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1ª EDIÇÃO
científica digital
2023 - GUARUJÁ - SP
científica digital
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Internacional (CC BY-NC-ND 4.0).
L788 Lixiviação de nutrientes em latossolo com aplicação de dejeto líquido de suínos / June Faria Scherrer Menezes, Aparecida
Tatianne de Assis Machado, Rodrigo Gomes Silva, et al. – Guarujá-SP: Científica Digital, 2023.
Outros autor: : Louise Stefanello Hemielevski, Mariana Pina da Silva Berti, Veridiana Cardozo Gonçalves Cantão,
Aimee Karla Moraes Leão.
E-BOOK
ACESSO LIVRE ON LINE - IMPRESSÃO PROIBIDA
Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5360-385-1
DOI 10.37885/978-65-5360-385-1
1. Agronomia. I. Menezes, June Faria Scherrer. II. Machado, Aparecida Tatianne de Assis. III. Silva, Rodrigo Gomes. IV.
Título.
2023
CDD 630
Reinaldo Cardoso
João Batista Quintela
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Bianca Moreira
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Jurídico
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Universidade Federal do Triângulo Mineiro
RESUMO
MACHADO. Aparecida Tatianne de Assis. Lixiviação de nutrientes em
Latossolo com aplicação de dejeto líquido de suínos. Orientadora: Profª.
Drª. June Faria Scherrer Menezes. Coorientadora: Profª. Drª. Veridiana Cardoso
Gonçalves Cantão. UniRV - Universidade de Rio Verde, Rio Verde, 2018.
Os dejetos de suínos por conter nutrientes e matéria orgânica necessitam ser aplicados
no solo para a fertirrigação de culturas. Devido à composição desbalanceada de nutrien-
tes em relação a adubação mineral, alguns dos elementos existentes nesses resíduos
são acumulados ou lixiviados no solo. Dependendo do elemento e do teor determina-
do na água percolada, este possui potencial poluidor, provocando impacto negativo
no ambiente e na saúde humana. Baseando-se nessas informações, o objetivo com o
trabalho foi avaliar a lixiviação de nutrientes no solo (Latossolo Vermelho distroférrico,
argiloso) com aplicação a longo prazo de dejetos de suínos para o cultivo de soja na safra
2016/2017. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso (DBC), sendo o ensaio
constituído de três tratamentos com três repetições, cada lisímetro foi considerado uma
parcela experimental. Os tratamentos foram constituídos da aplicação de 25 e 100 m3 ha-1
de dejetos líquidos de suínos e da adubação com fertilizante mineral. Durante o período
chuvoso, foram coletados dados da precipitação diária e quantidade de água percolada
diariamente pelos lisímetros. Na água percolada, foram analisadas as seguintes caracterís-
ticas químicas: pH, condutividade elétrica, Na+, K+, NO3-, NH4+ e H2PO4-. As análises foram
realizadas nos Laboratórios Multiusuário I da UniRV - Universidade de Rio Verde. Os re-
sultados médios das características químicas, em função dos tratamentos, foram compa-
rados com os respectivos parâmetros de qualidade da água (nacional e internacional) a
fim de avaliar a qualidade do lixiviado. As perdas de água percolada foram semelhantes e
respectivamente proporcionais às chuvas, independentemente das adubações. Os valores
de pH no percolado não foram influenciados pelos tratamentos e estão dentro dos limites
estabelecidos. A maior CE média obtida na água percolada foi com a dose de 100 m3 ha-1
de DLS. Porém, este valor (66,30 µS cm-1) está aquém da dose considerada restritiva para
água. Os teores de potássio e sódio foram baixos nos três tratamentos e não houve con-
taminação da água percolada. Os teores médios de P, na água percolada, estão abaixo
do valor de referência para águas naturais. Os teores médios de nitrato e de amônio
na água percolada estão de acordo com os níveis aceitáveis de potabilidade da água,
independentemente da adubação recebida. Conclui-se que, após 17 anos de aplicação
contínua com dejetos de suínos no solo, não houve contaminação da água percolada.
