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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Faculdade de Educação - Curso de Pedagogia


Disciplina: Estágio Curricular em Gestão da Escola
Professor: Fernando Selmar Rocha Fidalgo
Aluna: Camila Lima da Silva

AMEAÇAS À DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO ESCOLAR

Para essa análise foram utilizados o texto “A Presença do Setor Privado na


Gestão da Educação Pública: Refletindo Sobre Experiências Brasileiras”, de Adrião
e Pinheiro, e o vídeo “Gestão Democrática: Desafios e Possibilidades Pós-
Pandemia” com as contribuições de Vitor Henrique Paro.
Ao entrar em contato com os materiais é possível perceber a complexidade
que envolve a atuação dos profissionais da educação, tanto na questão de teoria e
prática, quanto nas questões políticas e econômicas as quais atravessam também
as possibilidades de atuação dos profissionais. Dessa forma, ao se pensar o papel
do gestor, deve-se considerar essa complexidade para que os objetivos de sua
atuação sejam alcançados. Para entender melhor tais atravessamentos, uma breve
contextualização das políticas educacionais das últimas décadas será feita a seguir.
Segundo Adrião e Pinheiro, nas últimas décadas do século passado algumas
ideias neoliberais chegaram ao Brasil, porém, chegaram junto com algumas críticas
aos efeitos que a privatização poderia causar. Dessa forma, as reformas feitas não
foram no sentido de total privatização, mas de introduzir alguns mecanismos da
gestão privada no funcionamento do estado, uma vez que pautava-se o padrão de
qualidade e eficiência no setor privado.
Dentre os mecanismos de gestão privada implementados está a premiação
ou punição de resultados que as unidades escolares obtinham. Ou seja, algumas
políticas implementadas iam de encontro com uma visão tecnicista de que seguindo
uma metodologia pré estabelecida os alunos iriam aprender, desconsiderando as
especificidades de cada indivíduo, bem como tratando a educação como uma
fábrica.
Pode-se dizer, então, que Paro e Adrião e Pinheiro concordam, uma vez que
Paro também pontuou que a visão empresarial capitalista é antagônica aos
objetivos da escola. Em sua palestra, Paro pontua que o objetivo da empresa é
apropriação do excedente, o qual é um objetivo anti-humano. Já a escola tem o
objetivo de construir junto com o outro. Dessa forma, se a escola não está dando
certo é porque não está sendo consideradas as especificidades da educação.
Paro salienta que o homem é um sujeito social e histórico, com vontades,
valores, personalidade, e que é na relação do educador com o educando que os
objetivos da educação se realizam. Ou seja, educação deve considerar o sujeito, e é
papel do educador, da escola, do governo, provocar desejo no aluno de aprender.
Dessa forma, é possível perceber que para que a democratização do ensino
seja garantida deve-se sempre atentar para os objetivos da educação, bem como
para a visão de educação que está sendo pautada tanto dentro da escola, como nas
políticas educacionais vigentes, uma vez que, como visto historicamente, alguns
governos são mais favoráveis que outros na garantia de direitos para a educação.
Deve-se lembrar também que a atuação dos profissionais de educação
nunca é neutra. Portanto, é importante se posicionar e lutar para que os direitos
sejam garantidos.

REFERÊNCIAS:

ADRIÃO, T.; PINHEIRO, D. A presença do setor privado na gestão da educação


pública: Refletindo sobre experiências brasileiras. Revista Educação e Políticas em
Debate, v. 1, n. 1, p. 55-66, jan./jul. 2012. Disponível em:
http://www.seer.ufu.br/index.php/revistaeducaopoliticas/article/view/17363/9527

Vídeo: Gestão Democrática: Desafios e Possibilidades Pós-Pandemia. Dur. 2:00:05.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=a58_slMAVoM&feature=youtu.be

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