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RESUMO
A teoria clássica da poroelasticidade de Biot, desenvolvida em meados da década de 1950, descreve teoricamente a
propagação de ondas elásticas através de um meio poroso contendo fluido. Esta teoria vem sendo consideravelmente
aplicada em vários campos relacionados com o meio poroso: exploração sísmica, caracterização de reservatórios de óleo
gás, geofísica ambiental, sismologia de terremoto etc. Neste trabalho foi utilizado o formalismo de Ursin com a proposta de
se criar um método efetivo na análise da propagação de ondas elásticas em um meio 3D poroso e estratificado, em que os
parâmetros do meio são caracterizados por funções constantes por partes de uma única variável, a profundidade. A fonte
sísmica e o receptor que foram considerados no estudo podem estar localizados em qualquer ponto do meio. De modo geral,
mostra-se aqui um método capaz de solucionar analiticamente o sistema das equações de Biot e que pode servir como base
para o desenvolvimento de um eficiente algoritmo computacional.
Palavras-chave: meio poroelástico estratificado, teoria de Biot, formalismo de Ursin, modelagem matemática, solução
explícita.
ABSTRACT
The classic poroelastic theory of Biot, developed in the 1950’s, describes the propagation of elastic waves through a porous
media containing a fluid. This theory has been extensively used in many fields dealing with porous media: seismic
exploration, oil gas reservoir characterization, environmental geophysics, earthquake seismology, etc. In this work, it was
used the Ursin formalism to create an effective method for the analysis of propagation of elastic waves through a stratified
3D porous media, where the parameters of the media are characterized by piece-wise constant functions of only one spatial
variable, depth. In addition, it was considered that the source and the receiver could be localized in any point of the
medium. Therefore, it was showed that the method is useful to construct the explicit solution of the Biot’s equations, and
this method can be a base to the development of an efficient computational algorithm.
Keywords: stratified poroelastic medium, Biot’s theory, formalism of Ursin, mathematical modeling, explicit solution.
123
Márcia Miranda Azeredo, Viatcheslav Ivanovich Priimenko
atenuação devido às perdas da energia na presença de sobreposição no tempo e no espaço de dois meios
fluido viscoso. Tais peculiaridades do processo trazem contínuos: a matriz porosa e a região vazia preenchida por
certas dificuldades na modelagem da propagação de ondas fluido (ver Figura 1).
em meios poroelásticos.
Os trabalhos de Thomson (1950), Haskell (1953), Figura 1 ‒ Sobreposição da fase sólida e da fase fluida de um
Brekhovskih (1960), Kunetz e d'Erceville (1962), Ursin material poroso
(1983), Molotkov (1984), Akkuratov e Dmitriev (1984) e
Fat'yanov (1990) são dedicados ao desenvolvimento e
aplicação de métodos analíticos para análise de propagação
de ondas em meios puramente elásticos estratificados. Por
outro lado, quando se trata de meios poroelásticos, as
soluções analíticas existentes são, em geral, limitadas. Isto
ocorre devido à simplicidade dos modelos geológicos que
são considerados nos estudos, como se pode observar, por
exemplo, em Allard et al. (1989), Baird et al. (1999) e
O modelo geológico considerado para efeito de estudo
Molotkov (2002). Entretanto, estas soluções proporcionam
é formado por camadas horizontais de materiais
maior credibilidade nos resultados das análises de
poroelásticos homogêneos e isotrópicos, como mostrado na
propagação de ondas elásticas em meios porosos quando
Figura 2. De forma geral, os parâmetros físicos do meio
os mesmos são obtidos a partir de métodos numéricos, tais
são caracterizados por funções constantes por partes, já que
como, diferenças finitas, pseudoespectrais e elementos
acordo com a profundidade x z.
são constantes em cada camada e variam somente de
finitos. Além disso, as soluções existentes são amplamente
utilizadas na elaboração de métodos efetivos capazes de
solucionar problemas inversos associados com o sistema Figura 2 – Seção transversal de um modelo geológico com quatro
de Biot. camadas
O objetivo desta pesquisa é desenvolver um método
matricial capaz obter a solução analítica das equações de
Biot. Este método baseia-se no formalismo apresentado em
Ursin (1983), o qual foi anteriormente utilizado apenas na
construção da solução de problemas relacionados à
propagação de ondas em meios eletromagnéticos (sistema
de Maxwell) ou elásticos puros (sistema de Lamé).
