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científica digital

June Faria Scherrer Menezes


Aparecida Tatianne de Assis Machado
Rodrigo Gomes Silva
Louise Stefanello Hemielevski
Mariana Pina da Silva Berti
Veridiana Cardozo Gonçalves Cantão
Aimee Karla Moraes Leão

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação


de Dejeto Líquido de Suínos

1ª EDIÇÃO

científica digital

2023 - GUARUJÁ - SP
científica digital

EDITORA CIENTÍFICA DIGITAL LTDA


Guarujá - São Paulo - Brasil
www.editoracientifica.com.br - contato@editoracientifica.com.br

Diagramação e arte 2023 by Editora Científica Digital


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L788 Lixiviação de nutrientes em latossolo com aplicação de dejeto líquido de suínos / June Faria Scherrer Menezes, Aparecida
Tatianne de Assis Machado, Rodrigo Gomes Silva, et al. – Guarujá-SP: Científica Digital, 2023.
Outros autor: : Louise Stefanello Hemielevski, Mariana Pina da Silva Berti, Veridiana Cardozo Gonçalves Cantão,
Aimee Karla Moraes Leão.
E-BOOK
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Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5360-385-1
DOI 10.37885/978-65-5360-385-1
1. Agronomia. I. Menezes, June Faria Scherrer. II. Machado, Aparecida Tatianne de Assis. III. Silva, Rodrigo Gomes. IV.
Título.

Índice para catálogo sistemático: I. Agronomia

2023
CDD 630

Elaborado por Janaina Ramos – CRB-8/9166


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RESUMO
MACHADO. Aparecida Tatianne de Assis. Lixiviação de nutrientes em
Latossolo com aplicação de dejeto líquido de suínos. Orientadora: Profª.
Drª. June Faria Scherrer Menezes. Coorientadora: Profª. Drª. Veridiana Cardoso
Gonçalves Cantão. UniRV - Universidade de Rio Verde, Rio Verde, 2018.

Os dejetos de suínos por conter nutrientes e matéria orgânica necessitam ser aplicados
no solo para a fertirrigação de culturas. Devido à composição desbalanceada de nutrien-
tes em relação a adubação mineral, alguns dos elementos existentes nesses resíduos
são acumulados ou lixiviados no solo. Dependendo do elemento e do teor determina-
do na água percolada, este possui potencial poluidor, provocando impacto negativo
no ambiente e na saúde humana. Baseando-se nessas informações, o objetivo com o
trabalho foi avaliar a lixiviação de nutrientes no solo (Latossolo Vermelho distroférrico,
argiloso) com aplicação a longo prazo de dejetos de suínos para o cultivo de soja na safra
2016/2017. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso (DBC), sendo o ensaio
constituído de três tratamentos com três repetições, cada lisímetro foi considerado uma
parcela experimental. Os tratamentos foram constituídos da aplicação de 25 e 100 m3 ha-1
de dejetos líquidos de suínos e da adubação com fertilizante mineral. Durante o período
chuvoso, foram coletados dados da precipitação diária e quantidade de água percolada
diariamente pelos lisímetros. Na água percolada, foram analisadas as seguintes caracterís-
ticas químicas: pH, condutividade elétrica, Na+, K+, NO3-, NH4+ e H2PO4-. As análises foram
realizadas nos Laboratórios Multiusuário I da UniRV - Universidade de Rio Verde. Os re-
sultados médios das características químicas, em função dos tratamentos, foram compa-
rados com os respectivos parâmetros de qualidade da água (nacional e internacional) a
fim de avaliar a qualidade do lixiviado. As perdas de água percolada foram semelhantes e
respectivamente proporcionais às chuvas, independentemente das adubações. Os valores
de pH no percolado não foram influenciados pelos tratamentos e estão dentro dos limites
estabelecidos. A maior CE média obtida na água percolada foi com a dose de 100 m3 ha-1
de DLS. Porém, este valor (66,30 µS cm-1) está aquém da dose considerada restritiva para
água. Os teores de potássio e sódio foram baixos nos três tratamentos e não houve con-
taminação da água percolada. Os teores médios de P, na água percolada, estão abaixo
do valor de referência para águas naturais. Os teores médios de nitrato e de amônio
na água percolada estão de acordo com os níveis aceitáveis de potabilidade da água,
independentemente da adubação recebida. Conclui-se que, após 17 anos de aplicação
contínua com dejetos de suínos no solo, não houve contaminação da água percolada.

Palavras-chave: Monitoramento Ambiental, Poluente, Sustentabilidade Agrícola.


ABSTRACT
MACHADO. Aparecida Tatianne de Assis. Leaching of nutrients in latosol with swine
liquid manure. Orientadora: Profª. Drª. June Faria Scherrer Menezes. Coorientadora: Profª.
Drª. Veridiana Cardoso Gonçalves Cantão. UniRV - University of Rio Verde, Rio Verde, 2018.

The swine manure to contain nutrients and organic matter need to be applied to the soil
for crop fertigation. Due toun unbalanced composition of nutrients in relation to mineral
fertilizer, some of the existing elements in these wastes are accumulated or leached into
the soil. Depending on the element and the content determined in the water percolated,
this has potential polluter, causing negative impact on the environment and human
health. Based on this information, the goal with this work was to evaluate the leaching of
nutrients into the soil (dystrophic clayey Red Latosol) with long-term application of pig
manure to soybean cultivation on crop 2016/2017. The experimental design was rando-
mized blocks (DRB), being the test consisting of three treatments with three repetitions,
each lysimeter was considered an experimental plot. The treatments were comprised of
application of 25 and 100 m3 ha-1 of liquid manure from pigs and fertilizing with mineral
fertilizer. During the rainy season, daily precipitation data were collected and amount of
water percolated daily by lysimeters. In the water percolated, were analyzed the following
chemical characteristics: pH, electrical conductivity, Na+, K+, NO3-, NH4+ and H2PO4-. The
analyses were carrie dout in the laboratories of Multiuser UniRV. The average results
of the chemical characteristics, depending on the treatments were compared with the
respective parameters of water quality (national and international) in order to assess
water quality. Percolated water losses were similar and respectively proportional to rains,
regardless of the effect. The leachate pH values were not influenced by the treatments
and are within the limits. The largest EC average obtained in the water percolated was
with the dose of 100 m3 ha-1 of SLM. However, this value (66.30 µS cm-1) falls short of the
dose considered restrictive for water. Potassium and sodium levels were low in all three
treatments and there was no contamination of the water percolated. Average levels of P, in
the water percolated, are below thereference value for natural waters. Average levels
of nitrate and ammonium in water percolated conform to acceptable levels for drinking
water, regardless of the received. It isconcluded that, after 17 years of continuous appli-
cation with pig manure in the soil, there was no contamination of the water percolated.

Keywords: Environmental Monitoring, Pollutant, Agricultural Sustainability.