The swine manure to contain nutrients and organic matter need to be applied to the soil
for crop fertigation. Due toun unbalanced composition of nutrients in relation to mineral
fertilizer, some of the existing elements in these wastes are accumulated or leached into
the soil. Depending on the element and the content determined in the water percolated,
this has potential polluter, causing negative impact on the environment and human
health. Based on this information, the goal with this work was to evaluate the leaching of
nutrients into the soil (dystrophic clayey Red Latosol) with long-term application of pig
manure to soybean cultivation on crop 2016/2017. The experimental design was rando-
mized blocks (DRB), being the test consisting of three treatments with three repetitions,
each lysimeter was considered an experimental plot. The treatments were comprised of
application of 25 and 100 m3 ha-1 of liquid manure from pigs and fertilizing with mineral
fertilizer. During the rainy season, daily precipitation data were collected and amount of
water percolated daily by lysimeters. In the water percolated, were analyzed the following
chemical characteristics: pH, electrical conductivity, Na+, K+, NO3-, NH4+ and H2PO4-. The
analyses were carrie dout in the laboratories of Multiuser UniRV. The average results
of the chemical characteristics, depending on the treatments were compared with the
respective parameters of water quality (national and international) in order to assess
water quality. Percolated water losses were similar and respectively proportional to rains,
regardless of the effect. The leachate pH values were not influenced by the treatments
and are within the limits. The largest EC average obtained in the water percolated was
with the dose of 100 m3 ha-1 of SLM. However, this value (66.30 µS cm-1) falls short of the
dose considered restrictive for water. Potassium and sodium levels were low in all three
treatments and there was no contamination of the water percolated. Average levels of P, in
the water percolated, are below thereference value for natural waters. Average levels
of nitrate and ammonium in water percolated conform to acceptable levels for drinking
water, regardless of the received. It isconcluded that, after 17 years of continuous appli-
cation with pig manure in the soil, there was no contamination of the water percolated.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................................................... 23
4.1 Precipitação na área experimental........................................................................................................................2 3
4.2 Percolação de água....................................................................................................................................................2 3
4.3 Potencial hidrogeniônico (pH) no percolado.....................................................................................................2 5
4.4 Teores de Amônio no percolado.............................................................................................................................2 7
4.5 Teores de potássio no percolado...........................................................................................................................2 9
4.6 Teores de sódio no percolado.................................................................................................................................3 2
4.7 Teores de fósforo no percolado..............................................................................................................................3 4
4.8 Teores de amônio no percolado.............................................................................................................................3 7
4.9 Teores de nitrato no percolado .............................................................................................................................3 9
5 CONCLUSÕES............................................................................................................................................ 43
AGRADECIMENTOS................................................................................................................................................... 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................................... 44
1 INTRODUÇÃO
O Brasil é o quarto maior produtor e exportador de carne suína do mundo. Segundo
a ABPA (2017), a produção nacional de carne suína em 2015 foi em torno de 3,643 mi-
lhões de toneladas.
O aumento agrícola no Estado de goiás, proporcionou a viabilidade necessária para o
funcionamento de inúmeras granjas, tanto suinícolas quanto aviárias, devido à proximidade
com a matéria-prima constituinte da ração dos animais, assim como, a fácil distribuição
da carne dentro do país e a proximidade para a exportação, visando o comércio Mercado
Comum do Sul (MERCOSUL).
O alto e rápido crescimento da criação de suínos ocasionou um problema ambiental
causado pela geração de grandes quantidades de dejeto que possuem um elevado e com-
provado potencial poluente. Uma das soluções encontradas para minimizar o problema
com a disposição final desse resíduo é o seu uso como fertilizante orgânico.
Os dejetos de suínos constituem-se por fezes, urina, excesso de água dos bebedouros
e de higienização, restos de ração, pelos, poeira e outros materiais decorrentes do proces-
so criatório. Esse fertilizante contém: matéria orgânica, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio,
sódio, magnésio, manganês, ferro, zinco, cobre e outros elementos incluídos nas dietas dos
animais. Podendo variar em suas concentrações, dependendo principalmente, da formulação
da ração e quantidade de água.