Para o desenvolvimento desta pesquisa, considera-se
um meio geológico 3D estratificado formado por camadas
homogêneas e isotrópicas, o que aumenta a complexidade
do problema apesar de aproximá-lo de situações reais.
Além disso, pode-se observar que a estrutura matricial da
solução e o método da sua construção têm importância 3 ‒ SISTEMA DE BIOT
significativa para a elaboração de um algoritmo
computacional numericamente eficiente. Para cada ponto x , x , x
∊ , as equações da
ω ρ ρ
∙ τ
κ
O meio poroso natural (rocha reservatório) é composto de
iω p ω ρ ω ρ
uma fase sólida granular com espaços vazios entre os
η
(3.1)
τ λ ∙ C ∙
! G #
grãos, em que estes espaços podem ou não estar
p C ∙ M ∙
preenchidos por fluido e/ou gás.
Neste trabalho foi considerado que os poros do meio
estão interconectados e completamente preenchidos por
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Método matricial na teoria da propagação de ondas elásticas em meios porosos estratificados
densidade do fluido; ρ , a densidade efetiva do fluido; κ, a variável x z. Para isso, aplica-se a transformada de
permeabilidade; e η, a viscosidade do fluido. Em (3.1), ! é Fourier bidimensional das coordenadas laterais x e x no
a matriz identidade 3 + 3.
Cx , x , z
é dada por:
sistema de Biot (3.1), em que a transformada de um campo
A primeira e segunda equações apresentadas em (3.1)
R R
representam as equações do movimento, as quais podem
Dk , k , z
≡ GHCI J J eL0MNONPMQOQ
Cx , x , z
dx dx
C
ser obtidas a partir da segunda Lei de Newton para cada
fase separadamente (sólida e fluida). A terceira e quarta
equações mostradas em (3.1) são as equações constitutivas, LR LR (4.3)
k
k Sk k , γ
podem ser obtidas a partir da Lei de Hooke para meios
ω
poroelásticos (Carcione, 2007). (4.4)
Dé
bidimensional de C
Além disso, a transformada inversa de Fourier
sólida e a velocidade relativa do fluido no domínio
espectral, respectivamente. De acordo com Carcione
(2007), na interface entre duas camadas homogêneas do DV
Cx , x , z
≡ G L UC
R R
(4.5)
1
meio geológico que está sendo considerado, as seguintes
Dk , k , z
dk dk
J J e0MNONPMQOQ
C
4π
variáveis são contínuas:
Y, Z,
Além disso, na superfície livre do meio poroso, não
[,
[, τ\, p\.
(3.1) obtem-se a representação do sistema em termos de
existem restrições para o deslocamento, isto porque o meio
encontra-se livre para se movimentar. Por esta razão, as Após, observa-se que o sistema pode ser simplificado
componentes de tensão e a pressão de fluido desaparecem. caso seja realizada uma mudança de coordenadas. Sendo
Sendo assim, as condições naturais na superfície livre são
4^ , ^ , ^ 7, considera-se para cada número de onda
assim, ao invés de ser utilizada a base canônica
τ τ τ 0, p 0 (3.3) k , k
# uma nova base ortogonal cuja matriz mudança de
base é:
4 ‒ FORMATO URSIN - SISTEMA DE BIOT COMO
k k
b 0e
UM SISTEMA DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
a k k d
ORDINÁRIAS
Ω a k k
à k 0dd
(4.6)
k
0 0 1c
A partir das ideias apresentadas em (Ursin, 1983), o
sistema de equações diferenciais parciais de Biot (3.1)
pode ser escrito como dois sistemas desacoplados de
equações diferenciais ordinárias lineares, os quais seguem Sendo assim, os termos que aparecem no sistema de
o seguinte formato: Biot (3.1) são escritos na nova base da seguinte forma:
d ;
f Ω [,
f Ω[, τg Ωτ\Ω#
: iω< ;
: ;
= ;
, m 1,2
dz h ΩY, i ΩZ, pg p\
(4.7)
(4.1)
Em que: : ;
é um vetor 2? + 1 formado pelas As variáveis que compõem o vetor : ;
devem ser
variáveis do sistema, = ;
é um vetor 2? + 1 que
representa a fonte e < ;
é uma matriz 2? + 2? definida
escolhidas de forma que as condições de fronteira em uma
: ;
for contínua por meio desta interface. Logo, de
interface entre dois meios heterogêneos sejam satisfeitas se
em blocos dada por:
A < ;
A
(4.2)
f, , τg , ug, , pgV e,
:
Uug, , τg , w
Em que: < ;
e < ;
:
Hug, , τg I
são matrizes simétricas. (4.8)
Ciência & Engenharia, v. 23, n. 1, p. 123 – 132, jan. – jun. 2014 125
Márcia Miranda Azeredo, Viatcheslav Ivanovich Priimenko
Assim, para o sistema 1, as submatrizes são: pode ser decomposta em duas partes: ondas ascendentes e
<
aplicar o método de diagonalização de Ursin à matriz <,
ondas descendentes. Para que isto aconteça é preciso
βM βγC λM
βC
b e
Suponha que < < possui n autovalores não nulos e
iωρ κ iωρ γκ
como será feito adiante.