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 11
2 REVISÃO DA LITERATURA....................................................................................................................... 13
2.1 Geração de dejeto líquido de suínos.....................................................................................................................1 3
2.2 Caracterização, composição físico-química e armazenamento dos dejetos líquidos de suínos....1 3
2.3 Dejeto líquido de suíno como fertilizante orgânico.........................................................................................1 5
2.4 Critérios técnicos para o uso de fertilizantes orgânicos...............................................................................1 6
2.5 Monitoramento ambiental de águas subterrâneas com o uso de DLS como biofertilizante............1 7
3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................................................ 20
3.1 Local.................................................................................................................................................................................2 0
3.2 Histórico da área experimental e características do lisímetro...................................................................2 0
3.3 Caracterização do experimento.............................................................................................................................2 1

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................................................... 23
4.1 Precipitação na área experimental........................................................................................................................2 3
4.2 Percolação de água....................................................................................................................................................2 3
4.3 Potencial hidrogeniônico (pH) no percolado.....................................................................................................2 5
4.4 Teores de Amônio no percolado.............................................................................................................................2 7
4.5 Teores de potássio no percolado...........................................................................................................................2 9
4.6 Teores de sódio no percolado.................................................................................................................................3 2
4.7 Teores de fósforo no percolado..............................................................................................................................3 4
4.8 Teores de amônio no percolado.............................................................................................................................3 7
4.9 Teores de nitrato no percolado .............................................................................................................................3 9

5 CONCLUSÕES............................................................................................................................................ 43
AGRADECIMENTOS................................................................................................................................................... 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................................... 44
1 INTRODUÇÃO
O Brasil é o quarto maior produtor e exportador de carne suína do mundo. Segundo
a ABPA (2017), a produção nacional de carne suína em 2015 foi em torno de 3,643 mi-
lhões de toneladas.
O aumento agrícola no Estado de goiás, proporcionou a viabilidade necessária para o
funcionamento de inúmeras granjas, tanto suinícolas quanto aviárias, devido à proximidade
com a matéria-prima constituinte da ração dos animais, assim como, a fácil distribuição
da carne dentro do país e a proximidade para a exportação, visando o comércio Mercado
Comum do Sul (MERCOSUL).
O alto e rápido crescimento da criação de suínos ocasionou um problema ambiental
causado pela geração de grandes quantidades de dejeto que possuem um elevado e com-
provado potencial poluente. Uma das soluções encontradas para minimizar o problema
com a disposição final desse resíduo é o seu uso como fertilizante orgânico.
Os dejetos de suínos constituem-se por fezes, urina, excesso de água dos bebedouros
e de higienização, restos de ração, pelos, poeira e outros materiais decorrentes do proces-
so criatório. Esse fertilizante contém: matéria orgânica, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio,
sódio, magnésio, manganês, ferro, zinco, cobre e outros elementos incluídos nas dietas dos
animais. Podendo variar em suas concentrações, dependendo principalmente, da formulação
da ração e quantidade de água.
Sendo assim, os dejetos líquidos de suínos (DLS) constituem-se em um excelente adu-
bo orgânico, podendo substituir em parte ou totalmente os fertilizantes minerais. Contudo,
doses excessivas e o uso indiscriminado desse fertilizante podem ocasionar severos danos
ao ambiente, sendo estes por acúmulo de minerais, metais e patógenos ao solo. Os dejetos
de suínos, por mais alto que seja seu potencial fertilizante, devem ser avaliados como resí-
duo poluente e que, sem a disposição correta na natureza, causarão impactos ambientais
significativos aos solos, às águas superficiais e subterrâneas.
Portanto, desde que atendidos os critérios técnicos de recomendação para sua apli-
cação no solo (extração de nutrientes, exigência nutricional da cultura, fertilidade do solo e
análise do dejeto), sua utilização como fonte de nutrientes na agricultura faz-se uma prática
ambientalmente correta.
Pelo exposto, os objetivos do trabalho foram: avaliar a qualidade da água percolada e
a lixiviação de nutrientes em um Latossolo Vermelho distroférrico, argiloso, com aplicação a
longo prazo de dejetos de suínos durante o período chuvoso da safra 2016/2017, em função
das doses de dejetos e da adubação mineral por meio dos teores de N-NO3-, N-NH4+, P, K,

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 11


Na, e valores de pH e condutividade elétrica (CE). E, posteriormente, comparar os teores
desses nutrientes com os limites máximos permitidos, conforme a legislação ambiental
(nacional e internacional).

12 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Geração de dejeto líquido de suínos


O município de Rio Verde-GO possui a maior produção goiana de suínos, com uma
população na ordem de 760 mil cabeças, e o terceiro lugar no ranking nacional, ficando o
apenas das cidades de Toledo-PR e Uberlândia-MG (IBGE, 2015). Contudo, junto com este
elevado número de animais, geram-se também altas quantidades de dejetos.
Dados cedidos pela Brasil Foods – Rio Verde (BRF) – informam que, em 2012, juntos,
o Sistema Produtor de Leitões (SPL) e o Sistema Vertical Terminador (SVT) geraram em
torno de 3,44 milhões de m3/ano desse resíduo. A geração de DLS varia de acordo com
a fase de desenvolvimento do animal, ou seja, o SPL produz, em média, oito vezes mais
dejetos que o SVT, isso devido à maior necessidade de higienização no sistema produtor
de leitões. A quantidade total de dejeto produzido por um suíno em determinada fase do
seu desenvolvimento é uma importante informação para o planejamento das instalações
de coleta, estocagem e definição dos equipamentos a serem utilizados para o transporte
e destinação do mesmo. As quantidades de fezes e urina são afetadas por fatores zootéc-
nicos (tamanho, sexo, raça e atividade), ambientais (temperatura e umidade) e dietéticos
(digestibilidade, conteúdo de fibra e proteína) (DARTORA et al., 1998).

2.2 Caracterização, composição físico-química e armazenamento dos dejetos líquidos de suínos


Segundo Kunz & Palhares (2004), o termo dejeto de suínos é utilizado para designar
um conjunto de elementos que conferem a este, diversas características peculiares. O de-
jeto líquido é formado, basicamente, por fezes, urina, restos de ração e água, podendo ter
outros elementos em menor quantidade como cerdas e restos de parição. Analisando-se
sua constituição básica, observa-se que muitas variáveis podem influenciar nas caracte-
rísticas do dejeto, em destaque estão: a idade e o sexo dos animais; os ingredientes da
ração (granulometria e digestibilidade); o conforto térmico proporcionado aos animais e o
manejo da granja.
Para Konzen (1980), a porção de água utilizada nas granjas é um dos fatores que mais
afetam as características físico-químicas do DLS como: potencial hidrogeniônico (pH), maté-
ria orgânica (MO), matéria seca (MS), densidade, nutrientes e a quantidade total dos dejetos.
Portanto os valores de produção total somente poderão ser avaliados corretamente quando
se considerar também o seu grau de diluição no dejeto. O manejo da água na granja (des-
perdício de água em bebedores e lavagem excessiva das baias), o tipo de instalações para

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 13


o transporte, armazenamento e tratamento dos dejetos (canaletas depreciadas e suscetíveis
a entrada de água de chuva e drenagem inadequada do terreno onde estão localizados
sistemas como esterqueiras e lagoas de tratamento) são condicionantes que alteram em
alto grau as características dos dejetos pela excessiva adição de água a estes. Um plano
de manejo de dejetos deve ser iniciado pelo conhecimento das características do dejeto da
granja (KUNZ & PALHARES, 2004).
Em média, um animal consome 2,4 kg de ração e 5 litros de água por dia, sendo
que apenas 30% do total de alimentos (ração + água) são convertidos em produtividade
(crescimento e ganho de peso), já o restante é eliminado nas fezes e urina (MAMEDE,
1980). As relações entre teores presentes nas rações e teores assimilados foram estudadas
por Kornegay & Harper (1997), os quais observaram que, para os suínos submetidos a rações
comercializadas, os teores assimilados dos nutrientes absorvidos foram na porcentagem 30
a 55% do N, 30-50% do Ca, 20-50% do P, 5-20% do K, 10-25% do Na, 15-30% Mg, 5-30%
do Cu, Fe e Zn, 5-10% do Mn.
Uma parte dos altos valores de nutrientes excretados pode ser creditada aos teores
excessivos, encontrados nas dietas alimentares. Para Bley Júnior (2004), a suinocultura
convive com perdas de 70% do consumo total de ração, pois o fornecimento de rações
está vinculado às exigências dos animais, variando de acordo com a categoria, idade e
tipo de comedouros.
Há uma produção média, por animal, de 8,6 litros de dejetos líquidos de suínos ao dia,
sendo indispensável a avaliação da quantidade de dejetos líquidos de suínos no planeja-
mento de uma criação confinada, uma vez que, além de atribuir à adequação da estrutura
de manejo e estocagem para a utilização dos mesmos, evita o risco de escoamento para os
cursos naturais de água, preservando o meio ambiente (KONZEN, 1983; OLIVEIRA, 1993).
Somente é possível determinar o destino mais apropriado dos dejetos líquidos prove-
nientes da criação de suínos, mediante o conhecimento dos teores dos elementos consti-
tuintes destes. Deve-se notar que os dejetos líquidos de suínos podem apresentar grandes
variações nos teores de seus elementos componentes, dependendo da diluição à qual forem
submetidos e da modalidade como são manuseados e armazenados (KONZEN, 1983).
De acordo com Miyazawa & Barbosa (2015), nos materiais que dão origem ao DLS
(fezes, ração e urina), o nitrogênio está presente na forma de proteínas, aminoácidos e ureia.
Durante o tempo em que o dejeto fica na esterqueira para estabilização, ocorre oxidação
anaeróbica com o N orgânico, que se transforma em amônio (NH4+), por isso a concentração
no DLS aumenta com o tempo de estabilização, mas uma fração desse NH4+ é volatiliza-
da para a atmosfera na forma de amônia (NH3), o que ocorre mais intensamente em dias

