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2004
https://doi.org/10.25145/j.pasos.2004.02.021
www.pasosonline.org
Resumo: Este artigo aborda sobre uma proposta de estratégia de administração de pequenas empresas
do setor turístico, como fator de desenvolvimento empresarial, baseada nos princípios do associativismo
também denominada de rede de pequenas empresas. Inicialmente são apresentadas as principais
abordagens sobre cooperação empresarial com enfoque nos pequenos empreendimentos. São
apresentados os principais autores que recentemente tratam sobre o assunto assim como a correlação
existente com desenvolvimento local e a competitividade. Por fim e as metodologias utilizada para
observar principalmente como as pequenas empresas do segmento turístico se manifestam em relação ao
tema cooperação interempresarial.
Abstract: This article deals with a subject related to the new business strategies for small companies,
exalting the cooperation among them and their different ways and arrangement of development. Trying
to get the concept of Companies Cooperation we mentioned some authors who treat this subject and also
present their main reasons that make the small companies cooperate among themselves. The manners,
denominations and the distinct typologies and ways of company grouping are also present as a way of
seeing its characteristic and configurations in the functional and strategic organization. Finally it is
showed a case about a group of enterprising men of touristy segment who search in Companies Coopera-
tion the way out to dare the challenges imposed by the global economic in which the competition is
becoming stronger day by day.
†
• Doutorando em Desenvolvimento Local pela Universidade Complutense de Madrid, professor dos cursos de
Administração da UCDB – Universidade Católica Dom Bosco, atua na área de turismo e é pesquisador do CEPACE
– Coordenação de Estudo, Pesquisa Assessoria e Consultoria Empresariais. E-mail: teodomiro@ucdb.br
com outras empresas, 38% afirmaram agências produtos que elas representam em
que estão predispostos a realizarem um Mato Grosso do Sul. Comprar receptivo de
trabalho de cooperação com outras agências locais que operam Mato Grosso do
empresas que compõe o chamado “trade” Sul”; “Troca de informações sistemáticas,
do turismo e finalmente 21% afirmaram qualidade no atendimento (opinários),
que não são favoráveis ao sistema de direcionamento do fluxo turístico, melhoria
trabalho em cooperação. nos valores”; “Parceria, divisão de trabalhos
Entre aquelas empresas que estão e lucros minimizando os custos”;
predispostas a realizarem um trabalho de “Otimização de custo para o cliente,
cooperação, 38% das pesquisadas nesse melhoria de benefícios para agência e
segmento, suas justificativas foram: cliente”; “Despertar aos novos no mercado a
“Somando forças, realizando trabalhos de necessidade de parceria para melhor
forma cooperativada, defendendo os credibilidade da área”; “Vendas de
mesmos objetivos e defendendo nossos passagens comissionadas aéreas e
direitos.”; “Para uma melhor integração terrestres e cooperação com outras
como o trade melhoria do próprio trabalho“; agências, na venda de pacotes”; Foi
“Oferta melhor para o mercado“; “Como formado um “pool” de agências par vender
parceiras, operadoras, empresas determinado produto. Todas têm o preço e
rodoviárias, aéreas etc., deveriam sempre forma de pagamento”; “Pool” com várias
que possível organizar workshop, agências (10 a 20), divulgação da folheteria
dinâmicas dentro do trade com alternativas é rateada”; na atuação em eventos toda a
nas baixas temporadas, custos, parte de receptivo (trabalho/city tour) são
parcelamentos etc. (sic)”; “Através de organizadas por outra agência
parcerias para a realização de pacotes a especializadas em receptivo, que também
baixo custo com uma grande quantidade de operam nossas vendas para Bonito e
clientes. Pois, quanto mais pessoas, menor Pantanal”.
o custo das viagens“ ; “Formação de um
“pool”; “Cooperativas“; “Para fortalecimento Estabelecimentos hoteleiros
das agências de turismo“; “Operações Do ponto de vista dos
conjuntas em “pool” ou consórcios“. estabelecimentos hoteleiros o
Entre os pequenos empresários que entrosamento com outros pequenos
responderam que não são favoráveis ao empreendimentos turísticos são mais
trabalho através de um sistema de intensos na seguinte proporção de
cooperação interempresarial, as citações pelos mesmos: 100% com as
dificuldades que os mesmos alegaram agências, 80% com as operadoras de
foram, em termos percentuais: para 29% turismo, 50% com transportadoras de
a alegação foi que os são meus turistas (ônibus, vans, locadoras..), 40%
concorrentes, para outros 29% a com outros hotéis/pousadas, 30% com
afirmação é que o sistema da sua guias de turismo, 20% com seguradoras e
empresa é diferente, 28% acreditam que 10% com casas de câmbio e proprietários
não daria certo e 14% afirma que cada de atrativos turísticos.