aβγC λM
ρ 4βγ GHC Mλ G
I 2βγGC d
a η iωκρ η iωκρ d
distintos designados por q; , os quais estão associados aos
a d
à iωρ γκ iωγ κ d
autovetores }; . Assim:
βC 2βγGC βλ 2G
η iωκρ η iωκρ c
k γ 0
(5.3)
<
l r
ρ 0
LmP0nopq
1
(4.11) Define-se:
~; < }
0no
q; ;
(5.4)
q; 0.
mL0nopq mL0nopq
(4.12)
Enquanto que, para o sistema 2, as submatrizes são Multiplicando (5.4) por < < e utilizando a equação
mais simples, como a seguir: dada em (5.3), obtém-se:
1 < < ~; q; ~;
<
v w
G
(4.13) (5.5)
τg βU2γGC λM
ug, C λM
τg 2GCpgV. (4.18) m-ésima coluna é formada por ~; . É possível verificar
e
f, e τg dependem
que:
Analogamente, as variáveis w
#
L (5.8)
apenas da solução encontrada para o sistema 2. Assim:
Seja uma matriz diagonal em que as entradas da
f,
w ug, if ,
0nopt o
mL0nopq mL0nopq
e (4.19) diagonal são formadas por q; . Por meio da definição dada
τg Gγug, .
em (5.4) e da Equação (5.8), tem-se,
< #
(4.20)
(5.9)
5 ‒ DIAGONALIZAÇÃO DE URSIN
Além disso, a partir das igualdades (5.7) e (5.8), pode-
De acordo com Ursin (1983), a solução analítica do se verificar que:
sistema:
< #
d
: iω<:
(5.10)
1
v w
Em que:
√2
(5.11
A <
<v w
< A
(5.2)
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Método matricial na teoria da propagação de ondas elásticas em meios porosos estratificados
a matriz diagonal:
E seja 5.2 – Autovalores e autovetores para o sistema 2
s A u
A
Para o sistema 2 haverá apenas um autovalor
(5.12)
correspondente às ondas cisalhantes horizontais, o qual é
dado por:
matriz < pode ser diagonalizada da seguinte forma:
Assim, de acordo com (5.9) e (5.10), conclui-se que a
1 iρ κω
q
γ ªρ «
G η iωρ κ
L
<
(5.24)
(5.13)
Em que: a partir da Equação (5.8), a matriz L é dada Os autovetores para o sistema 2 são:
}
v w, e
por:
1
# # l¬Q
(5.25)
L
@ # B
√2 #
(5.14)
~
@SGq
B (5.26)
5.1 – Autovalores e autovetores para o sistema 1
6 ‒ SOLUÇÃO SEM A PRESENÇA DE FONTE
Os autovalores distintos para o sistema 1 são dados por:
xq ;
y γ β Cρ Mρ λ 2G
0 mL0npqo (5.15) Para encontrar a solução do sistema de Biot no meio
on geológico considerado nesta pesquisa, obtém-se
± β Siλ 2G
Mρ 4 Mρ i C Cρ λ 2G
ρ
, e
mL0npq o mL0npq o
on on
inicialmente a solução no interior de uma camada
m 1,2;
homogênea sem a presença de fonte. Em seguida,
1 iρ κω
verificam-se as condições de salto nas interfaces entre as
q
γ ρ
G η iωρ κ
camadas e, por último, as possibilidades de se obter a
(5.16)
solução no interior de qualquer camada quando há a
onda P (sinal positivo) e quando 2 há a presença da vetor = é nulo. Assim, no interior de uma camada, tem-se
Em um meio homogêneo com ausência de fontes o
onda lenta de Biot (sinal negativo). Já a igualdade (5.16), um sistema de equações diferenciais ordinárias conforme o
1
obtida na seção anterior, tem-se:
ξ;
(5.17)
(6.1)
:
γ
(6.2)
b e
a a G γ λ
d
}
a κω d
q àiγρ
(5.18) Substituindo (6.2) em (5.1) e utilizando a Equação
d
η iωρ κ c
(5.13), é obtido o seguinte sistema de equações diferenciais
ordinárias:
2γ G ρ ρ ξ; d
a; γ
= −iω
~;
k r , m 1,2; e (5.19)
dz
(6.3)
q; ρ i η iωρ κ ξ
κω ;
Cuja solução com condição inicial (±A ) é:
2γG
a 1
(5.20) (z) = eL0n(²L²³) (z´ ) (6.4)
0
Em que: Esta solução pode ser escrita da seguinte forma:
ξ; , m 1,2
xpLP l
ypt
µ
N
Q Q N
a S .
