão
Método do Cachimbo
Tempo (mim) 0 5 10 15 40 60
Ponto 1
Leituras (ml) 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Absorção cm 3
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Ponto 2
Leituras (ml) 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Absorção cm3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Ponto 3
Leituras (ml) 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Absorção cm 3
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Ponto 4
Leituras (ml) 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Absorção cm3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Ponto 5
Leituras (ml) 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Absorção cm 3
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Fonte: Arquivo pessoal (2015).
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Resultados e Discussão – Argamassa x Textura
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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problema. Nos relatórios é apontado que as áreas delimitadas para a realização dos ensaios
não possuem fissuras. Sabe-se pela literatura, que o surgimento de microfissuras (impercep-
tíveis aos olhos humanos, de cerca de 0,05mm) interferem diretamente na estanqueidade
da fachada, admitindo assim a presença de umidade e consequentemente o aparecimento
de patologias de infiltração e principalmente manchas devido a ação de microrganismos
(neste momento ou futuramente). Na Figura 6 é notável o umedecimento do revestimento
interno (indicando passagem de água do revestimento exterior para o revestimento interior
da torre. A rastreabilidade da fachada em relação a utilização de argamassa produzida in
loco e industrializada seria de suma importância, pois sabe-se que quando existe a produção
em obra, o controle da qualidade é influenciado por fatores subjetivos como o conhecimen-
to técnico da mão de obra utilizada, etc. A textura das marcas A, B e C não apresentaram
absorção, enquanto a textura utilizada na torre apresentou entre 5 e 7,5%. A argamassa
também absorveu água, porém não se pode afirmar que houve falhas na execução desse
serviço ou que a mesma possui baixa qualidade. O que se pode inferir é que a argamassa
é um composto naturalmente poroso e que por se tratar de material de base cimentícia têm
tendência a absorver água através de seus poros devido a reação de hidratação continua do
material. Uma vez que a tinta vai sendo espalhada sob essa superfície porosa, a argamassa
vai absorvendo parte desse material, descaracterizando-a de suas funções principais: prote-
ção e estética. Sendo assim, de acordo com a aplicação, a tinta não consegue sustentar a
película protetora igualitariamente devido à baixa fluidez, culminando em baixo rendimento,
cobertura e consequentemente em regiões propícias a passagem de água provenientes da
precipitação no local, que pode se agravar na incidência de ventos, ou seja, no fenômeno
de chuva dirigida. Uma vez que os ventos vão atingindo a fachada, a depender de sua
velocidade, orientação e direção, a água líquida ou em forma de vapor tende a penetrar
pelos caminhos livres da argamassa e podem até mesmo chegar ao substrato. Do substrato
para o interior da edificação a água tende a penetrar da mesma forma, porém por fatores
diferentes da chuva e vento. Vale ressaltar aqui, que quando existem os fenômenos de re-
tração e na presença de microfissurações, a água percola ainda com maior facilidade pelo
revestimento, levando a aceleração do processo de umedecimento e aparecimento de pa-
tologias. A respeito da incidência dos raios solares e chuva dirigida, não houve ensaios que
pudessem contextualizar essas variáveis neste estudo. De acordo com o desenvolvimento
do trabalho notou-se que a quantidade de dados obtidos não foi suficiente para uma análise
realística do SREF da torre estudada, sendo necessários outros ensaios mais específicos
para afirmar o que apresentou problemas: a argamassa, a textura, a associação destes, ou
ainda, o próprio SREF.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. OLIVEIRA, L. A.; MOREIRA, T. M.; FILHO, C. V. M. Estanqueidade de Fachadas à
Água de Chuva. Téchne, São Paulo, edição 106, jan 2006. Disponível em: http://techne.
pini.com.br/engenharia-civil/106/artigo287060-1.aspx>. Acesso em: 01 de ago 2016.
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8. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7200 - Execução de
Revestimento de Paredes e Tetos de Argamassas Inorgânicas - Procedimento,
Rio de Janeiro, 2001.
12. SELMO, S. M. S.; NAKAKURA, E. H.; MIRANDA, L. F. R.; MEDEIROS, M. H. F.; SILVA,
C. O. Propriedades e Especificações de Argamassas Industrializadas de Múltiplo
Uso. São Paulo: EPUSP, 2002. 27p. (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP.
Departamento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/310). Disponível em: <http://
www.pcc.poli.usp.br/files/text/publications/BT_00310.pdf>. Acesso em: 01 ago 2016.
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07
Probabilidade de Ruína em Concretos
Estruturais – estudo de caso
Iraci Gottschald
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Mato Grosso (IFMT)
'10.37885/230512929
RESUMO
O controle tecnológico implantado nas obras em concreto armado são instrumentos impor-
tantíssimos para garantir o bom desempenho da edificação. Na maioria das vezes, esse
controle consiste em realizar ensaios de resistência à compressão axial em corpos-de-prova
de concretos e na comparação desses resultados com a resistência característica solici-
tada no projeto estrutural. No entanto, essa análise ficafragilizada se não for observado o
desvio padrão referente aos resultados obtidos nos ensaios. A teoria da probabilidade de
ruína e confiabilidade tem demonstrado que a segurança das obras não é função somente
de resultados de resistência à compressão que apresentem valores iguais ou superiores ao
estabelecido, mas sim da magnitude do desvio padrão e do coeficiente de variação desses
resultados. Este trabalho apresenta um estudo da confiabilidade e probabilidade de ruína de
um concreto utilizado em uma obra de 20 pavimentos e mostra a simplicidade em tornar esse
procedimento uma rotina na gestão do controle tecnológico em obras de concreto armado.
Este trabalho tem por objetivo maior introduzir o cálculo da probabilidade de ruína no
controle tecnológico de materiais estruturais, particularmente, o concreto armado.
A importância do controle tecnológico e a correta interpretação dos resultados para a
segurança das obras em concreto armado, tem sido tema de vários debates, e em todos
eles, pode-se perceber a fragilidade do controle tecnológico, no formato em que está sendo
praticado hoje em dia.
Helene (2011) discorre sobre os diversos fatores que interferem na análise da segurança
das estruturas de concreto armado e aponta a complexidade dessa tarefa.
Tabela 1. Desvio padrão a ser considerado nos estudos de dosagem de concreto estrutural.
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• as possíveis consequências da ruina em termos de risco de vida, sequelas, perdas
econômicas e a inconveniência social causada;
• o custo, o nível de esforços e procedimentos necessários para redução da proba-
bilidade de ruína;
• as condições sociais e ambientais em cada lugar.
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A confiabilidade de uma obra depende das formas dessas curvas de densidade. A figura
1 ilustra os princípios da teoria da probabilidade de ruína. Estão representadas as curvas
de densidade de probabilidade de ocorrência das solicitações (S) e das resistências (R).
(1)
Onde:
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O desvio padrão da função margem de segurança por sua vez é dado pela equação:
(2)
Onde:
(3)
Onde:
β = índice de confiabilidade,
M = função margem de segurança,
σM = desvio padrão da função margem de segurança.
Obra em estudo
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Figura 2. Obra em estudo para cálculo da probabilidade de ruína do concreto.
(A) Painéis de forma da estrutura (B) Detalhe de alguns elementos concretados (C) Edifício em fase final da construção
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Tabela 4. Simulação dos valores de probabilidade de ruína para desvios-padrão de acordo com o sugerido pela NBR
12655:2009 para estudos de dosagem de concreto.
CONCLUSÕES
Este artigo quer despertar nos tecnologista da área de concreto a importância de uma
melhor especificação do concreto e expandir as exigências, propondo que sejam observados
além dos valores da resistência à compressão, os valores do desvio padrão desses resultados.
Além disso, pôde-se comprovar a simplicidade da análise da probabilidade de ruína
por meio da aplicação da teoria de Ang e Tang (1984).
As principais conclusões são:
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Agradecimentos
REFERÊNCIAS
1. AOKI, N. Segurança e confiabilidade de fundações profundas. In: Congresso de pontes
e estruturas, 50. 2005, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ABPE, 2005.
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08
Proposta para minimizar o empirismo nos
procedimentos de moldagem de corpos de
prova de cimento e de argamassa
'10.37885/230512930
RESUMO
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juntas garantindo a estanqueidade da parede à penetração de água das chuvas; absorver
as deformações naturais, como as de origem térmica e as de retração por secagem (origem
higroscópica), a que a alvenaria estiver sujeita.
Os ensaios são realizados inúmeras vezes por operadores sem qualificação adequada,
desse modo analisando esses fatores e visando manter a rapidez e a facilidade com que o
ensaio é executado, está sendo proposta uma adaptação de procedimentos na NBR 7215
(ABNT, 1996), garantindo melhoria na padronização mesmo com a troca de operadores.
Na execução dos ensaios da NBR 7215 (ABNT, 1996), a diferença entre dois resul-
tados individuais e independentes, obtidos por dois operadores, operando em laboratórios
diferentes a partir de uma mesma amostra submetida ao ensaio, não deve ultrapassar limites
pré-estabelecidos garantindo a reprodutibilidade.
O objetivo desse trabalho é avaliar a influência no detalhamento das instruções dos
procedimentos de moldagem da argamassa fresca conforme as NBR 7215 e na reproduti-
bilidade dos resultados da argamassa endurecida e propor melhorias na execução.
MATERIAIS E MÉTODOS
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Figura 1. Composição Granulométrica.
Resistência à compressão
Produção de argamassas com mesmo traço unitário, e utilização dos mesmos materiais
em todos os lotes, utilizando amassadas únicas
Inicialmente foi definido que cada operador molde quatro corpos de prova, de acordo
com os procedimentos atuais da NBR 7215 (ABNT, 1996). Sendo o total de 32 corpos de
provas, divididos em duas equipes e um total de quatro operadores simultâneos.
Para a moldagem dessa etapa e de todas as demais serão utilizados o traço padrão de-
finido na NBR 7215 (ABNT, 1996) de 1:0,5:3:0,48, aglomerante (cimento), aglomerante (cal),
agregado miúdo (areia), água. Todas as amostragens foram feitas em amassadas únicas.
O preparo da argamassa foi feito em betoneira estacionária, onde primeiramente adi-
cionou-se toda a quantidade de água e cimento na betoneira em funcionamento durante 30
segundos. Após esse tempo adicionou-se a cal, e em seguida a areia durante 30 s. Passado
esse tempo, a betoneira foi desligada por 1 min e 30 s. Nos 15 primeiros segundos foi retirado
a argamassa que ficou aderida na parede da betoneira e nas pás de misturas, nos 1 min e
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15 s restante a massa ficou coberta por um pano úmido. Após o tempo restante foi ligado a
betoneira por mais 2 minutos até uma perfeita homogeneização da argamassa.
Após a mistura e homogeneização na betoneira a argamassa foi coletada com auxílio
de carrinho de mão e levado até o laboratório, e posteriormente colocadas em bandejas para
melhor disposição durante a realização da moldagem por diferentes operadores, argamassa
essa que ficou por certo período de tempo até a organização dos equipamentos, coberta
com pano úmido para que não houvesse a perda de umidade, Figura 2.
Cada operador recebeu um conjunto de quatro corpos de prova enumerados A1, B1,
C1, D1, onde A, B, C, D, representa os corpos de prova, e a numeração 1 representa o ope-
rador. Conjunto esse acompanhado de um soquete normal, e guia para moldagem da última
camada, paquímetro digital, ficha para anotações da altura das camadas conforme Figura 3.
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argamassa dentro do corpo de prova, aplicou com auxílio do soquete normal 30 golpes
uniformemente distribuídos pelo corpo de prova na argamassa, conforme Figura 6. Com
auxílio do paquímetro digital mediu-se a altura da primeira camada no centro da argamassa
inserida até o topo de corpo de prova, e anotou-se, Figuras 7 e 8.
Figura 7. Medida da altura das camadas: medição da altura (a); anotação da medida (b).
(a) (b)
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Figura 8. Planilha de anotações altura das camadas.
O mesmo procedimento citado acima foi utilizado para as demais camadas. Na quarta
e última camada, após a aplicação dos 30 golpes, com auxílio de uma espátula foi feito o
arrasamento do topo do corpo de prova, obtendo assim o corpo de prova moldado Figura 9.
Logo após a moldagem dos corpos de prova imediatamente as amostras foram le-
vadas em bandejas para cura ao ar, em câmara úmida e coberto com azulejo, durante as
primeiras 24 horas.
Após o armazenamento dos corpos de prova da primeira equipe, deu-se início então
a equipe 2 para moldagem e execução dos procedimentos citados acima.
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Figura 10. Equipe 1 e 2.
De acordo com as instruções contidas na NBR 7215 (ABNT, 1996), é fato que não há
especificações detalhadas para o operador executar o procedimento de moldagem, a me-
todologia prescrita na NBR 7215 (ABNT, 1996) estabelece que o corpo de prova deve ser
preenchido em 4 camadas de alturas aproximadamente iguais, ou seja cada camada com
25 mm de altura. O problema está no fato que não há especificação como tal medição deve
ser feita, obrigando os operadores a determinar essa altura visualmente.
Diante da necessidade da padronização da altura das camadas, foi desenvolvido o
equipamento que iremos chamar de dosador de camadas, o equipamento consiste em um
tubo galvanizado com Ø de 1 3/4 de polegadas, equivalente a Ø 44,45 mm.
Conhecendo o volume para uma camada do corpo de prova dimensões de Ø 50 mm e
altura de 25 mm, o volume de uma camada é igual a 49.087,39 mm³, equivalente a ¼ da altura
do corpos de prova conforme especificado pela NBR 7215 (ABNT, 1996). Conforme Figura 11.
Fonte: Autores.
O mesmo procedimento para moldagem foi utilizado conforme item 2.2 em que foram
feitas a moldagem dos corpos de prova, desta vez com auxílio do equipamento dosador de
camadas (Figura 12). Cada operador anotou o tempo inicial do ensaio e com o auxílio do
equipamento dosador fez a coleta da argamassa das amostras a serem ensaiadas.
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O volume do dosador é equivale a ¼ do volume do molde de ensaio de argamassa,
sendo assim, o preenchimento do molde foi realizado em todo seu volume em 04 partes de
volume iguais. A cada enchimento do dosador alguns cuidados foram necessários como:
com uma espátula pressionar a argamassa dentro do dosador preenchendo todo seu volume,
posteriormente foi feito o arrasamento e inserida a argamassa no molde cilíndrico 50x100
mm. Daí por diante o procedimento seguiu as recomendações da NBR 7215 (ABNT, 1996),
sendo esse realizado para as quatros camadas do corpo de prova e depois do término do
enchimento do molde, anotou-se o tempo final, para que fosse avaliado o tempo de ensaio
com o uso do dosador.
RESULTADOS
De acordo com a NBR 7215 (ABNT, 1996), a moldagem dos corpos de prova é feita
em 4 camadas, sendo 25 mm para cada uma das quatro camadas completando assim a
altura de 100 mm do corpo de prova. Quanto a padronização da altura das camadas com
a utilização do equipamento dosador, nesta pesquisa foi determinado margem de erro de ±
5 mm por camada.
Na Figura 14 estão apresentados os resultados obtidos das amostras de cada operador
comparando a altura das camadas, com margem de erro de ± 5 mm, portando a faixa de
acerto é de 20 mm a 30 mm.
A NBR 7215 (ABNT, 1996) item 3.5.2.2 cita que a argamassa deve ser inserida no
corpo de prova em 4 camadas de alturas aproximadamente iguais, não sendo clara em
sua prescrição, em teoria seria: 25 mm por camada. Observa-se que na Figura 13, que na
execução do ensaio sem o equipamento dosador, a altura das camadas possui um valor
de dispersão alto chegando a valores de 60 mm, interferindo nas camadas adjacentes.
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Conforme apresentado a utilização do equipamento nas ultimas camadas não obtiveram
medidas satisfatórias, isso pode ser explicado pelo fato de que o dosador foi dimensionado
para ¼ da altura do corpo de prova, e adicionado uma margem de erro de 1,5% no seu vo-
lume considerando os vazios contidos na argamassa. Observando pelo lado positivo, com
a utilização do equipamento dosador, nota-se que a dispersão é bem menor se comparado
a moldagem sem utilização do equipamento, mesmo ainda havendo uma alta porcentagem
de erro na execução da altura das camadas, conforme Figura 14.
Figura 13. Análise da altura das camadas sem utilização de equipamento dosador e com a utilização.
Fonte: Autores.
Figura 14. Porcentagem de acerto por camadas sem equipamento dosador e com equipamento.
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do corpo de prova, se a falta de padronização na altura das camadas compromete ou não
o resultado final da resistência para corpo de prova de argamassa.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12654: Controle tecno-
lógico de materiais componentes do concreto. Rio de Janeiro, 1992.
2. ______. NBR 5738: Procedimento de moldagem e cura dos corpos de provas. Rio de
Janeiro, 1998.
4. ______. NBR 7214: Areia normal para ensaio de cimento especifica a areia para en-
saio. Rio de Janeiro, 1982.
5. ______. NBR 5733: Cimento Portland de alta resistência inicial. Rio de Janeiro, 1991.
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9. ______. NBR NM 248: Agregados – Determinação composição granulométrica. Rio
de Janeiro, 2003.
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09
Controle da sucção de blocos cerâmicos
de vedação em canteiro de obra
'10.37885/230512944
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo controlar a sucção de blocos cerâmicos de vedação
em canteiro de obra, antes de seu assentamento, melhorando assim o desempenho da
alvenaria de vedação. Esse trabalho teve como base o ensaio de determinação do índice
de absorção inicial (AAI), um ensaio não obrigatório, ou seja, atende uma necessidade se-
cundária, após as exigências específicas e particulares de uma obra. O método de ensaio
foi adaptado para ser executado em canteiro de obra. Os resultados dos ensaios nos de-
monstraram a importância da execução do controle da sucção. Em quase todas as amostras
os resultados indicaram que os blocos deveriam ser umedecidos antes do assentamento.
A sucção nos blocos cerâmicos de vedação é um fator agravante, pois retira parte da
água de amassamento da argamassa de assentamento, o que prejudica a aderência entre
os blocos, e conforme a NBR 15270-2:2017 (Anexo D), podemos medir e controlar esse
fenômeno, contudo este ensaio não é normativo, é de caráter informativo.
Segundo RECENA (2011) Se houver uma considerável absorção de água, a possi-
bilidade de que poderá haver falta de água para as reações de hidratação do cimento, e
para a manutenção da mesma, necessário para predispor o hidróxido de cálcio as reações
de carbonatação não podem ser descartadas. Em resumo haverá uma ligação de baixa
resistência mecânica.
Os blocos cerâmicos devem ser umedecidos para não roubar água da argamassa de
assentamento, o que prejudica a hidratação do cimento (SALGADO, 2013).
O controle da sucção nos blocos cerâmicos possibilita evitar que uma alvenaria seja
executada com blocos com alta sução, impedindo que o bloco retire a água de amassamento
da argamassa influindo diretamente na aderência entre os blocos e assim evitando outros
problemas futuros.
Desse modo, a sucção dos blocos cerâmicos tem influência direta na diminuição das
patologias existentes nas alvenarias, porquanto o controle da sucção dos blocos cerâmi-
cos de vedação através de ensaio tecnológico, no qual estimamos em função da umidade
absorvida pelo bloco ser realizada em 1 (um) minuto, nos permite melhorar a aderência da
alvenaria como um todo.
DETALHAMENTO DO CASO
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Figura 1. Blocos da obra.
Figura 2. 06 blocos.
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Aparelhagem e instrumentação, para a execução do ensaio, são necessárias os se-
guintes equipamentos:
Execução do ensaio:
Determinar a massa inicial pesando cada corpo-de-prova com precisão de 1,0 g, Figura 3.
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Figura 3. Bloco em pesagem inicial.
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Acima desse valor a reposição da água retirada pelo corpo de prova para novo ensaio
fica a critério dos procedimentos internos adotados pelo laboratório (NBR 15207-2, 2017).
NOTA Caso se proceda à determinação da sucção em ambas as faces de assentamen-
to, realizar a segunda determinação imediatamente após a primeira pesagem, de forma que
não ocorram perdas de água por evaporação. Assim, o peso inicial da segunda determinação
deve ser considerado igual ao peso final da primeira determinação.
Expressão dos resultados e relatório de ensaio. O relatório do ensaio deve conter no
mínimo as seguintes informações:
• identificação do solicitante;
• identificação da amostra e de todos os corpos-de-prova;
• data do recebimento da amostra;
• data do ensaio;
• registros das condições de temperatura e umidade;
• dimensões médias das faces de ensaio (faces normais de assentamento, no caso
da alvenaria estrutural, ou faces laterais, tratando-se de blocos em fachadas que
vão receber revestimento);
• para blocos com vazados verticais, apresentar a relação entre área líquida e a área
bruta individual (Aliq/Ab) e a média desta relação na amostra;
• figura esquemática com a face de assentamento do bloco;
• massas iniciais e finais dos corpos de prova;
• valor de referência do índice de absorção de água inicial;
• referência a esta Norma;
• registros sobre eventos não previstos no decorrer dos ensaios (ABNT, 2017).
onde:
AAI é o índice de absorção d’água inicial (sucção) da face ensaiada dos blocos, ex-
presso em (g/194cm²) / min;
Δp é a variação de massa obtida no ensaio, em gramas;
Área é a área bruta ou área líquida dos blocos ensaiados, em centímetros quadrados.
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Tabela 1
DISCUSSÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. BAUER, L.A. Falcão. Materiais de Construção 2. 5 Ed. São Paulo: LTC, 1994.
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Pontes de madeira em Mato Grosso:
alternativas às tipologias usuais
'10.37885/230312249
RESUMO
Este artigo aborda as tipologias de pontes de madeira atualmente utilizadas nas estradas
vicinais do Estado de Mato Grosso e do município de Cuiabá, mostrando suas deficiên-
cias. Na sequência, demonstra as extensões representativas das travessias dos rios do
Estado e do município da Capital, evidenciando a inadequação das tipologias existentes com
a realidade exigível na maioria dos casos. Por fim, apresenta, como alternativas às atuais
tipologias, duas pontes de madeira estudadas recentemente em dissertações de mestra-
do concluídas no PPGEEA, sendo uma em viga treliçada tipo Pratt, com madeira tropical
serrada, e outra em arco, utilizando madeira tropical serrada combinada com madeira lami-
nada colada, incentivando dessa forma o emprego de outras tipologias tecnicamente mais
adequadas de modo a neutralizar o preconceito quanto ao emprego da madeira em pontes.
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TIPOLOGIAS ATUAIS DAS PONTES
Figura 1. Ponte barragem sobre o rio Canamã, em Colniza, MT, destruída em fevereiro de 2014.
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Figura 2. Módulos de pontes de madeira.
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16,00 m. A Figura 3 mostra que o tabuleiro é apoiado transversalmente nas longarinas e que
as pontes possuem uma faixa de tráfego.
A Figura 4, referente à ponte sobre o rio Claro, no Coxipó do Ouro, em Cuiabá, MT,
ilustra esse tipo de ponte estruturada em viga, construída pelo município de Cuiabá. Essa
ponte tem aproximadamente 35,00 m de extensão, com vários apoios intermediários, tendo
largura total externa de 4,30 m e interna de 3,70m.
Vale mencionar, ainda, que a prática corrente do Estado de Mato Grosso e no municí-
pio de Cuiabá é não realizar projeto de pontes de madeira, apenas utiliza-se a mencionada
publicação do DERMAT (1979), sendo que a mesma não indica nem a classe de carrega-
mento da ponte e nem a resistência da madeira.
Logsdon e Jesus (2012) lembram que a utilização de guarda-rodas nos rodeiros dos
tabuleiros transversais decorreu da ideia de não apenas indicar ao motorista por onde se
deve trafegar, mas também para diminuir a espessura das peças do tabuleiro. Assim, os
guarda-rodas devem ter sua posição definida de modo que, mesmo com o deslocamento
lateral do veículo, ainda se possa admitir o carregamento como aplicado diretamente nas
vigas principais, bastando para isso fixar-se adequadamente a distância entre a extremidade
externa de um rodeiro (guarda-rodas) e a extremidade interna do outro.
Levando-se em conta as larguras máximas dos veículos que sejam compatíveis com
o trem-tipo adotado em norma, e a Resolução 12/98 do CONTRAN, para que as rodas do
veículo fiquem sobre os rodeiros e posicionados sobre as longarinas, podem-se fixar os
rodeiros com 1,00 m de largura, separando-os entre si por igual distância, e limitando-os
nas extremidades por guarda-rodas. Neste caso, as peças do tabuleiro (assoalho) serão
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projetadas para receber apenas o peso de pessoas (portanto, o carregamento de uma pas-
sarela de pedestres, 5,00 kN/m2). A Figura 5 ilustra a seção transversal de uma ponte que
atende estes requisitos.
Ainda, Logsdon e Jesus (2012) destacam que muitas pontes têm sido construídas sem
estes cuidados, fazendo com que as peças do tabuleiro, por não suportarem a carga das
rodas do veículo (mesmo os de menor peso), deformem-se exageradamente, soltando-se
(ruptura das ligações com as vigas principais) e/ou rompendo-se, causando deterioração
prematura do tabuleiro. A Figura 7 mostra a consequência para o tabuleiro pelo não aten-
dimento a essa limitação.
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Figura 7. Consequência do posicionamento inadequado do guarda-roda.
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Figura 9. Ponte Queen (tipo V-16A) – seção transversal.
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Percebe-se na Tabela 1 que cerca de 70% das pontes de madeira existentes em Mato
Grosso poderiam ser construídas com um único vão, ou em vigas simplesmente apoiadas
(até 7,00 m) ou em vigas treliçadas (de 7,00 m a 21,00 m).
A fim de ampliar a informação sobre a extensão das pontes de madeira em Mato Grosso,
foram obtidos, da Secretaria Municipal de Obras de Cuiabá - SMOP, em fevereiro de 2013,
dados cadastrais das pontes existentes nas zonas rural e urbana do município da Capital.
Desse modo, de um total de 120 pontes analisadas, 109 encontram-se na zona rural, e 11,
na urbana. A zona rural possui 98 pontes em madeira e 11 em concreto ou aço, enquanto
que as 11 pontes da zona urbana são todas em madeira. A Tabela 2 resume essas infor-
mações, onde se nota na sua primeira coluna que as extensões das pontes variam entre
4,00 m e 36,00 m.
Para o município de Cuiabá, extrai-se da Tabela 2 que 90% das pontes poderiam ser
construídas em madeira com vão único, ou em viga simplesmente apoiada (até 7,00 m) ou
em viga treliçada (de 7,00 m a 20,00 m).
Assim, observa-se que as travessias em Mato Grosso, bem como no município de
Cuiabá, têm uma extensão representativa, para 70% dos casos, de 20,00 m, tornando in-
viável o emprego das tipologias adotadas pela SETPU e SMOP, seja pontes em vigas ou
treliçadas (tipo King ou Queen), pois aquelas, por serem limitadas a 7,00 m, exigiriam a
adoção de pontes barragem, enquanto estas, por não ultrapassarem 16,00 m de vão, não
atendem a maioria das travessias existentes na área em estudo.
Abre-se, portanto, a oportunidade de adoção de outras tipologias de pontes rodoviá-
rias de madeira que não as usualmente empregadas pelo Estado de Mato Grosso e pelo
município de Cuiabá.
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TIPOLOGIAS ALTERNATIVAS
Estudo desenvolvido por Seror (2013) comprovou a viabilidade de uma ponte rodoviária
classe 45, para uma faixa de tráfego, em madeira tropical serrada, abundante no Estado
de Mato Grosso, da classe de resistência D60, com dimensões comerciais. O tabuleiro é
superior e longitudinal, com vão livre de 1,00 m, por 3,80 m de largura total, sem passarela
e sem guarda-corpo, apoiado nas transversinas que por sua vez descarregarão em nós das
treliças. Os rodeiros são longitudinais, com 1,00 m de largura, espaçados entre si de 1,00
m, também apoiados nas transversinas, e limitados por guarda-rodas. As treliças tipo Pratt
têm altura fixada em 1/5 do vão livre, portanto com 4,00 m. As Figuras 10, 11 e 12 ilustram
os elementos dessa ponte.
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Figura 11. Planta baixa.
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• O ponto crítico no dimensionamento da treliça são as ligações. As ligações compri-
midas “exigem” muita área de contato e as tracionadas muitos parafusos.
• O dimensionamento das ligações dos montantes comprimidos aos banzos mostrou
a necessidade de ampliar a área de contato entre os elementos, pois a resistência
da madeira à compressão normal é pequena. A ampliação da área de contato, uti-
lizando mísulas, como se apresentou no trabalho, não é prática do ponto de vista
construtivo. Aumentar a área de contato, pelo aumento da seção, obrigaria a utilizar
peças compostas em cada linha de contato (por exemplo, seção de 6 cm x (20+20)
cm, para aumentar o contato para 40 cm) ou peças de seção não comercial, além
de tornar os montantes excessivamente largos e, assim, de estética duvidosa.
• Outra alternativa, que merece ser avaliada no futuro, é evitar o uso de peças verti-
cais, alterando o desenho da treliça para o modelo Waren, ou o treliçado de Town,
apresentados na Figura 13.
• Quando o tabuleiro é superior, a altura das treliças torna impeditiva sua utilização
em boa parte dos rios, pois se o relevo do local não for apropriado, enorme massa
de aterro terá de ser mobilizada. Assim, também é interessante avaliar, no futuro,
pontes treliçadas com tabuleiro inferior.
Ponte em arco
Projeto elaborado por Brito (2013), localizado2 no rio Claro, município de Cuiabá, próxi-
mo à divisa com o município de Chapada dos Guimarães, onde atualmente existe construída
uma ponte em viga de madeira serrada, na qual só é permitida a passagem de veículos de
pequeno porte, pois existe uma placa no local proibindo a passagem de caminhões, de-
monstra a viabilidade de ponte de madeira em arco triarticulado. Ilustra-se na Figura 14 a
ponte existente sobre o rio Claro.
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Figura 14. Ponte de madeira existente no rio Claro.
O rio tem uma extensão de aproximadamente 22,00 m nesse local e a ponte existente
possui um tabuleiro de 35,00 m de comprimento, sendo a distância entre pilares de 20,34
m enquanto que o tabuleiro dista 6,60 m em relação ao nível do rio.
A ponte estudada por Brito (2013), em arco triarticulado, tem tabuleiro superior transver-
sal, sem passarela e sem guarda-corpo, para 1 faixa de tráfego, classe de carregamento 45,
com 24,00 m de comprimento, 22,00 m de distância entre os apoios e 6,00 m de flecha dos
arcos. Para o dimensionamento dos elementos da superestrutura da ponte, considerou-se
madeira serrada da classe D60 para tabuleiro, longarinas, transversinas e pilares, e MLC
de classe C30 para os arcos.
Ademais, a ponte possui cinco longarinas, divididas em onze vãos: três vãos de
2,00 m de comprimento, nas encostas e no vão central da ponte, e os demais de 2,25 m
de comprimento.
As Figuras 15 a 19 ilustram a planta baixa, a elevação, as dimensões dos elementos
estruturais do tabuleiro, o corte transversal, e a perspectiva da ponte em arco triarticula-
do. Na vista lateral da ponte, ilustrada na Figura 16, é possível visualizar as divisões das
longarinas caracterizadas pelos pontos de apoios das longarinas nas transversina.
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Figura 15. Planta baixa da ponte em arco triarticulado.
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Figura 18. Corte transversal da ponte em arco triarticulado.
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Figura 20. Secção transversal evidenciando uma transversina.
CONCLUSÃO
Embora o uso de pontes de madeira não seja inédito, em Mato Grosso assume relevân-
cia o seu emprego em decorrência da necessidade de se perenizarem travessias nas áreas
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rurais, garantindo não apenas o escoamento de safras e o direito de ir e vir às populações
desses locais, o que muitas vezes é prejudicado durante a estação chuvosa, como também
por se harmonizar com o turismo ainda incipiente neste Estado, dado seu apelo ecologi-
camente correto, encaixando-se perfeitamente com os diversos ecossistemas do Estado.
Diante dessa realidade, os estudos de novas tipologias, tais como aquelas propostas
por Seror (2013) e Brito (2013), evidenciam a possibilidade de se romper com práticas tec-
nicamente inadequadas, tanto no Estado de Mato Grosso quanto no município de Cuiabá,
que frequentemente conduzem a projetos deficientes e com estética discutível, permitindo
a adoção de obras de maior qualidade, induzindo o poder público a investir em pontes de
madeira para a maioria das travessias existentes na área estudada, em substituição às de
concreto e de aço, hoje líderes no mercado local.
Nesse sentido, podem ser utilizadas tanto peças de madeira tropical serrada, abundan-
tes no Estado, quanto as em madeira laminada colada, que embora sejam industrializadas,
com custo superior àquelas, permite projetos mais ousados.
Agradecimentos
REFERÊNCIAS
1. Associação Brasileira de Normas Técnicas. (2011). NBR 7190. Projeto de estruturas
de madeira (Projeto de Revisão). Rio de Janeiro. 75 p.
2. Brito, E. L. de. (2013). Dimensionamento dos Elementos da Superestrutura de uma
Ponte em Arco Triarticulado de Madeira sob a Ótica do Projeto de Revisão da NBR
7190 de 2011. Cuiabá. 300 p. Dissertação (mestrado) – Programa de Pós-graduação
em Engenharia de Edificações e Ambiental. Universidade Federal de Mato Grosso.
3. Calil Jr., C. et al. (2006). Manual de Projeto e construção de pontes de madeira. La-
MEMLaboratório de Madeira e de Estruturas de Madeira. São Carlos. 237 p. Escola
de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
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6. Ritter, M. A. (1990). Timber Bridges: design, construction, inspection, and maintenance.
Washington, DC. 907 p. United States Department of Agriculture Forest Service.
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Viabilidade financeira na contratação de
empresa especializada para fiscalização
da execução de obra pública, um estudo
de caso
'10.37885/230312318
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LICITAÇÃO, CONTRATOS, COMISSÕES DE FISCALIZAÇÃO
Quando um cidadão precisa de algum bem e/ou serviço, basta a ele procurar quem os
ofereça, negociar os valores, pagar e receber o bem e/ou serviços. Na administração públi-
ca, quando é necessária a aquisição/contratação de bens que servirão para a sociedade,
embora a lógica de aquisição seja a mesma, existem procedimentos para que todo esse
processo transcorra de forma que atenda aos preceitos legais.
Deve-se ter em mente que esse procedimento, obrigatoriamente, deverá envolver os
cinco princípios norteadores da administração pública que são: Legalidade, Impessoalidade,
Moralidade, Publicidade e Eficiência, conforme o artigo 37 da Constituição Federal de 1988
(CF/88). As obras públicas, sejam de pequeno, médio ou grande porte, são construções
que, se bem fiscalizadas e executadas, servirão para o bem maior da sociedade, quer seja
um hospital, uma creche, uma ponte, uma estrada ou uma Base Operacional de Polícia.
As obras e serviços a serem contratadas pela Administração Pública deverão seguir
as diretrizes legais estabelecidas, no momento da obra analisada eram essas as diretri-
zes normativas: a) CF/88; b) Lei 8.666/93; c) Lei 10.520/02; d) Decreto 5.450/2005; e) Lei
12.462/111. Diante dessas legislações, faz-se necessário uma explanação sobre o que é
um processo licitatório.
Di Pietro (2014), define a licitação como:
De acordo com a Lei 8.666/93, existem cinco modalidades para licitação: Concorrência,
Tomada de Preços, Convite, Concurso e Leilão. No ano de 2011 foi criada o Regime
Diferenciado de Contratações, inicialmente era para obras de infraestrutura para a Copa do
Mundo FIFA de 2014 e para os Jogos Olímpicos do Rio em 2016, contudo, também está
sendo utilizado para outras obras de engenharia.
Todas as modalidades licitatórias têm prazos a serem cumpridos, seja para garantir
a ampla divulgação, seja para a preparação adequada das propostas, ou mesmo para os
prazos recursais, ou seja, ainda se comparando ao cidadão comum em suas aquisições, a
1 Eram, em princípio, para Obras para a Copa do Mundo de Futebol e Olimpíadas, mas também estão sendo usadas para obras de
engenharia para Escolas e do Sistema único de Saúde, de Segurança Pública, entre outros
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máquina pública necessita de muito mais tempo para se movimentar, para que todo o pro-
cesso seja feito com lisura e transparência.
Dito isso, e sabendo que obras públicas dependem inicialmente de licitação, o passo
seguinte será formalizar o Contrato Administrativo com a empresa que se sagrou como
vencedora do certame.
Esse contrato visa respaldar juridicamente ambas as partes, de um lado o poder pú-
blico, que será o contratante e de outro a empresa responsável pela execução. Fernandes
(2016), define Contrato Administrativo como:
Se um cidadão, ao perceber que sua aquisição/contratação não foi àquela que almejou,
em primeiro plano ele recorre à empresa e se esta não resolver o problema ele deve recorrer
aos órgãos de defesa do consumidor e a justiça, se necessário. E quando a administração
pública realiza uma licitação e celebra um Contrato Administrativo com uma empresa e esta
não atende a seus requisitos estabelecidos ela deve, também em primeiro plano, tentar re-
solver com a contratada e tomar medidas para, se necessário for, não só rescindir o contrato,
mas punir a empresa dependendo dos motivos do não atendimento ao contrato, pois os
custos de tempo e de valores, para uma nova licitação/contratação sempre são onerosos,
lentos e com lapso temporal demasiado principalmente entre a previsão inicial e o término,
no caso das obras públicas.
Pércio (2010, p. 17) ressalta que “o contrato administrativo é o verdadeiro objetivo da
administração quando realiza uma licitação”. Costa Filho et al. (2015, s/p) complementam
afirmando que “A correta execução desses instrumentos públicos configura como um dos
maiores problemas enfrentados pela Administração Pública”.
A afirmação de Costa Filho et al. (2015) reforça que todo o empenho de tempo, de
pessoal, do erário e de energia da administração deve ser ainda maior no acompanhamento
da execução do que em todo o já trabalhoso processo de licitação.
O contrato administrativo é o elo entre a administração pública e o ente privado. Dele
serão extraídas as peculiaridades de cada objeto contratado. Para o acompanhamento
contratual deverá ser nomeado a fiscalização de contrato, que registrará o desenvolvimento
da obra estando atenta às cláusulas contratadas, dentre elas os prazos estabelecidos e, na
medida de descumprimentos, solicitar os devidos ajustes e, caso ainda persista, a devida
punição. Mas isto não ocorre de forma linear, célere e sem sobressaltos.
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Quando ocorrem imprevistos durante o acompanhamento contratual, a Lei 8.666/93
permite que sejam feitos os Aditivos Contratuais, que podem ser de tempo e de valor, por
exemplo. Normalmente são reflexos de uma fiscalização deficiente pois, se desde a licitação
e após isso, no contrato administrativo, a fiscalização for eficiente, a execução da obra tende
a se desenvolver como o planejado/orçado e no tempo previsto.
A Lei 8.666/93 prevê em seus artigos 58, 67 e 63 a obrigatoriedade da fiscalização dos
contratos administrativos durante sua execução. Dessa forma, a fiscalização de uma obra de
engenharia precisa de um perfil técnico que nem sempre está disponível na Administração
Pública. Nessa perspectiva, Costa (2013) esclarece que:
Existem órgãos públicos que têm setores específicos de engenharia, no entanto, outros
órgãos, como a PRF, não possuem setor específico de engenharia, sendo necessário nomear
o fiscal ou a comissão de fiscalização com servidores sem o devido preparo técnico, mas
com a mesma incumbência e responsabilidade impostos a qualquer servidor nessa posição.
A Administração Pública necessita rotineiramente de executar obras, independentemen-
te de possuir ou não em seus quadros agentes públicos com a devida preparação técnica.
Uma solução encontrada para esse gargalo, é a contratação de empresa especializada para
auxiliar nessa fiscalização.
O Tribunal de Contas da União (TCU), orienta que “os fiscais poderão ser servidores
do órgão da Administração ou pessoas contratadas para esse fim” (BRASIL, 2014c, p. 43).
Essa possibilidade de contratação de pessoa/empresa especializada para auxiliar a
fiscalização de obras indica que não existe quantidade suficiente de servidores devidamente
habilitados para essa tarefa.
Por sua vez, a qualidade da entrega de uma obra depende de vários fatores, e o acom-
panhamento diário, próximo, com transparência e eficiência é essencial. Na PRF, a comissão
de fiscalização do órgão, via de regra, fica lotada principalmente nas capitais dos Estados,
contudo, as obras são distribuídas por todo o território. No caso do estado de Mato Grosso,
já ocorreram obras simultâneas, com distância de 1.250 km entre elas.
Inclusive, o autor principal fez parte dessa comissão no período entre janeiro e dezem-
bro de 2015, momento em que a presente inovação (contratação de empresa para auxiliar a
fiscalização) foi implementada na fiscalização das obras da PRF. A participação na comissão
será melhor exposta na metodologia.
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Com o auxílio de empresas contratadas e contando com a tecnologia atual, é possível
a comunicação rápida entre esse representante da empresa fiscalizadora e os membros
da comissão de fiscalização do órgão, repassando quase que instantaneamente todo o
desenvolvimento da edificação.
Essa instantaneidade de informações possibilita que a administração esteja preparada
e possa atuar de forma mais célere aos imprevistos que se apresentam. A administração não
pode ficar refém das distâncias e das impossibilidades de deslocamentos mais frequentes
da comissão e acabar por tomar conhecimento tardio de alterações significativas ou ainda
pior, não tomar conhecimento de algum procedimento inapropriado da construtora que po-
dem causar danos ao erário, desvios de material, aplicação de materiais de baixa qualidade,
entre outras situações escusas.
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A estrutura física para atender todas essas demandas é imensa, conforme o Relatório
anual da Divisão de Infraestrutura Predial, em 2018 a PRF contava com uma sede nacional
em Brasília com 16 mil m² de área construída, 27 sedes regionais, 147 delegacias, 429 uni-
dades operacionais (postos), 5 hangares, 10 canis, 5 centros de treinamento e uma academia
Nacional em Florianópolis com 21 mil m² (BRASIL, 2018).
Diante da modernização e das novas tecnologias, a PRF acompanhou esse ritmo e
realizou um extenso trabalho de criação, desenho e organização da identificação visual da
instituição, que culminou pela elaboração do Manual de Identidade Visual (MIV), estando em
sua 3ª edição e com 454 páginas, trazendo o detalhamento minucioso de como deve se “apre-
sentar os elementos de comunicação visual que identificam a instituição” (BRASIL, 2016).
O MIV em seu capítulo cinco descreve como deve ser a identificação das Edificações
da PRF, a proporcionalidade dos símbolos e letras para que todas as edificações sejam ela-
boradas e mantenham o padrão nacional. Esse manual veio ao encontro com a necessidade
de manter a sintonia entre as novas reformas, ampliações ou construções.
Com relação ao efetivo da PRF ele passa pouco dos treze mil servidores, que contavam
(até 2013) apenas com o cargo de Policial Rodoviário Federal para realização tanto das
tarefas finalísticas do órgão, como as tarefas meio, administrativas, para suporte a ação de
policiamento e fiscalização. Em 2014 ocorreu o primeiro concurso para Agente Administrativo,
nível médio, visando o apoio a essas demandas administrativas.
No estado de Mato Grosso, com aproximadamente 4.500 km (quatro mil e quinhentos
quilômetros) de rodovias federais a serem fiscalizadas, são lotados pouco mais de quinhen-
tos servidores, entre eles os policiais e os agentes administrativos, conforme consulta ao
Núcleo de Administração de Pessoal, da PRF.
Ao contabilizarmos a necessidade de pessoas para gerir uma sede administrativa na
capital do Estado, onde são concentradas as ações burocráticas da instituição, e somarmos
a necessidade de lotar policiais nas 07 (sete) delegacias e 15 (quinze) unidades operacio-
nais (postos), em escala ininterrupta de serviço, percebe-se que falta muita mão de obra e
sobram afazeres e responsabilidades.
Dentre as atribuições administrativas necessárias para o bom andamento dos trabalhos
da instituição, sejam eles das áreas meio ou fim, a de realizar manutenções ou construir
edificações se revela de suma importância, haja vista que um ambiente de trabalho funcional,
adequado e confortável contribui para a saúde do servidor, para um bom desempenho das
missões da PRF e para apoio a sociedade.
Apesar de possuir uma grande organização e rotina dos processos (incluindo os pro-
cessos de reforma e construção), conforme exposto acima, a estrutura regional do setor de
licitações e, por conseguinte, de fiscalização dos contratos ainda é mínima. Por tal desiderato,
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se faz necessário a PRF lançar mão de novas técnicas e metodologias para que a instituição
não pare e cumpra sua finalidade pública precípua.
Conforme diálogo, no ano de 2019, com a chefe da Seção de Infraestrutura Predial da
PRF, a senhora Thaise Bernardo, desde o ano de 2014 iniciou-se um movimento, dentro da
PRF, para a contração de empresas especializadas na fiscalização da execução de obras
públicas, auxiliando as comissões de fiscalização. A inovação descrita no parágrafo anterior
chegou à sede regional da PRF em Mato Grosso, resultando na contratação de empresa
especializada para a fiscalização da execução da obra analisada.
A obra estudada neste trabalho fica situada na cidade de Pontes e Lacerda, na região
oeste do estado do Mato Grosso, cujo município fica distante 450 km da capital, tendo uma
população estimada de pouco mais de 45 mil habitantes e a economia é baseada princi-
palmente no agronegócio com forte tendência da agropecuária com estimativas de mais de
660.000 cabeças de gado na região (BRASIL, IBGE, s.d.).
Com relação a segurança pública e a necessidade de atuação da PRF na região, um
fato relevante é sua distância de aproximadamente 100 km entre a cidade e a divisa com a
Bolívia, país identificado pelas autoridades como grande produtor de drogas e destino comum
de veículos roubados/furtados no Brasil, segundo estatísticas da Delegacia Especializada
de repressão a Roubo e Furtos de Veículos de Cuiabá (DERRFVA/MT).
Devido ao pequeno porte da cidade, durante o processo licitatório, não aparece-
rem empresas locais para atendimento do pleito, mas apenas uma empresa da capital do
Estado participou. A empresa TECMAX – Engenharia e Telecomunicações Ltda-EPP, CNPJ
08.954.940/0001-21 sagrando-se vencedora da licitação, realizada na modalidade Tomada
de Preços número 02/2014, com o valor final de R$1.033.052,08, sendo celebrado o Contrato
Administrativo 22/2014, e feita a nomeação da comissão de fiscalização pela portaria 329
de 25/11/2014. Todos os documentos citados estão dispostos no processo administrativo
08661.005202/2014-80 (BRASIL, 2014a).
Concomitante ao processo de execução da obra foi feita outra licitação para contrata-
ção de empresa para auxiliar na fiscalização. Sagrou-se vencedora do Pregão Eletrônico,
de número 07/2014, a empresa Carvalho & Zavaglio Engenharia e Arquitetura LTDA-ME,
CNPJ 08.057.547/0001-35, uma empresa com sede em Araraquara/SP, com o valor final
de R$ 146.998,47, sendo celebrado o Contrato Administrativo 23/2014. Em seguida no-
meou-se a comissão de fiscalização pela portaria 329 de 25/11/2014. Todos os documentos
citados estão dispostos no processo administrativo 08661.005203/2014-24 (BRASIL, 2014b).
Após os trâmites legais da licitação, contratação, registros e Ordem de Serviço inicial,
os trabalhos iniciaram em janeiro/2015 e se estenderam até dezembro/2015.
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Contratualmente a empresa que auxilia na fiscalização, é obrigada a gerar e fornecer
relatórios diários, semanais e mensais, informando a quantidade de funcionários na obra, a
qualificação deles e os serviços que estão sendo executados, confeccionar o denominado
diário de obra. Esse registro é inserido no processo de fiscalização para acompanhamento
de todos os serviços desenvolvidos. Paralelamente a esse diário foi criado um grupo de
mensagens eletrônicas que ajudou muito no acompanhamento “on-line” dos serviços e no
processo de tomada de decisões que, embora fossem discutidos eletronicamente, eram
devidamente registradas e informadas as empresas, via ofício.
Por sua vez, comissão de fiscalização da administração foi composta por três servidores,
em que apenas um ficava permanente em Pontes e Lacerda/MT, no caso o chefe daquela
delegacia, e os outros dois membros ficavam em Cuiabá. As formas e os resultados do
acompanhamento da execução estão descritos na seção de metodologia, dados e resultados.
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Esta seção se subdivide em três subseções. A primeira subseção trata dos dados
documentais e sua discussão. A segunda subseção apresenta as dificuldades encontra-
das ao longo do contrato analisado. A terceira subseção debate a viabilidade financeira e
acompanhamento da obra pela empresa contratada para contribuir com a fiscalização e
acompanhamento da obra pública.
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Foi elaborada a Tabela 1 para descrever com maior propriedade os valores to-
tais contratados.
Fonte: Da Pesquisa, 2019. Programação contratual de pagamentos das empresas construtora e fiscalizadora.
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Dificuldades encontradas ao longo do contrato analisado: um relato
2.4 [...] em caso de paralisação da obra por período superior a 10 (dez) dias,
os serviços de fiscalização também serão paralisados, não sendo remunerados
neste período, retomando a remuneração quando do retorno das atividades
normais de obra;
[...]
2.5 [...] havendo alterações nas etapas de execução das obras, serão proce-
didas alterações proporcionais na fiscalização e nos pagamentos, de modo
a manter o equilíbrio econômico financeiro de todas as partes envolvidas,
inclusive no caso de supressão (BRASIL, 2014b).
Para corroborar com essa explanação, constata-se, conforme a Tabela 2, que nos
cinco primeiros meses a construtora deveria ter realizado cerca de 70% (setenta por cento)
da obra, no entanto executou apenas 31% (trinta e um por cento), e parecia que teríamos
uma obra inacabada, com prazos estendidos e valores sendo aditivados.
Foi elaborada a Tabela 2 para descrever a previsão e os pagamentos realizados.
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Tabela 2. Valores contratados, previstos e realizados.
Fonte: do autor, 2019. Comparação entre valores previstos e os que realmente foram executados.
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Com a comissão mais alinhada a essa sistemática e, após nova leitura do processo e de
suas cláusulas, a equipe refez os cálculos e começou a aplicar a proporcionalidade desses
pagamentos, momento em que as empresas parecem ter entendido que, se não ocorrer o
desenvolvimento da obra, não há o que se pagar, nessa perspectiva, foram feitas reuniões
e direcionamentos, tudo registrado em Atas, para que a construtora conseguisse retomar o
ritmo da obra e ainda possibilitar o recebimento dos valores pendentes.
A atuação da empresa fiscalizadora em conjunto com a comissão de fiscalização da
PRF, possibilitou identificar algumas inconsistências no prazo e erros na planilha, a partir
disso, foi: a) elaborado sugestões de troca de materiais; b) solicitado frentes de trabalho mais
eficientes; c) direcionado a força de trabalho da executora para a continuidade e o término
da obra, com a qualidade esperada, no tempo possível e no preço contratado.
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A comissão de fiscalização também passou por reformulações, por troca de membros
devido a várias intercorrências. Assim, a obra foi entregue à sociedade, sem acréscimos de
valor, e na qualidade e funcionalidade que uma unidade operacional de polícia necessita.
Percebe-se que a eventual falta da empresa que auxiliou na fiscalização fragilizaria
os trabalhos da comissão de fiscalização da PRF, na medida em que decisões técnicas
seriam tomadas por servidores não habilitados para tal, possivelmente o tramite burocrá-
tico tornar-se-ia mais moroso, visto que haveria a necessidade de consultar terceiros com
capacidade técnica para a finalidade pretendida, além disso, a administração poderia ficar
refém das atitudes e tomadas de decisão da executora, que normalmente visa o seu lucro
em detrimento da qualidade e o comprometimento com o que o edital determina.
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A empresa fiscalizadora também apontou falta de material humano qualificado, pois
a cidade de Pontes e Lacerda, no interior de Mato Grosso, carece de mão de obra es-
pecializada, no entanto, após alguns ajustes iniciais conseguiu realizar a obrigação para
que foi contratada.
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Figura 2. Unidade Operacional após a reforma/ampliação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A PRF é um órgão de muita capilaridade nacional, com edificações espalhadas por todo
território nacional, com os mais variados objetivos, necessitando de manutenção, reforma
e ampliação constantes, proporcionalmente, precisaria de uma mesma quantidade de equi-
pes de fiscalização para acompanhar tudo isso, o que não é possível devido as demandas
prioritárias de segurança pública do órgão.
Diante disso a contratação de empresas para auxiliar na fiscalização da execução das
obras demandadas surge no horizonte como uma alternativa possível, restava somente o
questionamento acerca da sua viabilidade. Assim, após a realização desse trabalho desta
pesquisa é possível afirmar acerca da viabilidade analisada.
Muitas vezes as obras públicas são expostas na mídia devido ao desvio de dinheiro
público, o superfaturamento, os aditivos que encarecem o planejado, as obras inacabadas,
dentre outras mazelas. No presente caso, afirma-se que nenhum destes itens ocorreu. A obra
foi finalizada, sem aditivos financeiros, dentro do prazo aceitável, no preço justo e licitado,
e que a contratação da empresa que auxilia a fiscalização foi viável e fundamental em todo
o processo de construção até a entrega da obra.
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A contratação da empresa que auxiliou a fiscalização gerou um custo adicional para
a administração, apesar disso, essa se fez tão necessária quanto a própria comissão de
fiscalização da PRF, na medida em que orientou e apoiou a Administração Pública e até
mesmo a própria executora, direcionando de forma mais eficiente a mão de obra disponível
e as técnicas/materiais mais apropriados/normatizados para esta obra.
Cabe salientar que a empresa fiscalizadora também foi fiscalizada pela comissão, o
que demonstrou que ela não era autossuficiente ou independente, como também não rece-
beria sua parcela caso a executora não executasse a obra conforme o planejado, de forma
que foram dois contratos que convergiram para a execução de uma obra de qualidade, com
preço justo, e no prazo razoável.
REFERÊNCIAS
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consulta feita em 25/03/2019.
10. COSTA, Antonio França da. Aspectos gerais sobre o fiscal de contratos públicos.
Revista do TCU. Maio/Ago. 2013.
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11. COSTA FILHO, José Vinicius da; et al. Art. 67 da Lei nº 8666/93: Conhecimentos
fundamentais para o responsável pelo acompanhamento e fiscalização do contrato
administrativo. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVIII, n. 133, fev 2015.
12. DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 27-Ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
15. LEITE, André Estima de Souza. A legalidade da atuação da polícia rodoviária federal
fora das rodovias federais. In: Âmbito Jurídico; Rio Grande, XVI, n. 110. mar 2013.
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Resíduos da Construção Civil
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Utilização de argamassa com agregado
reciclado de cerâmica vermelha na
recuperação de estruturas
Juzélia Santos
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Mato Grosso (IFMT)
'10.37885/230312352
RESUMO
Problema Analisado
A matéria-prima que servirá como base nesse estudo será o resíduo de cerâmica ver-
melha. Esse material foi coletado em uma indústria de tijolos na cidade de Cuiabá. O estudo
será feito para visualização da qualidade final, em virtude da reutilização desse material
na construção civil, o material substituirá o agregado miúdo em argamassa. Além disso, o
estudo é a tentativa de produzir materiais ecologicamente corretos para evitar agressões à
natureza, contribuir para diminuir a poluição do solo, água e ar, estimular a consciência, uma
vez que produtos gerados a partir dos reciclados são comercializados em paralelo àqueles
gerados a partir das matérias-primas virgens e principalmente o baixo custo que será para
produzir e comercializar este produto.
A argamassa em estudo será utilizada na restauração de um banco construído no ano
de 1995, por duas alunas do curso técnico de Edificações juntamente com a professora
Juzélia Santos, com materiais reciclados, conforme pode ser observado na Figura 1, foto
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retirada alguns dias após a fabricação e cura do mesmo. As pernas foram executadas com
tijolos de solo-cimento e o assento com concreto de cerâmica vermelha.(4) Já nas Figuras 2,
3, 4 e 5 podemos observar fotos do banco no ano 2009, todo deteriorado. O outro objeto de
estudo desta pesquisa foi uma laje de concreto armado, sem cobertura, protegida em sua
parte superior por manta asfáltica e uma camada de argamassa. Na parte inferior, a laje teve
sua área rebocada e pintada com pintura látex. A laje tem área total de 160 m² com extensão
de 57,30 m e 2,80 m de largura, constituindo um ambiente avarandado, destinado ao acesso
de um edifício público ao qual após mais de 30 anos de existência vinha apresentando ma-
nifestações patológicas no revestimento.(5) Conforme pode ser observado nas Figuras 6 e 7.
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O banco foi deteriorado devido às duas obras que ocorreram no pavilhão e em seu
entorno, cujos funcionários utilizaram o referido banco como fonte de apoio para dobragem
de armadura, padiolas e todo tipo de apoio que se fizesse necessário no desenvolvimen-
to da obra, e dessa forma ocasionando patologia que hoje é um dos objetos da recupe-
ração em estudo.
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS
Agregados
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Tabela 1. Características físicas das matérias – prima.
Figura 7. Curva granulométrica do agregado miúdo areia de rio – CV. NBR NM 248.(6)
Figura 8. Agregado miúdo cerâmica vermelha Mag. 80X (em relação à tela do computador).
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Micro-análise do agregado em estudo/ difração de raios-X
Figura 9. Raio-x da amostra da jazida de extração da matéria prima. Por meio dele podemos observar a estrutura do
esqueleto formador do material, realizado em aparelho da marca Siemens modelo D5005, no Departamento de Engenharia
de Materiais – DEMA - da Universidade Federal de São Carlos – SP.
Figura 10. Difratograma de Raio-x do agregado cerâmica Figura 11. Difratograma de Raio-x do de agregado natural
vermelha -CV. areia de rio-P.
Argamassa
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similaridades utilizou-se argamassas de referência de cimento, cal e agregado miúdo areia
de rio com traço volumétrico denominadas P9 (1:2:9) e PA12 (1:3:12).
Na restaurações dos objetos utilizou-se a argamassa cujo traço em massa é de 1:
0,91:3,71, denominado se CVD (Cerâmica Vermelha Danilo).(13)
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Figura 13. Mostra do corpo de prova após rompimento.
Por meio dos ensaios no estado endurecido podemos perceber, que as argamassas
contendo agregado reciclado apresentam melhores resultados que as argamassas convencio-
nais. Fica evidente que a utilização da argamassa reciclada de cerâmica vermelha propicia a
obtenção de argamassas de propriedades extremamente otimizadas. Quando observamos o
salto de valor que a mesma experimenta quando formulada com o traço especial D (Danilo),
mostra que o efeito do empacotamento é crítico.
Banco
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Figura 15. Removedor de ferrugem aplicado nas ferragens.
LAJE
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agregado reciclado, curando a argamassa com molhagem durante 7 dias. O resultado pode
ser observado nas Figuras 20 a 23.
CONCLUSÃO
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e Tecnologia, SENAI/FIEMTEC. 2005.
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indústria de revestimentos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CERÂMICA, 41.1997,
São Paulo, SP. Anais... São Paulo: ABC, 1997. P. 696-699. 1632
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Tecnologia em Controle de Obras: 20 anos de contribuições do IFMT para construção civil - ISBN 978-65-5360-326-4 - Volume 1 - Ano 2023 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.com.br
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17. COSTA, J. S. “Agregados alternativos para argamassa e concreto produzidos a partir
da reciclagem de rejeitos virgens da indústria de cerâmica tradicional. TESE de Dou-
torado, DEMa, Universidade Federal de São Carlos, DEZEMBRO DE 2006, 208P.
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13
Produção de tijolos prensados com
agregados reciclados da construção civil
'10.37885/230212023
RESUMO
O setor da construção civil provoca grandes impactos ambientais decorrentes de suas ativi-
dades, sendo que a elevada geração de resíduos, denominados de Resíduos da Construção
Civil (RCC), e está associada a várias problemáticas críticas e urgentes no contexto urbano.
Este artigo, fruto da dissertação de mestrado em Ambiente e Desenvolvimento, realizado no
Programa de Pós-Graduação do Univates Centro Universitário - RS, evidencia a possibilidade
do reaproveitamento deste material (RCC) como alternativa de incorporá-lo na fabricação de
tijolos, com o objetivo de realizar a utilização dos resíduos da construção civil. Para viabilizar
a produção de tijolo prensado, foram utilizados Agregados Reciclados da Construção Civil
(RCC). A partir das informações e dados levantados, foram estudadas as legislações vigentes
priorizando o tema, com ênfase nos instrumentos legais estipulados para a gestão ambiental
de RCC. Os tijolos prensados com RCC foram utilizados na execução de alvenarias de ve-
dações, tendo como objetivo proporcionar um destino adequado ao RCC, a fim de contribuir
com a sustentabilidade na construção, atenuando, assim, os problemas enfrentados pelos
órgãos ambientais e sociais. Para a caracterização dos materiais, foram realizados ensaios
laboratoriais, conforme as normas: ensaios de análise granulométrica, ensaios de compressão
simples de absorção de água e capilaridade. Foi utilizado o solo miúdo onde se escolheu a
porcentagem com teor de argamassa (51%), aplicando nos traços definidos (1:7, 1:9, 1:11
e 1:20). Foram produzidos tijolos com RCC que foram analisados e testados numa primeira
etapa nas idades de 07, 14, 28 dias, sendo que o final dos estudos ocorreu na idade de 180
dias, conforme as normas estabelecidas de ensaios para a absorção de água por imersão,
absorção de água por capilaridade, resistência à compressão axial simples entre outros.
Segundo Nagalli (2014), a construção civil brasileira vem aumentando sua participação
na economia nacional. Cerca de 20% do PIB brasileiro vem deste setor, o que o torna um
dos mais importantes ramos de produção do país.
Igualmente, nestas últimas décadas, os resíduos da construção civil (RCC) vêm rece-
bendo atenção crescente por parte de construtores e pesquisadores em todo o mundo (YUAN
et al., 2012). Isso se deve, principalmente, ao fato de que os RCCs estão se tornando um
dos principais agentes para a poluição ambiental (YUAN et al., 2011; JAILON et al., 2009).
Nesse cenário, a construção civil, nos moldes como é hoje conduzida, apresenta-se
como grande geradora de resíduos. No Brasil, onde boa parte dos processos construtivos
é essencialmente manual e cuja execução se dá praticamente no canteiro de obras, os
resíduos de construção e de demolição, além de potencialmente degradadores do meio
ambiente, ocasionam problemas logísticos e prejuízos financeiros.
Conforme estimativa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais (ABRELPE), em 2012, os municípios brasileiros coletaram mais de
35 milhões de toneladas de RCCs, o que representa 55% de todo o resíduo sólido urbano
(RSU) coletado naquele ano. A União Europeia, preocupada com essa questão, estipulou
a meta ousada de recuperar 70% em peso dos resíduos de construção civil (RCC) até
2020 (LLATAS, 2011).
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos estabelece como meta que todas as regiões
do país estejam aptas a reciclar seus resíduos utilizando unidades de recuperação, com
eliminação das áreas de disposição irregular (bota-foras).
Assinala-se que esse tema ganhou grande importância nas últimas décadas, mas as
pesquisas na área ocorrem ainda de maneira dispersa. Yuan et al. (2011), ao pesquisarem
as publicações disponíveis sobre o assunto, concluíram que a investigação sobre os resíduos
da construção civil ainda não é sistemática e carece de aprofundamento e padronização.
Outra dificuldade citada se refere ao fato de que as pesquisas recentes sobre os resí-
duos da construção civil são essencialmente sobre coleta de dados e de cunho descritivo
(YUAN et al., 2011). Ainda assim, vislumbra-se a perspectiva de que as pesquisas se voltem
mais para técnicas de simulação e moldagem mais sofisticadas.
Entre os Centros de Pesquisas Importantes em RCCs estão The Hong Kong Polytechnic
University e City University of Hong Kong (China); University Kebangsaan Malaysia (Malaysia);
Griffith University e University of Western Sydney (Australia); e National Technical University
of Athena’s (Grécia).
No Brasil, o interesse em pesquisar o Campo dos Resíduos da construção civil também
se manifesta. Em Cuiabá, pesquisadores do Campus Octayde Jorge da Silva (IFMT) vêm
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desenvolvendo pesquisas com esse objetivo, figurando, entre outros, os estudos com tijolos
de Solo-Cimento, com Agregados Reciclados de Resíduos de Cerâmica Vermelha (RCV)
para Concretos e Argamassas (COSTA et al., 2008) e (FAVINI et al., 2009), com Resíduos
da Construção Civil (RCC), para Blocos de Alvenaria, (RCC) para Concreto Auto Adensável
(LIMA et al., 2012), e (RCC) para Base, Sub-Base de Pavimentos (AMORIM et al., 2011).
Seguindo esse interesse em pesquisar o reaproveitamento de resíduos da construção
civil com intuito de contribuir para o fortalecimento de estudos nessa área em Mato Grosso,
este presente trabalho objetiva produzir um tijolo prensado de agregados reciclados da
construção civil (RCC), materiais oriundos de uma concessionária, no município de Cuiabá-
MT. No desenvolvimento de produção desse tijolo prensado, pretende-se explorar as poten-
cialidades do resíduo (RCC) que, hoje, são descartados na natureza de forma sustentável.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para fabricação dos tijolos, utilizou-se o método do Helene (1993), adaptados por Costa
(2006). Trata-se do proporcionalmente adequado dos materiais constituintes – cimento, agre-
gado miúdo, agregado graúdo, água e eventualmente aditivos – atendendo as características
básicas do estudo de dosagem, com base nos requisitos de obra e de projeto. Na determi-
nação do teor de argamassa ideal, usa- se o traço, ou seja, testar os teores de argamassa
crescentes até identificar o teor que resulta na trabalhabilidade desejada com boa coesão
do concreto, sem exsudação e sem segregação.
Os procedimentos utilizados na fabricação dos tijolos foram: peneiramento do agregado
retirado da empresa em estudo direto do britador, adição do cimento e água, com um teor
de argamassa de 51%, para formar a massa (farofa) nas proporções dos traços em volume
1:7 em massa: (1:3,08:3,92); 1:9 em massa (1:4,1:4,9); 1:11 em massa (1:4,61:6,39) e 1:20
(1:9,71:10,29), respectivamente: cimento e agregado de resíduo da construção civil, (con-
forme figuras 17, 18, 19, 20, 21 e 22). Nessa etapa, os tijolos foram estudados nas idades
de 7, 14 e 28 dias e, na fase final da pesquisa, os tijolos foram avaliados na idade de 180
dias. Os tijolos possuem as seguintes dimensões: 250 mm de comprimento 125 mm de
largura e 62,5 mm de altura.
Para prensagem dos tijolos, utilizou-se uma prensa hidráulica em que foram fabricados
12 tijolos por idade. A cura dos tijolos ocorreu em câmara úmida coberta com lona preta por
um período de 07 dias, sendo molhado uma vez ao dia, conforme as informações técnicas
da NBR-8492:2012.
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Propriedades físicas dos Tijolos no estado endurecido
A absorção de água por imersão é o procedimento que faz com que a água tende a se
conduzir para os poros permeáveis de determinado corpo poroso com o intuito de preen-
chê-los. Equação 1.
Definida pela seguinte Equação:
Onde:
A – Absorção de água por Imersão
Msat – Massa do corpo-de-prova saturado
Ms – Massa do corpo-de-prova seco em estufa
Índice de vazios
(1 + 𝑝𝑝)
𝑒𝑒!"" =
1 𝑝𝑝 Equação 2
𝛿𝛿!""#" +
𝛿𝛿!"" 𝛾𝛾"
1 𝑝𝑝
𝛿𝛿!""#" ( + )
𝛿𝛿!"" 𝛾𝛾" Equação 3
𝑛𝑛!"" =
(1 + 𝑝𝑝)
Dados:
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δrcc – Massa específica do agregado reciclado (RCC), g/cm³
Yc – Massa específica do cimento, g/cm³
(ercc-c) = Índice de vazios do agregado reciclado – (RCC) com cimento
(nrcc-c) = Porosidade do agregado reciclado – (RCC) com cimento
A massa específica é a relação entre a massa seca do material e o volume total, in-
cluindo todos os poros permeáveis e impermeáveis, e a massa específica real é a mesma
relação, excluindo os poros permeáveis. Equação 4.
Calcular da massa específica da amostra seca (𝜌s) pela seguinte Equação 4
𝑀𝑀!
𝜌𝜌𝑠𝑠 = Equação 4
𝑀𝑀!"# − 𝑀𝑀$
Onde:
Calcular a massa específica da amostra saturada após fervura (𝜌sat) pela se-
guinte Equação 5.
𝑀𝑀!"#
𝜌𝜌𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 =
𝑀𝑀!"# − 𝑀𝑀$
Equação 5
Onde:
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𝑀𝑀!
𝜌𝜌𝑟𝑟 =
𝑀𝑀! − 𝑀𝑀"
Equação 6
Onde:
𝑀𝑀!"# − 𝑀𝑀!
𝐶𝐶 =
𝑀𝑀!
Equação 7
Onde:
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Ensaio de resistência à compressão simples dos tijolos ecológicos de acordo com a
NBR 8492:2012. Para o rompimento, os tijolos deverão estar com as faces planas, o que
é feito capeando as faces com pasta de cimento Portland de consistência plástica, com
espessura mínima de 3mm.
Todos esses procedimentos foram realizados para a obtenção de um micro concreto
suficientemente homogêneo e compacto, cuja avaliação será conforme a fabricação dos
tijolos de agregados reciclados da construção.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O ensaio para determinação do teor de torrões de argila e materiais friáveis foi realiza-
do de acordo com que estabelece a NBR 7218:2010. Na Tabela 1, constam os percentuais
encontrados do agregado miúdo reciclado dos resíduos sólidos da construção civil e demo-
lição respectivamente exigida pela NBR 15116:2004 (ABNT, 2004). Pode-se observar que
a média do teor de torrões de argila e materiais friáveis para o resíduo miúdo ficou acima
do exigido pela norma. Isso pode ter sido influenciado pelas características do material que
apresenta em sua composição grande parcela de material cerâmico, alvenaria, concretos
e outros, e ainda podem ter ocorrido falhas no processamento de trituração e moagem do
material, e isso pode ser outro fator contribuinte para esse resultado. Analisando a média
dos resultados dos ensaios para o agregado miúdo reciclado, é possível observar que a
porcentagem de teor de torrões de argila e materiais friáveis não atendeu ao parâmetro de
2% aceitável pela norma.
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Tabela 1. Teor de torrões de argila.
Peneira depois/lava-
Passante Retido Amostra Ensaiada Amostra Peneirada Seca Amostra Retida em %
gem da amostra
4,47 1,18 200 g 600 185,2 7%
9,5 4,75 1 Kg 2,36 960,5 4%
19 9,5 2 Kg 4,75 1947,2 3%
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16 dias de idade indicam um comportamento potencialmente reativo; expansões superiores a
0,20% aos 16 dias de ensaio indicam um comportamento reativo do agregado, ASTM C-1260.
Conforme a Norma da ABNT NBR 15577-4, quando o resultado do ensaio de álcali-
-agregado pelo método acelerado indicar o limite de expansão for menor de 0,19% aos 30
dias de cura em solução alcalina, o agregado reciclado é considerado potencialmente inócuo
para uso em concreto. Conforme o resultado apresentado na Figura 2, a porcentagem da
expansão aos 16 dias foi de 0,098 % e aos 30 dias foi de 0,164 %.
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do material com cimento aos 28 dias. As quantidades utilizadas para moldar os corpos de
prova estão descritas na Tabela 3.
Verificou-se que de acordo com a NBR 12653:92 (ABNT, 1992), que prescreve o índice
de atividade pozolânica com cimento aos 28 dias, em relação ao controle, é 75 % mínimo,
portanto, o valor de 60,33% encontrado não satisfaz o previsto na referida norma, em relação
a amostra em estudo.
Como pode se observar analisando os resultados, houve uma menor evolução de resis-
tência para a argamassa B em relação a argamassa A, e desta forma, obteve-se para arga-
massa com adição pozolânica uma menor resistência à compressão aos 28 dias (Tabela 4).
Tabela 4. Resultados da Resistência à Compressão dos Ensaios de Rompimentos dos corpos de provas cilíndricos.
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fabricados com cimento e resíduos da construção civil (RCC) são resistentes e absorvem
muita água, mas não apresentam fissuras em sua estrutura.
Observou-se, ainda, que os agregados reciclados da construção civil e demolição estão
aptos para serem empregados na fabricação de tijolos a serem utilizados na construção de
habitação sem função estrutural, o qual foi o objetivo da pesquisa.
A propriedade que caracteriza a quantidade de água absorvida pelos vasos capilares é
um fator que deve ser conhecido por quem o utiliza, pois define a possibilidade de umidade
ascendente (REIS et al., 2013). Na determinação da absorção de água imersão, verificou-se
que o melhor desempenho foi o tijolo produzido no traço de 1:7, e como referência, o tempo
de 6 horas apresentou 1,8 g/cm² de absorção, enquanto o tijolo produzido no traço 1:20,
apresentou-se na mesma idade uma maior absorção de 3,3 g/cm². O resultado é coerente
com o ensaio de absorção em que os tijolos produzidos nos traços 1:11 e 1:20, apresentaram
as maiores taxas de absorção da ordem de 17,79% e 16,57% respectivamente. De acordo
com NBR 8491:2012, em Tijolo de Solo-cimento, a absorção de água deve ser ≤ 20,0%.
Porém, em vários estudos, pesquisadores relatam que os materiais reciclados RCC sempre
apresentaram alta taxa de absorção de água.
Assim os estudos sobre os tijolos obtiveram resultado satisfatórios (Figura 3).
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Tabela 5. Absorção por capilaridade (método de teor de argamassa) – (geral).
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– Os resultados obtidos através dos ensaios de resistência à compressão dos tijolos,
conforme os métodos experimentais para os respectivos traços são apresentados
na tabela 19 – (Resistência à Compressão), os valores mínimos estabelecidos pela
norma NBR 8492:2012 (ABNT, 2012) se enquadram na norma que direcionam os
valores individuais ≥ 1,7 MPa, e para a média de resistência ≥ 2 MPa, com idade
mínima de sete dias.
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do uso de tijolos que possibilitam o uso das técnicas empregadas na alvenaria estrutural,
proporcionando redução de desperdícios e diminuição no volume de entulho gerado. Desse
modo, propiciam maior rapidez no processo construtivo, economia de materiais e de mão-
-de-obra, eliminam os rasgos nas paredes para a passagem de tubulações, visto que os
tijolos possuem furos que ficam sobrepostos no seu assentamento e formam dutos por onde
são passados os fios e as tubulações hidráulicas. Além disso, vale ressaltar que ainda há
redução do consumo de argamassas de assentamento e de regularização.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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COSTA, J. S.. Agregados alternativos para argamassa e concreto produzidos a partir
da reciclagem de rejeitos virgens da indústria de cerâmica tradicionais. Tese (Dou-
torado em Ciência e Engenharia de Matérias) - Universidade Federal de São Carlos, São
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artificial para utilização na indústria da construção civil. In: CONGRESSO BRASILEIRO
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Anais. Cuiabá: IFMT, 2009.
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Ensaios tecnológicos em tijolos
provenientes de Resíduos de Construção
e Demolição – RCD’s
Juzélia Santos
Instituto Federal de Maro Grosso (IFMT)
'10.37885/230312305
RESUMO
A qualidade tem o seu surgimento durante o feudalismo, no processo de troca das mer-
cadorias entre os pares, que ao realizarem o escambo já se preocupavam com a qualidade
do produto que utilizavam, agregando a eles graus diferentes de valores (LIMA; SANTIAGO,
2011). Segundo LIMA; SANTIAGO (2011), os consumidores sempre tiveram o cuidado de
inspecionar os bens e serviços que recebiam em uma relação de troca. Essa preocupação
caracterizou a chamada “era da inspeção”, que se voltava para o produto acabado, não
produzindo assim qualidade, apenas encontrando produtos defeituosos na razão direta da
intensidade da inspeção.
LIMA; SANTIAGO, (2011); Longo (1996), retratam a evolução do conceito da ges-
tão da qualidade, como uma linha do tempo com as eras e acontecimentos da socieda-
de. O Feudalismo (era de inspeção) voltava-se apenas para encontrar os produtos defei-
tuosos que possuíam menor poder de troca; anos 30 e 40 (era do controle estatístico) a
introdução de técnicas de amostragem e elaboração de sistemas de qualidade; anos 50 e 60
(era do surgimento da gestão da qualitativa total) uma nova filosofia gerencial, a qualidade
deixava de ser um problema do produto, e passa a ser da empresa; anos 70 (disseminação
de informações) variáveis informacionais, políticas e socioculturais, influenciaram e deter-
minaram no estilo de gerenciar; anos 80 (era do planejamento estratégico) interesse do
impacto estratégico da qualidade aos consumidores e no mercado; anos 90 até hoje (era
da globalização) competitividade acirrada entre as organizações, a qualidade é o diferencial
estratégico necessário à sobrevivência.
No mundo todo, a qualidade tem recebido grande atenção, como fator de competi-
tividade de empresas e economias nacionais. Neste processo, os progressos se dão, de
maneira diferenciada, seja em nível de países ou de setores industriais. Dentre os países,
o Japão é sempre mencionado como liderança no setor, exigindo das empresas ociden-
tais uma grande revisão dos seus conceitos de qualidade. O Brasil só recentemente bus-
ca priorizar este aspecto, estando apenas no início de um processo de avanço na área
(PICCHI; AGOPYAN, 1993).
O PRONACI – Programa Nacional de Formação de Chefias Intermediárias (GUEDES,
2000), conceitualiza o termo qualidade, em produzir produtos que satisfaçam as necessi-
dades e expectativas dos clientes, ao menor custo possível e com a participação ativa de
todos os trabalhadores.
Segundo LIMA; SANTIAGO, (2011), na gestão da qualidade o trabalho é de todos e
tal pensamento deve contagiar todas as etapas do processo, dando origem a uma política
organizacional que proporcione uma sinergia entre os setores e funcionário da empresa.
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A garantia da qualidade observa-se quatro aspectos principais: qualidade dos custos
da qualidade, controle total da qualidade, engenharia da confiabilidade e zero defeito, ou
seja, uma inicial tentativa de se obter a qualidade por meio de modelos de política e culturas
qualitativas nas partes e no todo (LIMA; SANTIAGO, 2011). Conhecendo os aspectos citados
anteriormente, surgi-se o conceito da gestão da qualidade total, segundo RUTHES (2010),
define como uma estratégia de administração orientada a criar consciência da qualidade
em todos os processos organizacionais; e complementando o conceito, LONGO (1996),diz
que, a Gestão da Qualidade Total (GQT) é uma opção para a reorientação gerencial das
organizações. Tem como pontos básicos: foco no cliente; trabalho em equipe permeando
toda a organização; decisões baseadas em fatos e dados; e a busca constante da solução
de problemas e da diminuição de erros.
Tendo a necessidade de aprimoramento da qualidade exigido pelo mercado, surge
nos países desenvolvidos diretrizes e procedimentos, que dão embasamento a série das
normas ISO 9000, segundo OLIVEIRA (2013), tem o objetivo de promover, no mundo, o
desenvolvimento da normalização e atividades relacionadas com a intenção de facilitar o
intercâmbio internacional de bens e de serviços, e para desenvolver a cooperação nas es-
feras intelectual, científica, tecnológica e de atividade econômica.
A ISO (International Standard Organization) fundada na Suíça (Genebra), em 23/02/1945,
da qual participam 150 países, representando 95% da produção mundial, empregando a res-
ponsabilidade de administração; sistema da qualidade; análise críticas de contratos; controle
de projeto; controle de documentos; aquisição; produto fornecido pelo cliente; identificação
e rastreabilidade do produto; controle dos processos; inspeção e ensaios; equipamentos
de inspeção, medição e ensaios; situação da inspeção e ensaios; controle de produto não
conforme; ação corretiva e preventiva; manuseio, armazenamento, embalagem, prevenção e
expedição; registros da qualidade; auditorias internas da qualidade; treinamento; assistência
técnica e técnicas estatísticas (OLIVEIRA, 2013).
Da gestão da qualidade total depende a sobrevivência das organizações que precisam
garantir aos seus clientes a total satisfação com os bens e serviços produzidos, contendo
características intrínsecas de qualidade, a preços que os clientes possam pagar, e entregues
dentro do prazo esperado. É fundamental atender e, preferencialmente, exceder às expec-
tativas dos clientes. A obtenção da qualidade total parte de ouvir e entender o que o cliente
realmente deseja e necessita, para que o bem ou serviço possa ser concebido, realizado e
prestado com excelência (LONGO, 1996).
A utilização de produtos, mais precisamente de tijolos ecológicos, como sistema cons-
trutivo para habitações, ainda é pouco empregado (comparado ao convencional), principal-
mente, o uso de produtos confeccionados de materiais reciclados, advindos de Resíduos
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de Construção e Demolição (RCD’s). Para melhor conhecimento desse material, avaliar o
desempenho do mesmo, determinará a confiabilidade de sua utilização em habitações po-
pulares. O uso de produtos confeccionados de materiais reciclados, contribui na diminuição
dos impactos ambientais causados pelo descartes desses resíduos.
O principal objetivo desta pesquisa e a realização de ensaios tecnológicos padroniza-
dos pela ABNT, em tijolos provenientes de Resíduos de Construção e Demolição (RCD’s),
desenvolvendo um estudo dos ensaios de avaliação da qualidade dos tijolos ecológicos,
sendo a: resistência à compressão, resistência à compressão da parede e absorção por
imersão, conforme as normas da ABNT. Avaliar a qualidade desses produtos é de extrema
importância, pois, determina se terá eficiência ao ser utilizada. Caracterizado o bom desem-
penho, poderão ser utilizado em habitações de interesse social.
MATERIAIS E MÉTODOS
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Figura 1. Ensaio de resistência à compressão.
Foi realizado o ensaio de absorção em um lote de 130 tijolos, retirados três corpos-
de- prova por lote. Eles foram retirados do pátio, onde permaneceram em cura, levados ao
laboratório e ficaram por 24 horas, em seguida, sendo pesados e anotado as suas mas-
sas. Os mesmos, foram deixados em uma estufa, a temperatura de 110 +- 5°C, e mantiveram
por 24 horas. Determinou- se as massas dos corpos- de- prova após 24 h, e em seguida,
levados novamente a estufa, por 2 h, depois desse tempo, pesou-se para a confirmação do
resultado, sendo uma operação repetida mais uma vez e verificando as massas constantes.
Os corpos- de prova resfriados naturalmente, foram deixados imersos, em uma piscina
dento da câmara úmida (23+- 5)°C, por 24 horas. Após esse período, foram retirados da
submerção, de cada um foi deixado escorrer a água e removida com um pano seco, até
atingir a condição de saturado superfície seca, anotados as massas e colocados novamente
na submerção. A cada 2 h, repetir a operação descrita anteriormente, até a verificação das
massas constantes, conforme a norma NBR 12118; 2007.
Os resultados foram obtidos por média aritmética dos valores retirados do ensaio.
Para a realização do ensaio, foi construída uma parede, com dimensões 1,24 cm de
comprimento por 1,74 cm de altura, o mesmo localizada no pátio do laboratório de concreto,
utilizando as instrumentações conforme a norma NBR 8949-1985, empilhando 110 tijolos, sem
argamassa de assentamento, pois, os tijolos são de encaixe (formato de legos), simulando
a parede real. A mesma não foi armada, teve apenas o grauteamento com microconcreto,
traço total 1:5, sendo o traço unitário 1: 1,94: 3,06 e relação água cimento 0,48 (cimento/
areia/pedrisco/ a/c) 1% aditivo plastificante e slamp 150 mm, nos vazados dos tijolos (inter-
valo ímpar), sem adensamento, a cada 3 fiadas. Foram retiradas 20 amostras do concreto
graute, para a realização do ensaio de resistência à compressão.
A parede, manteve-se em cura por 14 dias, logo em seguida, realizou - se o seu carre-
gamento, efetuadas duas descargas, não atingido 50% da carga de ruptura. Os incrementos
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de carga, não foram superiores à de 10% da carga de ruptura. Quando houve o indício de
ruptura, os aparelhos foram retirados. O sistema de aplicação de carga, teve que ser con-
trolado de forma que a tenção aplicada, calculada em relação à área bruta, se elevasse
progressivamente à razão de (0,25 + - 0,050) N/cm²/s. Após isto, as cargas foram incremen-
tadas até a ruptura. Nas figuras 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11, estão demonstrando as etapas
do ensaio descrito anteriormente.
Figura 2. Parede montada com tijolos de RCD’s. Figura 3. Parede com tijolos de RCD’s pintada com
cal hidratada.
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Figura 6. Conferência das instala ›es dos Deflet™metro. Figura 7. Início do ensaio e as primeiras leituras.
Figura 8. Aparecimento das primeiras fissuras. Figura 9. Demonstra ‹o das fissuras no decorrer do
ensaio.
Figura 10. Recebimento da carga total. Figura 11. Finalização do ensaio à compressão
simples da parede.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
CONCLUSÃO
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O ensaio de a absorção de água pó imersão, os resultados mostraram que a quantidade
de absorção de água situa-se dentro dos parâmetros estabelecidos pelas normas técnicas.
A utilização do tijolo ecológico é um produto alternativo, por ser originado de RCD’s
– material reciclável. Avaliar a qualidade desses produtos é de extrema importância, pois,
determina se terá eficiência ao ser utilizada. Caracterizado o bom desempenho, poderão
ser utilizado em habitações de interesse social.
REFERÊNCIAS
1. LIMA, J. A.; SANTIAGO, P. O. Os primeiros conceitos da gestão da qualidade total.
XIV Encontro Regional de Estudantes de Biblioteconomia Documentação, Ciência da
Informação e Gestão da Informação. São Luiz – Maranhão, 16 a 22 de janeiro, 2011.
2. LONGO, R. M. J. Gestão da Qualidade: Evolução Histórica, Conceitos Básicos e Apli-
cação na Educação. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Texto Para Discussão
n° 397. Brasília, janeiro de 1996.
3. PICCHI, F. A.; AGOPYAN, V. Sistema da Qualidade na Construção de Edifício. Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia de Construção
Civil, Boletim Técnico-Série BT/PPC. São Paulo, 1993.
4. GUEDES, J. M. F. Gestão da Qualidade, Ficha Técnica PRONACI - Programa Nacional
de Formação de Chefias Intermediárias; AEP – Associação Empresarial de Portugal,
Câmara de Comércio e Indústria. Janeiro, 2000.
5. RUTHES, J. Gestão da Qualidade Total. In: WIKPEDIA a enciclopédia livre. Disponível
em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o_da_qualidade_total. Acesso em 30 de
maio, 2013.
6. OLIVEIRA, J. L. Sistema Brasileiro de Normalização. Notas de aula. Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso. Cuiabá, fevereiro de 2013.
7. Costa, J.S. Agregados alternativos para argamassa e concreto produzidos a partir da
reciclagem de rejeitos virgens da indústria de cerâmica tradicional. Tese de doutorado
em Ciência e Engenharia de Materiais. São Carlos, 2006.
8. SANTOS, M.D.S.H.; SANTOS,J.; ALBURQUERQUE, A. C. Tijolos Produzidos com
Agregados de Resíduos da Construção Civil. Anais do 54° Congresso Brasileiro do
Concreto. Maceió, Alagoas. Agosto, 2012.
9. ABNT NBR 12118 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria - Métodos de
ensaio. 2011.
10. ABNT NBR 6136 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria - Requisitos.
2007.
11. ABNT NBR 8949 – Paredes de Alvenaria Estrutural Ensaio à Compressão Simples.
1985.
12. ABNT NBR 15270-1 - Blocos cerâmico para alvenaria de vedação – Terminologia e
Requisitos. 2005.
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13. ABNT NBR 8491 – Tijolo maciço de solo-cimento - Especificação. 1984.
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15
Construção de sala de aula utilizando
tijolo ecológico fabricado com agregado
de Resíduo da Construção Civil (RCC)
Juzélia Santos
Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologia
de Mato Grosso (IFMT)
'10.37885/230412819
RESUMO
A alvenaria modular vem ganhando uso no mercado brasileiro. Os Tijolos Ecológicos são
assim chamados porque evitam a utilização do processo de queima de madeira e combus-
tível, evitando corte de árvores e emissão de monóxido de carbono na atmosfera. O objetivo
dessa pesquisa foi construir uma sala de aula de 24 m², no Instituto Federal de Mato Grosso
– Campus Cuiabá Bela Vista, com tijolo ecológicos fabricados com agregados de resíduo da
construção civil (RCC) e cimento Portland. Essa sala foi construída pelos alunos do Campus
Cuiabá Cel. Octayde Jorge da Silva, Campus Cuiabá Bela Vista e a comunidade entorno,
onde além da construção para a melhoria do Campus foi ensinado a comunidade um mé-
todo construtivo mais econômico e sustentável. O traço do tijolo utilizado foi 1:9 (cimento
e agregado reciclado direto do britador). Os tijolos oferecem um excelente comportamento
térmico e durabilidade. A produção dos tijolos ocorreu em prensa hidráulica, fabricados pelos
próprios alunos em outros projetos. O radier onde a sala foi confeccionada foi executado por
empresa contratada pelo Campus. As paredes foram montadas por encaixe, facilitando o
assentamento e reduzindo o tempo de execução. Os tijolos foram assentados com argamassa
colante para uso externo ACIII, adicionando na mistura cola de PVA com o traço 1:20 sendo
(1 de cola para 20 de argamassa colante) e água. As paredes foram grauteadas utilizando
um microconcreto. O traço do Grout utilizado para preenchimento dos furos dos tijolos foi
(1:1,94:3,06), respectivamente cimento, areia e pedrisco, relação água/cimento 0,48. A ava-
liação dos tijolos quanto a resistência à compressão axial foi de 4,9 MPa, satisfatória de
acordo com a NBR 8492 (ABNT, 2012), o tijolo possui dois furos, faz com que aumente o
isolamento termoacústico, pois os furos compõem câmaras de ar no âmago das alvenarias,
sendo utilizados para passar as tubulações de hidráulica e elétrica, evitando assim rasgo e
corte nas paredes, proporciona acabamento aparente externa e internamente. A avaliação
da sala está ocorrendo em uso pela comunidade do Campus Bela Vista nestes três anos de
forma satisfatória. A utilização do agregado reciclado na construção civil devolve ao setor
produto de qualidade, durabilidade com responsabilidade ambiental e social.
MATERIAIS E MÉTODOS
Materiais
O Cimento utilizado foi o Portland CP II- F – 32, de embalagem de 50 kg. Usou-se areia
lavada de rio (SIO2 – Quartzo), proveniente do rio Cuiabá – MT. Argamassa cimento cola
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flexível quartzolit de uso interno e externo (tipo ACIII, conforme NBR 14.081-1:2012). Cola
branca PVA; Pedrisco utilizado como agregado para a argamassa do graúdo foi oriundo de
resíduo da construção civil (RCC) de louça sanitária (LS).
Os tijolos utilizados, foram do trabalho de pesquisa Costa, Juzélia; Santos,
Marina (2010) com o título: “UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO
CIVIL EM ARTEFATOS DE CONCRETO E ARGAMASSA” ÁREA TEMÁTICA:
Sustentabilidade; Projeto EDITAL UNIVERSAL FAPEMAT – Nº 006/2010.
Características do tijolo
MÉTODO DA CONSTRUÇÃO
A sala construída está localizada no Campus Cuiabá Bela Vista - MT, faz parte do Curso de
“ASSENTAMENTO DE TIJOLO SOLO CIMENTO E TIJOLOS DE RESÍDUO DA CONSTRUÇÃO
CIVIL (RCC)” Edital PROEX/REITORIA nº 046/2017. A sala possui 24 m², cuja Projeto de
planta baixa figura 1, cobertura figura 2, e corte A e B Figura 3.
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Figura 1. Planta Baixa (sem escala).
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Figura 3. Corte A e B sem escala.
Para o levantamento da sala foram seguidas algumas etapas, começando pela remoção
dos tijolos do Campus Cel. Octayde Jorge da Silva para o Campus Bela Vista e limpeza do
local da construção (Figura 4 e 5).
Figura 4 - Transportando
Figura os os
4. Transportando tijolos
tijolospara
parao oCampus
CampusBela Vista
Bela Vista.
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Figura 5. Limpeza do local.
O radier já estava construído pelo Campus Bela Vista- MT. A locação (Figura 6) foi
executada por um dos alunos que também é professor do curso de Geoprocessamento
do Instituto Federal Campus Cuiabá, prontificou-se em fazer a marcação com o aparelho
Teodolito, uma vez que o radier estava fora de prumo.
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Figura 7. Espaçamento 1,5mm.
Figura 8. Impermeabilização.
Para o assentamento dos tijolos foi utilizado uma bisnaga com o modelo de confeiteiro
passando fiadas finas de argamassa (Figura 9). O projeto foi seguindo conforme a planta
baixa feita pela engenheira da reitoria Fátima Matias com as adaptações da técnica de edi-
ficações Lucimara Nepomuceno.
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Figura 9 - Assentando com a bisnaga.
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Figura 11. Mangueira de nível.
Na regularização do radier foi usada uma argamassa tradicional de traço 1:3 sendo
1 de cimento e 3 de areia, para assentar a primeira fiada e regularizar o radier. Esse foi o
único momento que foi utilizado o cimento e areia para fazer o assentamento dos tijolos da
primeira fiada (Figura 13).
O assentamento iniciado pelos cantos, espalhando-se uma camada de argamassa no
piso com a colher de pedreiro.
Para o controle das alturas das fiadas foi utilizado “escantilhão”, que é uma haste de
madeira, ou haste metálica, apoiada no piso, onde são previamente marcadas as alturas das
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fiadas. Na elevação do “escantilhão” observou a planeza da face da parede (com a régua),
o nível e o prumo de cada tijolo assentado. Para a conferência escolhe-se um dos lados da
parede, o lado externo.
O assentamento dos tijolos após a segunda fiada ocorreu com argamassa colante
para uso externo ACIII, e adicionado na mistura uma porção de cola PVA com o traço 1:20
sendo (1 de cola para 20 de argamassa colante) e água, utilizando uma furadeira com um
misturador de argamassa, até ficar uma mistura consistente e coesa (Figura 14).
Com a parede a 0,50m foi feito a concretagem dos pilares (Figura 15) utilizando o
traço para o graute já estudado por (Hora, Santos,2013). O traço do graute foi 1: 1,94: 3,06
(cimento/areia/pedrisco), com a/c de 0,48 e 1% de aditivo superplastificante. Nessa etapa
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ocorreu a primeira amarração com grampos (ferragem bitola 4.2mm com 0,70m (sendo
0,30m x 0,10m x 0,30m), com cortes nos tijolos para encaixe como mostra a Figura 15 e 16.
A parede com 1 metro de altura foi executada a primeira verga de amarração em volta
da sala com canaletas, nesse momento foi utilizado copos descartáveis de 200ml (Figura
17) para tampar os furos que não serão concretados, sendo executado o segundo grampo
de ferragem bitola 4,2mm com 0,70m, (sendo 0,30m x 0,10m x 0,30m), e colocado 4 barras
de ferragem de bitola de 4,2mm e em seguida ocorreu a concretagem (Figura 18).
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Figura 17. Tampando os Buracos com copo descartáveis.
Logo depois da concretagem das canaletas (Figura 19) foram colocadas as janelas
da sala e os eletrodutos para passar a fiações e a ferragem para alcançar os 3 metros de
altura da sala. Figura 20 e 21.
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Figura 19. Concretagem das canaletas.
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Figura 21. Janelas fixada.
Na parte superior da janela foi executada a verga e na inferior a contra verga com
canaleta passando mais uma fiada de amarração no entorno das paredes da sala. Para
ajudar na concretagem dos pilares, foi utilizado uma barra de ferro de 8mm (Figura 22) para
compactar o furo não deixando espaço vazios no graute dos pilares, (Figuras 23 e 24).
Figura 22. Compactação dos pilares e verga superior nas janelas e porta.
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Figuras 23. Concretagem dos pilares da contra verga.
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A porta de madeira foi fabricada pelo estudante de Controle de Obras e Técnico em
Edificações, Carlos Eduardo Nepomuceno com a participação de Antônio da Costa (sogro)
e Atair de Arruda Nepomuceno (pai).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tijolo
Resistência à com- Desvio Padrão Absorção por imersão Massa especificas em Índice de vazios
Traço 1:9
pressão axial em MPa (%) % (g/cm3) (%)
7 dias 3.8 0,17 12,16 2,81 12,11
14 dias 4,4 0,24 12,03 2,81 12,16
28 dias 4,5 0,62 11,61 3,03 13,14
180 dias 4,9 0,109 15,04 2,14 17,84
9 dias 10,3 0,10 8,5 2,67 9,6
De acordo com NBR 8492:2012 utilizada para análise, a absorção de água deve ser
≤ 20,0%. Porém, em vários estudos, pesquisadores relatam que os materiais reciclados
sempre apresentaram alta taxa de absorção de água. Assim os estudos sobre os tijolos
obtiveram resultado satisfatórios.
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Resistência à compressão da parede (NBR 8949:1985)
A avaliação da parede grauteada foi realizada por (Hora, Santos,2013), com os tijolos
ecológicos foi feito em parede de alvenaria estrutural com ensaio à compressão simples de
acordo com método de ensaio da NBR 8949-1985. Avaliar a qualidade desse produto é de
extrema importância, pois, determina se terá eficiência ao ser utilizada, Tabela 2 e Figura 26.
Da parede, aos 14 dias aos 7 dias Do concreto graute, aos 14 dias Dos meios tijolos,
6,4 31,7 2,8
Parede Pronta
Para a construção da sala de aula foram utilizados 47 tijolos por metro quadrado. Nas
figuras 27, 28 e 29 temos a sala pronta.
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Figura 27. Fase final.
A sala de aula hoje encontra-se com essa aparência, o Campus Cuiabá Bela Vista
trocou a porta alegando segurança.
Nos fundos temos a vista do mesmo Projeto, porém executado com Tijolos de Solo
cimento em outra etapa com outra equipe colaborando.
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Figura 29. Sala pronta.
• Polui menos o meio ambiente. Não precisa ser cozido em fornos, eliminando assim
a utilização de lenha e a emissão de gases de efeito estufa pela queima.
• Economia do custo final DA OBRA em até 40%
• Economia de 100% no uso de madeiras para caixarias dos pilares e vigas
• Economia de 70% do concreto e argamassa de assentamento
• Economia de 50% de ferro
• Assentamento dos azulejos é direto sobre os tijolos
• Se quiser, não precisa rebocar e pintar, economizando mais ainda.
• Instalações Hidráulicas - Toda a tubulação é embutida em seus furos dispensando
a quebra de paredes, como na alvenaria convencional. SEM DESPERCÍOS COM
“QUEBRA-QUEBRA”!
• Instalações Elétricas - Como as instalações hidráulicas, também são embutidas
nos furos, dispensando conduites e caixas de luz, podendo os interruptores e toma-
das serem fixados, diretamente sobre os tijolos.
• Isolamento acústico - Como o tijolo ecológico possui dois furos, estes diminuem os
ruídos provocados na rua para o interior da casa.
• Isolamento Térmico (calor) – O furo dos tijolos, são importantes pois formam câ-
maras térmicas evitando com isso que o calor que está do lado de fora penetre no
interior da residência.
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• Obra mais rápida, limpa e sem entulhos
CONCLUSÃO
Ao término da construção dessa sala iniciada em 2013 com as confecções dos tijolos,
desenvolvendo vários tipos de estudo ensino, teoria e prática, o Instituto Federal Campus
Cuiabá Cel. Octayde Jorge da Silva chegou a essa sala, com o apoio do Campus Cuiabá
Bela Vista - MT.
A equipe executora assumiu a função de colocar em prática o projeto. Neste projeto
foi desenvolvida a comunidade do entorno do Campus Bela Vista, mostrando o sistema
construtivo, envolveu professores de outras áreas (elétrica e geoprocessamento);
Enfim esse trabalho monstra a modernização dos padrões da construção civil, na for-
mação de alunos, especialmente a comunidade envolvida, pois na nossa região não contem
obras com esse sistema construtivo utilizando tijolos com resíduo da construção civil (RCC).
O resíduo da construção civil (RCC) diminui os materiais que são jogadas em vias
públicas ou até mesmo na natureza;
A avaliação da sala está ocorrendo em uso pela comunidade do Campus Bela Vista
nestes três anos de acompanhamento de forma satisfatória. A utilização do agregado
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reciclado na construção civil devolve ao setor produto de qualidade com responsabilidade
ambiental e social;
Desta forma estamos atendendo as demandas da sustentabilidade, do meio ambiente
com a construção, utilizando os materiais de resíduo da construção civil e ensinando a po-
pulação que podemos construir com o método tradicional de construção, mas com materiais
reciclados que poderiam estar descartados de forma irregular na natureza.
REFERÊNCIAS
1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT NM23 de 11/2000 Ci-
mento Portland e outros materiais em pó - Determinação de massa específica
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12. COSTA, J.S. Agregados alternativos para argamassa e concreto produzidos a
partir da reciclagem de rejeitos virgens da indústria de cerâmica tradicional. Tese
de doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais. São Carlos, 2006.
13. Brasil. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Conselho Nacional do Meio Ambiente (CO-
NAMA). Resolução CONAMA Nº 307, de 17/07/2002. Estabelece diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil
15. FAVINI, A.C., COSTA, J.S. Avaliação do concreto produzido com agregado de
rejeito de telha cerâmica vermelha usada. Revista Proficiência. No. 4. IFMT. 2009.
16. NEPOMUCENO, L.S.C Avaliação de bloco e tijolo para vedação utilizando resíduo
de poliestireno (isopor), cerâmica vermelha e concreto. Anais do 59° Congresso
Brasileiro do Concreto CBC2017.
18. Cartilha de Construção - Eco Produção - Sahara Tecnologia, Disponível em: https://
www.sahara.com.br/pdf-sahara-tecnologia/cartilha-eco-producao.pdf acessado dia
19/06/2018
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16
Agregado de resíduo da construção civil
utilizado na construção de mesa e banco
Juzélia Santos
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Mato Grosso (IFMT)
'10.37885/230412845
RESUMO
O trabalho visou utilizar resíduo da construção civil (RCC) na forma de agregado para fa-
bricação de tijolos, concreto e produto final mesa e banco. No concreto da mesa, banco
e radier utilizou-se agregado graúdo de resíduo: louça sanitária (LS), cerâmica vermelha
(CV) e concreto, com adição de areia e cimento Portland. O traço utilizado no concreto do
radier, bancos e mesa foi 1:3,5(1:1,38:0,67:1,45) respectivamente: cimento: areia: (pedris-
co e agregado graúdo de RCC), relação água/cimento 0,62, com teor de argamassa de
53%. O traço do microconcreto (Grout) foi (1:1,94:3,06) relação água/cimento 0,48 e teor de
argamassa 49%. Na avaliação estudou-se as propriedades no estado fresco, e no estado
endurecido. Os resultados de acordo com as normas vigentes foram satisfatórios. O produto
final, mesa e banco, avaliado através do uso contribuí em diferentes dimensões: a susten-
tabilidade, meio ambiente, disseminando conhecimento para a comunidade acadêmica do
IFMT e para o setor da construção civil.
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com objetivos e responsabilidades definidas, bem como, metas, ações, prazos de execução,
mecanismos de monitoramento e avaliação, cujo objetivo é estabelecer práticas de susten-
tabilidade e racionalização de gastos.
Dados coletados pelo Governo Federal apontam uma evolução na quantidade de mas-
sa de resíduos totais recebidos nas unidades de processamento dos municípios. Dentre os
dados, destaca-se que as massas de RCC, em 2013, destinadas a área de transbordo e
triagem, área de reciclagem e aterro somaram 3.784.560 toneladas (SNIS – BRASIL, 2015).
Diante do exposto esse trabalho vem contribuir de forma sustentável com a política do
estado de Mato Grosso que está colocando em prática o que Institui o Plano Integrado de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (Lei Nº 4.949, de 05 de janeiro de 2007),
de acordo com que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos e dá outras provi-
dências (Lei Nº 12.305, de 02 de agosto de 2010 ).
MATERIAIS E MÉTODOS
Concreto utilizado
A escolha do traço do concreto para o piso (radier) e para o microconcreto (grout) foi
através do método de dosagem do prof. Paulo Helene e Terzian (1992), adaptado por (Costa,
2006) para agregado reciclado.
No concreto do radier (piso); jogo de mesa e banco utilizou-se o traço 1:3,5 (sendo 1
de cimento e 3,5 total em massa do agregado seco de resíduo de louça sanitária, cerâmica
vermelha ou concreto), com uma proporção de 53% de teor de argamassa, 30% de pedrisco
de resíduo (brita 0), 70% de brita 1 do resíduo da construção civil, após diversas misturas
utilizando diferentes composições entre os agregados, resultando em um traço em massa
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de 1: 1,38: 0,67: 1,45 respectivamente: (1 cimento: 1,38 agregado miúdo – areia: 0,64
de pedrisco de resíduo (louça sanitária, cerâmica vermelha ou concreto): 1,48 agregado
graúdo de resíduo (louça sanitária, cerâmica vermelha ou concreto): relação água/cimento
0,62. No traço foi adicionado 10% de pigmento (azul, verde ou vermelho) em relação a
quantidade do cimento.
O microconcreto (grout) utilizou o traço 1:5 em massa 1: 1,94: 3,06: 0,48, (sendo 1
de louça sanitária: relação água/cimento 0,48), com uma proporção de 49% de teor de
argamassa, sendo acrescentado 1,5 % de resíduo de tinta em relação a quantidade de
areia. A análise dos resultados foi em relação as propriedades no estado fresco, endurecido
e produto aplicado.
Cimento
Cimento Portland tipo II com adição de Fíler com classe de resistência à com-
pressão de 32 MPa.
Agregado
Água
A água utilizada na confecção foi potável do abastecimento local fornecida pela compa-
nhia de saneamento da capital Cuiabá-MT, não contendo resíduos industriais, substâncias
orgânicas impurezas que possam vir a prejudicar as reações entre ele e os compostos do
cimento. Além da função de hidratação do cimento, também serve para assegurar a traba-
lhabilidade respeitando sempre a relação água/cimento (a/c).
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Pigmento
Os pigmentos são substâncias que quando aplicadas a um material lhe conferem cor
ele promove simultaneamente a cobertura, opacidade, tingimento e a cor da tinta.
A pesquisa sobre tijolos com resíduos faz parte de estudos realizados em diferentes
etapas por alunos diferentes, e utilizando diversos resíduos (cerâmica vermelha, concreto
e louça sanitária).
Os tijolos foram avaliados quanto a resistência à compressão axial e absorção de água,
nas idades de 7, 14, 28 e 180 dias idade, sendo 12 por idade. A cura foi através de molhagem
durante 7 (sete) dias e coberto por lona preta, de acordo com a NBR 8492 (ABNT, 2012) e
NBR 8491 (ABNT, 2012).
A execução da mistura do concreto para o piso (radier), banco e mesa foi realizada
de forma manual. A Figura 2, mostra o radier confeccionado com resíduo de louça sanitária
(LS), e os pilares com os tijolos fabricados com resíduos (louça sanitária, cerâmica vermelha,
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resíduo de concreto e resíduo misto). Na área de convivência do IFMT, foram construídos
10 bancos (dez).
O radier possui 10 cm de espessura. No radier foi colocado uma malha de aço, com a
saída de ferragem para os bancos e mesa. Nos furos dos tijolos foi inserido o graute. Com
o concreto fresco foi confeccionado na mesa um tabuleiro para dama ou xadrez, conforme
Figura 3, Figura 4, Figura 5 e Figura 6.
Figura 3. Banco construído com agregado de louça sanitária Figura 4. Banco construído com agregado de concreto,
(LS), com pigmento verde. sem pigmento. pigmento.
Figura 5. Banco construído com agregado de cerâmica Figura 6. Banco construído com agregado de resíduo misto
vermelha (CV), com pigmento vermelho. (RCC), com pigmento azul.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Granulometria
Figura 7. Granulometria do agregado graúdo de resíduo; Figura 8. Granulometria do agregado miúdo (areia)
Diâmetro máximo: 25 mm Módulo de finura: 6,42. Diâmetro máximo: 4,8 mm Módulo de finura: 2,85.
Resultado das propriedades físicas dos agregados: massa unitária solta, compactada
e massa específica dos agregados, são apresentados nas Tabelas I
Tabela I. Resultado da massa unitária solta e compactada dos agregados – NBR NM 45:2006. massa específica dos
agregados – NBR NM 53: 2009 (graúdo) e agregado miúdo NBR NM 52:2009.
Material massa unitária massa unitária massa unitária massa unitária massa específi- massa específica
agregado de agregado graúdo agregado graúdo agregado miúdo agregado miúdo ca do agregado agregado miúdo
resíduo solta (g/cm³) compactada (g/cm³) solta (g/cm³) compactada (g/cm³) graúdo (g/cm³) pedrisco (g/cm³)
Louça Sanitária -LS 1,59 1,70 1,27 1,47 ,2,73 2,42
vermelha CV 1,47 1,63 1,46 1,56 2,62, 2,42
Concreto 1,69 1,83 1,65 1,71 3,05 2,47
Areia natural 1,47 1,67
Massa específica da areia = 1,8 (g/cm³)
Abrasão Los Angeles + 19 % NBR NM 51: 2001
Cimento
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Tabela II. Características físicas do cimento.
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Tabela IV. Ensaios de índice de vazios, absorção de água por imersão e massa específica e resistência à compressão do
microconcreto grout.
Tijolos
A resistência à compressão axial dos tijolos, absorção por imersão, índice de vazios
e massa específica, foram avaliados segundo a NBR 8492 (ABNT, 2012). Nas idades de 7,
14, 28 e 180 dias, sendo 06 corpos por idade, conforme Tabela V e Figura 9.
Os resultados demonstraram que a fabricação dos tijolos com cimento Portland, resí-
duos da construção civil (RCC), foi satisfatória, conforme os valores mínimos de resistência
à compressão axial estabelecidos pela NBR 8492 (ABNT, 2012), que direcionam os valores
individuais ≥ 1,7 MPa, e para a média de resistência ≥ 2 MPa, com idade mínima de sete
dias, para serem utilizados como elementos de vedação em paredes internas acima do nível
do solo. Quanto a absorção de água deve ser ≤ 20,0%.
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Tabela VI. Resistência à compressão axial, absorção por imersão, massa específica e índice de vazios.
Concreto com Absorção por Massa específica Índice de
Resistência á compressão em MPa
resíduo imersão % real g/cm³ vazios%
Idade em dias 7 14 28 180 28 28 28
Concreto (LS) 25,8 34,4 38,5 53,6 11,61 3,03 18,14
Concreto (CV) 15,86 18,06 19,89 25,32 12,3 2,60 23,4
Concreto 26,8 30,5 36 42,7 10,61 3,03 8,10
Figura 10.Resistência à compressão axial do concreto com agregado de resíduo: de louça sanitária, cerâmica vermelha
(CV) e concreto,utilizado no radier, bancos e mesa.
CONCLUSÕES
Esta pesquisa demonstrou através dos resultados que é possível produzir concreto
com agregado reciclado: louça sanitária, cerâmica vermelha(CV), concreto para piso (radier),
mesa e banco, com ótima coesão, consistência e resistência.
O microconcreto (grout) com agregado de louça sanitária incorporado com resíduo de
tinta proporcionou uma mistura com alta trabalhabilidade e alta resistência.
Os tijolos produzidos com resíduo de louça sanitária, resíduo de cerâmica vermelha e
resíduo de concreto apresentaram resistência aos 7 dias de idade de acordo com o estabe-
lecido pela norma utilizada na avaliação.
O produto final, conjunto piso (radier), mesa e banco com tabuleiro de xadrez, em uso
a quatro anos, pela comunidade do IFMT, vem otimizando o espaço pelos acadêmicos e
usuários em geral, com qualidade e de forma satisfatória, proporcionando lazer e conforto.
Reutilizar o resíduo classe A gerado na indústria da construção na fabricação de artefa-
tos de cimento, mostra a toda comunidade acadêmica a resistência dos materiais reciclados
e importância da reutilização, além de aplicar na prática todo conhecimento adquirido em
sala de aula, contribuído desta forma com mais uma ação sustentável.
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Agradecimentos
REFERÊNCIAS
1. ABRECON (Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos de Construção Civil e
Demolição). Reciclagem de resíduos da construção e demolição no Brasil. Acesso 2022.
7. Helene, Paulo R.L: Manual de Dosagem e Controle de Concreto – São Paulo 1992
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Piso produzido com agregado de resíduo da
construção civil em relação ao produzido
com agregado natural
'10.37885/230412843
RESUMO
Neste trabalho foi efetuado o controle tecnológico de um piso produzido com concreto utili-
zando como agregado o resíduo da construção civil, executado no pátio público do Instituto
Federal de Educação Ciências e Tecnologia de Mato Grosso Campus Cuiabá Cel. Octayde
Jorge da Silva. O resíduo de construção descartado pela construção civil foi britado em bri-
tador e moído em granulometria apropriada para simular tipos genéricos de brita do tipo 1
(agregado graúdo) e areia (agregado médio). As características do concreto desenvolvido
em várias idades foram similares a um concreto convencional de referência, produzido nas
mesmas condições de traço e água de amassamento. No concreto de referência os materiais
utilizados foram: cimento: areia lavada de rio: agregado graúdo (brita basáltica 1). Para a
caracterização e similaridade de resultados entre os concretos contendo agregados recicla-
dos e o concreto de referência, foram utilizadas as normas da ABNT. A avaliação ocorreu
aos 07, 14, 28 e mais 360 dias de idade. Os resultados mostraram que as propriedades no
estado fresco foram bastante similares para todos os concretos. A avaliação após 360 dias
foi através da dureza superficial do concreto por meio do esclerômetro de reflexão. Pelos
resultados se conclui que agregados produzidos por reciclagem de resíduo da construção,
apresenta potencial para utilização em concreto de cimento Portland não estrutural em luga-
res públicos. Outro aspecto relevante refere-se à contribuição para a diminuição do impacto
ambiental, que resulta da substituição da areia e da brita por agregado reciclado da cons-
trução civil, provocado pelo descarte de tais produtos, mesmo sendo considerados inertes.
O presente estudo apresenta uma avaliação do uso do resíduo da construção civil como
agregado alternativo para concreto com cimento Portland, aplicado em um piso público. Tal
reciclagem é importante no que tange à proteção de recursos naturais, diminuição de área
de descarte e impacto ambiental.
O concreto é um material resultante da mistura intima e proporcionada de um aglome-
rante (cimento), agregado graúdo, agregado miúdo e água. É considerado o material mais
importante da construção civil. Sendo assim este trabalho visa apresentar a propriedades
específicas do concreto, utilizando agregado proveniente de resíduo da construção civil.
O projeto está inserido na linha de pesquisa “Agregados alternativos para argamas-
sas e concretos”, cujo enfoque é a reciclagem de resíduos industriais, dentro do grupo de
pesquisa “Desenvolvimento e propriedades de materiais e componentes para a indústria
da construção civil” do IFMT.
Hansen (1992) afirma que as normas no Reino Unido permitem o uso de agregados
reciclados em pavimentação e em construções. Admite-se o uso de reciclado de concreto ou
de alvenaria em concreto com baixa requisição estrutural. Para que se aplique o reciclado em
concretos é necessário que o material atenda a algumas especificações básicas. O mesmo
autor afirma que embora as especificações variem de país para país, pode-se identificar
exigências gerais a que qualquer agregado deve atender: (1) deve ser suficientemente
resistente para o uso no tipo de concreto em que for usado; (2) deve ter dimensionamento
estável conforme as modificações de umidade; (3) não deve reagir com o cimento ou com
o aço usado nas armaduras; (4) não deve conter impurezas reativas; (5) deve ter forma de
partículas e granulometria adequadas à produção de concreto com boa trabalhabilidade.
Outro aspecto relevante no uso do material reciclado é a massa específica que segun-
do o mesmo pesquisador e (Metha e Monteiro, 2008), as massas específicas de concretos
com reciclado são entre 5 % a 15 % menores que as de concretos convencionais. A massa
específica de concretos com reciclado é, em geral, menor que a de concreto convencional,
devido à diferença de massa dos agregados reciclados.
Os aspectos relevantes da utilização dos resultados são simultâneos. As indústrias
concentradas numa região pequena e estratégica, favorável à comercialização de seus
produtos, poderão dispor de alternativas mais econômicas e ecologicamente corretas para a
disposição dos descartes, que não seja a de aterros sanitários. O recolhimento e a concentra-
ção desses resíduos, por exemplo, em centrais, é favorecido, já que o acesso às empresas
é facilitado (pistas de asfalto, empresas concentradas em pequena região).
O gerenciamento ambiental, já disposto na ABNT NBR ISO 14.050:2012 estarão aten-
didos quanto ao manejo eficiente desses resíduos. A Associação Brasileira de Normas
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Técnicas, através da NBR 15116:2004, delineia sobre os agregados reciclados de resíduos
sólidos da construção civil - Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função
estrutural – Requisitos.
A realidade do país e do setor da construção se alterou radicalmente nos últimos anos,
sofrendo transformações de forma acelerada em seu cenário produtivo e econômico. Delineia-
se, assim, uma nova realidade que coloca desafios importantes para as empresas de cons-
trução civil, entre os quais o da sobrevivência em um mercado mais exigente e competitivo.
Além disso, o aspecto ambiental decorrente dessa ação de reciclagem é eviden-
te. Um fator relevante a ser considerado no descarte indiscriminado de resíduos sólidos da
construção civil é nas cercanias de áreas urbanas é justamente o meio que propiciam para
a proliferação de insetos e animais nocivos em função do abrigo a estes animais. Também,
o volume de resíduos sólidos, quando dispostos em aterro sanitário, envolve custos consi-
deráveis para essa disposição, que nem sempre são incluídos nos benefícios econômicos
da reciclagem. Um tipo de resíduo extensamente estudado é o entulho (resíduo não virgem),
proveniente de demolições e perdas em obras de construção civil, cuja reciclagem tem sido
estudada por grupos de pesquisa já estabelecidos (JONH, 1996). Propriedades importantes
encontradas como a atividade pozolânica têm sido consideradas como fator um decisivo
para o aproveitamento dos mesmos.
As britas e areias para construção são retiradas na região, principalmente das mar-
gens e leito de rios, como o rio Cuiabá, se bem que existem outras fontes. Obviamente o
volume reciclado não poderia suprir, no momento, o equivalente ao das fontes naturais,
mas as discussões e regulamentações relativas à extração de areia e brita tem como con-
clusão final de que o procedimento é extremamente nocivo ao ambiente. A disponibilização
de alternativas como essa apresentada no presente estudo pode diminuir sensivelmente o
impacto ambiental, já que para cada metro cúbico de material reciclado, um metro cúbico
de material não será extraído, e o ganho final será de dois metros cúbicos, em relação ao
meio ambiente (JONH, 1996).
METODOLOGIA
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determinação da resistência mecânica à compressão, foram utilizadas as normas brasileiras
da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
Foram produzidos dois concretos, um denominado de concreto com resíduo da cons-
trução civil (RCC) e outro de referência com agregado natural denominado (CR). O concreto
além de moldado em corpos de prova cilíndricos foi aplicado na restauração de um piso
no pátio do Instituto Federal de educação Ciências e Tecnologia de Mato Grosso campus
Cuiabá Cel. Octayde Jorge da Silva (IFMT).
A escolha do traço foi através do método de dosagem do Prof. Paulo Helene (1993),
adaptado por (Costa, 2006) para agregado reciclado, segundo a qual se utilizou um traço
normal de 1:5 (uma parte de cimento e cinco de agregado seco total em massa), com uma
proporção de 49% de teor de argamassa, resultando em um traço em massa de 1:1,94:3,06
(uma parte de cimento: 1,94 de agregado miúdo:3,06 de agregado graúdo).
Ambos os concretos com os traços em massa de 1: 1,94: 3,06. Em todos os concretos
aqui estudados o consumo de cimento foi de 350 kg/m3, sob uma relação água/cimento
igual a 0.60 e slump test 6 mm. Para efeito de suas propriedades, o concreto foi analisado
em duas condições distintas: no estado fresco, considerado até o momento em que se dá
o início de pega do conjunto, e no estado endurecido, considerado o material obtido pela
mistura dos componentes após o fim de pega do sistema.
No estado fresco, as propriedades avaliadas foram aquelas que garantam a obtenção
de uma mistura fácil de ser transportada, lançada e adensada, sem segregação, e que,
depois de endurecida, se apresente homogênea, com o mínimo de vazios.
Assim, as propriedades avaliadas foram: consistência (Slump test / relação água-ci-
mento), textura, trabalhabilidade, massa específica, densidade.
Para a avaliação no estado endurecido foram executados os ensaios mecânico de re-
sistência à compressão axial pelo método destrutivo aos 7, 14 e 28 dias de idade, e o ensaio
pelo método não destrutivo avaliado aos dois anos e meio de idade executado segundo a
NBR 7584:1995 – Concreto endurecido – avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro
de reflexão Figura 1 e Figura 2.
O ensaio não destrutivo é muito indicado para avaliações in loco, uma vez que ao
final do ensaio as estruturas de concreto continuarão em serviço sem nenhum dano a
sua integridade.
Os ensaios esclerométricos são ensaios não destrutivos que permitem avaliar a quali-
dade do concreto em elementos de concreto armado ou concreto simples. Este ensaio utiliza
o esclerômetro de Schmidt que mede a dureza superficial do concreto a partir do recuo de
uma massa incidente após o choque com a superfície a ensaiar. Este recuo é então conver-
tido num valor de resistência à compressão através de ábacos. O ensaio deve realizar-se
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em superfícies de concreto homogéneas, devendo ser efectuada a remoção da camada
superficial carbonatada, através de raspagem.
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moinho de bola e direto do britador e para o concreto com agregado convencional foi utili-
zado areia natural de rio.
O desgaste do agregado foi verificado através do ensaio de resistência à abrasão,
portanto, a capacidade que tem o agregado de não se alterar quando manuseado.
O desgaste do agregado foi avaliado através do ensaio de Abrasão “Los Angeles”,
NBR NM 51, onde mediu o impacto entre os agregados com esferas de aço padronizadas
que giram num tambor, com velocidade controlada de 30 rpm a 33 rpm. Após isso, o agre-
gado foi peneirado e pesado. O desgaste é convencionalmente expresso pela porcentagem,
em peso, do material que passa, após o ensaio, pela peneira de malhas quadradas de 1,7
mm (ABNT nº 12).
O agregado natural (areia lavada de rio), utilizado neste estudo apresentou uma gra-
nulometria que o coloca aproximadamente dentro da faixa considerada areia média de rio,
conforme é mostrado na Figura 3.
Por sua vez o agregado reciclado abaixo de 4,8mm, apresentou igualmente granulome-
tria equivalente à de uma areia média, porém com melhor graduação, como mostra a Figura 4.
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Figura 4. Limite granulométrico da areia média produzida em britador de mandíbula e moinho de bola. Resíduo oriundo
de cerâmica vermelha e concreto das construções e do laboratório do IFMT Campus Cuiabá.
Cimento
O aglomerante utilizado foi o cimento Portland CPII F32, cujas características são
mostradas na Tabela 1, NBR 11578:1991.
Característica Cimento
Tipo CP II-F-32
Finura (%) 3
Massa unitária (g/cm3) 1,15
Massa Específica do cimento (g/cm3) 3,15
Dosagem
Para avaliar-se o efeito dos agregados reciclados, foram formulados dois concretos de-
nominados; primeiro utilizando cimento: agregado miúdo e graúdo de Resíduo da Construção
Civil (RCC); segundo traço utilizando cimento: agregado miúdo (areia natural): agregado
graúdo (brita 1). Ambos os traços em massa de 1: 1,94: 3,06, com teor de argamassa de
49%. Em todos os concretos aqui estudados o consumo de cimento foi de 350 kg/m3, sob
uma relação água/cimento igual a 0.60. A massa específica do concreto com reciclado foi
de 2,13 g/cm3 e do concreto convencional foi e 2,39 g/cm3.
Mistura
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Moldagem e cura dos corpos-de-prova e piso em estudo
A cura do piso foi através de molhagem três vezes ao dia durante 7 dias, iniciando após
24 horas, além de ficar coberto com lona preta durante esse período.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Tabela 2. Índices Físicos dos concretos estudados.
Densidade de
Fator água/ Abatimento tronco Massa unitária do Massa específica do
Traço massa e massa
cimento (a/c) de cone (mm) agregado (g/cm3) agregado (g/cm3)
específica (g/cm3)
Resíduo Natural Resíduo Natural
Concreto resíduo (miúdo) (miúdo) (miúdo) (miúdo)
2,13 0,6 60
(RCC)
1,59 1,54 2,5 2,6
Resíduo Natural Resíduo Natural
Referência (CR) 2,39 0,6 60 (graúdo) (graúdo) (graúdo) (graúdo)
1,39 1,43 2,3 2,56
Agregado de RCC – Resíduo da
Abrasão Los Agregado natural
Construção Civil
Angeles %
31 % 38 %
De acordo com Mehta e Monteiro (2008), o concreto em estudo foi classificado como
de resistência moderada, pois, se enquadra na faixa entre 20 MPa aos 28 dias de idade.
Apresentado na Tabela 3 e Figura 6.
Tabela 3. Resistência à Compressão (MPa) para os dois tipos de concreto avaliados neste estudo.
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Figura 6. Resistência à compressão axial do concreto com agregado natural de referência (CR) e do concreto com agregado
de resíduo da construção civil (RCC).
Segundo a norma ABNT NBR 7222 (2011) a tensão de tração por compressão diame-
tral, é influenciada pelo diâmetro (D) e pelo comprimento (L) do corpo de prova, como pode
ser observado na Equação 1. Os resultados se entram na Tabela 4 e Figura 7.
(1)
Idade em dias dos concretos 7 Dias 14 Dias 28 Dias Dois anos e meio
Figura 7. Resistência à tração por compressão diametral do concreto com agregado natural de referência (CR) e do
concreto com agregado de resíduo da construção civil (RCC).
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O resultado da resistência à tração por compressão diametral e à tração na flexão dos
concretos contendo reciclados é indicativo de uma boa adesão da matriz do agregado além
de uma zona de transição forte.
A pesquisa foi realizada conforme a norma NBR 9778/2009 absorção por Imersão, visto
que o concreto confeccionado absorve grande volume de água. Na Tabela 5, verificam-se
os resultados da absorção por imersão do concreto reciclado com resíduo da construção
civil (RCC) e do concreto de referência com agregado natural (CR).
CONCLUSÕES
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Nos ensaios de resistência à compressão do concreto com adição de agregado miúdo e
graúdo com reciclado e o concreto com agregados naturais os resultados foram semelhantes.
Uma vez que o consumo de cimento foi igual ao do concreto de referência, podemos
afirmar que a pequena diferença da resistência à compressão do concreto natural em re-
lação ao reciclado foi ocasionado pelo melhor empacotamento dos materiais no concreto
com agregado natural.
No concreto reciclado, seu bom desempenho foi ocasionado por atividade pozolânica
da parte fina do agregado reciclado de cerâmica vermelha, já estudado pelo grupo de pes-
quisa, cujo empenho seria melhor se a absorção de água do concreto fosse menor.
Outra observação se refere ao ensaio destrutivo e o não destrutivo onde permane-
ceu a similaridade dos resultados nos ensaios mecânico à compressão axial com mais de
dois anos de idade.
Os resultados dos ensaios realizados mostram que a utilização do agregado graúdo e
miúdo reciclado pode proporcionar níveis de resistência mecânica similares aos de um con-
creto de cimento Portland convencional de mesmo traço. Assim, pode-se concluir pela viabi-
lidade e grande potencial de uso de tal concreto, no mínimo em aplicações não estruturais.
REFERÊNCIAS
1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 45. Agregados-De-
terminação da massa unitária e do volume de vazios. Rio de Janeiro, 2006.
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9. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7584– Concreto endu-
recido – avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão. Rio de
Janeiro, 2013.
14. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14050. Gestão am-
biental — Vocabulário. Rio de Janeiro, 2012.
18. HANSEN, T. C., NARUD, H. Strength of recycled concrete made from crushed
concrete coarse aggregate. Concrete International. Design and construction, v.
5, n. 7, 1992.
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Bloco de concreto vazado com Poliestireno
Expandido (EPs)
Juzelia Santos
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Mato Grosso (IFMT)
'10.37885/230412842
RESUMO
Este estudo possibilitou uma avaliação para obtenção de melhor destino aos resíduos
de “EPs”. Utilizou-se o material para gerar um novo produto, uma vez que, possivelmente
esse material seria jogado de forma inadequada em lugares não autorizados. Trata-se de
um produto de alta sustentabilidade que foi utilizado no sentido de propiciar economia no
produto final. Esses materiais foram desenvolvidos dentro das regulamentações técnicas,
garantindo, desta forma a qualidade esperada.
A produção de Poliestireno Expandido “EPs” vem aumentando cada vez mais, esses
materiais são utilizados para transporte de alimento, proteção de eletrodomésticos, eletrô-
nicos, produtos do setor industrial e na área de construção civil. Após a utilização, esse
material é descartado, muitas vezes, sem destino adequado, gerando dessa forma, acú-
mulo de resíduos na natureza. Os blocos de concreto vazado com “EPs” foram moldados
e testados, observaram-se as qualidades técnicas em conformidade às normas vigentes,
para que fossem utilizados em alvenarias de vedação sem função estrutural. Procedeu-se
várias dosagens dos blocos de concreto, aumentando e diminuindo os agregados naturais,
levando em conta o efeito de finos de “EPs”.
REFERENCIAL TEÓRICO
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O “EPs” é mais utilizado em transporte de utensílios eletrônicos e eletrodomésticos,
e produtos industriais, oferece uma grande vantagem, a capacidade de resistência a im-
pactos, quedas e choques garantindo a proteção de equipamento acondicionado no seu
interior como exemplo: vidros, produtos cerâmicos, perfumes, utensílios de jardinagem,
sanitários entre outros.
Na construção civil o “EPs” é muito utilizado por sua propriedade de isolamento térmico
e acústico, é empregado em lugares com necessidades de melhorar a temperatura do am-
biente por condições climáticas de região e para melhorar desempenho de equipamentos
de climatização, garantindo menor perca de temperatura, economizando energia. Também
muito utilizado em ambientes que precisa de isolamento acústico, exemplo: teatros, cinemas,
estúdios. É uma matéria prima barata, resistente e de fácil acesso.
Empregado em coberturas, paredes, em câmaras frigorificas, argamassa, concretos,
enchimento de lajes, como blocos, formas permanentes, painéis pré-moldados, junta de di-
latação e como concreto leve. Segundo a Associação Brasileira de Poliestireno Expandido
(ABRAPEX), 2006, o “EPs”, é produzido em duas versões: Classe P, não retardante à cha-
ma, e Classe F, retardante à chama. Também três grupos de massa específica aparente,
de acordo com a Tabela 1.
I- De 13 a 16 kg/m³.
II - De 16 a 20 kg/m³.
III - De 20 a 25 kg/m³.
Fonte: ABRAPEX/ 2006.
O “EPs” não contamina o solo e o ar, o maior problema é que depois de utilizado ele é
descartado na natureza gerando o acumulo desse material em aterros sanitários sem que
seja reaproveitado de forma a garantir sustentabilidade e economia.
Esse estudo é relevante no sentido de avaliar as demais propriedades, de forma a
fornecer a sociedade um produto ecologicamente correto, com qualidade e sustentabilidade.
Incrementando dessa forma as políticas públicas de incentivo as cooperativas que estão
em consonância com as normas técnicas de reciclagem e de acordo com a resolução 258
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 1999) e Resolução 307 (CONAMA,
2002 reformulada em 2012). O conselho nacional do meio ambiente (CONAMA 307/2012),
classifica os resíduos provenientes da construção civil, seus geradores, os agregados que
são reciclados, explica sobre gerenciamento de resíduos e reciclagem para transformação
e sua reutilização como matéria prima.
Todo município deve criar um Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil, para seu uso de forma correta.
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As exigências prescritas nas resoluções citadas são grandes, assim sendo será ne-
cessário muito mais que fiscalização será necessário à conscientização dos geradores, em
conjunto com sociedade e academia visando à utilização correta desses resíduos.
Bloco de concreto
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Esse tipo de concreto geralmente é usado em locais que necessitam boa redução
de peso em elementos das edificações. O fato do “EPs” praticamente não absorver água
e ter um acabamento homogêneo, possibilita o uso do concreto leve em outros elementos
arquitetônicos e de paisagismo.
Cimento Portland
Agregados
Areia
Classificada como agregado miúdo, 0,075 mm < f < 4,8 mm. Possui grãos de dimensões
variadas, e angulosos, entra na composição das argamassas, e contribuem para diminuição
da contração volumétrica da argamassa, tornando a mais econômica. As areias dos rios são
as mais puras, por isso são as mais usadas.
Granulometria
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Massa unitária solta e compactada
Massa unitária solta de um agregado é a relação entre sua massa e seu volume sem
compactar, considerando-se também os vazios entre os grãos. É utilizada para transformar
massa em volume e vice-versa. Massa unitária compactada é a relação entre sua massa
e seu volume compactado segundo um determinado processo, considerando-se também
os vazios entre os grãos. Pode ser feita com um único agregado ou com uma composição
destes. Utilizado na transformação de massa para volume com vazios entre os grãos de
agregados é aplicado em concreto dosado em volume e para controle de recebimento e es-
tocagem de agregados em volumes. A massa unitária também serve como parâmetro para
classificação do agregado quanto à densidade (REIS e SANTOS, 2013).
Retração
Cimento
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Resistência à compressão axial (MPa) normatizada
> =10,0 > =20,0 > =32,0
“EPs”
Areia
Usou-se areia lavado de rio (SIO2 – Quartzo), substituindo uma fração de 1,5% por
“EPs”. Realizou-se o ensaio para determinar a granulometria da areia conforme NBR NM 248,
da ABNT (2003), na Figura 1 e apresentada a curva granulometrica.
Pedrisco:
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Aditivo:
Como aditivo utilizou-se o Adesivo à base de PVA, (cola branca, usada para colar pa-
pel, madeira e materiais porosos em geral). Usou-se uma quantidade de 15 ml. Na Tabela
7 temos os dados do adesivo.
Água
A água utilizada tem como função fazer a mistura se tornar homogênea e causar o
endurecimento da pasta do cimento. Foi fornecida pela CAB, (Cuiabá - MT), responsável
pelo abastecimento de água na capital de Cuiabá estado de Mato Grosso. Utilizou-se 6 litros.
METODOLOGIA
O Instituto Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá Cel. Octayde Jorge da Silva,
não possui triturador ou qualquer outro equipamento necessário para transformar o “EPs”
coletado na granulometria necessária passante e retido nas peneiras ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnica).
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Construiu-se então, um ralador artesanal, feito com partes de uma lata de tinta e
pregos. Exemplo, Figura 3, ralou-se o “EPs” e colocou-se o material obtido na peneira de
malha quadrada com abertura nominal 2,4 mm e retido na peneira de malha 1,2 mm, ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnica).
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A cura das peças moldadas ocorreu através de molhagem 3 vezes ao dia, em um pe-
ríodo de 07 dias, mantendo as peças cobertas por uma lona preta, (Figura 5).
A avaliação do produto (bloco de concreto vazado com EPs) foi feita sobre as proprie-
dades no estado endurecido aos 07, 14 e 28 dias.
ANÁLISE DE DADOS
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Figura 8. Blocos de concreto simples com EPs. Figura 9. Blocos de concreto simples com EPs.
RESULTADOS
Figura 10. Resistência à compressão simples do bloco de concreto com “EPs” em (MPa).
Ensaio de absorção de água por capilaridade, NBR 9779, da ABNT (2012) – (Argamassa
e concreto endurecidos - Determinação da absorção de água por capilaridade), O resultado
encontram- se na Tabela 9, Figura 11 e Figura 12.
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Tabela 9. Absorção de água por capilaridade.
Hora g/cm²
3h 0,13 g/cm²
24h 0,13 g/cm²
48h 0,16 g/cm²
72h 0,16 g/cm²
CONCLUSÕES
Com base na NBR 6136, da ABNT (2014), como também nos resultados de resistência
a compressão simples, os estudos realizados com o “EPs” reciclados na produção de (blo-
cos de concreto vazado), mostrou-se bastante satisfatórios, demostrando que a produção
é viável para sua utilização em alvenarias de vedação não estrutural, isso porque a referida
norma exige uma resistência mecânica de 2,0 MPa para vedação internas.
O bloco de concreto vazado com “EPs” apresentou resistência de 2,54 MPa com 28 dias
de idade, valor acima do mencionado pela norma NBR 6136, da ABNT (2014). Os valores
encontrados foram expressivos em função da porosidade causada pelo “EPs”, que contém
muito ar na sua composição diminuindo, desta forma, a resistência mecânica.
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No ensaio de absorção por capilaridade o bloco apresentou resultado de 0,16 g/cm² com
72 horas, ficando dentro do permitido pela NBR 6136, da ABNT (2014), Tabela 3 – Requisitos
para resistência, características à compressão simples, absorção de água e retração.
Ocorreu expansão no bloco de 3,13%.
O bloco ficou classificado na classe (D), agregado leve, (Tabela 3- requisitos para re-
sistência, característica à compressão simples, absorção e retração), conforme norma NBR
6136, da ABNT (2014), (Blocos vazados de concreto para alvenaria simples), sem função
estrutural para uso em elementos acima do nível do solo.
É de extrema importância a continuidade da pesquisa, realizando outras dosagens ou
a utilização de outros métodos experimentais, diminuindo e aumentando a quantidade de
Poliestireno Expandido “EPs”, e alterando sua granulometria. A realização de ensaios sobre
as propriedades térmica, acústica e resistência ao fogo, devem também ser pesquisadas.
Este estudo favoreceu a contribuição por uma conscientização de sustentabilidade, dimi-
nuindo o impacto que esses resíduos têm provocado no meio ambiente.
REFERÊNCIAS
1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7211 – Agregados para
concreto – especificações, Rio de Janeiro, 2009.
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11. OLIVEIRA, L. S.. Reaproveitamento de Resíduos de Poliestireno Expandido (iso-
por) em compósitos cimentícios, 2013.
12. NETO, Sbrighi Cláudio. Concreto: Ensino, Pesquisa e Realizações. Ed. Geraldo C.
Isaia. São paulo: IBRACON, 2005. 2v. 1600p.
15. REIS, S. L.; SANTOS, J.. Sustentabilidade com Artefato de Cimento Produzido
com Resíduo da Construção Civil – RCC e Pó de Pedra. Seminário Mato-grossense
de Habitação de Interesse Social - SHIS. Cuiabá, UFMT, 29 de novembro de 2013.
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Geotecnia
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Principais métodos estudados para a
estabilização da expansão dos solos
Saprolíticos de Filitos da Baixada Cuiabana
'10.37885/230312255
RESUMO
O solo da Baixada Cuiabana, denominado solo residual Saprolítico de Filito possui caráter
expansivo, ou seja, aumentam de volume quando umedecidos e se contraem quando res-
secam. Nesta região os problemas mais comuns dos solos são a expansão, que é causada
pela presença de argilominerais do grupo das ilitas contidas na fração silte e argila. Sua
tensão de expansão é em torno de 20 kPa e sua expansão livre em torno de 20%, que causa
trincas e fissuras nas edificações. Em alguns casos as patologias também podem ocorrer
pela má compactação do solo, pois suas curvas de compactação apresentam anomalias
devido à característica expansiva do solo. Este estudo tem como principal objetivo realizar
um levantamento sobre os principais métodos de estabilização do solo expansivo da Baixada
Cuiabana. Os principais métodos de estabilização da expansão foram obtidos pela adição
de cal hidratada ao solo, cinza da casca de arroz e o desenvolvimento de uma camada de
pedregulho com vazios, com o intuito de deixar espaço suficiente para que solo possa ex-
pandir sem trazer prejuízo à obra. Todas as soluções estudadas foram satisfatórias e seus
resultados apontam que estas diversas soluções de estabilização química e física podem
ser aplicadas com sucesso na prática da engenharia.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Futai et al. (1998) e Ribeiro Junior (2006), estudando os solos residuais de filito da
Baixada Cuiabana concluíram, que este solo têm minerais do tipo 2:1, sendo predominante
a montmorilonita e a ilita, que são expansivos.
Ribeiro Junior & Conciani (2005) estudaram o solo saprolítico da Baixada Cuiabana e
observaram cerca de 27% de expansão volumétrica para a situação livre (sem carregamen-
to), como pode ser visto na Figura 1.
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Figura 1. Ensaio de expansão livre do solo da Baixada Cuiabana. (Ribeiro Júnior, 2005).
Silva et al. (2005) encontraram pressões de expansão da ordem de 25 kPa para o solo
de Cuiabá. A Figura 2 apresenta o potencial e pressão de expansão deste solo. O potencial
de expansão chega a 15%. Segundo Futai et al. (1998) o potencial de expansão e a pressão
de expansão são máximos na profundidade de 1 m.
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Figura 3. Curva de compactação do solo saprolítico de filito da Baixada Cuiabana. (Ribeiro Júnior, 2005).
Segundo Ribeiro Júnior et al. (2006), quando pequenas construções são feitas sobre
solos expansivos, o efeito da impermeabilização do terreno pela própria construção pode
provocar uma elevação do teor de umidade, pois, antes da construção, ocorria evaporação
da água que ascendia por capilaridade. Este aumento de umidade pode provocar expansão
que danifica as construções, provocando trincas ou ruínas.
Nas obras de pequeno porte como as construções populares para habitação, as fun-
dações são projetadas e executadas, de uma forma geral por radier, blocos, ou sapatas.
Radier é o tipo de fundação mais usada em obras habitacionais populares. Esta prática
tornou-se forte, porque o radier é usado em terrenos que não oferecem boa capacidade
de suporte dispensando assim análise prévia do terreno. No caso da Baixada Cuiabana,
onde o solo pode ser expansivo, isso se torna grave. O radier por possuir grande área de
contato, e a edificação popular serem relativamente leve, irá transmitir uma baixa tensão ao
solo, ocorrendo à expansão da edificação como um todo ou expansão diferencial (RIBEIRO
JÚNIOR & CONCIANI, 2005).
Tradicionalmente, para solos expansivos recomenda-se o uso de fundações profundas,
entretanto, a falta de conhecimento geotécnico e as disposições das profundidades da rocha
branda, inviabilizam a aplicação da técnica adequada. As opções para estabilizar quimica-
mente o solo frente ao fenômeno da expansão são a adição de cal e de cinza da casca de
arroz. Outra opção é deixar um espaço entre o solo e o piso da obra para que o solo possa
expandir, ou seja, a camada de pedregulho.
Cal
Segundo Guimarães (2002), a adição de cal é uma das mais antigas técnicas utilizadas
pelo homem para obter a estabilização ou melhoria de solos instáveis. São marcantes alguns
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indícios do uso desta técnica no sul da Itália no ano de 312 a.C, onde foram construídos
584 km da famosa Via Ápia e trechos da monumental muralha da China, onde no ano de
228 a.C. se empregou uma mistura de terra argilosa e cal, onde posteriormente sofriam o
processo de compactação.
Para melhor explicar as reações que ocorrem ao se adicionar cal ao solo úmido po-
de-se classificá-las em reações imediatas (troca catiônica) e reações de longo prazo (ação
pozolânica). A troca catiônica promove após alguns instantes de contato, mudanças nas
propriedades físicas do solo, dentre eles: o deslocamento da curva granulométrica para o
lado grosseiro, o aumento do limite de plasticidade e a queda do índice de plasticidade e
limite de liquidez, na compactação há uma diminuição na massa específica aparente seca
e um aumento na umidade ótima, redução na expansão e na contração, aumento da capa-
cidade de suporte. Partes destes efeitos são devidas à floculação.
Já a ação pozolânica é de longo prazo, em condições normais o tempo de cura de
± 180 dias, pois está fundamentada no caráter pozolânico dos materiais estabilizados,
(GUIMARÃES, 2002). Segundo Millet (1979) apud Guimarães (2002), um material com
característica pozolânica é aquele que em combinação com a cal e em presença de água,
sob condições de temperatura ambiente produz compostos hidratados estáveis com proprie-
dades ligantes. Nos solos esta propriedade se encontra na fração argila e nos argilo-mine-
rais. Já Pinto & Boscov (1990), afirma que não há uma certeza de que a cal reaja somente
com os argilo-minerais, e que é possível à cal reagir também com a matéria amorfa, não
cristalina do solo.
Guimarães (2002), contudo, afirma que a reação de carbonatação é progressiva. Isto
é, tem início imediato, mas é crescente com o tempo. É ela, junto à ação pozolânica a res-
ponsável pela ação cimentante no processo de estabilização.
A cinza da casca de arroz é um resíduo que vem sendo utilizado em muitas pesquisas
nos últimos anos. Houston (1972) apud Leiras et al.,(2005), cita varias formas possíveis
de aproveitamento da cinza da casca de arroz na agricultura e industrias. METHA, apud
SILVEIRA, diz que a cinza de casca de arroz é um material extremamente atrativo como
material cimentante complementar, principalmente em países onde a indústria cimenteira é
pouco desenvolvida. Segundo Houston (1972) apud Leiras et al. (2005), as cinzas da casca
de arroz em sua maioria são de cor preta. Esta coloração é devida à presença de carbono,
a CCA também é encontrada na cor cinza, púrpura ou branca. Esta coloração irá depender
das impurezas presentes e das condições de queima. A análise química feita em várias
amostras de CCA, de várias partes do mundo, mostra que o conteúdo de sílica varia de 90 a
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95%. Os álcalis, K2O e Na2O, ocorrem como a principal impureza. O conteúdo de K2O pode
variar entre 1 e 5%, dependendo do tipo e quantidade de fertilizante utilizado na plantação.
Pequenas quantidades (menos que 1%) de outras impurezas, tais como CaO, MgO e P2O5,
também são encontradas. A Tabela 1 abaixo apresenta os valores médios da composição
química da cinza de casca de arroz encontrada na literatura.
Segundo Freire & Beraldo (2003) a cinza de casca de arroz é um dos produtos de
origem vegetal mais utilizado em pesquisas de potencial aglomerante dentre as cinzas ve-
getais. Os principais motivos que levam a isto são:
A Figura 4 mostra a casca de arroz e a cinza da casca de arroz bruta. Nesta foto-
grafia pode- se observar que a cinza de casca de arroz permanece com o mesmo for-
mato geral. A queima parece alterar pouco da estrutura deste material. Na cinza é co-
mum encontrar-se pequenas “esferas” de vidro. Este vidro é proveniente da formação de
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arranjos de sílica. A sílica pode chegar à forma de cristais se a temperatura de queima for
superior à 800º C.
Camada de pedregulho
Com base nas características do solo expansivo e no seu modo evolutivo, foi proposto
que se criasse um espaço diferenciado entre o elemento de fundação e o solo, para que o
solo possa se expandir, não causando patologias. Este espaço é constituído por uma camada
de pedregulho entre o solo e fundação incluindo contra-pisos.
A camada de pedrisco se posiciona sobre a camada de solo expansiva, como pode ser
observada na Figura 5. No detalhe desta mesma figura, mostra uma região onde o pedrisco
acomodou o solo que se expandiu isto ocorrerá desde que o solo imponha uma força de
reação. Devido ao grande índice de vazios do pedrisco, a área de contato do solo com a
estrutura passa a ser menor. Sendo menor a área de contato, a tensão pontual, transmitida
ao solo será maior. Assim, a estrutura tem maior capacidade de reação reduzindo-se os
deslocamentos da estrutura causados pela expansão do solo.
Figura 5. Esquema de funcionalidade solo expansivo e pedrisco. (Ribeiro Júnior et al., 2005).
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Cal
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produto nos ensaios de granulometria com sedimentação nos solos tropicais como o da
Baixada Cuiabana.
Tabela 2. Análise Granulométrica do solo natural e do solo estabilizado com cal nos teores propostos, com e sem o uso
de defloculante (Ribeiro Júnior, 2006).
GRANULOMETRIA
Sem uso de defloculante
Frações Granulométricas
Nat. 1% 2% 4% 6%
Areia grossa % 1,8 5,2 9,9 9,1 10,0
Areia fina % 0,4 3,3 12,0 13,5 16,0
Areia media % 24,8 6,0 9,2 5,4 11,0
Silte % 65,0 72,5 58,1 60,0 49,8
Argila % 8,0 13,0 10,8 12,0 13,2
GRANULOMETRIA
Com uso de defloculante
Frações Granulométricas
Nat. 1% 2% 4% 6%
Areia grossa % 0,15 0,18 0,21 0,23 0,14
Areia fina % 12,9 19,8 15,9 25,9 18,4
Areia media % 4,95 3,12 3,49 2,57 3,56
Silte % 69,2 63,2 68,1 58,6 65,2
Argila % 12,8 13,7 12,3 12,7 12,7
Figura 6. Curva Granulométrica do solo natural e do solo estabilizado com cal nos teores de 1%, 2%, 4% e 6%, com o uso
de defloculante.
Figura 7. Curva de compactação do solo saprolítico de filito e dos solos estabilizados com cal hidratada cálcica (Ribeiro
Júnior, 2006).
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A curva de compactação de 4% de cal em relação à massa seca do solo apresenta 2
picos e uma curva de inflexão distanciando as umidades ótimas cerca de 10%. Já para a
curva de compactação de 2% de cal em relação à massa seca do solo apresenta no ramo
seco uma região linear típica da curva de compactação. Logo depois da região linear, a curva
apresenta uma região de inflexão terminada no ponto de máximo da curva, onde no ramo
úmido ela decresce de forma atípica. Na curva de compactação de 1% de cal em relação à
massa seca do solo apresentou no ramo seco da curva um comportamento linear crescente
típico das curvas de compactação. No ramo saturado também apresentou um comporta-
mento linear e decrescente. A curva tem forma parabólica bastante aberta, oferecendo um
ponto de máximo onde se pode determinar a umidade ótima e a máxima massa específica
aparente seca (RIBEIRO JÚNIOR, 2006).
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289
No ensaio de granulometria apresentado na Figura 9, ocorreu uma mudança brusca na
forma da curva do solo natural, sendo apresentando por uma descontinuidade na passagem
do ensaio de peneiramento fino para sedimentação. Esta descontinuidade indica a ausência
de uma faixa granulométrica, característica de um solo mal graduado (LEIRAS et al.,2005).
Camada de pedregulho
290
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Figura 10. Comparação entre a expansão em amostras convencionais e na amostra tratada com a camada de pedrisco.
(Ribeiro Júnior et al., 2006).
Segundo Ribeior Júnior et al., (2006), este resultado aponta para uma grande redução
na expansão final do solo. Isto é, solo se expande para dentro do espaço criado pelos vazios
do pedregulho e não levanta a estrutura sobre ele assente.
CONCLUSÃO
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sobrecarga são importantes na redução da expansibilidade, que resultará em obra mais
segura e com qualidade.
REFERÊNCIAS
1. Cavalcante, E. H.; Cavalcanti jr.; Santos; Cardoso Jr. (2007). Caracterização de um
solo expansivo, não saturado, de Sergipe. In: VI Simpósio Brasileiro de Solos Não
Saturados, Salvador. NSAT2007, 2007. Vol. 1. p. 133-139.
2. Conciani, W.. Solos Tropicais na prática da engenharia geotécnica. In: Simpósio de
Prática de engenharia Geotécnica do Centro Oeste, I, 2009, Goiânia. GEOCENTRO,
I. Brasília: ABMS-NRCO, 2009. Vol. único.
3. Futai, M.M.; Soares, M.M.; Conciani, W. (1998). Propriedades geotécnicas do solo
saprolítico da Baixada Cuiabana. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MECÂNICADOS
SOLOS E ENGENHARIA GEOTÉCNICA, 11, Brasília. Anais... Brasília: COBRANSEG,
1998. P. 221-228.
4. Guimarães, J. E. P. A cal: Fundamentos e Aplicações na Engenharia Civil. 2.ª Edição.
São Paulo: Pini, 2002.
5. Leirias, H. S. Santos, A. C. Conciani, W. Estabilização do solo saprolítico da Baixada
Cuiabana com cinza da casca de arroz. II Simpósio de Solos Tropicais e Processos
Erosivos no Centro Oeste, Goiânia-GO, Anais 387 p.2005.
6. Leirias, H. S. Ferreira, H. C. Conciani, W.. Estudo da influência da cinza de casca de
arroz na massa de argila para produção de tijolos de 8 furos. I Seminário Mato gros-
sense de Habitação de Interesse Social, Cuiabá MT.Anais digitais- CD-ROM. 2005.
7. Migliorini, R. B. (1999). Hidrogeologia em meio urbano: região de Cuiabá e Várzea
Grande – MT. São Paulo, 1999. Tese (Doutorado em Geologia) – Instituto de geoci-
ências, USP.
8. Murthy, V.N.S. (2003). Geotechnical Engineering: Principles and Practices of Soil Me-
chanics. Pinto, C.S. (2006). Curso básico de mecânica dos solos em 16 aulas. 3.ª
Edição. São Paulo: Oficina de texto, 367 p.
9. Presa, E.P. (1980). Parâmetro Convenientes para Projetos de Rodovias em Solo Ex-
pansivo, II Seminário Regional de Mecânica dos Solos e Engenharia de Fundações,
NRBA/ABMS-Salvador-BA, p. 83-106.
10. Ribeiro Júnior, I.; Conciani, W. (2005). Controle da Expansão do solo saprolítico de
filito com cal hidratada cálcica para construções populares. In: SEMINÁRIO M A T O -
GROSSENSE DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL, I., Cuiabá, Anais eletrônicos
CD-ROM, Cuiabá: CEFET - MT/UFMT, 2005. p. 10.
11. Ribeiro Júnior, I. (2006). Estabilização da Expansão do Solo Saprolítico de Filito com
Cal Hidratada Cálcica, Trabalho de Conclusão de Curso, Departamento de Engenharia
Civil, Universidade Federal de Mato Grosso, 60 p.
12. Santos, A.C.C. (2003). Estudo da influência da energia e do reuso de amostras nacom-
pactação em solo saprolítico. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Centro de
Ciência e Tecnologia, UFCG, Campinas Grande, 2003. São Paulo. Vol.1, Universidade
de São Paulo, São Paulo, 509 p.
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20
Influência da Expansão do Solo na Obtenção
dos Parâmetros Geotécnicos Obtidos com
Ensaios de Laboratório
'10.37885/230312266
RESUMO
Na Baixada Cuiabana os problemas mais comuns dos solos são de expansão. A ex-
pansão ocorre em todo os tipo de obra de pequeno porte.
Os danos provocados por solos expansivos estão posicionados em terceiro lugar dentre
as seis catástrofes naturais mais perigosas do mundo, sendo elas: terremotos, escorrega-
mentos, solos expansivos, ciclones, furacões e enchentes. No Brasil solos expansivos podem
ser encontrados em diversas regiões (VARGAS, 1989).
Para Pinto (2006), quando pequenas construções são feitas em solos expansivos, o
efeito da impermeabilização do terreno pela própria construção pode provocar uma elevação
do teor de umidade, pois, antes da construção, ocorria evaporação da água que ascendia
por capilaridade. E o aumento de umidade pode provocar expansões, que danificam as
construções, provocando trincas ou ruínas.
A presença de solo expansivo tem causado constante preocupação entre pesqui-
sadores e profissionais que trabalham com obras geotécnicas, pois o uso indiscriminado
deste material pode gerar enormes prejuízos a tais obras. Deste fato, resulta o interesse e
a importância dos constantes trabalhos relacionados a este assunto. Estes materiais podem
gerar instabilidades em taludes, subleito de pavimentação, fundações de grandes estrutu-
ras, desabamento de túneis, devido, principalmente, a sua propriedade de expansibilidade,
(FRAZÃO E GOULART, 1976; PEREIRA 2004).
Existe também uma dificuldade na compactação dos solos residuais de filito. Nas obras
de grande movimentação de terra como em construções de barragens e rodovias, a dispo-
nibilidade e a localização dos solos adequados aos padrões tecnológicos são fundamentais
no custo do empreendimento.
Entretanto, esses materiais nem sempre se encontram à distância ou em quantidade
economicamente viáveis. Para não onerar custos com o transporte, às vezes se resolve
compactar solos residuais (GUIMARÃES et al., 2003 apud RIBEIRO JÚNIOR, 2006).
Segundo Santos et al. (2003), os solos saprolíticos da Baixada Cuiabana apresentam
uma instabilidade entre a massa específica aparente seca e o teor de umidade durante o
processo de compactação. A curva de compactação destes solos apresenta não um pico,
mas uma banda de pontos de máximos. Sendo assim é quase impossível determinar a
umidade ótima para a compactação destes solos em campo.
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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Figura 1. Ensaio de microscopia eletrônica do solo saprolítico de filito seco: + 3000 X. (FUTAI, 1995).
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Figura 2. Ensaio de microscopia eletrônica do solo saprolítico de filito inundado: + 3000 X. (FUTAI, 1995).
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em sua camada, entra em desequilíbrio elétrico-químico. Tais características também foram
anteriormente encontradas por Santos (2003).
Figura 3. Curva de compactação do solo saprolítico de filito da Baixada Cuiabana. (Ribeiro Júnior, 2005).
MATERIAIS E MÉTODOS
Material
O solo estudado é classificado como residual e saprolítico, pois é originado pela de-
composição da rocha local de filito. O material coletado era de coloração amarelada e a
profundidade de 0,5 m a 1,0 m.
Figura 5. Local da coleta de amostra de solo, AV. Miguel Sutil, próximo à entrada do Centro de Eventos do Pantanal - Obra
Construtora GMS.
Métodos
Ensaio de Atterberg
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segundo a NBR 6459 (1984), Solos - Determinação do limite de liquidez. Realizando de duas
formas: com e sem secagem prévia.
O limite de plasticidade é o teor de umidade em que o solo passa do estado plástico
para o semi-sólido, onde perde a capacidade de ser moldado. O ensaio foi realizado segundo
a NBR 7180 (1984), Solos - Determinação do limite de Plasticidade. Também foi realizado
de duas formas: com e sem secagem prévia.
Ensaio de Compactação
Santos (2003), afirma que a compactação consiste no processo mecânico que, através
de uma aplicação repetida e rápida de cargas ao solo, conduz a uma diminuição do seu
volume, e, portanto, a uma diminuição do índice de vazios e a um aumento do peso especí-
fico seco. Esta redução de volume é resultado, sobretudo, da expulsão de ar dos vazios do
solo, não ocorrendo significativa alteração do teor em água nem alteração do volume das
partículas sólidas durante a compactação.
O ensaio de compactação foi realizado de acordo com a ABNT/NBR 7182/86, seguindo
algumas modificações estabelecidas para tal procedimento. O ensaio de compactação foi
realizado com e sem reúso de amostra. E também com e sem secagem prévia. Nas energias
normal, intermediária e modificada.
Este método foi utilizado para verificar a diferença entre os resultados obtidos pelo
método recomendado pela ABNT NBR- 7182 - Ensaio de Compactação e método que foi
desenvolvido para solos expansivos, onde a amostra ficou armazenada em sacos plásticos
lacrados por 24h, já com a umidade de compactação de cada ponto da curva, como mostra
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a Figura 6. Este procedimento foi adotado para o solo poder se expandir antes de se com-
pactado. Pelo método referendado pela NBR 7182 (Figura 7), o solo expande durante o
processo de compactação, levando a curva a obter anomalias devido à expansão.
300
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Ensaio de Análise Granulométrica
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Limites de Atterberg
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Figura 8. Limite de liquidez com e sem secagem prévia.
Figura 9. Carta de Plasticidade do solo saprolítico de filito com e sem secagem prévia.
Análise Granulométrica
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Figura 10. Curva Granulométrica dos solos com e sem secagem prévia e com e sem o uso de defloculante.
Pode-se verificar na Figura 10, que as amostras CDSS, CDCS, SDSS e SDCS não
tiveram diferença granulométrica até atingirem o diâmetro de areia fina, ou seja, durante a
etapa experimental do peneiramento grosso e fino. As discrepâncias granulométricas entre os
estados da amostra começam na fase da sedimentação. Como já era de se esperar, ensaios
sem uso do defloculante (SDSS e SDCS) assumem o mesmo tipo de comportamento, sendo
que esta ausência do defloculante faz com que o solo não consiga quebrar os aglomerados
de origem reliquiar, formados por partículas finas, assumindo, portanto, características de
solo granular. O Fato de termos nesta situação amostras com e sem secagem prévia não
alterou em muito seu comportamento, mostrando que, quando se tratam de amostras sem
uso do defloculante, este é o que influencia com generosidade no comportamento do solo.
As amostras com defloculante (CDSS e CDCS) obtiveram resultados na fase de sedi-
mentação mais condizentes com sua verdadeira característica. Isso é devido à capacidade
de desagregação do hexametafosfato (defloculante), como mencionado anteriormente.
Porém, Pinto (2006), diz que a diferença de resultados mostra a importância do defloculan-
te para a dispersão das partículas. No ensaio feito de acordo com a norma NBR-7181, as
partículas sedimentam-se isoladamente, e podem-se detectar seus diâmetros equivalen-
tes. No ensaio sem defloculante, as partículas agrupadas, como se encontram na natureza,
sedimentaram-se mais rapidamente, indicando diâmetros maiores, que não são das partí-
culas, mas das agregações.
Para as amostras com uso do defloculante, é importante ainda analisar seu compor-
tamento com e sem a secagem prévia. Ainda na Figura 10, pode-se verificar que a amostra
sem secagem prévia (CDSS) obteve valores de finos (siltes e argilas) superiores a amostra
com secagem prévia (CDCS). Este fato pode se dar pela amostra CDSS ter sucção inicial e
coesão menor que a amostra CDCS por conta da diferença entre os teores de umidade no
momento da preparação de amostras para a fase da sedimentação.
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Compactação
Influencia da energia
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Para Santos (2003), a influência da energia no processo de compactação passa en-
tão a ser fundamental. Ao se aumentar a energia de compactação a curva se aproxima do
formato tradicional, isso provavelmente se deve a redução do consumo de água no ensaio.
Para o estudo da influência do reúso do material, foram realizados quatro ensaios com
e sem reúso, e com inserção de água no momento da compactação e com antecedência
de 24 horas. Os ensaios foram assim denominados: com reúso/ com 24h; com reúso/sem
24h; sem reúso/com 24h e sem reúso/sem 24h. O objetivo deste procedimento foi verificar
qualitativamente se o manuseio do material pode ocasionar quebra de partículas. O fato de
estudar as amostras com inserção de água no momento da compactação e com antecedência
de 24 horas, se dá na verificação da formação das anomalias já anteriormente descritas em
relação ao reúso ou não das amostras.
Ao analisar a Figura 12 é possível confirmar o que Santos (2003), diz sobre a com-
pactação com reúso de amostras, que geram curvas mais achatadas, isto é, o manuseio
das amostras muda o comportamento do solo. Entretanto, estas alterações indicam que o
solo continua a sofrer influências da possível adsorção inicial de água e pela mineralogia.
Segundo Lee & Suedkamp (1972) apud Araújo (1996), conhecendo-se os minerais e os
argilo-minerais que compõem o solo, pode-se melhor entender a forma das curvas quanto à
compactação, pois se esse fenômeno não está totalmente entendido e há várias teorias para
explicá-lo. A mistura de água com o solo, o tempo entre o preparo da amostra e o ensaio e
o operador podem ser condicionantes na dispersão dos pontos.
As amostras com e sem reúso que receberam água no momento da compactação ob-
tiveram um coeficiente angular no ramo seco e no ramo úmido, muito alto, fato que pode ser
explicado pela grande energia liberada no momento inicial da adsorção de água. As amos-
tras com e sem reúso que tiveram a oportunidade de receber a água de compactação com
antecedência de 24 horas, tiveram seu ramo seco bem mais suave, sendo que as umidades
ótimas obtidas muito próximas, tanto para a amostra com reúso, quanto para a sem reúso.
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Figura 12. Curva de Compactação com e sem reúso, acrescentando água no momento e com antecedência de 24 horas.
CONCLUSÃO
O limite de plasticidade (WP) do solo com e sem secagem prévia diferiram também
cerca de 1%, obtendo assim, iguais IP’s, ou seja, mesmo tamanho de região plástica.
As amostras CDSS, CDCS, SDSS e SDCS não tiveram diferença granulométrica até
atingirem o diâmetro de areia fina, mas houve na fase de sedimentação.
Ensaios sem uso do defloculante (SDSS e SDCS) assumem o mesmo tipo de compor-
tamento granular, independente da amostra ser seca ou não previamente.
As amostras com defloculante (CDSS e CDCS) obtiveram resultados na fase de se-
dimentação mais condizentes com sua verdadeira característica. A amostra sem secagem
prévia (CDSS) obteve valores de finos superiores a amostra com secagem prévia.
O estudo da influência da energia na compactação obteve teor de umidade decrescente
com a mesma e o peso específico seco, crescente. As anomalias da curva de compactação
não foram observadas, pois acrescentou-se a água de compactação com antecedência de
24 horas, processo o qual eliminou em grande parte as anomalias na curva de compactação.
Para o estudo da influência do reúso do material, pode-se confirmar que a compacta-
ção com reúso de amostras geram curvas mais achatadas, isto é, o manuseio das amostras
muda o comportamento do solo.
As amostras com e sem reúso que receberam água no momento da compactação
obtiveram um coeficiente angular no ramo seco e no ramo úmido, relativamente alto, fato
que pode ser explicado pela grande energia liberada no momento inicial da adsorção de
água. As amostras com e sem reúso que tiveram a oportunidade de receber a água de com-
pactação com antecedência de 24 horas, tiveram seu ramo seco bem mais suave, sendo
que as umidades ótimas obtidas muito próximas, tanto para a amostra com reúso, quanto
para a sem reúso.
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Recomenda-se o mínimo de esforço mecânico nos ensaios, pois alguns solos saprolí-
ticos podem ter sua granulometria alterada devido à quebra de grãos durante as etapas de
destorroamento e lavagem das amostras.
Conhecer as características peculiares do solo com que se trabalha, e aplicar sim-
plesmente a metodologia dos ensaios propostos pelas Normas Brasileiras nos ensaios de
caracterização e compactação podem levar a obtenção de dados que não refletem a reali-
dade do material. Para uma boa obtenção de parâmetros, é sempre viável tentar reproduzir
no laboratório as mesmas condicionantes
REFERÊNCIAS
1. ARAÚJO A. Algumas Considerações Sobre o Ensaio de Compactação com Energia
585 KJ/m³. São Carlos: EESC-USP, 1996. Dissertação (Mestrado em Engenhariade
Transporte). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, 1996.
8. PINTO, C.S. Curso básico de mecânica dos solos em 16 aulas. 3.ª Edição. São Paulo:
Oficina de texto, 2006. 367p.
10. RIBEIRO JUNIOR, I. ; CONCIANI, W. Controle da do solo saprolítico de filito com cal
hidratada cálcica para construções populares. In: SEMINÁRIO MATO-GROSSENSE DE
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL, I. 2005, Cuiabá, Anais eletrônicos CD-ROM,
Cuiabá: CEFET-MT/UFMT, 2005. 10p.
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11. RIBEIRO JUNIOR, I.. Estabilização da Expansão do Solo Saprolítico de Filito com Cal
Hidratada Cálcica, 2006 (Trabalho de Conclusão de Curso).
12. SANTOS, A.C.C. Estudo da influência da energia e do reúso de amostras na compac-
tação em solo saprolítico. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Centro de
Ciência e Tecnologia, UFCG, Campinas Grande, 2003.
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21
Estudo da Resistência ao Cisalhamento
dos Solos Residuais Saprolíticos de Filito
da Baixada Cuiabana
'10.37885/230312369
RESUMO
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apresentados pelos ensaios na estrutura indeformada justamente por estes solos não apre-
sentarem a estrutura herdada da rocha mãe.
Quando se pensa em estrutura do solo, pensamos em um arranjo das partículas do
solo não explicados pelo histórico de tensões. Nos solos pouco intemperizados (saprolíticos),
a estrutura é influenciada pela rocha mãe, pois o solo carrega suas características. São
materiais complexos e heterogêneos, principalmente quando a rocha-mãe é metamórfica.
Boszczowski (2008) disse que a estrutura de um solo pode ser definida como a diferença
de comportamento do solo no estado indeformado com o comportamento do solo no estado
amolgado, mantido a mesma sucção e estado de tensões.
A sucção é uma tensão existente nos solos não saturados devido aos “caminhos” de
ar existentes no solo. De acordo com Fredlund et al. (1978) apud Delgado (2002) foram
identificadas relações associando a resistência ao cisalhamento com a sucção utilizando
ensaios de sucção controlada.
No presente trabalho foi realizada a caracterização da amostra do solo cuiabano quan-
to aos parâmetros de caracterização física, podendo assim classificar geotecnicamente o
material. Foram realizados os ensaios de resistência ao cisalhamento direto nas condições
compactada e indeformada, nos planos paralelos e perpendiculares às xistosidades, na
condição saturada e de umidade natural, podendo obter o valor da resistência conferida pela
estrutura da amostra, em relação à amostra amolgada, como fez Boszczowski (2008), e obter
a relação entre a resistência ao cisalhamento do plano perpendicular pelo plano paralelo,
obtendo o coeficiente “CA”, estabelecido por Futai (1995). Estes ensaios foram realizados
na condição lenta, adensada, dando tempo para a dissipação de toda a pressão neutra.
MATERIAIS E MÉTODOS
Local de Estudo
O solo foi coletado na obra do Edifício Torres do Parque, edificação que conta com
duas torres de 20 pavimentos, localizado na Avenida Miguel Sutil, na cidade de Cuiabá-MT,
conforme Figura 1. Trata-se de um solo saprolítico, cuja rocha de origem é o filito de cor
amarelo mostarda, com estratificações e xistosidades visíveis a olho nu, bem característico
da Baixada Cuiabana. Este local pertence à Formação Miguel Sutil, dentro do grupo Cuiabá.
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Figura 1. Local da coleta de amostra de solo: AV. Miguel Sutil, próximo à entrada do Centro de Eventos do Pantanal.
Extração e coleta
ENSAIOS LABORATORIAIS
Análise granulométrica
Devido ao solo não apresentar fração graúda na fase de preparação da amostra, o en-
saio de análise granulométrica foi realizado em duas etapas: sedimentação com defloculante
e peneiramento fino, conforme prescreve a NBR 7181/84 - Solo - Análise granulométrica.
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Limites de Atterberg
O ensaio de limite de liquidez foi realizado conforme prescreve a NBR 6459/84 - Solo
- Determinação do limite de liquidez e o ensaio de limite de plasticidade foi realizado con-
forme prescreve a NBR 7180/88 - Solo - Determinação do limite de plasticidade. E a partir
dos resultados encontrados calculou-se o índice de plasticidade classificando então o solo
através da Carta de Casagrande.
Compactação
Segundo Ribeiro Júnior (2005), o solo da Baixada Cuiabana é expansivo. Este autor
relata que os resultados para ensaios de compactação utilizando o procedimento puramente
como descreve na norma ABNT 7182/86 produz resultados errôneos para as curvas de com-
pactação dos solos da Baixada Cuiabana, com instabilidades e não mostrando um ponto de
umidade ótima. Ribeiro (2009) estudou métodos alternativos de preparo da amostra de solo
expansivo da Baixada Cuiabana para ensaio de compactação sem reúso, desenvolvendo
um método de preparação da amostra que estabiliza a curva de compactação, fazendo com
que ela volte a ter o formato típico com ramo seco, ramo úmido e umidade ótima.
Adotou-se, portanto, para este estudo, o método desenvolvido para preparação de
amostras por Ribeiro (2009) e a NBR 7182/86 - Solo - Ensaio de Compactação.
Cisalhamento direto
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A velocidade de deslocamento do carrinho para cisalhamento da amostra foi de 0,02
mm/min, velocidade adotada para que a poroporessão fosse dissipada durante a realização
do ensaio de cisalhamento. Como não há normatização nacional para o ensaio de cisalha-
mento direto, a referência adotada foi a ASTM-D 3080/98 - Standard test method for direct
shear test of soils under consolidated drained conditions.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Granulometria
A Figura 2 mostra um solo sem pedregulhos, com alguma presença de areia e uma
predominância de finos, que em sua maioria absoluta se encontra na fração silte. Observa-se
também que a forma da curva leva a um solo com granulometria mal graduada, com mais
de 70% de sua composição sendo da fração silte.
Também existe um pouco de areia, cerca de 20%, o que não rege seu comportamento.
De uma forma geral, o solo estudado apresenta 0% de pedregulho, 7% de areia grossa,
11% de areia média, 4% de areia fina, 71% de silte e 7% de argila, o que o classifica como
solo silte arenoso.
Limite de liquidez
Na Figura 3 obteve-se o Limite de Liquidez (WL), cujo valor após traçar a linha de ten-
dência é de 39%, valor típico dos solos finos e aponta para um solo que possui coesão natural.
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Tabela 2. Determinação do Índice de Plasticidade (IP).
Com o valor de WL e de IP, podemos classificar a fração fina do solo (Figura 4). A fração
fina do solo foi classificada como um solo CL, ou seja, uma Argila de Baixa Compressibilidade.
Limite de plasticidade
O limite de Plasticidade (WP) obtido pela média de três pontos analisados mostra o
valor de 18% como pode ser observado na Tabela 1.
Limite de Plasticidade
Teor de umidade 18% 20% 17%
Média - WP 18%
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Índice de plasticidade
O valor do Índice de Plasticidade (IP) encontrado para o solo analisado foi de 21%,
conforme observado na Tabela 2.
Índice de Plasticidade
WL 39%
WP 18%
IP 21%
Carta de Casagrande
Com o valor de WL e de IP, podemos classificar a fração fina do solo (Figura 4). A fração
fina do solo foi classificada como um solo CL, ou seja, uma Argila de Baixa Compressibilidade.
Curva de compactação
Como pode ser visto na Figura 5, a umidade ótima obtida pelo método de Ribeiro (2009)
para este solo foi de 19%. Esta umidade foi utilizada para a realização da compactação o
solo sem reúso de onde se retirou a amostra para ser utilizada no ensaio de cisalhamento
direto com amostra compactada à energia normal.
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Figura 5. Curva de compactação de solos expansivos conforme proposto por Ribeiro (2009).
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todas as condições de carga. Os ângulos de atrito do plano perpendicular saturado, do solo
paralelo saturado e do solo compactado saturado possuem praticamente o mesmo ângulo de
atrito, sendo a resistência do solo no plano perpendicular maior devido a maior contribuição
da parcela da coesão neste estado.
No plano perpendicular, a resistência de ruptura dos solos com baixas tensões normais
é maior que as no plano paralelo, devido exclusivamente ao ganho de coesão. Portanto,
a diferença na resistência ao cisalhamento pelo ângulo de corte se da, principalmente, a
coesão. Para tensões normais acima de 400 kPa, nota-se que o incremento de resistência
ao cisalhamento aumenta mais no plano paralelo que no perpendicular, para um nível de
tensão onde a interferência do plano de corte na resistência ao cisalhamento seja minimizada
pelas altas tensões normais.
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de atrito consideravelmente superior das amostras na umidade natural faz com que a maior
resistência ao cisalhamento se apresente nesta condição.
Tabela 3. Comparativo dos valores de ângulo de atrito interno e coesão das amostras de cisalhamento.
ϕ` c`
Amostra
(o) (kPa)
Natural Paralelo 43,48o 31,21
Perpendicular 16,21 o
89,28
Compactado 24,97o 23,67
Paralelo 27,55 o
37,53
Saturado
Coeficiente de estrutura
Coeficiente de anisotropia
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resistência conferida pela estrutura do solo na posição perpendicular em relação à paralela
diminui quanto maior a tensão normal aplicada.
CONCLUSÃO
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diferença da resistência ao cisalhamento entre os planos, sendo bem maior no plano per-
pendicular do que nos outros planos e se mostrou maior em planos saturados do que em
planos na umidade natural, por mais de que as amostras à umidade natural tenham maior
resistência do que as amostras saturadas. No que se referem às amostras compactadas,
os valores de ângulo de atrito e coesão não são alterados significativamente nas condições
estudadas. Isto se dá à umidade de moldagem, pois teoricamente a umidade ótima se encon-
tra próxima dos 85% do grau de saturação, o que oferece ao solo uma grande proximidade
de comportamento à condição saturada.
Agradecimentos
REFERÊNCIAS
1. AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM-D 3080 - Standard test
method for direct shear test of soils under consolidated drained conditions. U.S., 1998.
2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6457 - Amostras de Solo -
Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. Rio de Janeiro,
RJ, 1986.
3. ______. NBR 6459 - Solo - Determinação do limite de liquidez. Rio de Janeiro, RJ, 1984.
5. ______. NBR 7181 - Solo - Analise granulométrica. Rio de Janeiro, RJ, 1984.
6. ______. NBR 7182 - Solo - Ensaio de Compactação. Rio de Janeiro, RJ, 1986.
7. ______. NBR 9820 - Coleta de Amostras Indeformadas de Solos. Rio de Janeiro, RJ,
1997.
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8. BOSZCZOWSKI, R. B. Avaliação de propriedades mecânicas e hidráulicas de um perfil
de alteração de granito-gnaisse de Curitiba, PR. Tese de Doutoramento, Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Civil da PUC - Rio, Rio de Janeiro, RJ, 2008.
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Determinação do coeficiente de reação
vertical (Kv) e horizontal (Kh) de um solo
tropical em Cuiabá
'10.37885/230512942
RESUMO
Pressões de contato
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Hipótese de Winkler
Velloso (2010) apresenta dois modelos para representar o solo, na análise da interação
solo-estrutura: hipótese de Winkler e meio contínuo. O modelo de meio contínuo pode ser
elástico e elastoplástico. Na primeira variante há algumas soluções e para vigas e placas
baseadas na Teoria da Elasticidade; na segunda é necessária a solução numérica, pelo
método de elementos finitos.
O modelo com base na Hipótese de Winkler, proposta em 1867, considera uma viga
sobre um meio elástico, no qual o solo é substituído por uma série de molas horizontais,
idênticas, independentes entre si, igualmente espaçadas e de comportamento elástico li-
near (ARAUJO, 2013).
A hipótese de Winkler, pelo seu fácil entendimento, é a mais difundida no meio geotéc-
nico (Milani, 2013). Embora a solução simplificadora seja atraente, deve-se considerar como
precaução que se trata de um modelo linear de tensão-deformação e que não leva em conta
a dispersão área de influência (Milani, 2012). Como se trata de um modelo no qual as molas
são independentes, a coesão das partículas no meio solo fica comprometida (PORTO, 2010).
(1)
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onde q é a carga aplicada, ky é o coeficiente de reação vertical e pé o recalque. Segundo
Velloso (2010) 0 coeficiente de reação vertical é conhecido por modelo de molas ou modelo
do fluido denso. Nota-se que a unidade é igual à do peso específico (FL-3).
No caso de estacas submetidas a esforços laterais a reação do solo não é tão sim-
ples, mesmo considerando a Hipótese de Winkler. Velloso (2010) cita a natureza do solo,
o nível de carregamento, e a forma e dimensão da estaca como variáveis que influenciam
na reação do solo. A condição de trabalho da estaca fornece Os deslocamentos horizontais
e os esforços internos da estaca. A Figura 2 mostra a condição de trabalho de uma estaca
submetida a esforço lateral e a representação em modelo pela Hipótese de Winkler. Nota-
se que a aplicação da carga no topo livre e frontal da estaca provoca um deslocamento
diferencial entre 0 topo da estaca e a sua base.
Figura 2. Estaca submetida a uma força transversal: reação solo real (a) e modelada pela Hipótese de Winkler (b), (Velloso,
2010).
Para uma estaca submetida esforço lateral, o solo resiste ao deslocamento horizon-
tal por tensões contra frente da estaca e cisalhantes na lateral da estaca; quase não há
resistência na parte de trás da estaca. Observa-se que essa tipificação de reação do solo
independe da forma da seção transversal da estaca, Velloso(2010). A Figura 3 exemplifica
a reação do solo para uma um esforço lateral em estaca.
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A Equação 2 descreve para a Hipótese de Winkler a reação horizontal em função da
tensão normal horizontal (FL-2):
(2)
onde
p é a tensão normal horizontal atuando na frente da estaca (numa faixa de largu-
ra B= diâmetro ou largura da estaca), kh é o coeficiente de reação horizontal (FL-3) e v é o
deslocamento horizontal no sentido do eixo y.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram realizados cinco sondagens de SPT, Tabela 1, nas proximidades dos ensaios
de prova de carga de placa em placa, na Arena Pantanal em Cuiabá, Figura 4. Os arranjos
seguem a seguinte sequência: Furo 01, P 15; Furo 03, P 17; Furo 08, P 19, Furo 11, P 14,
Furo 13, P 20. O perfil do solo foi caracterizado como silte argiloso. Os ensaios de SPT
obedeceram aos critérios da NBR 6484 (ABNT, 2001).
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Nas sondagens F05, F08, F11 e F13, nos primeiros metros da sondagem não houve
registro do índice do NSPT, por motivos não especificados no relatório, paras estas foram
adotadas o índice de “0”.
Figura 4. Localização dos ensaios para determinação dos coeficientes de reação do solo (Google Maps [Arena Pantanal] ).
As provas de carga verticais foram executadas utilizando-se uma placa quadrada com
dimensões de 71 cm. Para este ensaio foi adotado o método de carregamento rápido. A es-
trutura de reação caracteriza-se por viga de reação ancorada em estacas paralelas.
Tanto as provas de carga verticais em placas quanto OS ensaios de SPT ancoraram
a determinação do coeficiente de reação vertical do solo. Foram realizadas seis provas de
carga horizontais contínua no topo de estacas do tipo hélice com diâmetro de 600 mm e com-
primento de 12 metros, pareadas no seguinte arranjo: ET 01 e ET 02: ET 03 e ET 04; ET 05
e ET 06. As provas de carga horizontal deram suporte para a determinação do coeficiente de
reação do solo horizontal. Todas as provas de carga obedeceram a NBR 12131 (ABNT, 2006).
A Figura 5 mostra o posicionamento dos furos de SPT distribuídos na Arena
Pantanal, enquanto
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Figura 5. Distribuição dos furos de SPT na Arena Pantanal.
RESULTADOS
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Figura 6. Resultado das provas de carga em placa.
(3)
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A Figura 7 apresenta o resultado das provas de carga horizontais para as estacas 1, 2,
3, 4, 5 e 6, pareadas uma ao lado da outra do seguinte modo: Estaca 1 e Estaca 2; Estaca
3 e Estaca 4; Estaca 5 e Estaca 6. Todas as estacas foram submetidas à mesma carga
máxima aplicada: 256,43 kN.
Nota-se que a resposta do solo, para a medida de recalque máximo, para cada prova de
carga horizontal, foram semelhantes entre os pares das estacas, exceto para o par formado
pelas estacas 5 € 6, Tabela 3. O coeficiente de restituição, embora com a visível discrepân-
cia da Estaca 5, apresentou média de 55,74 com desvio padrão de 16,07 e Coeficiente de
Variação de 28%.
No que se refere ao coeficiente de reação do solo horizontal (kh), vale notar que foi
considerado para o cálculo desse parâmetro, o trecho linear da curva carga deslocamen-
to. A juízo dos autores, foi desprezada O par carga verus deslocamento para as estacas 1,
2, 3 e 4, preservando o conceito de molas do método de Winkler. A discrepância dos resul-
tados é mostrada pelo Coeficiente de Variação, 164%. Nota-se que o coeficiente de reação
horizontal, embora a maioria na casa de milhar de kN/m’, ainda carece de maior precisão
para O método empregado, o da Hipótes de Winkler.
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CONCLUSÕES
O método empregado para obtenção dos coeficientes reação do solo pelo modelo que
emprega a Hipótese de Winkler demonstrou que para os coeficientes de reação vertical (kv)
obedece a uma proporcionalidade com O ensaio SPT e que a pareação entre as estacas
submetidas a esforço horizontal para obtenção do coeficiente de reação horizontal (kh) de-
monstraram que o método é coerente, embora haja necessidade, para ambos os coeficientes
de mais investigação, dada a clara dispersão dos resultados, a priori, oriundos da anisotropia
do solo. Além disso, no tocante as provas de carga horizontal, parte da restituição é devida
ao material da estaca, não há certeza de que o solo manteria uma elasticidade correlacio-
nada ao material estrutural da estaca.
REFERÊNCIAS
1. Aoki, N.; Lopes, F.R. (1975). Estimating stresses and settlements due to deep fou-
ndations by the Theory of Elasticity. In: PANAMERICAM CONFERENCE ON SOIL
MECHANICS AND FOUNDATION ENGINEERING, 5., Buenos Aires. Proceedings…..
Buenos Aires: PCSMFE.
2. Araújo, A.G.D. (2013). Provas de carga estática com carregamento lateral em estacas
hélice contínua e cravadas metálicas em areia. Dissertação de Mestrado. Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. Natal, RN, 221f.
7. Meyerhof,G.G. (1953). Some recent foundation research and its application to design.
The Structural Engineer, Vol. 31, p. 151-167.
8. Milani, A.S. (2012). Análise de torres metálicas treliçadas de linha de transmissão con-
siderando a interação solo-estrutura. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal
de Santa Maria, RS, 190 p.
9. Padfield, C.J.; Sharrock, M.J.(1983). Settlement of structures on clay soils, CIRIA spe-
cial Publication 2/ PSA Civil Engineering Technical Guide 38. London: Department of
the Environment.
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10. Porto, T.B.(2010). Estudo da interação de paredes de alvenaria estrutural com a pa-
rede de fundação. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte.
11. Poulos, H.G.(1975). Settlement analysis of structural foundations systems, In: SOUTH-
-EAST ASIAN CONFERENCE ON SOIL ENGINEERING. 4. Kuala Lumpur. Proceedin-
gs... Kuala Lumpur, South-East Asian Conference on Soil Engineering, Vol. 4, p. 52-62.
12. Velloso, D.A. (2010). Fundações, Oficina de Textos, São Paulo, SP, Brasil.
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Utilização de um sistema de informação
Geográfica e resultados de ensaios SPT
como subsídio ao planejamento urbano
'10.37885/230512945
RESUMO
A área da bacia do Córrego do Barbado pela sua importância e localização dentro da área
urbana, foi escolhida para realização deste trabalho. A bacia corta com seu curso, duas for-
mações geológica distintas, formadoras do Grupo Cuiabá. Esse trabalho teve por objetivo
criar um banco de dados de sondagens de simples reconhecimento (SPT), georreferenciado
num ambiente de um sistema de informação geográfica (SIG) e como fonte de dados do
meio físico, como subsídio ao planejamento urbano, utilizar as informações dos relatórios
de sondagens cedidos pelas empresas que atuam no ramo de prospecção geotécnica em
Cuiabá MT. Através do Banco de Dados do SPT - BDSPT foram analisados os dados das
sondagens, permitindo conhecer o comportamento do NA, tipos de solos, NSPT, impene-
trável, tanto para as Unidades Homogêneas: colinas, planície de inundação, áreas alagadi-
ças, assim denominadas pela CARTA GEOTÉCNJCA DE CUIABÁ (1990), como também
para as Formações: Miguel Sutil e Rio Coxipó assim denominadas pela Carta Geológica,
(MIGLIORINI 2000). O resultado foi à criação de uma poderosa ferramenta de análise atra-
vés do geoprocessamento dos dados de SPT em informações espaciais, que possibilitou
criar mapas temáticos, num ambiente digital interativo, e produtos cartográficos, das áreas
urbanas já consolidadas na Bacia do Córrego do Barbado. Os programas utilizados foram:
EXCEL, AUTOCAD, ACCESS e ARCVIEW.
MÉTODOS
Área de Estudo
A cidade de Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, está localizada na região Centro-
Oeste do Brasil, e nela está situado o marco geodésico da América do Sul. Cuiabá é um
município rico em recursos hídricos, cortado por diversos rios, ribeirões e córregos, todos
eles formadores da Bacia do Rio Cuiabá. A área escolhida para o estudo foi a Sub-Bacia do
Córrego do Barbado, por causa da sua localização, importância e estado de degradação que
se encontra. Na Figura1, encontra-se a localização da cidade de Cuiabá- MT, e sua situação
como centro geodésico da América do Sul, a abrangência da área de seu município e os
nomes dos municípios fronteiriços, visualiza-se também a localização da bacia do Córrego do
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Barbado em relação ao mapa da cidade de Cuiabá. Os 255 (duzentos e cinquenta e cinco)
pontos das sondagens (círculos vermelhos) referenciados na base digitalizada da cidade.
Fonte: O Autor.
Aspectos Metodológicos
√ a coleta de informações;
√ adequação e conversão de dados
√ a estruturação e organização;
√ Processamento de dados.
Coleta de Informações
A coleta de dados e informações foi dividida entre a materiais para o BDSPT e para o SIG.
BDSPT-Foi elaborada uma seleção das empresas atuantes no setor de sondagens na
área urbana de Cuiabá, no qual, o critério estabelecido foi o bom conceito junto aos escri-
tórios locais de engenharia de estruturas e fundações consultadas. Foram coletadas 255
sondagens de simples reconhecimento, a partir da década de 80, dando preferência para
dados dos últimos 10 anos.
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As empresas e as quantidades de sondagens cedidas:
Foram necessárias visitas técnicas com finalidade de recuperação dos dados de sonda-
gens nos locais dos ensaios que apresentaram falhas nos relatórios ou alguma imprecisão.
Alguns relatórios, em razão do tempo transcorrido, apresentavam endereços antigos e de
difícil localização. Muitas vezes, o acesso aos ensaios se deu através das planilhas de perfis
das sondagens e não do seu relatório final, trazendo somente: o nome da obra, dados de
campo e croquis de localização dos furos de sondagens, desta forma, exigindo uma dispo-
nibilidade de tempo para poder localizar de forma mais precisa o endereço correto e o local
onde as sondagens foram realizadas.
SIG - Duas bases digitais em arquivo do AUTOCAD na escala 1:25000 foram cedi-
das para elaboração deste trabalho, uma que está sendo trabalhada pela PMC - Prefeitura
Municipal de Cuiabá, e a outra pelo Departamento de Geologia da UFMT. A opção foi feita
pela base do Departamento de Geologia, porque, a da PMC, tem a sua malha viária digita-
lizada em uma entidade do AUTOCAD, a “Spiline” que não foi reconhecida pelo programa
utilizado, ARCVIEW (3 2 a). Foram coletadas também em arquivos do AUTOCAD, a Carta
Geológica e a Carta Geotécnica digitalizadas na escala 1:25000.
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Os NSPT fracionados, encontrados nos relatórios de sondagens foram inclusos nas ta-
belas, como números inteiros, segundo estimativa e fórmulas apresentadas por BELlNCANTA
(2001). Segundo o mesmo autor, para a estimativa de N do SPT, quando da penetração do
amostrador de 40 a 50 cm, no caso cm que não há perfeita distinção do número de golpes,
para a cravação de cada 15 cm, sendo ainda mais, n1, n2, n3 os números de golpes corres-
pondentes às penetrações parciais do amostrador, isto é, penetrações, I1, I2, I3, pode-se es-
timar o índice de resistência à penetração N do SPT pelo procedimento que se segue, como
alternativa e em primeira aproximação, pois é considerada a validade da proporcionalidade
dentro de cada parecia da penetração.
a) Quando I1 < 15 cm e existe, n1, n2, n3, I1, I2, I3
N = {n1.(30) / I1}
Para se obter o valor inteiro do SPT, foi criado um programa no EXCEL, onde os va-
lores de n e I fracionados, foram digitados e calculados, obtendo-se dessa forma os dados
em números inteiros para inclusão no BDSPT.
SIG- As bases e as cartas digitalizadas em arquivos do AUTOCAD tiveram que ser
referenciadas em unidades cartográficas, sofreram alterações em versões, conversões de
dados, entidades e layers, um processo bastante trabalhoso e que demandou muito do tempo
dedicado a este trabalho. As entidades reconhecidas pelo ARVIEW para dados vetoriais são
ponto, linha, polígono e texto. Uma área representada por hachura no AutoCad, não será
reconhecida pelo ARCVIEW, se esta não estiver contida dentro de linhas poligonais fechadas.
O ARCVIEW (3.2a) trabalha com temas, onde cada tema está relacionado com uma
tabela dos atributos relativos a esse tema, e para que produza o efeito desejado, os layers da
base digitalizada em AUTOCAD tiveram que ser, cada um deles, transformados em arquivos
com a extensão dwg. Então os layers• curvas de nível, sistema viário e toponímia, drenagem
deixaram de ser layers de um único arquivo, para cada um, transformar em arquivo dwg;
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341
p.ex: curvas de nivel.dwg, sistema viário.dwg, etc, e dessa forma poder ter no ARCVIEW
uma tabela de atributos associada às suas entidades. Cada arquivo criado e importado para
o ambiente do sistema de informação geográfica tem que ser referenciado em projeções
cartográficas, que no caso adotou-se a UTM (Universo Transverso de Mercator), nos permi-
tem trabalhar em unidades métricas e pode-se relaciona-lo com mapas digitais em escalas
maiores ou menores (regionais). São várias as vantagens do ARCVIEW, a base pode ser
trabalhada e atualizada com precisão cm AUTOCAD, pois o programa importa todas as
atualizações efetuadas.
O Processamento de Dados
A alimentação dos dados foi planejada de forma que as empresas fornecedoras dos
relatórios receberam uma letra no código dos ensaios, que as identifiquem e permitam, que
a inserção dos seus dados seja continua e independente. Esse código contém quatro dígitos,
sendo que o primeiro identifica a empresa e os outros três restantes possibilitam a entrada
de até 999 ensaios de sondagens, por empresa. A inserção dos dados se faz através do
formulário de entrada de dados criado, ou pela pagina formulário que poderá ser criada no
Access para receber no futuro, os dados das próprias empresas através da internet. A ideia
é manter o SIG e o BDSPT atualizados para fins de pesquisas, através do CEFETMT, onde
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essas empresas poderiam acessar, através de senhas, todas informações do SIG, disponi-
bilizadas no futuro, através do provedor desta instituição.
RESULTADOS DISCUSSÕES
Fonte: O Autor.
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Pode-se ver nas Tabelas, 1, 2 e 3 os dados estratificados dos tipos de solos e o NSPT
para cada profundidade pesquisada, além do comportamento do nível d’água e impenetrá-
vel para cada unidade. Os dados apresentados seguem uma convenção adotada para este
trabalho. Para números de dados interiores a 7, não serão efetuados estudos estatísticos.
Para tipos de solos com quantidades inferiores a 5, não serão demonstrados em tabelas.
Solos com designação composta dos tipos: argila arenosa, argila siltosa, e que apareçam
com números de unidades inferiores a 5, serão sornados e simplesmente designados como
argilas. Desta forma, designação de solos como: argilas, siltes, areias, pedregulhos, pas-
sam a representar os seus respectivos subconjuntos e aparecerão nas tabelas desde que
somados e, os resultados sejam maiores que 5 unidades.
Na Tabela 1, encontra-se a síntese estatística do comportamento dos dados do BDSPT,
para Unidade Homogênea denominada de Áreas de Colinas A análise dos dados, pode for-
necer subsídio para determinação de parâmetros urbanísticos para essa unidade. A altura
correspondente entre a superfície e o lençol freático, pela Carta Geotécnica denominada de
Zona de Aeração, representada aqui pela média amostral dos valores do NA = -3,46m, per-
mite que os efluentes domésticos possam ser eliminados através de fossa e sumidouro até
a implantação dos sistemas de coletores pluviais e sanitários. Adotando-se um critério para
simples compreensão de uma graduação cromática, indo do verde = permitido, passando
pelo amarelo = atenção as restrições, até o vermelho = impedido, para determinação dos
parâmetros de uso e ocupação, os dados do impenetrável = -6,51 m, representando a média
amostral, e os valores encontrados para o NSPT médio para cada profundidade, esses dados
indicam um sinal verde, nas questões de cunho geotécnico para a área. O material incon-
solidado ou o tipo de solo, com predominância do silte argiloso e sua baixa permeabilidade
e consequente pouca capacidade de infiltração, indica que medidas preventivas devem ser
tomadas para drenar e evitar problemas nas áreas mais baixas. A variação sazonal (VSc)
para a área de Colina é superior à média da bacia, VSc = 1, 73 m.
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Tabela 1. O BDSPT X Unidade Homogênea: Colinas.
PROF NA IMP MAT. INCONSOLIDADO NSPT
(m) (m) (m) (Classe Modal) (golpes)
-3,46 (48/151)* - Silte Argiloso
0-1 -4,60 (c) -6,5 (3 9/ 15 1) - Pedregulhos 0
-2,87 (s) (3 7 / 15 1) - Aterro Mat. Diversos
(99/151) - Silte Argiloso
1-2 (15/151) - Aterro Mat. Diversos 23
(13/ 15 1) - Silte Arenoso
(103/149) - Silte Argiloso
2-3 (26/ 149) - Silte Arenoso 42
(11/149) - Areias
(97/148) - Silte Argiloso
3-4 (34/ 148) - Silte Arenoso 59
(9/ 148) - Areias
(93/140) - Silte Argiloso
4-5 82
(42/140) - Silte Arenoso
(90/128) - Silte Argiloso
5-6 101
(34/1 28) - Silte Arenoso
(76/97) - Silte Argiloso 138
6-7
(25/97) - Silte Arenoso
(45/67) - Silte Argiloso
7-8 127
(29/67) - Silte Arenoso
(19/35) - Silte Argiloso
8-9 181
(101/35) - Silte Arenoso
(7/13) - Silte Argiloso
9-10 241
(6/1 3) - Silte Arenoso
Universo amostral = 15 l SPT; * (NB) = frequência modal/ universo amostral
Fonte: o Autor.
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Tabela 2. O BDSPT X Unidade Homogênea: Áreas Alagadiças, (Embaciados).
PROF NA IMP NSPT
MAT. INCONSOLIDADO (Classe Modal)
(m) (m) (m) (golpes)
(22/46) - Aterro Mat. Diversos
0-1 -3,86 -7,21* 0
(9/46) - Silte Argiloso
(16/46) -Aterro Mal. Diversos
1-2 (11/46) - Silte Argiloso 8
(6/46) - Silte Arenoso
(16/46) - Silte Argiloso
2-3 (9/46) - Aterro Mat. Diversos 11
(6/46) - Silte Arenoso
(20/44) - Silte Argiloso
3-4 22
(7/44) - Silte Arenoso
(93/140) - Silte Argiloso
4-5 32
(42/140) - Silte Arenoso
(20/39) - Silte Argiloso
5-6 43
(6/39) - Silte Arenoso
(20/37) - Silte Argiloso
6-7 80
(5/37) - Areias
7-8 (24/27) - Silte Argiloso 121
8-9 (16/19) - Silte Argiloso 152
9-10 (10/13) - Silte Argiloso 184
• Universo amostral= 46 SPT:** (A/B) = frequene1a modal/universo amostral
Fonte: o Autor.
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Tabela 3. O BDSPT X Unidade Homogênea: Planície de Inundação.
PROF NA IMP MAT. INCONSOLIDADO NSPT
(m) (m) (m) (Classe Modal) (golpes)
(16/31) - Aterro Mat. Diversos
-1,44 -9,35 (9/31) - Argilas
0-1 6/3 1) - Areia Siltosa 0
Segundo MIGLIORINI (2000), a Formação do Grupo Cuiabá na área urbana, está divi-
dida em duas formações distintas: a Formação Miguel Sutil e a Formação Rio Coxipó. Neste
trabalho procuramos explorar essas duas formações, através do BDSPT, e saber se existem
diferenças quanto ao NA, impenetrável, tipos de materiais inconsolidados e a capacidade de
suporte dos solos estratificados ao longo da profundidade. A bacia do Córrego do Barbado
é privilegiada para o estudo dessas duas formações, por ter sua nascente localizada na
Formação Miguel Sutil e sua foz na Formação Rio Coxipó.
Na análise comparativa entre as duas formações, tendo como parâmetros os dados do
BDSPT, pode-se ver que as variações sazonais do lençol freático da formação Miguel Sutil
e da Formação Rio Coxipó apresentaram valores bem diferentes, que podemos justificar
como sendo causados pela maior declividade na Formação Miguel Sutil na área da bacia
do Córrego do Barbado e da maior permeabilidade da própria formação. As médias dos
impenetráveis, acusaram valores bem próximos O estudo dos solos estratificados mostrou
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que a predominância nas duas formações é do solo tipo silte argiloso, com mais de 50%
de ocorrência e aumentando essa porcentagem com a profundidade. A Formação Miguel
Sutil apresentou nas referências dos seus tipos de solos, coloração variando do vermelho
ao cinza, que se pode explicar pela presença de canga ferruginosa citadas nas sondagens
dessa região. A resistência do solo, representada pelo NSPT, pode-se classificar os solos
a partir da profundidade de (2-3) m variando de mediamente compacto a compacto, para
solos arenosos e de rija a dura, para solos silte argilosos e argilosos.
Na Figura 3, encontramos a Bacia do Córrego do Barbado cortando as duas formações
geológicas. Pode-se perceber que o Córrego do Barbado nasce na formação Miguel Sutil e
tem sua oz na Formação Rio Coxipó.
Fonte: o Autor.
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Comparando-se a variação sazonal encontrada para esta formação = 0,52m, com a
encontrada para a bacia= 1,15m (Tabela 4), pode-se supor duas razões possíveis para que
ocorra tal diferença; a primeira é a declividade mais acentuada apresentada nessa forma-
ção, e a segunda são as litofácies argilo-areno-conglomerática que formam um solo arenoso
muito propício às infiltrações das águas pluviométricas, e também pela presença constante
dos veios e quartzos nessa formação, citados por MIGLIORINI (2000).
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Analisando os dados dos SPTs representativos das duas formações, Miguel Sutil e
Rio Coxipó, na área da bacia do córrego do Barbado, encontra-se um valor médio de NSPT,
indicando uma boa capacidade de suporte e solos bastante estáveis, não apresentando
restrições para engenharia de fundações.
Nas questões urbanísticas, pode-se afirmar que as duas formações apresentam con-
dições favoráveis para a sua ocupação. Para as questões de infraestrutura, como redes
enterradas, deve-se como pré-requisito considerar a variação sazonal, determinando cuida-
dos especiais para obras realizadas no período da seca, com as possíveis imersões dessas
tubulações pela variação do lençol freático no período chuvoso, tanto nas áreas mais planas
e baixas e principalmente na Formação Rio Coxipó onde a variação sazonal é maior.
CONCLUSÃO
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consolidadas. Gerau informações preliminares que podem ser aproveitadas pelas companhias
concessionárias municipais, como as de saneamento e energia. Permite o conhecimento
da área de estudo, para poder priorizar os tipos de infraestrutura necessária, e o material
adequado a ser usado em sua execução, e desta forma poder prever gastos do orçamento
público. Os dados obtidos em relatórios de sondagens, proporcionam informações pontuais
e ou generalizada através da geoestatística, inúmeras representações cartográficas, que
propiciam ao planejamento urbano uma multifinalidade.
A recuperação de relatórios de sondagens em forma de um banco de dados evita a
superposição de trabalhos e possibilita a criação de um mapeamento das propriedades
geotécnicas de toda a cidade, de forma contínua. A importância de se conhecer o compor-
tamento do NA, e sua variação sazonal, mostrou-se prioritária para a área de estudo, para
determinação das potencialidades e limitações do seu uso e ocupação e priorização de
infraestruturas.
O NSPT foi um dos dados que apresentaram grandes variações, se analisado de for-
ma pontual. Acredita-se que isso ocorra devido às dobras apresentadas pelas rochas no
perímetro urbano da cidade, principalmente para a Formação Rio Coxipó. O NSPT atingiu
altos valores, quando da transformação proposta por BELINCANTA (2001), de números fra-
cionários para números inteiros. Acredita-se que isso tenha ocorrido devido a compacidade
do solo, e/ou pela necessidade de obedecer aos critérios de paralisação da NBR:6484/80.
Estudos devem ser realizados com a finalidade de adaptar os ensaios de SPT para
trabalhos em BD e permitir que venham minimizar a interveniência do fator do critério de
paralisação adotado pela NBR 6484/80 e o excesso de zelo das empresas executoras
para obedecer a tal critério e, que acabam extrapolando as médias amostrais nos estu-
dos estatísticos.
O BDSPT mostrou-se limitado. pela dificuldade de disponibilizar sondagens já exis-
tentes, em áreas, pouco habitadas, oriundas de invasões e áreas verdes, dificuldade que
pode ser facilmente solucionada com a contratação pelo órgão competente, de sondagens
investigatórias complementares, com a vantagem de um baixo custo, para a administração
municipal. Desta feita poder-se-ia obter informações complementares para estimar a distri-
buição espacial das características geotécnicas da Bacia do Córrego do Barbado através
de métodos geoestatísticos como o da krigagem.
As Sondagens investigatórias de Simples Reconhecimento (SPT), deveriam ser ado-
tadas como pré-requisito para aprovações de novos loteamentos e novos condomínios,
visto que são fontes de baixo custo de dados do meio físico, necessárias para determinação
das infraestruturas que deverão ser priorizadas e exigidas do loteador. Notou-se que 24 %
dos relatórios de sondagens emitidos pelas empresas não apresentaram conformidade e
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uniformidade com a norma estabelecida pela ABNT, sendo que 12% desses relatórios foram
excluídos por total impossibilidade de recuperação dos seus dados.
REFERÊNCIAS
1. Bibliografia Citada e Consultada
2. ASTM - Penetration test and split-barrel sampling of soils, D1586-67. ASTM, 1967.
7. CAMPOS, C. V & ElD, N. J.; - Análise das redes de infraestrutura e vazios urbanos
com uso de geoprocessamento. São Paulo -SP: 2001. Artigo.
9. DAVISON DIAS, R., ET AL; - Novo enfoque de abordagem do estudo dos subsolos
brasileiros na engenharia de fundações. Ouro Preto - MG: 2002. Artigo. 1 Oº CBGE
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15. MIGLIORINI, R.B. (2000) - Hidrogeologia na Baixada Cuiabana. ln: I SEMINÁRIO
DERECURSOS HÍDRICOS DE MATO GROSSO. Cuiabá-MT: março de 2000, p.31.
Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEMA.
22. TERZAGHI, K., PECK, R. Soil Mechanics in Engineering Practice. John wiley and
Sons Inc., New York - USA: 1948.
25. VALENTE, AL.S.; KOPPE, J.C.; STRIEDER, A J. S.; KOESTER, E., MACIEL Fº. C.
L.; BASTOS, C., OJAS, R. O. Definição de agrupamentos geológicos para fins de
mapeamento geotécnico em Porto Alegre (RS). Florianópolis-SC: 1998. Artigo, III
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CARTOGRAFIA GEOTÉCNICA.
26. VECCHIATO, A.B. & GOMES, M.J. da S. (1999) - Elaboração de Mapas Temáticos
da Região Metropolitana de Cuiabá e Várzea Grande - MT. Cuiabá - MT: junho de
1999. P 46. VII ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA. Anais. PIBIC - CNPq/UFMT.
27. XAVIER, S.R.& ROMANEL, C.; - Análise da distribuição espacial, dos valores do
ensaio SPT através de método geoestatístico. São Paulo -SP: 2000. Artigo, SAFE
IV, Anais 3.
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Asfalto e Pavimentação
24
Análise comparativa de traços para
concreto betuminoso usinado à quente na
região de Campo Verde - MT
'10.37885/230312316
RESUMO
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utilizadas como fonte de agregados, é importante que essas pedreiras estejam localizadas
próximas à região de aplicação como meio de facilitar a logística da execução, no entanto
essa pesquisa traz como alternativa a utilização do agregado pó de pedra de uma pedreira
considerada distante da aplicação, na busca de um maior preenchimento de vazios e assim
a redução da quantidade de material asfáltico utilizada, diminuindo assim o custo final da
composição do CBUQ.
Analisando a importância do desenvolvimento da pavimentação no Brasil, e entendo a
necessidade um pavimento de qualidade no estado de Mato Grosso, buscou-se trazer nessa
pesquisa um comparativo de traços focado no agregado miúdo pó de pedra e através de
ensaios técnicos determinados por normas, analisa-se a economia atingida com a diferença
na utilização de pó de pedra nos traços de CBUQ projetados para utilização na MT-140, em
Nova Brasilândia, na região de Campo Verde no estado de Mato Grosso.
MATERIAL E MÉTODOS
Essa pesquisa trata-se de um estudo experimental, onde serão comparados dois traços
de Concreto Betuminoso Usinado à Quente. O principal e único elemento de diferenciação
desses traços será o agregado pó de pedra, com intuito de demonstrar a diferença econô-
mica que pode ser alcançada utilizando um material de diferente origem, mas com maior
aptidão no preenchimento de vazios.
Área de estudo
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Figura 1. Mapa de localização obras e pedreiras.
Fonte: Os autores.
Materiais utilizados
• Ligante asfáltico classificado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) como Ci-
mento Asfáltico de Petróleo – CAP 30/45
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Ensaios realizados
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através dos resultados apresentados pode ser afirmado que o pó de pedra da pedreira
Brita Guia, da amostra coletada, possui teor maior que o da pedreira Polimix, sendo uma
diferença de 8%, onde para a pedreira da Guia o teor alcançado foi de 14,6% e da pedreira
Polimix 6,60%. Esse teor reflete diretamente no consumo do material asfáltico, cimento as-
fáltico de petróleo, tendo em vista que a área de contato do grão aumenta conforme menor
seu tamanho. Esse teor evidencia a diferença obtida através das diferentes origens das ro-
chas, pois sendo as rochas da Polimix de origem granítica, é esperado que haja baixo teor
de material pulverulento em sua granulometria, não excluindo a existência deste.
Dosagem
A dosagem dos traços de CBUQ dessa pesquisa foi feita a partir do ensaio Marshall
(Figura 2). É importante salientar que a delimitação determinada é a Faixa C – DNIT. O en-
saio em questão foi realizado com 4 teores de CAP 30/45, sendo estes: 4,5; 5,0; 5,5 e 6,0,
de modo que a análise desses resultados apresentou um teor “ótimo” onde as necessidades
do traço são atendidas e o traço permanece rentável e lucrativo.
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Figura 2. Soque Marshall elétrico utilizado e Corpos de prova dos teores testados.
Fonte: Os autores.
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Figura 3. Curva granulométrica da Mistura 1.
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
Observa-se através dos gráficos que ambos os traços são atendidos pelos critérios
delimitados na Faixa C do DNIT, embora as curvas apresentem certa sobreposição na
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mistura 1, identificando assim que o traço está mais próximo aos limites máximos e míni-
mos quando em comparação à mistura 2. Um relevante adendo a ser feito neste tópico é
a inclusão da Cal CH 3 na composição da mistura 1, que se dá ao fato do pó de pedra da
pedreira Polimix não suprir 100% os vazios da mistura, portanto foi sugerida uma pequena
adição da cal ao traço.
Uma vez que realizadas as composições e checagem de limites destes traços, che-
gou-se ao teor ótimo de 5,8% de ligante para a mistura 1 e 5,05% para a mistura 2. Essa
diferença deixa clara a importância do preenchimento dos vazios, afirmando a ideia inicial
de que quanto menor os grãos maiores a superfície de contato e dessa forma melhor seu
papel de preenchimento é realizado.
Ensaios mecânicos
Resistência à tração
A resistência à tração alcançada pelas duas misturas foi maior que 0,65MPa, que é o
limite mínimo exigido pela norma 031 (DNIT, 2006) para a Faixa C. A mistura 1 apresentou
uma média de 0,95MPa e a mistura 2 de 1,37MPa. O comportamento conforme os teores
de asfalto são representados na Figura 5.
Fonte: Os autores.
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Módulo de resiliência
Comparativo de custos
Esse comparativo foi separado em 3 etapas, onde primeiramente foi levantada o preço
da usinagem no Concreto Betuminoso Usinado à Quente para 1 tonelada de cada traço,
em seguida o custo do transporte desses materiais e posteriormente o custo da aplicação
deste. Entendendo a importância de cada um desses parâmetros poderá então ser feita uma
comparação entre o traço da mistura 1 e mistura 2.
Os valores e as DMTs utilizadas foram levantadas com o preço real atual de cada pe-
dreira, o custo dos equipamentos de cada etapa e a quantidade utilizada em cada processo
foi retirada da SICRO, dessa forma têm-se uma composição de custo detalhada baseada
nas composições da SICRO de janeiro de 2022.
O traço alcançado na Mistura 1 é apresentado na Tabela 5 e as composições de custo
nas Tabelas 6 a 8, respectivamente: custo de usinagem, transporte e aplicação.
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Tabela 5. Traço utilizado na mistura 1.
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Tabela 7. Composição de custo dos transportes de materiais da Mistura 1.
Analisando as tabelas pode ser afirmado que o custo para a aplicação de 1 tonelada
de CBUQ da mistura 1 seria de R$ 585,99 (quinhentos e oitenta e cinco reais e noventa
e nove centavos).
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Já o traço alcançado na Mistura 2 é apresentado na Tabela 9 e as composições de
custo nas Tabelas 10 a 12, respectivamente: custo de usinagem, transporte e aplicação.
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Tabela 11. Composição de custo dos transportes de materiais da Mistura 2.
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Analisando as tabelas apresentadas pode ser afirmado que o custo para a aplicação
de 1 tonelada de CBUQ da mistura 2 seria de R$ 554,56 (quinhentos e cinquenta e quatro
reais e cinquenta e seis centavos).
É imprescindível salientar que para ambas as composições na aplicação do CBUQ consi-
derou-se 1,02 T devido à eventuais perdas, que podem acontecer na prática. Apresentar-se-á
na Tabela 13 a seguir um resumo comparativo dos custos unitários obtidos para cada mistura.
Mistura 1 Mistura 2
Usinagem R$ 459,55 R$ 413,34
Aplicação R$ 476,89 R$ 429,76
Transportes R$ 109,10 R$ 124,80
Total R$ 585,99 R$ 554,56
Nota-se que embora o custo de transportes da mistura 1 é menor que da
mistura 2, o custo total da mistura 2 ainda fica consideravelmente menor, e
isso se dá pelo menor teor de CAP utilizado, tendo em vista que esse é o
material mais caro de todo o processo.
Uma vez que calculados os valores unitários das misturas propostas, faz-se relevante
a apresentação desses valores em termos de projeto. O projeto da MT 140 prevê em sua
execução a implantação de 9,97Km de pavimento, sendo nestes solicitados 9.283,7 tone-
ladas de Concreto Betuminoso Usinado à Quente dessa forma apresenta-se na Tabela 14
os resultados das misturas obtidas para a quantidade solicitada em projeto.
Mistura 1 Mistura 2
Usinagem R$ 4.266.305,20 R$ 3.837.289,44
Aplicação R$ 4.427.329,05 R$ 3.989.732,97
Transportes R$ 1.012.839,45 R$ 1.158.609,94
Total R$ 5.440.168,50 R$ 5.148.342,91
Economia R$291.825,59 (5,67%)
Sendo assim, conclui-se que com a aplicação do estudo dessa pesquisa obtém-se uma
economia de R$ 291.825,59 (duzentos e noventa e um mil oitocentos e vinte e cinco reais e
cinquenta e nove centavos). Ainda no panorama geral da obra, têm-se abaixo a relevância
do estudo no custo total da implantação.
PROJETO MT-140
Custo da Obra R$ 9.346.040,11
Desconto R$291.825,59
Valor atualizado R$ 9.054.214,52
Economia total 3,12%
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
1. BERNUCCI, Liedi Bariani; DA MOTTA, Laura Maria Goretti; CERATTI, Jorge Augusto
Pereira e SOARES, Jorge Barbosa, 2010. Pavimentação asfáltica: formação básica
para engenheiros. Rio de Janeiro.
4. OLIVEIRA, F. O., 2022. Análise comparativa de traços para concreto betuminoso usina-
do à quente na região de Campo Verde. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia
Civil). Cuiabá, UFMT.
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371
25
Análise probabilística de parâmetros
construtivos em um pavimento flexível no
município de Campo Verde – MT, com o
Método FOSM
'10.37885/230412750
RESUMO
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374
Para este trabalho optou-se por estudar o comportamento de um pavimento flexível
de três camadas.
O objetivo geral do trabalho é realizar uma análise probabilística com o propósito de
conhecer a influência dos principais parâmetros construtivos de um pavimento flexível, com
o Método FOSM – FirstOrder, SecondMoment.
DESENVOLVIMENTO
Área de Estudo
A área de estudo desta pesquisa está localizada em Campo Verde – MT (Figura 2), e
consiste de uma pista de pavimento flexível, construída por Amorim (2013), que serve de
acesso para o estacionamento de veículos do Instituto Federal de Educação, Ciências e
Tecnologias de Mato Grosso (IFMT) – Campus São Vicente.
A pista construída no Campus (Figura 3) tem 70m de extensão e 5m de largura.
Figura 2. Mapas com a localização do Brasil, do Estado de Mato Grosso e do Município de Campo Verde, respectivamente.
A estrutura dessa pista foi construída com uma camada de revestimento do tipo capa
selante, executado em Pré Misturado a Frio – PMF, com 5cm de espessura, acomodada
sobre uma camada de base de 20cm, compactada na energia Proctor Intermediário.
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Figura 3. Vista – aérea e frontal – da pista em Campo Verde. Localização: lat. 15º 33’34.4”S / long. 55º 10’43.8”W.
Figura 4. Projeto do pavimento da pista em Campo Verde – corte e planta, mostrando a linha sobre a qual foram adquiridos
os dados de GPR, na trilha de rodas, margens da pista.
Foi feita uma caracterização dos materiais que constituem as camadas de revestimento,
base e subleito do Trecho A, por Amorim (2013).
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O subleito caracteriza-se por ser um solo laterítico com as seguintes propriedades:
peso específico dos grãos, γS=26,7Kn/m³; limite de liquidez, WL=23%; limite de plasticidade,
WP=16% e índice de liquidez, IP=7.
A camada de base, também se caracteriza por ser um solo laterítico com valores de
peso específico dos grãos, γS=28,6Kn/m³; limite de liquidez, WL=3%; limite de plasticidade,
WP=16% e índice de liquidez, IP=7, e EA, o equivalente de areia, de 36%.
Amorim (2013) afirma que, no que diz respeito à composição granulométrica, a norma
DNIT 141/2010b – ES menciona seis faixas de enquadramento para os solos destinados à
estabilização de camadas de base de pavimentos. Essas faixas tem uma variação de “A” a
“F”, onde as faixas “A, B, C e D” são indicadas para um tráfego atuante com o número N de
tráfego calculado maior que 5x106. O solo em análise enquadra-se na faixa de trabalho “D”,
o que permite o seu emprego para o número de repetições de eixo padrão menor que 5x106.
Amorim ainda destaca o motivo de se fazer o ensaio de equivalente de areia tendo
como referência um valor mínimo de 30%, por conta de que os valores obtidos para o limite
de liquidez (WL) e para o índice de plasticidade (IP) não atenderam as recomendações
impostas pela norma DNIT ES 141, 2010b (Pavimentação – Base estabilizada granulome-
tricamente). Portanto, com base no resultado obtido EA=36%, pode-se induzir que o solo
em análise está apto para o uso em bases estabilizadas granulometricamente.
Pavimento Flexível
Revestimento Flexível
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Figura 5. Classificação dos Revestimentos Flexíveis.
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! -
1 %&'"'( )*+),+'(
𝑒𝑒 = & . 𝛿𝛿" − 𝛿𝛿" (1)
𝑛𝑛 "#$
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Figura 8. Aquisição de dados de GPR durante a construção da pista em 2011, por Amorim (2013).
O KENPAVE (Huang, 2004) é um programa computacional que foi utilizado como supor-
te à retroanálise e que permitiu inferir os ME e dados da estrutura do pavimento, tais como:
as características dos materiais constituintes das camadas, suas espessuras, o número de
camadas e Coeficientes de Poisson, dentre outros (Figura 9).
A opção File permite que um novo arquivo seja aberto. A janela General disponibiliza
várias opções de dados, que devem ser selecionadas e que estabelecem parâmetros para
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análise do pavimento. A janela Zcoord destina-se a registrar coordenadas verticais dos pontos
a analisar. Na janela Layer, o programa solicita as informações de espessura e Coeficientes
de Poisson das camadas da estrutura do pavimento. A janela Interface, informa quais as
camadas que deslizam entre si. Na janela Moduli são solicitados os valores dos Módulos de
Elasticidade/Resiliência (MR) das camadas do pavimento. Na janela Load, o KENLAYER
solicita as informações do tipo de carga considerada para o tráfego. Nas opções Nonlinear
e Viscoelastics têm-se a possibilidade de materiais não-lineares e viscoelásticos das cama-
das do pavimento. Por fim, a janela Damage denomina a análise de danos do pavimento.
Após a inserção dos dados, o programa calcula deslocamentos verticais necessários para a
elaboração da Bacia Deflectométrica Calculada. A Bacia Calculada ajustada à Bacia Medida
com Viga Benkelman resultam na retroanálise.
Numa segunda fase o programa permite realizar a análise de danos do pavimento,
fornecendo os valores de tensões e deformações nas camadas subjacentes. Com esses
dados é possível calcular o valor de Nf, conforme a equação (2):
!!
!"
= 1 (3)
Viga Benkelman
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Figura 11. Viga Benkelman, sendo preparada para o ensaio em Campo Verde, MT.
A Viga Benkelman utilizada para a realização dos ensaios da pista de Campo Verde
foi de relação 2:1. Antes de realizar a medição com a Viga Benkelman deve-se fazer a sua
aferição, de acordo com a DNER – PRO 175/94 (Aferição de Viga Benkelman). Para reali-
zar a aferição da viga devem ser utilizados: uma prensa para a obtenção do Índice Suporte
Califórnia – ISC; um extensômetro mecânico de sensibilidade mínima de 0,01mm e; conjunto
para fixação do extensômetro no tirante de aço da prensa.
O ensaio com Viga Benkelman consiste em colocar a ponta de prova da viga entre os
pneus das rodas geminadas do eixo traseiro de um caminhão tipo “toco”, carregado com
8,2t no eixo traseiro; nesse ponto é feita a leitura inicial no extensômetro. Em seguida, o
caminhão se desloca para as posições de 25cm, 50cm, 75cm, 100cm, 125cm e 150cm dis-
tantes do ponto inicial, onde se repetem as leituras no extensômetro para cada um desses
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382
pontos. Depois da última leitura o caminhão se afasta lentamente da ponta de prova, até que
extensômetro não acuse mais variação de leitura, onde se faz a leitura final, que corresponde
ao descarregamento do pavimento e em que todo o deslocamento recuperado é associado
à deformação elástica do pavimento, ou seja, a deflexão.
Os resultados das deflexões obtidas com o ensaio de Viga Benkelman permitem a ela-
boração de uma bacia deflectométrica denominada Bacia Medida, para diferenciar daquela
obtida na retroanálise, Bacia Calculada.
GPR
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emitida pela antena transmissora pela aplicação do GPR numa prospecção geofísica. Nessa
figura as antenas estão separadas de uma distância entre si, e não são blindadas. São
destacadas as ondas aéreas que se propagam acima da superfície; a groundwave, que se
propaga próximo da superfície do solo; a onda que se propaga em subsuperfície e a onda
refletida que é captada pela antena receptora e transformada em imagem.
Figura 14. Esquema representando a propagação das ondas eletromagnéticas em subsuperfície com o uso do GPR –
antenas não blindadas.
Neste trabalho a antena utilizada foi do tipo blindada em que ambas, antena trans-
missora e receptora, são acondicionadas em uma mesma caixa blindada, que impede a
interferência de objetos presentes em superfície na construção da imagem.
A aquisição de dados de GPR deste trabalho usou a técnica denominada Perfil de
Deflexão com Afastamento Constante, em que o afastamento entre as antenas é sempre
mantido constante; sendo assim, o radargrama registra a variação de amplitude do sinal ele-
tromagnético em função do tempo de trânsito duplo. Existem outras técnicas de aquisição de
dados de GPR, como, Sondagens de Velocidade, CommomMidPoint – CMP, que possibilita a
investigação do meio ao longo de um eixo vertical central; WideAngleReflectionandRefration
– WARR em que uma antena permanece fixa e a outra é afastada gradativamente, o que
gera o imageamento de uma área; e Tomografia de Radar, que é utilizada, principalmente,
no interior de poços. A aquisição, o processamento e a interpretação de dados são etapas
que compõe o desenvolvimento de pesquisas com GPR. O software ReflexW(SANDMEIER,
2010) foi utilizado para processar os dados. A rotina de processamento consistiu no ajuste
do tempo zero, filtro temporal (dewow), ganho (manual gain), migração e conversão de
tempo em profundidade – velocidade constante. Os registros obtidos a partir da aquisição
são de extrema importância para seguir as etapas seguintes, pois influenciam na qualidade
do resultado, sendo bem ou mal sucedidos.
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Análise Probabilística
%& (
𝑣𝑣(𝐹𝐹) = ∑!
"#$. %'!
. 𝑉𝑉[𝑥𝑥) ] (5)
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𝐸𝐸 ℇ! = 𝐹𝐹(𝐻𝐻! , 𝐻𝐻" , 𝑀𝑀! , 𝑀𝑀" , 𝑀𝑀#$ , … ) (6)
&'! )
𝑣𝑣 𝜀𝜀! = ∑"
#$%. &("
. 𝑉𝑉[𝑥𝑥* ] (7)
Neste trabalho não foi possível obter a derivada de forma analítica, portanto, foi deter-
minada de forma numérica, onde se variou ±10% cada parâmetro do solo, segundo Sandroni
e Sayão (1992). A derivada parcial de εr, por exemplo, em função de qualquer variável in-
dependente (Xi) pode ser aproximada numericamente usando derivadas em “avanço” na
equação (8), que é a mais comum, ou a em “atraso”, equação (9) e, também, a “centrada”
na equação (10), que é a mais precisa:
Assim é possível fazer uma análise de sensibilidade da influência de cada variável in-
dependente (Xi), tornando-se contribuição para o somatório no lado direito da equação em
relação ao valor total da variância da variável independente, substituindo na equação (11)
para +10%, na equação (12) para -10% e, na equação (13) para ±10%:
RESULTADOS
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Medida de Deflexões na Pista com Viga Benkelman
∑!
"#$ "#
𝑋𝑋" = 𝑁𝑁 ≥ 30 (14)
$
No trecho A, onde foi concentrada a área de estudo, os ensaios com Viga Benkelman
resultaram na média dos valores encontrados em cada ponto onde as medições foram
realizadas em ambos os sentidos, nos pontos D0; D12,5; D25; D50; D75; D100; D125;
D150 (Tabela 2).
Tabela 2. Valores das deflexões D0 à D150, para as aquisições de dados nos dois sentidos da pista, no Trecho A.
Com esses dados coletados, foi possível elaborar um gráfico (Figura 21) das cur-
vas de deflexão médias com os dados adquiridos nos dois sentidos do trecho em análise,
Trecho A, denominado Bacia Medida.
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Figura 21. Curvas de deflexão média do trecho A obtidos da pista, Bacia Medida.
A partir das curvas obtidas, deu-se início à retroanálise e à análise de danos do pavimento.
Furos de sondagem foram feitos (Figura 22) para que o método GPR fosse calibrado
a partir de valores medidos em campo das espessuras de revestimento (Hr) e base (Hb).
Figura 22. Trincheira aberta para obtenção dos valores da espessura de revestimento e de base.
!"
𝑣𝑣 = # (15)
Os valores de medida de espessura (m) e tempo (ns) que o GPR detectou para o
pavimento de Campo Verde, na estaca 25, onde o furo foi feito e os valores de velocidade
calculada para esse ponto estão apresentados na Tabela 3.
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do pavimento para a camada de revestimento, de tal forma que a média desses valores
resultaram numa velocidade de 0,0551 m/ns para essa camada, valor tomado como refe-
rência para a calibração do método GPR. Para a camada de base foi mantida a velocidade
de 0,0615 m/ns como referência para essa calibração. Esses valores de velocidade, então,
ajustaram o perfil GPR que proporcionou duas linhas indicativas das interfaces revestimento/
base e base/subleito, com infinitos valores de espessura das camadas de revestimento e
base, que permitiram a estimativa dos valores médios para essas camadas.
A Figura 23 ilustra as interfaces das camadas de revestimento e base com as cama-
das subjacentes.
Figura 23. Perfil de GPR com resultado do processamento de picagem nas interfaces das camadas do pavimento no
trecho A.
O perfil GPR indica uma irregularidade na construção dos primeiros 10m da camada
de base desse pavimento, associada à impossibilidade operacional do equipamento de ter-
raplenagem devido à presença de uma viga de concreto no portão de entrada do acesso ao
estacionamento do Campus São Vicente, Unidade Campo Verde, onde a pista foi construída.
Foram estimados os valores das médias das espessuras das camadas de revestimento
e base, respectivamente, resultantes da análise dos perfis de GPR, em 4,24cm e 25,10cm.
Esses valores foram usados na retroanálise do pavimento.
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Tabela 4. Valores inseridos no programa KENLAYER para o processamento da retroanálise.
Uma carga de 560 KPa, produzida pelo contato do pneu no pavimento, e distribuída
sobre uma área com raio de 10cm foi considerada no processamento do KENLAYER para
a realização da retroanálise.
Com o ajuste das Bacias Medida – obtida com os dados resultantes da aquisição de
dados em campo com a Viga Benkelman, e Calculada com o programa KENLAYER, foi
possível obter os valores atuais dos módulos de elasticidade desse pavimento.
Os valores dos Módulos de Resiliência considerados no ajuste das Bacias Medida e
Calculada foram, para a camada de revestimento, 1000 Mpa; para a camada de base (solo
390
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laterítico) 375 MPa e, para o subleito, 95 MPa. Esses foram os valores que melhor permitiram
ajustar as bacias deflectométricas Medida e Calculada (Tabela 5).
Com esses valores apresentados na Tabela 7 foi possível construir as curvas das
Bacias Medida e Calculada para a retroanálise (Figura 24).
Figura 24. Melhor ajuste das bacias deflectométricas medida e calculada – Trecho A.
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Tabela 6. Dados complementares inseridos no programa KENLAYER para o processamento da análise de danos do
pavimento.
Onde, Nf é o valor do número de passadas que pode levar a camada de subleito à fadiga;
εc é a deformação de compressão na superfície superior da camada de subleito; E, os valores
de f4 e f5 estão apresentados na Tabela 3.5 como FT4 e FT5, sugeridos pela AsphaltInstitute.
Assim, o subleito apresenta sinais de deformação permanente em, aproximadamente, 1
ano e 8 meses, pois foi considerado o mesmo valor de Np e, para Nf = 1,88x105, sua razão
seria igual a 17,2.
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Este tipo de análise mostra a importância de um método de dimensionamento meca-
nístico-empírico, sendo assim possível considerar as tensões atuantes nas diversas cama-
das do pavimento.
Tabela 7. Valores das deformações de Nf e de análise de danos para as camadas de revestimento, base e subleito para
aplicação do Método FOSM.
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Deformação Número de Passadas Dano
-8,23E-05 8,64E+07 1,29E-10
Msl(-)
7,40E-04 1,42E+05 7,03E-06
A Tabela 8 apresenta os valores das médias; de 10% das médias e do dobro desse
valor; do desvio padrão e da variância para, respectivamente, as alturas das camadas de
revestimento e base, e dos módulos de elasticidade das camadas de revestimento, base e
subleito, valores estes que se destinaram aos cálculos do Método FOSM.
Tabela 8. Valores de média, desvio padrão e variância das espessuras e dos módulos de revestimento, base e subleito
para aplicação do Método FOSM.
Com os valores apresentados nas tabelas 3.6 e 3.7, foi possível calcular as derivadas
centradas parciais para as variáveis e informar o valor esperado para a deformação do re-
vestimento e a influência que cada variável exerce.
O Método FOSM foi aplicado para determinar a variância da deformação de tração na
superfície inferior da camada de revestimento para o incremento de 10% das variáveis alea-
tórias, com derivadas centradas. A tabela 11 informa os valores das variâncias das variáveis
aleatórias e as respectivas influências que cada variável exerce no valor da deformação de
tração da camada de revestimento.
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Figura 25. Influência das variáveis aleatórias sobre o valor da deformação na superfície inferior da camada de revestimento,
com o Método FOSM, Trecho A.
Tabela 10. Derivadas parciais e valor esperado para a deformação da camada de subleito.
Figura 26. Influência das variáveis aleatórias sobre o valor da deformação na superfície superior da camada de subleito,
com o Método FOSM, Trecho A.
Também foi determinada a influência das variáveis aleatórias para o número de pas-
sadas permitidas para a camada de revestimento para o incremento de 10%, com deriva-
das centradas. A Tabela 11 informa os valores das variâncias das variáveis aleatórias e as
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respectivas influências que cada variável exerce no valor do número de passadas permitidas
na camada de revestimento.
Tabela 11. Derivadas parciais e valor esperado para o número de passadas no revestimento.
Figura 27. Influência das variáveis aleatórias para o número de passadas permitidas para a camada de revestimento,
com o Método FOSM, Trecho A.
Tabela 12. Derivadas parciais e valor esperado para o número de passadas no subleito.
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Figura 28. Influência das variáveis aleatórias sobre o número de passadas permitidas para a camada de subleito, Trecho A.
CONCLUSÃO
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A retroanálise e a análise de danos é um estudo que deve ser realizado toda vez que
é necessário a realização de um diagnóstico de um pavimento. Ficam, portanto, como su-
gestão para desenvolvimento de trabalhos futuros:
1. A reavaliação de Trecho A desse pavimento, com o propósito de acompanhar a sua
degradação pelo uso;
2. A realização de estudos de retroanálise e análise de danos para os Trechos B e C do
pavimento em estudo;
3. A realização da análise probabilística por ocasião dos diagnósticos obtidos nas
duas situações anteriores, com o propósito de confirmação das conclusões apresenta-
das neste trabalho.
REFERÊNCIAS
1. ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7182/86. Solo -
ensaio de compactação. Rio de Janeiro, 1986. 10 p.
3. BERNUCCI, L. B. et. al. (2008). Pavimentação Asfáltica. Formação Básica para Enge-
nheiros. 3a imp., Rio de Janeiro, 2010, 504 p.
9. MEDINA, J.; MOTTA, L. M. G., Mecânica dos Pavimentos. 2a ed., Rio de Janeiro:
UFRJ, 2005, 640 p.
10. MINER, M.A. (1945). Cumulative Damage in Fatigue. Trans. ASME, v.67, pp. 159-164
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12. SANDMEIER, K. J. (2010) REFLEX Version 5.5, Windows 9x/200/NT/XP/VISTA/7.
Program for the processing of seismic, acoustic or electromagnetic reflection, refraction
and transmission data. Manual do Software, Karlsruhe, Germany, 209p. Sandroni e
Sayão (1992).
14. SENÇO, W.; Manual de Técnicas de Pavimentação. Vol. 1, São Paulo, 1997.
15. SILVA, L. A.; Uso de Georradar (GPR) e retroanálises de deflexões como suporte a
análises probabilísticas de desempenho de pavimentos. Tese de Doutorado, Publicação
Departamento de Engenharia Civil, UNB, Brasília, 2014, 220 p.
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Controle tecnológico da camada de
revestimento de cauq de Cuiabá: análise
das propriedades
'10.37885/230512914
RESUMO
Este artigo tem como objetivo relatar o controle tecnológico de revestimento feito em uma
importante obra de duplicação de uma das pistas da cidade de Cuiabá, que é via de acesso
a uma grande indústria de bebidas da cidade e ao rodoanel da mesma, localizada na rodo-
via Chico Mendes, km 10, conhecida como “Estrada da Antártica”. Esse controle foi feito a
partir da extração de três corpos de prova do revestimento já finalizado, por meio de Sonda
Rotativa sem ter sido submetido às solicitações do tráfego. Através de ensaios laboratoriais
e em campo foram determinadas propriedades do revestimento como: teor de betume, grau
de compactação, granulometria, espessura da camada e parâmetros físicos como porcen-
tagem de vazios (%Vv), relação betume vazios (%RBV). A partir dos resultados montou-se
uma tabela e gráficos em que se é possível comparar e avaliar os parâmetros definidos em
projeto com os executados no pavimento. Este trabalho também nos possibilita analisar uma
predisposição a patologia em que o pavimento está sujeito a sofrer devido as suas proprie-
dades reais em campo encontradas e uma possibilidade de identificação de problemas no
processo construtivo. O controle tecnológico feito pode servir como fase de manutenção,
melhoramento e fiscalização do cumprimento de especificações da pista.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Asfalto
Pavimento
Segundo NBR 7207 (ABNT, 1982), pavimento é uma estrutura construída após ter-
raplanagem e destinada, econômica e simultaneamente, a resistir e distribuir ao subleito
os esforços verticais produzidos pelo tráfego, melhorar as condições de rolamento quanto
à comodidade e segurança e a resistir aos esforços horizontais que nele atuam tornando
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402
mais durável a superfície de rolamento, conforme a Figura 1 que apresenta a divisão das
camadas de um pavimento.
Capa Asfáltica
Segundo Senço (2007), define-se capa asfáltica como sendo a camada, tanto quanto
possível impermeável (exceto as camadas porosas de atrito) que recebe diretamente a ação
do tráfego e destinada a melhorar a superfície de rolamento quanto às condições de conforto
e segurança, além de resistir ao desgaste, ou seja, aumentando a durabilidade da estrutura.
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403
e deformabilidade, frente à repetição de carga e ao efeito do clima a ser usado na camada
(Senço, 2007, p. 20).
Em todos os métodos de dimensionamento, a camada de revestimento tem espessura
adotada, seja a função de critérios próprios, sejam em função do tráfego previsto. Para vias
simples – duas faixas de tráfego e duas mãos de direção – espessuras de 3 a 5 cm são
habituais. Para autoestradas, chega-se a revestimentos mais espessos, entre 7,5 a 10,0 cm.
Tabela 1. Especificações a serem atendidas pelo CBUQ segundo ES 031/06 (DNIT, 2006).
404
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MATERIAIS E MÉTODOS
Área de Estudo
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405
Figura 3. Localização do trecho (fonte: www.google.com.br/earth).
Amostras
Retirou-se as amostras da capa asfáltica em CBUQ por meio da sonda rotativa, Figura 4.
O número de amostras sugerido pelo ES 031/06 (DNIT, 2006) é de uma a cada 700
m² de pista, neste trabalho retirou-se um total de três amostras, caracterizando 1800 m²
da pista. As extrações seguiram-se da seguinte forma, todas na lateral do pavimento e em
lado oposto da anteriormente retirada, ver Figura 5. Definiram-se as amostras como sendo
A1, A2 e A3. A1 para A2 está distante 100 m, A2 para A3 está distante 140 m, comprimento
total analisado 240 m da rodovia.
406
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Caracterização das Amostras
Teor de Betume
Granulometria
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Parâmetros Físicos
Com base nos resultados laboratoriais calculou-se os parâmetros físicos das amostras
coletadas: volume de vazios (%Vv), grau de compactação e a relação betume vazios (%
RBV), parâmetros que são analisados rotineiramente conforme a especificação do item 7.2
Controle da produção da ME 031/06 (DNIT 2006).
RESULTADO E DISCUSSÕES
Com os dados da Tabela 2 é pode-se afirmar que as três espessuras obtidas não aten-
dem a especificação do DNIT. A espessura interfere de modo no recebimento das tensões
e nas deformações da pista, entretanto olhando para essa inconformidade, ela não repre-
senta diminuição na vida útil do pavimento, pois não compromete a resistência do mesmo
em relação às deformações.
Em relação ao grau de compactação, o resumo dos resultados encontra-se na Tabela 3:
408
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Com base nos dados da tabela 3 elaborou-se o Gráfico apresentado na Figura 6:
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Figura 7. Teor de Ligante.
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410
Tabela 5. Resultados geral dos ensaios.
CONCLUSÕES
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411
Os resultados levam a inferir que no processo de usinagem dos materiais e compac-
tação do asfalto pode ter ocorrido alguma falha que implicou na qualidade final do produto,
os itens analisados: espessura, grau de compactação, teor de ligante, volume de vazios,
relação betume/vazios estão em inconformidade com as especificações da norma vigente
para tal atividade.
Caracteriza-se a pista como sendo susceptível a surgimento de patologias relaciona-
das à grande concentração de ligante a mistura. É necessário destacar o importante papel
do controle de qualidade de cada atividade executada numa obra de pavimentação, como
diz Bernucci et al. (2008, p. 374) “O bom desempenho de revestimentos e de tratamentos
superficiais asfálticos depende da utilização de procedimentos corretos em diversas etapas”,
por fim a aplicação do controle da qualidade se faz necessária em obras de pavimentação
para garantia de qualidade e satisfação dos usuários com o pavimento a sua disposição.
Agradecimentos
Ao Instituto Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá Octayde Jorge da Silva pela
disponibilização do transporte e laboratório.
À Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana de Mato Grosso (SETUP-
MT) que disponibilizou a sonda rotativa para a extração das amostras.
REFERÊNCIAS
1. ASSOSSIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT 7207/82 – Termino-
logia e Classificação de Pavimentação, Rio de Janeiro, 1982.
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8. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. DNIT
031/06: Pavimentos Flexíveis – Concreto Asfáltico – Especificação de Serviço. Rio de
Janeiro: IPR, 2006b.
15. SENÇO, W. Manual de Técnicas de Pavimentação. São Paulo: PINI; 2° edição, 2007.
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Comportamento da Brita Calcária da
Região de Cuiabá para Uso em Misturas
Densas Usinadas à Quente
'10.37885/230512915
RESUMO
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de Infraestrutura e Transportes (DNIT) e, o seu comportamento nessa mistura. A jazida
pertence ao Grupo Cuiabá, localizada na Baixada Cuiabana. O estudo contemplou a análise
das características dos agregados e o comportamento mecânico da mistura, a partir de um
ligante processado em uma refinaria localizada em Minas Gerais.
MATERIAIS E METODOLOGIA
Materiais
Metodologia
Para atender o objetivo proposto nesta pesquisa foi necessário realizar inicialmente a
caracterização dos agregados para verificar se os mesmos atendiam os valores recomen-
dados nas normativas do (DNIT) e da ABNT, descritas na Tabela 1:
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417
Tabela 1. Normativas para caracterizar as amostras.
Ensaios Normas
Materiais betuminosos - Determinação da viscosidade em temperaturas elevadas usando um viscosímetro
NBR 15184 (ABNT, 2004)
rotacional
Produtos betuminosos semissólidos — Determinação da massa específica e densidade relativa NBR 6296 (ABNT 2012)
Ligantes asfálticos - Determinação do ponto de amolecimento - Método do anel e bola NBR 6560 (ABNT 2016)
Materiais asfálticos - Determinação da penetração NBR 6576 (ABNT, 2007)
Mistura Asfáltica
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Densidade aparente da mistura (Gmb), em g/cm3 obtido pela Equação 1:
𝑀𝑀!"
𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺 =
𝑀𝑀!" − 𝑀𝑀Á$%&
(1)
MAR = massa do corpo de prova (g); MÁgua = massa do corpo de prova imerso (g)
100
𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 =
%𝑎𝑎𝑎𝑎 %𝑎𝑎𝑎𝑎 %𝑓𝑓 %𝑎𝑎 (2)
𝑑𝑑!" + 𝑑𝑑!# + 𝑑𝑑$ + 𝑑𝑑!
Volume de vazios
𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷 − 𝑑𝑑
𝑉𝑉! = 100 (3)
𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷𝐷
𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉 − 𝑉𝑉!
𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 = 100 (4)
𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉
VAM= (Vv + VCB) volume de agregado mineral (%); Vv = volume de vazios (%); VCB =
𝑑𝑑(% 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶)
vazio com betume (%) = 𝜌𝜌𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶
; d = densidade aparente da mistura (g/cm3); 𝜌𝐶𝑎𝑝= massa
específica do Cap 𝜌𝐶𝑎𝑝 (g/cm3); %Cap= percentual do CAP.
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419
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Materiais
Peneiras % Passante
(mm) Brita 1 Brita 0 Pó de pedra Areia Cimento
25,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
19,1 99,6 100,0 100,0 100,0 100,0
12,7 54,9 100,0 100,0 100,0 100,0
9,5 18,2 97,3 100,0 100,0 100,0
4,8 2,4 36,9 99,9 100,0 100,0
2,0 1,3 5,2 90,5 95,8 100,0
0,42 0,8 1,9 35,0 58,2 100,0
0,18 0,6 1,0 23,4 5,2 99,9
0,075 0,3 0,5 17,6 0,2 96,8
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420
A caracterização do ligante apresentou valores definidos em normativas: Ponto de
amolecimento 50ºC; penetração 53 mm ; viscosidade Brookfield a 135ºC, 150ºC e 177ºC os
valores de 316 cp, 156 cp e 60 cp. respectivamente e, densidade específica 1,01.
Misturas
Agregados (%)
Brita 19 mm 25
Brita 9,5 mm 36
Pó de pedra 24
Areia 15
Cimento 0
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421
Tabela 6. Resultados das misturas – Composição.
Seguindo a mesma tendência, o gráfico que relaciona Vv versus teor de ligante, Figura
4 nos mostra pela equação de tendência que para atender o valor médio Vv de 4%, o teor
de asfalto deve ser de 6,42%.
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422
Figura 4. Gráfico da relação Vv versus % do CAP da mistura.
CONCLUSÃO
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423
Em continuidade ao estudo, moldar a mistura desta composição com teor de 6,5%,
como obtido pelas equações das linhas de tendência dos gráficos das figuras 3 e 4; utilizar
uma segunda composição, com uso de fíler, reduzindo o percentual do pó de pedra.
Agradecimentos
REFERÊNCIAS
CNT – Confederação Nacional do Transporte (2019) Pesquisa CNT de Rodovia 2019. ht-
tps://pesquisarodovias.cnt.org.br acesso: 10 fevereiro 2020.
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424
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (2010) ME 131. Materiais asfálti-
cos – Determinação do ponto de amolecimento – Método do Anel e Bola Método de ensaio.
Rio de Janeiro.
Espírito Santo, O. (2003) Qualidade dos calcários agrícolas produzidos no Estado de Mato
Grosso. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de
Agronomia e Medicina Veterinária. 45 p.
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28
Análise de patologias em juntas de
dilatação em ponte de concreto: estudo
de caso em Cuiabá - MT
'10.37885/230512919
RESUMO
É crescente a preocupação com a morbidade dos problemas que surgem nas construções,
além do fato de que as estruturas devem ser mantidas regularmente para atingir a vida útil
projetada. As pontes são um elemento indispensável no sistema viário, conectando cida-
des e até mesmo países, e impulsionando o desenvolvimento econômico e cultural. Estas
estruturas sofrem de muitos problemas patológicos nas juntas de dilatação devido à falta
de manutenção ou equívocos nos critérios de dimensionamento. As juntas de dilatação
são elementos que não possuem caráter estrutural, porém são importantes para o pleno
funcionamento das obras de arte especiais (OAE). No município de Cuiabá, localizado na
região centro-sul do território do estado de Mato Grosso, na região centro-oeste do Brasil, o
município tem recebido investimentos públicos e privados para obras de estrutura viária, um
desses investimentos foi a construção de ponte ligando os Bairros Jardim Itália e Recanto
dos Pássaros, sendo uma ponte de médio porte, no Córrego do Moinho, que serve de aces-
so para veículos de pequeno e grande porte. O presente trabalho visou compreender as
patologias existentes nas juntas de dilatação na ponte em estudo, bem como seus agentes
causadores, a fim de fornecer subsídios aos seus administradores, para que possa gerar
possíveis soluções de reparo e garantir a elas segurança e vida útil.
Ao longo dos anos, a construção civil ocupou posições importantes na estrutura eco-
nômica mundial, sendo posição de destaque no PIB de diversos países, o setor emprego
que necessita da mão de obra direta e indireta para elaboração dos serviços, e é o ramo
econômico que mais produz emprego e renda nos curtos e médios prazos, sendo capaz de
impulsionar o crescimento do mundo economia (NASSER, 2009; CARVALHO, 2017).
A construção civil cresceu 17,7% no último biênio (2021/2022), nesse período a eco-
nomia nacional apresentou expansão de 8,2% da mesma forma a Câmara Brasileira da
Indústria da Construção (CBIC) estima o crescimento da construção civil cerca de 2,5% em
2023 (CBIC, 2022).
A crescente dinâmica econômica recente exige que as cidades absorvam esse cresci-
mento e melhorem as condições de urbanização para sustentá-lo do ponto de vista territorial
(ROLNIK; KLINK, 2011). Portanto, expandir os territórios vencendo os desafios apresen-
tados pelos relevos e hidrologias, torna-se fundamental a implantação de obras de arte
especiais (OAE).
Pontes e viadutos, são conhecidos como obras de arte especiais (OAE), fazendo-se
parte importante de muitos sistemas viários, e podem ser constituídos de vários tipos de ma-
teriais, como madeira, aço, concreto armado e concreto protendido (MASCARENHAS, 2019).
Em alguns países, o crescimento acelerado da construção de OAE tem alimentado
a necessidade de inovação, o que significa assumir maiores riscos, ainda que dentro de
certos limites, uma vez que, são regulados das mais diversas formas, o progresso no desen-
volvimento tecnológico ocorre naturalmente, com consequente aumento do conhecimento
de estruturas e materiais, principalmente por meio de pesquisas e análises de eventos que
levam à deterioração prematura ou acidentes (SOUZA, RIPPER, 2005).
Cada estrutura é dimensionada para suportar uma certa quantidade de esforço e vida
útil, porém, fatores como efeitos patológicos irão acelerar o envelhecimento da estrutura,
portanto, é necessário tomar medidas para prevenir o aparecimento de manifestações pa-
tológicas entre as mencionadas (DE MORAIS; DE CARVALHO; DINIZ., 2023).
No entanto, nenhum material dura para sempre, levando à necessidade de um novo
campo de pesquisa na engenharia estrutural voltado para o estudo da durabilidade em re-
lação aos parâmetros que a afetam (MASCARENHAS, 2019).
Além disso, no Brasil, ainda não há conhecimento técnico-científico sistemático e apro-
fundado para a avaliação do estado de estabilidade estrutural das pontes rodoviárias exis-
tentes, principalmente as mais antigas. (BASTOS; MIRANDA, 2017).
No presente momento, a tecnologia permite aprimorar os cálculos e o conhecimento
dos materiais, levando à execução de trabalhos mais esbeltos e, portanto, exigindo mais
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atenção. Portanto, há a necessidade de um estudo para entender os principais fatores de
degradação, conhecidos como patologia. (MASCARENHAS, 2019).
Um dos elementos que mais apresentam manifestações patológicas em OAE, são as
juntas de dilatação (LANER, 2001).
As juntas de dilatação são elementos importantes nas OAE, responsáveis por atenuar
o movimento causado por fenômenos de mudança de temperatura, possibilitando de que
esses movimentos estejam contidos apenas em seus componentes para transferir a ação
para os outros componentes da ponte e do viaduto, sendo assim, proporcionando maior
segurança aos usuários da OAE e manter o pleno exercício de suas funções (CORDEIRO;
SOUZA; OSÓRIO, 2019).
O uso de juntas de dilatação em pontes e viadutos está ganhando força ao validar o
efeito das mudanças de temperatura nos diferentes materiais usados para compor estrutu-
ras de pontes e viadutos. Em pontes de pedra e madeira não há necessidade de utilização
de juntas de dilatação, pois o efeito das variações de temperatura nas OAE é considerado
insignificante e não oferece riscos aos usuários, entretanto, a utilização do aço e concreto
na construção de pontes, ao longo do tempo tem confirmado que os efeitos das dilatações
térmicas ocorrem como prejudiciais e significativos, confirmando que a utilização de juntas
de dilatação é necessária e imprescindível para o pleno funcionamento de pontes e viadutos
(CORDEIRO; SOUZA; OSÓRIO, 2019).
Com o avanço da tecnologia e o aumento do tráfego de veículos, apesar das inovações,
não houve muito desenvolvimento nos sistemas de inspeção e manutenção de juntas de
dilatação (FERREIRA, 2013).
Sem progressos significativos nessas questões, as juntas de dilatação tornaram-se
cada vez mais propensas a anomalias e mau condicionamento, levando a um aumento na
incidência de falha de componentes de pontes (CORDEIRO; SOUZA; OSÓRIO, 2019).
No município de Cuiabá, Mato Grosso, existe uma ponte edificada em estrutura de
concreto, assente sobre o córrego do Moinho, que serve de passagem para os transeuntes
da região, porém a estrutura apresentou patologias nas juntas de dilatação, no entanto a
OAE foi inaugurada recentemente. Conforme relatos dos populares, o tráfego ocorre de
maneira adequada sobre a estrutura. Com fundamento nas informações supracitadas, cabe
o seguinte questionamento: Quais as possíveis causas que levou a ponte apresentar pato-
logias rapidamente?
O trabalho teve como objetivo geral apontar possíveis causas que ocasionaram a exi-
bição de patologias na junta de dilatação da ponte de concreto na cidade de Cuiabá, capital
estado do Mato Grosso. Os objetivos específicos são: investigar a literatura científica dispo-
nível em fontes confiáveis sobre patologias em pontes; abordar de maneira minuciosa acerca
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das hipóteses citadas no trabalho como possíveis causas para manifestação de patologias;
encontrar soluções preventivas, corretivas e viáveis conforme concepção técnica para que
sejam evitados acidentes futuros.
DETALHAMENTO DO CASO
A ponte de concreto faz parte de uma parceria firmada entre a Secretaria Municipal
de Obras Públicas e a construtora do setor privado, possui cerca de 36 metros de extensão
e 18 metros de largura para comportar duas pistas (CUIABÁ, 2021), conforme a Figura 2.
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430
Figura 2. Ponte de concreto armado sobre o córrego do Moinho.
Coleta de dados
Observação Técnica
Observação visual direta
Observação
Observação com equipamentos (Binóculos, máquina fotográfica e filmadora)
Verificação auditiva direta
Auditiva Medição de ruído através do sonômetro
Percussão com martelo
Medição com trena
Medição com paquímetro
Medição Medição com régua de folga
Medição com transferidor
Monitoração do espaçamento da junta
Estudo de amostra da junta
Mecânica
Teste com chave dinamométrica
Impermeabilidade e drenagem Teste de estanqueidade
Fonte: Adaptado de Lima e Brito, 2007.
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Tabela 2. Alguns tipos de juntas de dilatação.
DISCUSSÃO
Dilatação Térmica
Onde:
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432
Figura 4. Efeitos da dilatação térmica linear em uma barra.
O coeficiente de expansão ou dilatação linear (α) é definido para cada material e varia
de acordo com a faixa de temperatura estudada, valores definidos para a temperatura de
20°C conforme a Tabela 3.
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433
Figura 6. Variação da área do corpo.
Onde:
A dilatação térmica volumétrica de um sólido pode ser definida como todas as dimen-
sões do corpo devido ao aumento da temperatura (GASPAR, 2010).
Este fenômeno é o único de expansão térmica que faz sentido ocorrer em um líquido.
Portanto, podemos definir a expansão de volume de um sólido pela expressão matemática
na Figura 8 e representação na Figura 9.
Onde:
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Figura 9. Corpo sólido submetido aos efeitos da dilatação volumétrica.
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Figura 11. Gráfico da Incidência de manifestações patológicas em juntas de dilatação em pontes, viadutos e passarelas.
Fixação
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Geometria e transição para o pavimento
Este tipo de exceção é muito frequente e caracteriza-se por prevalecer juntas de dila-
tação com pavimento asfáltico em pontes e viadutos são comuns recapeamento para trazer
pistas para um bom padrão, porém, para maior conforto do usuário, podemos observar que
durante procedimentos, as agências responsáveis pelo recapeamento podem realizar revi-
talização de estradas e juntas de dilatação (CORDEIRO; SOUZA; OSÓRIO, 2019).
Desta forma, o pavimento asfáltico sobre as juntas de dilatação evita o movimento.
Portanto, as juntas de dilatação atuam no pavimento asfáltico e podem ser afetadas por
rachaduras (CORDEIRO; SOUZA; OSÓRIO, 2019) conforme a Figura 13.
Figura 13. Fissuras no pavimento asfáltico sob a junta de dilatação do estudo de caso.
Figura 14. Fissuras no pavimento asfáltico sob a junta de dilatação do estudo de caso.
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437
Tendo em vista que, crescimento dessas rachaduras, podem causar vibrações duran-
te a passagem dos veículos e, com a movimentação das juntas, vai provocar vibrações no
asfalto da pista, tornando-se propício ocorrer acidentes graves (FERREIRA, 2013).
Figura 15. Fissuras no pavimento asfáltico sob a junta de dilatação do estudo de caso.
Figura 16. Fissuras no pavimento asfáltico sob a junta de dilatação devido aos movimentos.
No entanto, enfatiza-se que as barreiras ao movimento nas juntas podem estar rela-
cionadas aos espaços que podem aparentar ter uma dimensão considerada muito aberta
ou muito fechada, de modo que um material designado para desempenhar uma função, não
pode realizar o movimento plenamente (CORDEIRO; SOUZA; OSÓRIO, 2019).
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Figura 17. Fissuras no pavimento asfáltico sob a junta de dilatação devido aos movimentos.
Figura 18. Ponte sobre o córrego do moinho não apresenta drenagem na estrutura.
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Várias práticas no projeto de sistemas de águas pluviais devem ser respeitadas para
proteger áreas irregulares (CANHOLI, 2014). Estudar o relevo da área em que será construída
uma OAE é fundamental para planejar o uso de elementos para drenar as águas pluviais.