Sendo assim, os dejetos líquidos de suínos (DLS) constituem-se em um excelente adu-
bo orgânico, podendo substituir em parte ou totalmente os fertilizantes minerais. Contudo,
doses excessivas e o uso indiscriminado desse fertilizante podem ocasionar severos danos
ao ambiente, sendo estes por acúmulo de minerais, metais e patógenos ao solo. Os dejetos
de suínos, por mais alto que seja seu potencial fertilizante, devem ser avaliados como resí-
duo poluente e que, sem a disposição correta na natureza, causarão impactos ambientais
significativos aos solos, às águas superficiais e subterrâneas.
Portanto, desde que atendidos os critérios técnicos de recomendação para sua apli-
cação no solo (extração de nutrientes, exigência nutricional da cultura, fertilidade do solo e
análise do dejeto), sua utilização como fonte de nutrientes na agricultura faz-se uma prática
ambientalmente correta.
Pelo exposto, os objetivos do trabalho foram: avaliar a qualidade da água percolada e
a lixiviação de nutrientes em um Latossolo Vermelho distroférrico, argiloso, com aplicação a
longo prazo de dejetos de suínos durante o período chuvoso da safra 2016/2017, em função
das doses de dejetos e da adubação mineral por meio dos teores de N-NO3-, N-NH4+, P, K,
2.5 Monitoramento ambiental de águas subterrâneas com o uso de DLS como biofertilizante
Segundo Tuinhof et al. (2004), as alterações na quantidade e qualidade das águas sub-
terrâneas ocorrem lentamente, sendo identificadas apenas por meio de um monitoramento
bem elaborado e de longo tempo. O monitoramento fornece informações para o controle
de impactos causados pela extração de água e pela carga de poluentes no aquífero.
Para se ter uma efetiva avaliação da qualidade da água subterrânea, é necessário
conhecer os aspectos ambientais da disposição dos dejetos e monitorar a qualidade da
água através de sistema de monitoramento integrado da dinâmica de água e solutos no
solo (SISDINA), possibilitando tanto a quantificação simultânea da água infiltrada e, no
interior do solo, a percolação, monitorando a qualidade dessa água (ALVARENGA et al.,
2002 apud RIBEIRO, 2014).
Palhares (2009) afirma que não é difícil produzir intensivamente suínos de forma am-
bientalmente correta. O autor atesta também que essa informação se baseia nos instrumentos
TABELA 1 - Parâmetros de valores máximos permitidos (VMP) para contaminantes na água subterrânea
para consumo humano.
Contaminante VMP
mg L-1
N-Amônio 1,5
N-Nitrato 10
Fósforo 1,0
Potássio 10
Sódio 200
Condutividade Elétrica µS cm-1 10 a 100
pH 6,0 a 9,0
A Food and Agriculture Organization (2014) ressalta que num contexto de intensifi-
cação da produção de suínos e o consequente aumento da densidade animal, é essencial
3.1 Local
O trabalho foi conduzido na área experimental da Universidade de Rio Verde (UniRV),
localizada na Fazenda Fontes do Saber, município de Rio Verde-GO. Segundo a classificação
de Köppen (2014), a área de estudo possui dois períodos distintos: o primeiro, chuvoso e
quente, entre outubro e abril; e o segundo, seco e frio, entre março e setembro, incluindo um
período de déficit hídrico em julho e agosto. O solo do local é um Latossolo Vermelho distro-
férrico de textura argilosa e a área possui relevo com 4% de declividade (suave ondulado).
FIGURA 2 - Precipitação pluvial diária (mm) no período chuvoso de 1° de outubro de 2016 a 15 de abril de
2017. UniRV. Rio Verde/GO.
FIGURA 3.1 - Percolação diária nos lisímetros em função das adubações com 25 m3 ha-1 DLS, 100 m3 ha-1 de
DLS e adubação mineral, no período chuvoso de 2016/2017, UniRV. Rio Verde/GO.
FIGURA 4 - Valores médios de pH na água percolada nos lisímetros no período chuvoso de 2016/2017, em
função das adubações com 25 m3 ha-1 de DLS e 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral. UniRV. Rio Verde/GO.
Esses resultados concordam com avaliações de outros trabalhos, que também não
observaram efeito desse tipo de resíduo animal no pH do solo (CERETTA et al., 2003;
FIGURA 5 - Valores diários de pH na água percolada nos lisímetros em função das adubações com 25 m3
ha-1 DLS, 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral, no período chuvoso de 2016/2017, UniRV. Rio Verde/GO.
FIGURA 7 - Valores diários de CE na água percolada nos lisímetros em função das adubações com 25 m3
ha-1 DLS, 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral, no período chuvoso de 2016/2017, UniRV. Rio Verde/GO.
FIGURA 8 - Teores médios de potássio na água percolada nos lisímetros no período chuvoso de 2016/2017,
em função das adubações com 25 m3 ha-1 de DLS e 100 m3 ha-1 de DLS e adubação. UniRV. Rio Verde/GO.
3,5
3,14
3
2,58
2,5 2,36
Teor de K (mg L-1 )
1,5
0,5
0
25 m³ ha-¹ DLS 100 m³ ha-¹ DLS mineral
FIGURA 9 - Teores diários de potássio na água percolada nos lisímetros em função das adubações com 25
m3 ha-1 DLS, 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral, no período chuvoso de 2016/2017, UniRV. Rio Verde/GO.
1,50
1,32
1,26
Teor de Na (mg L-1 ) 1,20 1,08
0,90
0,60
0,30
0,00
25 m³ ha-¹ DLS 100 m³ ha-¹ DLS mineral
FIGURA 11 - Teores diários de sódio na água percolada nos lisímetros em função das adubações com 25 m3
ha-1 DLS, 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral, no período chuvoso de 2016/2017, UniRV. Rio Verde/GO.
FIGURA 12 - Teores médios de fósforo na água percolada nos lisímetros no período chuvoso de 2016/2017, em
função das adubações com 25 m3 ha-1 de DLS e 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral. UniRV. Rio Verde/GO.
1,00
0,87 0,84 0,83
0,80
Teor de P (mg L-1 )
0,60
0,40
0,20
0,00
25 m³ ha-¹ DLS 100 m³ ha-¹ DLS mineral
FIGURA 13 - Teores diários de fósforo na água percolada nos em função das adubações com 25 m3 ha-1 DLS,
100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral, no período chuvoso de 2016/2017, UniRV. Rio Verde/GO.
FIGURA 14 - Teores médios de amônio na água percolada nos lisímetros no período chuvoso de 2016/2017, em
função das adubações com 25 m3 ha-1 de DLS e 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral. UniRV. Rio Verde/GO.
3
Teor de amônio (mg L-1 )
0
25 m³ ha-¹ DLS 100 m³ ha-¹ DLS mineral
25 m3 ha-1 de DLS
3
Amônio (mg L-1 )
0
2 8 14 20 26 1 7 13 19 25 31 6 12 18 24 2 8 14 20 26 1 7 13 19 25 1 7
Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Período chuvoso 2016/2017
0
2 8 14 20 26 1 7 13 19 25 31 6 12 18 24 2 8 14 20 26 1 7 13 19 25 1 7
Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Período chuvoso 2016/2017
Adubação mineral
3
Amônio (mg L-1 )
0
2 8 14 20 26 1 7 13 19 25 31 6 12 18 24 2 8 14 20 26 1 7 13 19 25 1 7
Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Período chuvoso 2016/2017
2,23 2,21
Teor de nitrato (mg L-1 ) 2,11
2
0
25 m³ ha-¹ DLS 100 m³ ha-¹ DLS mineral
FIGURA 17 - Teores diários de nitrato na água percolada nos lisímetros em função das adubações com 25
m3 ha-1 DLS, 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral, no período chuvoso de 2016/2017, UniRV. Rio Verde/GO.
AGRADECIMENTOS
A UniRV, a Fapeg e ao CNPq.
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