fontes pode ser escrita como:
lQ P ©Q
(5.23)
Ciência & Engenharia, v. 23, n. 1, p. 123 – 132, jan. – jun. 2014 127
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eL0n(²L²³) µ(z´ )
(z) = @ B
Figura 4 – Meio estratificado com N interfaces
(6.6)
eL0n(²L²³) ¶(z´ )
Φ =Φ
ΦL (6.7) Denota-se, com o subscrito m as soluções avaliadas
entre as interfaces z; e z;P , em que a espessura desta
O que implica, conforme (6.2), em:
camada é dada por:
P P = L L (6.8) ∆z; = z;P − z; , m = 1,2, … , N − 1 (6.15)
Seja ¸ a matriz de salto dada por: Assim, ; L representa a solução imediatamente
acima da interface zm1 enquanto que ; P representa a
¸ = (P )L¹ L (6.9)
solução imediatamente abaixo de zm (Figura 4). Além
disso, a matriz ¸; representa a matriz de salto na interface
z; .
De acordo com (5.11) e (5.14) tem-se:
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Método matricial na teoria da propagação de ondas elásticas em meios porosos estratificados
De acordo com (6.17), (6.19) e (6.20), verifica-se que: É possível observar que :´ satisfaz o sistema (4.1), já
que:
¶¾ P = T¾ ¶¾L L (6.21)
d
: = −iω<:´ (=´ − iωM= )δ(z − zÉ )
Em que:
Ǿ = (¸º,¾ )
# L dz ´
(7.3)
(6.22)
=
permite obter a onda transmitida por esta interface quando
v º w = iωM= − =´
=»
a onda incidente na mesma é conhecida. (7.4)
Utilizando as condições de salto (6.13) e (6.14), e
também utilizando a expressão (6.4) para a solução no Uma fonte do tipo dinamite gera uma força na fase
interior de uma camada, serão encontradas as matrizes de
reflexão Ã; e transmissão Ç; em uma interface z;
sólida e fluida dada pela Equação (7.5):
qualquer. (x) = (x) = −h(ω)∇δ(x − xÉ ), (7.5)
Para isto, obtém-se inicialmente o seguinte resultado:
Em que: xÉ = (0,0, zÉ )# corresponde à posição da
µ; L = ¸º,; # e0nÈ∆² µ;P L − ¸»,; # eL0nÈ∆² ¶;P L fonte e h(ω) é o espectro do momento sísmico H(t), o
¶; L = −¸»,; # e0nÈ∆² µ;P L ¸º,; # eL0nÈ∆² ¶;P L qual representa a função matemática da fonte.
(6.23) Aplicando a transformada bidimensional de Fourier
A partir das equações anteriores, chega-se à (4.3) em (7.5) e, em seguida, fazendo a rotação de acordo
com (4.6), obtém-se:
µ;L L = Ã; ¶;L L , (6.24)
Em que:
L
h(k , k , z) = i(k , k , z) = −h(ω)Hikδ(z − zÉ ), 0, δË (Ä − zÉ )I#
Ã; = x¸º,; # Ãh;P − ¸»,; # yx−¸»,; # Ãh;P ¸º,; # y , (6.25) (7.6)
e
Ãh;P = e0n∆² Ã;P e0n∆² . (6.26) Ao substituir (7.6) em (4.12) e utilizar a Equação
(7.4) define-se para o sistema 1:
Além disso, tem-se que
=º () = iβ h(ω)Hω(C − M), 2kG(M − C), ω(λ 2G − C)I# , e
¶¾ = Ç; ