Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
editora
científica digital
PATRÍCIO FRANCISCO DA SILVA
LARISSA CARVALHO DE SOUSA
(Organizadores)
1ª EDIÇÃO
editora
científica digital
2021 - GUARUJÁ - SP
editora
científica digital
O conteúdo dos capítulos e seus dados e sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade
exclusiva dos autores. É permitido o download e compartilhamento desta obra desde que no formato
Acesso Livre (Open Access) com os créditos atribuídos aos respectivos autores, mas sem a possibilidade
de alteração de nenhuma forma ou utilização para fins comerciais.
Esta obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial-Sem Derivações 4.0
Internacional (CC BY-NC-ND 4.0).
E56 Enfermagem [livro eletrônico] : desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado / Organizadores Patrício Francisco da
Silva, Larissa Carvalho de Sousa. – Guarujá, SP: Científica Digital, 2021.
E-BOOK
ACESSO LIVRE ON LINE - IMPRESSÃO PROIBIDA
Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-89826-82-8
DOI 10.37885/978-65-89826-82-8
1. Enfermagem. 2. Cuidados de enfermagem. 3. Prática profissional. I. Silva, Patrício Francisco da. II. Sousa, Larissa
Carvalho de.
2021
CDD 610.73
Direção Editorial
Reinaldo Cardoso
João Batista Quintela
Editor Científico
Prof. Dr. Robson José de Oliveira
Assistentes Editoriais
Erick Braga Freire
Bianca Moreira
Sandra Cardoso
Bibliotecário
Maurício Amormino Júnior - CRB6/2422
Jurídico
Dr. Alandelon Cardoso Lima - OAB/SP-307852
editora
científica digital
CONSELHO EDITORIAL
Mestres, Mestras, Doutores e Doutoras
Robson José de Oliveira Flávio Aparecido De Almeida
Universidade Federal do Piauí, Brasil Faculdade Unida de Vitória, Brasil
editora
científica digital
CONSELHO EDITORIAL
editora
científica digital
CONSELHO EDITORIAL
Clecia Simone Gonçalves Rosa Pacheco Réia Sílvia Lemos da Costa e Silva Gomes
Instituto Federal do Sertão Pernambucano, Brasil Universidade Federal do Pará, Brasil
Maria Luzete Costa Cavalcante António Bernardo Mendes de Seiça da Providência Santarém
Universidade Federal do Ceará, Brasil Universidade do Minho, Portugal
editora
científica digital
CONSELHO EDITORIAL
editora
científica digital
APRESENTAÇÃO
Com o intuito de fomentar a produção científica, corroborando para a ampliação do processo de busca por respostas, troca
e compartilhamento de saberes, essa obra foi criada por estudantes, professores e profissionais que contribuem de maneira
ativa, para a promoção da saúde e melhoria da Qualidade de vida das pessoas. Cada pesquisa, alicerça-se como ferramenta
de auxílio para a compreensão de fatores biológicos, fatores psíquicos, fatores sociais e culturais, pois compreendem o
ser humano de forma integral e, portanto, lançam mão de tecnologias de saúde que vão desde uma esculta qualificada e
resolutiva, até um procedimento em nível terciário. Sabendo do interesse, do comprometimento e da corresponsabilidade
de cada autor, elevamos nossos votos de estima e agradecimento pelo empenho e dedicação na construção das brilhantes
obras publicadas, pois além de trazerem soluções para diversos questionamentos, causam inquietação quanto a busca
por novas informações, e compartilhamento de conhecimentos, que subsidiarão a continuidade de mais obras com valores
distintos e realizadas por pensadores e formadores de opinião.
Flavia Vieira Lima Silva; Mayla Thaliny Barbosa Ferreira Queiroz; Patrício Francisco da Silva
' 10.37885/210705339................................................................................................................................................................................... 15
CAPÍTULO
02
A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE FRENTE À PANDEMIA DE COVID-19: UMA REVISÃO
NARRATIVA DA LITERATURA
Maisa Maria Batista Ludgério; Laryssa Emanuele Costa Silva; Mirela Ferreira Pessoa Deodoro; Muanna Jéssica Batista Ludgério
' 10.37885/210705531.................................................................................................................................................................................... 31
CAPÍTULO
03
ABORDAGEM ESTRUTURAL DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE ADOLESCENTES ESCOLARES SOBRE O PROCESSO DE
ENVELHECIMENTO
Bernardo Rafael Blanche; Ticianne da Cunha Soares; Ana Carolinne de Souza Diógenes da Silveira; Ellen Castro Pinheiro de Sousa;
Maria de Fátima Sousa Barros Vilarinh; Ariella de Carvalho Luz; Matheus Henrique da Silva Lemos; Filipe Melo da Silva; Ana Larissa
Gomes Machado; Francisca Tereza de Galiza
' 10.37885/210805658.................................................................................................................................................................................. 38
CAPÍTULO
04
AÇÃO EDUCATIVA SOBRE CÂNCER DE COLO UTERINO PARA MULHERES AGUARDANDO A REALIZAÇÃO DO EXAME
PREVENTIVO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Ana Karina Rodrigues Coelho; Bruna Maria Silva de Oliveira; Fábio Roberto de Sales Rodrigues Maia Filho; Fernanda Maria Ribeiro
Batista; Leidiane de Jesus da Costa Santos Santos; Maria Eduarda Ribeiro Martins; Natasha Cristina Rangel Rodrigues; Paulo Sérgio
Caetano de Carvalho; Tâmia Rayara Carvalho Araújo da Silva; Tamires Costa Franco
' 10.37885/210705359...................................................................................................................................................................................54
CAPÍTULO
05
ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CASOS DE HANSENÍASE EM DOIS BAIRROS ENDÊMICOS
Ariella de Carvalho Luz; Victorugo Guedes Alencar Correia; Maria de Fátima Sousa Barros Vilarinho; Matheus Henrique da Silva
Lemos; Filipe Melo da Silva; Bernardo Rafael Blanche; Dinah Alencar Melo Araujo; Gilvânia da Conceição Rocha; Heidy Priscilla
Velôso; Ticianne da Cunha Soares
' 10.37885/210805661.................................................................................................................................................................................. 60
SUMÁRIO
CAPÍTULO
06
APLICAÇÃO DA TEORIA DO AUTOCUIDADO NA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PESSOA COM
DIABETES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Maiza Silva de Sousa; Ana Beatriz Sousa Alves; Juliana de Fátima Almeida da Penha; Karen Alessandra de Jesus Cuimar; Márcio Yrochy
Saldanha dos Santos; Lisiany Carneiro de Santana Moreira
' 10.37885/210805584................................................................................................................................................................................... 75
CAPÍTULO
07
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERIOPERATÓRIO DE HISTERECTOMIA E A IMPORTÂNCIA DE UM CUIDADO INTEGRAL:
UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Karén Kelyany Duarte Costa; Renata Ferreira de Araújo; Renner Suênio de Oliveira; Rebeca Almeida Araújo; Francilene Maciel Ferreira
Silva; Olga Benário Batista de Melo Chaves
' 10.37885/210705539.................................................................................................................................................................................. 86
CAPÍTULO
08
ASSISTÊNCIA EFETIVA ATRAVÉS DO PROCESSO DE ENFERMAGEM NO ENFRENTAMENTO ÀS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
DA COVID-19: UMA REVISÃO NARRATIVA
Mirela Ferreira Pessoa Deodoro; Alice Fonseca Pontes; Luiz Sérgio De Souza Belém Filho; Maisa Maria Batista Ludgério; Maria
Alice Maia de Oliveira; Maria Augusta de Souza; Natália Almeida Rodrigues; Rebeca Toledo Coelho; Valdeque José Marques Junior;
Muanna Jéssica Batista Ludgério
' 10.37885/210705532................................................................................................................................................................................... 97
CAPÍTULO
09
CONHECIMENTO DO ENFERMEIRO SOBRE OS PARÂMETROS DE ALERTA DA SEPSE NA TRIAGEM PRECOCE EM TERAPIA
INTENSIVA
Rachel da Silva Santos; Marcelo Medeiros Salles; Wenderson Wagner Garcia de Matos; Alcione Aparecida Oliveira Navarros; Ana
Julia dos Santos; Ingrid Anamin da Silva
' 10.37885/210705391................................................................................................................................................................................. 105
CAPÍTULO
10
CUIDAR DE SI PARA CUIDAR A OUTROS: PROGRAMA DE CUIDADOS ALTERNATIVOS PARA BEM-ESTAR DE ESTUDANTES
DE ENFERMAGEM EM AMAZONAS, PERU
María del Pilar Rodríguez Quezada
CAPÍTULO
12
EMBOLIA DE LÍQUIDO AMNIÓTICO O SÍNDROME ANAFILACTOIDE: UMA REVISÃO NARRATIVA
María del Carmen Deyá Espinal; María Hernández Castillo; Paula Mulet Miravet; Ana Maria Aguiar Frias
' 10.37885/210805702.................................................................................................................................................................................153
CAPÍTULO
13
ENFERMAGEM E O PÉ DIABÉTICO: O PAPEL DA ENFERMAGEM NO CUIDADO DO PÉ DIABÉTICO
Giovani Basso da Silva; João Gabriel Toledo Medeiros; Simone Travi Canabarro
CAPÍTULO
14
FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DURANTE O PRÉ-NATAL: UM REFERENCIAL
TEÓRICO
Kariny Tabosa Queiroz; Keliane Beltrão Carvalho; Maria Deiza Barros Siqueira; Carla Ketelem Tabosa Queiroz; Carlos José
Moreira Pinheiro
' 10.37885/210504647................................................................................................................................................................................. 179
CAPÍTULO
15
FATORES GERADORES DE ESTRESSE OCUPACIONAL E SEUS IMPACTOS NA SAÚDE DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
QUE ATUAM NA LINHA DE FRENTE DO COVID-19: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Adriana Lemos Pereira; Alciene Henrique dos Santos; Aylla Cristina Sousa Ribeiro; Celiene Cerdeira dos Santos; Daniela Orlayne de
Sousa Pereira; Dayane de Sousa; Eluane Martins Campos Pereira; Evanil da Mota Pimentel; Jheniffer de Souza Santos
' 10.37885/210705440................................................................................................................................................................................ 190
CAPÍTULO
16
INFECÇÃO HOSPITALAR RELACIONADA À ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Gianeide da Silva Camargo; Karina Nunes Ribeiro; Luciana Suassuna Dutra Rosas; Graciello Cristian Costa Silva
' 10.37885/210705515..................................................................................................................................................................................213
CAPÍTULO
18
PREVALÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT ENTRE PROFISSIONAIS DA SAÚDE ATUANTES EM UM HOSPITAL PÚBLICO
DE REFERÊNCIA NA AMAZÔNIA PARAENSE
Leilane Ribeiro de Souza; Jéssica dos Santos Silva; Cláudia Ribeiro de Souza; Lívia de Aguiar Valentim; Yuri Vasconcelos Andrade;
Emanuely Oliveira Vitorio; Jade Pinto dos Santos; Glailson França de Souza; Ismael Ferreira Barreto Júnior; Edilmara Patrícia Rocha
Janyelle da Conceição Farias Lima; Tatiana Peres Santana Porto Wanderley; Simone Sampaio da Costa; Márcia Pessoa de Sousa Noronha
Ticianne da Cunha Soares; Bernardo Rafael Blanche; Ana Carolinne Souza da Silveira Diógenes; Maria de Fátima Sousa Barros
Vilarinho; Ariella de Carvalho Luz; Matheus Henrique da Silva Lemos; Filipe Melo da Silva; João Caio Silva Castro Ferreira; Gilvânia
da Conceição Rocha; Francisca Tereza de Galiza
' 10.37885/210805660................................................................................................................................................................................ 268
SUMÁRIO
CAPÍTULO
22
SITUAÇÕES DE VULNERABILIDADE E PRÁTICAS ALIMENTARES DE CRIANÇAS MENORES DE 2 ANOS INTERNADAS EM
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE PORTO ALEGRE
Juliane Alves Santos; Ester Zoche; Juliana Mariante Giesta; Karen Yurika Kudo; Marianna Sperb; Vera Lucia Bosa
Emanuely Oliveira Vitorio; Marissol Miranda Alves Reis; UFPA; Pedro da Silva Gemaque; Marcos Antônio de Araújo Costa Filho;
Yuri Vasconcelos Andrade; Glailson França de Souza; Eduarda de Oliveira Vitorio; Leilane Ribeiro de Souza; Lívia de Aguiar Valentim;
Cláudia Ribeiro de Souza
' 10.37885/210705558................................................................................................................................................................................ 299
10.37885/210705339
RESUMO
O presente estudo teve como finalidade avaliar a eficiência das medidas de segurança
aplicadas as pessoas acometidas por transtornos mentais em conflito com a lei. Para
esta avalição foi realizada uma breve síntese sobre a história da saúde mental e os
manicômios, bem como um aprofundamento a respeito das medidas de segurança e
suas formas de aplicação. Para esta pesquisa foi utilizada a revisão integrativa de ar-
tigos publicados entre os anos de 2016 a 2020, tendo como banco de dados; Google
Acadêmico, JusBrasil e Scientific Electronic Library Online (Scielo). Observou-se com
a pesquisa, a ineficiência das medidas de segurança, tanto no seu modo de aplicação
como nos ambientes que elas são executadas.
16
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
Falar sobre transtorno mental ainda se faz necessário e urgente na atual conjuntura
social, política e econômica em que vivemos. Verifica-se que pessoas acometidas por trans-
tornos mentais existem desde os primórdios da humanidade. Historicamente essas pessoas
sofrem com o descaso em relação ao acesso a direitos básicos como; saúde, justiça, edu-
cação e liberdade.
1 BRASIL, Lei nº 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001.Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos men-
tais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.
17
htm < acessado em 14 de março de 2021>.
“Eu os vi privados de ar para respirar, de água para matar a sede, das coisas
indispensáveis da vida. Eu os vi entregues as mãos de verdadeiros carcereiros,
abandonados a vigilância brutal desses. Eu os vi em ambientes estreitos, sujos,
com faltar de ar, de luz, acorrentados em lugares nos quais se hesitaria até em
guardar bestas ferozes, que os governos, por luxo e com grandes despesas
mantem nas capitais”. (DESVIAT,1999, p. 167).
Como menciona Desviat (1999), essas pessoas eram privadas do básico para sobrevi-
verem, eram completamente exclusas dentro desses manicômios e na grande maioria não
retornavam ao convívio em sociedade, temos como grande exemplo desse fato, um dos
maiores manicômios brasileiros o “Colônia” que funcionou entre os anos de 1903 até 1980,
dentro dele foi ceifada a vida de mais de 60 mil pessoas. De acordo com Neto e Dunke
(2017), o “Colônia” tornou-se depósito de desafetos, para lá eram enviados todos aqueles
que faziam parte da higienização da sociedade.
Os descasos com os doentes mentais ocorriam por todo o mundo, até que na Itália
iniciou-se um movimento de desinstitucionalização desses doentes mentais dos hospi-
tais psiquiátricos, tal movimento foi embasado pelo renomado médico Psiquiatra Franco
Basaglia. De acordo com, Bulhões et al. (2015), esse movimento ocorreu de dentro dos
próprios hospitais, cuja finalidade era buscar um novo fazer na saúde mental.
18
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Ainda segundo o autor essa nova forma de fazer saúde mental, tinha como base
primordial a desinstitucionalização do doente mental e a inclusão e capacitação da família
como elemento chave no cuidado e promoção da saúde mental.
Nos anos de 1970, inicia-se no Brasil o movimento de Reforma Psiquiátrica, que bebeu
na fonte Italiana, tal proposta tinha como finalidade o fechamento dos hospitais psiquiátricos
e o tratamento dos doentes mentais no seio da família e inseridos na sociedade. A principal
meta do movimento antimanicomial era a desinstitucionalização dos doentes mentais.
De acordo com Machado (2015), no Brasil um dos grupos mais significativos na luta em
favor da reforma psiquiátrica foi o Movimento dos trabalhadores em saúde mental (MTSM), o
grupo era composto por profissionais da saúde, familiares e sindicalistas. Esse grupo lutava
por uma sociedade livre dos manicômios e denunciavam as diversas formas de violências
sofridas dentro dos muros dessas instituições.
Neste momento o Brasil passava por uma redemocratização como aponta Amarante
e Nunes (2018), buscava-se direitos humanos para as vítimas de violências dos hospitais
psiquiátricos, esse processo de reforma psiquiátrica contribuiu de forma significativa, não
só para a criação de uma política pública de saúde mental, mas também alavancou outros
campos dos direitos sociais.
Os autores revelam ainda que ao longo do processo da reforma psiquiátrica brasileira,
ocorreram diversos eventos importantes que contribuíram de forma pontual para o fortale-
cimento desse processo, eventos de suma relevância, são eles:
Frente a tantos entraves enfrentados pelas pessoas acometidas por transtornos men-
tais, fez se necessário um aprofundamento em relação aos doentes mentais em conflito com
a lei, compreender como se dá o processo de julgamento e as medidas que são aplicadas
a eles. Historicamente sabe-se que as pessoas acometidas por transtornos mentais eram
trancafiadas em hospícios, atualmente pessoas que cometem crimes e são acometidas com
transtornos mentais são submetidas a medidas de segurança e ficam reclusas em Hospitais
de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou fazem acompanhamento Ambulatorial.
O primeiro hospital de custódia e tratamento psiquiátrico de acordo com Cordeiro
et al (2014), foi fundado no Rio de Janeiro no ano de 1921, resultado do empenho do Dr.
Juliano Moreira, que observou a necessidade de criar um ambiente separado para que os
presos acometidos de transtornos mentais pudessem cumprir suas penas.
De acordo com Diniz (2011), em um censo realizado pelo Brasil, foi constatado a exis-
tência de 23 hospitais de custódia e 3 alas de tratamento psiquiátrico, ainda segundo o autor
as características das instituições são marcantes, pois existem notáveis semelhanças com
os presídios, tanto em questão de estrutura física como de lotação. Vale aqui ressaltar que
o único Estado Brasileiro que não dispõe dessa instalação é o Tocantins, desta maneira as
pessoas acometidas com transtornos mentais ficam reclusas em celas comuns nesse Estado.
Masson (2017), define a medida de segurança como “A modalidade de sanção penal
com a finalidade exclusivamente preventiva, e de caráter terapêutico, destinada a tratar os
20
gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.htm< acesso em 14 de março de 2021 as 14 horas.
Segundo Prado e Schindler (2017), a medida de segurança teve como marco legal
a sua instituição no Código penal Brasileiro em 1940, essa medida prevê que as pessoas
acometidas por transtornos mentais sejam julgadas levando em consideração seu nível
de discernimento mental. Frente as avaliações e julgamentos os indivíduos serão encami-
nhados para um hospital de custódia, local onde cumpriram a medida em conjunto com o
tratamento psiquiátrico.
Ainda segundo o Código Penal de 19403, as medidas de segurança podem ser divi-
didas em duas categorias levando em consideração o grau de gravidade do ato delituoso
cometido. As medidas de acordo com o Código Penal em seu artigo 96 se classificam como;
medidas detentivas e as medidas restritivas.
As medidas de segurança segundo o artigo 96 do Código Penal de 1940:
21
-lei/del2848.htm < acesso em 14 de março de 2021 as 14 horas.
A medida de segurança segundo Prado e Schindler (2017), tem como base fundante
a periculosidade do indivíduo no ato ilícito, trocando em miúdos significa dizer que é o grau
de perigo que essa pessoa acometida por transtorno mental oferece ou oferecera para a
sociedade. Ainda segundo os autores existe uma avaliação realizada através de exames
pericial que determina essa periculosidade do agente, tal avaliação é denominada de inci-
dente criminal e é realizada por Médicos Psiquiatras.
Contudo o que chamou atenção na fala dos autores é quanto a incerteza dessa peri-
culosidade, pois ainda que exista um exame que comprove o perigo no ato da avaliação,
não significa dizer que a periculosidade permanecerá ou cessará futuramente. Frente a isso
essas pessoas passam anos de suas vidas aguardando para serem reavaliadas e receberem
um laudo de cessação de periculosidade.
Essa lacuna existente na avalição das pessoas acometidas por transtornos mentais
e sua periculosidade tem suscitado questionamento quanto à eficácia dessas medidas de
segurança, que na maioria das vezes são aplicadas em ambientes fechados, e possui um
caráter de perpetuidade da pena.
O fato nos leva a uma reflexão quanto a regressão dos direitos conquistados em prol
da saúde mental, pois nota-se que os hospitais de custódia em muito se assemelham aos
manicômios, porém com uma nova roupagem, o tratamento segundo a autora supracitada
ainda está muito ligado as antigas práticas manicomiais.
Frente a este modelo de tratamento e característica de perpetuação da medida, obser-
va-se a violação dos direitos humanos, pois os insumos básicos para garantir a dignidade
humana, na maioria das vezes são negados, como é o caso de uma estrutura adequada
dessas instituições. Como observa Dias e Oliveira (2017), quanto a falta de iluminação,
higienização, alimentação estragada e presença de roedores nas celas.
Vale ressaltar que a característica de perpetuidade da pena que a medida de segu-
rança apresenta, em muito dificulta a ressocialização da pessoa acometidas por transtor-
nos mentais na sociedade, pois a desinstitucionalização é um processo lento e que requer
22
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
muito esforço tanto da família quanto do Estado, no que concerne as políticas públicas que
amparam esses ex-internos.
Salienta-se que o Estado como principal responsável pelo cuidado desses internos, que
estão sob sua proteção nos hospitais de custódia, em geral é o maior violador de direitos,
assim como aponta Ozaki e Silva (2019), “os hospitais de custódia acabam sendo vistos
como um lugar de vácuo de direitos, onde o Estado de direito é abandonado”. Em poucas
palavras, as pessoas acometidas por transtornos mentais, que deveriam ter o Estado como
um protetor dos seus direitos, são por ele desprotegidas.
Conforme aponta Prado e Schindler (2017), a medida de segurança realizada em
regime asilar, muitas vezes contribui para aquilo que os autores denominam de abandono
social, tanto por parte da família, da sociedade e do poder público. Também existe uma
questão muito relevante a ser discutida com relação ao preparo para a desinstitucionaliza-
ção desses internos.
Seguindo nesta linha de pensamento, os autores apontam para as dificuldades em
ressocializar os egressos, pelo fato de haver uma morosidade em relação a avalição para
da cessação ou não da periculosidade, esta demora ocasiona na maior parte a perda dos
vínculos com a família e, por conseguinte com a sociedade.
Constatou-se que ao longo da história as pessoas acometidas com transtornos mentais
sofrem com estigmas e preconceitos, acrescendo neste processo o fato de serem egressos
de um hospital de custódia, dificulta a reinserção destas pessoas na sociedade, pela carga de
preconceitos e a falta de um suporte por parte do Estado no desenvolvimento de projetos que
preparem essas pessoas e seus familiares para a vida profissional e cotidiana e profissional.
METODOLOGIA
O método adotado para a realização do estudo foi a revisão integrativa, pois trata-se
de um método que segundo Mendes e Galvão (2008), reúne, avalia e sintetiza os resul-
tados de pesquisa a respeito de uma temática específica. Os bancos de dados dos quais
foram extraídos os artigos são; Google Acadêmico, JusBrasil e Scientific Electronic Library
Online (Scielo).
Os descritores utilizados como estratégia de busca foram; Hospitais de custodia e
medida de segurança. Essa revisão foi feita com base em artigos que abordam a temática,
os critérios utilizados para a eleição dos artigos foram estudos publicados no período de
2016 a 2020, em português.
Após realizar a busca nos bancos de dados, usando os descritores “hospitais de cus-
todia” e “medida de segurança”, foram encontrados um total de 1,795 artigos. Desse to-
tal foram descartados 1,488 mediante aplicação de critérios de exclusão; resumos, textos
23
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
incompletos, fuga da temática e teses, restando um total de 307 artigos, destes apenas 20
foram selecionados para leitura, restando 10 artigos ligados diretamente com a temática, os
quais estão dispostos no quadro de revisão integrativa abaixo.
24
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Quadro 01. Disposição do instrumento de coleta de dados de alguns dos estudos avaliados para o alcance da metodologia
proposta.
Ano da publi-
Título do artigo Autores Procedência Objetivo principal
cação
Entre o enclausuramento e
Mariá Lanzotti Sam-
a desinstitucionalização: a Google Acadê- O objetivo foi analisar a trajetória das
paio e José Patrício 2020
trajetória da saúde mental no mico políticas de saúde mental no Brasil.
Bispo Júnior
Brasil
Execução de medida
Sara Coelho Lima Objetivo é identificar o posicionamento do
De segurança no Estado do
Marilsa de Sá Rodri- Scielo 2020 Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins
Tocantins frente a ausência de
gues a respeito desse tema.
Hospitais de custodia
Monica de Oliveira Aborda as mudanças político-legais e
Reforma e contrarreforma
Nunes; João Mendes assistenciais no âmbito das políticas
psiquiátrica: analise de uma
de Lima Junior; Clari- Scielo 2019 públicas de saúde mental no Brasil,
crise sociopolítica e sanitária a
ce Moreira Portugal; demonstrando seus efeitos de
nível nacional e regional
Maurice e Torrenté Contrarreforma Psiquiátrica.
Analisar a origem das medidas de
segurança aplicadas aos inimputáveis,
Manicômios judiciários- a
identificar os requisitos que legitimam sua
inconstitucionalidade dos pra- Yuki Perrone Ozaki e Google Acadê-
2019 aplicabilidade e entender o motivo pelo qual
zos da medida de segurança Rubens Alves da Silva mico
nas Medidas de Segurança são afastados
aplicadas aos inimputáveis.
todos os limites da intervenção punitiva do
estado.
realiza um percurso histórico e
A reforma psiquiátrica no SUS Paulo Amarante
epistemológico da construção das políticas
e a luta por uma sociedade Monica de Oliveira Scielo 2018
públicas de saúde mental e atenção
sem manicômios. Nunes.
psicossocial a partir do SUS.
Objetiva elucidar as condições de
tratamentos recebidos por pessoas com
sofrimento mental submetidas à medida
Andando na contramão: o Aline Sanches de segurança em HCTPs ou em ATPs
destino dos indivíduos com Oliveira, Fernando inspecionados pelo Mecanismo Nacional de
Scielo 2018
transtorno mental que come- Machado Vilhena Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT),
tem crimes no Brasil Dias nos anos de 2015 e 2016, bem como
discutir as distorções legais em relação ao
preconizado pelo Ministério da Saúde e pela
Lei nº 10.216/01.
A medida de segurança na
contramão da Lei de Reforma Alessandra Mascare- Identificar as dificuldades existentes para
Psiquiátrica: sobre a dificulda- nhas Prado e Danilo Scielo 2017 a desinternação de pacientes do HCTP/
de de garantia do direito à li- Schindler. Bahia.
berdade a pacientes judiciário
Abordar os resquícios das práticas
Depois do holocausto: efeitos Christian Ingo Lenz
manicomiais executadas num grande
colaterais do hospital colônia Dunker, Fuad Kyrillos Scielo 2017
hospital psiquiátrico e sua repetição nos
em Barbacena Neto
serviços de saúde mental de Barbacena.
Debater as medidas de segurança,
Das Medidas de Segurança e nos termos do Código Penal, Código
Karin Arêa Leão JusBrasil 2016
da Lei da Reforma Psiquiátrica de Processo Penal e Lei de Reforma
Psiquiátrica.
Saúde Mental e persecução Realizar uma reflexão crítica acerca da
Maria Carla Musu-
criminal; uma análise interdis- JusBrasil 2016 inimputabilidade penal por doença mental e
meci
ciplinar. sua aplicação no sistema jurídico brasileiro.
Fonte: Elaborado pela autora.
O quadro dispõe de 10 artigos, que foram selecionados nos bancos de dados citados
na metodologia, os artigos expostos apresentaram vinculação direta com o tema, ao qual
esse estudo levantou questionamento. Os artigos nomeados tencionaram dar sustentação
teórica para a problemática que foi proposta nesta pesquisa.
25
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
RESULTADOS E DISCUSSÃO
27
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Essa afirmativa por mais deplorável que seja, é uma grande realidade que temos no
atual cenário brasileiro, nota-se uma política de saúde mental fragilizada por conta de uma
má gestão do Estado, há um constante desmonte de direitos sendo feitos dias após dias.
Segundo Junior e Sampaio (2020), tais desmontes velam ainda mais o descaso e a violência
contra a pessoa com transtorno mental.
Consoante com todas as ideias apresentadas a respeito das medidas de segurança, é
de suma relevância ressaltar a necessidade de revisar esse dispositivo, considerando que
ele foi criado em 1940, isso é claro antes da lei da reforma psiquiátrica, considerando essa
hipótese, existe uma necessidade em adequar essas medidas a Lei 10.216/2001.
Deste mesmo modo essa revisão exige grande esforço por parte da sociedade em co-
brar tal ação do Estado, pois a realidade vivenciada contemporaneamente é completamente
distinta dos primórdios da discussão sobre as medidas de segurança e a pessoa acometida
por transtornos mentais em conflito com a lei. Atualmente existe uma gama de saberes que
em muito acresce para o cuidado e tratamento das pessoas em sofrimento psíquico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desse modo fazer um percurso pelo histórico da saúde mental, conhecer os estigmas
e preconceitos que permeiam a vida das pessoas acometidas por transtornos mentais, revi-
sitar o cenário de luta por seus direitos e de suma importância para que possamos ser mais
incisivos quanto a continuar buscando a garantia e viabilização desses direitos.
Desse modo conhecer o método que é aplicado para as pessoas acometidas por
transtornos mentais em conflito com a lei, é extremamente necessário. Neste caso temos as
medidas de segurança que como já foi mencionado é fundamental, pois é um mecanismo
que é aplicado aos inimputáveis e semi-imputavéis que cometem algum fato delituoso e que
em sua maioria é internado em hospitais de custódia.
Ao longo do estudo observou-se que a medida de segurança apresenta um caráter
de perpetuidade, violação de direitos e tratamento asilar, tais fatores em nada acrescem
no cuidado e tratamento da pessoa acometida por transtorno mental, muito pelo contrário,
agudiza mais esse quadro.
Em síntese os hospitais de custódia, são uma versão repaginada dos extintos ma-
nicômios e as medidas de segurança cumpridas de forma asilar, são meios de realizar
higienização social das pessoas acometidas por transtornos mentais excluindo-as e as
esquecendo-as. Assim sendo não há possibilidade de tratamento dentro desses moldes de
exclusão e segregação.
28
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
REFERÊNCIAS
1. AMARANTE, P; NUNES, M.O. A reforma psiquiátrica no SUS e a luta por uma sociedade sem
manicômios. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro.2018. Disponível em https://www.scielo.
br/pdf/csc/v23n6/1413-8123-csc-23-06-2067.pdf < acesso em 13 de março de 2021>.
2. ARBEX, D. Holocausto brasileiro / Daniela Arbex, -ed.- São Paulo: Geração Editorial, 2013.
12. DINIZ.D. A Custódia e o Tratamento Psiquiátrico no Brasil: Censo 2011. Brasília, DF: Letras
Livres – Editora UnB; 2013.
13. DUNKER, C. Ingo L; NETO, F. K. Depois do holocausto: efeitos colaterais do hospital colônia
em Barbacena. Psicologia em Revista. Belo Horizonte-MG.2017. Disponível em http://pepsic.
bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682017000300011 < acesso em 17
de mar. 2021 as 16 horas>.
29
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
14. FOUCAULT, M. História da loucura. São Paulo: Perspectiva, 2005.
15. HIRDES, A. A reforma psiquiátrica no Brasil: uma (rei) visão. Texto & Contexto – Enfermagem.
Florianópolis- SC.2004.Disponível em, https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1413-81232009000100036 < acesso em 13 de mar. 2021 as 20 horas>.
19. MASSON, C. Direito penal: Parte Geral; arts. 1º a 120. 11. ed. rev., atual. E ampliada Rio de
Janeiro; São Paulo: Forense: Método, 2017; Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017.
20. MENDES, K.D.S, Silveira, RCCP, GALVÃO, C.M. Revisão integrativa: método de pesquisa
para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enfermagem.
2008;17(4):758-64
21. MUSUMECI, M. C. Saúde Mental e persecução criminal; uma análise interdisciplinar. Jusbra-
sil.2016. Disponível em https://mcarlamusumeci.jusbrasil.com.br/artigos/335471808/saude-
-mental-e-persecucao-criminal< acesso em 13 de mar. 2021 as 14 horas>.
22. OZAKI, Y.P; SILVA, R. A. Manicômios judiciários- a inconstitucionalidade dos prazos da medida
de segurança aplicadas aos inimputáveis. Revistas Artigos.com.2019. Disponível em https://
scholar.google.com.br/scholar?hl < acesso em 11 de abri. 2021 as 16 horas>.
30
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
02
A importância do enfermeiro da
atenção primária à saúde frente à
pandemia de Covid-19: uma revisão
narrativa da literatura
10.37885/210705531
RESUMO
32
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
METODOLOGIA
33
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
estar em desenvolvimento no que diz respeito à publicação de estudos, sendo construída
com base num contexto histórico, descrita em caráter explicativo e com abordagem crítica.
Dentro do contexto deste estudo, que visa analisar a atuação do enfermeiro da Atenção
Primária à Saúde (APS) em relação à pandemia de COVID-19, elaborou-se a seguinte ques-
tão de pesquisa: “Qual o papel do enfermeiro da APS frente à pandemia de COVID-19”?
Para busca dos artigos foi realizada nas bibliotecas online Biblioteca Virtual em
Saúde (BVS), Google Acadêmico e Scientific Eletronic Library Online (SciELO) através dos
Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Atenção Primária à Saúde”, “Enfermagem”
e “Covid-19”, utilizando o operador boleano AND em todas as bibliotecas. Os critérios de
inclusão estabelecidos foram: artigos publicados a partir do ano de 2020, disponíveis no
idioma português e que respondessem à pergunta de pesquisa. Foram excluídos os artigos
não disponíveis na íntegra e que não respondessem à pergunta de pesquisa.
A princípio, foram encontrados 73 artigos, sendo 22 artigos na BVS, 43 artigos no
Google Acadêmico e 8 artigos na SciELO. Após a leitura dos títulos e resumos, como também,
da aplicação dos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos, 21 artigos foram pré-sele-
cionados. Por fim, depois de ser realizada a leitura na íntegra dos artigos pré- selecionados,
6 estudos foram selecionados para formar esta revisão narrativa da literatura.
RESULTADOS:
Tabela 1. Relação dos estudos selecionados de acordo com o ano, o local de publicação, o tipo e os autores.
34
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
A partir da leitura, foi possível identificar a atuação da enfermagem em três categorias:
Educação em saúde, gerenciamento das unidades, ativismo sindical e liderança das equipes
e assistência aos pacientes suspeitos ou positivos para COVID-19.
DISCUSSÃO
Educação em saúde
Rios, et al. (2020) afirma que as atividades educativas se configuram como prioridade
no que diz respeito à promoção da saúde e à prevenção da COVID-19. Esta foi a principal
atuação da enfermagem na APS durante a pandemia citada pelos estudos.
Os enfermeiros são os principais responsáveis pela criação do vínculo entre os usuá-
rios e a UBS, e é essencial para a confiança e adesão da comunidade às informações e
orientações transmitidas pela equipe da APS. O estudo de Silva, et al. (2021) apontou que,
no cenário pandêmico, os enfermeiros têm habilidades para realizar a educação em saúde
dos usuários, ainda que de forma remota, possuem competências de comunicação, criam
estratégias de manejo do acesso à informação e elaboram materiais educativos.
Há, ainda, destaque para a adaptação dessas atividades, que agora devem ser estru-
turadas de modo que garantam a segurança dos pacientes. Misquita, et al. (2020) afirma
que os participantes devem ficar a uma distância segura, devidamente paramentados e se-
guindo as normas de etiqueta respiratória preconizadas pelos manuais de atendimento da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), e que devem ser fornecidas orientações
como: higienização correta das mãos, uso do álcool, lavagem dos alimentos, uso correto da
máscara, entre outras.
Constatou-se, então, que a enfermagem no contexto da APS exerce papel imprescin-
dível, sendo a principal responsável pela criação, adaptação e realização das atividades
educativas, fundamentais para combater a transmissão e a infecção pelo SARS- Cov-2.
35
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
teleconsultas, o que é fundamental na redução do contato presencial com os pacientes, além
de realizar um forte ativismo sindical.
Rios, et al. (2020) também citam a enfermagem no papel de liderança, acionando as
entidades trabalhistas para garantir o recebimento de recursos, evidenciando o seu trabalho
na linha de frente do planejamento, do gerenciamento e da assistência ao paciente com
COVID-19. O estudo afirma, ainda, que os enfermeiros são os profissionais mais atuantes
na organização do fluxo e que, quando assumem o papel de líder, facilitam a promoção do
acesso à saúde de forma eficiente e eficaz nos centros de saúde da APS.
Silva, et al. (2020) apontou que, na dimensão gerencial, a enfermagem atua na siste-
matização da classificação do risco dos pacientes, faz uso de indicadores para monitorar os
casos, estabelece metas diárias, organiza o plano de trabalho das equipes e a passagem
de plantão, realiza a cooperação interinstitucional e interprofissional na gestão de caso e
gerencia o sistema de informação.
Assistência de enfermagem
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. BRASIL, Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, 2012. Disponível
em: < http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf> Acesso em: 25 Jul, 2021.
7. RIOS, A. F. M. et al. Atenção primária à saúde frente à covid-19 em um centro de saúde. En-
fermagem em foco, v. 11, n. 1, p. 236-251, 2020. Disponível em: < http://revista.cofen.gov.
br/index.php/enfermagem/article/view/3666> Acesso em: 09 Maio 2021.
8. SARTI, T. D. et al. Qual o papel da Atenção Primária à Saúde diante da pandemia provocada
pela covid-19? Epidemiol. Serv. Saúde, v. 29, n. 2, Brasília, 2020. Disponível em: <https://
www.scielosp.org/article/ress/2020.v29n2/e2020166> Acesso em: 09 Maio 2021.
37
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
03
Abordagem estrutural de representações
sociais de adolescentes escolares sobre
o processo de envelhecimento
10.37885/210805658
RESUMO
39
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
40
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
A presente análise teve como objetivo compreender o senso comum de adolescentes
escolares sobre o processo de envelhecer a partir de intervenções educativas que propor-
cionem o relacionamento intergeracional, conhecendo as suas representações sociais.
Trata-se, portanto, de uma pesquisa que envolve crenças e afetos de adolescentes
escolares sobre o processo de envelhecimento, com a possibilidade de promover a dimi-
nuição do isolamento social do idoso e sensibilizar o adolescente para o processo de enve-
lhecimento ativo bem-sucedido.
METODOLOGIA
42
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Para descontrair, os alunos levaram instrumentos musicais para tocar e cantar.