14 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


quentes e secos. A forma de nitrato (NO3-) na esterqueira é baixa e é encontrada apenas nos
primeiros cinco centímetros de profundidade, onde há difusão de O2 da atmosfera, variando
o teor de 2% a 5% do nitrogênio total. Ainda segundo estes autores, a maior fração de P do
material de origem do DLS está na forma orgânica, mas com a decomposição microbiológica
na esterqueira, uma fração transforma-se em forma inorgânica (HPO42-). A decomposição
microbiológica do P orgânico não sofre oxidação-redução e nem perda por volatilização
como o nitrogênio do DLS. O teor do P do DLS pode aumentar com o tempo de estabi-
lização na esterqueira, devido à perda de massa da matéria orgânica oxidada como CO2,
desprendendo-se para a atmosfera.
O potássio, diferentemente do N e do P, não se apresenta em formas orgânicas no
dejeto de suínos. Esse elemento é encontrado somente na forma iônica (K+) e, por isso, o
tempo de estabilização do DLS na esterqueira não altera sua forma e não gera perda por
volatilização. No caso do K, o aumento do tempo de estabilização do DLS pode aumentar
seu teor pela mesma razão do P, ou seja, devido à perda de massa da matéria orgânica
oxidada (MIYAZAWA & BARBOSA, 2015).

2.3 Dejeto líquido de suíno como fertilizante orgânico


De acordo com Miyazawa & Barbosa (2015) o DLS contém vários nutrientes e matéria
orgânica indispensáveis para o desenvolvimento normal de plantas (macro e micronu-
trientes), o que o qualifica para uso agrícola, provendo ao produtor rural grandes vanta-
gens, como a redução na aplicação de fertilizantes minerais e, consequentemente, menores
custos na produção.
A matéria orgânica do solo (MOS) participa em diversos processos biológicos, quí-
micos e físicos do solo, necessários para o potencial produtivo do solo. Portanto, a dimi-
nuição na MOS prejudica alguns desses processos e diminui a produtividade das culturas
(FERREIRA et al., 2012). O dejeto líquido de suíno aplicado ao solo nem sempre aumenta a
MOS (SCHERER et al., 2010); contudo, Karhu et al. (2012) e Mafra et al. (2014) verificaram
aumento da produção de biomassa em sistemas de plantio direto, nos quais os resíduos
orgânicos foram empregados na fertilização do solo que podem promover o incremento
da MOS em médio e longo prazo. O acréscimo da MOS pela aplicação de DLS ocorre pois
este aumenta a biomassa microbiana e sua atividade na ciclagem de nutrientes e outros
processos, assim como a disponibiliza carbono e nutrientes na camada superficial do solo
(LOURENZI et al., 2013; SCHERER et al., 2010).
Sartor et al. (2012) avaliando o potencial do resíduo de suíno como fertilizante de milho,
feijão comum, trigo e soja com doses crescentes deste resíduo (0; 15; 30; 45 e 60 m3 ha-1) em

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 15


comparação com fertilizante mineral adubado, de acordo com o recomendado para cada
cultura, concluíram que a aplicação do resíduo suíno ao milho, feijão, soja e trigo aumenta
o rendimento de grãos e pode substituir a utilização de fertilizantes minerais mediante a
aplicação de taxas de 45 a 60 m3 ha-1 do resíduo de suíno.
Moraes et al. (2014), avaliando doses de 25, 50, 75 e 100 m3 ha-1 de DLS, além de dois
tratamentos controles, sem adubação (zero) e com adubação mineral de nitrogênio (N),
fósforo (P) e potássio (K), observaram que não ocorreu perdas de produtividade para o milho
em relação à adubação mineral, para as doses de 50, 75 e 100 m³ ha-1, e concluíram que a
adubação com DLS contribui, de forma positiva, para o rendimento de grãos.
Para Corrêa et al. (2011), o uso de biofertilizante confere grande potencial de produção
agrícola, podendo ser utilizado na adubação de culturas produtoras de grãos, fruticultura,
pastagem, reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. Entretanto, caso o seu uso
ocorra sem os critérios técnicos adequados, poderá provocar redução na produtividade e
impactos negativos ao ambiente, especialmente pela possibilidade do comprometimento
da qualidade do solo, das águas e do ar. Contudo, para se ter bons resultados agronômi-
cos e ambientais, é necessário que um conjunto das práticas agrícolas/critérios técnicos
seja respeitado, não considerando apenas o volume de biofertilizante aplicado e sim, as
características do resíduo orgânico, bem como: a análise, manejo e conservação do solo, a
necessidade nutricional e a produtividade esperada para cada espécie vegetal.

2.4 Critérios técnicos para o uso de fertilizantes orgânicos


Corrêa et al. (2011) estabeleceram critérios técnicos para a obtenção de bons resul-
tados agronômicos e ambientais sendo indispensável que o conjunto das práticas agríco-
las seja adotado, não considerando apenas o volume de biofertilizante aplicado e sim, as
características do resíduo orgânico, bem como a análise, manejo e conservação do solo, a
necessidade nutricional de cada cultura e a produtividade esperada.
Assim, para a utilização dos biofertilizantes de suínos em sistemas de produção agrícola
e florestal, deverão ser observados alguns critérios técnicos para sua aplicação:

• A análise de solo é a principal etapa do programa de avaliação da fertilidade


do solo, utilizada para diagnosticar a necessidade de corretivos de acidez e de
fertilizantes, a qual é interpretada em razão dos teores de P, K, Ca e Mg do solo,
bem como dos níveis de pH, CTC e V%, e, com menor ênfase, mas não menos
importante, os micronutrientes.
• A necessidade de conhecer a composição química do biofertilizante de suínos é

16 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


de extrema importância. Só assim é possível disponibilizar a quantidade exata do
nutriente que foi estabelecido como referência pela análise do solo e que a planta
necessita para alcançar o nível de produtividade.
• A concentração de nutrientes e de matéria seca dos dejetos pode ser determinada
através da sua caracterização em laboratório que apresente registros a alguma
rede de ensaios laboratoriais.
• Cada espécie vegetal, ou até mesmo entre cultivares ou variedades, existe diferença
quanto às exigências nutricionais, as quais são influenciadas pelas mudanças que
ocorrem no solo, clima, cuidados culturais e outros.