empresa deve procurar se manter no Entre as empresas do ramo hoteleiro
mercado. pesquisadas constatou-se que 50%
Às empresas operadoras de turismo e afirmaram que estão predispostos a
agências de viagens, que afirmaram que já realizarem um trabalho de cooperação
desenvolvem suas atividades através de com as demais empresas que compõe o
sistema de cooperação, foram solicitadas segmento do turismo, 40% responderam
para descreverem como vêm sendo que já trabalham sob sistema de
adotados os procedimentos nas parcerias ou cooperação com outras empresas, e
sistemas de cooperação e o tipo de finalmente 10% afirmaram que não são
empresa. Os resultados alcançados foram favoráveis ao sistema de trabalho em
as seguintes afirmativas: “Pool”: contatos cooperação.
diretos com outras agências”; “pool” com Entre aquelas empresas que estão
outras agências para vender um mesmo predispostas a realizarem um trabalho
produto, programa. Comprar com outras de cooperação, 50% das pesquisadas
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como sendo aquelas em que um grupo de de apoio e incentivo por parte dos órgãos
agências de viagens, por exemplo, se governamentais.
reúnem para promoverem a divulgação em Maiores estudos devem ser feitos sobre o
conjunto, o que pode refletir uma jogo competitivo, através da cooperação,
predisposição para o desenvolvimento de levantado entre as empresas pesquisadas
redes de cooperação em seu sentido mais de forma a analisar e influenciar as
completo. situações que possam evitar as
Constatou-se, ainda que existe uma desnecessárias retaliações interempresas.
parcela significativa em determinados O diálogo com as organizações turísticas
segmentos quanto a resistência em é essencial para a apreender a realidade do
desenvolver atividades. As alegações território e consolidar as ligações
principais estão relacionadas com as idéias: operacionais indispensáveis à ação política.
“são meus concorrentes” e “o sistema da As organizações representativas das
minha empresa é diferente”. pequenas empresas, do setor, têm um papel
De uma forma geral, a cooperação a desempenhar para melhor orientar os
interempresarial entre as pequenas programas em função da procura das
empresas do setor turístico é frágil, empresas e facilitar o acesso e a
principalmente por ter sido constatada uma participação das PME nos programas de
visão integrada entre os diversos atores que desenvolvimento sócio-econômico local.
atuam nesse segmento. As instituições de políticas
Como forma de fortalecer os aspectos governamentais devem estimular
positivos e aproveitar as oportunidades igualmente uma coordenação mais estreita
oferecidas a médio e longo prazo, minimizar com as organizações representativas das
os aspectos negativos e inibir as ameaças pequenas empresas turísticas através de
identificadas, há necessidade de propor ações harmonizadas com vista a favorecer o
sugestões para a dinamização do turismo intercâmbio e a transferência das melhores
no Estado de Mato Grosso do Sul. práticas em matéria de política de
Sensibilizar os empresários para a cooperação interempresarial. As
necessidade de maior integração entre as metodologias das ações conciliadas podem
empresas participantes do processo de contribuir para melhorar a eficácia e os
desenvolvimento do turismo; os desempenhos das políticas públicas de
mecanismos de integração entre empresas apoio às pequenas empresas turísticas.
devem ser divulgados e implementados; A realização do potencial de emprego, de
rever a atuação e o papel do Estado, crescimento e de competitividade das
através da Superintendência do Turismo, pequenas empresas no Estado, apenas será
como órgão dinamizador de uma política maximizada pela conjunção dos esforços e a
clara e definida junto aos diversos mobilização dos diferentes parceiros
segmentos do turismo. envolvidos no desenvolvimento das
Criação de mecanismos de capacitação pequenas empresas, as instituições, as
dos recursos humanos para alguns autoridades regionais e locais, as
segmentos do turismo que apresentaram organizações profissionais e as próprias
fragilidade nesse aspecto. As universidades empresas.
devem elaborar estudos no sentido de A coordenação do conjunto dos parceiros
provocarem um relacionamento maior com deve ser reforçada com o objetivo de
o mercado e com os pequenos empresários difundir de forma operacional as melhores
do setor turístico. Além de constarem de práticas de inovação empresarial na
seus currículos conhecimentos relativos aos localidade e aplicá-las, concentrando os
mecanismos atuais dos processos de meios nas prioridades detectadas.
desenvolvimento local e sistemas de
cooperação interempresarial. Referências Bibliográficas
Fortalecer a tendência e os sinais de
desenvolvimento de atividades com base em Schmitz, H.
cooperação. Utilizando para isto programas 1996 “Eficiência coletiva: reflexões acerca
de dinamização de cooperação entre das experiências internacionais e do
empresas a ser considerado como política Vale dos Sinos”. Palestra encontro
Teodomiro Fernandes da Silva 279