Disponibilizaram também hidratantes para passar nos idosos que tinham pele ressecada,
esmalte para pintar as unhas das idosas e presentearam os idosos com desenhos.
Ao final da visita, os adolescentes responderam mais uma vez o Teste de Associação
Livre de Palavras, onde mais uma vez tiveram que associar cinco palavras para os termos
indutores usados no primeiro momento: 1 – Pessoa Jovem; 2 – Pessoa velha. Foi utilizado
um diário de campo onde foi registrado, por um observador, todas atividades, expressões,
reações e relatos dos adolescentes e idosos institucionalizados.
Para interpretação dos dados foi usado o EVOC (Ensemble de Programmes PemettantL
Analysedes Evoctions), versão 2003, software livre que realiza um processamento compu-
tacional, denominado de análise lexicográfica, demonstrando, graficamente, as palavras
pertencentes ao núcleo central e ao sistema periférico das representações sociais. É identi-
ficada à frequência de aparecimento dos termos evocados e a ordem de aparecimento das
respostas registradas (SARAIVA; VIEIRA; COUTINHO, 2011).
Após a coleta das evocações livres verbalizadas pelos participantes da pesquisa e,
antes do processamento do programa computacional, foi necessário a codificação dos da-
dos através de etapas sucessivas de organização do material coletado (SARAIVA; VIEIRA;
COUTINHO, 2011).
Com base no arcabouço de respostas, foi elaborado um dicionário, agrupando-se
palavras que compartilham o mesmo radical e classe sendo complementado pelo critério
semântico, classificando-se as evocações conforme um significado em comum e manten-
do-se os termos de maior frequência. Foram mantidas as expressões ou termos compostos
(TABORDA; RANGEL, 2016).
Somando os dois momentos de preenchimento do TALP, foram evocados 1000 termos
a partir dos quatro termos indutores. Após o agrupamento das palavras, foram formadas 175
palavras que em seguida substituíram os termos evocados.
Foi criado um corpus, cara cada termo indutor, no programa de computador EXCEL com
os termos já substituídos pelas palavras do dicionário criado, para cada termo indutor, totali-
zando oito corpus (quatro do 1º TALP e quatro do 2º TALP), com duzentas e cinquenta pala-
vras, em cada um. Feito isso, os dados foram lançados no programa de computador EVOC.
O software calcula, para o conjunto do corpus, a frequência simples de cada palavra
evocada, as ordens médias de evocação de cada palavra e a média das ordens médias de
evocação. Dos programas do EVOC foi utilizado o Rangfrq que organiza as evocações de
acordo com suas frequências e ordem de evocações e gera o Quadro de quatro Casas com
as palavras (evocações) (TABORDA; RANGEL, 2016).
43
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Assim, como resultado, o programa realiza a construção de um quadro com quatro
casas, onde há quatro quadrantes com quatro conjunto de termos. No quadrante superior
esquerdo ficam situados os termos verdadeiramente significativos para os sujeitos e que
constituem, provavelmente, o núcleo central da representação estudada. As palavras locali-
zadas no quadrante superior direito e inferior esquerdo são os elementos intermediários que
podem se aproximar do núcleo central ou dos elementos periféricos, e aquelas localizadas
no quadrante inferior direito constituem os elementos periféricos da representação (GOMES;
OLIVEIRA, 2005).
O presente estudo foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal do Piauí (CEP/UFPI), cumprido as exigências formais dispostas na
Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) (BRASIL, 2012), que estabelece
as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, obtendo
parecer favorável para execução do estudo sob nº 2.640.806.
RESULTADOS
Para melhor exploração dos resultados, estes foram divididos em duas partes: a pri-
meira para avaliar os dados sócios demográficos dos adolescentes, a segunda comparar as
representações dos adolescentes antes e após as intervenções educativas.
O quadro 01 representa a leitura do corpus pelo programa EVOC, referente aos ter-
mos evocados pelos adolescentes através do termo indutor “pessoa jovem”, antes e após
as atividades realizadas.
45
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Quadro 01. Evocações de adolescentes escolares sobre “pessoa jovem”. Picos-PI, 2017.
PALAVRAS EVOCAS ANTES DAS ATIVIDADES PALAVRAS EVOCADAS DEPOIS DAS ATIVIDADES
Em relação aos termos evocados antes das atividades, observa-se que no quadrante
superior esquerdo, há apenas a palavra diverti. Ela foi substituída pelos termos “diversão”;
“divertidos”; “divertir”; “divertida”; “divertido”. Então, para os adolescentes o núcleo central
de sua representação de sujeito como pessoa jovem é algo relacionado à diversão.
Os termos, dessa forma, refletem o pensamento dos adolescentes acerca do que ima-
ginam sobre pessoa jovem. Associa-se dessa maneira o ser jovem à liberdade, excesso de
saúde, e são dessa forma ligados à longevidade que o os adolescentes ancoram na diversão.
No quadrante inferior esquerdo, apresenta também apenas a palavra mudança. Por
estar na zona de elementos de contraste, nota-se que mesmo para poucos sujeitos, a mu-
dança é de grande importância ao que se refere a pessoa jovem. Isso se dá, pela adoles-
cência ser definida como período de transição em que o sujeito vive uma situação de novos
ajustamentos entre o comportamento infantil e o comportamento adulto.
No quadrante superior direito já se pode observar uma quantidade maior de palavras
evocadas. As palavras são ami, beb, com, curti, dispos, estud, fest e namor. Elas estão asso-
ciadas às palavras “amigos”, “amizades”, “bebidas”, “beber”, “curtir”, “curtição”, “disposição”,
“disposta”, “disposto”, “estudos”, “estudar”, “festa”, “namoro”, “namorar”, “comida”, “comer”.
Elas estão na primeira periferia, mostrando menos importância para os sujeitos, em-
bora evocados em número maior. É interessante observar quefest está bem a frente com
27 evocações, seguido de estud e namor com 17 evocações cada. Os termos são os mais
próximos do núcleo central, mostrando que na visão dos adolescentes, a pessoa jovem na-
mora, dando a entender que nas outras fases da vida, ela não faça isso. Ou seja, o jovem
namora, vai as festas e estuda. Pode-se chegar à conclusão que quando os estudantes
citam o termo estud, elas estão se referindo a eles mesmos. E estão diretamente ligadas
ao núcleo central, ou seja, diversão.
O consumo de bebida está associado ao adolescente, visto que o adolescente é um
ser muito vulnerável e influenciado por outras pessoas quando se refere a assuntos de ris-
co. Em um estudo com quase mil adolescentes escolares (ELICKER; et al., 2015) mostra
que quase metade desses adolescentes faziam uso de álcool. Já em outro estudo (VEIGA;
46
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
et al., 2016) aponta quase noventa por cento dos adolescentes escolares consumirem
bebida alcoólica.
No quadrante inferior direito, tem-se a periferia mais distante, com as palavras brinca,
decepc, rebeldia, sexo. Essas palavras se referem a “brincar”, “brincadeira”, “decepção”,
“se decepcionar”, “rebeldia” e “sexo”. Nesse quadrante, os termos podem estar associados
às mudanças físicas e emocionais que os adolescentes passam. Considerando mudança a
palavra mais importante pelo senso comum dos adolescentes ao ser jovem.
Referente aos termos evocados pelos adolescentes através do termo indutor “pessoa
jovem” após as intervenções educativas e visita a ILPI, como resultado, teve o núcleo cen-
tral as palavras energ, fest, jogos, sair. Que representam as palavras “energia”; “energia
positiva”; “festa”; “festas”; “festiva”; “futebol”; “bola”; “esportes”; “jogar”; “jogar baralho”; “sair”;
“bastante”; “sair muito”; “saideira”.
As festividades estão consolidadas no pensamento que os adolescentes escolares
têm sobre o sujeito jovem. Entres eles, o termo fest foi o mais evocado (n=29). O termo
pode ser ligado a outras duas evocações presentes no núcleo central energ e sair. Pode-
se perceber que para os estudantes, a imagem do sujeito jovem está ligada a uma vida
agitada, frenética. E o termo energ se liga ao termo jogos, já que a palavra refere a termos
relacionados a esportes.
O quadrante inferior esquerdo apresenta as palavras conhec, danad, dispos, farra.
Que se referem a “disposição”; “disposta”; “disposto”; “conhecedor”; “tempo de conheci-
mento”; “conhecimento”; “ter conhecimento”; “reconhecimento”; “farra”; “farriar”; “folia”;
“danado”; “danada”.
Na visão dos estudantes, o sujeito jovem é um sujeito que está em constante processo
de conhecimento, por serem adolescentes escolares, podem através desse termo estarem
se referindo ao processo de conhecimento na escola.
E o termo danad se refere a momentos de traquinagem, no caso pode ser ainda na
adolescência, ou eles podem estarem se referindo a fase da infância, onde a criança tende
a aprontar e não se comportar.
No sistema periférico próximo, aparecem os termos dorm, estud, feli, for, mudança,
namor, objetos, problema, saud. Que se referem a “forte”; “força”; “estudo”; “estudar”; “na-
moro”; “namorar”; “óculos”; “dormir tarde”; “dormir”; “saudável”; “saúde”; “com saúde”; “bem
de saúde”; “feliz”; “felicidade”; “mudanças”; “mudança de aparência”; “mudança física”.
O termo mais evocado é o namor, juntamente com feli e estud. Isso pode ser visto
como a realidade que eles estão vivendo. Nessa fase da vida se inicia os relacionamentos
amorosos. O adolescente passar a ter um (a) companheiro (a), sendo essa, umas das de-
finições da felicidade, evocada com praticamente a mesma frequência. Evidencia-se que
47
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
ver a solidão na ILPI, possa ter influenciado a evocação desses termos. Isso acontece na
maioria das vezes no ambiente escolar (estud), que está sendo evocado não só por isso,
mas também por ser o ambiente em que o adolescente passa mais tempo.
No sistema periférico mais distante aparecem os termos apps, apreocup, dinheiro,
escola, inteligen, sonh, tec, trist. Que se referem a “escola”; “inteligente”; “inteligência”; “des-
preocupação”; “sonhos”; “ainda sonhando”; “sonhos em se formar”; “celular”; “tecnologia”;
“dinheiro”; “whatsapp”; “facebook”; “redes sociais”; “internet”.
Os termos foram os menos evocados e com importância menor aos sujeitos, porém são
os de maior inserção na sociedade e sensíveis ao meio em que estão inseridos. É bastante
perceptível quando são evocados os termos apps e tec, que compreendem os
aparelhos tecnológicos e as redes sociais mais usadas na atualidade, passando a ser
uma nova forma de se relacionar. Ainda nesse meio, passa pela imaginação dos adoles-
centes o sujeito jovem, sendo aquele ser inteligente com dinheiro e cheio de sonhos para
realizar durante essa fase.
No quadro 02 aparece as palavras evocadas a partir do termo indutor “pessoa ve-
lha”. Em relação aos termos evocados pelos adolescentes antes das intervenções educati-
vas, o núcleo central está representado pelas palavras afor, cabelo, conselh e filhos. Elas
se referem a “perda de força”, “sem força”, “fraco”, “frágil”, “fragilidade”, “cabelo branco”,
“perda de cabelo”, “conselheiro” e “ter filhos”.
QUADRO 02. Palavras evocadas ao termo indutor “pessoa velha”. Picos-PI, 2017.
PALAVRAS EVOCAS ANTES DAS ATIVIDADES PALAVRAS EVOCADAS DEPOIS DAS ATIVIDADES
É evidenciado que para os adolescentes escolares, a imagem que lhes vem à cabeça
de pessoa velha é uma imagem bastante estereotipada de idosos. Aquele sujeito que não
tem força, que tem os cabelos brancos ou que não os tenha, que aconselha as pessoas e
que já tiveram filhos, gerando seus frutos. Ou seja, chegou ao fim do ciclo da vida.
A descriminalização e o uso de estereótipos negativos associados à velhice apresenta-
-se como um fenômeno transcultural (FERNANDES; ANDRADE, 2016). A velhice é associada
a doenças, fraqueza, fragilidade e, aliados a essas perdas, ocorre a negação e o medo que
os adolescentes têm dessa etapa da vida (PEREIRA; FREITAS; FERREIRA, 2014).
48
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Na zona de elementos de contraste aparece as palavras dor, dorm, fala e netos. No qual,
se referem a “dor”; “dores”; “dor no corpo”; “doloroso”; “dor nas costas”; “dor de cabeça”,
“falatório”; “fala muito”; “falar muito”, “dormir muito”, “netos”.
Esses termos são elementos intermediários e mostram que os jovens veem o sujeito
velho tendo dor, não só a dor física, mas como evocado por eles, um processo doloroso.
Também para o sujeito velho é passada a ideia de uma pessoa que fala muito. Pelos termos
evocados, não se percebe um pensamento positivo ou negativo. A palavra netos também
aparece, nota-se que isso pode se diferenciar da palavra filhos evocada no núcleo central.
Ter netos, passa uma ideia mais firme e concreta de uma pessoa velha, isso não só pelas
representações que os sujeitos têm, mas pelo tempo cronológico que é preciso se dar tal feito.
Foi citado pelos estudantes a palavra dorm, que se refere ao sono e o fato de idosos
dormirem muito. Para os jovens, a velhice é um momento de descanso. Ela deve ser com-
preendida em sua totalidade, pois além de um fato biológico, é um fato cultural. Por vezes,
é vista como um acontecimento ruim, mesmo para as pessoas bem-sucedidas, uma vez
que a decadência física posta por ela salta aos olhos, visto que o ser humano apresenta as
mudanças impostas pelo avanço da idade (FERNANDES; ANDRADE, 2016).
Na primeira periferia aparece as palavras conversa, cuida, doen, experien, família,
hist., namor, ruga, trabalh e trist. Se referem aos termos “conversadeira”; “conversador”;
“conversa”; “conversar”; “cuidadoso”; “cuidado”; “cuidadosa”; “cuidados”; “cuidar”; “cuidador”;
“cuidar dos filhos”; “cuidados na saúde”; “doente”; “doença”; “família reunida”; “apego familiar”;
“convivência familiar”; “família reunida”; “preocupação familiar”; “estrutura familiar”; “almo-
ço de família”; “trabalho”; “historiador”; “historias”; “boas histórias”; “contador de histórias”;
“contar histórias”; “historias antigas” ; “trabalhar”; “trabalhando”; “trabalhador”; “namoro”;
“namorar”; “triste”; “tristeza”; “experiente”; “experiência”; “experientes”; “experiência de vida”;
“pele rígida”; “pele enrugada”; “pele ressecada”; “rugas”.
É notório os aspectos positivos e negativos expostos nesse quadrante. São vistos como
aspecto positivo as palavras conversa, cuida, hist., família, namor e trabalh, pois mostram o
sujeito velho como aquele que interage, conversa, se cuida, cuida dos outros, está reunido
com a família e essa família o cerca, mostra o sujeito como alguém que trabalhou ou trabalha
bastante, ou seja, uma pessoa produtiva, que tem boas histórias de sua trajetória de vida
para contar e quem tem muita experiência. E percebe-se claramente os aspectos negativos
vistos pelos estudantes nas palavras doen e trist, já que a imagem do sujeito idoso reflete
passar a ser sobre problemas de saúde e tristeza.
Na zona periférica aparecem as palavras cansa, carinho, objetos, piada, responsa,
sab e solid. Que se referem a “responsabilidade”; “responsável”; “responsabilidades”; “mais
responsabilidade”; “óculos de grau”; “cadeira de balanço”; “óculos”; “blusão”; “rede”; “aliança”;
49
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
“alianças”; “cadeira”; “sapato”; “relógio”; “bengala”; “terno”; “carinhoso”; “carinhosa”; “cari-
nho”; “sábio”; “sábia”; “sabedoria”; “sabedor”; “cansaço”; “cansada”; “cansado”; “cansados”;
“piada”; “contar piada”; “solidão”; “solitário”; “sozinha”; “sozinho”.
Então, de forma mais sensível à realidade que estão inseridos, como objetiva o sistema
periférico, os estudantes têm em mente de forma mais distante, os objetos que lembram o
sujeito velho, objetos bem típicos como “bengala” e outros atípicos como “sapato”. Outros
objetos significam mais do que a imagem da pessoa velha, mas sim feitos ou ações, como
“alianças”, que pode representar a união com outra pessoa, como também a constitui-
ção de uma família.
No entanto, é transmitida a imagem de cansaço e solidão (cansa e solid). Os adoles-
centes representam a velhice como uma fase natural e positiva da vida, visto que é uma
fase em que a pessoa é dona de si e possui autonomia. Para esses adolescentes a velhice
é representada por um tempo de recordações e memórias do passado, é um período de
descanso, mas ao mesmo tempo uma fase de vida em que se enfrenta muitas dificuldades,
como a finitude e proximidade com a morte (FERNANDES; ANDRADE, 2016).
A leitura do corpus pelo programa EVOC, referente aos termos evocados pelos ado-
lescentes através do termo indutor “pessoa velha” após as atividades educativas e vivência
em ILPI, no quadrante superior esquerdo, representando assim o núcleo central das repre-
sentações, aparece apenas o termo hist. Que representa “historiador”; “historias”; “boas
histórias”; “contador de histórias”; “contar histórias”; “historias antigas”. Nota-se que não
há mais características físicas mencionadas, termos relacionados a renda, ou sequer outra
prática. O núcleo central passa a ser apenas as histórias contadas pelos idosos.
No quadrante abaixo, periferia mais próxima do núcleo central apresenta os termos
feli e filhos. Que representam “felicidade”; “feliz”; “filhos”. Os termos são menos frequentes
porém representa importância maior para os estudantes. O sujeito velho agora passa a ser
referenciado com felicidade e também como antes da visita, a geração de descendentes é
de importância, no caso o termo referido foi - ter filhos.
Na primeira periferia os termos evocados foram amo, casa, doen, madur, objetos,
responsa, sab, saudade, solid, trist. Que se refere, a “amor”; “amar”; “paixão”; “maturidade”;
“amadurecer”; “maduro”; “triste”; “tristeza”; “solidão”; “sozinho”; “saudade”; “sábio”; “sabe-
doria”; “solitário”; “responsabilidades”; “mais responsabilidade”; “responsável”; “responsabi-
lidade”; “ficar em casa”; “dentro de casa”; “casa”; “somente em casa”.
Os termos são mais acessíveis e flexíveis, sendo evocados em maior número e é
responsável pela contextualização. Ainda há uma variação de termos, fletindo algo já intro-
duzido na mente dos adolescentes e uma provável sensibilização referente as atividades
desenvolvidas e a visita a ILPI. Em evocações maiores, tem-se os termos relacionados a
50
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
“tristeza”, “doença”, “saudade” e “solidão”. Isso é um provável reflexo do que a instituciona-
lização pode ter marcado nesses estudantes.
No sistema periférico mais distante, aparece os termos afor, boa, cabelo, cama, dorm,
paz, preoc. Que se referem a “falta de força; “fragilidade”; “frágil”; “fraqueza”; “pessoa boa”;
“gente boa”; “pessoa boa”; “cabelo branco”; “perda de cabelo”; “cama”; “dormir”; “dormir
muito”; “paz”; “preocupação”.
Os termos evocados nesse quadrante relacionam a realidade concreta com a busca
do sistema central, assim, são evocados menos vezes. Então a ideia que se tem a partir
do resultado desse quadrante é de sensibilidade. Embora os termos sejam aspectos nega-
tivos, os jovens estão vendo isso de forma preocupante. Mostrando que esse sujeito velho
que está fraco precisa de paz, que esse sujeito é uma boa pessoa e que viveu muito, agora
precisa descansar, precisa dormir ter uma cama. Começa-se a perceber os adolescentes
como sujeitos agora mais sensíveis ao que se refere ao sujeito velho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. ALBUQUERQUE, M. S.; CACHIONI M. Pensando a Gerontologia no Ensino Fundamental.
Revista Kairós Gerontologia, v. 16, n. 5, p. 141-163, 2013.
3. ______. Ministério da Saúde. Resolução – RDC n.º 466, de 12 de dezembro de 2012 – Apro-
va diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília:
Ministério da Saúde, 2012.
5. ELICKER, E.; et al. Uso de álcool, tabaco e outras drogas por adolescentes escolares de Porto
Velho-RO, Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde, v. 24, n. 3, p. 399-410, 2015.
10. MORGADO, F. F. R.; et al. Representações Sociais sobre a Deficiência: Perspectivas de Alunos
de Educação Física Escolar. Rev. bras. educ. espec. [online], vol. 23, n. 2, p.245- 260, 2017.
12. OLIVEIRA, DC., GOMES, AMT., MARQUES, SC., THIENGO, MA. “Pegar”, “ficar” e “namorar”:
representações sociais de relacionamentos entre adolescentes. RevBrasEnfer, v. 60, n. 5,
p-497-502, 2007.
13. PEREIRA, R. F.; FREITAS, M. C.; FERREIRA, M. A. Velhice para os adolescentes: abordagem
das representações sociais. RevBrasEnferm. v. 67, n. 4, p. 601-609, 2014.
52
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
14. SANTOS, C. A. N.; et al. Análise de vulnerabilidades em adolescentes escolares. ReonFace-
ma. v. 3, n. 1, p. 338-344, 2017.
15. SARAIVA, E. R. A.; VIEIRA, K. F. L.; COUTINHO, M. P. L. A utilização do software EVOC nos
estudos acerca das representações sociais. In: COUTINHO M. P. L.; SARAIVA, E. R. A. (org).
Métodos de pesquisa em psicologia social: perspectivas qualitativas e quantitativas. João
Pessoa: Editora universitária, 2011.
16. SILVA, A. C. S.; et al. Representações sociais sobre ser saudável de adolescentes escolares.
Adolesc. Saúde, v. 11, n. 1, p. 24-31, 2014.
17. TABORDA, M.; RANGEL, R. Representações Sociais de Profissionais da Saúde sobre apren-
dizagem e Internet. Revista Brasileira de educação Médica, v. 40, n. 4, p. 694 – 70, 2016.
53
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
04
Ação educativa sobre câncer de colo
uterino para mulheres aguardando a
realização do exame preventivo: um
relato de experiência
10.37885/210705359
RESUMO
55
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
56
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
A estratégia definida pelo Ministério da Saúde (MS) para rastreamento do câncer de
colo uterino e suas lesões precursoras é o exame citopatológico, ou teste de Papanicolau,
direcionado às mulheres a partir de 25 anos que já iniciaram atividade sexual, prosseguindo
até os 64 anos e interrompidos após essa idade, se houver pelo menos dois exames nega-
tivos consecutivos nos últimos cinco anos.
RELATO DE CASO
DISCUSSÃO
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que existem mais de 100
tipos de HPV dos quais menos de 14 são cancerígenos. Dentre eles o HPV tipo 16 e 18
são os que causam 70% dos cânceres de colo do útero e lesões pré-cancerosas. Em 2018,
aproximadamente 311 mil mulheres morreram de câncer do colo uterino, sendo cerca de
90% dessas mortes em países de baixa e média renda. (SAÚDE, 2021).
Segundo o Ministério da Saúde (2021), em decorrência da magnitude dos casos, é
oferecido às mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos, e as quais já tiveram atividade se-
xual, o método de rastreamento do câncer do colo de útero. A priorização dessa faixa etária
como a população alvo do programa, justifica-se por ser a de maior ocorrência das lesões
de alto grau, possíveis de serem tratadas efetivamente para não evoluírem para o câncer.
A ação educativa nessa temática é necessária como oportunidade de escuta, diálogo,
compartilhamento de saberes e construção coletiva de forma a enfrentar as questões rela-
tivas ao processo saúde – doença, como resposta às necessidades de saúde dos sujeitos
e coletivos. (LEONELLO; VIEIRA; DUARTE, 2017).
CONCLUSÃO
58
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
REFERÊNCIAS
1. INCA - INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, Ministério da Saúde. Câncer do colo do útero,
2019. Disponível em: Acesso em julho de 2021.
2. LEONELLO, Valéria Marli; VIEIRA, Milene Pires de Moraes; DUARTE, Thalita Cristine Ramirez.
Competências para ação educativa de enfermeiras da estratégia de saúde da família.
2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/VKpnY3JPpqTmP7pSs7MmYPk/?lang=p-
t&format=pdf. Acesso em: 09 jul. 2021
3. ROZARIO, Suelem do; SILVA, Léia Ferreira da; KOIFMAN, Rosalina Jorge; SILVA, Ilce Fer-
reira da. Caracterização de mulheres com câncer cervical atendidas no Inca por tipo
histológico. 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsp/a/WM3SZJDQCbXm9cbkchJh-
qLq/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 08 jul. 2021.
4. SANTANA, Ercília A.; BISELLI, Patrícia M.; BISELLI, Joice M.; ALMEIDA, Margarete T.G.;
BERTELLI, Érika C.P. Câncer cervical: etiologia, diagnóstico e prevenção. Disponí-
vel em: https://www.researchgate.net/profile/Patricia-Biselli-Chicote/publication/233483491_Ce
rvical_cancer_etiology_diagnosis_and_prevention/links/59a5715f0f7e9b348eb01073/C ervical-
-cancer-etiology-diagnosis-and-prevention.pdf. Acesso em: 09 jul. 2021.
5. SAÚDE, Ministério da. Câncer do colo do útero. 2021. Disponível em: https://www.inca.gov.
br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero. Acesso em: 09 jul. 2021.
8. SILVA, M.M., CASTRO, R.G.P., MACIEL, M.S.P., FREITAS, R.M.C., MARCELINO, T.P. Evi-
dências contemporâneas sobre o uso da terapia de reposição hormonal. Brazilian Journal of
Health Review, v. 2 n. 2, p. 925-969, 2019.
59
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
05
Análise da distribuição espacial dos
casos de hanseníase em dois bairros
endêmicos
10.37885/210805661
RESUMO
A hanseníase é uma doença causada pelo bacilo Mycobacterium Leprae, que representa
um grave problema de saúde pública, onde o estado do Piauí ocupa a 7° posição em
escala nacional e a 2° posição no Nordeste. Estudos apontam a associação dos casos
da doença com o baixo grau de escolaridade e condições sanitárias inadequadas, dessa
maneira, o estudo da distribuição geográfica torna-se fundamental na investigação de
regiões e grupos de risco. Este estudo objetivou conhecer a distribuição espacial e as
características sociodemográficas de pessoas que adoeceram por hanseníase nos dois
bairros de maior incidência na cidade de Picos-PI. Trata-se de um estudo descritivo,
transversal e retrospectivo, cujos dados foram coletados no período de agosto de 2015
a fevereiro de 2016, nos bairros Parque de Exposição e São José e a amostra final foi
composta por 64 pessoas diagnosticadas com hanseníase entre 2001 e 2014. Um GPS
foi utilizado para marcar as coordenadas referentes ao domicílio do paciente para efeti-
vação da análise espacial. Os resultados apontaram a formação de conglomerados de
hanseníase nos bairros estudados, e que a maioria da amostra era composta por homens,
na faixa etária entre 20 e 59 anos, da raça parda, com baixo grau de escolaridade, baixa
renda e desempregados. As variáveis escolaridade e renda mostraram mais conformidade
com a literatura, no sentido de que aliadas a bairros de alta densidade demográfica e
socialmente desfavoráveis, beneficiam a contaminação e proliferação do bacilo.
61
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
63
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
bairros com a participação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), para a apresentação
do projeto e solicitação do apoio nas visitas domiciliares aos pacientes.
As visitas foram realizadas com o objetivo de orientar os pacientes com informações
pertinentes sobre a pesquisa e para convidá-los a participar, os que aceitaram fazer parte
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), já os menores de 18
anos, receberam o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE). Foram reproduzias
duas vias de ambos os termos, na qual, uma ficou com o participante e a outra com o pes-
quisador. Nestes termos foi garantido total sigilo, anonimato e liberdade para o participante
desistir da pesquisa a qualquer momento.
Finalizado esse primeiro momento com as visitas, foram agendadas datas para a aplica-
ção do formulário já validado pelo projeto de pesquisa Integrahans-PI, que trazem variáveis
sobre a condição socioeconômica dos participantes, sendo elas: sexo, raça, idade, estado
civil, situação laboral, escolaridade e renda mensal. Ao final das visitas o Global Positioning
Systerm (GPS) foi utilizado para marcar as coordenadas referentes ao domicílio do paciente
para efetivação da análise espacial.
O grupo de pesquisa foi formado por acadêmicos da Universidade Federal do Piauí
(UFPI) e Universidade Estadual do Piauí (UESPI) juntamente com docentes e profissionais da
saúde que se disponibilizaram a participar do projeto. Para a coleta de dados os participantes
foram divididos em equipes e as atividades foram distribuídas entre esses subgrupos. É im-
portante destacar que todos os pesquisadores de campo foram anteriormente capacitados
por profissionais experientes na área. As capacitações envolveram temas, como: abordagem
domiciliar, manejo da hanseníase, objetivos do estudo e preenchimento dos formulários.
Os dados obtidos foram digitados e armazenados no programa Epi-Info versão 7.1.5.0
e analisados no Stata/SE versão 13.0, usando arquivos em formato de base de dados
(dta). Os resultados foram organizados em tabelas com a realização da estatística descritiva
e discutidos de acordo com a literatura pertinente.
Os GPSs eram do modelo GARMIN rino 530HCx e após a coleta os pontos foram
importados para o programa Google Earth versão 7.1.2.2041, as imagens geradas, foram
salvas em um formato kml (Keyhole Markup Language).
Fazendo uso do programa qGIS versão 2.4.0-Chugiak, os dados em formato kml foram
importados para serem trabalhados juntamente com malhas (camadas vetoriais) de dados dos
bairros do município de Picos-PI, obtidas junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), gerando assim os mapas temáticos dos pontos coletados em relação aos bairros.
Este estudo objetivou-se atender as recomendações da resolução 466/2012 do Conselho
Nacional de Saúde (CNS) para que fossem garantidas as questões éticas envolvendo seres
humanos em pesquisa (BRASIL, 2012).
64
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
A pesquisa apresenta como benefícios o acesso dos participantes a informações ade-
quadas sobre a hanseníase, além da relevância e contribuição dos resultados desta pes-
quisa para as ações de controle da doença no município de Picos. Além disso, todos foram
informados que os dados serão utilizados somente para fins científicos.
Este estudo apresentou risco de constrangimento, que poderia ocorrer durante a en-
trevista. Com o objetivo de minimizar esse episódio, as atividades foram realizadas em um
local reservado, seguro e tranquilo para que as pessoas fossem avaliadas individualmente
com a presença apenas do pesquisador.
Tendo em vista a complexidade do tema exposto e a importância ética do estudo,
o mesmo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UFPI, sob o pare-
cer nº 1.115.818.
RESULTADOS
A amostra foi composta por 64 pessoas com hanseníase residentes nos bairros Parque
de Exposição e São José, na qual contatou-se que eram os dois bairros com o maior nú-
mero de casos do munícipio. Com o intuito de categorizar a amostra segundo os aspectos
sociodemográficos, distribuiu-se as variáveis relacionadas a essas características na tabela
a seguir (TABELA 01).
65
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
TABELA 01. Perfil Sociodemográfico de pessoas acometidas por hanseníase nos bairros Parque de Exposição e São José,
em Picos-PI, 2001-2014. Picos, 2017 (n=64).
Sexo N %
Feminino 30 46,88
Masculino 34 53,123
Idade
10 a 19 anos 4 6,25
20-59 anos 40 62,50
60 anos ou mais 20 31,25
Raça
Branca 13 20,31
Parda 28 43,75
Negra 22 34,38
Amarela 1 1,56
Estado Civil
Solteiro 19 29,69
Casado 29 45,31
Separado(a)/Divorciado(a)/Viúvo(a) 16 25
Escolaridade
Analfabeto 19 29,69
1º ao 5º ano incompleto 18 28,13
5º ano completo 4 6,25
6º ao 9º ano incompleto 2 3,13
Fundamental Completo 4 6,25
Médio incompleto 5 7,8
Médio Completo 8 12,50
Superior Completo 1 1,56
Superior Incompleto 1 1,56
Não Sabe/ não quer responder 2 3,13
Renda
Até 1 salário mínimo 28 43,75
De 1 a 2 salários mínimos 32 50
De 2 a 4 salários mínimos 4 6,25
Situação Laboral
Não Trabalha 16 25
Trabalho Formal 10 15,63
Ativo/Aposentado/ Beneficio 7 10,94
Inativo/Aposentado /Beneficio 8 12,50
Dona de casa 5 7,8
Trabalho informal 16 25
Outro 2 3,13
Fonte: Integrahans – PI, 2017.
Quanto ao sexo, pôde-se notar que 53,12% eram homens, evidenciando uma diferença
proporcional mínima em relação ao número de mulheres. A idade variou entre 10 e 60 anos
(ou mais), havendo um maior percentual de pessoas entre a faixa etária de 20 a 59 anos,
com 62,50%. As raças autoreferidas predominante foram a parda com 28 (43,75%) e a raça
negra 22 (34,38%).
66
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
No que diz respeito ao estado civil, 45,31% afirmaram ser casados. Com relação a
escolaridade, 29,69% da amostra é constituída por pessoas analfabetas, seguido dos que
possuem escolaridade do 1º ao 5º ano incompletos 28,13%. Acerca da renda familiar, 32
pessoas (50%) confirmam renda de 1 a 2 salários mínimos por mês. No que diz respeito à
situação laboral, constatou-se que 16 pessoas (25% da população analisada) não trabalham
e a renda de 10 pessoas (15,63%) é resultante do trabalho informal.
Distribuição espacial
Figura 02. Mapa para representação do território nos segmentos país, estado e município. Picos, 2001-2014.
67
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Na figura 02, no quadrante superior, pode-se identificar a localização do munícipio no
estado do Piauí e na imagem seguinte a cidade de Picos vista de forma isolada. A parte
inferior do mapa ilustra a zona urbana de Picos estratificada por bairros.
68
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
DISCUSSÃO
69
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
A baixa escolaridade foi apontada por Amaral e Lana (2008), como fator de risco para
a hanseníase, bem como para a não adesão ao tratamento e/ou o desenvolvimento das
formas mais graves da doença. Na sua opinião os serviços de saúde devem levar em consi-
deração este fator no planejamento e desenvolvimento de suas atividades, principalmente na
elaboração de ações educativas, que deverão adequar-se às suas capacidades cognitivas
e a seus conhecimentos e crenças.
No estudo realizado por Almeida (2012), as profissões que apresentaram maiores
números de casos da hanseníase foram aquelas de trabalhos manuais, com 45% dos ca-
sos, seguido de pessoas do lar, com 23% dos casos, corroborando com os achados desta
pesquisa no que discerne à ocupação.
Lopes e Rangel (2014), notaram que os usuários sem ou com baixa escolaridade, ou
baixa capacitação profissional acabam ficando com uma participação restrita no mercado
de trabalho, resultando no sustento da família restrita a atividades que não exigem conheci-
mentos técnicos e/ ou específicos adquiridos com a escolaridade. Desta forma, os trabalhos
informais tornam-se a alternativa para os menos escolarizados.
Acerca da renda familiar, Lopes e Rangel (2014) em seu estudo também obtiveram
resultados cujos participantes referiram ter renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No es-
tudo de Almeida (2012), 51,9% possuíam uma renda familiar maior que 700 reais mensais.
Simões et al. (2016), da mesma forma encontraram uma renda familiar mensal inferior a
três salários-mínimos, sendo referida por 79,4% dos participantes.
De acordo com Amaral e Lana (2008), a condição de baixa renda pode contribuir na
formação do perfil do paciente com hanseníase por diversos fatores, pois condições socioe-
conômicas precárias podem favorecer a disseminação da doença, com a aglomeração de
pessoas na mesma residência, baixo nível de instrução, dentre outros fatores. Além disso,
os determinantes não são isolados, pois a baixa renda costuma associar-se à baixa escola-
ridade e ao pouco acesso às informações sobre o autocuidado e a prevenção de doenças.
O papel dos fatores socioeconômicos, como escolaridade, condições de moradia e
saneamento básico ainda não está totalmente esclarecido, mas certamente interagem com
outros fatores para a determinação da doença. Estudos apontam que fatores sociais e econô-
micos interferem no acometimento de grupo populacionais mais vulneráveis, compreendendo-
-o como evento de caráter negligenciado gerador e causador de pobreza. A hanseníase pode
atingir pessoas de qualquer classe social, no entanto, sua incidência é maior nos segmentos
mais empobrecidos da população. Isso se deve à presença de condições socioeconômicas
desfavoráveis, o que acarreta em condições precárias de vida e saúde, facilitando a sua
contaminação e propagação do agente causador (SOUZA, 2017; LOPES; RANGEL, 2014).
70
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
No estudo de Fausto et al. (2010), foi possível perceber que a ocorrência de casos tem
relação com o nível social, revelando que nos bairros onde há maior assistência à saúde e
saneamento básico, os índices são menores.
Com relação aos clusters observados na distribuição espacial dos casos referência
nos bairros endêmicos de Picos, estes podem ser caracterizados como bairros propícios à
proliferação da doença, pois segundo Dias, Dias e Nobre (2005), as áreas com baixo padrão
socioeconômico e alta densidade demográfica costumam apresentar maior número de casos
da doença. Relatam ainda que a distribuição dos casos também não é homogênea, mesmo
dentro de áreas mais acometidas, a concentração de focos se dá em alguns quarteirões.
De acordo com Souza et al. (2001), assim como ocorre nas outras partes do país, no
Pernambuco a distribuição da doença também ocorre de forma homogênea, pois a maior
concentração de casos acontece nos grandes centros urbanos, com ênfase nas periferias,
apesar de haver notificações em quase todos os municípios. Identificando os bairros com
detecção elevada da hanseníase, observaram que o padrão se repete: áreas com alta den-
sidade demográfica e concentração de população com baixa condição de vida.
No estudo de Garcia et al. (2013), assim como no presente estudo, a pontualização
dos casos diagnosticados permitiu identificar a proximidade do local de residência entre os
mesmos, contribuindo para uma visualização mais realista da distribuição da doença e a
localização da concentração dos casos investigados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
71
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Reafirmou-se portanto, a utilidade do geoprocessamento como ferramenta para monito-
ramento e análise da endemia da hanseníase, permitindo identificar as áreas de maior con-
centração da doença. Este modelo de análise não permitiu avaliar todos os fatores espaciais
envolvidos, mas faz-se de grande valia para o desenvolvimento de estratégias de controle
da doença, a partir de ações de prevenção e controle mais específicas, redirecionadas para
as áreas onde se aglomeram mais casos.