Portanto, para se fazer a recomendação de adubação com biofertilizantes de suínos, é


necessário que se conheça a necessidade nutricional da cultura em que se deseja trabalhar,
para que se possa fornecer a quantidade exata do nutriente preconizado pela análise do
solo, com base na composição química do resíduo orgânico.

• Em condições em que não houver a necessidade da adubação de correção do solo,


poderá se optar pela adubação de manutenção que, de acordo com os critérios
para a escolha do nutriente com maior risco no agroecossistema, o engenheiro
agrônomo ou florestal deverá atender a fórmula:

Quantidade de nutriente = (quantidade exigida pela cultura – quantidade presente


no solo) × quantidade disponibilizada pelo biofertilizante.

2.5 Monitoramento ambiental de águas subterrâneas com o uso de DLS como biofertilizante
Segundo Tuinhof et al. (2004), as alterações na quantidade e qualidade das águas sub-
terrâneas ocorrem lentamente, sendo identificadas apenas por meio de um monitoramento
bem elaborado e de longo tempo. O monitoramento fornece informações para o controle
de impactos causados pela extração de água e pela carga de poluentes no aquífero.
Para se ter uma efetiva avaliação da qualidade da água subterrânea, é necessário
conhecer os aspectos ambientais da disposição dos dejetos e monitorar a qualidade da
água através de sistema de monitoramento integrado da dinâmica de água e solutos no
solo (SISDINA), possibilitando tanto a quantificação simultânea da água infiltrada e, no
interior do solo, a percolação, monitorando a qualidade dessa água (ALVARENGA et al.,
2002 apud RIBEIRO, 2014).
Palhares (2009) afirma que não é difícil produzir intensivamente suínos de forma am-
bientalmente correta. O autor atesta também que essa informação se baseia nos instrumentos

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 17


que os outros países utilizaram, que tornam esse sistema ambientalmente correto, complexo
e difícil de ser atingido, devido aos interesses diferentes e difusos. Os interesses sempre
existirão, afinal o ambientalmente correto envolve seres humanos e interesses públicos e
privados. Esse mesmo autor afirma que, portanto, a estratégia não deve ser de fazer com que
todos tenham os mesmos interesses, mas sim, que os vários interesses sejam considerados
na estratégia. A partir desse ponto, pode-se dizer que a produção tenderá a uma situação
ambiental mais equilibrada. Entre os vários instrumentos utilizados por países tradicionais
na produção de suínos como Holanda, Dinamarca, França, Alemanha, Canadá e Estados
Unidos da América existe uma legislação ambiental e suas regulações e diretrizes.
Ao que se referem as diretrizes ambientais para contaminantes na água subterrânea
no Brasil, pode-se citar a resolução Conama 396, publicada em 8 abril de 2008, que dispõe
sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâ-
neas e dá outras providências. Essa normativa propõe valores para que a proteção das
águas subterrâneas possa ser realizada de acordo com os usos preponderantes (BRASIL,
2008). Os valores máximos permitidos (VMP) orientadores para o consumo humano de al-
guns contaminantes, que estão na normativa, encontram-se na Tabela 1. Como alguns dos
parâmetros estudados não se encontram na normativa Conama 396, utilizou-se de outras
fontes para estipular seus valores máximos.
Comparando-se a legislação europeia e a norte-americana com a brasileira conclui-
-se que a brasileira ainda é muito simples. Porém, não se defende a simples cópia das leis
internacionais, isso seria desastroso. Defende-se a consideração dos conceitos presentes
nessas leis que já foram validados e se provaram viáveis economicamente e aceitos social-
mente (PALHARES, 2009).

TABELA 1 - Parâmetros de valores máximos permitidos (VMP) para contaminantes na água subterrânea
para consumo humano.
Contaminante VMP
mg L-1
N-Amônio 1,5
N-Nitrato 10
Fósforo 1,0
Potássio 10
Sódio 200
Condutividade Elétrica µS cm-1 10 a 100
pH 6,0 a 9,0

Fonte: BRASIL (2008); Alves (2007); (BRASIL, 2005).

A Food and Agriculture Organization (2014) ressalta que num contexto de intensifi-
cação da produção de suínos e o consequente aumento da densidade animal, é essencial

18 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


considerar os efeitos ambientais. Existe reconhecimento internacional generalizado da im-
portância das questões globais, tais como as emissões de gases de efeito estufa e a conta-
minação do solo e da água. O nível de utilização do dejeto de suíno determina a quantidade
de nutrientes liberados para o ambiente. Enquanto esses nutrientes podem contribuir, de
forma significativa, para melhorar a fertilidade do solo, se utilizado adequadamente, o ex-
cesso de nutrientes e outras substâncias podem envolver a degradação da água. Sistemas
de produção de suínos podem liberar quantidades excessivas de nitrogênio e de fósforo
no ambiente e doses elevadas de cobre e zinco fornecidos a porcos para acelerar o cres-
cimento, porém podem, ao longo do tempo, acumular-se no solo. Dessa forma é preciso
prestar atenção ao impacto ambiental positivo da suinocultura sustentável, especialmente
quando este faz parte dos sistemas integrado de lavoura – pecuária.
Prior et al. (2009) avaliaram o acúmulo e percolação de P no solo devido à aplicação
de água residuária de suinocultura na cultura do milho em Latossolo Vermelho distroférri-
co. A aplicação de águas residuárias aumentou os níveis de P no solo, contudo em pequenas
quantidades. Esse fato provavelmente ocorreu devido à presença de matéria orgânica que
ajuda a manter este nutriente disponível, na forma trocável.
Berto & Miranda (2007) avaliaram a sustentabilidade das Unidades de Produção que
desenvolvem a atividade suinícola, com base no balanço de nutrientes, analisando o fluxo de
nutrientes (N e P) de 3.821 propriedades suinícolas localizadas em 19 municípios da região
Meio-Oeste catarinense. Por meio de balanço das propriedades suinícolas pesquisadas,
constatou-se que as mesmas geram, através dos dejetos, excedentes de nutrientes que
superam a capacidade de exportação dos seus sistemas agrícolas. Apenas 8,9% do N e
7,7% P são exportados via culturas agrícolas. Como a forma de utilização predominante é
o uso dos dejetos como fertilizantes, o autor concluiu que, do ponto de vista dos nutrien-
tes N e P, há um grave desequilíbrio na região analisada, indicando a insustentabilidade
ambiental dos sistemas da região, devido ao impacto destes no ambiente, principalmente
nos recursos hídricos.
De acordo com análises já feitas, na mesma área do presente estudo, Ribeiro (2014),
verificou que as concentrações dos elementos Ca, K, Mg, Cu, Mn e Zn no percolado, estão
abaixo dos valores máximos estabelecidos pelas diretrizes ambientais, apresentando baixo
potencial poluidor do solo e águas subterrâneas.
Porém, Santos (2007), também na mesma área, analisando teores de nitrogênio no
percolado, observou que os teores de N-NH4+ estavam superiores aos limites determinados
pela OMS para águas subterrâneas, que é de 1,5 mg L-1, contudo os teores de N-NO3- ava-
liados foram abaixo do teor de contaminação, correspondente a 10 mg L-1.

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 19


3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local
O trabalho foi conduzido na área experimental da Universidade de Rio Verde (UniRV),
localizada na Fazenda Fontes do Saber, município de Rio Verde-GO. Segundo a classificação
de Köppen (2014), a área de estudo possui dois períodos distintos: o primeiro, chuvoso e
quente, entre outubro e abril; e o segundo, seco e frio, entre março e setembro, incluindo um
período de déficit hídrico em julho e agosto. O solo do local é um Latossolo Vermelho distro-
férrico de textura argilosa e a área possui relevo com 4% de declividade (suave ondulado).