A topografia da área, deve evitar urbanizações em áreas excessivamente íngremes,
portanto, com declividades altas devem ter áreas livres e vegetação de proteção, ou devem
ser realizados estudos de urbanização (BOTELHO, 2021).
A ponte sobre o córrego do moinho, apresenta-se na área mais baixa em relação as
duas margens de acesso, conforme a Figura 19 e 20.
Figura 19. Ponte sobre o córrego do moinho apresenta-se em nível abaixo da pista de rolagem.
Figura 20. Ponte sobre o córrego do moinho apresenta-se em nível abaixo da pista de rolagem.
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Figura 21. Declividade transversal de pista de rolagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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realizar inspeções regulares para identificar e corrigir problemas de infiltração de água o
mais cedo possível.
Em resumo, embora as juntas de dilatação sejam elementos cruciais para a inte-
gridade estrutural de muitas construções, elas também podem apresentar patologias que
precisam ser cuidadosamente gerenciadas para garantir a segurança e a eficácia a longo
prazo da estrutura.
As patologias por águas pluviais, ou erros de dimensionamento em juntas de dilatação
são um problema sério que pode comprometer a integridade estrutural de uma constru-
ção. É fundamental tomar medidas preventivas e corretivas adequadas para garantir que
as juntas permaneçam eficazes em lidar com as tensões e movimentos estruturais e para
evitar danos causados pela infiltração de água.
REFERÊNCIAS
1. BASTOS, H. C. N.; MIRANDA, M. Z. Principais patologias em estruturas de concreto
de pontes e viadutos: manuseio e manutenção das obras de arte especiais. Minas
Gerais, 2017.
2. BOTELHO, Manoel Henrique Campos. Águas de chuva: engenharia das águas pluviais
nas cidades. Editora Blucher, 2021.
5. CANHOLI, A.P. Drenagem Urbana e controle de enchentes. 2.ed. São Paulo: Oficina
de Textos. 2014.
7. CHEN; WAI-FAH; DUAN; LIAN. Bridge engineering handbook, Washington DC, CRC
Press, 2000. Cap.25. Acesso em: 01 abr. 2023.
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9. CUIABÁ. Prefeitura de Cuiabá – Obras Públicas / Infraestrutura. 2021. Disponível em:
https://www.cuiaba.mt.gov.br/obras-publicas/ponte-sobre-o-corrego-do-moinho-e-le-
vantada-e-municipio-trabalha-na-construcao-de-uma-nova-via/24897. Acesso em 30
de mar. 2023.
11. GASPAR, A. Compreendendo a Física. São Paulo, Ática, 2010. Cap. 12. Acesso em:
20 mar. 2023.
18. RAMBERGER, G; ROBRA, J. Structural Bearing and Expansion Joints for bridges.
Structural Engineering International. Zurich, IABSE, 2002. Acesso em: 15 abr. 2023.
20. SILVA, B. L. A. et al. Conjunto de drenagem urbana nas cidades e sua importância na
redução de inundações e enchentes. Revista Pesquisa e Ação, v. 5, n. 2, p. 205-227,
2019.
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Evaluación del módulo de resiliencia en
mezclas de suelo y RCD aplicado en obras
de pavimentación
'10.37885/230512981
RESUMEN
A humanidade chega à segunda década do século XXI com sete bilhões de habitantes,
dos quais a maioria vive em um regime socioeconômico que tende a estimular o alto con-
sumo e a busca incessante por riqueza [1]. Neste contexto, percebe-se índices alarmantes
relacionado à produção de resíduos sólidos urbanos, em que segundo [2] cada habitante
chega a gerar 1,106 kg de lixo por dia, os quais devem ser devidamente acondicionados de
modo a se evitar o colapso parcial ou total do meio ambiente.
Inserida nesse cenário, a construção civil colabora em larga escala com a produção de
resíduos, principalmente os oriundos de obras de demolição, reformas, desperdícios durante
a execução de obras novas e mesmo por resíduos gerados pela ausência da adequação
de materiais às condições das obras. Neste último caso, pode-se exemplificar a quebra de
tijolos necessária para finalizar painéis de vedação e cortes em materiais de revestimentos.
Muito embora seja uma prática comum, o correto seria que os projetos das edificações
fossem concebidos a partir das dimensões padronizadas de tijolos, peças cerâmicas, etc.
Contudo, no Brasil, essa realidade ainda encontra-se distante, o que colabora, em muito,
com a produção elevada de resíduos na área da construção civil.
Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo principal avaliar os módulos de
resiliência obtidos a partir de misturas de solo com resíduos de construção e demolição de
obras, visando à sua utilização em obras de pavimentação.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com [3], os resíduos oriundos da construção civil são provenientes de cons-
truções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e, os resultantes da
preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em
geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas madeiras e compensados, forros, arga-
massa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiações elétricas,
etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. Ainda de acordo com
[3], os RCD classificam-se em quatro classes denominadas de A, B, C e D, em função das
possibilidades de reciclagem. Desse modo, a classe A tem como base os materiais reutili-
záveis ou recicláveis como agregados, enquadrando-se assim, com os materiais residuais a
serem empregados e analisados nesta pesquisa. As demais classes possuem características
que não serão abordadas, neste estudo, tendo em vista que foge o objeto proposto para a
realização deste trabalho. Contudo, como informações adicionais, a classe B engloba os
materiais recicláveis para outras destinações tais como plásticos; a classe C caracteriza-se
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por apresentar materiais sem tecnologia economicamente viável como o gesso e a clas-
se D que envolve os resíduos perigosos.
Uma vez que a teoria do desenvolvimento sustentável tem focado a ideia de que se
deve usufruir do espaço em que se vive de forma que sejam garantidas condições mínimas
e adequadas para as futuras gerações, a preocupação em lidar com técnicas alternativas
para cuidar do meio ambiente tem sido uma prática corriqueira nos estudos realizados por
parte de alguns pesquisadores, para que o meio ambiente seja preservado de maneira mais
eficaz. No caso específico do potencial de utilização dos RCDs, têm-se evidenciado a capa-
cidade e a viabilidade com que diversos tipos de resíduos gerados pela área de construção
civil têm sido aproveitados em países como Austrália, Brasil, China, Estados Unidos, França,
Holanda, Noruega, Reino Unido e Suécia, nos mais variados serviços da engenharia como:
fabricação de blocos de concreto sem fins estruturais, blocos intertravados para calçadas,
materiais constituintes de camadas de base, sub-base e reforço de subleito em pavimentos
submetidos a um baixo volume de tráfego, agregados reciclados para uso em obras de
drenagem, dentre outras soluções.
De acordo com [4], o uso de materiais reciclados provenientes da construção civil tem
sido empregado a cerca de alguns anos, porém, sem nenhum embasamento científico ca-
talogado. Segundo esses autores,
[5] antigas estruturas de concreto executadas nos tempos romanos, possuíam, na
sua composição, uma mistura de cal, resíduos de tijolos quebrados e outras substâncias
com um elevado teor pozolânico, capaz de produzir um material resistente para a solução
empregada na época.
[6] afirmaram que na Europa a reciclagem de materiais oriundos da construção civil teve
o seu desenvolvimento acelerado a partir de 1980, destacando que a Noruega e a Holanda
detiveram um grande interesse por esses materiais alternativos, haja vista que esses países
apresentavam dificuldades espaciais para a estocagem de resíduos em aterros sanitários,
além de estarem com parte de seus recursos naturais escassos.
[7] reportam que escombros de construção foram empregados na Holanda em 1874
para recuperação de pavimentos, e, em 1920 esse país utilizou agregados reciclados como
materiais básicos para a execução de aterros e como agregados na fabricação de concretos
e asfaltos. Ainda de acordo com [6], em 1970, motivados pela crise de petróleo, a Holanda
utilizou asfaltos triturados para a recuperação de pavimentos pré-existentes.
[8] menciona a utilização de agregados reciclados como camadas drenantes, lastro
para assentamento de tubos e guias, além do seu emprego no envelopamento de galerias
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de estabilização de solos expansíveis ou com baixa capacidade de suporte. Ainda de acordo
com [7], os agregados reciclados também podem ser empregados em regularização e cas-
calhamento de ruas de terra, sendo vantajosos neste tipo de situação em relação às britas
corridas comuns, em virtude da coesão provenientes de reações pozolânicas que o tornam
um material menos erodível.
[9] aponta que os agregados reciclados oriundos da geração de RCD podem ser em-
pregados na produção de concreto e argamassa para diferentes fins estruturais como contra
pisos e componentes de alvenaria. Nessa mesma linha de pesquisa, [9] destaca que desde
1980 o Brasil começou a estudar o aproveitamento de resíduos da construção, na forma de
agregados, para a fabricação de argamassas e concretos sem fins estruturais, como uma
fonte alternativa em alguns serviços de engenharia. Essa autora descreve também que a
Bélgica, em 1986, realizou algumas pesquisas com RCD com o objetivo de desenvolver
normativas para uso de agregados reciclados no país. Por último, [9] menciona que em
1989 a Dinamarca realizou algumas experiências com RCD de modo a produzir agregados
reciclados voltados para a fabricação de blocos de concretos.
[10] reforçam a ideia que, desde a década de 80, o Brasil vem realizando experiências
de aplicação do resíduo sólido de construção civil como material de pavimentação, porém,
sem estudos sistemáticos e monitoramentos periódicos. No entanto, esta autora revela que
no início da década de 90, foi instalada pela Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP) a
primeira recicladora de RCD do Brasil e que no final de 2004, iniciou-se uma pavimentação
do sistema viário do novo Campus da Universidade de São Paulo (USP) na zona Leste (USP-
Leste), seguindo um projeto inovador de pavimento ecológico, com o emprego de materiais
reciclados em toda sua estrutura. A Figura 1 mostra uma vista geral da recicladora instalada
pela Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP).
Fonte: [10].
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selecionadas duas amostras de resíduos de construção e demolição de obras, sendo uma
constituída de concreto e a outra de resíduos cerâmicos. Essas amostras foram britadas
separadamente e agrupadas em três frações granulométricas, de modo que os ensaios de
laboratório foram realizados para cada uma dessas frações.
[12] avaliou o comportamento dos resíduos oriundos da demolição do estádio de fu-
tebol Mané Garrincha, em Brasília - DF, como forma de reaproveitá-los como materiais de
construção em camadas de base em obras viárias. O programa experimental desenvolvido
por essa autora consistiu na realização de ensaios de laboratório visando uma caracteriza-
ção física, química e mecânica para os agregados reciclados avaliados. Nesse contexto, é
oportuno destacar a realização de ensaios de compactação, CBR, módulo de resiliência,
resistência à compressão simples, avaliação da quebra dos grãos e a determinação da ati-
vidade pozolânica dos materiais alternativos produzidos pela demolição do antigo estádio
de Brasília - DF.
MATERIAIS E MÉTODOS
MATERIAIS UTILIZADOS
Cascalho laterítico
O solo empregado nas misturas com os resíduos de construção foi obtido em uma jazida
localizada a cerca de 7 km do centro urbano do município de Campo Verde - MT (Brasil),
situado a uma latitude de 15º32’48” sul e a uma longitude de 55º10’08” oeste, estando a
uma altitude de aproximadamente 736 metros.
RCD
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Figura 2. Triagem realizada em campo para os RCD em estudo.
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Figura 4. Vista geral do britador de mandíbulas com restos de concretos.
Mistura de solo-RCD
Para efeito desta pesquisa utilizou-se uma mistura do cascalho laterítico com o RCD na
porcentagem, em massa de 75% de solo e 25% de RCD. No que diz respeito à composição
dos materiais constituintes do resíduo de construção e demolição de obras, utilizou-se 50%
de restos de concretos, 35% de materiais provenientes de alvenarias e 15% de restos de piso,
em massa. Essas porcentagens foram adotadas com base na média da composição desses
resíduos oriundos de obras de edificações na região metropolitana de Cuiabá - MT (Brasil)
e nas casas populares construídas no município de Campo Verde - MT (Brasil).
METODO DE TRABALHO
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[13] descreveu uma série de fatores capazes de afetar o comportamento resiliente de
materiais granulares empregados em obras viárias tais como: o tipo e a forma dos grãos;
o método empregado na compactação; o nível de tensão confinante a que os materiais
são submetidos; a massa específica aparente seca máxima; a granulometria do material; a
duração e frequência do carregamento atuante sobre os materiais; o estado e histórico de
tensões a que os materiais foram submetidos.
Na concepção adotada para materiais considerados granulares, o módulo de resiliên-
cia definido através de carregamentos cíclicos por meio de ensaios triaxiais onde a tensão
confinante é tida como constante, é obtida através da equação:
(1)
Onde:
MR - módulo de resiliência;
σ1 - tensão principal maior ou tensão axial;
σ3 - tensão principal menor ou tensão confinante;
σ1 - deformação axial resiliente, correspondente a um número particular de repetições
da tensão-desvio.
(2)
Onde:
MR - módulo de resiliência;
𝜃𝜃 - soma das tensões principais σ1, σ2 ou σ3 tensão volumétrica;
k1, k2 e k3 - coeficientes de regressão obtidos nos ensaios de laboratório;
pa - pressão atmosférica;
𝜏𝜏!"# - tensão octaédrica 𝜏𝜏!"# = 1%3 𝜎𝜎$ − 𝜎𝜎% % % % $'%
+ 𝜎𝜎$ − 𝜎𝜎& + 𝜎𝜎% − 𝜎𝜎&
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estabelecidos os procedimentos de estocagem e períodos de cura para 1, 7, 15, 30, 60,
90 e 180 dias. Para uma melhor interpretação e validação dos resultados, confeccionou-se
03 corpos de prova para cada período de cura. A realização do ensaio foi feita fazendo-se
uso de uma prensa triaxial cíclica da ELE/IPC pertencente ao Laboratório de Engenharia
Rodoviária (LER) da Universidade de Brasília. Os procedimentos de ensaio foram adota-
dos com base nas descrições contidas na norma [14], onde a sequência de carregamentos
programados na prensa triaxial teve os seus valores estipulados para materiais destinados
à camada de base e sub-base de pavimentos. Os valores dos módulos de resiliência foram
calculados fazendo-se uma média aritmética dos últimos cinco ciclos de cada sequência
de carregamento, fornecidos por um programa de aquisição de dados instalado na prensa
triaxial utilizada. As Figuras 6 e 7 ilustram detalhes do ensaio do módulo de resiliência.
RESULTADOS
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Figura 8. Módulos de resiliência obtidos para o solo natural em função do tempo de cura.
Analisando a Figura 8, observa-se que o módulo de resiliência do solo tem o seu valor
crescente até o período de cura de aproximadamente 15 dias, quando este, por sua vez,
atinge um valor máximo tendendo a permanecer constante independente do aumento do
tempo de cura. Acredita-se que este tipo de comportamento estaria associado à influência
dada pela sucção interna no solo, de modo que a sua estabilização só vem a ocorrer dentro
do período de 15 dias. No que concerne aos valores limites encontrados, os módulos de
resiliências médios variaram de 157 a 203 MPa, os máximos variaram de 198 a 239 MPa
e os mínimos tiveram os seus limites dentro do intervalo de 116 a 167 MPa. Estes valores
encontram-se em concordância com os resultados apresentados por [15] considerando
diversos ensaios de MR para solos lateríticos brasileiros, onde obteve-se valores da ordem
de 100 a 500 MPa.
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Observando-se a Figura 9 é possível verificar que a dependência do módulo de re-
siliência se mostrou crescente à medida que a tensão de confinamento aumentou. Esse
comportamento condiz com o esperado para um solo pedregulhoso, haja vista que alguns
trabalhos já desenvolvidos por [11] e [12] refletiram bem essa tendência em materiais com
características semelhantes ao solo em análise. Com relação ao período de cura, é possível
observar que as respostas dadas pelo solo tendem a conduzir, inicialmente, a resultados
crescentes de MR à medida que aumenta o tempo de cura.
No intuito de se estabelecer uma relação entre os módulos de resiliência encontrados e
as tensões confinantes aplicadas, a Figura 10 apresenta a variação dos MR em função das
tensões confinantes, para amostras ensaiadas com um tempo de cura de 15 dias. A escolha
do período de cura de 15 dias deve-se ao fato desse período apresentar um comportamento
significativo, uma vez que o valor de pico alcançado para o MR ocorreu nesta data. Visando
avaliar o efeito da tensão desvio nos valores obtidos dos módulos de resiliência, a Figura
11 apresenta a relação obtida para esses parâmetros, tomando como referência a média
dos resultados obtidos para a amostra de solo puro com o período de cura de 15 dias e
considerando a tensão confinante constante de 68,9 kPa.
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Figura 11. Relação do módulo de resiliência com a tensão desvio.
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função dos diferentes períodos de cura. Inicialmente pode-se observar que a adição do RCD
ao solo elevou os seus valores de MR.
Figura 12. Módulos de resiliência obtidos para a mistura de solo-RCD ao longo do tempo.
Figura 13. Módulos de resiliência médios obtidos para o solo e para a mistura de solo-RCD.
De modo análogo aos comentários feitos para os resultados obtidos sob a análise do
solo na condição pura, observa-se que os módulos de resiliência da mistura de solo-RCD
também tiveram os seus valores crescentes com o período de cura. Contudo, no caso es-
pecífico das misturas de solo-RCD, percebe-se que os valores do módulo passam a atingir
um valor considerado de pico, próximo aos 30 dias e não de 15 dias, conforme observado
para o solo puro. Diante dessa situação, infere-se que a presença da fração de resíduos de
concreto na composição do RCD, misturado ao solo em análise, possivelmente promoveu
uma cimentação interna da mistura, uma vez que a presença de matrizes cimentícias livres
reagiu novamente com a água de composição da preparação das amostras. Esta condição
proporcionou uma nova condição de estabilidade, próximo do período característico da
composição de um concreto (28 dias). Com relação aos valores limites encontrados para
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a mistura de solo-RCD, os módulos de resiliências médios variaram de 182 a 242 MPa,
os máximos variaram de 229 a 295 MPa e os mínimos tiveram os seus valores dentro do
intervalo de 135 a 189 MPa.
Analisando-se a Figura 13 é possível verificar que nos primeiros 15 dias tanto o solo
puro quanto a mistura de solo-RCD apresentaram valores de MR bem próximos. Neste
contexto, durante esses 15 dias iniciais, acredita-se que o comportamento apresentado por
ambos os materiais encontra-se efetivamente influenciado pela estabilização interna asso-
ciados aos efeitos da sucção. Contudo, acima desse período, os valores do MR obtidos para
o solo puro manteve-se constante, enquanto que para a mistura de solo-RCD os valores
de MR continuaram aumentando até próximo dos 30 dias, em virtude das reações químicas
existentes entre as matrizes cimentícias e água presente na mistura, conforme descrições
já realizadas anteriormente. Diante deste cenário, percebe-se que o incremento do RCD,
junto ao solo, elevou os valores dos MR em cerca de 50 MPa, tornando a mistura em estudo
um material de melhor qualidade quando comparado ao solo puro.
Uma vez que a influência dada pelas tensões confinantes constitui-se de fatores es-
senciais nos valores dos módulos de resiliência, conforme descrições apresentadas por [11]
e [12], a Figura 14 ilustra as variações obtidas nos valores dos módulos de resiliência da
mistura de solo-RCD, em análise, em função das tensões confinantes aplicadas. Além dis-
so, como forma de se estabelecer uma relação matemática entre os módulos de resiliência
encontrados para a mistura de solo-RCD, em função das tensões confinantes aplicadas, a
Figura 15 apresenta esta tendência a partir de amostras ensaiadas com um tempo de cura
de 30 dias. É importante destacar que a escolha do período de cura de 30 dias deve-se ao
fato do módulo de resiliência da mistura de solo-RCD ter atingido seu valor de pico nas pro-
ximidades desse intervalo de tempo. Entretanto, ressalta-se que tal comportamento torna-se
representativo para todas as outras amostras ensaiadas.
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Figura 15. Variação do módulo de resiliência com a tensão confinante para amostras solo-RCD.
Diante dos resultados plotados por meio da Figura 14, fica evidente que a mistura de
solo-RCD possui uma dependência direta com as tensões confinantes atuantes, de modo
que os valores dos módulos de resiliência crescem na medida em que se eleva o nível de
tensões confinantes. Quanto ao período de cura, percebe-se uma tendência de sobreposi-
ção nas amostras ensaiadas a partir de 30 dias, justificando a influência dada pelas reações
químicas, que ocorrem internamente, com a presença de restos de concreto com matrizes
cimentícias livres.
A partir da Figura 15 chega-se a uma equação matemática representativa para a varia-
ção do módulo de resiliência em função da tensão confinante aplicada, quando das análises
realizadas na mistura de solo- RCD em estudo. Dessa forma, analisando-se a equação
encontrada é possível verificar que o nível de regressão apresentado foi de 0,9566.
Num outro aspecto, visando avaliar as tendências geradas pelos valores obtidos nos
módulos de resiliência em função da tensão desvio, a Figura 16 apresenta a relação obtida
para esses dois parâmetros, tomando como referência a média dos resultados obtidos para a
amostra da mistura de solo-RCD com o período de cura de 30 dias e considerando a tensão
confinante constante de 68,9 kPa.
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Figura 16. Relação do módulo de resiliência com a tensão desvio para a mistura de solo-RCD ensaiadas com um período
de cura de 30 dias e submetidas a uma tensão confinante de 68,9 kPa.
CONCLUSÕES
Agradecimentos
REFERÊNCIAS
1. WEINBERG, M., BETTI, R. (2011). 7 Bilhões de Oportunidades. Reportagem. Revista
Veja - Ed. 2241 - Ano 44 - nº 44. Editora Abril. São Paulo - SP. p.122-132.
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9. COSTA, J. S. (2006). Agregados Alternativos para Argamassa e Concreto Produzi-
dos a partir da Reciclagem de Rejeitos Virgens da Indústria de Cerâmica Tradicional.
Tese de Doutorado. Escola de Engenharia, Universidade Federal de São Carlos. São
Carlos - SP. 264p.
14. AASHTO - American Association of State Highway and Transportation Officials. AASH-
TO (1999). T-307 - Determining the resilient modulus of soils and aggregate materials.
16. MEDINA, J., MOTTA, L. M. G. (1988). Design of Asphalt Pavements Using Lateritic
Soil in Brazil. Solos e Rochas, vol. 11, número único, 3-9.
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Ensino
30
Modelagem e fabricação digital de recursos
didáticos: Uma proposta para qualificar o
ensino de representação gráfica do curso
de Tecnologia em Controle de Obras do
IFMT
Louise Logsdon
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Mato Grosso (IFMT)
'10.37885/230512989
RESUMO
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tridimensional. Como define Jorge Sainz (1994, p.80), “desenhar, em geral, é plasmar sobre
uma superfície plana bidimensional a imagem de um volume tridimensional com os recursos
dos sistemas de geometria descritiva e projetiva, para conseguir a transposição de três para
duas dimensões”.
Acredita-se que essa dificuldade de abstração pode ocorrer, em parte, pela aborda-
gem didática com recursos bidimensionais: explanação oral e demonstração dos planos
projetado em telões, com uso de aparelhos datashow. Mesmo a incorporação dos sistemas
CAD (Computer Aided Design) e BIM (Building Information Modeling) nas disciplinas de
representação gráfica não tem garantido a compreensão do conteúdo; ao contrário, tem di-
vidido a atenção entre o aprendizado conceitual e visual, com o operacional dos softwares.
Percebe-se, portanto, a necessidade de um maior embasamento do estudante quanto aos
planos no início das disciplinas, sendo necessário uma demonstração no ambiente físico
antes de passar ao virtual. Além disso, é de extrema importância que os estudantes explo-
rem a capacidade de abstração e espacialidade necessárias para a leitura e compreensão
de plantas e vistas ortográficas.
Para Pitano, Roqué (2015), o uso de maquete física é um recurso didático eficiente
na visualização tridimensional, que facilita a compreensão do projeto de edificações. Como
representação dos objetos – em escala reduzida, real ou ampliada – possibilita ao observador
sua manipulação, visualização e apropriação. Em um ambiente de ensino, é um instrumento
de análise e síntese. Oliveira e Malanski (2008) acrescenta que a maquete permite a inclu-
são social de pessoas portadoras de deficiência visual parcial ou total, neste caso, aplicada
com a devida metodologia.
O professor, enquanto mediador da aprendizagem, ao perceber dificuldades no proces-
so pode lançar mão de diferentes instrumentos educacionais, buscando melhorar a apreensão
do conteúdo pelos distintos perfis de alunos. Nesse contexto, este trabalho busca explorar
novas ferramentas para contribuir com o ensino-aprendizagem de leitura, interpretação e
representação gráfica de projetos de edificações, através de maquetes físicas como estímulo
ao desenvolvimento da percepção espacial dos estudantes.
A pesquisa está em andamento, sendo conduzida pela abordagem da Design Science
Research (DSR), método que se preocupa em prescrever a solução de um problema real
ou desenvolver/construir um novo artefato que seja útil para os profissionais (DRESCH;
LACERDA; ANTUNES JR, 2015). Neste caso, o artefato se traduz em modelos físicos e
digitais de edificações e sistemas construtivos (escadas, rampas, telhados, etc.), construídos
através de modelagem e fabricação digital, a fim de serem utilizadas como recurso didáti-
co, em especial nas disciplinas de desenho do curso de Tecnologia em Controle de Obras,
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podendo futuramente abranger demais componentes curriculares – como desenho estrutural
e topografia, por exemplo – e demais cursos técnicos e superiores da construção civil.
A pesquisa prevê a fase de produção dos recursos didáticos, e sua aplicação nas aulas
das disciplinas de representação gráfica. Espera-se, com isso, um ganho significativo no
processo ensino-aprendizagem, conferindo aos estudantes um conhecimento que lhes será
fundamental para o bom desempenho no curso como um todo, bem como na sua atuação
como profissionais da área da construção civil.
Além disso, os modelos digitais serão disponibilizados online para que outras instituições
do estado possam fabricar os modelos físicos e utilizá-los também como recursos didáticos.
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
MÉTODO
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ANTUNES JR, 2015, p. 57). A DS se dedica a propor como construir artefatos com pro-
priedades desejadas e que realizem objetivos específicos. É uma ciência do projeto, à qual
interessa o quê e como as coisas devem ser (SIMON, 1996).
Ao contrário das ciências tradicionais – que têm como objetivos explorar, descrever,
explicar ou fazer predições relacionadas a fenômenos naturais e sociais –, a DS tem uma
abordagem prescritiva: está orientada para gerar conhecimentos que suportem a solução de
problemas e tem como produto uma prescrição (DRESCH; LACERDA; ANTUNES JR, 2015).
Enquanto as ciências naturais estão ocupadas em entender a realidade – como e porque as
coisas ocorrem –, a DS está preocupada em desenvolver artefatos que atendam a determina-
dos objetivos, ou seja, criar coisas para servir a propósitos humanos (MARCH; SMITH, 1995).
O método que operacionaliza a pesquisa realizada sob o paradigma da Design Science
é chamado de Design Science Research (DSR) e, nesta pesquisa, estará dividida em cinco
etapas: (1) identificação do problema; (2) entendimento do tema; (3) proposição do artefato;
(4) uso e avaliação do artefato; (5) organização das contribuições.
Fonte: Os autores.
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elementos de uma edificação - como escadas, rampas, etc. A partir da identificação deste
problema, estruturou-se o objetivo geral da pesquisa.
A etapa 2, entendimento do tema, é baseada em revisão bibliográfica e análise de
documentos. Foram buscados artigos que tratam de modelagem e fabricação digital, e ana-
lisaram-se as ementas das disciplinas de desenho técnico e arquitetônico do curso de TCO,
a fim de verificar quais projetos e elementos construtivos deveriam ser trazidos em 3D para
a sala de aula, para que os estudantes pudessem visualizar e entender tanto o processo
de representação gráfica como o de construção propriamente dito. O objetivo desta etapa é
entender e definir as peças que serão fabricadas digitalmente na etapa posterior.
A etapa 3, proposição do artefato, é subdividida em pré-construção e construção.
Na fase de pré-construção, os equipamentos necessários foram adquiridos com os
recursos providos pela agência de fomento. A cortadora a laser ainda aguarda instalação,
e as duas impressoras 3D já estão em uso – a Ender Creality 5 plus (sem cabine e com
nivelamento manual) e a GTMax 3D Core H5 (com cabine fechada e nivelamento automá-
tico). Os integrantes de pesquisa aprenderam a manusear os softwares e equipamentos
necessários para a modelagem e fabricação das peças – SketchUp, Cura (para impressão
na Ender) e Simplify3D (para impressão na GTMax). Foram gravados tutoriais para serem
compartilhados futuramente.
Na fase de construção, os recursos didáticos (modelos físicos) são efetivamente cons-
truídos: as peças selecionadas na etapa 2 foram modeladas no SketchUp e posteriormente
construídas através da montagem/colagem das peças cortadas na cortadora a laser e im-
pressas na impressora 3D. No presente momento (maio de 2023), a pesquisa se encontra
exatamente nesta etapa, em que muitas peças já foram modeladas digitalmente e estão
sendo impressas e montadas.
Com as peças prontas, inicia-se a quarta etapa da pesquisa, em que os recursos
didáticos produzidos anteriormente são utilizados nas disciplinas de Desenho Técnico e
Arquitetônico, do primeiro e segundo semestre, respectivamente, do curso de TCO. Aqui,
os estudantes adquirem o conhecimento necessário para a adequada compreensão de uma
edificação e todos os seus elementos construtivos (telhados, escadas, etc), para sua pos-
terior representação gráfica – em planta baixa, planta de implantação, planta de cobertura,
cortes e fachadas – de acordo com a norma de representação de projetos de arquitetura
(NBR 6492:2021).
Por fim, na etapa 5, os resultados da pesquisa serão publicados em forma de artigos
científicos, em periódicos e eventos. Além disso, pretende-se fazer ampla divulgação da
experiência no site da instituição e no Instagram, através do perfil do grupo de pesquisa
@arqtec.mt. Os modelos digitais e o método de fabricação serão disponibilizados para
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download, para que outras instituições de ensino técnico e superior possam fabricá-los e
utilizá-los como recursos didáticos.
RESULTADOS PARCIAIS
A primeira maquete representa uma casa de 36m2, composta por 2 dormitórios, sala,
cozinha e banheiro, construída com alvenaria de 15cm e telha cerâmica com inclinação de
30%. Desta casa, foram produzidas 3 peças – 1 seção horizontal, para ilustrar a represen-
tação da planta baixa; 1 seção vertical longitudinal, para ilustrar a representação do corte
longitudinal; e 1 seção vertical transversal, para ilustrar a representação do corte transver-
sal. Ou seja, temos 3 maquetes seccionadas de formas distintas, todas na escala 1/50,
para que os estudantes pudessem entender e visualizar o que é uma planta baixa, um corte
longitudinal e um transversal.
Importante ressaltar que a modelagem para a impressão 3D se difere de uma mode-
lagem que visa uma imagem renderizada, por exemplo. Aqui, é necessário analisar como
a impressora irá fazer a impressão da peça, verificando a necessidade de dividir o mode-
lo, gerar suportes, etc. Neste caso, foi necessário imprimir partes da casa e depois colar
umas às outras.
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Figura 2. Maquete 1 da Casa Popular: (a) modelo físico pronto; (b) modelo digital seccionado no SketchUp; (c) primeira
parte da peça configurada para impressão no Cura; (d) segunda parte da peça configurada para impressão no Cura.
(b)
(c) (d)
Fonte: Os autores.
Figura 3. Maquete 2 da Casa Popular: (a) modelo físico pronto; (b) modelo digital seccionado no SketchUp; (c) primeira
parte da peça configurada para impressão no Simplify 3D; (d) segunda parte da peça configurada para impressão no
Simplify 3D; (e) terceira parte da peça configurada no Cura.
(b)
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Figura 4. Maquete 3 da Casa Popular: (a) modelo físico pronto; (b) modelo digital seccionado no SketchUp; (c) primeira
parte da peça configurada para impressão no Simplify 3D; (d) segunda parte da peça configurada para impressão no
Simplify 3D; (e) terceira parte da peça configurada no Cura.
(b)
Figura 5. Maquete do Sobrado: (a) modelo digital seccionado no SketchUp; e duas partes (b e c) das quatro que serão
impressas e montadas para confecção do modelo físico para visualização das plantas.
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desenvolver os desenhos com mais facilidade. As peças foram todas impressas separada-
mente e depois coladas.
Figura 6. Maquete do telhado: (a) modelo físico pronto, sem as telhas; (b) modelo digital seccionado no SketchUp; (c)
primeira, (d) segunda e (e) terceira parte da peça configurada para impressão no Cura.
(a)
(b)
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Figura 7. Maquete da Escada 1: (a) modelo físico pronto; (b) modelo digital no SketchUp; (c) primeira parte da peça
configurada para impressão no Cura; (d) segunda parte da peça configurada no Cura.
(a)
(b)
(c) (d)
Fonte: Os autores.
Figura 8. Maquete da Escada 2: (a) modelo físico pronto; (b) modelo digital no SketchUp; (c) primeira parte da peça
configurada para impressão no Cura; (d) segunda parte da peça configurada no Cura.
(a) (b)
(c) (d)
Fonte: Os autores.
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Figura 9. Maquete da Escada 3: (a) modelo físico pronto; (b) modelo digital no SketchUp; (c) modelo digital particionado
no SketchUp; (d) primeira parte da peça configurada para impressão no Cura; (e) segunda parte da peça configurada
para impressão no Cura.
(a) (b)
Figura 10. Maquete da Escada 4: (a) modelo físico pronto; (b) modelo digital no SketchUp; (c) peça configurada para
impressão no Cura.
Este capítulo mostrou, então, as peças que já foram fabricadas digitalmente. Demais
peças ainda serão fabricadas – em especial as rampas e demais partes do sobrado – e
todas elas serão utilizadas como recursos didáticos a partir do segundo semestre de 2023.
Nova publicação deverá ser elaborada com os resultados da aplicação destes recursos no
ensino de representação gráfica do curso de TCO.
Entende-se que o principal resultado desta pesquisa são os recursos didáticos pro-
duzidos via fabricação digital e todo seu potencial para o enriquecimento da qualidade do
curso de Tecnologia em Controle de Obras. São modelos físicos e digitais de edificações e
sistemas construtivos, produzidos em seções ou em sua totalidade, para que os estudantes
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consigam visualizá-los em 3 dimensões. Esta visualização facilita muito o entendimento da
construção do elemento em si e da sua representação gráfica, o que trará um ganho muito
relevante no ensino-aprendizagem de componentes curriculares do curso. Até o presente
momento, o foco tem sido os componentes da disciplina de Desenho Arquitetônico, mas a
produção de maquetes pode atender diversos outros como, por exemplo, desenho técnico,
estrutural e topografia. Na quarta etapa da pesquisa, quando os recursos forem efetivamente
utilizados nas disciplinas, será possível analisar a contribuição dos mesmos no processo
ensino-aprendizagem. Acredita-se que estes recursos poderão minimizar as deficiências de
ensino sentidas no período da pandemia, quando as disciplinas práticas, em especial, foram
prejudicadas pela necessidade de serem ministradas de maneira remota.
CONCLUSÃO
A fabricação digital tem se mostrado como uma boa aliada na produção de recursos
didáticos para o ensino da construção civil. A impressão na impressora 3D é lenta e, por
esta razão, não é viável pensar em uma produção em série destes recursos. Dependendo
do modelo, ele precisa ser impresso em partes separadas e depois colado, para facilitar
e otimizar a impressão e a geração de suportes. Ou seja, algum trabalho manual ainda é
necessário. De qualquer forma, agora que os modelos digitais estão prontos, pretende-se
divulgar e disponibilizar os mesmos para download, a fim de que qualquer instituição possa
realizar as impressões, montar os modelos físicos e utilizá-los como recurso didático. Espera-
se que estes recursos tragam ganhos significativos ao processo ensino-aprendizagem, em
cursos técnicos, tecnólogos e bacharelado, auxiliando na formação de melhores profissio-
nais da construção civil, com um entendimento mais preciso do ato de projetar e também
do construir. Desta forma, a pesquisa estará contribuindo para a formação de profissionais
mais capacitados na construção civil, atividade que apresenta hoje seu melhor desempenho
desde 2010 (CBIC, 2022) e, no estado de Mato Grosso, representa 4,34% do PIB, o que
equivale a e 26,6% do PIB da indústria, perdendo apenas para o setor de alimentos (dados
de 2019) (PERFIL DA INDÚSTRIA NOS ESTADOS, s.d.).
Agradecimentos
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REFERÊNCIAS
CBIC. PIB da construção fecha o ano com crescimento de 9,7%, a maior alta em 11
anos. Notícia de 04 de março de 2022. Disponível em: https://cbic.org.br/pib-da-cons-
trucao-fecha-o-ano-com-crescimento-de-97-a-maior-alta-em-11-anos/. Acesso em 18 de
maio de 2022.
DRESCH, A.; LACERDA, D. P.; ANTUNES JR, J. A. V. Design Science Research: Método
de Pesquisa para Avanço da Ciência e Tecnologia. Porto Alegre: Bookman Editora, 2015.
MARCH, S. T.; SMITH, G. F. Design and natural science research on information techno-
logy. Decision Support Systems, v. 15, p. 251–266, 1995.
SAINZ, J. Desenho e arquitetura. Revista Projeto, n.180, p.79-83. São Paulo: nov 1994.
SIMON, H. A. The sciences of the artificial. 3. ed. Cambridge: MIT Press, 1996.
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Desenho de instalações hidrossanitárias:
reflexões de ensino-aprendizagem no curso
de Tecnologia em Controle de Obras
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RESUMO
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especial, sobre a cadeira de Desenho de Instalações Hidrossanitárias, do curso de Tecnologia
de Controle de Obras.
As dificuldades observadas na disciplina, nos vários cursos, eram as mesmas de
Controle de Obras, podendo-se desta forma serem descritas. Isto ocorre no segundo item
deste texto. Posteriormente, serão colocadas as propostas de melhorias diante das dificul-
dades enumeradas no item anterior, discutindo-se cada elemento observado. Aproveitou-se
naquele momento, a motivação do recém-concluído mestrado em Educação do professor
para procurar impulsionar a disciplina. Mais adiante, traz-se os resultados obtidos com as
medidas mitigadoras aplicadas na turma de Tecnologia de Controle de Obras de 2018/1 e
demais considerações.
DIFICULDADES VIVENCIADAS:
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Mas era fácil perceber, na hora da correção, que esses discentes com dificuldades, não
haviam entendido totalmente o desenho que eles reproduziram, principalmente os desenhos
isométricos que exigiam maior compreensão e maiores estímulos.
Num mundo cada vez mais digital, alguns alunos já traziam algumas dificuldades natu-
rais das disciplinas anteriores com os desenhos manuais. Neste momento quer-se destacar
e explicar a necessidade de esboços ou croquis manuais em papel, principalmente nesta
primeira fase de aprendizado dos estudantes, sem expertise, incipiente ainda, como uma
etapa importante para apreender melhor os detalhes do projeto e utilizar estes detalhes no
dimensionamento, para então, realizar a posterior digitalização dos desenhos, que no caso
do curso de Tecnologia em Controle de Obras seria pelo programa Auto CAD.
Todos os discentes perdiam muitas horas reproduzindo os desenhos arquitetônicos
(plantas baixas), pois, eram usados como base para lançamento dos desenhos hidráulicos.
Reproduziam uma arquitetura para se fazer desenhos de instalações de água fria e outra
arquitetura para se fazer a instalações de esgoto, gerando bastante desgaste diante destas
dificuldades. E estas dificuldades se agravavam quanto mais, na preparação, quando o tema
era o já mencionados desenhos isométricos, desenhos em três dimensões, o famoso 3D.
Alguns discentes não conseguiam visualizar, ou melhor dizendo, imaginar um objeto
(tubulações) no espaço tridimensional e desenhá-los, ou melhor dizendo, copiá-los do qua-
dro era uma tarefa complexa, necessita de exercícios mentais para enxergar a realidade.
Mais uma vez a falta do laboratório se apresenta e, ali seria possível visualizar o objeto
na realidade. Sobretudo, mesmo copiando os desenhos do quadro, mesmo desta forma,
muitos discentes também não conseguiam concluir e entregar no final do semestre, todos
os desenhos de instalação de água e esgoto. Normalmente, só entregando os desenhos
de água fria, sem concluir os de esgotamento sanitário, o que impactava na avaliação dos
alunos e alunas.
Apesar de a disciplina ser denominada “Desenho” de Instalações Hidrossanitárias, não
se baseava apenas em desenhos, em sua ementa está também o aprendizado de conceitos
considerados básicos da hidráulica, como: pressão, vazão, perda de carga, entre outros.
Conceitos mínimos necessários para os discentes pudessem realizar alguns cálculos dos
dimensionamentos das tabulações e os cálculos de verificação de pressão final.
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Os conceitos eram transmitidos de forma convencional para os discentes, ou seja,
transmissão de conceitos prontos e acabados, ou seja, não estimulava o desenvolvimento
do intelecto dos estudantes. Em que, para Davydov (1982 apud LIBÂNEO; FREITAS, 2013,
p. 315), considerava “[…] insuficiente a escola que passava aos alunos apenas informação
e fatos isolados”. Pois,
Para tanto, Davydov (1982) propõe um método de ensino que entende ampliar a ativida-
de de pensar por meio da formação histórica de conceitos relacionados ao objeto científico, ou
seja, estudar a epistemologia de constituição desse objeto, incentivando o desenvolvimento
mental dos discentes. Para o autor, estas características não são dadas biologicamente, mas
pela relação simbólica do indivíduo com os objetos do conhecimento, e o autor lembra que
os conceitos não são eternos. Trata-se da teoria do ensino desenvolvimental de Davydov
(1982) que será discutida mais adiante.
Mas de todos os aspectos observados neste item, o que mais causou perplexidade ao
autor deste texto, era o fato de que existia um comércio de projetos entre os alunos. Os que
aprenderam e se saíram bem na disciplina, eram procurados pelos alunos que tinham di-
ficuldades para que no final do semestre, no caso do curso de Tecnologia de Controle de
Obras, obtivessem os projetos prontos. A tentativa era enganar o professor, mas de fato
engava os próprios discentes que perdiam a oportunidade de aprender e de desenvolver seu
intelecto, a sua capacidade profissional, a qual é um dos objetivos do curso. Isto se tornou
a gota d´água, algo precisava ser feito em prol do ensino-aprendizagem na disciplina.
Faz-se importante destacar que as melhorias que foram propostas, não têm nenhum
intuito punitivo, e sim, têm intuito de tentar melhorar o quadro do ensino-aprendizagem dos
discentes na disciplina, do curso de Tecnologia de Controle de Obras, mesmo quando a
proposta for vista como impopular. Mas, na verdade, têm nelas muita dedicação, comprome-
timento e carinho pela aprendizagem de todos os estudantes, na tentativa de transcender o
papel do educador em prol da produção da aprendizagem dos alunos e alunas.
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Ao passo que, quando as propostas de melhorias forem sugeridas neste item, serão
também descritas as motivações, as razões, as justificativas pelas quais se definiu por elas.