É importante dar atenção aos bairros de maior endemicidade, os gestores devem voltar
a atenção para os mesmos e promover a saúde a partir dos indicadores socioeconômicos
que predispõem a aquisição da doença. Proporcionar um ambiente saudável, a partir de
medidas higiênicas de saneamento básico e estruturação dos bairros é tão importante quanto
melhorar a assistência através das unidades de saúde e busca ativa de novos casos. Os bair-
ros que apresentam casos mais isolados também devem ser atendidos por propostas de
melhoria da qualidade de assistência, pois na cidade de Picos, muitos são os bairros com
características de vulnerabilidade social, mas que diferem dos endêmicos provavelmente
pela menor densidade populacional.
A qualidade da assistência em saúde e a rapidez pelo diagnóstico de novos casos
pode ser um dos fatores que determinam os menores índices nos outros bairros urbanos
de Picos. No entanto, a distribuição espacial encontrada nesse território reflete, além dos
aspectos socioeconômicos, a falta de conhecimento e de ações sistematizadas dos ges-
tores de saúde, revelando ainda a complexidade dos fatores, naturais e sociais envolvidos
no seu controle.
Os resultados gerados por esta pesquisa evidenciam a necessidade da condução de
novos estudos para produção de conhecimentos baseados na especificidade dos bairros e
que facilitem a identificação dos fatores que predispõem a ocorrência da hanseníase.
REFERÊNCIAS
1. AMARAL, E. P.; LANA, F. C. F. Análise espacial da Hanseníase na microrregião de Almenara,
MG, Brasil. Rev. Bras. Enferm, Brasília, v. 61, espp., p. 701-707, dez, 2008. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/reben/v61nspe/a08v61esp.pdf > Acesso em 23/05/17.
2. ARAÚJO, Danielle Yasmin Moura Lopes de; ANDRADE, Jaciara Sousa; MADEIRA, Maria Zé-
lia de Araújo. A atuação dos Agentes Comunitários de Saúde do município de Teresina/Piauí
sobre hanseníase. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste-Rev Rene, v. 12, 2012.
72
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
4. BRASIL. PORTARIA Nº 3.125, DE 7 DE OUTUBRO DE 2010. Aprova as Diretrizes para Vigi-
lância, Atenção e Controle da Hanseníase. Brasília, 2010. Disponível em: <http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt3125_07_10_2010.html> Acesso em 15/05/17.
9. GARCIA, Daniele Rodrigues; IGNOTTI, Eliane; CORTELA, Denise Costa Boamorte; XAVIER,
Diego Ricardo; BARELLI, Carla Simone Girotto de Almeida Pina. Análise espacial dos casos
de hanseníase, com enfoque á área de risco, em uma unidade básica de saúde no município
de Cárceres (MT), Cad. Saúde Colet, v.22, n.4, p. 168-7, 2013.
10. HINO, Paulo; VILLA, Tereza Cristina Scatena; SASSAKI, Cinthia Midori; NOGUEIRA, Jordana
de Almeida; SANTOS, Claudia Benedita dos. Geoprocessamento aplicado á área da saúde.
Rev Latino-am Enfermagem, v.14, n.6, 2006.
11. JUNIOR, Atvaldo Fernandes; VIEIRA, Maria Aparecida; CALDEIRA, Antônio Prates. Perfil
epidemiológico da hanseníase em uma cidade endêmica no Norte de Minas. Rev Bras Clin
Med, v. 10, n. 4, p.272-7, 2012.
13. LIMA, E. O. Inovação no diagnóstico da hanseníase: Potencial método não invasivo associa-
do à espectrometria de massas de alta resolução. 2015. 55 f. Tese (Doutorado em Ciências)
- Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2015.
Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/313027/1/Lima%2c%20
Estela%20d e%20Oliveira_D.pdf> Acesso em 11/05/17.
14. LOBATO, D. C.; NEVES, D. C. O.; XAVIER, M. B. Avaliação das ações da vigilância de conta-
tos domiciliares de pacientes com hanseníase no Município de Igarapé- Açu, Estado do Pará,
Brasil. R. Pan-Amaz Saude, Ananindeua, v. 7, n. 1, p. 45-53, mar., 2016. Disponível em:
<http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/rpas/v7n1/v7n1a06.pdf> Acesso em 13/05/17.
73
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
16. PACHECO, M. A. B.; AIRES, M. L. L.; SEIXAS, E. S. Prevalência e controle de hanseníase:
pesquisa em uma ocupação urbana de São Luís, Maranhão, Brasil. R. Bras Med Fam Comu-
nidade, Rio de Janeiro, v. 9, n. 30, p. 23-30, jan./mar., 2014. Disponível em: <https://rbmfc.
org.br/rbmfc/article/view/690/602> Acesso em 10/05/17.
17. PEREIRA, Elizane Viana Eduardo et al. Perfil epidemiológico da hanseníase no município de
Teresina, no período de 2001-2008. An. bras.dermatol, v. 86, n. 2, p. 235-240, 2011.
18. PINTO, Renata dos Anjos et al. Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes notificados com
hanseníase em um hospital especializado em Salvador, Bahia. Revista Baiana de Saúde
Pública, v. 34, n. 4, p. 906, 2011.
19. RIBEIRO JÚNIOR, A. F.; VIEIRA, M. A.; CALDEIRA, A. P. Perfil epidemiológico da hanseníase
em uma cidade endêmica no Norte de Minas Gerais. R. Bras Clin Med, São Paulo, v. 10, n. 4,
p. 272-7, jul./ago., 2012. Disponível em: <http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2012/v10n4/
a3046.pdf> Acesso em 15/05/17.
21. SANTOS, A. D. et al. Análise espacial e características epidemiológicas dos casos de han-
seníase em área endêmica. R. enferm UFPE on line, Recife, v. 10, (Supl. 5), p. 4188-97,
nov., 2016. Disponível em: <https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/
view/11163/12688> Acesso em 16/05/17.
23. SILVA, R. M. et al. Modelagem geoespacial e temporal da hanseníase entre 2001 e 2011 no
município de Bayeux, Paraíba. R. Hygeia, Uberlândia, v. 8, n. 15, p. 89 - 103, dez., 2012.
Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/viewFile/17119/11166> Acesso
em 09//05/17.
24. SOBRINHO, S. K.; MATTOS, E. D. Perfil Epidemiológico dos Pacientes com Hanseníase no
Município de Londrina/PR. Londrina, R. Cient., Ciênc. Biol. Saúde, v. 11, n. 4, p. 9-14, out./
dez., 2009. Disponível em: <http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/JHealthSci/article/
view/1424/1364>
25. TAVARES, A. P. N.; MARQUES, R. C.; LANA, F. C. F. Ocupação do espaço e sua relação
com a progressão da hanseníase no Nordeste de Minas Gerais - século XIX. R. Saúde Soc.,
São Paulo, v. 24, n .2, p. 691-702, abr./jun., 2015. Disponível em: <http://www.revistas.usp.
br/sausoc/article/view/104838/103628> Acesso em 09/05/17.
74
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
06
Aplicação da teoria do autocuidado
na sistematização da assistência de
enfermagem a pessoa com diabetes:
um relato de experiência
10.37885/210805584
RESUMO
76
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
78
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Foi desenvolvido em um hospital escola localizado no município de Belém – PA, no
primeiro semestre de 2018, e dividido em três momentos: no 1º utilizou-se o processo de
enfermagem, constituído de cinco etapas, a saber: coleta de dados (investigação), realizado
através da anamnese e testes de sensibilidade tátil e vibratória; diagnóstico; planejamento
da assistência; seguidos da implementação e avaliação de enfermagem.
Durante o 2º momento, houve a aplicação dos testes de sensibilidade tátil e vibrató-
ria em que se verificou a necessidade de alertar e orientar a paciente e cuidadora sobre a
importância de adotar medidas para a prevenção do pé diabético. Já no 3º momento, reali-
zou-se educação em saúde por meio de um diálogo, em que foram esclarecidas dúvidas da
cuidadora em relação aos cuidados que se deve ter para evitar lesões nos pés e manter a
hidratação da pele, seguida da entrega de cartilha com as respectivas orientações.
A investigação foi realizada em abril de 2018, consistindo em uma avaliação geral da
paciente, com perguntas sobre a doença e o estilo de vida, condições de moradia, e sobre
as condições de autocuidado. Em seguida, foram realizados os testes de sensibilidade tátil
com o uso do monofilamento de Semmes–Weinstein e de um chumaço de algodão; e o teste
de sensibilidade vibratória com o diapasão, a fim de avaliar os riscos de desenvolvimento
do pé diabético na paciente.
Terminada a investigação, a partir dos dados coletados realizaram-se as outras etapas
do processo de enfermagem, desenvolvendo respectivamente os diagnósticos, os resultados
e as intervenções de enfermagem, de acordo com as classificações da NANDA (Classificação
dos Diagnósticos de Enfermagem), NOC (Classificação dos Resultados de Enfermagem) e
NIC (Classificação das Intervenções de Enfermagem).
DESCRIÇÃO DO CASO:
RESULTADOS E DISCUSSÃO
81
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Quadro 1. Processo de enfermagem adaptado à Teoria de Orem. Belém – 2018.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
83
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
REFERÊNCIAS
1. ALMEIDA, L.; BASTOS, P. R. H. O. Autocuidado do idoso: revisão sistemática de literatura.
Revista Espacios, Caracas, v. 38, n. 28, p. 3-14, 2017.
8. FLORA, M. C.; GAMEIRO, M. G. H. Autocuidado dos adolescentes com diabetes mellitus tipo
1: responsabilidade no controle da doença. Revista de Enfermagem Referência, Coimbra,
v. 4, n. 9, p. 9-19, 2016.
9. LIMA, A. A. O cuidado e o autocuidado de clientes com diabetes e seus familiares: uso e ad-
ministração de insulina na estratégia de saúde da família. 2014. Monografia (Curso de Espe-
cialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Doenças Crônicas Não Transmissíveis)
– Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
10. LIMA, P.; FAJARDO, A. P. Aspectos do autocuidado em saúde bucal de idosos hipertensos
e diabéticos que vivem sozinhos. Revista Atenção à Saúde, São Caetano do Sul, v. 14, n.
50, p. 56-62, 2016.
14. MOTA, M. S. et al. Facilitadores do processo de transição para o autocuidado da pessoa com
estoma: subsídios para enfermagem. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo,
v. 49, n. 1, p. 82-88, 2015.;
84
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
15. NOGUEIRA, L. G. F.; NÓBREGA, M. M. L. Construção e validação de diagnósticos de enfer-
magem para pessoas com diabetes na atenção especializada. Revista da Escola de Enfer-
magem da USP, São Paulo, v. 49, n. 1, p. 54-60, 2015.
16. OLIVEIRA, D. I. L. Adesão ao autocuidado da pessoa com diabetes mellitus tipo 2. 2016. Dis-
sertação (Mestrado em Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica) – Instituto Politécnico de
Leiria, Leiria.
17. OLIVEIRA, F. B. et al. Adaptação transcultural para o português brasileiro do Michigan Neu-
ropathy Screening Instrument: MNSI – Brasil. Arquivos de Neuropsiquiatria, São Paulo, v.
74, n. 8, p. 653-661, 2016.
18. OLIVEIRA, K. P. S. et al. Cuidados de enfermagem ao paciente com pé diabético: uma revisão
integrativa. Carpe Diem: Revista Cultural e Científica do UNIFACEX, Natal, v. 15, n. 1, p.
69-78, 2017.
19. OLIVEIRA, P. S. et al. Atuação dos enfermeiros da estratégia saúde da família na prevenção
do pé diabético. Revista Online de Pesquisa: Cuidado é Fundamental, Rio de janeiro, v.8,
n.34, p.4841-4849, 2016.
22. PIRES, D. G. Contributos dos cuidados de enfermagem aos utentes portadores de diabetes
mellitus inscritos no Centro de Saúde de Fonte Inês: importância de atuação na prevenção da
doença. 2017. Monografia (Grau de Licenciatura em Enfermagem) – Universidade de Mindelo,
Mindelo.
23. REIS, J. et al. Promoção do autocuidado da pessoa com diabetes mellitus: da hospitalização
ao domicílio. 2013. Monografia (Grau de Licenciatura em Enfermagem) – Universidade do
Mindelo, Mindelo.
24. SILVA, L. A. et al. Convivência de pessoas com diabetes: ensino ao autocuidado visando à
autonomia e bem-estar. Investigação Qualitativa em Saúde, Rio de janeiro, v. 1, p. 352-355,
2015.
25. SILVA, L. W. S. et al. Promoção da saúde de pessoas com diabetes mellitus no cuidado edu-
cativo preventivo do pé-diabético. Ciencia y Enfermeria, Concepcion, v. 22, n. 2, p. 103-106,
2016.
28. VIEIRA, V. A. S. et al. Cuidados de enfermagem para pessoas com diabetes mellitus e hiper-
tensão arterial: mapeamento cruzado. Revista Baiana de Enfermagem, Salvador, v. 31, n.
4, p. 1-11, 2017.
85
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
07
Assistência de enfermagem no
perioperatório de histerectomia e a
importância de um cuidado integral:
uma revisão sistemática
10.37885/210705539
RESUMO
87
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
89
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
e qualitativos; 6) Evidência a partir de opinião de autoridades e/ou relatório de comitês ex-
perientes (MELNYK, 2011).
A amostra foi composta por 08 produções científicas que foram analisadas mediante
o instrumento para coleta de dados. Além dos critérios de inclusão, exclusão e a questão
norteadora. Assim, quanto à análise realizou-se leitura criteriosa dos artigos selecionados,
a disposição dos dados coletados e a discussão dos resultados.
Figura 1. Fluxograma da representação esquemática dos métodos de identificação, triagem, elegibilidade e inclusão de
artigos na revisão, seguindo o método PRISMA (GALVÃO; PANSANI; HARRAD, 2015).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram analisados um total de 236 artigos, destes, foram incluídos 08 no estudo. O pro-
cesso de seleção está descrito no fluxograma criado segundo o PRISMA.
No quadro 1, segue as informações referentes aos estudos selecionados incluídos
na pesquisa, identifica-se que estes foram realizados nos últimos 9 anos, sendo a maioria
90
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
do Brasil, numa totalidade de 62,5%. E os outros 37,5% são provenientes da Turquia,
Holanda e Equador.
Os estudos estes que tem foco principalmente no cuidado e bem estar da mulher que
foi submetida a histerectomia, a importância da visita dos profissionais no pré-operatório
para minimizar a ansiedade das mulheres que irão se submeter a cirurgia, bem como as
expectativas e nível de auto estima nas mulheres histerectomizadas.
91
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
que são de fundamental importância, pois entende-se a necessidade da adaptação das
mulheres histerectomizadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
94
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
REFERÊNCIAS
1. CARNEIRO, Jayanne Moreira et al. Nursing discharge plan in hospitals: an experience report/
Plano de alta de enfermagem no contexto hospitalar: um relato de experiência. Revista de
Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, v. 12, p. 1045-1049, 2020.
2. COSTA, Joana Raquel Correia Carvalho da. Tipos e vias de abordagem cirúrgica da histerec-
tomia e sua relação com lesão do sistema urinário. 2016.
3. GALVÃO, Taís Freire; PANSANI, Thais de Souza Andrade; HARRAD, David. Principais itens
para relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises: A recomendação PRISMA. Epidemiologia
e Serviços de Saúde, v. 24, p. 335-342, 2015.
4. GOMES, Ivone Martins; ROMANEK, Flávia Alves Ribeiro Monclùs. Enfermagem periopera-
tória: cuidados à mulher submetida à histerectomia. Revista Recien-Revista Científica de
Enfermagem, v. 3, n. 8, p. 18-24, 2013.
6. MENDES, Karina Dal Sasso; SILVEIRA, Renata Cristina de Campos Pereira; GALVÃO, Cristina
Maria. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde
e na enfermagem. Texto & contexto-enfermagem, v. 17, p. 758-764, 2008.
9. PINAR, Gul et al. The effects of hysterectomy on body image, self-esteem, and marital adjust-
ment in Turkish women with gynecologic cancer. Clin J Oncol Nurs, v. 16, n. 3, p. E99-104, 2012.
10. ROCHA, Ruth Cardoso et al. Processo de enfermagem aplicado a paciente submetida à his-
terectomia: relato de experiência. Rev. enferm. UFPI, p. 86-90, 2015.
11. SALIMENA, Anna Maria de Oliveira; SOUZA, Ivis Emília de Oliveira. Cotidiano da mulher
pós-histerectomia à luz do pensamento de Heidegger. Revista Brasileira de Enfermagem,
v. 63, n. 2, p. 196-202, 2010.
12. SALIMENA, Ana Maria de Oliveira et al. Vivências de mulheres enfrentando a histerectomia:
estudo fenomenológico. Nursing (Säo Paulo), p. 3011-3015, 2019.
13. SANDBERG, Evelien M. et al. Urinary catheterisation management after laparoscopic hys-
terectomy: a national overview and a nurse preference survey. Journal of Obstetrics and
Gynaecology, v. 38, n. 8, p. 1115-1120, 2018.
14. SOLÓRZANO, Yuneyda Beatriz Camero et al. Cuidado humanizado en el postoperatorio inme-
diato de pacientes histerectomizadas. Cultura de los Cuidados, v. 23, n. 54, p. 360-373, 2019.
15. SOUZA, Marcela Tavares de; SILVA, Michelly Dias da; CARVALHO, Rachel de. Revisão inte-
grativa: o que é e como fazer. Einstein (São Paulo), v. 8, n. 1, p. 102-106, 2010.
95
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
16. TEIXEIRA, Marilza Rodrigues; BATISTA, Eraldo Carlos. Vivências cotidianas da mulher his-
terectomizada: narrativas e contextos. Revista Enfermagem e Saúde Coletiva-REVESC, v.
1, n. 2, p. 91-17, 2017.
17. TRISTÃO, Francisco Reis et al. Vivências da mulher frente à histerectomia: aspectos emocio-
nais. Revista Rede de Cuidados em Saúde, v. 11, n. 1, 2017.
96
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
08
Assistência efetiva através do processo
de enfermagem no enfrentamento às
manifestações clínicas da Covid-19:
uma revisão narrativa
10.37885/210705532
RESUMO
98
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo que busca realizar uma revisão narrativa da literatura. A revi-
são narrativa ou tradicional possui uma temática mais ampla dentre os tipos de revisões da
literatura, tendo em vista que não tem uma questão específica bem determinada, portanto
não se torna necessário um protocolo rígido para sua elaboração. Desse modo, a seleção
dos artigos é feita de forma arbitrária, fornecendo ao autor informações sujeitas a viés de
seleção e com percepção subjetiva (CORDEIRO et al., 2007). Além disso, a revisão narrativa
contribui para a educação continuada ao proporcionar ao leitor a aquisição do conhecimento
atualizado (ROTHER, 2007).
A revisão narrativa possui as seguintes etapas: seleção de um tema de revisão; pes-
quisa na literatura; seleção, leitura e análise da literatura; redação da revisão e referências
(SOUSA et al., 2018). O objetivo desse tipo de revisão é descrever e discutir o desenvolvi-
mento de um determinado tema, de maneira teórica ou contextual (ROTHER, 2007).
De acordo com a temática desse estudo, que é sobre o uso do Processo de Enfermagem
em relação à assistência em pessoas com COVID-19, elaborou-se a seguinte questão:
“Qual a importância do Processo de Enfermagem no enfrentamento às manifestações clí-
nicas da COVID-19”?
A partir disso, realizou-se as buscas nas bibliotecas online Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO) por meio dos Descritores em Ciências
da Saúde (DeCS) “Enfermagem”, “COVID-19” e “Processo de Enfermagem”, através do
boleano AND em ambas as bibliotecas. Os critérios de inclusão para a seleção dos artigos
foram: disponíveis no idioma português, publicações a partir do ano de 2020 e que respon-
dessem à pergunta de pesquisa. Excluíram-se artigos que não possuíam o texto completo
disponível e não respondessem à pergunta de pesquisa.
Inicialmente, foram encontrados 66 estudos e após a leitura dos títulos e resumos,
como também da aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, excluíram-se 56 publica-
ções. Por conseguinte, 10 publicações foram pré-selecionadas para a leitura na íntegra e
análise. Finalmente, após as etapas de seleção e análise, 6 estudos foram selecionados
para constituir essa revisão narrativa.
100
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
RESULTADOS
101
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
DISCUSSÃO
Durante a discussão de cada um dos artigos encontrados, sobre o atual cenário pan-
dêmico, a realização da assistência através do Processo de Enfermagem mostrou-se efetiva
pois possibilita a qualidade e a otimização do tempo, como também, o cuidado direcionado
às necessidades dos indivíduos. As manifestações clínicas da COVID-19 requerem a ela-
boração de um plano terapêutico centrado no paciente, oferecendo um cuidado holístico e
estruturado (ANDRADE et al., 2020).
A partir da leitura dos artigos selecionados, emergiu a seguinte categoria: Processo de
Enfermagem: Uma assistência sistematizada no enfrentamento à COVID-19, a qual descreve
a importância do PE no enfrentamento às manifestações clínicas da COVID-19
O Processo de Enfermagem (PE) se constitui como um instrumento metodológico que
norteia o cuidado do enfermeiro, como também, orienta, delibera, sistematiza e favorece o
pensamento crítico-reflexivo na sua prática clínica (SOUSA et al., 2020). De acordo com a
Resolução do COFEN 358/2009, o PE orienta a documentação da prática profissional por
meio de uma linguagem padronizada por Sistemas de Classificação em Enfermagem, tendo
uma aplicação sistematizada em todos os ambientes que possuem o cuidado do profissional
de enfermagem. (BARROS et al., 2020; SOUSA et al., 2020.).
A Enfermagem tem como objeto de cuidado as necessidades do paciente. Portanto,
a práxis do enfermeiro fundamentada e ancorada no PE favorecem uma assistência ade-
quada. Dentro do contexto da pandemia da COVID-19, é de suma importância que equipe
de enfermagem que assiste ao usuário infectado com o SARS-Cov-2 apodere-se das ferra-
mentas científicas que a sua categoria possui, ofertando assim, uma prática assistencial de
qualidade (LIMA et al., 2020). Com isso, o PE é um poderoso instrumento que contribui para
a identificação das necessidades de cuidados, planejamento e execução de intervenções
que favorecem soluções para as demandas dos indivíduos, das famílias, dos grupos e das
comunidades (BARROS et al., 2020).
O PE é composto por cinco etapas (coleta de dados, diagnóstico de enfermagem,
planejamento de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem) que se inter-re-
lacionam de forma dinâmica e contínua. A partir disso, a coleta de dados do paciente com
COVID-19 deve estar voltada para o levantamento das informações clínicas obtidas através
da entrevista e do exame físico com foco nos sintomas respiratório e termorregulador, sendo
também importante conhecer as principais comorbidades para o rastreio de casos suspeitos
ou confirmados da COVID-19. Desse modo, a partir do levantamento de problemas reais e
potenciais torna-se possível avaliar a vulnerabilidade do indivíduo em evoluir para um quadro
clínico grave (SOUSA et al.,2020).
102
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
O Diagnóstico de Enfermagem (DE) é legalmente uma atribuição privativa do enfermeiro,
representando as necessidades humanas básicas afetadas ou respostas humanas da pes-
soa, família ou coletividade. Durante o processo de assistência ao paciente com COVID-19,
torna-se eficaz estabelecer e registrá-los com o objetivo de compreender as principais ne-
cessidades afetadas ou os principais problema demandados pelos pacientes com COVID-19.
Dessa forma, é possível realizar a elaboração de DE precisos para os pacientes infectados
e definir o planejamento e as intervenções conforme cada paciente, para que a assistência
ocorra de forma integralizada e sistematizada (SOUSA et al., 2020; ANDRADE et al., 2020).
As ações e intervenções aos pacientes com manifestações clínicas da COVID-19 pre-
cisam ser direcionadas, sobretudo, à educação em saúde para o autocuidado dos pacientes
que estão sendo acompanhados no seu âmbito social, e de monitoramento hemodinâmico
para os que estão em complicações da doença. Também é possível ressaltar outras ações
e intervenções no caso de pacientes com COVID-19: modificar hábitos comportamentais
visando as medidas sanitárias estabelecidas pelo Ministério da Saúde (MS) e Organização
Mundial de Saúde (OMS); avaliar o nível educacional e vulnerabilidades dos pacientes; avaliar
rede de contato; avaliar recursos para o enfrentamento da COVID-19; esclarecer dúvidas;
entre outros (SOUSA et al., 2020).
Na sequência, mas não menos importante, ressalta-se a necessidade de avaliar contí-
nua e periodicamente o paciente com manifestações clínicas da COVID-19. Uma vez imple-
mentadas as intervenções planejadas para o paciente, avaliar se as mesmas resultaram em
respostas positivas ou negativas se faz necessário. Desta forma um contínuo assistencial
se estabelece entre o enfermeiro e seu paciente.
Sendo assim, uma assistência sistematizada de enfermagem é essencial para o forta-
lecimento, reconhecimento da profissão e qualidade assistencial. (QUEIROZ et al., 2020).
Além disso, o enfermeiro que direciona o cuidado aos pacientes com COVID-19 de acor-
do com um pensamento crítico-reflexivo realizado através do PE, como também, se man-
tém informado acerca da doença, contribui de forma eficaz para a gestão da pandemia,
intervindo na saúde e bem-estar da população (RODRÍGUEZ-ACELAS; YAMPUEZÁN;
CAÑON-MONTAÑEZ, 2020).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de um tema com grande notoriedade atualmente, são poucos os estudos que
relacionam o processo de enfermagem à pandemia da SARS-CoV-2. Assim, faz-se ne-
cessário ampliar as investigações que relacionem a importância do PE na assistência ao
paciente com COVID-19.
Considerando que o Processo de Enfermagem é uma ferramenta essencial para a prá-
xis do enfermeiro, desde a educação à população, promoção do autocuidado, identificação
103
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
de casos suspeitos da COVID-19 até os cuidados a pacientes mais críticos, salienta-se que
o PE tem fundamental importância na garantia de uma assistência segura aos pacientes
acometidos pela COVID-19.
REFERÊNCIAS
1. ANDRADE, Thandara Rejane Santos Ferreira et al. Principais diagnósticos de enfermagem
em pacientes com manifestações clínicas da COVID-19. Revista Eletrônica Acervo Saúde,
v. 12, n. 10, p. 1-9, 2020. Disponível em: <https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/
view/4883>. Acesso em: 20 de Jul. 2021.
2. BARROS, Alba Lúcia Bottura Leite de et al. Contribuições da rede de pesquisa em processo de
enfermagem para assistência na pandemia de COVID-19. Revista Brasileira de Enfermagem,
73:e20200798; 2020. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S003471672020001400505&lng=en&nrm=iso&tlng=en>. Acesso em: 20 de Jul. 2021.
5. LIMA, Layane da Silva et al. PROCESSO DE ENFERMAGEM PARA PACIENTES COM MA-
NIFESTAÇÕES RESPIRATÓRIAS DA COVID-19. Rev enferm UFPE on line, 15:e245345;
2021. Disponível em: <https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1145811>. Acesso
em: 20 de Jul. 2021.
8. ROTHER, Edna Terezinha. Revisão Sistemática X Revisão Narrativa. Acta Paul Enferm, v.
20, n. 2, p. 1-2, 2007. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/ape/a/z7zZ4Z4GwYV6FR7S9FH-
TByr/?lang=pt>. Acesso em: 28 de Jul. 2021.
10. SOUSA, Luís Manuel Mota De et al. Revisões da Literatura Científica: Tipos, Métodos e Apli-
cações em Enfermagem. Revista Portuguesa de Enfermagem de Reabilitação, v. 1, n.1, p.
45-54, 2018. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10174/25938>. Acesso em: 28 de Jul. 2021.
104
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
09
Conhecimento do enfermeiro sobre
os parâmetros de alerta da sepse na
triagem precoce em terapia intensiva
10.37885/210705391
RESUMO
106
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
Estima-se que a sepse atinge de 15 a 17 milhões de pessoas por ano no mundo, sen-
do 600 mil só no Brasil. Segundo o estudo, a sobrevivência dos doentes aumenta muito se
eles forem transferidos para Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) nas primeiras 24 horas
após a identificação da doença.
O Brasil apresenta uma das maiores taxas de mortalidade por sepse no mundo. São
aproximadamente 670 mil casos por ano, sendo que 50% desses pacientes, acabam evo-
luindo a óbito, segundo o Instituto Latino Americano de Sepse-ILAS.
A sepse é definida como uma síndrome clínica constituída por uma resposta inflama-
tória sistêmica, associada a um foco infeccioso, caracterizada por manifestações múltiplas e
que pode determinar disfunção ou falência de um ou mais órgãos. A patologia é identificada
pela presença de queda do débito cardíaco, oligúria, e instabilidade respiratória, evoluindo
com alterações hemodinâmicas. A chance de sobrevida do paciente está diretamente as-
sociada ao diagnóstico precoce, e acesso rápido ao tratamento, não obstante à internação
em terapia intensiva.
O enfermeiro desempenha uma atividade de extrema importância, contribuindo para
que a sepse seja diagnosticada precocemente. O acompanhamento das alterações dos
parâmetros de sinais vitais, são de suma importância para que seja feito o diagnóstico
diferencial da sepse, no início de sua instalação no organismo. Desse modo, torna-se fun-
damental que o profissional tenha conhecimento à cerca da cascata de evolução da sepse,
considerando sua fisiopatologia, bem como, o reconhecimento das alterações que fazem
parte do momento inicial.
A síndrome que vai da sepse severa ao choque séptico, engloba uma multiplicidade
de respostas sistêmicas que são desencadeadas assim que um microrganismo ultrapassa
as barreiras de defesa do organismo e estimula a atividade do sistema imunológico.
A coleta de exames laboratoriais, dentre eles, a hemocultura, são imprescindíveis para
se chegar a um diagnóstico assertivo e indicar o tratamento ideal a ser implementado, bem
como o início de antibioterapia. Também se faz necessário a adequação da volemia, uma
vez que teremos alterações significativas da resistência vascular sistêmica, levando a fuga
de líquidos para o interstício. Deve-se considerar a troca de dispositivos invasivos e coleta de
ponta de cateteres, para análise laboratorial e possível identificação da causa da infecção,
contribuindo assim, para uma maior assertividade na droga de melhor escolha, conforme o
agente invasor do organismo.
Nesse cenário crítico, torna-se fundamental o trabalho da equipe multidisciplinar, à fim
de otimizar a implementação de boas práticas e medidas intervencionistas, considerando
107
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
o conhecimento e prática de cada profissional e suas peculiaridades frente à realidade do
paciente criticamente enfermo.
Estabelecer um sistema de implementação de protocolos, por meio da utilização de
bundles, com vistas a uniformizar a ação dos pares envolvidos na prestação da assistência,
bem como instituir a utilização de métodos de triagem da sepse, corrobora para que haja
sua identificação precoce, cooperando para um aumento significativo da taxa de sobre-
vida de pacientes.
A grande dificuldade em se ter dados precisos quanto à incidência de sepse reside
na própria definição de sepse e do choque séptico. O choque séptico constitui hoje um dos
problemas mais sérios encontrados em unidades de terapia intensiva pois, apesar dos custos
elevados para garantir o tratamento, os resultados nem sempre são animadores.
Nesse capítulo, iremos abordar a importância da triagem precoce da sepse, para mi-
nimizar a incidência de disfunção de múltiplos órgãos e morte como via final da cascata de
infecção, em pacientes internados em terapia intensiva.
MÉTODOS
108
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Tabela 1. Identificação das publicações científicas para a revisão da literatura. Belo Horizonte, 2018.
Banco de dados
Descritores
SciELO LILACS Total
Tabela. 2. População e amostra nos bancos de dados selecionados. Belo Horizonte, 2018.
RESULTADOS
109
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Abaixo teremos os grupos: A Sepse no contexto da Terapia Intensiva; A importância
da triagem diante dos principais parâmetros de alerta da sepse; Atuação do enfermeiro
intensivista diante da sepse.
O cenário da terapia intensiva cada dia mais nos apresenta quadros de maior com-
plexidade e pacientes cada vez mais comprometidos biologicamente sendo assistidos na
terapia intensiva e tendo bons prognósticos.
Pessoas que, em um passado recente, estariam fora de possibilidades terapêuticas e
até mesmo com morte iminente passam a ocupar os leitos de terapia intensiva com chances
reais de evolução e melhora. Obviamente, junto com a evolução de possibilidades terapêuti-
cas, aumenta-se as intervenções a que esses pacientes se submetem, além das condições
clínicas já instaladas que os levaram para o acompanhamento crítico.
Esse fator se dá principalmente a evolução tecnológica e desenvolvimento de habili-
dades técnicas cada vez mais criteriosas. O uso de recursos tecnológicos e terapêuticas de
ponta, mantidos hoje nas UTI’s, prioriza uma assistência estratégica e especializada para
esses pacientes, entretanto, diante do quadro grave, o risco de desenvolvimento de sepse
tende a se agravar.
Esse risco aumentado associa-se à fatores variáveis e relevantes para o seu desen-
cadeamento, como as doenças de base; o grau de severidade; o tempo de internação pro-
longado e debilitante; a prevalência mais acentuada de resistência bacteriana; os diversos
procedimentos invasivos; os acessos intravasculares; a sondagem vesical e outras inter-
venções que fragilizam as barreiras naturais do organismo.
Esse fato torna a síndrome um motivo de grande preocupação, uma vez que se con-
figura como a principal causa de morte nas UTI’s não cardiológicas em todo o mundo, prin-
cipalmente pela disfunção múltipla dos órgãos. Em 2012, no Brasil, cerca de 10 a 15% dos
leitos das unidades de terapia intensiva eram ocupados por pacientes com sepse, totalizando
400 mil casos da doença por ano, com taxa de mortalidade entre 10% e 64%.
Ainda hoje, dentre todas as doenças em que os pacientes críticos estão acometidos,
a sepse, o choque séptico e a disfunção de múltiplos órgãos apresentam-se ainda como
maiores causas de morte nesse cenário.
110
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
eficaz. O enfermeiro, quando capacitado e treinado para tal ação, tem um papel fundamental
no prognóstico do paciente.
O tempo dispensado para fechamento do diagnóstico relaciona-se diretamente com
a evolução do quadro, somando-se o estado de debilidade já instalado no paciente, as dis-
funções podem ser observadas nos diferentes sistemas como o cardiovascular, respiratório,
neurológico, renal, digestivo, hematológico e endócrino.
Alguns sinais são precoces na sepse como a disfunção cerebral, que pode se manifestar
primeiramente, já que o cérebro é o órgão que possui maior consumo de O2/g de tecido e
poucas defesas antioxidantes. Além disso, a presença de edema intersticial e a redução do
surfactante também são observadas, e podem acarretar no desequilíbrio entre a ventilação
e a perfusão pulmonar, resultando em hipoxemia e diminuição da complacência pulmonar.
É importante salientar que a progressão não é necessariamente linear, podendo-se
observar, principalmente na terapia intensiva, a instalação rápida e progressiva do quadro
de choque séptico sem a identificação anterior dos sinais de sepse.
Mesmo assim, alterações agudas causadas pela incipiente ou atual infecção podem
ser monitoradas pela avaliação de alterações em variáveis clínicas gerais, como febre ou
hipotermia, frequência cardíaca > 90 batimentos/minuto, taquipnéia, estado mental alterado,
edema significativo ou balanço hídrico positivo e hiperglicemia na ausência de diabetes.
Observamos ainda, em variáveis inflamatórias, como leucocitose ou leucopenia, pre-
sença de um aumento de 10% de neutrófilos imaturos, elevação dos níveis de proteína
C-reativa e/ou de procalcitonina; em variáveis hemodinâmicas, como hipotensão arterial,
saturação venosa central > 70% e índice cardíaco > 3,5 L/min/m2; em variáveis de disfunções
orgânicas, como hipoxemia arterial, débito urinário < 0,5 mL/kg/hora por pelo menos duas
horas, aumento da creatinina, alterações de coagulação, ausência de ruídos hidroaéreos,
plaquetopenia ou hiperbilirrubinemia; e, por fim, em variáveis de perfusão tecidual, como
hiperlactatemia e tempo de enchimento capilar lentificado ou livedo reticular.
Todos esses sinais demonstram a importância de uma equipe consciente e capacitada,
de um enfermeiro atuante e informado, que realize a triagem de pacientes potenciais para
desenvolvimento das crises atentando para os sinais de alerta ainda na fase inicial, o enfer-
meiro exerce um papel diferenciado e essencial nesse sentido, não apenas com o objetivo
de definição diagnóstica, mas principalmente para definição rápida dos planos terapêuticos
de enfermagem e das estratégias adequadas de monitorização frente a essa situação crítica
tão complexa e de manifestações tão amplas.
As seis primeiras horas após o diagnóstico firmam-se como a janela de oportunidade
do tratamento da sepse, uma vez que a terapia de otimização precoce de variáveis fisioló-
gicas, quando aplicada nesta fase, pode reduzir a mortalidade em aproximadamente 16%.
111
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
A criação de um conjunto de ações pré-determinadas pode melhorar o gerenciamento
dos pacientes sépticos, uma vez que direciona os profissionais diante das tomadas de de-
cisões a partir de evidências científicas.
Os pacotes de sepse, e/ou bundles projetados para as primeiras horas de terapia de
pacientes sépticos bem como o cumprimento destas recomendações melhoram o prognóstico
deste, uma vez que proporciona o reconhecimento precoce do diagnóstico e a implementa-
ção da terapêutica também precoce.
As infecções mais frequentes na terapia intensiva, se relacionam ao uso de cateteres
e infusões intravenosas, a medição das excreções para tubos intratraqueal para ventilação,
entre outros. Diante disso, além de manter a triagem é importante considerar a existência
de precauções a serem tomadas a fim de minimizar os riscos dessas infecções.
Destacamos a lavagem regular das mãos de todos os profissionais, o uso de equipa-
mentos de proteção preconizados, o isolamento dos pacientes e, finalmente, a limpeza do
ambiente e de qualquer um dos insumos e equipamentos utilizados. Reafirmando a impor-
tância do investimento na formação dos profissionais intensivistas.
DISCUSSÃO
Os achados deste capítulo corroboram com outros estudos que descrevem a sepse e a
importância da atuação efetiva e precoce do enfermeiro intensivista, uma vez que o cenário
de atuação desse profissional é de alta complexidade.
Atualmente, a sepse apresenta-se como grave problema de saúde pública em UTI’s, e
mesmo com esforços investigativos destinados nas últimas décadas, permanece desafiadora
para os cuidados de saúde.
A patologia pode ser resultado de diferentes processos infecciosos com inúmeros focos
iniciais, os quais podem ser identificados através de uma cuidadosa anamnese e de um
minucioso exame físico. Entretanto, em algumas situações, os sinais e sintomas da sepse
são as primeiras manifestações da doença do paciente. E alguns aspectos fisiopatológicos
relacionados à imunidade, inflamação e coagulação podem ser observados.
O papel do enfermeiro intensivista é crucial, uma vez que, este mantém contato di-
reto com o paciente crítico, sendo importante o conhecimento prático e científico, a fim
de se garantir uma melhor qualidade da assistência, e consequentemente a redução da
morbimortalidade.
Os estudos se complementam quando o assunto são os principais parâmetros de alerta
para a sepse, e embora existam padrões que devam ser seguidos, é fundamental que os
profissionais estejam preparados e conheçam esses padrões e etapas a serem seguidas.
Entre os parâmetros de alerta utilizados para diagnósticos, devem ser observados os
clínicos e laboratoriais. Sendo, na maioria dos casos: Sinais Gerais, relacionados à tempera-
tura, frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), alteração do sensório, edema e
hiperglicemia. Sinais Inflamatórios relacionados a leucometria, alterações na proteína C rea-
tiva plasmática e na procalcitonina plasmática.
Os Sinais Hemodinâmicos contam com hipotensão arterial, saturação de oxigênio
venoso misto > 70% e índice cardíaco > 3,5 litros/min. Observando os Sinais de Perfusão
tecidual teremos a hiperlactatemia e o enchimento capilar reduzido.
113
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Nos Sinais de Disfunção Orgânica aparecem a hipoxemia (avaliada a partir da gaso-
metria arterial), alterações na função renal e níveis de creatinina, alterações na coagulação
sanguínea e plaquetopenia, alterações bilirrubinas e TGI.
O enfermeiro deve ter o conhecimento de pacotes/bundles de identificação e atuação na
sepse e no choque séptico, exercendo um papel fundamental frente a equipe multidisciplinar,
e criando um elo entre a conduta e a resposta do paciente frente ao tratamento adotado.
É fundamental que também se mantenha atualizado sobre a tecnologia, e os conheci-
mentos comprovados cientificamente com o intuito de garantir a qualidade da assistência e
minimizar os riscos de morbimortalidade ao qual os pacientes estão expostos. Atuar com o
foco na prevenção e na valorização dos sinais iniciais é o principal papel desse profissional
diante desse contexto.
O enfermeiro é quem gerencia a interface com as demais áreas envolvidas no pro-
cesso do cuidar e tratar, para alcançar uma segurança maior nesse cuidado é necessário o
desenvolvimento de protocolos adequados embasados em evidências científicas.
Enquanto líder, o enfermeiro pauta a liderança nas constantes capacitações e atuali-
zações, entre outros fatores fundamentais, principalmente no contexto de cuidado intensivo,
que demanda um raciocínio clínico aguçado e agilidade nas tomadas de decisões.
A real atuação do enfermeiro está no atendimento da demanda do paciente, sendo
necessário o suporte terapêutico e conhecimento específico acerca da patologia e tratamento
empregado, o enfermeiro intensivista não é diferente. Deve-se buscar assistir a sepse de
forma cada vez mais científica e fundamentada, sobretudo por meio de processos de siste-
matização, até mesmo por exigência legal.
CONCLUSÃO
114
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Os cuidados de enfermagem diante do processo crítico do paciente com sepse são
imprescindíveis, e devem ocorrer a partir de uma triagem eficaz, um plano terapêutico re-
solutivo, e a conscientização dos profissionais quanto a necessidade de manter-se sempre
atualizado cientificamente e de forma prática, atuando nos cuidados básicos na prevenção
de possíveis complicações que possam ocorrer na unidade de terapia intensiva.
É através da assistência qualificada que se pode garantir o reestabelecimento da saú-
de do doente de forma ágil, como também promover a redução de altos custos dentro da
unidade de terapia intensiva ao paciente séptico.
Entendemos a necessidade de se identificar precocemente a presença de infecção,
o foco e o agente infeccioso, assim como as disfunções orgânicas, com intuito de realizar
intervenções rápidas que tragam desfecho positivo. Considera-se de responsabilidade da
equipe multiprofissional a identificação precoce de sinais clínicos.
A equipe de enfermagem, deve ser capaz de reconhecer precocemente os sinais de
sepse, intervir instituindo/sugerindo medidas para controlar anormalidades. Cabe ao enfer-
meiro assistir o paciente integralmente em todas as suas necessidades e, junto à equipe
multiprofissional, ser capaz de abordar precocemente esses pacientes, melhorando assim
seu prognóstico.
As habilidades e competências do enfermeiro devem acompanhar a importante res-
ponsabilidade de avaliar criteriosamente o paciente e participar do processo de tomada de
decisão junto a equipe multiprofissional, com objetivo de garantir o trabalho em equipe em
consonância com as recomendações atuais para o manejo da sepse.
REFERÊNCIAS
1. ALMEIDA, A.P.S.R. et al. Conhecimento do profissional enfermeiro a respeito da sepse. Braz
J Surg ClinRes, 4(4), 5-10. 2013. Disponível em: < https://www.mastereditora.com.br/perio-
dico/20131102_1144092.pdf >. Acesso em 03 ago. 2021.
2. ALVIM, A.L. et al. Conhecimento da equipe de enfermagem em relação aos sinais e sintomas
da sepse. Enfermagem em Foco, [S.l.], v. 11, n. 2, jul. 2020. ISSN 2357-707X. Disponível
em: <http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/2951/781>. Acesso em:
06 ago. 2021.
3. BARRETO, M.F.C et al. Sepse em hospital universitário: um estudo prospectivo para análise
do custo da internação de pacientes. Revista da Escola de Enfermagem da USP, [S. l.], v.
50, n. 2, pág. 302-308, 2016. DOI: 10.1590 / S0080-623420160000200017. Disponível em:
<https://www.revistas.usp.br/reeusp/article/view/117383>. Acesso em: 6 ago. 2021.
115
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
4. BARROS, L.L.S.; MAIA, C.S.F.; MONTEIRO, M.C. Fatores de risco associados ao agrava-
mento de sepse em pacientes em Unidade de Terapia Intensiva. Cadernos saúde coletiva,
Rio de Janeiro, v. 24, n. 4, p. 388-396, out. / dez. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414462X2016000400388&lng=pt&nrm=iso>. Acesso
em: 26 maio 2017.
6. CINTRA, E.A.; NISHIDE, V.M.; NUNES, W.A. Assistência de enfermagem ao paciente grave-
mente enfermo.2a ed. São Paulo (SP): Atheneu; 2003.
7. CORREA, F. et al. Perfil de termo regulação e desfecho clínico em pacientes críticos com
sepse. Av.enferm. Bogotá, v. 37, n. 3, p. 293-302, Dec. 2019. Disponível em: < http://www.
scielo.org.co/pdf/aven/v37n3/0121-4500-aven-37-03-293.pdf>. Acesso em: 24 jul. 2021.
8. DIOMIDOUS, M. et al. Infection control and quality assurance of health services provided in
ICU: development of an ICU website. In ICIMTH (pp. 249-251). 2013. Disponível em: < https://
pure.unic.ac.cy/en/publications/infection-control-and-quality-assurance-of-health-services-pro-
vid>. Acesso em 15 mai. 2020.
10. FREITAS, A.P.O et al. Importância do Papel do Enfermeiro frente a Sepse. In Congresso
Internacional de Enfermagem (Vol. 1, No. 1). 2017. Disponível em: <https://eventos.set.edu.
br/index.php/cie/article/viewFile/5670/2160> Acesso em 21 jul 2020.
12. GOESCHEL, C.A. Nursing leadership at the crossroads: evidence‐based practice Matching Michi-
gan‐minimizing catheter related blood stream infections. Nursing in critical care, 16(1), 36-43.
2011. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1478-5153.2010.00400.
x>. Acesso em 20 mai. 2020
13. GONÇALVES, L.S. et al. Implantação de algoritmo de inteligência artificial para detecção da
sepse. Rev Bras Enferm. 2020;73(3): e20180421. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/
reben/a/DB8459YKwtVth4YX8vqxTJp/?lang=pt&format=p>. Acesso em: 23 jul. 2021.
15. INSTITUTO LATINO AMERICANO DE SEPSE. Sepse: um problema de saúde pública / Instituto
Latino-Americano de Sepse. Brasília: CFM, 2015. B [acesso em 2018 mai. 17]. Disponível
em: <http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-
-publica-cfm-ilas.pdf>. Acesso em 29 jul. 2021.
116
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
16. JANSSENS, U. Frühe zielorientierte Therapie bei schwerer Sepsis [Early goal directed therapy
in severe sepsis]. Med Klin Intensivmed Notfme,d. 2014 Nov;109(8):568-76. German. doi:
10.1007/s00063-014-0377-9. Disponível em: < https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25261188/>.
Acesso em 15 abr 2020.
18. LEVY, M.M. et al. 2001 SCCM / ESICM / ACCP / ATS / SIS Conferência Internacional de
Definições de Sepse. Intensive Care Med 29, 530-538 (2003). Disponível em: < https://link.
springer.com/article/10.1007/s00134-003-1662-x#citeas>. Acesso em 05 jun. 2020.
19. MACQUEEN, I.T. et al. Use of a hospital-wide screening program for early detection of sepsis
in general surgery patients. The American Surgeon, 81(10), 1074-1079. 2015. Disponível em:
<https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26463311/ >. Acesso em 15 fev. 2020.
20. MACHADO, F.R. et al. Getting a consensus: advantages and disadvantages of Sepsis 3 in the
context of middle-income settings. Revista Brasileira de terapia intensiva, 28(4), 361-365.
2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103507X2016000400361&am-
p;script=sci_arttext>. Acesso em 07 jun. 2021.
21. MENDES, K.D.S; SILVEIRA, R.C.D.C.P; GALVÃO, C.M. Revisão integrativa: método de pes-
quisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & Contex-
to-Enfermagem, 17(4), 758-764. 2008. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/tce/a/XzFkq-
6tjWs4wHNqNjKJLkXQ/?lang=pt&format=pdf>. Acesso em 06 ago. 2021.
22. NETO, J.M.R. et al. Concepções de enfermeiros que atuam em unidade de terapia intensiva
geral sobre sepse. Cogitare Enfermagem, 20(4). 2015. Disponível em: <https://revistas.ufpr.
br/cogitare/article/view/41963>. Acesso em 30 jul. 2021.
23. NORITOMI, D.T. et al. Implementation of a multifaceted sepsis education program in an emer-
ging country setting: clinical outcomes and cost-effectiveness in a long-term follow-up study.
Intensive care medicine, 40(2), 182-191. 2014. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.
gov/24146003/>. Acesso em 05 ago. 2021.
24. PENINCK, P.P.; MACHADO, R.C. Aplicação do algoritmo da sepse por enfermeiros na Unidade
de Terapia Intensiva. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, 13(1). 2012. Disponível
em: <https://www.redalyc.org/pdf/3240/324027980021.pdf>. Acesso em 23 mai. 2021.
26. ROCHA, L.L. et al. Conceitos atuais sobre suporte hemodinâmico e terapia em choque séptico.
Brazilian Journal of Anesthesiology, 65(5), 395-402. 2015. Disponível em: < https://www.
scielo.br/j/rba/a/pw7fkx359859kLDqRhLFNcH/?format=pdf&lang=pt> Acesso em 15 mai. 2019.
117
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
27. RODRIGUES, W.F.; IDE, C.A.C.; GUERRA, G.M. Dificuldades e conhecimento dos enfermeiros
intensivistas acerca do pacote de 6 horas de sepse: uma proposta de capacitação. Nursing
(Säo Paulo), 1340-1345. 2016. Disponível em: < https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/
pt/lil-789652>. Acesso em 05 jun 2020.
28. ROQUE, K.E.; TONINI, T.; MELO, E.C.P. Eventos adversos na unidade de terapia intensiva:
impacto na mortalidade e no tempo de internação em um estudo prospectivo. Cad. Saúde
Pública, Rio de Janeiro, 32(10):e00081815, out, 2016. Disponível em: < https://www.arca.
fiocruz.br/handle/icict/28152 >. Acesso em 04 ago. 2021.
29. SANTOS, H.A. et al. As Novas Diretrizes de Sepse e a Atuação da Enfermagem. In Congresso
Internacional de Enfermagem (Vol. 1, No. 1). 2017. Disponível em: <https://eventos.set.edu.
br/index.php/cie/article/viewFile/5656/2108> Acesso em 27 abr. 2020.
30. SIQUEIRA, B.R. et al. Sepsis: an update. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 23(2),
207-216. 2011. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/rbti/a/gdrF6hVjgcxfYc3LWNxxCQS/?lan-
g=pt>. Acesso em 20 jun. 2020.
31. VERAS, R.E.S. et al. Avaliação de um protocolo clínico por enfermeiros no tratamento da sepse.
J Health Biol Sci. 2019 Jul-Set; 7(3):292-297.Disponível em: < https://periodicos.unichristus.
edu.br/jhbs/article/view/2466> Acesso em: 23 jul.2021.
32. WESTPHAL, G.A.; LINO, A.S. Rastreamento sistemático é a base do diagnóstico precoce da
sepse grave e choque séptico. Rev Bras Ter Intensiva, 27(2), 96-101. 2015. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/rbti/a/9jhjD55rxBbwCmH77TJCnMN/?lang=pt>. Acesso em 17 mai.
2021.
118
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
10
Cuidar de si para cuidar a outros:
Programa de cuidados alternativos
para bem-estar de estudantes de
enfermagem em Amazonas, Peru
10.37885/210805789
RESUMO
120
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃ0
MÉTODO
122
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
A avaliação do estado físico dos participantes foi registrada no Registro de Sinais Vitais,
Desconfortos Físicos. A primeira parte do instrumento coleta informações sobre funções
vitais para compará-las com o padrão normal de acordo com o seguinte detalhe:
Além de desconfortos físicos como dor de cabeça, tontura, insônia, náuseas, dores
epigástricas, dores musculares e outros.
O bem-estar físico foi avaliado com a Escala de Bem-estar Físico reduzida da Escala
de Qualidade de Vida GENCAT, que consiste em 8 itens, com coeficiente de consistência
interna de 0,916 para a escala total e para a dimensão de bem-estar físico 0,47, confiabi-
lidade de 0,47 construir 0,618. Validado com 81,3% de saturações fatoriais excedendo o
valor de 0,50, estatisticamente significativo, com valores de t maiores que 2,58 (p <0,01)
(VERDUGO et al., 2009). Para o estudo, a avaliação do bem-estar físico foi realizada de
acordo com os seguintes percentis entre 63 e 91 foi considerada ótima, entre 16 e 50 é bom
e <1 a 9 é deficiente.
O bem-estar psicológico foi medido com a Escala de Bem-estar Psicológico Ryff (1989),
ajustada para estudantes universitários por Veliz (2012), possui 37 itens e 6 subescalas:
Auto-aceitação, Autonomia, Crescimento pessoal, Domínio do ambiente, propósito na vida e
relações positivas com os outros; obteve validação aceitável pela análise fatorial confirmató-
ria (RMSEA = 0,068) e confiabilidade pelo alfa de Cronbach α = 0,943 (LUZURIAGA 2021).
Intervenção
123
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Programa de Cuidados Alternativos
Considerações ético-legais
RESULTADOS E DISCUSSÃO
124
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Figura 1. Linha de base do Bem-estar Físico de estudantes Figura 2. Bem-estar físico após o programa de cuidados
de enfermagem. alternativos.
125
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Os participantes com a aptidão física básica ideal permanecerão nesta categoria após
as sessões de massagem terapêutica e ioga. Situação semelhante ocorre sem controles de
grupo, tanto não pré quanto nenhum pós-teste.
Ao revisar a variabilidade de dois sinais vitais com a intervenção de várias terapias,
80% (8) dois participantes antes de submeterem à massagem terapêutica apresentavam
sinais vitais com base dentro de dois parâmetros padrão, 90% (9) serão capazes de atingir
esta categoria após eles serão operados (ver Figuras 3 e 4). Os resultados estão ambos
relacionados aos relatos de Walaszek, Pluszyn’ska, Borowiec (2013) em pacientes hiper-
tensos, cerca de 6% de redução na pressão arterial diastólica entre o primeiro e o último
procedimento de massagem terapêutica Reiki, aumentando o valor do pulso. Não o último
procedimento de massagem terapêutica; Estatisticamente, não foi significativo.
Bayo (2019) encontrou diminuição significativa da temperatura, frequência respiratória,
frequência cardíaca e pressão arterial sistólica após receber um programa de massoterapia,
em relação ao grupo que não recebeu terapia. Compreendendo por que, além da massagem
terapêutica, todos os participantes conseguirão que todos os seus sinais vitais estivessem
dentro de dois parâmetros normais.
O Reiki também demonstrou efeitos benéficos na redução da pressão arterial sistólica
e estatisticamente significativos na redução da freqüência cardíaca. (FERNANDEZ, 2017;
SALLES et al., 2014).
Antes de iniciar a prática de ioga, 87,5% (7) dos participantes tinham sinais vitais
alterados, mas depois apenas 75% (6) permaneceram nesta categoria, os outros 25% (2)
conseguiram ter os sinais vitais dentro dos parâmetros estabelecidos após sessões de ioga
(ver Figuras 3 e 4). Esses dados são consistentes com relatos de diversos estudos de que a
ioga reduz a pressão arterial sistólica, a frequência cardíaca e a variabilidade da frequência
cardíaca (PASCOE, THOMPSON, SKI, 2017), além de ajudar a melhorar a respiração e
relaxar (ITZIK, 2005).
A Zumoterapia é uma técnica alternativa e complementar (TC) baseada em produtos
naturais que os alunos do grupo intervencionado utilizavam, conseguindo melhorar seus
sinais vitais basais, 80% (8) apresentavam sinais vitais fora dos padrões no início, mas após
terapia esse número foi reduzido para 50% (5).
A influência da Zumoterapia nos sinais vitais estaria associada às características de
frutas e vegetais, os de cor branca como banana, pinha, pêra, alho, cebola, etc. têm pro-
priedades hipocolesterolêmicas, bactericidas, hipotensoras e reguladoras da glicemia; os
de cor vermelha, como o tomate, atuam ativando a circulação e fortalecendo o coração, os
de cor roxa, como a uva, fortalecem os vasos sanguíneos e promovem o funcionamento do
coração (PERIZ, 2015).
126
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Por outro lado, os sinais vitais do grupo controle permaneceram nas mesmas cate-
gorias desde a avaliação inicial até a segunda avaliação ao finalizar o programa, 30% (3)
apresentavam sinais vitais fora dos padrões, como pode ser visto nas Figuras 3 e 4.
Figura 3. Sinais vitais no início do programa de cuidados Figura 4. Sinais vitais ao final do programa de cuidados
alternativos. alternativos.
127
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Figura 5. Desconforto físico no início do programa de Figura 6. Desconforto físico ao final do programa de
cuidados alternativos. cuidados alternativos.
129
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Figura 7. Linha de base do bem-estar psicológico de Figura 8. Bem-estar psicológico após ou programa de
estudantes de enfermagem. cuidados alternativos.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
1. AMILTON, S.; MURRAY, K., HAMILTON, S. y MARTIN, D. A strategy for maintaining student
wellbeing. Nurs Times, 111(7), 20-2. 2015. Retrieved on August 15, 2021, of https://pubmed.
ncbi.nlm.nih.gov/26477182/
2. ARUMUGAM, G.; NAGARATHNA, R.; MAJUMDAR, V.; SINGH, M.; SRINIVASALU, R.; SAN-
JIVAL, R. y NAGENDRA, H. R. Yoga-based lifestyle treatment and composite treatment goals
in Type 2 Diabetes in a rural South Indian setup- a retrospective study. Scientific reports, 10(1),
6402, 2020. Retrieved on August 16, 2021, of https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32286379/
3. BOLLIMBALA A, JAMES PS, GANGULI S. The effect of Hatha yoga intervention on students’
creative ability. Acta Psychol (Amst), 209, 103121. 2020. Retrieved on August 16, 2021, of
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0001691819305505.
4. BAYO TALLÓN, V. Efeitos da terapia manual nos sintomas do TDAH na infância. Tese de
doutorado não publicada. Universidade Autônoma de Barcelona, Espanha, 2020. Obtido em
13 de agosto de 2021, de https://ddd.uab.cat/pub/tesis/2021/hdl_10803_671040/vbt1de1.pdf
132
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
5. BORGES, M, SANTOS, D. O campo do cuidado: uma abordagem quântica e transpessoal ao
cuidado de enfermagem. Ciência, Cuidado e Saúde. 12 (3), 608-613. 2013. Obtido em 16 de
agosto de 2021, de https://doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v12i3.17159
11. CRUZ, M.; MARTÍNEZ, L.; LORENZO, A. e FERNÁNDEZ, D. Bem-estar psicológico em alunos
da Universidade de Havana. Revista Wimblu, 15 (2). 69 - 93. 2020. Obtido em 9 de agosto de
2021, de https://revistas.ucr.ac.cr/index.php/wimblu/article/view/44086
12. DAHLBERG, H.; RANHEIM, A. e DAHLBERG, K. Ecological caring – Revisiting the original
ideas of caring science. [On line]. Int J Qualitative Stud Health Well-being,11:33344. 2016.
Retrieved on August 12, 2021, de https://doi.org/10.3402/qhw.v11.33344
13. CONDE ARCILA, M.; DELGADO ROMERO, M. A.; PERILLA GAMBOA, P. A.; LÓPEZ INFANTE
V. Impacto do Reiki no Bem-Estar Psicológico de Quatro Usuários de Maconha. Tese de gra-
duação não publicada. Pontifícia Universidade Javeriana. Bogotá, DC, Colômbia, 2017. Obtido
em 10 de agosto de 2021, de https://repository.javeriana.edu.co/bitstream/handle/10554/22143/
Impacto%20del%20reiki%20en%20el%20bienestar%20psicol% C3% B3gico% 20de% 20cua-
tro% 20consumidores% 20de% 20marihuana.pdf? Sequência = 1
14. DE RURANGE GATICA, I.A. Conhecimento, opinião e experiência dos alunos da Escola de
Ciências da Saúde da UVM em medicina complementar. Tese de graduação não publicada.
Universidad Viña del Mar, Viña del Mar. 2019. Obtido em 15 de agosto de 2021, de https://repo-
sitorio.uvm.cl/xmlui/bitstream/handle/20.500.12536/976/Andrea%20de%20Rurange_PROYEC-
TO%20DE% 20INVESTIGACI % c3% 93N% 20MAGISTER% 20% 20.pdf? Sequence = 1 &
isAllowed = y
15. DO NASCIMENTO BESSA, J.H.; TAVARES JOMAR, R,; VICENTE DA SILVA, A,; PERES
EM,; PECLY WOLTER, R.M.C. e DE OLIVEIRA, D.C. Efeito do Reiki no bem-estar subjetivo:
estudo experimental. Enfermagem Global, (48), 408-414. 2017. Obtido em 14 de agosto de
2021, de http://revistas.um.es/eglobal/article/view/259141
133
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
16. ESCOBAR ZURITA, E.R.; HERRERA CISNEROS, S, P, e OBREGÓN VELOZ, I.E. O ensino
do Yoga como técnica para redução dos níveis de estresse em alunos de graduação da Fa-
culdade de Saúde Pública. Jornal Cubano de Reumatologia, 21 (2). 2019. Recuperado em
14 de agosto de 2021, de https://www.medigraphic.com/pdfs/revcubreu/cre-2019/cre192q.pdf
18. FERNANDEZ CERVILLA, A.B. Eficácia do reiki na regulação da pressão arterial em pessoas
com hipertensão. Tese de Doutorado não publicada. Universidade de Barcelona. Barcelona,
Espanha, 2017.
19. GALIANO LEIS, MA. Yoga como alternativa ao sedentarismo. Medicina familiar. SEMERGEN,
4 (3), e91-e92, 2018. Obtido em 15 de agosto de 2021, de https://www.elsevier.es/es-revista-
-medicina-familia-semergen-40-pdf-S1138359318300042
20. GIMENEZ, G.C.; OLGUIN, G. e ALMIRON, M. D. Yoga: benefícios para a saúde. Uma revisão
da literatura. Faculdade de Ciências Médicas de Anales. (Assunção), 53 (2), 137-144. 2020.
Obtido em 13 de agosto de 2021, de https://doi.org/10.18004/anales/2021.054.01.83.
22. ITZIK, A. Balance and Harmony Alternative Therapies. Bogotá, Colômbia: Arqueotype Grupo
Editorial S.A., 2005.
24. JIMENEZ, S.; LANDEROS, M.E. e HUERTA, M.R. Efeito da massagem terapêutica como
cuidado de enfermagem na capacidade funcional de idosos. University Nursing, 12 (2): 49-55.
2015. Obtido em 13 de agosto de 2021, de DOI: 10.1016 / j.reu.2015.03.001
26. KRAMLICH D. Estratégias para Enfermeiros de Cuidados Agudos e Críticos que Implementam
Terapias Complementares Solicitadas por Pacientes e Suas Famílias. Enfermeira de cuidados
intensivos. 36 (6), 52-58, 2016. Obtido em 15 de agosto de 2021, de https://pubmed.ncbi.nlm.
nih.gov/27908946/
27. LÓPEZ, M.A.; SILVA, G.; VÁSQUEZ, J. e GODÍNEZ, R. Teoria do ser humano unitário para o
cuidado ao paciente com câncer gástrico e síndrome anêmica grave. Revista de Enfermagem
Instituto Mexicano Seguro Sociedad, 22 (3), 159-164. 2014. Obtido de 5 de agosto de 2021,
de https://www.medigraphic.com/pdfs/enfermeriaimss/eim-2014/eim143g.pdf
134
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
28. LUZURIAGA VALENCIA, V.A. Bem-estar psicológico e qualidade de vida em praticantes de
Yoga na cidade de Azogues. Tese de graduação não publicada. Universidade de Azuay,
Cuenca, Equador, 2021.
32. PAPALIA, D.; WENDKOS, S. e DUSKIN, R. Human development. 13th Ed. México: Editorial
McGraw Hill Interamericana editores, S.A de C.V., 2017.
33. PASCOE, M.C.; THOMPSON, D.R. E ESQUI, CH. F. Yoga, mindfulness-based stress reduction
and stress-related physiological measures: A meta-analysis. Psychoneuroendocrinology, 86,
152-168. 2017. Retrieved on August 14, 2021, of https://doi.org/10.1016/j.psyneuen.2017.08.008.
34. PERILLA PORTILLA, F.E.; CASTRO GALVÁN, D.A.; HERNÁNDEZ BLANDÓN, K.M.; RINCÓN
SILVA, M.F.; JAIMES CHAUSTRE, J.A. e ALBA LEÓN, M.A. Depressão, ansiedade e estresse:
uma situação em estudantes de enfermagem de uma universidade pública. Revista de 16 de
abril de 59 (278), e100259. 2020. Obtido em 13 de agosto de 2021, de http://www.rev16deabril.
sld.cu/index.php/16_4/article/view/1002.
35. PIRIZ, L. Zumoterapia para as quatro estações. Barcelona, Espanha: Zenith Planeta, 2015.
Obtido em 9 de agosto de 2021, de http://static0.planetadelibros.com/libros_contener_ex-
tra/30/29804_Zumoterapia_para_cuatro_estaciones.pdf
36. RUIZ MUÑOZ, J.S,; SANHUEZA MÁRQUEZ, C.A.M.; VALDÉS FERNÁNDEZ, V.F. e VILLALO-
BOS MAUREIRA, C.F. Uso de Medicamentos Complementares por Estudantes Universitários.
Tese de graduação não publicada. Universidade de Santiago, Chile. Santiago de Chile, 2014.
Obtido em 21 de julho de 2021, de https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/10/947824/uso-de-
-medicinas-complementarias-por-estudiantes-universitarios_HJ7dJ3F.pdf
37. RYFF, C.D. A felicidade é tudo, ou é? Explorações sobre o significado de bem-estar psicoló-
gico. Journal of Personality and Social Psychology, 57: 1069-1081. 1989.
38. SALLES, L.F.; VANNUCCI, L.; SALLES, A e SILVA, M.J.P. O efeito do Reiki na hipertensão
arterial. Acta Paul Enferm, 27:479-84. 2014. Obtido em 14 de agosto 2021, de http://www.
scielo.br/pdf/ape/v27n5/1982-0194-ape-027-005-0479.pdf
39. SANDOVAL BARRIENTOS, S.; DORNER PARÍS, A. e VÉLIZ BURGOS, A. Bem-estar psicoló-
gico em estudantes da área da saúde. [Versão eletrónica]. Pesquisa em Educação Médica, 6,
24: 260-266. 2017. Obtido em 13 de agosto de 2021, de http://www.sciencedirect.com/science/
article/pii/S2007505717300042
135
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
40. TASAYCO CHACALIAZA, E.J. Estresse acadêmico em estudantes de enfermagem do I ao
VIII ciclo da Universidade Nacional San Luis Gonzaga, Ica - Perú 2018. Revista Enfermería
Vanguardia, 7 (2), 29-40. 2019. Obtido em 2 de agosto de 2021, de https://revistas.unica.edu.
pe/index.php/vanguardia/article/view/203/238
41. UTRILLAS HERNÁNDEZ, C. Experiências de Reiki em pacientes com câncer. Tese de gradu-
ação não publicada. Universidade Central da Catalunha. Barcelona, Espanha, 2017. Obtido
em 16 de agosto de 2021, de http://repositori.umanresa.cat/bitstream/handle/1/361/2017-5-19_
TFG_Carlota_Utrillas_Hernandez.pdf?sequence=1&isAllowed=y
44. VERDUGO, M.; ARIAS, B.; GÓMEZ, L. e SCHALOCK, R. GENCAT Scale Manual de aplica-
ção da GENCAT Quality of Life Scale. Barcelona, Espanha: Departamento de Ação Social e
Cidadania da Generalitat de Catalunya, 2009.
45. YOSHIHARA, K.; HIRAMOTO, T.; OKA, T.; KUBO, C. e SUDO, N. Efeito de 12 semanas de
treinamento de ioga na somatização, sintomas psicológicos e biomarcadores relacionados ao
estresse de mulheres saudáveis. Biopsychosoc Med, 8 (1), 1-8, 2014. Obtido em 15 de agosto
de 2021, de https://bpsmedicine.biomedcentral.com/articles/10.1186/1751-0759-8-1
46. YUAN, C.; FONDELL, E.; BHUSHAN, A.; ASCHERIO, A.; OKEREKE, O.I.; GRODSTEIN, F. e
WILLETT, W.C. Ingestão a longo prazo de vegetais e frutas e função cognitiva subjetiva em
homens americanos. Neurology, 92 (1): e63-e75, 2019. Obtido em 14 de agosto de 2021, de
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30464030/.
48. Associação Médica Mundial. Declaração dos Princípios Éticos de Helsinque para Pesquisa
Médica Envolvendo Seres Humanos. JAMA, 310 (20), 2191-2194. 2013
136
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
11
Educação permanente em saúde:
marcos históricos e implicações na
atenção primária e sala de vacinação
10.37885/210504641
RESUMO
138
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
DESENVOLVIMENTO
140
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Dessa forma, a França apresenta grande destaque na história da EP, porém essa me-
todologia apresenta marcos por todo o mundo. Na área da saúde, a formação e qualificação
dos profissionais é preocupação mundial.
A Carta de Punta Del Este, em 1961, representa um importante marco para o desenvol-
vimento dos recursos humanos da América Latina. Nesta carta, são propostos avanços no
que tange à formação e qualificação dos profissionais do setor saúde (REUNIÓN DE PUNTA
DEL ESTE, 1961).
No Brasil, verificam-se diversos investimentos para a formação e qualificação dos recur-
sos humanos para a saúde. A IV Conferência Nacional de Saúde (CNS), em 1967, discutiu
a formulação de uma política voltada para a avaliação dos recursos humanos. Apresentou
como principal premissa a formação contínua e qualificada dos profissionais da área da saúde
para uma assistência de qualidade (BRASIL, 1967). A VII CNS, de 1980, também discutiu
sobre o desenvolvimento dos recursos humanos da saúde, tendo como uma das temáticas
a atuação nos serviços básicos de saúde e o desenvolvimento de Educação Continuada
(EC) para os profissionais (BRASIL, 1980). A VIII, X, XI e XII CNS, que ocorreram, respec-
tivamente, em 1986, 1996, 2000 e 2003, também destacaram a importância da formação e
qualificação dos recursos humanos para a saúde.
Merece atenção a VIII CNS, sendo um marco para a saúde brasileira, visto que nesta
Conferência foi discutida a reformulação do sistema de saúde brasileiro, que se consolidou
na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com a criação do Sistema Único
de Saúde (SUS). Apresentava como uma das propostas do SUS a capacitação e a EP dos
profissionais da saúde (BRASIL, 1986).
Desse modo, a Constituição Federal de 1988, no seu artigo 200, inciso II, atribui ao
SUS a responsabilidade de ordenar a formação de recursos humanos na área da saú-
de (BRASIL, 1988).
Em 2003 foi criada a Secretaria de Gestão de Trabalho e da Educação em Saúde
(SGTES), com a responsabilidade de formular políticas orientadoras da gestão, formação,
qualificação e regulação dos trabalhadores da saúde. Ainda em 2003 foi homologada a
Resolução nº 330/CNS para aplicar os Princípios e Diretrizes para a Norma Operacional
Básica de Recursos Humanos para o SUS (NOB/RH-SUS) como Política Nacional de Gestão
do Trabalho e da Educação em Saúde, no âmbito do SUS (CNS, 2003a).
A Resolução nº 335/CNS (2003b) ratificou o disposto na Resolução nº 330/CNS e
afirmou a aprovação da Política Nacional de Formação e Desenvolvimento para o SUS:
Caminhos para a EPS e a estratégia de Polos ou Rodas de EPS, como instâncias locorre-
gionais e interinstitucionais de gestão da EP. Recomenda aos gestores do SUS, nas esferas
federal, estadual e municipal, que envidem esforços para a implantação e implementação
141
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
dessa política, assegurando todos os recursos necessários à sua viabilização, buscando,
ao máximo, a permeabilidade às instâncias de controle social do SUS e o engajamento das
instituições de ensino na área de saúde do país; apoiar as estratégias e ações que visem
à interação entre a formação de profissionais e a construção da organização da atenção à
saúde, em consonância com os princípios e as diretrizes do SUS e desta política.
Entretanto, como diretriz pedagógica, tornou-se política pública na área da saúde
por meio da Portaria GM/MS nº 198/2004, que instituiu a Política Nacional de Educação
Permanente em Saúde (PNEPS) como estratégia de formação e desenvolvimento de tra-
balhadores de saúde (BRASIL, 2004).
144
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
O Programa Nacional de Melhoria da qualidade da Atenção Básica (PMAQ) instituído
em 2011 pela Portaria nº 1.654/2011 e revisado em 2015 pela Portaria nº 1.645/2015 com
o intuído de ampliar o acesso e melhorar a qualidade da APS apresenta como um dos seus
objetivos e pressupostos a qualificação dos profissionais, por meio da EP. Além disso, tem
a EP como componente de um dos seus eixos estratégicos, o eixo estratégico transversal,
que perpassa por todas as fases desse programa (BRASIL, 2015b; BRASIL, 2011b).
A EP no contexto da APS tem potencial para provocar o profissional a repensar o
seu cotidiano de trabalho e transformar as práticas profissionais (FERREIRA et al., 2019),
ampliar a segurança do profissional e melhorar a relação entre o profissional e o usuário
(SILVA; MATOS; FRANÇA, 2017). Além disso, representa uma importante estratégia de
gestão (SILVA et al., 2017).
Contudo, mesmo sendo instituída como Política e estar inserida em diversos programas
e estratégias do Ministério da Saúde, a EP ainda é um desafio a ser superado na realidade
da APS. Estudo na área revela que a EP se faz presente no cotidiano de trabalho da APS,
porém há ainda o predomínio da educação tradicional (FERREIRA et al., 2019), indo na
contramão dos pressupostos da EPS e da PNEPS.
A não valorização da EP pelos gestores, a sobrecarga de trabalho, não liberação dos
profissionais para participarem das atividades educativas e a baixa adesão e falta de interesse
dos profissionais são algumas dificuldades que interferem na efetivação dessa política (SILVA
et al., 2017). Além disso, a falta de profissionais qualificados para a realização da EP e a
falta de planejamento também contribuem para este cenário (FERREIRA et al., 2019).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A qualificação dos profissionais da saúde sempre foi uma preocupação para garantir
boas práticas e, ao longo dos anos, tem ganhado lugar de destaque em conferências, pro-
gramas e políticas da área da saúde. Destarte, a EP se apresenta como metodologia inova-
dora para suprir as necessidades de qualificação na área da saúde, pois utiliza do próprio
cotidiano de trabalho para a aprendizagem, tornando-a significativa e com capacidade de
modificar e qualificar as práticas dos profissionais.
A EP consolidada por meio da PNEPS representa um importante avanço para a qua-
lificação dos profissionais da saúde, incluindo os que estão inseridos na APS. Contudo,
ainda há muitos desafios a serem superados para sua efetivação. Deste modo, deve-se
147
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
lançar um olhar mais atento ao cotidiano de trabalho da APS uma vez que nele se insere
as necessidades para a EP.
FINANCIAMENTO
Estudo financiado Edital 14/2013 Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS) processo
CBB-APQ-03509-13.
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.580, de 1º de outubro de 2019. Altera a Portaria
nº 3.194/GM/MS, de 28 de novembro de 2017, que dispõe sobre o Programa para o Fortale-
cimento das Práticas de Educação Permanente em Saúde no Sistema Único de Saúde - PRO
EPS - SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em: https://brasilsus.com.br/wp-
-content/uploads/2019/10/portaria2580.pdf
148
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
7. ______. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.645, de 2 de outubro de 2015. Dispõe sobre o
Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB).
Brasília: Ministério da Saúde, 2015b. 4 p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/sau-
delegis/gm/2015/prt1645_01_10_2015.html
8. ______. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz; Agência Nacional de Vigilância Sa-
nitária. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente.
Brasília: Ministério da Saúde, 2014a. 40 p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/documento_referencia_programa_nacional_seguranca.pdf
13. ______. Ministério da Saúde. Portaria n. 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política
Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organiza-
ção da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes
Comunitários de Saúde (PACS). Brasília, 2011a. 24p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.
br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21_10_2011.html
14. ______. Ministério da Saúde. Portaria n. 1.654, de 19 de julho de 2011. Institui, no âmbito
do Sistema Único de Saúde, o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da
Atenção Básica (PMAQ-AB) e o Incentivo Financeiro do PMAQ-AB, denominado Componente
de Qualidade do Piso de Atenção Básica Variável - PAB Variável. Brasília: Ministério da Saú-
de, 2011b. 2p. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/pmaq/
prt_1654_19_07_2011.pdf
15. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, De-
partamento de Gestão da Educação em Saúde. Política Nacional de Educação Permanente
em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2009, 64 p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.
br/bvs/publicacoes/politica_nacional_educacao_permanente_saude_fortalecimento.pdf
16. ______. Ministério da Saúde. Portaria n. 1.996, de 20 de agosto de 2007. Dispõe sobre
as diretrizes para a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saú-
de. Brasília, 2007. 10 p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/
prt1996_20_08_2007.html
149
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
17. ______. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Departamento de Apoio à Descentraliza-
ção. Coordenação-Geral de Apoio à Gestão Descentralizada. Diretrizes operacionais dos
Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão. Brasília: Ministério da Saúde, 2006, 76p.
Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/webpacto/volumes/01.pdf
18. ______. Ministério da Saúde. Portaria GM n. 198, de 13 de fevereiro de 2004. Institui a Política
Nacional de Educação Permanente em Saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde
para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor e dá outras providências.
Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 20 p. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.
br/biblioteca/imagem/1832.pdf
19. ______. Constituição 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, Se-
nado Federal. 1988. p. 133-4: Seção II. Da Saúde. Disponível em: http://www.amperj.org.br/
store/legislacao/constituicao/crfb.pdf
20. ______. Conferência Nacional De Saúde - CNS. Relatório Final da 8ª Conferência Nacio-
nal de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 1986. 29 p. Disponível em: http://www.conselho.
saude.gov.br/biblioteca/Relatorios
21. ______. Conferência Nacional De Saúde - CNS. Anais da 7a Conferência Nacional de Saú-
de. Brasília: Ministério da Saúde, 1980. 263 p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/7_conferencia_nacional_saude_anais.pdf
22. ______. Conferência Nacional De Saúde - CNS. Anais da 4ª Conferência Nacional de Saúde.
Brasília: Ministério da Saúde, 1967. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
anais_4_conferencia_nacional_saude.pdf
23. BRITO, Maria de Fátima Paiva et al. Caracterização das notificações de procedimentos
inadequados na administração de imunobiológicos em Ribeirão Preto, São Paulo, 2007-
2012. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 23, n. 1, 2014. p. 33-44. DOI: 10.5123/S1679-
49742014000100004.
24. CECCIM, Ricardo Burg. A emergência da educação e ensino da saúde: interseções e inter-
setorialidades. Rev. Ciênc. Saúde, Porto Alegre, v.1, n.1, p. 9-232008. DOI: http://dx.doi.
org/10.15448/1983-652X.2008.1.3859
26. COLLAR, Janaina Matheus; NETO, João Beccon de Almeida; FERLA, Alcindo Antônio. Edu-
cação permanente e o cuidado em saúde: ensaio sobre o trabalho como produção inventiva.
Saúde em Redes, v. 1, n. 4, p. 53-64, 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.18310/2446-4813.2015v-
1n4p53-64
150
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
29. DELORS, Jacques; MULT, In’amAl; AMAGI, Isao; CARNEIRO, Roberto; CHUNG, Fay; GE-
REMEK, Bronislaw et al. Um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO da Comissão
Internacional sobre educação para o século XXI. Brasília: Organização das Nações Unidas,
2010. 41 p. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf
30. FALKENBERG, Mirian Benites; MENDES, Thais de Paula Lima; MORAES, Eliane Pedrozo de;
SOUZA, Elza Maria de. Educação em saúde e educação na saúde: conceitos e implicações
para a saúde coletiva. Ciênc. Saúde Colet., v. 19, n. 3, p. 847-8522014. DOI: 10.1590/1413-
81232014193.01572013
31. FERREIRA, Lorena et al. Educação Permanente em Saúde na atenção primária: uma revisão
integrativa da literatura. Saúde debate, Rio de Janeiro, v. 43, n. 120, p. 223-239, mar. 2019 .
DOI. https://doi.org/10.1590/0103-1104201912017
32. FOSSA, Angela Marcia; et al. Conservação e administração de vacinas: a atuação da enferma-
gem. Saúde Rev. Piracicaba, v. 15, n. 40, 2015. p. 85-96. DOI: http://dx.doi.org/10.15600/2238-
1244/sr.v15n40p85-96.
33. GADOTTI, Moacir. A educação contra a educação. São Paulo: Paz e Terra, 1982. 172 p.
34. GLERIANO, Josué Souza et al. Gestão do trabalho de equipes da saúde da família. Esc.
Anna Nery, Rio de Janeiro, v.25, n.1, e20200093, p. 1-8, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/
2177-9465-ean-2020-0093
35. MARINELLI, Natália Pereira; CARVALHO, Khelyane Mesquita; ARAÚJO, Telma Maria Evange-
lista. Conhecimento dos profissionais de enfermagem em sala de vacina: análise da produção
científica. Revista Univap, v. 21, n. 38, 2015. p. 2237-1753. DOI: http://dx.doi.org/10.18066/
revistaunivap.v21i38.324.
36. MARTINS, Jéssica Rauane Teixeira et al. Educação permanente em sala de vacina: qual a
realidade?. Rev. Bras. Enferm., Brasília , v. 71, supl. 1, 2018. p. 668-676. DOI: https://doi.
org/10.1590/0034-7167-2017-0560.
37. MENEGHETTI, Francis Kanashiro. O que é um ensaio-teórico?. Rev. adm. contemp., Curitiba
, v. 15, n. 2, p. 320-332, Apr. 2011. DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-65552011000200010.
38. OLIVEIRA, Valéria Conceição de et al. Fragilidades da conservação de vacina nas Unidades
de Atenção Primária à Saúde. Ver. Bras. Enferm., v. 68, n. 2, 2015. p. 291-6. DOI: http://
dx.doi.org/10.1590/00347167.2015680215i.
39. PEREIRA, Diego Daniel dos Santos; et al. Análise da taxa de utilização e perda de vacinas
no programa nacional de imunização. Cad. Saúde Colet., Rio de Janeiro, v. 21, n.4, 2013. p.
420-4. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cadsc/v21n4/v21n4a10.pdf.
40. PINHEIRO, Guilherme Emanuel Weiss; AZAMBUJA, Marcelo Schenk de; BONAMIGO, An-
drea Wander. Facilidades e dificuldades vivenciadas na Educação Permanente em Saúde, na
Estratégia Saúde da Família. Saúde debate, Rio de Janeiro, v. 42, n. spe4, 2018. p.187-197.
DOI: https://doi.org/10.1590/0103-11042018s415
41. RAGLIONE, Dante; et al. Avaliação da rede de frio para conservação de vacinas em unida-
des básicas de saúde das regiões Sul e Centro-Oeste do município de São Paulo em 2011-
2012. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 25, n. 1, 2016. p. 65-74. DOI: 10.5123/S1679-
49742016000100007.
151
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
42. Reunión de Puntadel Este, Uruguay. Boletin de la Oficina Sanitária Panamericana. Ano 40,
v. LI, nº 5, novembro de 1961. p. 473-493.
43. SANTOS, Adilson Ribeiro dos et al. Educação Permanente na Estratégia Saúde da Família:
Potencialidades e ressignificações. Revista de Enfermagem UFPE online, Pernambuco, v.15,
n.1, 2021. DOI: https://doi.org/10.5205/1981-8963.2021.245355
44. SILVA, Kênia Lara; MATOS, Juliana Alves Viana; FRANCA, Bruna Dias. A construção da
educação permanente no processo de trabalho em saúde no estado de Minas Gerais, Brasil.
Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 21, n. 4, e20170060, 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/
2177-9465-ean-2017-0060
45. SILVA, Luiz Anildo Anacleto da et al. Educação permanente em saúde na atenção básica:
percepção dos gestores municipais de saúde. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre, v.38, n.1,
e58779, 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.01.58779
152
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
12
Embolia de líquido amniótico o
Síndrome Anafilactoide: uma revisão
narrativa
10.37885/210805702
RESUMEN
154
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUCCIÓN
DESENVOLVIMENTO
Métodos
· CINAHL: n=30
· SciELO: n=10
· Cochrane: n=10
· Total: n= 50
Resultados
156
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Cuadro 1. Estudios incluidos (n=15).
Discusión
159
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Es por ello, que surgió una cuestión de investigación: ¿Cuál es el nivel de conocimientos
de los profesionales de la salud en relación con los factores de riesgo, clínica, diagnóstico,
protocolos de actuación de y tratamiento del ELA?
Está revisión pretende obtener una idea precisa sobre el estado actual de los conoci-
mientos relacionados con la embolia de líquido amniótico.
CONCLUSIONES
Nos encontramos ante una patología con diferentes corrientes, en la que durante años
se mantuvo que era causa de una embolia de líquido amniótico, a pesar de ello, otros inves-
tigadores sugirieron que era de origen alérgico apresurándose a cambiar la nomenclatura
por síndrome anafilactoide del embarazo, aunque esto nunca fue confirmado. Por tanto,
consideramos que no se debe cambiar la denominación de la enfermedad hasta que no se
conozca con certeza el origen de esta.
Dicha patología actualmente no se puede prever, ni prevenir, ya que es una aparición
súbita sin pródromos con una disfunción multiorgánica rápida, ello impide disponer de tiem-
po necesario para completar los estudios realizados y en el cual el profesional sanitario no
puede evitar dicho acontecimiento. Presenta una elevada morbimortalidad tanto materna
como fetal, cuya etiopatogenia no se encuentra correctamente aclarada. La brusca apari-
ción, obliga a los sanitarios a poner todo su esfuerzo en establecer las medidas terapéuticas
de soporte, limitándose a la reanimación cardiorrespiratoria en los casos más graves, y el
manejo de la CID, no existiendo ningún tratamiento específico. A su vez, nos encontramos
con la dificultad de realizar un diagnóstico diferencial, siendo esta la actitud más razonable,
requiriendo la exclusión de otras enfermedades con un cuadro clínico similar.
Consideramos fundamental que no solo el tiempo de actuación aumenta las posibi-
lidades de éxito, sino también la buena compenetración del equipo multidisciplinar. Para
ello, sería interesante que las unidades obstétricas realizarán programas de formación con-
tinuada ante urgencias obstétricas de baja incidencia, para los diferentes profesionales de
la salud. De este modo, conseguimos personal cualificado ante estas situaciones vitales y
así mejorar los resultados clínicos.
Es interesante, continuar con nuevas líneas de investigación para el esclarecimiento
de las bases fisiopatológicas de la ELA y así protocolizar su terapia y prevención. Es crucial
conocer las actualizaciones de evidencias científicas sobre el tema, para poder manejar la
situación de una manera más efectiva y con la mayor calidad posible.
160
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
REFERÊNCIAS
1. ALANDÍ, R; PELLICER, G. Protocolo de manejo de la Embolia del Líquido Amniótico. Servicio
de Anestesia Reanimación y Tratamiento del Dolor. Consorcio Hospital General Universi-
tario, Valencia., [s. l.], 2010. Disponível em: https://chguv.san.gva.es/documents/10184/48632/
BELTRAN Protocolo+de+manejo+de+la+embolia+liquido+amnioticoSesion+SARTD-CH-
GUV12-01-10.pdf/b7fa90b3-9374-41a2-9cc1-4f1b2904cb43
2. ÁLVAREZ, Rocío et al. Embolia de líquido amniótico. Reporte de cuatro casos en el Hospital
Universitario La Paz en Madrid, España, y revisión de la literatura. Revista Colombiana de
Obstetricia y Ginecología, [s. l.], v. 64, n. 1, p. 60–66, 2013. Disponível em: https://revista.
fecolsog.org/index.php/rcog/article/view/131
3. CANTIZANO, P et al. Estudio sobre una emergencia obstétrica: El embolismo de Líquido Am-
nitótico. Instituto Nacional de Gestión Sanitaria. Dirección Territorial de Ceuta. Gerencia
de Atención Sanitaria., [s. l.], v. XI-no58, p. 1–4, 2015. Disponível em: https://ingesa.sanidad.
gob.es/fr/bibliotecaPublicaciones/publicaciones/periodicasRevistas/docs/2015/SUE_Ceuta_
V11_N58_2015.pdf
4. CUNHA DE LEÃO, B; SILVA, Y. Embolia por líquido amniótico. Rev Med Minas Gerais, [s. l.],
v. 19, p. 59–69, 2009. Disponível em: http://rmmg.org/artigo/detalhes/1234
5. FONTES, D et al. Embolia por líquido amniótico: relato de caso. Rev. Med Minas Gerais, [s.
l.], v. 16 (3), n. 174–6, 2006. Disponível em: http://rmmg.org/artigo/detalhes/280
7. GÓMEZ, PM; REYES, M; MUÑOZ, G. Embolia de líquido amniótico: una emergencia obs-
tétrica difícil de abordar. A propósito de un caso. [S. l.], 2017. Disponível em: http://www.
enfermeriadeurgencias.com/ciber/marzo2017/pagina12.html.
10. LÓPEZ, L. Embolia De Liquido Amniotico. Revista Medica Sinergia, [s. l.], v. 3, n. 5, p. 9–13,
2018. Disponível em: https://revistamedicasinergia.com/index.php/rms/article/view/121
12. MARTIN, Rosa; CARRASCOSA, Marta. EMBOLIA DE LÍQUIDO AMNIÓTICO (ELA): ACTUALI-
ZACIÓN Y REVISIÓN. Servicio de Anestesia Reanimación y Tratamiento del Dolor. Con-
sorcio Hospital General Universitario de Valencia., [s. l.], 2018. Disponível em: https://chguv.
san.gva.es/documents/10184/1000869/SANCHIS+MARTIN-EMBOLIA+LÍQUIDO+AMNIÓTI-
CO-Sesion+SARTD-CHGUV-9-7-18+modificada.pdf/dcfe664e-33dd-4eea-8db5-f86a951683b3
161
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
13. PAZ, E; GONZÁLEZ, Y. Embolia de líquido amniótico: Revisión bibliográfica. Revista ICUE.
Investigación y Cuidados de Enfermería., [s. l.], v. 1 (1), 2016. Disponível em: https://www.
revistaicue.es/revista/ojs/index.php/ICUE/article/view/15
14. SEIZ, M. Criterios actuales sobre el embolismo de líquido amniótico. Revista Latin Perinat, [s.
l.], v. 20, n. 4, p. 208–214, 2017. Disponível em: http://www.revperinatologia.com/images/2_Cri-
terios_actuales_sobre_el_embolismo_de_liquido.pdf.
162
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
13
Enfermagem e o pé diabético: O papel
da enfermagem no cuidado do pé
diabético
10.37885/210705337
RESUMO
164
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica que afeta diversas faixas etárias em todo
o mundo. Por esse motivo, é considerado um problema de saúde pública mundialmente re-
conhecido, responsável pelo aumento da morbidade e mortalidade da população. Segundo
a Sociedade Brasileira de Diabetes, esse crescimento se dá, em grande parte, pelo enve-
lhecimento da população, com alguns hábitos de saúde peculiares, como a obesidade e o
sedentarismo (DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2014). Se re-
ferindo à mortalidade, só no ano de 2017 houveram 4 milhões de mortes por diabetes no
mundo, e, 11% desses eram constituintes da América Central e do Sul.
Quando analisamos os dados com DM no mundo, nota-se que anualmente gasta-se
29,3 bilhões de dólares, em uma doença que poderia ser, em grande parte, controlada com
hábitos de vida mais saudáveis. O Brasil ocupa o 6° lugar entre os países que mais gastam
com diabetes no mundo, entretanto, quando analisados os dados por pessoa, ele não está
nem entre os 10 primeiros (ATLAS DE LA DIABETES, 2013; STANDARDS OF MEDICAL
CARE IN DIABETE, 2019).
Sendo uma das doenças crônicas de maior relevância atualmente, o DM vem crescen-
do. Hoje, estima-se que cerca de 425 milhões de pessoas já possuam a doença em todo o
mundo, e, até 2040, estima-se que esse número ultrapasse os 629 milhões de indivíduos
(ATLAS DE LA DIABETES, 2013; CUIDADOS INOVADORES, 2003). Para o Brasil, os da-
dos mostram que hoje há cerca de 12,5 milhões de pessoas com diagnóstico de DM, o que
lhe dá o 4° lugar no ranking dos 10 países com maior número de indivíduos com diabetes.
Ocupa também o 5° lugar no ranking quando os pacientes são idosos com mais de 65 anos,
o que aponta para um envelhecimento da população com uma qualidade de vida já reduzida
(ATLAS DE LA DIABETES, 2013). Já, quando se tratando de crianças diagnosticadas com
Diabetes Mellitus do tipo 1, o Brasil ocupa o 3° lugar entre os países com mais casos de DM.
Esse trabalho tem como objetivo tratar das complicações do DM, em especial o pé
diabético, sendo um fator recorrente nos portadores de diabetes. Aborda-se a importância do
enfermeiro na identificação e classificação do pé diabético e a importância dessa parcela de
profissionais de saúde (enfermeiros) em identificar, conhecer e entender sobre as diversas
classes de medicamentos utilizados para o tratamento. Pois, são esses profissionais que
irão estar em contato direto com o paciente na maioria do tempo, responsáveis por avaliar
se houve ou não melhora no quadro e sanar as dúvidas de seus clientes.
O pé diabético possui uma prevalência global média de 6,4% dentre os portadores, mas,
se tratando de amputações, quando comparado a indivíduos saudáveis, o número cresce
em 20 a 30 vezes (DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2014).
165
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Foi escolhido esse tema, pela pouca discussão e evidência que o pé diabético possui nas
discussões entre profissionais da saúde.
MÉTODO
Trata-se de uma pesquisa metodológica. Para sua realização foi necessária uma busca
ativa de artigos nas bases de dados PubMed, SciELO e Scopus, utilizando os descritores:
enfermagem; diabetes mellitus; complicações; e, pé diabético. Também foi realizada uma
busca ativa nos principais livros bases e sociedades que abordam o assunto, de modo a
buscar conhecimentos atualizados sobre o assunto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para apresentação e discussão dos resultados, o trabalho foi dividido em seções, são
elas: Pé Diabético; Osteomielite e Pé Diabético; Neuropatia e Pé Diabético; Doença arte-
rial periférica e Pé Diabético; Teste Vascular do pé diabético; Classificação do pé diabéti-
co; O manejo de Enfermagem; Papel do enfermeiro; e, Tratamento Adjuvante com curativos
para lesões do Pé Diabético.
Pé diabético
166
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Para o pé diabético o risco de morte é outro fator importante e que deve ser discuti-
do. Em menos de 1 ano, estima-se que, nas infecções mais graves, 1 em 4 pacientes hos-
pitalizados acabem vindo ao óbito. Essa característica, se dá em grande parte devido ao
aumento da resistência microbiana dos patógenos que infectam as feridas do pé diabético
(CHASTAIN, 2019). Característica que evolui e causa o comprometimento da biomecânica
corporal, a doença do pé diabético surge do DM e de processos patológicos como a doença
arterial periférica e a neuropatia. Um dos principais problemas relacionados ao pé diabético,
úlcera pé diabético (CHASTAIN, 2019; DEL CORE, 2018).
Três são os principais fatores responsáveis pela formação do pé diabético: neuropatia,
isquemia e infecção, ambos que, através da hiperglicemia prolongada, são os formadores
das úlceras do pé diabético. Normalmente, as ulcerações do pé diabético, tendem a evoluir
para a cronicidade. Fatores como a diminuição da acuidade visual, da neuropatia, que faz
com que haja a diminuição da sensibilidade, contribuem para essa evolução (CAMPOS,
2016; NEVES, 2013).
Para ser possível classificar um pé diabético, é necessário entender como é a sua
apresentação clínica. Na face plantar, a apresentação manifesta-se através da dor, onde o
paciente sente o agravo quando a pressão plantar aumenta. Posteriormente iniciam-se os
sinais flogísticos de infecção, como eritema e rubor no local afetado, a figura 1 evidencia
essa característica (CAMPOS, 2016; NEVES, 2013).
Após essa fase, com o agravo da infecção, ela pode evoluir, dando lugar para uma
necrose cutânea, a figura 2 demonstra a evolução da necrose cutânea. Quando a infecção
chega nessa fase, há a apresentação de sinais de sistêmicos da infecção, como febre, náu-
seas, vômitos, confusão mental e hiperglicemia de difícil controle (NEVES, 2013).
167
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Figura 2. Pé diabético com necrose cutânea.
Osteomielite e pé diabético
O trauma repetitivo das articulações e ligamentos dos pedais por perda da sensação
da dor, causa osteoartropatia. Ela normalmente ocorre a longo prazo em diabéticos que pos-
suem neuropatia periférica e vascular, e pode causar variados graus de destruição óssea,
cartilagens e deformidades, além de aumentar a instabilidade nas articulações. Por tudo isso,
podem acontecer calos, ulcerações e infecções causando potencialmente amputações dos
membros (CAMPOS, 2016; LEONE, 2019; MANUAL DO PÉ DIABÉTICO, 2016).
A partir dessas lesões causadas pelo trauma repetitivo, pode ocorrer a osteomielite,
resultado da contaminação direta de uma lesão do tecido mole, frequentemente de uma úlcera
que adquire infecção. Por tal razão, é frequente a solicitação da avaliação do pé diabético para
a osteomielite, porque sinais e sintomas podem ser mascarados devido à doença vascular
periférica relacionada à diabetes e neuropatia periférica (CAMPOS, 2016; LEONE, 2019;).
Se há presença de osteomielite, o tratamento torna-se complicado e reduz as hipóte-
ses de ter um resultado promissor. Por tal razão, diagnóstico imediato e terapia adequada
são chaves para que evite complicações futuras e poder chegar a complicações extre-
mas (LEONE, 2019).
168
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Para se ter um bom entendimento da situação do paciente, é preciso que se faça um
diagnóstico médico com biópsia óssea, exame histopatológico e microbiológico, no intuito de
encontrar o organismo responsável e a sua sensibilidade para os antibióticos (LEONE, 2019).
Neuropatia e pé diabético
169
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Quadro 2. Diferenças entre úlceras neuropáticas e úlcera isquêmica.
Classificação do pé diabético
Classificação de Wagner
Grau
Descrição
Presença de sintomas ou deformidades ósseas, com risco de ulceração, mas com pele intacta e ausência
0
de úlceras.
Ulceração superficial com perda total de pele e sem infecção. Normalmente ocorre em locais de pressão,
1
como extremidades metastáticas.
Ulceração profunda, frequentemente penetrando no tecido subcutâneo. Há a presença de infecção, mas não
2
acomete o tecido ósseo.
3 Úlceras com osteomielite, sepse articular ou abscesso.
4 Gangrena localizada no ante pé.
5 Gangrena afetando o pé inteiro.
Fonte: CORE, 2018.
Grau
0 1 2 3
Ferida superficial, sem
Completamente epitelizado ou Ferida que penetra e invade Ferida que penetra em
A envolvimento de cápsula,
pré lesão pós-ulcerativa. cápsula ou tendão. articulação ou osso.
tendão ou osso.
Ferida superficial, sem
Completamente epitelizado ou Ferida que penetra e invade Ferida que penetra em
envolvimento de cápsula,
B pré lesão pós-ulcerativa com cápsula ou tendão com articulação ou osso com
tendão ou osso com
infecção. infecção. infecção.
infecção.
Ferida superficial, sem
Completamente epitelizado ou Ferida que penetra e invade Ferida que penetra em
envolvimento de cápsula,
C pré lesão pós-ulcerativa com cápsula ou tendão com articulação ou osso com
tendão ou osso com
isquemia. isquemia. isquemia.
isquemia.
Ferida superficial, sem
Completamente epitelizado ou Ferida que penetra e invade Ferida que penetra em
envolvimento de cápsula,
D pré lesão pós-ulcerativa com cápsula ou tendão com articulação ou osso com
tendão ou osso com infecção
infecção e isquemia. infecção e isquemia. infecção e isquemia.
e isquemia.
Fonte: CAMPOS, 2016; CORE, 2018.
O manejo de enfermagem
A avaliação do pé diabético deve ser constante e têm muita importância para a pre-
venção de lesões que levarão a piora do quadro do paciente. É de extrema atenção que
a avaliação seja feita rotineiramente, principalmente nos pacientes que possuem DAP ou
neuropatia. Como um dos papéis do enfermeiro é o de educação, é responsabilidade desse
profissional educar seus pacientes quanto a avaliação do pé diabético.
Em uma avaliação inicial, feita principalmente pelo enfermeiro, é necessário que ocorra
uma anamnese completa. Nela, devem ser considerados todos os fatores relacionados à
diabetes, como histórico completo, com data de diagnóstico e o uso ou não de insulina. Com
relação aos cuidados de saúde, deve ser considerado comorbidades existentes, história
familiar, social e operatória, uso de álcool, tabaco e outras drogas, e medicamentos atuais.
Deve ser avaliada a presença ou não de neuropatia, já que ela é responsável por quadros
de agravamento e aumento do risco das lesões do pé diabético. No exame físico, deve ser
feita a avaliação de sensibilidade, através dos monofilamentos de Semmes-Weinstein de
172
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
10 gramas, de percepção vibratória, através do diapasão de 128Hz (CHASTAIN, 2019; DEL
CORE, 2018; PARENTES, 2021).
Teste de monofilamento Semmes-Weinstein: utilizado, com grande recomendação,
para o rastreamento de neuropatia diabética. A tabela 3, mostra como o enfermeiro deve
realizar o teste (MANUAL DO PÉ DIABÉTICO, 2016).
Papel do enfermeiro
174
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Tabela 4. Orientações para o autocuidado no Pé Diabético.
175
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Tabela 5. Relação dos tipos de cobertura com o tipo de tecido.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. ACHARYA, S. et al. Conservative management of diabetic foot osteomyelitis. Diabetes Rese-
arch and Clinical Practice, v. 101, n. 3, p. e18–e20, set. 2013.
2. BARWELL, N. D. et al. Diabetic foot infection: Antibiotic therapy and good practice recommen-
dations. International Journal of Clinical Practice, v. 71, n. 10, p. e13006, out. 2017.
6. Chastain, C., Klopfenstein, N., Serezani, C. and Aronoff, D. (2019). A Clinical Review of
Diabetic Foot Infections. Clinics in Podiatric Medicine and Surgery, 36(3), pp.381-395.
7. DEL CORE, M. A. et al. The Evaluation and Treatment of Diabetic Foot Ulcers and Diabetic
Foot Infections. Foot & Ankle Orthopaedics, v. 3, n. 3, p. 247301141878886, 1 jul. 2018.
9. Grossi, S., Cianciarullo, T. and Della Manna, T. (2002). Avaliação de dois esquemas de mo-
nitorização domiciliar em pacientes com diabetes mellitus do tipo 1. Revista da Escola de
Enfermagem da USP, 36(4), pp.317-323.
11. Introduction: Standards of Medical Care in Diabetes—2019. Diabetes Care, v. 42, n. Supple-
ment 1, p. S1–S2, jan. 2019.
12. JAMESON, J. Endocrinologia de Harrison. 3rd ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p.448.
13. LEONE, A. et al. Bone and soft tissue infections in patients with diabetic foot. La radiologia
medica, v. 125, n. 2, p. 177–187, fev. 2020.
177
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
14. NEVES, José et al. O pé diabético com infecção aguda: tratamento no Serviço de Urgência
em Portugal. Revista Portuguesa de Cirurgia, [S.l.], n. 27, p. 19-36, jan. 2014. ISSN 2183-
1165. Disponível em: <https://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/339>. Acesso em:
13 july 2021.
15. OH, I. et al. Tracking Anti- Staphylococcus aureus Antibodies Produced In Vivo and Ex Vivo
during Foot Salvage Therapy for Diabetic Foot Infections Reveals Prognostic Insights and
Evidence of Diversified Humoral Immunity. Infection and Immunity, v. 86, n. 12, dez. 2018.
17. SINGH, N. Preventing Foot Ulcers in Patients With Diabetes. JAMA, v. 293, n. 2, p. 217, 12
jan. 2005.
178
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
14
Fatores associados à qualidade da
assistência de enfermagem durante
o pré-natal: um referencial teórico
10.37885/210504647
RESUMO
180
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
METODOLOGIA
A revisão de literatura consiste na análise das principais obras existentes sobre deter-
minado tema, ao fornecer um espectro da literatura relevante naquela área de forma orga-
nizada e resumida, proporcionando a síntese do nível de conhecimento sobre determinado
tema, além de abordar os métodos e resultados das publicações, e apontar lacunas desse
conhecimento que necessitam ser preenchidas, além de apresentar uma nova direção e
linhas de pesquisas (VOSGERAU; ROMANOWSKI, 2014).
Critérios de inclusão: Foram utilizados artigos científicos de revistas indexadas dispo-
níveis nas bases de dados eletrônicos Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO). O levantamento dos
dados ocorreu entre os meses de Maio a Julho de 2019, utilizando os descritores segundo
a classificação do DeCS e AND como operador de busca: Cuidado Pré-natal, Enfermagem
e Qualidade da Assistência à Saúde.
Critérios de exclusão: Foram excluídos artigos científicos em língua estrangeira, que
não estavam disponíveis em texto completo, publicados anterior ao ano de 2014, teses de
doutorado, dissertações de mestrado e monografias.
Após a busca nas bases de dados, foram executadas as 3 etapas do fluxograma de
seleção dos artigos: na primeira, foi realizada a análise dos títulos e resumos, confirmando
se eles contemplavam os critérios de inclusão, na segunda, foram identificadas e excluídas
as duplicatas e na terceira foi realizada a leitura integral dos artigos e fichados para identi-
ficar os assuntos que compreendiam os objetivos propostos, analisando-os de acordo com:
título, autor, ano, objetivo, principais resultados e conclusões.
Os artigos foram classificados por ordem cronológica a fim de criar uma série temporal
de informações das mais atuais para as mais antigas. Desta forma foi possível analisar e
identificar os principais resultados dos artigos selecionados e com isso descrever os fatores
associados à qualidade da assistência de pré-natal. Os resultados encontrados deram-se
através da análise crítica das autoras da pesquisa confrontados com a literatura.
185
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Caracterização dos artigos incluídos na pesquisa por ordem cronológica das informações mais recentes: título,
ano de publicação, autores, objetivo e conclusão.
Ano de
Nº Título Autores Objetivo Conclusão
Pub.
Percepções de gestantes Identificar a importância do pré- Conhecer o significado do pré-
ribeirinhas sobre a natal para gestantes ribeirinhas e natal oferece subsídios para
assistência pré-natal conhecer suas expectativas. que o profissional de saúde,
1 2018 PEREIRA et al. especialmente o enfermeiro, possa
ajudar em possíveis lacunas,
garantindo assistência pré-natal de
qualidade.
Avaliação do processo Avaliar a qualidade do cuidado A qualidade do pré-natal é adequada
na assistência pré-natal quanto ao processo no pré-natal na minoria da população estudada,
2 de gestantes com risco 2018 BALSELLS et al. de gestantes com risco habitual. devendo existir maior atenção para
habitual o planejamento de ações em prol da
melhoria dos indicadores.
Qualidade da consulta de Avaliar a qualidade da consulta A a s s i s t ê n c i a p r é - n a t a l f o i
enfermagem na assistência de enfermagem na assistência ao classificada como parcialmente
ao pré-natal de risco pré-natal de risco habitual satisfatória, pois atividades
3 2017 OLIVEIRA et al.
habitual essenciais à promoção de uma
gestação sem intercorrências não
foram realizadas.
O cuidado no pré-natal: um Compreender os valores A rede de atenção ao pré-natal
valor em questão instituídos nos discursos dos tenha uma adequação com foco
4 2017 SILVA et al.
profissionais da saúde sobre a na mulher, em prol de um avanço
assistência pré-natal. qualificado da assistência pré-natal.
Pré-natal: preparo para o Avaliar a relação entre assistência Apesar da oferta ideal do numero de
parto na atenção primária à pré-natal e orientações para consultas, a qualidade do cuidado
saúde no sul do Brasil o parto na Atenção Primaria a foi classificada como intermediaria
5 2017 GONÇALVES et al.
Saúde. ou inadequada e evidenciou-se
acesso precário a orientações para
o parto durante o pré-natal.
Assistência pré-natal Identificar as ações de O enfermeiro é referência para
realizada por enfermeiros: enfermagem realizadas pelo assistência pré-natal, sendo suas
6 2015 OLIVEIRA et al.
o olhar da puérpera enfermeiro durante a gestação condutas diretamente proporcionais
sob o olhar da puérpera. à qualidade da assistência prestada.
Avaliação da assistência Analisar a assistência pré- O pré-natal foi adequado para
pré-natal em unidade com natal de uma UBS com ESF maioria com diferença significante
7 estratégia saúde da família 2014 CORRÊA et al. do Município de São Paulo, entre os grupos de adequação em
conforme os indicadores do relação à idade gestacional e peso
PHPN. ao nascer.
Fonte: Queiroz, et al, 2019.
CONCLUSÃO
É necessário que várias ações convirjam entre si para uma assistência de qualidade,
alcançando o mínimo do que é preconizado, como captação e início precoce do pré-natal,
adesão ao acompanhamento da gestação, realização do mínimo de consultas ideais, rea-
lização de exames pertinentes e participação nas atividades educativas, para que sejam
identificadas precocemente as possíveis complicações e assim a equipe possa intervir e
proporcionar um parto e puerpério com desfecho favorável, assegurando a saúde da mulher
e de seu concepto.
187
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
É imprescindível ainda que os serviços de saúde que prestam essa assistência sejam
avaliados periodicamente, a fim de identificar as lacunas existentes e assim traçar estratégias/
ações para intervir de forma a garantir o cumprimento da realização dos critérios mínimos
estabelecidos para uma assistência pré-natal de qualidade considerando os aspectos sociais,
econômicos e culturais dessas mulheres.
O enfermeiro é a referência principal para as gestantes tratando-se das atividades
educativas e ações de promoção e prevenção à saúde durante esse período, além de ser
habilitado a exercer cargos de liderança em diversos serviços de saúde, tendo assim, papel
imprescindível no processo de assistência pré-natal, desde a organização, acompanhamento
e finalização na consulta puerperal, cabendo-lhe nortear as mudanças necessárias para a
melhoria da assistência prestada.
REFERÊNCIAS
1. BALSELLS, Marianne Maia Dutra et al. Avaliação do processo na assistência pré-natal de
gestantes com risco habitual. Acta Paulista de Enfermagem, v. 31, n. 3, p. 247-254, 2018.
2. BECK, Elisiane Quatrin; SOUZA, Martha Helena Teixeira. Práticas de enfermagem acerca do
controle da sífilis congênita. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, v. 10,
n. Especial, p. 19-24, 2018.
4. ______, Ministério da Saúde. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: prin-
cípios e diretrizes / Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
7. CALIFE, Karina; LAGO, Tania; LAVRAS, Carmen. Atenção à gestante e à puérpera no SUS
– SP: manual técnico do pré-natal e puerpério. São Paulo: SES/SP, 2010.
8. CARPES, Fabiano; BIFF, Débora; STUMM, Karine Eliel. Percepção de acadêmicos de en-
fermagem acerca do papel do enfermeiro no cuidado pré-natal. Revista Enfermagem Atual
InDerme, v. 79, n. 17, 2016.
9. CORRÊA, Marianne Dias et al. Avaliação da assistência pré-natal em unidade com estratégia
saúde da família. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 48, n. 1, p. 24-32, 2014.
10. GONÇALVES, Mariana Faria et al. Pré-natal: preparo para o parto na atenção primária à saúde
no sul do Brasil. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 38, n. 3, 2017.
188
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
11. DA SILVA, Luana Asturiano et al. O cuidado no pré-natal: um valor em questão. Cogitare
Enfermagem, v. 22, n. 2, 2017.
13. DE SOUZA OLIVEIRA, Jânia Cristiane et al. Assistência pré-natal realizada por enfermeiros:
o olhar da puérpera. Revista de Enfermagem do Centro Oeste Mineiro, Mai/Ago, v. 5, n. 2,
p. 1613-1628, 2015.
14. MAYOR, Marcela Souza Sotto et al. Avaliação dos indicadores da assistência pré-natal em
unidade de saúde da família, em um município da Amazônia Legal. Revista Cereus, v. 10, n.
1, p. 91-100, 2018.
15. PEREIRA, Alexandre Aguiar et al. Percepções de gestantes ribeirinhas sobre a assistência
pré-natal. Cogitare Enfermagem, v. 23, n. 4, 2018.
16. PITILIN, Érica de Brito; PELLOSO, Sandra Marisa. Internações sensíveis à atenção primária
em gestantes: Fatores associados a partir do processo da atenção pré-natal Texto & Contex-
to-Enfermagem, v. 26, n. 2, 2017.
17. POLGLIANE, Rúbia Bastos Soares et al. Adequação do processo de assistência pré-natal
segundo critérios do Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento e da Organização
Mundial de Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, p. 1999-2010, 2014.
18. SILVA, Andressa Arraes et al. Pré-natal da gestante de risco habitual: potencialidades e fra-
gilidades. Revista de Enfermagem da UFSM, v. 9, p. 15, 2019.
19. TOMASI, Elaine et al. Qualidade da atenção pré-natal na rede básica de saúde do Brasil: in-
dicadores e desigualdades sociais. Cadernos de Saúde Pública, v. 33, p. e00195815, 2017.
20. VOSGERAU, Dilmeire Sant’Anna Ramos; ROMANOWSKI, Joana Paulin. Estudos de revisão:
implicações conceituais e metodológicas. Revista diálogo educacional, v. 14, n. 41, p. 165-
189, 2014.
189
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
15
Fatores geradores de estresse
ocupacional e seus impactos na saúde
dos profissionais de enfermagem que
atuam na linha de frente do Covid-19:
uma revisão bibliográfica
10.37885/210705440
RESUMO
A Covid-19 integra uma das doenças causadas pelo Corona Vírus, este patógeno for-
ma uma família de vírus causadores de doenças infecto respiratórias. Seu histórico de
acometimento vem desde o século passado, contudo, o surgimento de um novo agente
patológico de alta virulência na China colocou todos os países diante de uma pandemia
global, a pesquisa em questão buscou Identificar fatores geradores de estresse ocupa-
cional e seus impactos na saúde dos profissionais de enfermagem que atuam na linha
de frente do covid-19. O trabalho trata-se de um estudo bibliográfico, exploratório, quan-
titativo de caráter narrativo. Para a elaboração foram realizadas pesquisas nas bases
de dados: LILACS, SciELO e Google Acadêmico, sendo selecionados artigos entre os
anos 2011 a 2021. Na qual foram encontradas 60 publicações científicas sobre o tema.
Noentanto, após a leitura dos artigos utilizou-se apenas 30, pois estes foram os que mais
se aproximaram do objetivo proposto pela pesquisa. O papel assistencial do enfermeiro
em unidade de tratamento intensivo consiste em obter a história do paciente, realizar
exame físico, executar procedimentos e intervenções relativas ao tratamento, avaliar as
condições clínicas, orientar os pacientes para continuidade do tratamento. A enfermagem
é considerada como umas das profissões que excedem sua carda de trabalho, isto ocor-
re pelo fato dos enfermeiros realizarem várias funções durante o plantão. Porém, ficou
evidente em vários estudos que o surgimento da pandemia desencadeou um aumento
significativo de enfermeiros com estresse ocupacional, isto consequentemente contribuiu
para a manifestação de doenças emocionais e físicas entre esta categoria.
191
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
A Covid-19 integra uma das doenças causadas pelo Corona Vírus, este patógeno
forma uma família de vírus causadores de doenças infecto respiratórias. Seu histórico de
acometimento vem desde o século passado, contudo, o surgimento de um novo agente pa-
tológico de alta virulência na China colocou todos os países diante de uma pandemia global
(ALVES; FERREIRA, 2020).
Seu poder de contaminação é tão rápido que se passaram apenas três meses entre
o surgimento do paciente zero, até a instauração da pandemia pela (OMS) Organização
Mundial de Saúde (ALVES; FERREIRA, 2020). Segundo relatório da OMS, no ano de 2020
o Brasil registrou uma média de 6.29,272 de casos confirmados e 172.561 óbitos pelo novo
Corona Vírus. Estes números, somados aos novos casos registrados no ano de 2021 somam
11.122,429 confirmados e 268,370 óbitos, tornando esta enfermidade um grave problema
de Saúde Pública (BRASIL, 2021).
Buscando atender o grande número de pacientes, o Brasil adotou medidas de conten-
ção criando Hospitais de Campanha para, desta forma, aumentar a demanda por leitos e
diminuir a superlotação das UTIs. Na linha de frente destes hospitais temos os profissionais
de saúde, em especial atenção à enfermagem, considerados a espinha dorsal na luta contra
a Covid-19 (ALVES; FERREIRA, 2020).
Contudo, a insuficiência de equipamentos de proteção individual (EPIs), a falta de teste
para a população e consequentemente para os profissionais de enfermagem, submetem
esses “heróis” a um constante risco, pois muitos destes profissionais foram infectados, che-
gando mesmo a perderem suas vidas (SOUZA; SOUZA, 2020). Atrelado a isto, pode-se citar
cargas de trabalho expandido, esgotamento e adoecimento mental por horas excessivas de
trabalho, estresse do profissional convivendo diariamente com o medo de contaminação,
somado ao limite de equipamentos a disposição para prestar assistência de enfermagem.
Diante desta questão surgem os seguintes questionamentos: Qual o papel da en-
fermagem dentro da unidade de terapia intensiva na assistência a pacientes com
Covid-19? Se Houve aumento na carga horária do enfermeiro da UTI durante a pandemia
do Covid-19? Quais os sofrimentos psiquicossomáticos sofridos pelos profissionais de saúde
que prestam atendimento a paciente com covid19?
Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo geral: identificar fatores geradores
de estresse ocupacional e seus impactos na saúde dos profissionais de enfermagem que
atuam na linha de frente do covid-19. Através dos seguintes objetivos específicos: descrever
o papel da enfermagem dentro da unidade de terapia intensiva na assistência a pacientes
com Covid-19; analisar o aumento da carga horaria do enfermeiro intensivista durante a
pandemia do COVID-19; verificar os fatores estressantes na unidade de terapia intensiva
192
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
ao equilíbrio psíquicossomático dos profissionais de enfermagem que prestam atendimento
a paciente com Covid-19.
DESENVOLVIMENTO
Metodologia
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A unidade de terapia intensiva (UTI) destaca-se por acumular grande número de pa-
cientes de alta complexidade. A mesma pode ser definida como um local que dispõe de
um conjunto de elementos funcionalmente agrupados destinados ao atendimento de casos
graves ou de risco que necessitam de assistência e intervenção à saúde ininterrupta, além
de equipamentos e recursos especializados (SILVA et al., 2017).
Este departamento reúne diversos profissionais entre eles destacasse médicos, enfer-
meiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas entre outros, treinados e capacitados para
dar assistência ao paciente clínico e cirúrgico em estado crítico. O objetivo desses centros
é diminuir a mortalidade através de cuidados mais intensivos e da observação individual,
contínua e integral, de acordo com as necessidades do paciente (GALVÃO; MENDES, 2017).
Os enfermeiros atuantes nas unidades de terapias intensivas se deparam diariamente
com escassez de leitos, limitação de equipamentos o que acaba dificultando o trabalho dos
mesmos neste setor. Somado a isto, o surgimento do novo Corona Vírus refletiu em um
aumento significativo da carga horária de trabalho destes profissionais (COSTA, 2020).
Diariamente o número de suspeitos e casos confirmados com a doença aumenta
expressivamente, isto consequentemente, acaba gerando um excesso de trabalho para os
enfermeiros, fazendo com que estes profissionais apresentem esgotamento físico e mental
(ALVES; FERREIRA, 2020) Galvan (2015) reconhece que a carga de trabalho ideal procura
não sobrecarregar o indivíduo, a fim de poder garantir sua segurança, saúde, conforto e, em
longo prazo e otimizar sua eficiência. Já o excesso de carga de trabalho, por sua vez, acaba
causado no profissional ansiedade, depressão, infarto do miocárdio, abuso de drogas, além
de reduzir a eficácia do serviço prestado e o aumento do índice de acidentes de trabalho.
195
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
A enfermagem é considerada como umas das profissões que excedem sua carga de
trabalho, isto ocorre pelo fato dos enfermeiros realizarem várias funções durante o plantão
além da assistência ao paciente, os mesmo ainda são responsável por treinar e capacita-
ção sua equipe, fazer o gerenciamento de insumos e materiais, orientação dos pacientes e
familiares (NOVARETTI et al., 2014).
Souza et al. (2018) realizaram uma pesquisa sobre a qualidade de vida dos enfermei-
ros na unidade de terapia intensiva no qual os pesquisadores conseguiram observar que os
enfermeiros que atuam neste setor estão com carga horaria superiores a 44 horas semanais.
Infelizmente com o surgimento do COVID-19 estas jornadas de trabalho tornaram-se ainda
mais árduas. Helioterio et al. (2020) ressaltam a importância da revisão da medida provisória
927 criada em 22 de março de 2020 a qual permite a ampliação da jornada de trabalho dos
profissionais de saúde por até 24 horas e reduz o tempo de descanso para 12 horas.
Carvalho et al. (2017) afirmam ainda, que o aumento no número de casos de pacientes
infectados pelo o novo corona vírus traz consigo uma carência enorme de enfermeiros dentro
do ambiente hospitalar, isto acabada deixando o trabalho mais desgastantes e estressantes.
No intuito de salvar um maior número de vidas, mesmo ao custo de seu bem- estar os
profissionais de enfermagem submetem-se a carga horária de trabalho fadigante, situações
limítrofes, riscos, tensão, longas jornadas de trabalho, além de plantões noturnos, o que
prejudicam a integridade física e mental dos mesmos (VIEIRA, 2019).
Para Novaretti et al. (2014) a sobrecarga de trabalho está relacionada a desproporção
entre o número de profissionais de enfermagem ao de pacientes. Relatada também que
este excesso de trabalho acaba sendo um obstáculo às ações de educação continuada
para prevenção contra a infecção hospitalar, onde a disponibilidade para a participação de
treinamentos e a eficácia dos mesmos fica prejudicada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
198
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
REFERÊNCIAS
1. ALVES, A. CARVALHO, V. C. S. C.; SANTOS, M. S.; OLIVEIRA, J. A. A.; GOMES, M. F. P.;
RETICENA, K. O.; BRAVO, D. S.; OLIVEIRA, J. DEPRESSÃO ENTRE PROFISSIONAIS DE
ENFERMAGEM NO CONTEXTO HOSPITALAR: UMA REVISÃO DE LITERATURA raz. J.
Surg. Clin. Res, v.27, n.3, p.141-146, 2019 .Disponível em: https://www.mastereditora.com.
br/periodico/20190805 073050.pdf. Acessado em: 07 de março de 2021.
4. BRITO, S. B. P. et al. Pandemia da COVID-19: o maior desafio do século XXI. Vigilância Sa-
nitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia. São Paulo, v.8, n.2. p. 54-63, maio.
2020. Disponível em: https://visaemdebate.incqs.fiocruz.br/index.php/visaemdebate/article/
view/1531 . Acessado em 25 de fevereiro de 2021.
7. CATOLÉ, M.; LIMA, C. B.; SILVA, O. P. Estresse nas unidades de terapia intensiva. Tema em
saúde, v. 16, n. 3, p. 2447-2131, 2016. Disponível em: https://temasemsaude.com/wp-content/
uploads/2016/09/16316.pdf. Acessado em: 07 de março de 2021.
10. DIAS, F. M.; SANTOS, J. F. C. S.; ABELHA, L.; LOVISI, G. M. O estresse ocupacional e a
síndrome do esgotamento profissional (burnout) em trabalhadores da indústria do petróleo:
uma revisão sistemática. Rev Bras Saude Ocup, v,41, n.11, p. 02-11, 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sciarttext&pid=S0303- 76572016000100401. Acessado
em: 07 de março de 2021.
199
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
12. GAVÃO, W.J.C.; MENDES, D.R.G. humanização de enfermagem na unidade de terapia
intensiva - um assunto pouco falado, mas muito vivido. Senaaires. 2017. Disponível em:
https://www.senaaires.com.br/wp- content/uploads/2017/05/HUMANIZA%C3%87%C3%83O-
-DE-ENFERMAGEM-NA- UNIDADE-DE-TERAPIA-INTENSIVA-UM-ASSUNTO-POUCO-FA-
LADO-MAS-MUITO-VIVIDO.pdf. Acessado em: 19 de março de 2021.
13. GUEDES, J. R,; SILVA, E.S.; CARVALHO, I. L. N.; OLIVEIRA, M. D. Incidência e fatores pre-
disponentes de insuficiência renal aguda em unidade de terapia intensiva. Cogitare Enferm,
v.22, n. 2, p. 49035,2017. Disponível em: http://docs.bvsalud.org/biblioref/2017/10/859861/
49035-204175-1-pb.pdf. Acessado em: 19 de fevereiro de 2021
14. HELIOTERIO, M. C.; LOPES, F. Q. R. S.; SOUSA, C. C.; SOUZA, F. O.; FREITAS, P. S.
P.; SOUSA, N. F.; ARAÚJO, T. A. Covid-19: por que a proteção da saúde dos traba-
lhadores e trabalhadoras da saúde é prioritária no combate à pandemia. Universida-
de Estadual de Feira de Santana, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pi-
d=S1981-77462020000300512&script=sciarttext. Acessado em: 06 de março de 202 .
15. HUMEREZ, D. C. et al. Saúde mental dos profissionais de enfermagem do brasil no contexto da
pandemia covid-19: ação do conselho federal de enfermagem. Cogitare Enfermagem. 2020.
Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio- 1099598. Acessado em
25 de fevereiro de 2021.
16. MELO, M. V.; SILVA, T. P.; NOVAIS, Z. G.; MENDES, M. L. M. ESTRESSE DOS PROFISSIO-
NAIS DE SAÚDE NAS UNIDADES HOSPITALARES DE ATENDIMENTO EM URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA. Ciências Biológicas e da Saúde, v. 1, n.2, p. 35-42, 2013. Disponível em: fi-
le:///C:/Users/Usuario/AppData/Local/Temp/1200- Texto%20do%20artigo-3740-1-10-20131113.
pdf. Acessado em: 07 de março de 2021.
20. OLIVEIRA, V. M. et al. Checklist da prona segura: construção e implementação de uma fer-
ramenta para realização da manobra de prona. Revista Brasileira de Terapia Intensiva.
v. 29 n. 2. p. 131-141. 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
507X2017000200131&script=sciabstract&tlng=pt. Acessado em 03 de março de 2021.
21. OUCHI, J.D.; LUPO, A.P.R.; ALVES, B.O.; ANDRADE. R.V.; FOGAÇA, M.B. O papel do enfer-
meiro na unidade de terapia intensiva diante de novas tecnologias em saúde. Revista Saúde
em Foco, v.10, p.412-428, 2018. Disponível em: http://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content.
Acessado em: 09 de fevereiro de 2021.
200
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
22. PADILHA, E. F.; MATSUDA, L.M. Qualidade dos cuidados de enfermagem em terapia intensiva:
avaliação por meio de auditoria operacional. Rev Bras Enferm, Brasilia-DF, v. 64, n.4, p. 684-
691, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003471672011000400009&s-
cript=sciabstract&tlng= pt. Acessado em: 05 de Março de 2021.
23. RUFINO, S.; LEITE, R. S.; FRESCHI, L.; VENTURELLI, V. K.; OLIVEIRA, E. S.; FILHO, D.
A. M. M. ASPECTOS GERAIS, SINTOMAS E DIAGNÓSTICO DA DEPRESSÃO. Revista
Saúde em Foco, n. 10, p. 838-842, 2018. Disponível em: https://portal.unisepe.com.br/unifia/
wp- content/uploads/sites/10001/2018/11/095ASPECTOS-GERAIS-SINTOMAS-E- DIAGN%-
C3%93STICO-DA-DEPRESS%C3%83O.pdf. Acessado em: 06 de março de 2021.
24. SCHMIDT, D. R.; DANTAS, R. A. S.; MARZIALE, M. H. P. Ansiedade e depressão entre pro-
fissionais de enfermagem que atuam em blocos cirúrgicos. Rev Esc Enferm USP, v. 45, n.2,
p.487-93, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45n2/v45n2a25.pdf. Acessado
em: 07 de março de 2021.
25. SILVA, G. G. O.; NUNES, J. T.; BABORSA, I. R.; BARROS, T. R. C. C. R.; SOUZA, A. M. L.;
DAVIM, R. M. B.; MARTINO, M. M. F. Distúrbios renais em unidade de terapia intensiva. Rev
enferm UFPE on line, v. 11, n. 11, p. 4463-4468, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufpe.
br/revistas/revistaenfermagem/article/viewFile/23512/24739. Acessado em: 19 de fevereiro de
2021.
26. SOUSA, M. G. S.; CABRAL, C. L. O. A Narrativa como opção Metodológica de pesquisa For-
mação de Professores. Revista Horizonte, v. 33, n. 2, p. 149-158, 2015. Disponível em: https://
revistahorizontes.usf.edu.br/horizontes/article/view/149. Acessado em 25 de fevereiro de 2021.
27. SOUZA, R. F.; ROSA, R. S.; PICANÇO, C. M.; JUNIOR, E. V. S.; CRUZ, D. P.; GUIMARÃES,
F. E. O.; BOERY, R. N. S. O. Repercussões dos fatores associados à qualidade de vida em
enfermeiras de unidades de terapia intensiva. Rev. Salud Pública, v. 20, n.4, p. 453-459,
2018. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/rsap/2018.v20n4/453-459. Acessado em
25 de fevereiro de 2021.
28. SOUZA, L. P. S; SOUZA, A. G. Enfermagem brasileira na linha de frente contra o novo co-
ronavírus: quem cuidará de quem cuida? Journal of nursing and health. v. 10. n. espe-
cial. 2020. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/enfermagem/article/
view/18444/11240. Acessado em 25 de fevereiro de 2021.
29. TEIXEIRA, C. F. S.; SOARES, C. M.; SOUZA, E. S.; LISBOA, E. S.; PINTO, I. C. M.; ANDRADE,
L. R.; ESPIRIDIÃO, M.A. A saúde dos profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia
de Covid- 19. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, n.9, p.3465- 3474, 2020. Disponível em: ht-
tps://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413- 81232020000903465&script=sciarttext. Acessado
em: 07 de março de 2021.
201
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
16
Infecção Hospitalar Relacionada à
Assistência de Enfermagem: Uma
Revisão Integrativa
10.37885/210605202
RESUMO
203
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
Enfermagem é uma arte e uma ciência que específica a assistência e o cuidar ao ser
humano, de forma individual a cada paciente com empatia, dedicação e respeito à dignidade
e individualidade, na família ou em comunidade de modo integral e holístico, desenvolvendo
de forma autônoma ou em equipe, com atividades de promoção, proteção, prevenção, rea-
bilitação e recuperação da saúde, com embasamento científico, onde através do cuidado
prestado alcança um nível de excelência que favorece tanto pacientes como seus familia-
res. Ao prestar assistência é imprescindível que se forneça cuidado dentro dos padrões e
da ética profissional. (POTTER; PERRY, 2013).
De acordo com o autor referênciado acima, cabe destacar a importância da enferma-
gem na promoção e prevenção das infecções hospitalares, na prestação dos cuidados de
saúde em todo mundo. No início da história da enfermagem, Florence Nightingale estudou
e programou métodos para a melhoria das condições sanitárias para os soldados feridos,
reduzindo os índices de doenças, infecções e principalmente mortalidade. Em 1860, Florence
Nightingale desenvolveu o primeiro programa de treinamento de enfermeiras, a Nightingale
Training School for Nurses no ST. Thomas Hospital, em Londres. Florence foi à primeira
enfermeira epidemiologista do mundo.
O enfermeiro deve usar técnicas de assepsia e habilidade para prevenir o desenvolvi-
mento e a difusão de uma infecção. Deve-se fazer uso de procedimentos padrões, utilização
de Equipamento de Proteção Individual (EPI), precauções de barreiras, meios de transmissão
de bactérias, higiene das mãos para prevenir a disseminação de microrganismos. Dentre
as formas de transmissão das infecções hospitalar, as mãos contaminadas dos enfermei-
ros são as principais formas de disseminação para outros pacientes e para toda a equipe
de saúde da unidade hospitalar, correndo o risco de haver contaminação inclusive fora da
unidade (SMELTZER, 2016).
A Infecção Hospitalar é qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e
que se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada
com a internação ou procedimentos hospitalares. (MEDEIROS, 2017),
Segundo o Ministério da Saúde, o Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH)
começou a ser regulamentado em 1983, com a Portaria MS nº 196/83, o qual instituiu a im-
plantação de Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) em todos os hospitais
do país, independentemente de sua natureza jurídica, sendo revogada e substituída pela
Portaria MS nº 930/92, que determina a obrigatoriedade da existência de uma CCIH, em
todos os Hospitais Brasileiros, segundo recomendações da Organização Mundial de Saúde.
Tal portaria definiu a estrutura de funcionamento e áreas de competência, detalhando em
seus anexos: conceitos e critérios diagnósticos de infecção hospitalar, classificação das
204
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
cirurgias quanto ao poder de contaminação, vigilância epidemiológica, normas para limpeza
e desinfecção, esterilização e antissepsia. (BRASIL, 1992).
Atualmente, está em vigor a Portaria Nº 2616, de 12 de maio de 1998, que revogou a
Portaria nº 930/92. De acordo com esta Portaria, as Comissões de Controle de Infecções
Hospitalares devem ser compostas por membros consultores e executores, sendo esses
últimos representantes do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e responsá-
veis pela operacionalização das ações PCIH (BRASIL, 1998). Em 1997, foi publicada, no
Diário Oficial da União, a Lei nº 9431/97, que em seu artigo 1º fala da obrigatoriedade dos
hospitais manterem um Programa de Infecções Hospitalares (PCIH) e no artigo 2º preconiza
a criação de Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) para execução deste
controle. (BRASIL, 1997).
É importante mencionar ainda que em 1999, após criação da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) o Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar que
era acompanhado pelo Ministério da Saúde, passou a ser responsabilidade da Gerência de
Controle de Riscos à Saúde, da Diretoria de Serviços e Correlatos/ANVISA as atribuições e
interfaces com órgãos de vigilância sanitárias Estaduais e Municipais (Brasil, 1999). No ano
de 2003, foi criada a Unidade de Controle de Infecção Hospitalar (UCISA) que passou a
ser denominada como Gerência de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos
Adversos (GIPEA) (ANVISA, 2003). Em 2011 uma nova reformulação na estrutura organiza-
cional da ANVISA ocorreu, passando o programa nacional a ser conduzida pela então criada
a Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde (GVIMS) (ANVISA, 2020).
Dessa forma, é relevante destacar que a ineficiência do controle de infecção hospitalar
realizada pela CCIH pode acarretar vários malefícios ao hospital, tais como: o aumento da
taxa de morbidade/mortalidade, maior tempo de internação do paciente no hospital, eleva-
ção dos custos diretos (atendimento ao paciente, custo da internação, procedimentos ne-
cessários, recursos humanos, tecnológicos e materiais disponibilizados para a assistência,
entre outros) e custos indiretos (processos judiciais, imagem da instituição comprometida
no mercado, descredenciamento de operadoras, quebra de parcerias, perda de alvará de
funcionamento/interdição parcial ou total da ANVISA de setores e serviços).
Considerando que a adoção de conceitos de segurança por parte da instituição hos-
pitalar aumenta o seu valor, a satisfação e a preferência do cliente, melhorando de modo
significativo a relação cliente/hospital se faz necessário à implantação de medidas que pro-
curem diferenciar os hospitais cujas atividades envolvam as boas medidas de segurança,
daqueles que não têm este princípio (ANVISA, 2020).
De acordo com o Ministério da Saúde (2018) a infecção hospitalar aparece duran-
te a internação dos pacientes que não estão no período de incubação no momento da
205
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
transmissão. Cerca de 14% dos pacientes que permanecem internados em hospitais brasi-
leiros, são infectados durante o período de internação. No Brasil não existe estatística que
revela a situação real das infecções. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que 14%
dos pacientes internados são infectados nos hospitais brasileiros. O número de óbitos por
infecção hospitalar varia de 50.000 a 100.000 anuais.
A Vigilância Epidemiológica é um dos pontos centrais de atuação da CCIH, sendo
através desta possível obter taxas que permitam conhecer a realidade epidemiológica e a
determinação de parâmetros aceitáveis; Avaliar a eficácia e a efetividade das medidas de
prevenção aplicadas; Determinar áreas, situações e serviços que merecem atuação especial
da CCIH; avaliar fatores que possam estar associados ao aumento ou diminuição da ocor-
rência do evento estudado; Divulgação de informações pertinentes. (CASSERATI, 2018).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) que colaborou com a publicação da
segunda versão do Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas
à Assistência à Saúde (PNPCIRAS) através do Core Components of Infection Prevention
and Control Programmes o fenômeno das Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde
(IRAS) é reconhecido como um problema de saúde pública e preconiza que as autoridades
em âmbito nacional e regional desenvolvam ações com vistas à redução do risco de aquisi-
ção. Os objetivos devem se estabelecidos em âmbito nacional ou regional em consonância
com demais objetivos de saúde nestas esferas. (ANVISA, 2020).
Evidenciando a necessidade de tomada de ações estratégicas para a redução das
IRAS, diversas ações foram realizadas em território nacional com objetivo de reduzir a in-
cidência IRAS; através de divulgação e implementação de guias de recomendações, entre
outras. (ANVISA, 2020).
Diante dos dados mencionados e tomando como base os cuidados de enfermagem
prestados e susceptibilidade de pacientes às infecções hospitalares, questiona-se: É pos-
sível identificar, na literatura brasileira, uma possível relação entre a infecção hospitalar e a
prestação dos cuidados de enfermagem?
De acordo com a temática especificada até aqui temos como objetivo investigar na
literatura nacional estudos que versem sobre a infecção hospitalar relacionada à assistên-
cia de enfermagem. E o objetivo específico descrever a situação da infecção hospitalar
encontrado na literatura; e relacionar na assistência de enfermagem frente ao surgimento
de infecção hospitalar.
METODOLOGIA
Trata- se de uma pesquisa do tipo revisão integrativa que se pode definir como uma
metodologia que proporciona a síntese do conhecimento e a incorporação da aplicabilidade
206
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
de resultados de estudos significativos na prática realizada no período de 2016 a 2020 sobre
a infecção hospitalar e a contribuição na área da enfermagem observando o conhecimento
dos profissionais sobre o tema.
Tendo como base a identificação do tema infecção hospitalar a questão norteadora é
possível identificar, na literatura brasileira, qual a relação da infecção hospitalar na prestação
dos cuidados de Enfermagem?
A definição da base de dados para busca dos estudos ocorreu no site da Biblioteca
Virtual em Saúde, disponível em www.bireme.br, sendo as palavras chaves: infecção hos-
pitalar and enfermagem.
O critério de exclusão da amostra da pesquisa ocorreu a partir da leitura de 21 traba-
lhos científicos encontrados, sendo que 14 que não tem relação com o objetivo do traba-
lho. Do quantitativo final, restaram 7 artigos para utilização nesta pesquisa.
Os meios de exclusão se deu através de estudos não relacionados com a temática
da pesquisa, das doenças não alvo deste trabalho, assim como os trabalhos que não estão
publicados no site Lilacs, BVS, Mediline, que não estão disponíveis pra pesquisa em por-
tuguês, trabalhos que não foram publicas entre os anos de 20016 a 2020, e trabalhos que
não abrem os arquivos.
Os critérios de seleção da amostra foram: texto disponível completo, idioma português,
base de dados nacionais, assunto principal, todos os tipos de estudos encontrados e assun-
tos relacionados sobre infecção hospitalar.
O período de publicação dos estudos ficou compreendido entre os anos de 2016 a
2020 delimitando assim estudos dos últimos 5 anos. O instrumento de coleta de dados con-
templou as seguintes variáveis: revista de publicação, ano da publicação, setor do hospital
relacionado ao estudo da infecção hospitalar, qual o conhecimento da enfermagem sobre
infecção hospitalar, profissionais envolvidos no trabalho de controle da infecção hospitalar,
quais são os documentos utilizados na prevenção da infecção hospitalar.
No aspecto da avaliação dos periódicos analisados notou-se que a Revista de
Enfermagem Universidade Estadual Rio de Janeiro, destacou-se com maior número de
artigos publicados nesta temática, nos últimos cinco anos, com dois artigos; em seguida,
registraram-se com um artigo publicado sobre o tema nas revistas RENE, Revista Pesquisa
UERJ Online, Revista Enfermagem UFPE, e os outros periódicos (Revista de Enfermagem
Atual, Caderno Ibero Americano).
No que se refere aos anos de publicação, dos 7 estudos que formaram a amostra,
notou-se que nos últimos anos, não houve um crescimento no número de artigos científicos
publicados sobre a temática, mas ainda é lento se comparado ao grande número de casos
evidenciados nas unidades hospitalares nos últimos anos. Durante análise das amostras,
207
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
observou-se que no ano de 2016 apenas 02 estudos foram publicados, e na sequência dos
anos foram registrados: 2017 (01 publicação), 2018(03 publicações), 2019(01 publicação),
em 2020 nenhum estudo sobre IH.
Percebe-se que diante do recorte do estudo, a temática necessita ser mais explorada
nas pesquisas científicas devido a grande relevância para a saúde pública na prestação do
cuidado à saúde, bem como na qualidade da assistência.
Algo deve ser feito rapidamente, pois o aumento dos microorganismos resistentes,
resultando no aumento das infecções hospitalares, tornando esta temática em uma questão
de saúde pública emergencial fazendo deste questionamento um assunto sério e complexo
(OLIVEIRA, 2017).
RESULTADOS
DISCUSSÃO
208
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Observou-se no decorrer da pesquisa que a CCIH (Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar) tem um enorme desafio associado à Vigilância Epidemiológica no controle das
Infecções Hospitalares, através de ações conjuntas necessitam evidenciar os profissionais
que não aderem ou até mesmo pouco realizam a lavagem das mãos antes e depois de
cada procedimento realizado no paciente. Até hoje a temática para o mundo e no Brasil e
um problema de saúde pública, onde se evidencia o eminente risco dos profissionais e dos
pacientes (LAMBLET, 2018).
Evidencia-se em todos os estudos que a necessidade dos protocolos de controle de
infecção é enorme, além disso, os profissionais necessitam seguir estes documentos cria-
dos pela comissão de cada unidade. Vale ressaltar que nos casos onde os profissionais se
utilizam destes meios existe uma redução muito significativa nos registros de casos.
A Portaria 930/92, definiu um conjunto de ações sistemáticas que visavam a redução
máxima da incidência e gravidade das infecções hospitalares, acrescentando a obrigatorie-
dade da manutenção e presença de um médico e um enfermeiro para cada 250 leitos, com
dedicação exclusiva, e recomendando a utilização de métodos de busca ativa na coleta de
dados de tais infecções. Além disso, deveriam instituir programas de controle de infecção
hospitalar, pela normatização e exercício de ações programadas e criar o serviço de controle
de infecção hospitalar que constitui o órgão executivo da CCIH, que é um órgão normativo
(BRASIL, MS, 1992).
A Lei Federal 9.431, de 06 de janeiro de 1997, torna obrigatória a manutenção de
um programa de controle de infecções hospitalares pelos hospitais do país e a Portaria
2616/98 expediu em forma de anexos, diretrizes e normas para a prevenção e o controle
de Infecções Hospitalares.
De acordo com a portaria 2.616/1998, a CCIH deverá ter competência para estabele-
cer cooperação com o setor de treinamento ou responsabilizar-se pelo mesmo; definir em
consonância com a comissão de farmácia e terapêutica, a política de utilização de antimi-
crobiano, germicidas e materiais médico-hospitalares; realizar investigação epidemiológica
de casos e surtos, além de aplicar normas e rotinas técnico-operacionais visando limitar a
disseminação de microrganismos. Entretanto, verifica-se na prática que ainda há uma lacuna
entre as recomendações instituídas e a adesão dos profissionais de saúde às medidas de
precauções e as normas de biossegurança. Evidencia-se o conhecimento dos profissionais
de enfermagem sobre infecção hospitalar e suas formas de transmissão e prevenção.
209
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
CONCLUSÃO
Esta pesquisa teve como finalidade investigar na literatura nacional estudos relaciona-
dos sobre infecção hospitalar relacionada a assistência de enfermagem, a fim de descrever
a situação da infecção hospitalar encontrado na literatura.
Considerando que o período de graduação em enfermagem e o momento pra introdu-
ção, conscientização de conceitos de prevenção e controle das (IRAS), visualizou- se neste
estudo que infelizmente esta educação precisa ser melhorada para termos a certeza de que
estes números de ocorrências possam ser diminuídos.
Visualizando a responsabilidade das instituições hospitalares nota-se que os profis-
sionais necessitam de conscientização dos gestores na melhoria da qualidade de trabalho
destes profissionais, como: aumento do quadro de funcionários, disponibilização EPIs, au-
mento do numero de pias, dispense de sabonetes, e ate mesmo papel toalhas para lavagem
das mãos, em locais estratégicos melhorando a qualidade de trabalho da equipe.
Com a implementação 2616/98 não podendo deixar de ressaltar a importância da CCIH
na unidade hospitalar, com incentivos para parte educativa e fiscalizadora da equipe de saú-
de devendo ser desenvolvido plano de avaliação e promoção dos cuidados, melhorando a
qualidade da assistência, devendo assim haver uma melhor disponibilização de recursos, a
fim de reduzir os custos hospitalares decorrentes do tempo de hospitalização dos pacientes.
Percebe-se que este tema é contínuo com relação aos estudos, onde demonstram
que a infecção hospitalar ainda e a causa de um alto índice de morbidade e mortalidade
nos pacientes hospitalizados, demonstrando que este tema e de saúde pública devendo ter
uma visão diferenciada por parte dos gestores.
Com relação às medidas de biossegurança do paciente visualiza-se que os profissionais
de saúde e principalmente o enfermeiro tem pleno conhecimento nos protocolos da CCIH
para prevenção das IRAS, mas infelizmente obtém uma postura não efetiva na adoção das
medidas de prevenção, implicando na necessidade de elaborar e planejar medidas e estra-
tégia comportamentais para adesão às mudanças de prevenção.
Os estudos demonstram que quando comparamos os índices de implantação das me-
didas de prevenção assistenciais há uma redução significativa nos casos de transmissão
de infecção relacionados à assistência.
A prevenção e o controle de IRAS é responsabilidade do enfermeiro e de toda equipe,
vislumbrando a qualidade do serviço, como também a segurança do paciente, acompanhan-
tes e de todos os integrantes da equipe multidisciplinar de saúde.
A Vigilância Epidemiológica é um dos pontos centrais de atuação da CCIH, sendo
através desta possível obter taxas que permitam conhecer a realidade epidemiológica e a
determinação de parâmetros aceitáveis; Avaliar a eficácia e a efetividade das medidas de
210
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
prevenção aplicadas; Determinar áreas, situações e serviços que merecem atuação espe-
cial da CCIH; avaliar fatores que possam estar associados ao aumento ou diminuição da
ocorrência do evento estudado; Divulgação de informações pertinentes.
A necessidade de tomada de ações estratégicas para a redução das IRAS evidencia
que estas ações ocorram no sentido de eliminar as IRAS, sendo este conceito de eliminação
considerado, como em outras doenças infecciosas ações continuadas para a prevenção da
doença é necessário.
Com as ações das CCIH e o movimento contínuo dos profissionais envolvidos na área
evoluiu-se gradativamente para as (IRAS) como um problema de saúde, observando assim
no decorrer da desta pesquisa que a baixa produção científica no decorrer dos últimos dez
anos é preocupante dada a grande necessidade de exploração e estudo sobre esta temática.
Visualiza-se que novos estudos deveram ser feitos para melhoria do conhecimento
científicos de outros profissionais. Assim como o estudo desta temática me mostrou a grande
importância da utilização de precauções padrão assim como irá me ajudar no controle das
IRAS e da conscientização da equipe sobre a importância do controle de Infecção Hospitalar.
REFERÊNCIAS
1. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. SEGURANÇA DO PACIENTE Higienização
das mãos. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Ministério da Saúde). Brasília (DF). 2020.
3. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria Nº. 385, de junho de 2003: atualiza
o Regimento interno da ANVISA. Brasília (DF): Diário Oficial da União; 2003.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria N.º 196 de 24 de junho de 1983. Dispõe sobre as normas
técnicas sobre a prevenção de infecções hospitalares. Diário Oficial da União, Brasília (DF),
Seção 1, p.11.319-23, 28 jun, 1983.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria N.º 930 de 27 de agosto de 1992. Estabelece normas
para o controle da infecção hospitalar e revoga a Portaria n.196. Diário Oficial da União, Bra-
sília (DF), Seção 1, p.12.279 – 81; 4 set, 1992.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Lei N. 9.431 de 6 de janeiro de 1997: dispõe sobre a obriga-
toriedade da manutenção de programa de controle de infecções hospitalares pelos hospitais
do País. Diário Oficial da União, Brasília (DF), Seção 1, p. 265, 7 jan., 1997.
211
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
8. BRASIL. Ministério da Saúde. Lei Nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999. Define o Sistema Na-
cional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília (DF); 26 de janeiro de 1999.
11. FONTANA, R, T. As infecções hospitalares e a evolução histórica das infecções. Revista Bra-
sileira de Enfermagem. Rio Grande do Sul (RS), v. 59, n.5, p. 703 – 6, set-out; 2006.
14. MEDEIROS, K.C; et al. Higienização das mãos entre profissionais de enfermagem circulantes
de sala operatória. Revista de Enfermagem Atual. Rio Grande do Norte (RN). p. 81, 2017.
15. OLIVEIRA, A.C; PAULA, A. O. A percepção dos profissionais de saúde em relação à higie-
nização das mãos. Revista Pesquisa Universidade Federal Rio de Janeiro (RJ). v.9, c. 2, p.
321-326, abr-jun; 2017.
16. POTTER, P.A.; PERRY, A. G. Enfermagem Hoje. Fundamentos de Enfermagem. 8º Ed. Rio
de Janeiro (RJ): Elsevier, 2013.
17. SMELTZER, S.C et al. Tratado de Enfermagem Médico – Cirúrgica: lavagem das mãos
11ºed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara; 2016.
18. SILVA, B.R et al. Monitoramento da adesão à higiene das mãos em uma unidade de terapia
intensiva. Revista Enfermagem UERJ. Rio de Janeiro (RJ), p. 26; 2018.
212
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
17
Perfil das notificações de incidentes
relacionados a queda em um complexo
hospitalar
10.37885/210705515
RESUMO
214
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
MÉTODO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 2. Distribuição de incidentes de queda relacionados à assistência à saúde notificados, segundo sexo do paciente
e turno do incidente, no período de 08/2015 a 07/2016, Ribeirão Preto, 2018.
Tabela 3. Distribuição de incidentes de queda relacionados à assistência à saúde notificados, segundo local de ocorrência
e características da queda, no período de 08/2015 a 07/2016, Ribeirão Preto, 2018.
Local de ocorrência Unidade 1 Unidade 2 N %
Enfermaria/Quarto 144 38 182 60,9
Banheiro 53 6 59 19,7
Corredor 18 6 24 8,0
Outros 12 2 14 4,7
Sala de espera 6 2 8 2,7
Consultório 2 6 8 2,7
Sala cirúrgica/Parto 4 0 4 1,3
Característica da queda
Própria altura 121 10 131 43,8
Leito 41 18 59 19,7
Poltrona/Cadeira 36 16 52 17,4
Outro 26 7 33 11,0
Maca 3 9 12 4,0
Berço 5 - 5 1,7
Carrinho de bebê 4 - 4 1,3
Mesa cirúrgica 3 - 3 1,0
239 60 299
Fonte: Dados da pesquisa, 2018.
217
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
A maior proporção de quedas ocorreu nas enfermarias/quartos (n=182, 60,9%), seguida
do banheiro (N= 59, 19,7%) em ambas as unidades. As características das quedas demons-
traram que prevaleceram 43,8% (n=131) quedas da própria altura, sendo 121 incidentes na
unidade 1, e as quedas do leito prevaleceram na unidade 2 (n=18).
A Figura 1 mostra a incidência de queda da Unidade 1, oscilando entre 0,4 a 1,6 que-
das/1.000 pacientes-dia. Não há registro na Unidade 2.
Figura 1. Incidência de queda na Unidades 1, no período de 08/2015 a 07/2016, Ribeirão Preto, 2018.
Fonte: GAD/HCFMRP-USP.
Tabela 4. Notificações de quedas relacionadas aos serviços da Unidade 1, de acordo com a gravidade, no período de
08/2015 a 07/2016, Ribeirão Preto, 2018.
SETORES N % N % N % N %
Ambulatório 6 5,6 4 4,0 2 6,3 12 5,0
A. Diagnóstico e Terapêutico - - 3 3,0 - - 3 1,3
Centro Cirúrgico 1 0,9 1 1,0 - - 2 0,8
Terapia Intensiva 1 0,9 6 6,0 - - 7 2,9
Unidade de Internação 97 90,7 86 86,0 28 87,5 211 88,3
Não identificadas 2 1,9 0,0 2 6,3 4 1,7
TOTAL 107 100 100 100 32 100 239 100
Fonte: Dados da pesquisa, 2018.
Tabela 5. Notificações de quedas relacionadas aos serviços da Unidade de Emergência, de acordo com a gravidade, no
período de 08/2015 a 07/2016, Ribeirão Preto, 2018.