3.2 Histórico da área experimental e características do lisímetro


A área experimental é destinada ao projeto intitulado “Monitoramento do impacto
ambiental, causado pela utilização de dejetos líquidos de suínos na agricultura”, realizado em
parceria com a Universidade de Rio Verde (UniRV), Embrapa e BRF, desde a safra 1999/2000.
No ano de 1999, foi desenvolvido e instalado o sistema de monitoramento integrado
da dinâmica de água e solutos no solo (SISDINA), constituído de nove lisímetros, que con-
sistem em uma estrutura metálica que simula um solo controlado, possibilitando tanto a
quantificação simultânea da água infiltrada e no interior do solo, a percolação, monitorando
a qualidade dessa água (ALVARENGA et al., 2011).
O SISDINA é composto de uma área de coleta de água de chuva ou de irrigação,
que são delimitadas por chapas de ferro galvanizadas. Esses lisímetros (Figura 1) possuem
dimensões de 1,80 m de profundidade por 3,60 m de comprimento e 2,00 m de largura,
sendo todo revestido por uma manta de PVC de 800 micras de espessura. Os lisímetros
possuem a parte inferior em formato de moega, para facilitar o processo de drenagem e
percolação da água. A manta de PVC atua como material elástico (não trinca), por não sofrer
corrosão e por ser inerte à solução do solo. A recomposição do solo, dentro do lisímetro,
obedeceu à mesma sequência em função dos horizontes do solo, procurando manter a
densidade original.

20 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


FIGURA 1 - Esquema representativo da infiltração e coleta de água nos lisímetros.

Na base inferior do lisímetro, foi instalado um cano PVC de 25 mm de diâmetro que o


conecta ao fosso de coleta das amostras de água, onde estão instalados tambores coletores
com capacidade máxima de 60 litros, que armazenam a água percolada até que se faça:
a coleta para o estudo das perdas dos nutrientes, a partir da fertilização de culturas com
dejetos líquidos de suínos e adubo mineral.

3.3 Caracterização do experimento


O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso (DBC), sendo os ensaios
constituídos de três tratamentos com três repetições, cada lisímetro foi considerado uma
parcela experimental. Cada lisímetro foi alocado em área experimental de 18x18m (largura e
comprimento). Os tratamentos aplicados foram: 1) 25 m3 ha-1 de dejetos líquidos de suínos;
2) 100 m3 ha-1 de dejetos líquidos de suínos e 3) adubação com fertilizante mineral na dose
de 380 kg ha-1 da formulação 04-20-18.
A cada ano agrícola, o solo foi cultivado, alternando-se as culturas de soja e milho,
sendo que, na safra 2015/2016, cultivou-se milho e, na safra 2016/2017, foi cultivado soja,
sendo o 17º ano de aplicações sucessivas de DLS em sistema de plantio direto.
Os tratamentos com DLS foram aplicados na superfície do solo por aspersão dia
15/10/2016, antes do plantio da soja dia 23/10/2016. Os DLS foram provenientes de uma
granja de Sistema Vertical Terminador (SVT), com sistema de lagoa de estabilização anaeró-
bia com capacidade de 120 m3. O adubo mineral foi aplicado a lanço antes da semeadura.
Os dejetos líquidos de suínos (DLS) foram amostrados por ocasião da aplicação no
solo, analisados quimicamente e calculadas as quantidades de N, P, K a serem fornecidas
ao solo em função dos tratamentos (Tabela 2).

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 21


TABELA 2 - Composição química do dejeto líquido de suíno (DLS) aplicado na área experimental na safra
2016/2017. Rio Verde – GO, 2017.
pH Densidade N P K Ca Mg Cu Fe Mn Zn S(SO4)
(CaCl2) (Total)
g/cm3 % -----------------------------------------mg/L-----------------------------------------
8,01 1001 0,04 48,9 28,1 350,9 30,6 1,1 16,9 0,6 27,8 1104,8
M.S (matéria seca) = 0,24% e M.O (matéria orgânica) = 0,29%.

As medições de água percolada foram realizadas diariamente nos tambores de


60 L para evitar que o mesmo transbordasse. Após a medição da água percolada, coletava-se
uma amostra de 60 mL de água em frasco de cor âmbar para análise. Depois de realizada
a coleta, descartava-se o restante de água percolada do tambor e o colocava novamente
no devido lugar para armazenar o percolado para a próxima coleta.
Nos Laboratórios Multiusuário I da UniRV, foram analisados os seguintes parâmetros
na água percolada: pH, CE, Na+, K+, NO3-, NH4+, H2PO4-, seguindo a metodologia Silva (1999).

22 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Precipitação na área experimental


A precipitação total ocorrida durante o período chuvoso, de outubro de 2016 a abril
de 2017, foi de 1158,5 mm (Figura 2).

FIGURA 2 - Precipitação pluvial diária (mm) no período chuvoso de 1° de outubro de 2016 a 15 de abril de
2017. UniRV. Rio Verde/GO.

Os meses com maiores intensidades de chuvas foram: novembro, dezembro, janeiro


e fevereiro, marcando valores acima de 40 mm. As maiores precipitações ocorreram aos
11, 54, 86 e 119 dias após aplicação do dejeto líquido de suíno com 45,2, 50,5, 48,8 e 49 mm,
respectivamente.

4.2 Percolação de água


Após a aplicação do DLS (15/10/2016), ocorreu um aumento intenso na quantidade
de chuvas. Apesar desses valores terem sido altos (228,5 mm), não ocorreu percolação
das mesmas até o dia 02 de dezembro de 2016, dia em que foram coletados os primeiros
lixiviados. Essa condição pode ser explicada pela baixa umidade do solo em decorrência
da ausência de chuvas, durante o período de inverno (maio- setembro) que, nas primeiras
chuvas se encontrava seco, com grande capacidade de reter água. Assim, as águas iniciais
das chuvas ficaram retidas na camada sub e superficial do solo.
O padrão de percolação da água no perfil do solo foi semelhante em todos os trata-
mentos (orgânico e mineral), pois acompanhou os índices de precipitação (Figuras 3 e 3.1).

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 23


FIGURA 3 - Quantidade total de água percolada nos lisímetros no período chuvoso de 2016/2017, em função
das adubações com 25 m3 ha-1 de DLS e 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral. UniRV. Rio Verde/GO.

FIGURA 3.1 - Percolação diária nos lisímetros em função das adubações com 25 m3 ha-1 DLS, 100 m3 ha-1 de
DLS e adubação mineral, no período chuvoso de 2016/2017, UniRV. Rio Verde/GO.

24 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


A quantidade média de água perdida por percolação no perfil do solo a uma profun-
didade de 1,8 m (lisímetro) foi 385,16 L m-2, correspondente a 33,4% do total precipitado na
mesma época a (1158,5 mm).
De acordo com a análise da variância, o volume total de água percolada em função
das adubações não diferiu, sendo de 362,74 mm, 414,3 mm e 385,16 mm, respectivamente
para com as adubações de 25 m3 ha-1 de dejetos líquidos de suínos, 100 m3 ha-1 de dejetos
líquidos de suínos e adubação com fertilizante mineral (Figura 3). Esses resultados corrobo-
ram com os obtidos por Santos (2007) e Ribeiro (2014). O volume total de água percolada
foi influenciado pelas precipitações. Isso, de fato, ocorreu devido ao tempo de percolação
da água e não às doses de dejetos aplicadas (OWENS et al., 2000).

4.3 Potencial hidrogeniônico (pH) no percolado


O valor médio de pH obtido na água percolada nos lisímetros durante o período chu-
voso de 2016/2017 foi 6,82 (Figura 4). Esse valor está dentro do limite permitido para águas
doces de Classe I que ficam entre 6,0 e 9,0, determinados pela Resolução Conama publicada
em 17 março de 2005, que estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes,
e dá outras providências. Também estão dentro dos valores internacionais norte-americano
estipulados pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) que são de 6,5 à 8,5.
Os valores de pH não diferiram significativamente entre os tratamentos (Figuras 4 e 5).