Trata-se de um olhar crítico-reflexivo sobre a realidade educacional da disciplina, alvo deste
texto, para gerar a oportunidade duradoura do “[…] desenvolvimento e transformação pro-
gressiva das capacidades intelectuais dos alunos em direção ao domínio dos conhecimentos
e habilidades, e sua aplicação” (LIBÂNEO, 2013, p. 84).
As melhorias e a organização do ensino que se propõem, têm como base também no
que Franco (2015) explica:
[...] uma aula só se torna uma prática pedagógica quando ela se organiza em
torno: de intencionalidades, de práticas que dão sentido às intencionalidades;
de reflexão contínua para avaliar se a intencionalidade está atingindo todos;
de acertos contínuos de rota e de meios para se atingir os fins propostos pelas
intencionalidades (FRANCO, 2015, p. 605).
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interdependência, na qual o autor considera que: “A essência de um grupo não é a semelhan-
ça ou a diferença entre seus membros, mas a sua interdependência” (LEWIN, 1985, p. 100).
A interdependência dos membros de pequenos grupos à tarefa como essência, nos
levou a acreditar nos grupos e aplicar esta situação em sala de aula. A dinâmica de grupo
pode também influenciar e dar solução a outro problema descrito no item anterior, a não
conclusão de todos os desenhos (água e esgoto) do semestre. Acredita-se que com 03
(três) alunos alinhados nas tarefas, desenhando um projeto único, será mais eficiente do
que alunos desenhando individualmente todo um projeto, mesmo que este projeto seja um
pouco diferente daquele feito no quadro pelo professor, como ocorre no mundo do trabalho.
E o fato de pensarem seus próprios projetos coletivamente, estimulará os estudantes a
desenvolverem individualmente seus intelectos, na busca das soluções da tarefa proposta.
Tem-se então, a transformação de uma atividade mecânica e individual em uma atividade
coletiva, mais atrativa e que inspira os alunos e alunas a pensarem coletivamente na solu-
ção daquela tarefa. O ganho intelectual, através do desenvolvimento mental, possibilitará
os estudantes dar soluções a outras tarefas, similares ou não, na vida laboral e pessoal,
educando-os para a vida.
Para Davydov (1982), o objetivo principal da atividade de ensino é o pensamento
teórico, sendo que é por meio de uma apreensão ampla da realidade mais concreta, numa
linguagem mais inteligível, que se estrutura o pensamento através da formação histórica de
conceitos, a partir da compreensão dos elementos essenciais do objeto do conhecimento
e, por consequência, o desenvolvimento psíquico do estudante.
Com o fechamento do laboratório de instalações hidrossanitárias, já mencionado no
item anterior, a sugestão foi levar para a sala de aula a grande maioria das peças e cone-
xões hidráulicas, tanto de água como de esgoto, as quais seriam desenhadas pelos discen-
tes. O intuito é que os alunos tenham sempre contato com a realidade dos objetos, deste
modo, o objeto do projeto terá mais significado aos discentes. Outras peças foram possíveis
de serem observadas em uma apostila que foi adotada, de fácil acesso na internet e com
linguagem simples, e com modelo de cálculos adequados aos alunos do curso, baseado
em uso de tabelas.
A apostila adotada, também vem ao encontro da questão da dificuldade que alguns
alunos têm com os desenhos em três dimensões, pois, a apostila contém vários desenhos
hidráulicos em isométrica. Outro ponto sugerido para dar solução a questão dos desenhos
em três dimensões, é a demonstração, através de projetor, de isométricas, com uso dos
programas do Auto Cad e do Revit, aproximando o aluno da realidade mesmo que vir-
tual. No final do semestre os alunos poderiam utilizar a sala de computadores para digitalizar
os projetos desenhados.
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Nas discussões que haveriam entre o professor e o grupo, era necessário que o grupo
fizesse um desenho a mão livre do objeto, e caso fosse encontrado algum erro pelo professor,
após orientação, o grupo voltava a se reunir até que encontrar as soluções e passar por nova
discussão como o professor. Somente posterior a esta etapa que eles iriam realmente fazer
o croqui em escala a ser entregue junto ao projeto. O desenvolvimento mental e intelectual
dos alunos também está incluso nesta atividade e a importância dos croquis manuais que
ressaltamos no item anterior.
Para evitar a perda de tempo dos alunos em fazer por duas vezes o projeto arqui-
tetônico, organizou-se os desenhos da arquitetura em formato A4 das áreas molhadas
(banheiros, cozinha e área de serviço) em escala apropriada para visualizar detalhes em
planta e isométricos, entregues prontos para os alunos. Pois, o que importa nesta disciplina
sempre será o aprendizado das instalações hidrossanitárias, não havendo necessidade de
redesenhar arquitetura.
Outro aspecto sugerido sobre os desenhos, foi que os alunos apenas desenhariam em
sala de aula, não mais levariam os desenhos em desenvolvimentos para casa. O intuito é
principalmente acabar com aquele comércio de desenhos entre os alunos, e ainda, facilitar o
acompanhamento do desenvolvimento dos projetos em sala. Os alunos seriam obrigados a
fazer seus desenhos, sendo um projeto por grupo. Medida que pode ganhar impopularidade
entre os alunos que não gostam de desenhar, mas se tornou necessária. Em contrapartida,
os alunos estariam trabalhando em grupos.
Sem o laboratório de Instalações Hidrossanitárias, ficou complexo trabalhar conceitos
próximos à realidade, pois, no laboratório poderiam ser feitas demonstrações de pressão,
vazão, perdas de cargas, entre outros, o que facilitaria a compreensão ativa para aqueles
alunos com dificuldades. Segundo Varella (2018), o método de ensino tradicional, concepção
dogmática do conhecimento, um ensino asséptico, não mais atende os objetivos da escola
nos dias atuais, pois, a nossa sociedade é muito dinâmica, e está em constante mudança,
novas tecnologias estão surgindo o tempo todo.
É possível apresentar contribuições da teoria do ensino Desenvolvimental para o pro-
cesso de formação do pensamento teórico dos conceitos científicos da disciplina de Desenho
de Instalações Hidrossanitárias. A teoria do ensino desenvolvimental de Davydov (1982)
representa o desdobramento e aplicação pedagógica da teoria histórico-cultural formulada
por Vygotsky (1991), particularmente no que diz respeito às relações entre educação e de-
senvolvimento humano.
Davydov (1982) tem como eixo central a relação entre o modo pelo qual o professor
organiza um plano de ensino, estruturando as bases lógico-psicológicas da disciplina envol-
vida, a partir dos conceitos científicos a serem aprendidos e o desenvolvimento das funções
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mentais dos estudantes. Ao decorrer deste item conseguimos estabelecer essa relação
reestruturando o ensino para melhorar a aprendizagem.
Em outras palavras, para Libâneo (2004 apud VARELLA, 2018) o cerne da teoria do
ensino Desenvolvimental é o ensino voltado para a formação de conceitos, mas, não conceito
como definição, e sim como uma ferramenta mental, no cognitivo, aprendendo pensar teori-
camente, que o aluno poderá utilizar no futuro para a solução de novos problemas, em que
o conteúdo é compreendido por ele de forma ampla, pois, participa da formação/construção
do conceito em sala, partindo do algum conhecimento prévio do conteúdo, já que trata-se
de alunos de curso superior, e não simplesmente memorizar, o conceito pronto e acabado.
No próximo item, sobre os resultados observados, será apresentada, descrita, uma aula
com aplicação do ensino desenvolvimental, para a construção do conceito de pressão com
os discentes. Embora tenha sido utilizada para todos os conceitos científicos da disciplina, se
mencionado apenas a aula sobre pressão para não se alongar muito com os outros conceitos.
RESULTADOS OBSERVADOS
Apesar de toda dedicação, nem todas as sugestões propostas tiveram êxito ou pude-
ram ser aplicadas conforme planejado, por exemplo: não foi possível em tempo hábil para
os alunos concluírem todos os desenhos de esgoto juntamente como os de água, e ainda,
digitalizarem os projetos desenhados, devido ao fato de os alunos trabalharem, nesta tur-
ma, individualmente. Apenas 3 alunos de 7 compareciam a aula e fizeram a disciplina. Não
sendo possível montar grupos, optou-se por trabalhos individuais com os 3 alunos, mas eles
podiam interagir uns com os outros.
Observou-se que desenharam mais das instalações hidrossanitárias que os alunos de
outras turmas que perdiam tempo redesenhando a arquitetura. Observou-se que a prepa-
ração da arquitetura das áreas molhadas em formato A4, entregue pronta para eles, ajudou
sobremaneira, pois, não perderam tempo em redesenhar a arquitetura e foram mais além
nos desenhos que o “normal”, aprendendo melhor inclusive os desenhos isométricos, mesmo
sendo os desenhos deles um pouco diferentes dos apresentados pelo professor, tiveram que
pensar nos seus projetos. O contato com as peças e conexões hidráulicas em sala de aula,
também favoreceu os alunos, pois, suprimiu, de certo modo, a falta do laboratório. Ainda
houve tempo para ver os cálculos de forma mais detalhada.
Realmente apreenderam fazer os dimensionamentos como eles desejavam desde o
princípio da disciplina, alinhando, deste modo, seus objetivos e intencionalidades com a
disciplina. O uso da apostila contribuiu para este êxito, pois, além linguagem da teoria estar
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bem acessível, os modelos de cálculos eram baseados em tabelas, de uso mais fácil para o
dimensionamento. Entretanto, não foi possível concluir o cálculo de verificação da pressão
final, que pode ser resolvido com pequenos ajustes no planejamento. Em contrapartida,
conseguiram absorver o conteúdo de dimensionamento visto de forma significativa.
A dinâmica de discutir a tarefa entre si, fazer rascunhos, e depois discutir com o pro-
fessor, também tornou a aula, desta forma, mais estimulante e vibrante para os alunos,
eles próprios enxergavam a evolução das tarefas, que tão breve encontravam as soluções
e partiam para o desenho definitivo a ser entregue junto ao projeto completo no final do
semestre, pois, tinham confiança e domínio do conhecimento apreendido.
A seguir tem a descrição de uma aula sobre Pressão, para os alunos do curso de
Tecnologia de Controle de Obras, aplicando a teoria de ensino Desenvolvimental:
Alunos: Professor, lembro na Física que Pressão é uma força aplicada em uma
área.
Professor: Muito bem! Bem lembrado! Mas a Força aplicada em uma Área, viram
também em qual outra disciplina?
Professor: Muito bem! Lá nas Estruturas a Força sobre uma Área é aplicada em
uma matéria em que estado físico?
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Professor: Sim, desta forma causa dúvida realmente. Mas imaginem aplicando uma
força sobre uma área de água, por exemplo dando um soco na superfície da água,
o que acontece?
Alunos: A água se movimenta. Mas acho que não é pressão igual nos sólidos.
Professor: Vou ajudar vocês lembrarem como funciona a pressão na água, nos
líquidos. Observem esta imagem (Figura 1) de dois mergulhadores no mar, ambos
na horizontal, um a 10m e outro a 20m da superfície do mar.
Professor: Quer ver como vocês sabem? Qual dos mergulhadores está sofrendo
maior Pressão da água?
Alunos: Porque ele tem uma camada de água maior sobre o corpo dele, tá mais
profundo que o que está a 10m.
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Professor: Correto, tem duas coisas interessantes em suas respostas, vamos por
partes. Primeiro ao invés de “camada de água” podemos imaginar uma “Coluna de
água” em cima do corpo dos mergulhadores?
Professor: No mergulhador que está a 10m temos uma Coluna d´água de quantos
metros?
Professor: Sim, diferente um pouco, embora todas elas são unidades de Pressão.
Mas agora voltando à resposta de vocês, falta corrigirmos uma coisa. Ao invés de
“profundidade”, que outra grandeza física podemos utilizar no nosso caso? Por
exemplo, eu tenho 1,75m de?
Alunos: Altura.
Professor: Isso! Não usamos “profundidade” para falar de pressão nos líquidos,
consideramos que a Coluna d´água é uma Altura. Por tanto, a Pressão na água
depende apenas da?
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Percebe-se como é fácil de entender e simples a utilização do ensino Desenvolvimental,
e o quanto ele propicia ao estudante participar na formação dos conceitos científicos na sala
de aula, tendo o professor apenas o papel de mediador. Percebe-se ainda que o professor
não responde a nenhuma questão posta pelos alunos, e sim, estimula os alunos a pensarem
e se desenvolverem como seres humanos capazes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para começar, pode-se registrar que a média final desta turma de Tecnologia de
Controle de Obras 2018/1, ficou entre 8,5 e 9,0. Superando outras turmas da mesma dis-
ciplina em outros cursos. Sem contar o desempenho e assimilação excelentes na relação
ensino-aprendizagem, logrando êxito com a aplicação da apostila e demais medidas suge-
ridas. E às poucas medidas que não obtiveram êxito, basta alguns ajustes a serem feitos
nos próximos semestres.
Deve-se ainda utilizar as medidas nas outras turmas de Instalações Hidrossanitárias
de outros cursos, inclusive o ensino desenvolvimental aplicado na turma para aprendizagem
dos conceitos técnicos, ocorrendo conforme afirmou Vygotsky (1991), os alunos interagiram
a partir de sua zona de desenvolvimento real e, coletivamente ampliaram esta zona e a zona
de desenvolvimento próximo (ou proximal). Em outras palavras, a zona de desenvolvimento
proximal é uma zona potencial de desenvolvimento. Quando o desenvolvimento real aumen-
ta, a proximal se amplia. Fazendo uma comparação, é como se fosse o horizonte. Nunca
alcançamos a capacidade máxima, mas sempre caminhamos neste sentido.
O texto sobre relatos de experiências com ensino-aprendizagem numa disciplina téc-
nica, em um curso da educação profissional, mais precisamente no curso em Tecnologias
de Controle de Obras, tem sua importância no contexto proposto no livro, pois, entende-se
que o ensino-aprendizagem é imprescindível para o curso técnico e, portanto, suas melho-
rias, também se tornam, contribuições importantes para a construção civil. E a partir disto,
pensar o curso, ou imaginar, como estará daqui a mais 20 anos.
Agradecimentos
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e parceiro de artigos professor doutor Tadeu João Ribeiro Baptista. Encerro com agradeci-
mentos aos músicos da banda Legião Urbana, que sempre nos inspiram.
REFERÊNCIAS
1. DAVYDOV, V. V. Problems of developmental Teaching – The experience of theoretical
and experimental psychological research. Problemas do ensino desenvolvimental: A
experiência da pesquisa teórica e experimental na psicologia. Tradução de José Carlos
Libâneo e Raquel A. Marra de Madeira Freitas. Revista Soviet Education, v. XXX,
n. 8, 1982.
7. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 4ª. ed. São Paulo: Martins Fontes,
1991.
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A formação profissional entremeada por
saberes tecnológicos e práticos com base
no Sistema Light Steel Frame
'10.37885/230512984
RESUMO
A pesquisa sobre sistemas construtivos em Light Steel Framing (LSF) dentro do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso IFMT, trata do conhecimento
científico e prático entre o saber/apreender e o agir para a construção social da ação, o desen-
volvimento da emancipação e da transformação social sobre o sistema construtivo LSF, sendo
utilizado como estímulo aos discentes propensos a trabalhar na área da Engenharia Civil.
Devido à substancial demanda por habitações, à crescente busca por qualidade, à ne-
cessidade de se reduzir o tempo de construção e à redução de custos, tem-se aberto espaço
para o crescimento do Sistema LSF no mundo do trabalho da construção civil brasileira,
pois ele traz alguns conceitos que se destacam, como a não utilização de água, a susten-
tabilidade alcançada pelo aço, a leveza da estrutura, a rapidez construtiva, a otimização e
o não desperdício de materiais. No entanto, ainda há certa resistência cultural em diversos
segmentos da sociedade, por construções com perfis de aço leve e com lajes secas.
É certo que discursos contrários a essa nova tecnologia construtiva continuem a cir-
cular, mas é certo também que esse panorama vem se alterando dia a dia, pois o Sistema
LSF traz alternativas que superam alguns dos sistemas construtivos convencionais – que
comumente produzem elevado desperdício e utilizam produtos menos sustentáveis.
Considerando a importância de se promover no espaço de formação profissional tec-
nologias diferentes, uma maior divulgação desse sistema (não apenas no espaço comercial)
foi requerida nesta pesquisa, de forma a inserir, atualizações da construção civil no Campus.
Tratou-se de um projeto de pesquisa, que foi financiado pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT), por meio do Edital n°005/2021 “Mulheres
e Meninas da Computação, Engenharia e Ciências Exatas e da Terra”, com o apoio do IFMT
Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
A pesquisa pretendeu o desenvolvimento educacional de discentes de cursos da referida
área profissional por meio de ações teórico-práticas fundamentadas no sistema construtivo
de LSF, a fim de que eles possam atuar de forma eficiente e inovadora na construção civil
em Mato Grosso; promovendo, assim, melhorias socioeconômicas tanto para si quanto para
o seu entorno familiar e social.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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especificamente com vistas ao aumento das práticas profissionais ligadas à Engenharia
Civil e ao trabalho feminino.
Tem-se, desse modo, um tipo de pesquisa que foi construída ao longo do processo de
realização da investigação e, consequentemente, seus dados foram coletados na medida em
que eles surgiram no dia a dia da ação dos envolvidos – sejam eles os que intencionalmente
a propuseram, ou os que foram o alvo principal para promover transformações sócias, a
partir do desenvolvimento de conhecimentos teóricos e práticos (THIOLLENT, 2011; DEMI,
2015; SANTIAGO, 2012).
O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do IFMT aprovou o projeto por meio de seu
Parecer N° CAAE: 2 50526321.5.0000.8055, após submissão na Plataforma Brasil.
Desta forma, pesquisadores e discentes dos cursos superiores de Tecnologia em
Controle de Obras e Construção de Edifícios, e do Ensino Médio Integrado e do subsequen-
te em Edificações e Agrimensura do IFMT Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva
trabalharam no agir, por meio de pesquisa bibliográfica, de um curso de formação prático
específico e da montagem de um protótipo de laboratório de construção a seco no sistema
construtivo em LSF. Para isso, a pesquisa vinculou resultados dos estudos teóricos às rea-
lizações práticas (FAZENDA, 2010; SEVERINO, 2010; POMARO e CARREGARI, 2015).
A pesquisa foi executada em quatro etapas: (i) Preparação dos recursos materiais
e humanos do projeto; (ii) Elaboração de questionário e sua aplicação; (iii) Realização de
cursos de formação; e (iv) Finalização do protótipo e da pesquisa. Pré e pós análises de
dados gerados pela aplicação de questionário diagnóstico, após as etapas de pesquisa e
confecção do protótipo.
O local de investigação foi o próprio IFMT – Campus Cuiabá, onde ocorreram os treina-
mentos teóricos e práticos com todos os discentes participantes da pesquisa, do Departamento
de Infraestrutura DINFRA e do departamento de Engenharia Elétrica e Automação DEEA.
RESULTADOS
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resumos expandidos; (ix) apresentações orais em eventos como Jenpex 2022 e os Fóruns
da Pós-graduação do IFMT em 2021 e 2022; (x) minicursos de 3 horas na Construgeo 2022;
(xi) pitch´s, vídeos e áudios; (xii) banners; (xiii) ‘post’ para divulgação do projeto nos grupos
de WhatsApp, para maior adesão dos participantes quanto ao questionário aplicado; (xiv),
camisetas para a equipe e (xv) um carrossel para divulgação no site do IFMT campus Cuiabá
e no Instagram do IFMT, bem como, da FAPEMAT. A Figura lembra momentos vivenciados
durante a pesquisa.
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Por fim, a importância do tema de pesquisa foi revelada desde o início, pois foi reco-
nhecido pela primeira dama do estado de Mato Grosso e escolhido como um dos projetos
para seu amadrinhamento. Eis um olhar significativo e que destacou o quanto é necessário
o fomento de pesquisas frente ao desenvolvimento discente feminino; além da importância
da interdisciplinaridade em prol da formação profissional do IFMT no Estado de Mato Grosso.
DISCUSSÕES
CONCLUSÃO
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sonhada formação profissional interdisciplinar e entrelaçada com os saberes tecnológicos
voltadas para o trabalho.
Nesse ínterim, essas considerações são apenas o início de um processo investigativo
que vislumbra grandes e possíveis transformações no olhar dos participantes, ao fornecer
um caminhar mais seguro a eles, como discentes de áreas como a construção civil, dentro
do enfrentamento que terão ao serem egressos dos cursos de formação técnica profis-
sional. Desse modo, importantes contribuições serão dadas à sociedade mato-grossense
nos próximos anos.
Agradecimentos
REFERÊNCIAS
1. BARBIER, R.. Pesquisa-ação e educação: compartilhando princípios na construção
de conhecimentos e no fortalecimento comunitário para o enfrentamento de proble-
mas. Revista Educação e Sociedade. 34 (122). 2013. https://doi.org/10.1590/S0101-
73302013000100009
5. FAZENDA, I.. Metodologia da Pesquisa Educacional. 12 ed. São Paulo: Cortez, 215p.
2010. ISNB 978-85-249-1638-0.
7. FREIRE, P. Política e educação: ensaios / Paulo Freire. 5 ed. - São Paulo, Cortez, 2001.
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8. FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA, Maria; RAMOS, Marise (org.). Ensino Médio In-
tegrado: concepção e contradições. São Paulo: Cortez, 2012.
10. GADOTTI, M. Educação de jovens e adultos: teoria, prática e proposta. 12. ed. São
Paulo: Cortez Editora. 2021.
13. GIL, C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2009.
15. KUENZER, Acácia Z. (Org.). Ensino Médio: construindo uma Proposta para os que
vivem do Trabalho. 5 ed. São Paulo: Cortez, 2007.
16. LIBÂNEO, José C. As teorias pedagógicas modernas revisitadas pelo debate contem-
porâneo na Educação. In: Libâneo, José C.; Santos, Akiko. (Org.). Educação na era
do conhecimento em rede e transdisciplinaridade. 1ed.Campinas (SP): Alínea, 2005,
n. 1, p. 19-62.
19. SANTIAGO, A. K.. Steel Framing: arquitetura. Série Manual de Construção em Aço.
2°ed. 151p. 2012. ISBN 978-85-89819-32-9.
20. SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 24 ed. 319p. São Paulo: Cortez,
2016. ISBN 978-85-249-2448-4.
21. THIOLLENT, M.. Metodologia de Pesquisa-Ação. 18ed. 136 p. São Paulo: Cortez,
2011. ISBN 978-85-249-1716-5
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Metodologias ativas na construção de
projetos de pesquisa: um estudo de caso
em dois cursos superiores do departamento
de infraestrutura
'10.37885/230513003
RESUMO
O presente trabalho apresenta o relato de experiências sobre a didática proposta nas dis-
ciplinas de Metodologia Científica, TCC 1 e TCC 2, aplicada nos cursos superiores de
Tecnologia em Construção de Edifícios e Tecnologia em Controle de Obras, do Departamento
de Infraestrutura (DINFRA), do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia – campus
Cuiabá - Octayde Jorge da Silva, cujo objetivo tem sido estimular a produção acadêmica
dos alunos e a construção de suas próprias pesquisas que resultarão no trabalho de con-
clusão de curso. O relato também apresenta como esta didática que tem como proposta
o uso das metodologias ativas, tem refletido no processo de ensino e aprendizagem dos
acadêmicos e inclusive, melhorado o número de alunos que conseguem concluir o curso.
Com uma abordagem qualitativa, foram coletados depoimentos de alunos egressos e que
cursam a disciplina, além de um levantamento junto da secretaria do número de formandos
dos últimos 7 anos. Conclui-se que a proposta possibilita uma aprendizagem significativa
aos acadêmicos, revelando-se necessária para a formação integral dos envolvidos e mos-
trando-se positiva para a sua utilização no Ensino Superior.
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pesquisas, reflexões, análises constantes e correções das suas ações” (UZUN, 2021, p. 154).
Entendemos aqui as metodologias como grandes diretrizes, que podem orientar os processos
de ensino e aprendizagem, e que se materializam por meio de estratégias, abordagens e
técnicas que venham ao encontro das necessidades do aluno e os objetivos do professor.
Na dinâmica adotada para se buscar sanar as dificuldades observadas nos dois cursos
de tecnologia em questão, as metodologias ativas se constituíram na possibilidade de se
contemplar os objetivos do DINFRA e dos alunos de Tecnologia em Controle de Obras e
Construção e Edifícios e mostrou-se positiva na construção do processo de ensino e apren-
dizagem não só na disciplina de metodologia científica bem, como nas disciplinas de TCC1
e TCC2 que posteriormente também me foram entregues e que resultaram neste relato de
experiências. O objetivo deste relato é compartilhar um pouco desta vivência, seus limites
e possibilidades até o presente ano.
O IFMT tem como um de seus objetivos, contribuir não só para a formação profissional
dos seus alunos como também para “a ampliação do conhecimento científico em diferentes
áreas do conhecimento, por meio de pesquisas desenvolvidas por servidores e docentes
das diferentes áreas de ensino” (IFMT, 2018, p.112). Neste sentido, a pesquisa está como
um dos princípios fundamentais da instituição, promovendo um constante processo de ação-
-reflexão-ação com a realidade institucional, regional e nacional.
Partindo desse princípio, entende-se que disciplinas voltadas para a investigação cien-
tífica e a produção do TCC tem um papel que vai muito além do que é exposto no PPC dos
cursos, onde se exige basicamente os modelos de projetos, artigos e o uso adequado das
normas técnicas utilizadas (ABNT). Mais importante do o que será trabalhado na disciplina
está o como isso será trabalhado. É preciso ensinar o aluno a pesquisar. Entretanto, muitas
são as dificuldades.
Muitos alunos ao se depararem com a disciplina chegam assustados, com medo de
não conseguir terminar o curso, com medo de não conseguir escrever o artigo e com bas-
tante resistência para a leitura e a produção da escrita. Colaborando para esta discussão,
Motta (2010), afirma que este tem sido um problema recorrente no Ensino Superior e que
tem relação com o modelo de escola no qual fazemos parte.
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para cumprir obrigação, é a pior situação possível. Em geral se fornece um
modelo formal, solicitando-se reflexões sobre o tema dado, isto é, a estrutura
sintático-semântica não decorre da reflexão sobre o tema, e sim o contrário:
junta-se um emaranhado de fragmentos de reflexão, ou frases desarticuladas
(Motta, 2010, p. 02).
Com o objetivo não só ensinar metodologia científica, mas de ir ao encontro das neces-
sidades dos estudantes e de ajudá-los a desenvolver todo o seu potencial, comecei a fazer
uso das metodologias ativas na sala de aula. Centradas na participação efetiva e ativa dos
estudantes, as metodologias ativas envolvem
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o seu potencial (Idem). Na proposta metodológica das disciplinas de pesquisa ministradas,
após o aluno definir e delimitar o seu tema e o campo de pesquisa inicia-se um processo
de construção de um projeto de pesquisa que posteriormente irá orientar e direcionar todo
processo de investigação, motivando-os para que leiam, investiguem, reflitam e caminhem
para a finalização do curso e a tão sonhada colação de grau.
O processo inicia com a disciplina de Metodologia Científica, onde inicialmente contex-
tualizo o universo conceitual da pesquisa e a sua importância para a sociedade no decorrer da
história. Após este primeiro trabalho, que dura cerca de dois a três encontros, iniciamos um
processo de cada um produzir a sua pesquisa e então os alunos precisam definir e delimitar
um tema que gostariam de explicar para que cada um construa o seu pré-projeto. É explicado
aos alunos que este pré-projeto continuará a ser trabalhado na disciplina de TCC1 e TCC2
e que, portanto, a escolha do tema é muito importante. As partes do projeto são explicadas
e orientadas parte a parte, em sala de aula, onde é explicitada cada item do projeto e o alu-
no, utilizando seu tema busca tentar fazer. Os alunos executam cada etapa, no seu próprio
ritmo, tirando as dúvidas com o professor e voltando e avançando no processo sempre que
preciso. A disciplina culmina com a entrega deste pré-projeto que contém objetivos, problema
e hipótese, referencial teórico, metodologia, cronograma e referências bibliográficas.
Ainda neste processo, questões diversas são trabalhadas como formatação, leitura,
concordância verbal, escolha adequada do tema, disposição das idéias, como fazer citações,
plágio e normas da ABNT. Esta personalização da aprendizagem exige maturidade, autono-
mia e muita motivação do aluno, neste sentido, um dos papéis principais neste processo foi
também o estímulo aos alunos, o encorajamento, fazendo com que eles enxergassem seu
crescimento. Muitos pensam em desistir logo que se deparam com as primeiras dificulda-
des, mas com o trabalho realizado prosseguem e superam esta etapa. Neste sentido, esta
dinâmica de construção dos projetos de pesquisa contribui não só para a construção do
TCC como também para o desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais.
Destaca-se ainda que, neste processo, os alunos também discutem em grupo e podem
auxiliar o colega na construção de seus objetivos e hipóteses, atuando sozinhos e também
em equipe. Todos são avaliados de acordo com seu desempenho durante o processo e na
entrega do pré-projeto de pesquisa.
Na disciplina de TCC1 o aluno traz seu pré-projeto e a primeira atividade é apresentar a
todos os colegas, organizando um Power point. Após este momento é vez então de revisitar
seu documento e reconstruí-lo verificando se a metodologia atende os objetivos e problema
central da pesquisa além de analisar o referencial teórico construído e acrescentar mais
leituras. Neste processo, além desenvolverem as habilidades da primeira disciplina, apren-
dem também a realizar o fichamento das obras pesquisadas e montarem os instrumentos
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de pesquisa (questionários, entrevistas, planilhas para ensaios no laboratório etc.). A disci-
plina culmina com a entrega do projeto de pesquisa. Já a disciplina de TCC 2 o aluno deve
executar todo seu projeto, organizar os dados e elaborar o artigo científico, juntamente com
o seu orientador.
Nos cursos ligados a construção geralmente não damos tanta importância nas ma-
térias de elaboração de pesquisa e desenvolvimento de relatórios, entretanto, são
matérias indispensáveis, pois nos auxiliam na formação acadêmica e também na
vida profissional, pois nos dão amparo para elaboração de relatórios, projetos e pes-
quisas. São materiais que nos ensinam como buscar conhecimento, como descrever
esses conhecimentos e até mesmo como organizá-los dentro dos textos (aluno 01).
A disciplina me ajudou de várias formas, pois me fez enxergar que nem tudo ocorre
no campo. Expandiu meu conhecimento devido às pesquisas que eram necessárias
e hoje utilizo no dia a dia seja para fazer um relatório, um orçamento, uma ata etc.
Sem a disciplina eu teria uma dificuldade maior para fazer um artigo ou TCC. A disci-
plina foi o começo de tudo, onde foi abrindo um leque de idéias e guiando como um
passo a passo para a criação do meu artigo. Quem leva a disciplina a sério conse-
gue entender a importância da mesma. É o primeiro contato de muitos que atuam e
estudam na área da construção civil com essa parte teórica, que querendo ou não
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também é de extrema importância na nossa rotina (egresso 01).
Pelo fato de morar área considerada zona rural, tive um ensino médio fraco... eu tinha
muita dificuldade na leitura e na escrita, mas já consigo sentir uma grande melhoria
nesse sentido com a matéria de metodologia científica (aluno 02).
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Sou graduada em tecnologia em controle de obra e especialista em Docência para
a Educação Profissional e Tecnológica (DocentEPT. A matéria de metodologia cien-
tífica foi essencial na minha formação inicial, porque sempre tive dificuldade em es-
crever o que tinha aprendido de forma que as pessoas entendessem o que estava
tentando dizer.
As atuais pesquisas da neurociência cada vez mais tem dado ênfase à singularidade
que é o processo de aprendizagem para cada ser humano. Cada indivíduo aprende o que
é mais significativo diante de sua experiência de vida, ou seja, o que lhe gera mais cone-
xões cognitivas e emocionais. Neste movimento que as práticas adotadas na disciplina de
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metodologia científica e depois ampliadas na disciplina de TCC I e TCC II acabam por ser
mais consistentes pois partem de um assunto que é do interesse de cada aluno. O trabalho
de finalização do curso acaba então tendo mais sentido e sendo resultado de um processo
de amadurecimento de todos envolvidos.
Como podemos observar nos relatos apresentados, a partir do momento que o apren-
dizado tem sentido para o aluno e se torna útil, as barreiras do medo da escrita se rompem.
Outra questão observada nos relatos é alguns alunos afirmam ter continuado utilizando o
que foi aprendido em outras esferas da vida como seleções, especializações e trabalho,
gerando assim novas práticas com o conteúdo.
Por fim, pode-se dizer, que as práticas ativas, adotadas nas disciplinas de metodologia
de pesquisa, TCC1 e TCC2 têm contribuído de variadas formas com os alunos do curso
de Tecnologia em Controle de Obras e Tecnologia em Construção de Edifícios. No entan-
to, elas não resolvem todos os problemas de ensino, nem garantem que todos envolvidos
aprenderão significativamente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse relato não teve a pretensão de compartilhar uma experiência de prática docente
pronta e finalizada nos cursos do DINFRA, mas que muito ainda pode ser melhorada. Toda
metodologia de aprendizagem precisa ser revisitada, discutida e estar aberta à reflexões e
feedbacks constantes, à autoavaliação e à avaliação de professores e alunos envolvidos.
Por mais promissora que seja, a metodologia em si, não transforma sozinha a turma, ela
precisa se materializar junto de uma série de mediações que antes só existiam no ideal do
professor e isso exige também uma boa dose de disponibilidade intelectual e afetiva de
todos envolvidos.
Como nos auxilia Moran (2018), as metodologias ativas mais adequadas são aquelas
relacionadas às necessidades dos alunos, aos seus projetos e expectativas. Se o aluno cons-
tata que o que ele aprende o ajuda a avançar e de alguma maneira a viver melhor, direta ou
indiretamente ele acaba por se envolver mais. Entretanto isso nem sempre é tão simples e
uma só forma de trabalho pode não atingir todos alunos e fazer com que se responsabilizem.
Neste sentido seguimos o desafio, já obtivemos um melhor resultado na produção acadê-
mica dos nossos alunos nos últimos anos, mas ainda seguimos longe do que seria o ideal.
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REFERÊNCIAS
1. BACICH, L & MORAN, J. (Orgs). Metodologias Ativas para uma educação inova-
dora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
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SOBRE O ORGANIZADOR
Marcos de Oliveira Valin Jr
Professor no Departamento de Infraestrutura do IFMT, Regime de Dedicação Exclusiva, concursado
em 2012. Doutor em Física Ambiental (Linha Análise e modelagem microclimática de sistemas
urbanos) pela UFMT em 2019 e Graduação em Tecnologia em Controle de Obras pelo IFMT em
2010. Atuação nos níveis do Ensino Médio Integrado, Técnico Subsequente e Ensino Superior nas
áreas de Materiais e Técnicas de Construção, com ênfase em práticas integradoras e sustentáveis.
Líder do grupo de pesquisa SUSTEMA - Sistemas Urbanos, Sustentabilidade, Tecnologia e
Materiais Construtivos, onde desenvolve pesquisas nas temáticas de tecnologia e materiais de
construção e de ensino com formação cidadã e profissional.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1988817143994600
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ÍNDICE REMISSIVO
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ÍNDICE REMISSIVO
Conforto Térmico: 60 Estabilização: 280, 281, 282, 284, 285, 291, 292,
307, 376, 447, 453, 457
Contrato Administrativo: 157, 160, 161, 164, 166,
174 Expansão: 78, 79, 81, 197, 277, 280, 281, 282,
283, 284, 285, 287, 289, 290, 291, 292, 293, 294,
Controle de Edifícios: 502 295, 296, 297, 300, 304, 307, 322, 337, 351, 427,
431, 432, 433, 440, 503
Controle de Obras: 33, 230, 234, 463, 464, 465,
466, 467, 475, 478, 479, 481, 482, 483, 488, 491, Expansão e Compactação: 294
494, 496, 502, 503, 504, 508, 510
F
Controle de Qualidade: 114, 115, 133, 200, 403,
411 Fiscalização: 33, 156, 157, 158, 159, 160, 161,
162, 163, 164, 165, 166, 167, 168, 169, 170, 171,
Controle Tecnológico: 21, 34, 49, 50, 58, 105, 172, 173, 174, 268, 400
106, 111, 112, 124, 125, 127, 133, 251, 399, 400,
401, 404, 411 Formação Profissional: 479, 493, 495, 498, 499,
504
Controle Tecnológico de Revestimento: 400
G
D
GPR: 372, 375, 378, 379, 382, 383, 385, 387, 388,
Desenho: 147, 163, 351, 464, 465, 466, 467, 469, 396, 398
470, 472, 473, 476, 477, 478, 479, 481, 482, 484,
486, 488, 489 H
Desenho Arquitetônico: 464, 465, 470, 472, 473, Hipóteses de Winkler: 324
476, 477
I
Distrito da Guia: 414, 415, 416, 422
Infiltração: 83, 84, 85, 86, 88, 90, 91, 100, 343,
Dosagem Marshall: 414, 417 344, 440, 441
Durabilidade: 36, 61, 74, 102, 106, 186, 215, 274, Instalações Hidrossanitárias: 478, 479, 480, 481,
402, 415, 423, 427 482, 485, 486, 487, 489, 491
EPS: 62, 63, 65, 66, 67, 68, 69, 264, 265, 266, 267, Método FOSM: 371, 372, 374, 384, 385, 392, 393,
268, 269, 271, 272, 273, 274, 275, 276, 277, 278 394, 395
Esclerometria: 20, 22, 31, 33, 36, 38, 41, 46 Metodologias Ativas: 501, 502, 504, 505, 510, 511
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ÍNDICE REMISSIVO
Módulo Resiliente: 444, 459 Probabilidade de Ruína: 104, 105, 106, 107, 108,
109, 110, 111
O
Propriedades do Revestimento: 400
Obras: 22, 33, 39, 87, 105, 106, 107, 110, 115, 127,
128, 137, 143, 144, 145, 152, 157, 158, 159, 160, Propriedades dos Agregados: 74, 75, 78
161, 164, 165, 166, 167, 168, 172, 173, 174, 180,
190, 202, 216, 230, 233, 234, 253, 272, 282, 284, Q
291, 295, 307, 310, 345, 349, 358, 364, 365, 366,
Qualidade: 21, 22, 31, 32, 33, 37, 50, 72, 74, 87,
367, 370, 401, 403, 411, 415, 426, 427, 429, 440,
101, 114, 115, 133, 137, 152, 157, 161, 162, 170,
441, 442, 443, 444, 445, 446, 448, 450, 451, 460,
171, 172, 173, 178, 200, 205, 206, 207, 208, 213,
463, 464, 465, 466, 467, 475, 478, 479, 481, 482,
215, 216, 231, 235, 248, 254, 266, 267, 268, 292,
483, 488, 491, 494, 496, 502, 503, 504, 506, 508,
310, 351, 356, 357, 370, 383, 400, 401, 403, 404,
510
411, 424, 430, 457, 475, 494, 495, 498
Obras Públicas: 137, 157, 158, 159, 160, 164,
165, 172, 173, 174, 429, 442, 444 Qualidade do Tijolo: 205
P R
Padronização de Ensaio: 114 Reação Álcali-Agregado: 74, 201
Patologia: 20, 22, 24, 26, 33, 71, 72, 74, 83, 84, Reaproveitamento: 189, 191, 278
88, 91, 177, 180, 187, 234, 400, 426, 428, 435, 442
Reciclagem: 61, 62, 71, 177, 186, 188, 202, 203,
Pavimento: 85, 89, 92, 100, 222, 355, 356, 357, 213, 215, 216, 236, 239, 240, 248, 249, 251, 252,
368, 370, 371, 372, 373, 374, 375, 376, 377, 378, 253, 263, 267, 445, 446, 460, 461
379, 380, 382, 384, 387, 388, 389, 390, 391, 392,
395, 396, 397, 400, 401, 402, 404, 405, 406, 407, Resíduo da Construção: 62, 191, 192, 197, 201,
409, 411, 414, 415, 436, 437, 438, 445, 447, 450 203, 214, 215, 216, 217, 234, 235, 237, 238, 240,
242, 250, 251, 252, 254, 257, 259, 260, 261, 278
Pesquisa: 33, 39, 51, 58, 71, 74, 75, 77, 78, 81, Resíduo da Construção Civil: 62, 191, 192, 197,
114, 122, 143, 158, 165, 166, 167, 173, 174, 177, 201, 203, 214, 215, 216, 217, 234, 235, 237, 238,
178, 179, 191, 195, 198, 199, 200, 205, 208, 213, 240, 242, 250, 251, 252, 254, 257, 260, 261, 278
215, 217, 240, 242, 248, 252, 253, 261, 262, 263,
265, 271, 277, 278, 351, 356, 357, 358, 359, 368, Resíduos de Construção: 190, 202, 204, 205,
369, 370, 372, 374, 404, 410, 411, 414, 415, 416, 207, 208, 236, 238, 239, 248, 445, 448, 461
417, 422, 423, 427, 442, 445, 447, 449, 450, 451, Residuos de la Construcción: 444
464, 466, 467, 468, 469, 470, 475, 476, 477, 492,
494, 495, 496, 497, 498, 499, 500, 501, 502, 503, Resíduos Industriais: 60, 62, 203, 241, 252
504, 505, 506, 507, 508, 509, 510
Resistência à Compressão: 21, 32, 35, 36, 37, 39,
Piso de Concreto: 251, 258 40, 44, 45, 46, 55, 63, 66, 67, 105, 106, 110, 111,
112, 114, 117, 124, 125, 183, 189, 195, 198, 200,
Pó de Pedra: 203, 278, 355, 357, 358, 359, 360, 201, 202, 205, 208, 209, 212, 215, 230, 231, 235,
362, 364, 365, 366, 367, 369, 403, 416, 419, 420, 241, 242, 245, 246, 247, 248, 254, 255, 259, 260,
423 262, 270, 275, 448
Ponte de Concreto: 425, 426, 428, 429, 430
Resistência ao Cisalhamento: 308, 309, 310, 311,
Pontes: 112, 135, 136, 137, 138, 139, 140, 141, 313, 317, 318, 319, 320, 321
143, 144, 147, 151, 152, 157, 158, 164, 165, 168,
172, 173, 174, 426, 427, 428, 430, 434, 435, 436, Restauração Estrutural: 177
440, 441, 442
Retroanálise: 372, 377, 379, 380, 382, 385, 387,
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ÍNDICE REMISSIVO
388, 389, 390, 392, 396, 397
Revestimento: 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 58,
60, 61, 66, 68, 71, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90,
92, 93, 94, 95, 96, 97, 100, 101, 102, 103, 115, 125,
132, 177, 179, 187, 356, 372, 373, 374, 375, 376,
380, 384, 387, 388, 389, 390, 391, 392, 393, 394,
395, 396, 399, 400, 402, 403, 406, 409, 410, 411
S
SIG: 336, 337, 338, 339, 340, 341, 342, 346, 349
SPT: 324, 328, 329, 330, 331, 333, 335, 336, 337,
340, 341, 344, 345, 346, 348, 349, 350, 351, 352
T
Termografia de Infra-Vermelhos: 60
Teste de Aderência: 49
U
Ultrassom: 20, 22, 30, 31, 33
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