Setores N % N % N % N %
Atendimento urgência/emergência 6 11 4 21 35,0
Terapia Intensiva - 1 1 2 3,3
Unidade de Internação 18 17 - 35 58,3
Não identificadas 1 - 1 2 3,3
TOTAL 25 100 29 100 6 100 60 100
Fonte: Dados da pesquisa, 2018.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. ABREU, C., MENDES, A., MONTEIRO, J., SANTOS, F. R. Queda em meio hospitalar: um
estudo longitudinal. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 20, n. 3, p. 597-603, Maio-
-Jun. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v20n3/a23v20n3.pdf
3. BRASIL. Ministério da Saúde; Programa Nacional de Segurança do Paciente. Anexo 01: Proto-
colo Prevenção de Quedas [Internet]. Brasília: MS/Anvisa/Fiocruz; 2013. Disponível em:http://
www.saude.mt.gov.br/upload/controle-infeccoes/pasta12/protocolos_cp_n6_2013_prevencao.
pdf. Acesso em: vários acessos.
6. COSTA-DIAS, M.J.M.; FERREIRA, P.L. Escalas de avaliação de risco de quedas. Rev En-
ferm Ref [Internet]. n. 4, v. 2, p. 153-61, 2014. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/pdf/
ref/vserIVn2/serIVn2a16.pdf . Acesso em: 20 mar. 2021. DOI: dx.doi. org/10.12707/RIII12145
7. COX, J.; HAWKINS, C. T., PAJARILLO, E.; DEGENNARO, S.; CADMUS, E.; MARTINEZ, M.
Factors associated with falls in hospitalized adult patients. Applied nursing research. v. 28,
p. 78-82, 2015. DOI:10.1016/j.apnr.2014.12.003
10. GUILLAUME, D.; CRAWFORD, S., QUIGLEY, P. Characteristics of the middle-age adult inpa-
tient fall. Applied nursing research. v. 31, p. 65-71, 2016. DOI: 10.1016/j.apnr.2016.01.003.
13. LUZIA, M. F.; ALMEIDA, M. A.; LUCENA, A. F. Mapeamento de cuidados de enfermagem para
pacientes com risco de quedas na Nursing Interventions Classification. Rev. Esc. Enferm. USP.,
São Paulo, v. 48, n. 4, p. 632-639, 2014.
16. MENEGUIN, S., AYRES, J. A., BUENO, G. H. Caracterização das quedas de pacientes em
hospital especializado em cardiologia. Revista de Enfermagem UFSM. 2014, v. 4, n. 4, p. 784-
91. DOI: https://doi.org/10.5902/2179769213554
17. MIAKE-LYE, I. M.; HEMPEL, S.; GANZ, D. A.; SHEKELLE, P. G. Inpatient fall prevention pro-
grams as a patient safety strategy. Ann Intern Med. n. 158; v. 5 Pt 2; p. 390-6, 2013.
18. MORRIS, R.; O’RIORDAN, S. Prevention of falls in hospital. Clinical medicine (London, En-
gland) vol. 17, n. 4, 2017, p. 360-362. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/
PMC6297656/. Acesso em: 10 maio de 2021. DOI:10.7861/clinmedicine.17-4-360.
19. MOURA, GMS. Relato de. Experiência: Monitoramento dos eventos adversos relacionados
à assistência à saúde em Hospital Público no Brasil – Hospital de Clínicas de Porto Alegre
–RS. 2014. Disponível em: < https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/
publicacoes/item/monitoramento-dos-eventos-adversos-relacionados-a-assistencia-a-saude-
-em-hospital-publico-no-brasil-2>. Acesso em: vários acessos.
20. OLIVEIRA, A. S., TREVIZAN, P. F., BESTETTI, M. L. T., MELO, R. C. Fatores ambientais e
risco de quedas em idosos: revisão sistemática. Rev Bras Geriatr Gerontol. v. 17, n. 3; p.
637-45, 2014.
22. PEDREIRA, M. L. G. Enfermagem para segurança do paciente. In: PEDREIRA, M. L. G.; HA-
RADA, M. J. C. S. Enfermagem dia a dia segurança do paciente. São Caetano do Sul: Yendis,
2009. p. 23-31.
25. SAKAI, A. M.; ROSSANEIS, M.A.; HADDAD, M.C.; VITURI, D.W. Risco de queda no leito de
pacientes adultos e medidas de prevenção. Rev Enferm UFPE On Line. v. 10, n. 6, p.:4720–6,
2016.
225
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
26. SOUSA, K. A. S. Quedas de pacientes adultos em um Hospital Público de Ensino. 2014. 106f.
Tese – Mestrado em Saúde e Enfermagem. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Ho-
rizonte, 2014.
27. VACCARI, E.; LENARDT, M. H.; WILLIG, M. H.; BETIOLLI, S. E.; ANDRADE, L. A. Segurança
do paciente idoso e o evento queda no ambiente hospitalar. Cogitare Enfermagem, [S.l.], v.
21, n. 5, p. 1-9, 2016. ISSN 2176-9133. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/
view/45562>. Acesso em: 29 mar. 2021. DOI: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v21i5.45562.
28. VICTOR, M. A.G., LUZIA, M. F.L., SEVERO, I. M., ALMEIDA, M. A., GOES, M. G. O, LUCE-
NA, A.F. Falls in surgical patients: subsidies for safe nursing care. Journal of Nursing Ufpe
Online, v. 11, p. 4027-4035, out. 2017.
29. WHO. World Health Organization. Global report on falls prevention in older age. Geneva; 2007.
30. ZHAO, Y.L.; KIM, H. Older Adult Inpatient Falls in Acute Care Hospitals. Intrinsic, Extrinsicand
Envidonmental Factors. J Gerontol Nurs [Internet]. v. 41, n. 7, p. 29-43, 2015.
226
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
18
Prevalência da síndrome de burnout
entre profissionais da saúde atuantes
em um hospital público de referência
na Amazônia paraense
10.37885/210705577
RESUMO
228
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
229
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
de prevenção para a SB incluem realização de intervenções individuais e organizacionais
ou, idealmente, a combinação de ambas (MELO E CARLOTTO, 2017; MOSS et al., 2016).
A propensão dos profissionais de saúde à SB é bem documentada, principalmente os
que trabalham em ambientes complexos e intensos como os hospitais, sendo frequentemen-
te identificada em médicos de diferentes especialidades, médicos residentes e enfermeiros
(PERNICIOTTI, et al., 2020). No município de Santarém, estado do Pará, entretanto, essa
realizada ainda não foi visualizada, sendo necessária investigações que avaliem os riscos
para síndrome de Burnout nos diferentes setores de saúde, em especial, nos hospitais.
Sendo assim, este estudo objetiva identificar a prevalência da síndrome de Burnout entre
profissionais da saúde atuantes em um hospital público de referência da Amazônia paraense.
METODOLOGIA
230
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
objetos), e a Reduzida Realização Profissional (evidenciada por uma tendência do trabalha-
dor de se auto avaliar de forma negativa) (NASCIMENTO et al., 2012).
Ao final, se obtém uma pontuação e classificação determinada pelo Score de subescala
das 3 vertentes em risco baixo, moderado e alto, e um Score que se estabelece de 0 até 100
pontos, em que, de 0 a 20 pontos (fase 0), o profissional não apresenta nenhum indício de
Burnout; de 21 a 40 pontos (fase 1), tem a possibilidade de desenvolver Burnout; de 41 a
60 pontos (fase 2), o profissional se encontra na fase inicial do Burnout; de 61 a 80 pontos
(fase 3), o Burnout começa a se instalar; e, de 81 a 100 pontos (fase 4), o profissional pode
estar em uma fase considerável do Burnout ( SILVA et al., 2013).
Os questionários foram aplicados pelos pesquisadores, individualmente, durante o ex-
pediente de trabalho, em local reservado. A pesquisa pautou-se na Resolução 466/2012 do
Conselho Nacional de Saúde que regulamenta pesquisas com seres humanos. Obteve-se
a carta de aceite da Secretaria Municipal de Santarém, bem como, autorização do Núcleo
de ensino e pesquisa do Hospital em questão. Além disso, o trabalho foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES - nº 476
de 15/03/01 – CAAEE).
RESULTADOS
Participaram do estudo 95 profissionais da saúde dos quais 73% eram do gênero femi-
nino, com média de idade de 38,6 anos, e 27% do gênero masculino com média de idade de
36,4 anos. O tempo médio de serviço do público-alvo foi de 8,5 anos. Dentre as categorias
dos profissionais 21 eram enfermeiros, 63 técnicos de enfermagem, 3 médicos, 1 psicólogo,
2 farmacêuticos, 3 técnicos em farmácia, 1 técnico em radiologia e 1 assistente social.
No que se refere à prevalência geral da Síndrome de Burnout, os dados revelaram que
100% dos participantes apresentavam a doença, porém em estágios diferentes, conforme
demonstrado no Gráfico 1: 31% (n=29) dos profissionais estavam na fase inicial da Síndrome,
62% (n=59) com a doença se instalando e 7% (n=7) em uma fase considerável da Burnout.
231
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Gráfico 1. Prevalência geral da Síndrome de Burnout entre os profissionais da saúde do Hospital Municipal de Santarém
– PA.
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
233
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
É preocupante o fato de a maioria dos profissionais que se encontram na fase de ins-
talação da Síndrome estarem ativos na prestação de serviços aos pacientes, uma vez que
estão mais susceptíveis a cometerem falhas durante o cuidado, e ao agravamento da sua
condição de saúde. Nesse aspecto é vital que medidas sejam tomadas para diminuição no
impacto da qualidade de vida desses, haja vista a possível interferência na saúde desses
indivíduos e consequente má qualidade do cuidado prestado na assistência dos pacientes.
Enfatiza-se a relevância de notificar os casos de Burnout como parte dos transtornos
mentais relacionados ao trabalho, conforme estabelece a legislação, e recomenda-se à
instituição hospitalar, possibilitar a discussão com os sujeitos da pesquisa sobre os fatores
potenciais da organização do trabalho que podem ser desencadeantes de adoecimento
psíquico e disponibilizar suporte psicológico a todos os profissionais de saúde de forma a
intervir precocemente. Além disso, incentiva-se o desenvolvimento de atividades de lazer que
envolvam os profissionais do ambiente de trabalho, e melhoria nas condições de trabalho,
palestras de educação em saúde e criação de equipes multidisciplinares aptas a tratar das
doenças do trabalho.
REFERÊNCIAS
1. ABREU, S. A. Determinação dos sinais e sintomas da síndrome de burnout através dos pro-
fissionais da saúde da santa casa de caridade de alfenas nossa senhora do perpétuo socorro.
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 13, n. 1, p. 204-238, 2015.
3. BAO Y, et al. CoV epidemic: address mental health care to empower society. The Lancet,
2020; 395(10224): 37–38. 2019.
5. CAMPOS, I. C. M.; PEREIRA, S. S.; SCHIAVON, I. C. A.; ALVES, M. Maslach burnout inven-
tory - human services survey (Mbi-hss): revisão integrativa de sua utilização em pesquisas
Brasileiras. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, Umuarama, v. 24, n. 3, p. 187-195,
set./dez. 2020.
234
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
7. CARVALHO, D., et al. Síndrome de Burnout em profissionais da área da saúde atuantes em
dois municípios do interior de Minas Gerais-Brasil. Revista Contexto e Saúde. v.16, n.31, p.
139-148. 2016.
9. LIZ, et al. Vicarious traumatization: A psychological problem that cannot be ignored during the
COVID-19 pandemic. Brain, Behavior, And Immunity, v.87. n.74. 2020.
10. MANDOURA, N. et al. Burnout de médicos que trabalham em centros de atenção primária à
saúde do Ministério da Saúde Jeddah, Arábia Saudita. Cureus. v. 9, n.1877. 2017. Disponível
em : https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6476613/. Acesso em 26 de Julho de 2021.
12. MELO, L. P. de; CARLOTTO, M. S. Programa de prevenção para manejo de estresse e Sín-
drome de Burnout para bombeiros: Relato de experiência de uma intervenção. Estudos de
Psicologia (Natal), 22(1), 99-108. 2017. Disponível em: https://dx.doi.org/10.22491/1678-
4669.20170011. Acesso em 28 de Julho de 2021.
13. MOSS, M.; GOOD, V. S.; GOZAL, D.; KLEINPELL, R.; SESSLER, C. N. An official critical care
societies collaborative statement: burnout syndrome in critical care healthcare professionals: a
call for action. American Journal of Critical Care, v.44, n. 7, p. 1414-1421, 2016. Disponível
em: https://doi.org/10.1097/CCM.0000000000001885. Acesso em 2 de Julho de 2021.
14. NASCIMENTO, D.F.L.; CUNHA, D.R.; MOTA, E.F.C.; VASCONCELOS. E.S. Identificação
preliminar da síndrome de Burnout em professores do IF goiano campus Urutaí – GO. ENCI-
CLOPÉDIA BIOSFERA. Centro Científico Conhecer, Goiânia, v.8, n.15; 2012.
15. OLIVEIRA R. F., et al. Incidência da Síndrome de Burnout nos Profissionais de Enfermagem:
Uma Revisão Integrativa. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro. 2017. Disponível
em: http://dx.doi.org/10.19175/recom.v7i0.1383. Acesso em 28 de Julho de 2021.
16. OLIVEIRA, V. P. S.; SILVA, H. dos R. Prevalência da síndrome de Burnout entre profissionais
de saúde que atuam em unididades de terapia intensiva. Brazilian Journal of Development,
Curitiba, v.7, n.2, p. 17863-17875, feb. 2021.
18. PERNICIOTTI, Patrícia et al. Síndrome de Burnout nos profissionais de saúde: atualização sobre
definições, fatores de risco e estratégias de prevenção. Rev. SBPH [online], v.23, n.1 [citado
2021-07-29], pp. 35-52 . 2020. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=s-
ci_arttext&pid=S1516-08582020000100005&lng=pt&nrm=iso Acesso em 27 de Julho de 2021.
235
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
20. SÉ, A. C. S; et al. Prevalência da síndrome de burnout em enfermeiros do atendimento pré-
-hospitalar. Research, Society and Development, v. 9, n.7, e940975265, 2020. Disponível
em: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i7.5265. Acesso em 29 de Julho de 2021.
21. SILVA, F.N.; SILVA, N.A.; MARTINI. C.M. Síndrome de burnout em professores da escola polo
Jóse de Anchieta e da escola estadual cora coralina na cidade de Ariquemes. Revista Fiar:
Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão Ariquemes, v.2 n. 1, p. 187-202, 2013.
236
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
19
Processo de enfermagem na gestação
de alto risco
10.37885/210504438
RESUMO
Realizou-se uma revisão bibliográfica narrativa, cujo objetivo foi produzir conhecimento
científico acerca de planos de cuidados de enfermagem que atendam as prioridades
assistenciais das gestantes de alto risco, a partir das Taxonomias NANDA I, NIC e NOC.
Analisou-se a literatura entre os anos de 2010 a 2020 a fim de identificar as principais
necessidades humanas básicas afetadas nas gestantes de alto risco, bem como a preva-
lência dos Diagnósticos de Enfermagem (NANDA I), e das Intervenções de Enfermagem
(NIC), e por fim, elaborar um plano de cuidados pautado nas Taxonomias a partir da
prevalência identificada. A amostra foi fixada em 14 artigos. Os resultados obtidos evi-
denciaram que as principais necessidades humanas básicas afetadas nas gestantes
de alto risco foram predominantemente as de origem psicobiológicas e psicossociais.
Quanto aos Diagnósticos de Enfermagem, os que tiveram maior destaque na foram os
relacionados aos domínios de segurança/proteção, conforto, enfrentamento/tolerância ao
estresse e nutrição, respectivamente. Por fim, as classes de Intervenções de Enfermagem
mais evidenciadas na amostra foram cuidados na gravidez de alto risco, monitoração
do SSVV e apoio emocional. Concluiu-se que o Processo de Enfermagem aplicado à
gestação de alto risco é capaz de reduzir desfechos desfavoráveis ao binômio, diminuir
índices de erros pela equipe, garantir a execução dos cuidados de enfermagem, organizar
a assistência e melhorar os relatórios de enfermagem.
238
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
Apesar de fisiológica, a gravidez é uma situação limítrofe que pode gerar perigos tanto
para a mãe, como para o feto. Estudos atuais demonstram que 20% das mulheres apre-
sentam evolução e desfecho gestacional desvantajoso, caracterizando a gravidez de alto
risco (RODRIGUES et al., 2017). Esta condição de agravo exige cuidados especializados e
totalmente voltados às suas peculiaridades. Também respalda e direciona atuação eficiente
da equipe de assistência, a qual poderá minimizar riscos, perigo e/ou piores condições à
saúde, desenvolvendo ações de promoção que tragam melhoria da qualidade de vida.
Com base nisso, o Ministério da Saúde (MS) na atenção ao pré-natal de alto risco
(PNAR) estabelece a inclusão do profissional enfermeiro na equipe multidisciplinar para
atendimento ao público gravídico. O enfermeiro em conjunto com os demais profissionais da
saúde, devem priorizar a eficácia da assistência, responsabilizando-se pelo conhecimento
da produção científica acerca do cuidado de enfermagem prestado às mulheres grávidas,
resguardando-as de negligências, imperícias e imprudências, para a segurança do nasci-
mento de um bebê saudável (ERRICO et al., 2018).
Tratando-se da gestação de alto risco, logo, como em todos os outros ambientes de
prática profissional, o enfermeiro deve realizar e avaliar o PE, almejando resultados positi-
vos. O técnico de enfermagem e o auxiliar em conformidade com as leis, participam da execu-
ção de acordo com o que lhes couber, sob supervisão e orientação do enfermeiro (COREN-
SP, 2015). Esta ferramenta intelectual de trabalho do enfermeiro, se estrutura em cinco
etapas compostas pela coleta de dados ou histórico de enfermagem, diagnóstico de enfer-
magem, planejamento, implementação e avaliação de enfermagem (BENEDET et al., 2016).
METODOLOGIA
A presente pesquisa trata-se de uma Revisão Bibliográfica Narrativa, que objetiva ma-
pear o conhecimento sobre uma questão ampla, propondo-se apresentar o desenvolvimento
240
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
de determinado assunto, sob a perspectiva teórica ou contextual, por meio de análise e
interpretação da produção científica existente (BRUM et al., 2015). As bases de dados aces-
sadas para realização do estudo foram LILACS, BDENF, Portal CAPES, SciELO, Redalyc,
PROENF/SECAD, IBECS, BDTD e PubMed, através dos descritores em ciências da saúde
da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): Gravidez de Alto Risco; Processo de Enfermagem;
Enfermagem Obstétrica. A população foi composta por 439 artigos científicos encontrados
na base de dados, entretanto, a amostra foi fixada em 14 artigos.
A pesquisa ocorreu entre os meses de outubro a novembro de 2020. Foram conside-
rados como critérios de seleção da população do estudo artigos de procedência nacional;
período de 2010 até 2020; conteúdo relacionado ao tema e idioma português. Excluímos os
materiais bibliográficos que não disponibilizaram o artigo e/ou material na íntegra; artigos
repetidos que já tenham sido citados em outra base de dados.
Para a coleta de dados, foi realizada primeiramente uma observação do tema, dando
prioridade às publicações mais atuais, posteriormente a análise do resumo, no qual foi sele-
cionado os objetos de estudo que estavam relacionados à temática em questão. Em seguida,
foi feita a leitura minuciosa dos materiais separados, e por fim, a seleção para elaboração
da redação do trabalho.
Os dados foram compilados à luz da literatura pertinente e apresentados em um quadro
sinóptico representativo da amostra, de forma descritiva e tabular. Para construção do pla-
no de cuidados, foram considerados os quatro Diagnósticos de Enfermagem da taxonomia
NANDA I mais prevalentes, com seus respectivos Resultados Esperados da taxonomia NOC
e duas Intervenções de Enfermagem da taxonomia NIC para cada diagnóstico.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
243
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
de dados, bem como tomada de decisão. Uma das intervenções desta classe é monitorar a
pressão sanguínea, pulso, temperatura e padrão respiratório, conforme apropriado.
No que se refere ao apoio emocional, a Taxonomia NIC, define a classe como ofe-
recimento de tranquilidade, aceitação e encorajamento durante períodos de estresse
(BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010). Uma das atividades que pode ser aplicada
à prática assistencial é a de auxiliar a paciente a identificar sentimentos, como ansiedade,
por exemplo. Esta ação é importantíssima e corrobora com os diagnósticos de enfermagem
já contemplados na amostra. No entanto, um estudo realizado por Medeiros et al. (2016),
para avaliar diagnósticos e intervenções de enfermagem no trabalho de parto e na gesta-
ção de risco, destaca que as intervenções demonstraram encontrar-se desarticuladas dos
diagnósticos identificados tanto para as parturientes quanto para as gestantes de alto risco.
Nesse sentido, sugere-se que os enfermeiros revejam e reflitam sobre possíveis mu-
danças na elaboração das intervenções frente ao Processo de Enfermagem, utilizando uma
estrutura conceitual como a NIC que subsidia a organização sistemática e lógica no ambiente
hospitalar, direcionando à resolução dos problemas identificados.
Para contemplar o objetivo da pesquisa, realizou-se a construção do plano de cui-
dados ilustrado no quadro abaixo, onde foram considerados os quatro Diagnósticos de
Enfermagem da Taxonomia NANDA I mais prevalentes, com seus respectivos Resultados
Esperados da taxonomia NOC, e duas Intervenções de Enfermagem da Taxonomia NIC
para cada diagnóstico.
244
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Quadro 01. Ilustrativo do plano de cuidados (NANDA I, NIC, NOC) elaborado a partir da prevalência identificada na
literatura, dos diagnósticos de enfermagem, resultados esperados e intervenções de enfermagem voltadas à gestação
de alto risco.
245
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
como uma resposta humana indesejável, em outros termos, diz respeito a uma condição de
saúde/processo de vida que existe em uma pessoa, família, grupo e/ou comunidade.
Tanto para Medeiros et al. (2016), como para Souza (2018), o plano de cuidados é
um instrumento de grande relevância, utilizado para auxiliar na individualização do cuidado
à mulher em ciclo gravídico-puerperal; descrever qual cuidado a paciente deverá receber e
como esse cuidado poderá melhor ser executado. Por isso, justifica-se a exigência de ser
realizado mediante a um planejamento metodológico embasado por Taxonomias. As autoras
afirmam ainda que a utilização do plano de cuidados torna mais rápido e preciso o trabalho
da equipe de enfermagem, se for considerado como um agente de comunicação, elemento
de educação contínua, catalisador de atividades ou indicador de controle e avaliação.
Percebe-se, portanto, que o plano de cuidados elaborado e estabelecido nesta revisão,
fomenta considerações da amostra estudada. Ademais, é uma fase do processo que visa
orientar a assistência prestada ao público gravídico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. ARANTES, Sandra Lucia; PAREDES, Délia Esmeyre; SOUZA, Luciana Vieira Della Santa.
Sistematização da Assistência de Enfermagem a gestantes com hemorragias da gesta-
ção (primeira metade): Guia para a Prática Assistencial. PROENF Programa de atualização
em enfermagem: Saúde materna e neonatal. Porto Alegre: Artmed Panamericana, v. 3, n. 2,
p. 99- 135, 2012.
4. BULECHEK, Gloria M.; BUTCHER, Howard K.; DOCHTERMAN, Joanne McCloskey. Classifi-
cação das intervenções de enfermagem (NIC). 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 1037 p.
7. ERRICO, Lívia de Souza Pancrácio de et al. O trabalho dos enfermeiros no pré-natal de alto
risco na perspectiva das necessidades humanas básicas. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 71,
supl. 3, p. 1257-1264, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex-
t&pid=S0034- 71672018000901257&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 25 abr. de 2020.
8. FERREIRA, Samuel Vareira et al. Cuidado de enfermagem na ótica das gestantes de alto risco.
Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, v. 7, n. 2, 2019. Disponível
em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=497959129005. Acesso em: 15 out. 2020.
247
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
9. GERK, Maria Auxiliadora de Souza; FREITAS, Sandra Luzinete Félix de; NUNES, Cristina
Brandt. Sistematização da Assistência de Enfermagem a gestantes com hemorragias
da gestação (segunda metade): Guia para a Prática Assistencial. PROENF Programa de
atualização em enfermagem: Saúde materna e neonatal. Porto Alegre: Artmed Panamericana,
v. 3, n. 1, p. 119-15, 2011.
12. NUNES, Daiane Henk; MOUSQUER, Thais de Oliveira; ZUSE, Carmen Lucia. A sistematização
da assistência de enfermagem na maternidade: um relato de experiência. Rev. Vivências.,
Rio Grande do Sul, v. 7, n. 13, p. 38-43, 11 out. 2011. Disponível em: http://www2.reitoria.uri.
br/~vivencias/Numero_013/artigos/artigos_vivencias_13/n13_04.pdf. Acesso em: 29 abr. 2020.
13. OLIVEIRA, Virgínia Junqueira et al. A Assistência à gestação de alto risco e a interação
da Equipe Multiprofissional. PROENF Programa de atualização em enfermagem: Saúde
materna e neonatal. Porto Alegre: Artmed Panamericana, v. 4, n. 2, p. 129-156, 2013.
14. RODRIGUES, Antonia Regynara Moreira et al. Gravidez de alto risco: análise dos determinantes
de saúde. SANARE - Rev de Políticas Públicas., v. 16, n. 0, p. 23-28, out. 2017. Disponível
em: https://sanare.emnuvens.com.br/sanare/article/view/1135. Acesso em: 25 abr. 2020.
15. SALES, Cecilia Gardenia de; AVELAR, Telma Costa de; ALÉSSIO, Renata Lira dos Santos.
Parto normal na gravidez de alto risco: representações sociais de primíparas. Rev. Estudos
e Pesquisas em Psicologia, v. 18, n. 1, p. 303-320, Janeiro-Abril, 2018.
17. SOUZA, Bruna Felisberto de. Enfermagem e gestantes de alto risco hospitalizadas: desafios
para integralidade do cuidado. 2018. 93 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Enfermagem, Uni-
versidade Federal de São Carlos (Ufscar), São Carlos, 2017. Disponível em: https://repositorio.
ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/9763/SOUZA_Bruna_2018.pdf?sequence=4&isAllowed=y.
Acesso em: 16 out. 2020.
18. SOUZA, Marília Fernandes Gonzaga de; SANTOS, Ana Dulce Batista dos; MONTEIRO, Ake-
mi Iwata. O processo de enfermagem na concepção de profissionais de Enfermagem de um
hospital de ensino. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 66, n. 2, p. 167-173, abr. 2013. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003471672013000200003&lng=pt
&nrm=iso. Acesso em: 05 mai. 2020.
248
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
19. TELES, Priscila Alvarenga et al. Diagnóstico de enfermagem mais prevalentes em gestantes de
alto risco. Enferm. em Foco, v. 10, n. 3, p. 119-125, ago. 2019. Disponível em: http://revista.
cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/1937. Acesso em: 22 abr. 2020.
21. WEISSHEIMER, Anne Marie; TELES, Jéssica Machado. Cuidados de Enfermagem nas
hemorragias obstétricas. In: Associação Brasileira de Enfermagem. UNIKOVSKY, M.A.R.;
SPEZAN, R.S; WALDMAN, B.F. PROENF Programa de atualização em enfermagem: Saúde
materna e neonatal: ciclo 4. Porto Alegre: Artmed Panamericana, p. 39-59, 2016.
249
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
20
Relato de experiência: diagnóstico
de enfermagem de idosos, doenças
e agravos crônicos céfalo caudal e
a rede de balanço como forma de
cuidado
10.37885/210605043
RESUMO
251
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
259
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
que elas adormeciam mais rapidamente na Rd do que na cama. Quanto ao hábito de dormir
em Rd, a internação hospitalar pode causar problemas para acomodar os clientes.
Pontes, ao estudar mulheres nordestinas hospitalizadas, identificou dificuldades que
elas tinham para dormir na cama hospitalar, quando habitualmente dormiam em Rd em suas
casas. Destacou que a posição lateral do corpo com uso de apoio para melhor posiciona-
mento anatômico minimizou o desconforto, por se assemelhar ao posicionamento usado
na Rd. Importante ressaltar que a autora não é contrária ao uso da Rd, apenas justifica a
impossibilidade de ser usada no hospital estudado.
Na área pediátrica, Bezerra não encontrou diferenças significativas no desenvolvi-
mento neuromotor das crianças que ficavam na Rd com aquelas que ficavam na cama.
Posteriormente, Brasil12 alerta quanto aos riscos de causar vômitos ao balançar a criança
na Rd para dormir após a mamada. Com objetivo de reduzir as crises de asma em crianças
por efeito de agentes alergênicos, Coriolano apontou melhoras no controle do ambiente em
23,8 % nos domicílios que o colchão foi substituído pela Rd, haja vista a maior facilidade
para lavagem e limpeza dos tecidos.
Ainda que escassos, esses estudos representam o resultado de buscas exaustivas em
periódicos da área da saúde das bases de dados nacionais e internacionais. Há diversos
estudos sobre causas de formação de UP relacionadas ao repouso na cama. Dessas cau-
sas, as pressões nas proeminências ósseas e a retenção de calor na pele por isolamento
térmico do colchão representam dois importantes fatores extrínsecos predisponentes a
formação das UP. Quanto aos decúbitos de repouso na cama, a literatura recomenda três
posições anatômicas possíveis a saber: deitado de barriga para cima (decúbito dorsal), de
barriga para baixo ou de bruços (decúbito ventral) e de lado (decúbito lateral) esquerdo ou
direito. A postura anatômica lateral esquerda e direita é descrita, igualmente, como a posição
do corpo e membros, salvo as alterações do lado de apoio, que pode ser direito ou esquer-
do. Importante se faz com a descrição detalhada sobre a maneira que cada parte do corpo
lateralizado deve ser alinhado anatomicamente, sem gerar prejuízos ou riscos para a pessoa.
No sentido céfalo-caudal, recomenda-se o uso de travesseiros de apoio para que a
cabeça esteja apoiada em uma linha mediana do tronco e alinhada com a coluna. Os ombros
devem ser flexionados sendo alinhados com quadris. O peso principal é sustentado pelo
aspecto lateral da escápula. O alinhamento do tronco deve ser o mesmo como se estivesse
em posição ereta estando adequadamente alinhado com o corpo, cintura e quadris. A coluna
deve manter suas curvaturas estruturais evitando a rotação, recomenda-se o uso de traves-
seiros para apoio e correção do posicionamento do corpo. A cintura pélvica, que sustenta a
maior parte do peso do corpo nos quadris,17deve estar alinhada adequadamente com o corpo.
260
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Nos posicionamentos anatômicos para os membros superiores e inferiores é recomen-
dado que a parte superior do braço seja apoiada com travesseiros e nos membros inferiores
seja usado travesseiros para que as pernas fiquem confortavelmente flexionadas e apoiadas
em uma posição de ligeira abdução. Os pés devem ficar confortavelmente flexionados e ou
apoiados em dorsiflexão neutra.
É importante registrar que os autores ao descrever a posição anatômica no decúbito la-
teral foram unânimes quanto a necessidade do uso de travesseiros para permanência correta
do corpo. Esta condição sugere que o corpo, anatomicamente alinhado em decúbito lateral,
necessita de travesseiros para manter-se estabilizado na cama. Outra questão se refere às
recomendações de leve flexão, apoio e posição confortável para os membros superiores
e inferiores. O uso do termo confortável para definir posição anatômica demonstra que os
autores estão preocupados com o conforto físico, ou seja: o conforto Psico espiritual, de
Meio Ambiente e Sociocultural não são considerados. Assim, propõe-se que conforto físico
seja uma condição anatômica que não requer esforço ou não envolve dificuldade.
Na condição de enfermeiros e cuidadores, cotidianamente, analisamos a vida e busca-
mos na potência do existir palavras de ordem como: cuidado, corpo e ambiente evidenciados
como necessários aos processos de acolhimento e humanização da assistência. Nesses
núcleos conceituais, modelamos e remodelamos em um movimento ininterrupto a forma de
pensar e agir necessariamente quando se sente esgotado das possibilidades de interação
e integração das ações de cuidados implementadas ao idosos.
Com o passar do tempo o saber ouvir fala mais alto que todas as ações e interações
do cuidado diariamente. Estas inquietações possibilitaram-me exercer metodologicamente
o que de pronto e acessível poderia integrar e possibilitar de alguma forma amenizar as
dores constantes das doenças crônicas através do acolhimento, do zelo, alívio das dores,
relaxamento, sensação de prazer e descanso. Isso possibilitou a aquisição e introdução como
terapia do cuidado neuropsíquico musculoesquelético a rede de dormir, que em nossa cultura
e região é bem própria como utensílio indígena, comercializado na contemporaneidade como
artesanato, souvenir ou objeto de decoração. Hoje a rede de descanso é evidenciada como
um instrumento possível que pode ser útil e necessário para cuidados em Enfermagem na
implantação da técnica e sistematização definitiva nas ações como terapia ocupacional no
trato cefalo caudal de grandes idosos dependentes do cuidado.
Pensar o uso da Rd como terapia ocupacional nos cuidados de Enfermagem é ousar em
mudar o arquétipo de que ela seja um utensílio da cultura indígenas para momentos de diva-
gação e de prazer, espaço de descanso, mortalha e caixão de sepultamento. Adicionalmente,
é ousar para tornar-se uma opção inovadora, possível e vantajosa nos cuidados de tera-
pia ocupacional em rede de descanso para pacientes idosos acamados com desgastes
261
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
neuro músculo esquelético principalmente dos membros inferiores, que constantemente
são acometidos por intensas dores. A partir dessas concepções, que consideram a rede de
balanço como terapia ocupacional inovadora e, entrelaçadas com as ações de enfermagem
e a vida, emergem os objetivos desse estudo que são descrever a aplicabilidade da Rede
de descanso na condição de terapia ocupacional e refletir sobre as suas vantagens para a
saúde dos idosos.
DESENVOLVIMENTO
263
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
para a realização do procedimento na rede de descanso como terapia ocupacional é fácil,
sem riscos e de acesso possível.
Poder usar esse instrumento como avaliador de uma proposta inovadora e poder
realizar e sentir as mais diversas sensações que pudesse trazer no momento do uso foi
simplesmente sensacional. O momento que você assenta na rede inicia o processo diferente
de sensações de certa insegurança e medo. Ao deitar-se na rede e se posicionar o conforto
é imediato, a sensação de berço, leveza, de regredir e voltar aos tempos de infância, em
primeiro momento vem a sensação de descanso, de direito adquirido, quietude, sonolência,
zelo, prazer e segurança. Tamanha e boa é a sensação que possibilita um desprendimento
durante o processo do cuidado de se dar o direito possível de estar todos os dias e até duas
vezes ao dia por semana. O prazer de estar e ficar em paz, não tem dinheiro que pague.
Para o cuidador enfermeiro especialista e com muitas vivências e experiência o diag-
nóstico da terapia ocupacional como cuidado em saúde pública, estabelece e analisa o ce-
nário para a funcionalidade e responsabilidade para a técnica de enfermagem como muito
bom. O local e a estrutura física da técnica do cuidado em saúde em uma rede como terapia
ocupacional, necessária, importante e possível. O acompanhamento durante o cuidado e
a relação com o usuário evidencia a grande importância do processo porque é evidente no
rosto a tranquilidade que transcende e o peso do corpo que não ajuda e só traz sofrimento.
Somatizando essa paz e tranquilidade evidenciada pela usuária é a possibilidade que se
tem de rezar para todos os familiares podendo elevar seus pensamentos e orações sem
sofrimento com dores, momento diferenciado.
Revendo a literatura como forma de referência e embasamento teórico/prático sobre
rede de descanso como terapia ocupacional* e a aplicabilidade do procedimento inovador
em Enfermagem como diagnóstico.
Diante de várias idas e vindas em um período longo de acompanhamento e tratamen-
to do usuário em diversas consultas com clínicos, ortopedistas, fisioterapeuta, cirurgião
ortopedista, neurologista, otorrinolaringologista, oftalmologista, nutricionista, cardiologista,
endocrinologista, reumatologista, nefrologista, clínicas de reabilitação e hospital do ido-
so; E buscando na fonte possibilidades de novas metodologias e terapias de manutenção
de melhora parcial ou definitiva do quadro geral, e ou amenização das dores sentidas nos
membros superiores e especificamente nos membros inferiores.
Avaliando e somatizando todos estes processos e especialidades do cuidado, obser-
vou-se que deveria existir algo a ser feito pois a argumentação e sentimento do usuário cor-
relacionando as dores como sendo dores da alma, tal percepção e sentimento é evidenciada
ainda por causa da consciência, lucidez e sensibilidade.
264
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Observa-se também que na aproximação e no acolhimento o paciente está sempre
mais receptivo como fator importante e primordial, ocorrendo uma relação de amizade e
cumplicidade entre o usuário/cuidador/família. Avalia-se que as relações entre o paciente e
o cuidador se estabelece como regras de ações de proximidade, dos programas assisten-
ciais governamental e dos padrões das especialidades alcançadas tidas como importantes
e necessárias no olhar de quem cuida, ou seja, viável.
Relato do cuidador enfermeiro e do usuário idoso diante da concepção e percepção
vivenciada com a experiência, correlacionando a momentos memoráveis de uma diversidade
de sensações e sentimentos guardados entre profissional e paciente.
Surgiu então como possível diagnóstico a Estratégia e ferramenta do cuidado em
Enfermagem a Rede de Balanço para Descanso, evidenciada como terapia que condicio-
na, reduz e que abrangem as ações de dores físicas, psíquicas e emocionais que ocorrem
em usuários verificados na literatura e também uma incidência maior de doenças crônicas,
obesidade e principalmente sofrem com degastes ósteomusculoesquelético.
A grande importância da estratégia da rede de balanço como terapia ocupacional dire-
cionada aos usuários principalmente a idosos é o ganho para o cuidado ao usuário/cuidador/
família dessas ações que se somam e amenizam como processo holístico é de estabelecer
como prioridade intencional uma relação de menos dores, menos remédios; somando-se ao
contexto do cuidado e de respeito o aumento de zelo, carinho e muito mais muita diversão,
felicidade e alegria.
Hoje a enfermagem atual converge-se com o olhar de empreendedorismo devendo
possibilitar, requerer e fomentar jornadas e discussões em rodas sobre temas de como
cuidar, onde os temas possam abranger e devem ser explicitadas possíveis ações como
descobertas. Neste contexto onde a sensibilidade do profissional em seu ser e fazer no olhar,
ouvir, tocar e estabelecer suas próprias ações e prioriza-las como métodos e aplicabilidades
do cuidado; possibilitando novas discussões e avaliação continuada como diretrizes para
cuidado em enfermagem e em novas descobertas do cuidar.
Verificando e condicionando pós e contras de um processo viável e diferenciado que
estabelece vínculo entre o paciente/cuidador/familiares. O processo de cuidar possibilita e
pré-estabelece relações amigáveis e de conhecimento diante uma e ou várias demandas
do cuidado. Sabe-se que a ação de cuidado da rede pré-estabelece vários outros cuidados
visíveis e demais outros que somente o usuário sabe externar através de palavras e fisio-
nomia expressadas.
Diante as circunstâncias das realidades e conhecimento, o enfermeiro tem a possibili-
dade de ampliar sua visão a partir da realidade local onde vive o paciente, o espaço físico,
a estrutura, meio social e comunitário de origem, possibilitando que ele mesmo poça fazer
265
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
a diferença em possibilitar melhor o acolhimento, humanização e tratamento dos usuários
e requer unicamente desse profissional trazer para si próprio sua grandeza e inteireza de
conhecimentos e principalmente querer fazer a diferença real na vida do paciente, que
na maioria das vezes são limitados esses recursos tanto dos usuários, quanto da Gestão
que fornecem materiais e instrumentos que são de padronização do cuidado na APS, mas
nem sempre o todo.
“A Arte de Cuidar em Enfermagem”, mas a Enfermagem é assim mesmo o seu potencial
e diferencial enquanto membro de uma Equipe Multiprofissional, não é ser bonzinho e possi-
bilitar diferenciação. Mas sim se fazer presente e estabelecer elos profissionais existenciais
na vida de pessoas que indiferentemente esteja necessitado de cuidados, as relações e
ações determinam quem sou eu, quem é você e quem somos nós, em um processo amplo
e singular que nos possibilita ouvir, olhar, tocar e executar as ações do cuidado porque os
resultados vêm sempre com o tempo.
CONCLUSÃO
266
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
períodos de sonolência mais presente, como se estivesse em estado de graça e flutuasse
elevando sua alma a Deus e todo o sofrimento e dor fossem embora.
REFERÊNCIAS
1. CHAIMOWICZ, FLÁVIO; Saúde do Idoso. NESCON/UFMG – Curso de Especialização em
Atenção Básica em Saúde da Família. 2.ed. Belo Horizonte: Nescon/UFMG, 2013. 179P.
2. COSTA, P.I.F.S.; Tese de Mestrado em Educação para a Saúde. Saúde Mental em Idosos-
-Projeto de Intervenção na Depressão com Base na Animação Sociocultural, 2013. Sintomas
de insônia, cochilos diurnos e atividades físicas de lazer em idosos: estudo FIBRA
Campinas.
3. FERNANDES, K.J.S.S; CLARO, M.L.C; FIRMEZA, S.N.R.M; ANDRADE, C.D.; SOUZA, A.F.;
SILVA, A.R.V.; Relato de experiência: vivências de extensão na comunidade. Revista
Ciência em Extensão, v. 12, n. 1 (2016).
8. NEVES, L.F.; C, S.R.; Atenção à saúde do idoso com deficiência. Área Temática: Saúde
da Pessoa com Deficiência COGest – Coordenação de Desenvolvimento da Gestão Des-
centralizada. Secretaria Municipal de Saúde. Março de 2002.
9. PILAR, A. P.; BAISCH, C.; BOTTON, M.; MELLER, M.; COSTENARO, R. G. S.; A Importância
do Conhecimento Antropológico na Promoção dos Cuidados de Enfermagem. Discipli-
narium Scientia. Serie: Ciênc. Bio. e da Saúde, Santa Maria, Vol. 3, nº 1, pag. 55 – 60, 2002.
11. SILVA, E.M.; LIMA, R.A.G.; MISHIMA, S.M.; A Arte de Curar e a Arte de Cuidar: A Medicali-
zação do Hospital e a institucionalização da Enfermagem. R. Bras. Enferm. Brasília, v. 46, n.
3/4, 30 1-308, jul./dez. 1993.
13. www.ee.usp.br/reeusp/ Rev Esc Enferm USP- 2014;48(2):242-9. Fibra, Campinas, DOI:
10.1590/S0080-623420140000200007.
267
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
21
Representações sociais de adolescentes
escolares sobre o envelhecimento: um
estudo intergeracional
10.37885/210805660
RESUMO
269
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conhecer os indivíduos e como estes estão inseridos em algum contexto e nos grupos
sociais é de extrema importância para estudos das representações sociais (PEREIRA, 2012).
272
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Inicialmente, foi traçado o perfil dos participantes, com dados pessoais e escolares,
para atender as condições de construção da representação social, com base nas caracte-
rísticas que compõem o grupo a que pertença. Os dados coletados foram organizados por
grupos de respostas e por sexo, apresentados em tabela e analisados com a utilização da
estatística descritiva, conforme se observa na Tabela 1.
Tabela 1. Distribuição numérica e percentual dos dados sociodemográficos dos adolescentes. Picos-PI, 2017. n=32.
Variáveis N %
1. Idade
29 91
14-15 anos
16-17 anos 03 09
2. Sexo
17 53
Feminino
Masculino 15 47
3. Cor
10 31
Branco
Pardo 15 47
Amarelo 02 06
Preto 05 16
4. Parentesco do idoso
22 69
Avô/Avó
Tio/Tia 02 06
Não há parentesco 08 25
O conhecimento da população alvo de uma pesquisa científica bem como a forma como
os mesmos estão submergidos em determinado contexto e nos grupos sociais é imprescin-
dível para fundamentar os estudos sobre representações sociais (PEREIRA, 2012). Desta
maneira, foram descritos na tabela 1 os dados sociodemográficos coletados por meio da
entrevista semiestruturada realizada com os adolescentes, a totalidade da amostra analisada
foi 32 e foram identificadas as variáveis idade, sexo, série, cor, se convive com idosos e qual
o parentesco com o idoso, todas as variáveis analisadas foram descritas.
Os entrevistados estavam devidamente matriculados na escola selecionada, com idade
entre 14 e 17 anos, tendo como maior parte da amostra entre 14 e 15 (91%). No tocante ao
sexo, mostrou uma pequena predominância feminina (53%), nota-se ainda predominância de
62% do 9º ano “A”, 47% da cor parda, sendo que 69% convivem com os seus avós. Partindo
da análise da variável idade, considerando o que estabelece o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA)12 (adolescente pertence a faixa etária de 12 a 18 anos) e que a amostra
utilizada foi de alunos do ano final do ensino fundamental, a faixa etária mais incidente foi
de 14 a 17 anos.
Semelhantemente em estudo realizado por Freitas e Ferreira (2013), as idades dos
adolescentes entrevistados foi entre 14 e 18 anos, predominando a faixa etária entre 14
e 15 anos. Quanto ao sexo, 57,55% eram do sexo feminino e 44,23% do sexo masculino.
Entretanto, quanto a residirem com idosos, apenas 28,48% afirmou positivamente, sendo que
273
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
o grau de parentesco com os idosos variou entre avós, pais, tios ou outros parentes. Dentre
os entrevistados que residiam com idosos, todos caracterizaram a experiência como positiva.
Análise de similitude
A análise de similitude apoia-se na teoria dos grafos, facilitando a identificação das coo-
corrências entre as palavras e seu resultado traz indicações da conexidade entre as mesmas,
auxiliando na identificação da estrutura da representação (MARCHAND, P.; RATINAUD,
2012). Esta, possibilitou a visualização da relação entre as palavras, a conexão entre as
mesmas e a ligação entre as diferentes classes de palavras, concluindo em como o grupo
de entrevistados representam o envelhecimento.
A Figura 1 mostra o diagrama disponibilizado na interface dos resultados para a análise
de similitude com a identificação das coocorrências entre as palavras e os indicativos de
conexidade entre os termos: mais (97), muito (68), idoso (49), querer (43), bom (36), vida
(31), envelhecer (30), sociedade (25), achar (23) contribuindo na identificação da estrutura
do campo representacional associado a representação social do adolescente escolar sobre
o envelhecimento.
274
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Figura 1. Análise de similitude para representação dos adolescentes escolares sobre envelhecimento. Extraído do Software
IRAMUTEQ. Picos-PI, 2017.
Para mim, é um momento muito difícil por causa das dificuldades que a
pessoa tem quando fica velha, já não consegue fazer tudo sozinho, como
conseguia antes, já não consegue ter a liberdade tinha antes, tem muitas
barreiras também, como doenças, essas coisas que o impedem de ser o que
era quando era mais novo, só que também é bom, por que é um momento
que você alcançou outra etapa da sua vida que muita gente quer conseguir
alcançar, que é ter passado pela etapa bebê, criança, adolescente, adulto
e agora você já está em outra etapa, que é a etapa final, pode se dizer, e é
muito bom você chegar nessa etapa, principalmente quando você chega lá
realizado e ativo. (I11)
“[...]que eu seja muito alegre e que eu não precise passar por muitas dificul-
dades[...]” (I27)
Freitas e Ferreira (2013) desenvolveu um estudo semelhante, com o objetivo de co-
nhecer qual seria a representação social de adolescentes, estudantes do Ensino Médio a
respeito da pessoa idosa. Participaram da pesquisa 172 adolescentes, entre 14 e 19 anos,
aplicando-se a Técnica de Evocação Livre de Palavras, onde os adolescentes eram instigados
a escrever as quatro primeiras palavras que eles imaginavam quando se falava de velhice
e pessoa idosa. Como resultado, foram feitas 688 evocações, das quais as mais frequentes
foram doença (51), aposentadoria (27), rugas (17), solidão (15), cansaço (13), tristeza (11).
Todas estas evocações demonstram que uma considerável parte dos participantes demons-
trou uma visão desanimadora sobre o processo do envelhecimento.
O estudo de Motta (2002), mostra que no imaginário social envelhecer é um processo
que acontece com desgastes progressivos, limitações crescentes, perda em suas capaci-
dades física, cognitiva e de representatividade social, em uma estrada que termina com a
morte. Refere, ainda, que as perdas são tratadas principalmente como problemas de saúde,
são expostas, comumente na aparência física, que se reporta ao que acontece por exemplo,
com o enrugamento, encolhimento e a perda da coloração dos cabelos.
Para Lalived’epinay (1995), as representações mais rotineiramente encontradas a
respeito da velhice estavam associadas a incapacidade, redução e /ou perda da utilidade
social, institucionalização, morte social, exclusão dos prazeres da vida, declínio da imagem.
Sobre o fato da velhice ser vista como sinônimo de doença, Santos16 realizou um traba-
lho onde entrevistou 47 pessoas, com idades entre 40 e 79 anos, que faziam parte de grupos
de terceira idade. Estes indivíduos responderam a um questionário a respeito do conceito
que tinham sobre o significado da velhice. Obtendo como resultado uma maior tendência
dessas pessoas a entenderem o envelhecimento como dependente do esforço pessoal de
cada indivíduo, buscando a melhor forma de viver e continuar ativo (40,4%). Outra parcela
276
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
(27,6%) fez uso de conceitos sociais de envelhecimento, embasando-se em termos prees-
tabelecidos por outros. O envelhecimento foi tido como sinônimo de doenças por 25% das
pessoas, e a negação da velhice se fez presente em 8,3% dos relatos.
“[...] é a fase final da vida, que você vai ficando mais velho, chegando ao tempo, a
época que você vai morrer[...]” (I15)
“[...] não aproveita mais nada da vida, vai estar lá sentado, preso por algumas coisas
e que não vai aproveitar mais nada, por que já está velho, já curtiu bastante e agora não
tem mais o que fazer[...]” (I27)
Para Freitas e Ferreira (2013), a associação da velhice com doença resulta de um
processo social que guarda estreita relação com a perda da juventude, da sua força e vigor.
Por sua vez, Guerra et al.17 afirma que a representação se constrói a partir do medo que os
indivíduos têm de perder a sua autonomia, liberdade, independência, suas capacidades,
inteligência física, psíquica e moral. Tem-se medo de perder suas características positivas
e medo de ficar dependente, incapaz, inútil, isolado, cativo das degradações da idade e
envolvido pela exclusão.
A primeira grande ligação observada ocorre entre o binômio idoso - admirar que se
conecta a alegre e felicidade, que remete a um ponto que os adolescentes relataram bas-
tante, a questão de projetarem sua admiração, mais que a qualquer outro ponto, sobre o
idoso que se mantém alegre, vive feliz ao longo de sua vida e independente de qualquer
situação adversa que aconteça.
[...] quero ser, em outras questões, muito alegre, porque eu acho que a alegria
é uma coisa muito boa, quando se é alegre ajuda tanto em tantas coisas,
é bom ser alegre. Como eu falei, aquele idoso que é bem alegre, faz piada
com tudo, que brinca com todo mundo, que se diverte, que sorri, que não tem
vergonha de ser feliz, que mesmo tendo dificuldades, as enfrenta e está lá,
mostrando a felicidade, até mesmo os que são dependentes de outra pessoa
ou ele estando debilitado [...] (I11)
“[...] idosos brincalhões, um idoso feliz, que chegam a uma certa idade e fica feliz com
aquilo, porque tem uns que não, que mesmo com doenças, com todos os problemas são
felizes, sempre quer ajudar os outros, os netos, os filhos[...]” (I13)
“[...] admiro minha avó, pois ela trabalha muito, na roça, em casa, ela cuida do meu
avô, que não consegue andar, ela não para um minuto, limpa a casa todo dia, vai para a
roça todo dia, vai a pé e as vezes volta a pé também [...] (I14)
Além disso, o convívio com idosos resultou em admiração por parte dos adolescentes
da presente pesquisa aos idosos ativos ou participativos. Não obstante, em estudo análogo
277
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
realizado por Santos, Tura e Arruda (2011), que utilizou como método a evocação livre de
palavras, onde os elementos de centralidade foram Avô e Idoso, constatou que a visão dos
adolescentes sobre “Avô” se relacionou com uma referência de pessoa velha, já “Idoso” es-
teve intimamente ligado a evocações de admiração e valorização, como: sabedoria, respeito,
tempo, legal e conhecimento.
Outra ligação importante é entre envelhecer – experiência, que mostra a visão que os
adolescentes têm a respeito de com o passar da vida, o ser humano soma conhecimentos,
liga- se também a ideia de ouvir mais os idosos, por conta de os mesmos terem sempre algo
a acrescentar, que por terem vivido mais, consequentemente, sabem mais.
“[...] aquele que é sábio, que tem muitas histórias para contar, que é atencioso e cau-
teloso, fala suas experiências [...]” (I02)
“Representa maturidade, responsabilidade com as coisas e experiência com a vida
[...]” (I06) “[...] eu admiro aqueles velhos sábios, aquelas pessoas que gostam de contar
histórias [...]” (I15)
Uma pesquisa realizada por Santos, Tura e Arruda (2011), com o intuito de investigar
a existência e as características de representações sociais sobre pessoa velha construída
por adolescentes, foi constituído por 137 adolescentes da 2ª série do ensino médio, com
idade entre 15 e 19 anos, a maioria do sexo masculino. A coleta de dados aconteceu por
meio da realização de um teste de evocação livre de palavras com expressão “pessoa ve-
lha” e aplicou-se questionário com perguntas abertas acerca de crenças, atitudes, normas,
valores e práticas relacionadas ao processo de envelhecimento, ao idoso e a caracterização
sociodemográfica. Os autores encontraram dez palavras mais frequentemente citadas: avô
(83), idoso (63), experiência (40), sabedoria (22), cabelo branco (17), respeito (17), idade
(16), rugas (16), aposentado (14) e doença (14).
Neste estudo, o conteúdo perdas, desgastes e desvalorização do idoso são contrapos-
tos à sabedoria, experiência e ao conhecimento adquiridos com o envelhecer. Configurando
que a experiência é um requisito para a obtenção de conhecimento e característica de uma
pessoa que é “antiga”, por ter mais anos de idade e que, portanto, já viveu mais tempo ou
ainda que o idoso seja alguém considerado “antigo”, com muita experiência de vida, adquirida
com o decorrer do tempo ou por ter maior quantidade de tempo vivido.
Segundo Freitas e Ferreira (2013), A velhice pode ser representada pela sabedoria e
experiência, favorecidas pela vivência dos anos de vida. Esses são motivos de destaque
e reconhecimento do potencial das pessoas que envelhecem, independente dos aspectos
negativos apontados. Nas representações sociais dos adolescentes, o idoso possui experiên-
cia de vida, viveu bastante e tem muito a oferecer, por este motivo, merece respeito. Esse
278
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
respeito deve-se à sabedoria da pessoa idosa, uma vez que os anos de vida favorecem o
ganho de conhecimento, evidenciado na interação de pessoas nos grupos sociais.
O elemento participativo também é bastante mencionado, em seu sentido amplo, como
mencionado no estudo: fase – participativo, continuar – normal, praticar – esportes, mais –
participativo, mais – normal, o que ilustra o desejo de se tornarem idosos o mais participativo/
ativos possível, com menos alterações em sua vida, pretendem continuar bem, seguindo a
vida como hoje vivem.
“[...] um idoso forte, que apesar da idade ainda anda normal, sai, eu tenho um tio avô
que tem noventa e poucos anos e ele anda, ele sai para passear com o cachorro, vai para
a igreja e eu o admiro muito, por que ele é muito forte, ativo e independente[...]” (I12)
“[...] quero envelhecer com os meus amigos, meus parentes queridos e sendo o mais
feliz possível com eles, quero ser participativo, vendo alguma coisa útil para o meu futuro, até
onde eu o tiver, quero ser ativo até onde der, ajudando meus filhos e meus netos [...]” (I22)
“[...] quero ser um idoso que continua participando das coisas, continuar trabalhando,
fazendo atividade física [...]” (I23)
Uma importante correlação encontrada foi idoso – participativo. A Organização Mundial
da Saúde7 delimitou alguns determinantes para o envelhecimento ativo, sendo eles: deter-
minantes comportamentais, pessoais, sociais e econômicos, além de serviços sociais e de
saúde. Observa-se que a interação entre todos estes determinantes refletirá no envelheci-
mento de indivíduos e da população.
O envelhecimento ativo é uma realidade mais próxima do que se imagina. Vicente e
Santos (2013), avaliaraM os determinantes desse processo em idosos entre 60 e 70 anos
e constataram que os idosos eram participativos em sua comunidade, sendo que 90,9%
dos mesmos realizava algum trabalho não remunerado em sua comunidade. Além disso, a
maioria dos idosos relatou que apesar das dificuldades fisiológicas advindas com o passar
do tempo, se sentiam satisfeitos com a vida e realizavam atividades físicas e de lazer.
No estudo de Ferreira et al., analisou além destes determinantes, a sua relação com a
independência funcional. Foram avaliados 100 idosos de uma Unidade de Saúde da Família,
utilizando-se a Medida de Independência Funcional, dos quais todos os idosos apresentaram
independência funcional para a realização de atividades como autocuidado, controle de es-
fíncteres, transferências, locomoção, comunicação e cognição social. O estudo demonstrou
que tal independência funcional reflete em maior inclusão destas pessoas na sociedade, por
fortalecer elos sociais, com a família e amigos, sendo considerados como determinantes do
envelhecimento ativo.
279
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
A ocorrência do elemento família, é mencionado na maioria dos relatos, querer – famí-
lia, querer – filho – neto, que configura a questão da pretensão, de que no futuro, continuem
com a sua família, que para eles é importante estar junto com os seus familiares.
“[...] com saúde, quero estar com meus netos, eu quero muita saúde também e que
minha família ainda esteja unida [...]” (I12)
[...] espero que tenha alguém, como um filho ou mesmo um neto, que possa cuidar
de mim [...] (I25)
[...] ser próximo a minha família, como eu não fui muito próximo aos meus avós, eu
quero ser bem próximo a minha família [...] (I21)
Semelhantemente ao presente trabalho, o estudo realizado por Gzovd e Dellaroza
(2012) trouxe como objetivo, a análise da percepção de jovens estudantes de uma escola
pública do norte do Paraná sobre a velhice. A população da pesquisa foi formada por 123
alunos do 5º ano do ensino fundamental, com idade entre 11 e 16 anos, dos quais 87 afir-
maram ter convivido com idosos. A coleta de dados se deu por meio da aplicação de um
questionário estruturado que trazia questões acerca do convívio dos estudantes com os
idosos e como os eles avaliavam esta experiência.
De acordo com Gzovd e Dellaroza (2012), entre os participantes que afirmaram ter
convivido com idosos, 69% relatou já haver pensado sobre o próprio envelhecimento, 88,5%
deles consideraram a experiência de proximidade com pessoas idosas de modo positivo,
11,5% mostraram indiferença e nenhum deles classificou como negativa. De modo geral, os
adolescentes entrevistados atrelaram velhice a concepções positivas, sendo que em 35 de
40 questões, mais de 50% deles relacionaram a velhice a expressões e situações benéficas,
exceto quando se falou de dependência.
Os autores constataram que as representações sociais positivas foram construídas,
em sua maioria, por adolescentes que convivem com idosos. Estes dados podem justificar
o fato de a maioria das associações feitas no presente estudo serem positivas, podendo-se
afirmar que quanto mais os adolescentes conhecem e convivem com idosos, maior sua
admiração, o que confere um ponto de vista mais otimista.
Nuvem de palavras
280
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Figura 2. Nuvem de palavras para representação dos adolescentes escolares sobre envelhecimento. Extraído do Software
IRAMUTEQ. Picos-PI, 2017.
281
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
CONSIDERAÇÕES FINAIS
282
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
REFERÊNCIAS
1. Bardin, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2011.
5. CAMARGO, B. V.; JUSTO, A. M. Tutorial para uso do software de análise textual IRAMUTEQ.
Florianopolis-SC: Universidade Federal de Santa Catarina, p. 1-18, 2013.
8. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008. 200 p.
10. GVOZD, R.; DELLAROZA, M. S. G. Velhice e a relação com idosos: o olhar de adolescentes
do ensino fundamental. Rev bras de ger e gerontol, v. 15, n. 2, p. 295-304, 2012.
12. MARCHAND, P.; RATINAUD, P. L’analyse de similitude appliquée aux corpus textuels: les
primaires socialistes pour l’élection présidentielle française (septembre-octobre 2011). Actes
des 11eme Journées internationales d’Analyse statistique des Données Textuelles. JADT,
p. 687–699, 2012.
16. SANTOS, V. B.; TURA, L. F. R.; ARRUDA, A. M. S. As Representações Sociais de pessoa ve-
lha construídas por adolescentes. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol, v. 14, n. 3, p. 497-509, 2011.
283
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
17. SILVA, S. E. D.; CAMARGO, B. V.; PADILHA, M. I.; A Teoria das Representações Sociais nas
pesquisas da Enfermagem brasileira. Rev Bras Enf, v. 64, n. 5, p. 947-951, 2011.
19. VERAS, R. P.; OLIVEIRA, M. Linha de cuidado para o idoso: detalhando o modelo. Rev. bras.
geriatr. geroltol, v. 19, n. 6, p. 887-905, 2016.
284
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
22
Situações de vulnerabilidade e
práticas alimentares de crianças
menores de 2 anos internadas em
hospital universitário de Porto Alegre
Ester Zoche
HCPA
Marianna Sperb
UFRGS
10.37885/210805712
RESUMO
Pa l a v r a s - c h a ve: Vu l n e r a b i l i d a d e e m S a ú d e, A l e i t a m e n t o M a t e r n o, A l i m e n t a -
ção Complementar.
286
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
MÉTODOS
Estudo transversal, parte de um estudo maior, intitulado “Relação entre práticas alimen-
tares e fatores sociodemográficos com desfechos clínicos e nutricionais em crianças de zero
a dois anos de vida internadas em um hospital universitário de Porto Alegre” realizado em
duas unidades clínico-cirúrgicas de internação e na emergência pediátrica de um Hospital
Universitário de Porto Alegre/RS/Brasil. A população foi constituída por crianças entre zero a
24 meses, internadas na unidade de internação e emergência pediátrica, por complicações
agudas. Foram excluídas do estudo crianças desacompanhadas da mãe, em uso de terapia
de nutrição enteral prolongada e parenteral, aqueles que apresentam alguma complicação
crônica que possa interferir na alimentação, como doenças neurológicas e genéticas, alergias
e/ou intolerâncias alimentares; mães menores de 18 anos de idade e aquelas em situação
em que o aleitamento materno seja contraindicado.
A coleta dos dados ocorreu entre os meses de janeiro e setembro de 2017, por meio
de um questionário contendo informações sobre idade, sexo, escolaridade e ocupação ma-
terna, bem como situação conjugal, renda familiar per capita, classificação socioeconômica
(A-B, C e D-E) através dos critérios da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa
(ABEP), condições de moradia, uso de tabaco ou outras drogas, idade da criança, frequência
e acesso a serviços de saúde; além de perguntas sobre práticas alimentares.
As vulnerabilidades foram identificadas e classificadas de acordo com as questões do
instrumento proposto por Oliveira e colaboradores (2014), no qual estabelece critérios para
a elegibilidade das vulnerabilidades no contexto da criança e sua família, como apresentado
na Figura 1 (OLIVEIRA et al., 2014). Foi considerada como presença de vulnerabilidade
individual aqueles indivíduos que apresentaram pelo menos um indicador: analfabetismo e
ensino fundamental incompleto, considerando o responsável; número maior que 3,3 pessoas
residindo na mesma casa; o uso diário de tabaco e de bebida alcoólica ou drogas ilícitas
atualmente e/ou durante a gestação; bem como a presença de desemprego materno e ren-
da familiar mensal menor que um salário mínimo. No instrumento base para este trabalho
considerou-se a frequência regular à creche, no entanto, a população estudada ainda não se
enquadrava na necessidade de frequência à creche pela baixa idade (BRASIL, 1996), sendo
assim, não foi considerado como vulnerabilidade. Foi definida como vulnerabilidade social
mulheres solteiras, viúvas e divorciadas e que assumem o papel de chefe da família. Quanto
às vulnerabilidades programáticas foi considerado o histórico de saúde da criança, aqueles
indivíduos que apresentaram pelo menos um dos indicadores: mais de três internações e
288
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
idas à emergência; e número insuficiente de consultas recomendadas para idade, de acordo
com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2011).
Vulnerabilidade
- Analfabetismo ou ensino
fundamental incompleto; Histórico de saúde da
- Mulheres solteiras, criança:
- Número maior que 3,3
pessoas residindo na viúvas e divorciadas e - Mais de três
mesma casa; que assumem o papel internações e idas à
de chefe da família. emergência;
- Uso diário de tabaco e de
bebida alcoólica ou drogas - Número insuficiente
ilícitas atualmente e/ou de consultas
durante a gestação; recomendadas para
idade.
- Desemprego materno;
- Renda per capita < 1
salário mínimo.
Para avaliação das práticas alimentares, que abrangiam questões sobre aleitamento
materno, consumo de fórmulas e leite de vaca, ingestão de alimentos sólidos como fru-
tas e papas principais, bem como consumo de alimentos ultraprocessados. Foi utilizado o
“Questionário para avaliação de práticas alimentares de crianças menores de dois anos de
idade”, composto por questões que analisam a qualidade da dieta considerando os principais
atributos, componentes e marcadores da alimentação complementar, além da presença ou
não de aleitamento materno exclusivo até os seis meses ou mais (OLIVEIRA et al., 2015).
Para este trabalho foram considerados os atributos de oportunidade e adequação alimen-
tar. A oportunidade foi definida como precoce quando iniciada antes dos seis meses, oportuna
se iniciada entre seis e sete meses e tardia quando iniciada a partir dos sete meses de idade
da criança. A adequação nutricional foi identificada através das seguintes componentes:
presença de nutrientes específicos necessários ao pleno crescimento e desenvolvimento
infantil (ferro e vitamina A); variedade dos alimentos oferecidos; densidade energética dos
alimentos e preparações e ausência de produtos ultraprocessados na alimentação. A varie-
dade adequada foi definida pela presença de todos os grupos de alimentos na alimentação
da criança; a densidade energética, pela consistência das preparações para a idade da
289
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
criança, sendo considerada adequada consistência pastosa para crianças a partir dos seis
meses e, aos 12 meses, a mesma consistência da alimentação da família. A ausência de
produtos ultraprocessados na alimentação foi considerada um componente da adequação
nutricional da alimentação complementar.
A análise estatística foi realizada pelo pacote estatístico Statistical Package for the
Social Science (SPSS) versão 18.0, com dupla digitação para confirmação dos regis-
tros. As variáveis categóricas foram expressas em percentual e valor absoluto, as variáveis
contínuas paramétricas, em média e desvio padrão; e as não paramétricas, em mediana e
intervalo interquartil do percentil 25 e 75. Para avaliar a associação entre as práticas alimen-
tares e as vulnerabilidades, foi utilizado o teste qui-quadrado. Foram considerados como
diferenças estatisticamente significativas valores de p menores que 0,05. O presente estudo
foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre/RS
sob o nº de protocolo 17/0030. Os responsáveis pelas crianças foram esclarecidos sobre os
objetivos da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
RESULTADOS
Tabela 1. Características sociodemográficas de mães e crianças de zero a dois anos internadas em hospital universitário
de Porto Alegre.
290
Frequenta rede pública de saúde pública 154 (81,9%)
Figura 2. Prevalência de vulnerabilidade individual, social e programática e seus indicadores em crianças internadas de
zero a dois anos internadas em hospital de Porto Alegre.
¹Presença de pelo menos uma vulnerabilidade individual. ²Total de mulheres sem companheiro e chefes da casa. ³Presença de pelo
menos uma vulnerabilidade programática
292
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
Tabela 2. Associação de vulnerabilidades e práticas alimentares de crianças de zero a dois anos internadas em hospital
de Porto Alegre.
Vulnerabilidades
Oportunidade de introdução
NÃO 60 (65,2%) 9 (9,8%) 51 (55,4%) 49 (52,3%) 11 (12%) 20 (21,7%) 40 (34,5%)
1,000 0,865 0,014*
SIM 32 (34,8%) 5 (5,4%) 27 (29,3%) 25 (27,2%) 7 (7,6%) 20 (21,7%) 12 (13%)
Adequação alimentar
Alimentos fontes de Vitamina A e Ferro
NÃO 17 (18,5%) 3 (3,3%) 14 (15,2%) 14 (15,2%) 3 (3,3%) 9 (9,8%) 8 (8,7%)
0,718 1,000 0,548
SIM 75 (81,5%) 11 (12%) 64 (69,7%) 60 (65,2%) 15 (16,3%) 31 (33,7%) 44 (47,8%)
Presença de todos os grupos alimen-
tares
NÃO 44 (47,8%) 8 (8,7%) 36 (39,1%) 34 (37%) 10 (11%) 27 (29,3%) 21 (22,8%)
0,640 0,639 0,156
SIM 48 (52,2%) 6 (6,5%) 42 (45,7%) 40 (43,5%) 8 (8,7%) 17 (18,5%) 31 (33,7%)
Consumo de ultraprocessados
NÃO 123 (65,4%) 16 (8,5%) 107 (56,9%) 105 (55,8%) 18 (9,5%) 76 (40,4%) 47 (25%)
1,000 0,136 0,007*
SIM 65 (34,6%) 8 (4,2%) 57 (30,3%) 49 (26%) 16 (8,5%) 26 (13,8%) 39 (20,7%)
*p < 0,05
DISCUSSÃO
REFERÊNCIAS
1. AYRES J. R. et al. O conceito de vulnerabilidade e as práticas de saúde: novas perspectivas
e desafios. In: Czeresnia D, Freitas CM, editors. Promoção da saúde: conceitos, reflexões,
tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2003. p. 117-39.
4. BORTOLINI G. A. et al. Early cow’s milk consumption among Brazilian children: results of a
national survey. J. Pediatr. (Rio J.). v. 89, n. 6, p. 608-613, 2013.
296
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
5. _____. Iniquidades sociais influenciam a qualidade e a diversidade da dieta de crianças bra-
sileiras de 6 a 36 meses. Cad. Saúde Pública, v. 31, n. 11, p. 2413-2424, 2015.
10. DALLAZEN C.; VITOLO M.R. Excessive maternal weight and practice of exclusive breastfeeding
among women of low socioeconomic status. Rev. Nutr. v. 30, n. 1, p. 69-77, 2017.
11. DE OLIVEIRA L. N. et al. Vulnerabilities of children admitted to a pediatric inpatient care unit.
Revista Paulista de Pediatria, v. 32, n. 4, p. 367-373, 2014.
12. DEL CIAMPO L. A. et al. Prevalência de tabagismo e consumo de bebida alcoólica em mães de
lactentes menores de seis meses de idade. Rev. paul. pediatr. 2009; v. 27, n. 4, p. 361-365.
13. DODOU H. D. et al. A prática educativa realizada pela enfermagem no puerpério: representa-
ções sociais de puérperas. Rev. Bras. Enferm., v. 70, n. 6, p. 1250-1258, 2017.
14. JESUS P. C.; OLIVEIRA M. I.; MORAES J. R. Capacitação de profissionais de saúde em alei-
tamento materno e sua associação com conhecimentos, habilidades e práticas. Ciênc. saúde
coletiva, v. 22, n. 1, p. 311-320, 2017.
16. LUTTER C. K. et al. Key principles to improve programmes and interventions in complementary
feeding. Matern Child Nutr, v. 9, p. 101–115, 2013.
17. MELLO P. R.; PINTO G. R.; BOTELHO C. Influência do tabagismo na fertilidade, gestação e
lactação. J. Pediatr. (Rio J.), v. 77, n. 4, p. 257-264, 2001.
20. OLIVEIRA J. M. et al. Avaliação da alimentação complementar nos dois primeiros anos de vida:
proposta de indicadores e de instrumento. Cad. Saúde Pública, v. 31, n. 2, p. 377-394, 2015.
297
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
21. OVIEDO R. A.; CZERESNIA D. O conceito de vulnerabilidade e seu caráter biossocial. Inter-
face (Botucatu), v. 19, n. 53, p. 237-250, 2015.
22. POBLACION A.P. et al. Insegurança alimentar em domicílios brasileiros com crianças menores
de cinco anos. Cad. Saúde Pública, v. 30, n. 5, p. 1067-1078, 2014.
23. VICTORA C. G. et al. Breastfeeding in the 21st century: epidemiology, mechanisms, and lifelong
effect. The Lancet, v. 387, n. 10017, p. 475–490, 2016.
24. VITOLO M. R.; LOUZADA M. L.; RAUBER F. Atualização sobre alimentação da criança para
profissionais de saúde: estudo de campo randomizado por conglomerados. Rev. bras. epide-
miol., v. 17, n. 4, p. 873-886, 2014.
25. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guiding principles for complementary feedind of the
breastfed child. Geneva: World Health Organization; 2001.
298
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
23
Um relato de experiência sobre o
“corredor do cuidado” com pacientes
assistidos em um centro de atenção
psicossocial ll
10.37885/210705558
RESUMO
300
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
INTRODUÇÃO
RELATO DA EXPERIÊNCIA
DISCUSSÃO
305
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
CONSIDERAÇÕES FINAIS
306
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
REFERÊNCIAS
1. BARBOSA, C. G. et al. Perfil epidemiológico dos usuários de um Centro de Atenção Psicos-
social. SMAD Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas (Edição em Português), v.
16, n. 1, p. 1-8, 2020.
4. CARNUT, L. Cuidado, integralidade e atenção primária: articulação essencial para refletir sobre
o setor saúde no Brasil. SAÚDE DEBATE. Rio de Janeiro, v. 41, n. 115, p. 1177-1186, out-dez
2017. DOI: 10.1590/0103-1104201711515.
5. CASTRO, GGA; SOUZA, P.L.M.M. et al . Sobre os significados das atividades grupais para
usuários de um centro de atenção psicossocial - CAPS. Rev. Interinst. Bras. Ter. Ocup. Rio
de Janeiro. 2017. v.1(3): 332-352. DOI: 10.47222/2526-3544.rbto4780.
6. DANTAS, M.A; SILVA, M.R.F; JÚNIOR, A.R.C. Aprendizagens com o corpo todo na (trans)
formação de educadores (as) populares do Curso Livre de Educação Popular em Saúde
(EdPopSUS). Interface (Botucatu). 2020; 24: e190205. Disponível em: https://doi.org/10.1590/
Interface.190205. Acesso em jul/2021.
8. GOMES, G.B.M.; MARTINS, P.C.R. Reinserção psicossocial por meio de atendimento grupal
de pacientes depressivos do caps. Perspectivas em Psicologia. vol. 19, n. 1, p. 58-78, Jan/
Jun. 2015.
11. LIMA, D. K. R. R.; GUIMARÃES, J. A Rede de Atenção Psicossocial sob o olhar da complexi-
dade: quem cuida da saúde mental?. Saúde em Debate, v. 43, p. 883–896, 2019.
307
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
14. SANTOS, T.T. O Arco de Maguerez e a Aprendizagem Baseada em Projetos na Educação em
Saúde. Revista Educação Pública. v. 20, nº 7. Fev. 2020.
15. TESSER, C. D.; SOUSA, I. M. C. de; NASCIMENTO, M. C. do. Práticas Integrativas e Comple-
mentares na Atenção Primária à Saúde brasileira. Saúde em Debate, v. 42, p. 174–188, 2018.
308
Enfermagem: desafios e perspectivas para a integralidade do cuidado
SOBRE OS ORGANIZADORES
249, 251, 257, 261, 264, 265, 266, 267, 283, 284
A
Ensino: 41, 52, 143, 150, 226, 231, 276, 300,
Acidentes: 214 303, 306
B H
Bem Estar: 120 Hanseníase: 61, 62, 63, 72, 73, 74
Conglomerados: 61 I
Cuidados: 85, 87, 89, 92, 95, 96, 106, 108, 109, Idosos: 251, 267
124, 134, 162, 177, 203, 214, 243, 249, 267
Integralidade: 87
Cuidados de Enfermagem: 85, 214
M
D
Manejo: 92, 104
Diagnósticos: 79, 154, 157, 238, 240, 241, 242,
244, 245, 246 Medidas de Segurança: 16
E N
Educação: 12, 30, 35, 42, 52, 76, 92, 134, 135, Neuropatia: 166, 169
137, 138, 139, 140, 141, 142, 143, 144, 145,
146, 147, 148, 149, 150, 151, 152, 267, 307, 308 O
Educação em Saúde: 35, 76, 151 Operatório: 87
Saúde: 19, 25, 29, 30, 32, 33, 34, 37, 42, 44, 52,
53, 55, 56, 57, 58, 59, 63, 64, 72, 73, 74, 84, 85,
87, 89, 95, 96, 99, 100, 103, 104, 108, 116, 118,
121, 122, 133, 134, 138, 139, 140, 141, 142,
143, 144, 145, 146, 147, 148, 149, 150, 151,
152, 175, 177, 180, 181, 184, 185, 186, 188,
189, 192, 197, 200, 201, 204, 205, 206, 207,
211, 212, 215, 216, 223, 224, 225, 226, 228,
230, 231, 234, 235, 240, 241, 247, 248, 249,
251, 252, 253, 254, 267, 272, 279, 283, 289,
295, 296, 297, 298, 300, 301, 307, 308
T
Terapia: 110, 116, 117, 118, 123, 129, 132, 157,
176, 200, 218, 219, 222, 233, 300
V
Vacinação: 138, 149
Vulnerabilidade: 286
editora
científica digital