FIGURA 4 - Valores médios de pH na água percolada nos lisímetros no período chuvoso de 2016/2017, em
função das adubações com 25 m3 ha-1 de DLS e 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral. UniRV. Rio Verde/GO.

Esses resultados concordam com avaliações de outros trabalhos, que também não
observaram efeito desse tipo de resíduo animal no pH do solo (CERETTA et al., 2003;

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 25


SCHERER et al., 2010; CASSOL et al., 2011). Essa falta de efeito deve-se à provável ausência
de compostos de reação alcalinizante, como carbonatos ou ânions orgânicos, em quantidade
suficiente para provocar impacto significativo na acidez do solo, principalmente quando o
poder-tampão é alto, como o solo deste estudo. Por outro lado, o DLS geralmente apresen-
ta alto teor de N amoniacal (OLIVEIRA, 1993; CASSOL et al., 1994; SCHERER et al., 1995;
SOUZA et al., 2009) que, em solos drenados, é oxidado a nitrato pelo processo microbiano
da nitrificação que tem efeito acidificante do meio (CHUNG & ZASOSKI, 1993; NORTON,
2000). Esse efeito atua em sentido contrário às reações de efeito alcalinizante citadas e tam-
bém pode ter contribuído para a ausência de efeito do DLS na correção da acidez do solo.
Queiroz et al. (2004), após aplicar água residuária de suínos por escoamento superficial
em rampas cultivadas com gramíneas, verificaram decréscimo no pH do solo. Por outro lado,
Silva et al. (2012), utilizando água residuária de bovino (ARB), observaram que o aumento da
dose aumentou também o pH da solução do solo com aplicações para a cultura da figueira.

FIGURA 5 - Valores diários de pH na água percolada nos lisímetros em função das adubações com 25 m3
ha-1 DLS, 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral, no período chuvoso de 2016/2017, UniRV. Rio Verde/GO.

26 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


4.4 Teores de Amônio no percolado
Os teores médios de CE (µS cm-1) obtidos da água percolada no período chuvoso de
2016/2017, nos lisímetros foram de 59,60 µS cm-1 com a aplicação de 25 m3 ha-1 de DLS,
66,30 µS cm-1 com a aplicação de 100 m3 ha-1 de DLS e 57,61 µS cm-1 com a adubação mi-
neral (Figuras 6 e 7). Esses teores médios encontrados não excederam os limites estipulados
pelas legislações tanto nacional quanto internacional que são de 10 a 100 µS cm-1 e 0 a 800
µS cm-1 respectivamente (BRASIL, 2014).

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 27


FIGURA 6 - Valores médios de CE na água percolada nos lisímetros no período chuvoso de 2016/2017, em
função das adubações com 25 m3 ha-1 de DLS e 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral. UniRV. Rio Verde/GO.

As águas naturais apresentam teores de condutividade na faixa de 10 a 100 µS cm-1,


em ambientes poluídos por esgotos domésticos ou industriais. Os valores podem chegar a
1.000 µS cm-1 (BRASIL, 2006).
Brito et al. (2007), avaliando a qualidade do lixiviado de solos submetidos à aplicação
de vinhaça, observaram que os índices de condutividade elétrica (CE) no lixiviado aumen-
taram com o aumento da aplicação, porém, não representou risco de contaminação ao
lençol freático.
Medeiros et al. (2011) realizaram a fertirrigação da cultura do algodoeiro com água
residuária da suinocultura e verificaram o decréscimo da condutividade elétrica do extrato
de saturação no perfil do solo em todos os tratamentos aplicados.

FIGURA 7 - Valores diários de CE na água percolada nos lisímetros em função das adubações com 25 m3
ha-1 DLS, 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral, no período chuvoso de 2016/2017, UniRV. Rio Verde/GO.

28 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


Elevados teores de condutividade elétrica nas águas percoladas podem estar asso-
ciados ao carreamento de íons de alta mobilidade, como Na, K e outros, presentes princi-
palmente nas águas residuárias (MAGGI et al., 2011). A condutividade elétrica é dependente
do conteúdo de sais totais dissolvidos e do tipo de íon presente. Os íons Cl- são os que
apresentam maior aumento da CE por 1g de sal. Cada 1 g de MgCl2 aumenta a CE em 2,4
dS m-1, já o CaCl2 incrementa a CE em 2,1 dS m-1 e o NaCl em 2,0 dS m-1. Quanto aos sul-
fatos, estes apresentam um menor incremento na CE, como exemplo, cada 1 g de NaSO4
aumenta a CE em 1,6 dS m-1 (CAMACHO, 2003).

4.5 Teores de potássio no percolado


Os teores do potássio (K) foram baixos nos três tratamentos (Figuras 8 e 9). Nas águas
subterrâneas seu teor médio é inferior a 10 mg L-1, sendo mais frequente valores entre 1 e 5
mg L-1 (PEDROSA & CAETANO, 2002).
A resolução Conama 396/2008 não regulamenta teores limites de K nas águas sub-
terrâneas em áreas que receberam resíduos orgânicos, devido a não ser constatado gran-
des problemas com a ingestão deste nutriente pelos humanos, pois é exigido em grandes

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 29


quantidades, diferente do observado pelas formas de N e P. O mesmo acontece com as
legislações internacionais.

FIGURA 8 - Teores médios de potássio na água percolada nos lisímetros no período chuvoso de 2016/2017,
em função das adubações com 25 m3 ha-1 de DLS e 100 m3 ha-1 de DLS e adubação. UniRV. Rio Verde/GO.

3,5
3,14
3
2,58
2,5 2,36
Teor de K (mg L-1 )

1,5

0,5

0
25 m³ ha-¹ DLS 100 m³ ha-¹ DLS mineral

FIGURA 9 - Teores diários de potássio na água percolada nos lisímetros em função das adubações com 25
m3 ha-1 DLS, 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral, no período chuvoso de 2016/2017, UniRV. Rio Verde/GO.

30 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


De acordo com Ernani et al. (2003) a solução que se movimenta verticalmente no
solo é uma mistura entre a solução de solo e a água adicionada, a quantidade de K lixiviada
é proporcional à concentração inicial do nutriente na solução no solo. Contudo, nota-se
neste estudo, que alguns nutrientes como, por exemplo, o K, apresentaram maiores con-
centrações no percolado, com o tratamento de 25 m³ ha-1 de DLS, isso pode ser devido à
aplicação de 25 m³ ha- de dejetos líquidos de suínos ser considerada uma subadubação e,
consequentemente, contribuiu para um menor desenvolvimento do sistema radicular, menor
crescimento da parte aérea, acarretando em menor exportação de nutriente para o grão e
menor absorção dos nutrientes do solo pela cultura, gerando maiores perdas dos elementos.
Dados semelhantes foram encontrados por Menezes et al. (2010), utilizando a aplicação
de DLS no desenvolvimento da soja, verificaram que as maiores perdas de K por lixiviação
ocorreram na aplicação de 25 m³ ha- de DLS (perfazendo o total de, aproximadamente, 31,470
kg ha-1) e não devido à quantidade de nutriente adicionada, pois com a aplicação de 100 m³
ha-1 lixiviou-se 22,780 kg ha-1, demostrando que a quantidade de nutriente exportado pela

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 31


cultura na aplicação de 25 m³ ha-1 de DLS foi, provavelmente, menor e, consequentemente,
os teores de K na água percolada foram superiores.
As perdas de K continuaram mesmo nos períodos com ausência de precipitações,
acompanhando o índice de percolação. Pode-se compreender que de fato o solo armazenou
a água proveniente das precipitações ocorridas anteriormente e mantiveram-se as perdas
por lixiviação, posteriormente.
Em solos argilosos, a intensidade de lixiviação de K não é constante, devido à capacida-
de de reter maiores quantidades de K (FONTES et al., 2001). Entretanto, com a saturação da
capacidade de reter o K, pode ocorrer a lixiviação mesmo em condições de alto teor de argila.
O K não faz parte estrutural da matéria orgânica, mas pode estar ligado às cargas
negativas criadas pela mesma (CERETTA et al. 2003). Portanto, no dejeto, encontra-se
totalmente dissolvido na forma mineral solúvel, sendo todo ele disponibilizado à cultura
imediatamente após a aplicação do DLS, todavia, se o lançamento do dejeto ao solo for
muito antes da semeadura da soja e ocorrer frequentes precipitações na área, poderá ha-
ver grandes perdas de K por percolação, pois assim como está, prontamente disponível, a
planta está também altamente susceptível a lixiviação.

4.6 Teores de sódio no percolado


Observou-se que não houve diferença significativa entre os teores médios de Na para
os tratamentos com 25 m³ ha-1 de DLS, com teor médio de 1,32 mg L-1, para o tratamento de
100 m³ ha-1 de DLS, com teor médio de 1,26 mg L-1 e para o adubo mineral, com teor médio
de 1,08 mg L-1 (Figuras 10 e 11). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o valor
máximo recomendável de sódio na água potável é 200 mg L-1. Dessa forma, presume-se
que os teores de Na estão baixos na água percolada e não apresentaram nenhum risco
de contaminação.

32 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


FIGURA 10 - Teores médios de sódio na água percolada nos lisímetros no período chuvoso de 2016/2017, em
função das adubações com 25 m3 ha-1 de DLS e 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral. UniRV. Rio Verde/GO.

1,50
1,32
1,26
Teor de Na (mg L-1 ) 1,20 1,08

0,90

0,60

0,30

0,00
25 m³ ha-¹ DLS 100 m³ ha-¹ DLS mineral

FIGURA 11 - Teores diários de sódio na água percolada nos lisímetros em função das adubações com 25 m3
ha-1 DLS, 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral, no período chuvoso de 2016/2017, UniRV. Rio Verde/GO.

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 33


Embora um dos importantes efeitos negativos causados pelo uso agrícola de dejetos
líquidos ou água residuária, seja o aumento da salinidade do solo por sódio, os resultados
encontrados neste estudo, demonstram que, após 16 anos de aplicação sucessiva de DLS,
não resultaram em excesso de sódio lixiviado, o que indica também que o solo não tem
índices de salinidade.
No entanto, as ações de monitoramento, prevenção e recuperação devem estar juntas
para minimizar os efeitos deletérios do excesso de sais no solo, evitando, desta forma, a
perda de solos agricultáveis.

4.7 Teores de fósforo no percolado


Na água percolada, os teores de fosfato foram inferiores de 1 mg L-1, correspondentes
a de 0,87 mg L-1, 0,84 mg L-1 e 0,83 mg L-1 de fosfato com as doses de 25 m³ ha-1 de DLS,
100 m³ ha-1 de DLS e mineral, respectivamente (Figuras 12 e 13). Porém, esses valores estão
acima das concentrações de P para água para consumo humano (< 0,05 mg L-1).

34 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


Não há legislação que discorra sobre o valor máximo permitido (VMP) de fósforo em
águas subterrâneas. Contudo a legislação nº 357 do CONAMA, 2005 estabelece que o nível
crítico de fósforo total em águas superficiais é de 0,020 – 0,025; 0,030 – 0,050 e 0,050 – 0,075
mg L-1 nas Classes de H2O respectivamente. Em águas naturais o teor de fósforo não deve
ultrapassar normalmente 1 mg L-1 de P2O5 (ALVES, 2007).
Em outros países e na maioria do meio científico, utiliza-se o valor crítico de 0,020 mg
L-1 (CORRELL, 1998; HECKRATH et al. 1995; HAYGARTH & SHARPLEY, 2000).

FIGURA 12 - Teores médios de fósforo na água percolada nos lisímetros no período chuvoso de 2016/2017, em
função das adubações com 25 m3 ha-1 de DLS e 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral. UniRV. Rio Verde/GO.

1,00
0,87 0,84 0,83
0,80
Teor de P (mg L-1 )

0,60

0,40

0,20

0,00
25 m³ ha-¹ DLS 100 m³ ha-¹ DLS mineral

FIGURA 13 - Teores diários de fósforo na água percolada nos em função das adubações com 25 m3 ha-1 DLS,
100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral, no período chuvoso de 2016/2017, UniRV. Rio Verde/GO.

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 35


Sacomoni (2015) não encontrou perdas de P por lixiviação na solução do solo nas
profundidades avaliadas de 0,4 m e 0,8 m, com doses de até 200 m³ ha-1 ano-1 de dejeto
suíno, aplicadas superficialmente durante treze anos, num Latossolo Vermelho distroférrico
cultivado com sucessão milho/aveia.
O tipo de solo também é um importante fator que controla a movimentação vertical
do fósforo no perfil do solo, pois dependendo deste, pode haver maior interação entre o
solo e solução que percola no perfil, aumentando assim a possibilidade de adsorção do
fósforo. A percolação de fósforo em solos com textura argilosa e com altas concentrações
de alumínio é reduzida, de acordo com Sims et al. (1998). Segundo os autores, solos com
altos teores de óxidos de ferro e alumínio também favorecem a adsorção de fósforo, e com
isso, diminuem as transferências por percolação.
Berwanger et al. (2008), avaliando as alterações ocorridas no teor de P disponível
devido a aplicação de dejeto líquido de suínos, concluíram que a concentração de equilíbrio
de P, a quantidade de P dessorvida com água e a constante que pode dar informação sobre
a afinidade do fosfato para a superfície do solo foram alteradas pela aplicação de dejetos

36 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


líquidos de suínos, indicando um favorecimento à dessorção de P, caso os solos sejam
erodidos para mananciais de águas superficiais.
No presente trabalho, não houve diferença significativa para os teores de fósforo entre
os tratamentos, resultados diferentes foram encontrados por Doblinski et al. (2010), Maggi
et al. (2011) que, aplicando água residuária de suinocultura no solo, verificaram que as perdas
de fósforo total, no solo e no percolado, foram incrementadas à medida que houve aumento
das doses de ARS aplicadas, sendo superior para a maior dose de dejeto aplicada.

4.8 Teores de amônio no percolado


Os teores de amônio, em função das adubações, não diferiram significativamente de
acordo com a análise da variância.
Os teores médios de amônio (NH4+), na água percolada, foram de 0,99 mg L-1, 1,03
mg L-1 e 0,94 mg L-1 para 25 m3 ha-1, 100 m3 ha-1 de DLS e adubo mineral, respectivamente
(Figuras 14 e 15).

FIGURA 14 - Teores médios de amônio na água percolada nos lisímetros no período chuvoso de 2016/2017, em
função das adubações com 25 m3 ha-1 de DLS e 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral. UniRV. Rio Verde/GO.

3
Teor de amônio (mg L-1 )

0,99 1,03 0,94


1

0
25 m³ ha-¹ DLS 100 m³ ha-¹ DLS mineral

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 37


FIGURA 15 - Teores diários de amônio na água percolada nos lisímetros em função das adubações com 25 m3
ha-1 DLS, 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral, no período chuvoso de 2016/2017, UniRV. Rio Verde/GO.

25 m3 ha-1 de DLS
3
Amônio (mg L-1 )

0
2 8 14 20 26 1 7 13 19 25 31 6 12 18 24 2 8 14 20 26 1 7 13 19 25 1 7
Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Período chuvoso 2016/2017

100 m3 ha-1 de DLS


3
Amônio (mg L-1 )

0
2 8 14 20 26 1 7 13 19 25 31 6 12 18 24 2 8 14 20 26 1 7 13 19 25 1 7
Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Período chuvoso 2016/2017

Adubação mineral
3
Amônio (mg L-1 )

0
2 8 14 20 26 1 7 13 19 25 31 6 12 18 24 2 8 14 20 26 1 7 13 19 25 1 7
Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Período chuvoso 2016/2017

38 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


Segundo Gonçalves et al. (2006), no Brasil, o valor máximo permitido para NH4+ é de
1,5 mg L-1 para água potável. Observando os teores diários de amônio na água percolada
verificou-se que, em todos os tratamentos, houve picos que ultrapassaram este valor, mas
na média, permaneceram abaixo do máximo estipulado.
Sacomori (2015) e Cassol et al. (2011) observaram que as maiores doses de dejetos de
suínos foram responsáveis pelos maiores teores de NH4+ no percolado de solo. Na ocasião,
os autores atribuíram o fato, devido a maiores dosagens possuírem maiores concentra-
ções de N, resultando em maior disponibilidade para a solução do solo. Essa alta lixiviação
de N amoniacal, em profundidade nas maiores doses, pode também estar relacionada com
alta concentração de Ca adicionada no perfil pelo próprio DS, que sem o aumento do pH,
parte do Ca acaba se ligando as cargas negativas, lixiviando maior quantidade de NH4+, o
qual compete com as cargas do solo (SACOMORI, 2015).
Resultados semelhantes foram encontrados por Maggi et al. (2011), nos quais as con-
centrações de nitrogênio total no percolado não foram influenciadas pela aplicação de água
residuária de suinocultura nem pela adubação mineral.
Apesar de grande parte do N contido no DLS estar na forma de N-NH4+, as concen-
trações deste na solução foram menores que as concentrações de N na forma N-NO3-, de-
monstrando, por um lado, a menor mobilidade dessa forma amoniacal de N no solo e, por
outro, a sua transformação à forma nítrica. Essa transformação ocorre em razão do solo ser
bem drenado, com predomínio de condições aeróbias, onde o NH4+ é oxidado a NO3- pelas
bactérias Nitrobacter sp no processo de nitrificação (SACOMORI, 2015) ao que se deve as
baixas concentrações de NH4+ na solução do solo.

4.9 Teores de nitrato no percolado


Os teores médios de nitrato foram semelhantes independentemente da adubação,
sendo de 2,23 mg L-1 e 2,21 mg L-1 com 25 e 100 m3 ha-1 de DLS respectivamente, e 2,11 mg
L-1 de adubo mineral. Esses teores estão abaixo do valor permitido de nitrato para água
potável de acordo com os limites adotados pela Resolução Conama 396/2008 e pela OMS.
Tais limites são os mesmos adotados pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados
Unidos – USEPA (ATOR & FERRARI, 2017) (Figuras 16 e 17).
Tanto as perdas de N-NH4+ quanto N-NO3- acompanharam as precipitações (Figura 17).

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 39


FIGURA 16 - Teores médios de nitrato na água percolada nos lisímetros no período chuvoso de 2016/2017, em
função das adubações com 25 m3 ha-1 de DLS e 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral. UniRV. Rio Verde/GO.

2,23 2,21
Teor de nitrato (mg L-1 ) 2,11
2

0
25 m³ ha-¹ DLS 100 m³ ha-¹ DLS mineral

FIGURA 17 - Teores diários de nitrato na água percolada nos lisímetros em função das adubações com 25
m3 ha-1 DLS, 100 m3 ha-1 de DLS e adubação mineral, no período chuvoso de 2016/2017, UniRV. Rio Verde/GO.

40 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


Girotto et al. (2009), analisando perdas de fósforo e nitrogênio por escorrimento su-
perficial e percolação ao longo dos sete anos agrícolas, observaram que as transferências
de N mineral, proveniente do dejeto, por percolação somaram 12,3, 12,2 e 55,0 kg ha-1 nos
tratamentos com aplicações sucessivas de 20, 40 e 80 m3 ha-1 de dejeto respectivamente,
e concluíram que as quantidades de N mineral, provenientes do dejeto, transferidas via
percolação foram pequenas.
Souza et al. (2012), avaliando a dinâmica de nutrientes na solução do solo, após a
aplicação, via fertirrigação, de nitrogênio, fósforo e potássio a laranjeiras, observaram que
houve perdas significativas de NO3- na solução do solo onde ocorreram altas precipitações.
De acordo com Phillips & Sheeran (2005), em condições de pH do solo acima de 5,0
em CaCl2 a 0,01 mol L-1 e de 5,5 em H2O (1:1), considerado adequado para a maioria das
culturas, o N amoniacal poderá ser adsorvido às cargas negativas do solo em razão de sua
elevada concentração na solução, o que o deixaria em situação favorável para ligação aos
sítios de troca nos colóides do solo em relação aos cátions Ca2+, Mg2+ e K+. Esse aspecto,
possivelmente, pode possibilitar maior absorção pelas plantas e diminuir a nitrificação pelos
microrganismos do solo e, desse modo, evitar a lixiviação do NO3- ao longo do perfil.
Porém, o que comumente ocorre é a percolação do NO3-, em parte devido ao fato
de que a transformação do N-NH4- em N-NO3- é rápida, e em parte, devido ao ânion ni-
trato caracterizado por ser fracamente retido nas cargas positivas dos coloides, tender a
permanecer mais em solução, principalmente nas camadas superficiais do solo, nas quais
a matéria orgânica acentua o caráter eletronegativo da fase sólida (repelindo o nitrato), e
os fosfatos aplicados na adubação ocuparem as cargas positivas disponíveis. Isso faz com
que o nitrato permaneça na solução do solo, ficando assim muito propenso ao processo

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 41


de lixiviação, podendo haver considerável incremento nos teores de nitrato nas águas pro-
fundas com o passar do tempo.
Contudo, a intensidade do processo de contaminação depende sobretudo das quan-
tidades de nitrato presentes ou adicionadas ao solo, da permeabilidade do solo, das condi-
ções climáticas (pluviosidade), de manejo da irrigação e da profundidade do lençol freático
ou aquífero (RESENDE, 2002). Vale ressaltar que o dejeto utilizado foi de baixa concen-
tração, contendo, em sua composição, 0,4 kg m-3 de N, 0,05 kg m-3 de P e 0,03 kg m-3
de K, respectivamente.
É dever também lembrar que a elevação dos teores de nitrato na água é indicativo
de risco potencial para a presença de outras substâncias indesejáveis, tais como muitas
moléculas sintéticas de defensivos agrícolas que, possivelmente, comportam-se de forma
análoga ao nitrato (NUGENT et al., 2001 apud RESENDE, 2002).

42 Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos


5 CONCLUSÕES
Os volumes de água percolada são influenciados pelos índices pluviométricos ocorridos
na área experimental e não pelas doses de dejetos e adubação mineral.
Após 17 anos de aplicações sucessivas de dejetos líquidos de suínos, verificou-se que as
concentrações dos parâmetros analisados (amônio, nitrato, K, P, Na, pH e CE) estão abaixo
dos valores máximos estabelecidos pelas diretrizes ambientais, indicando que a contami-
nação do solo e da água apresentaram, até o presente momento, baixo potencial poluidor.

AGRADECIMENTOS
A UniRV, a Fapeg e ao CNPq.

Lixiviação de Nutrientes em Latossolo com Aplicação de Dejeto Líquido de Suínos 43


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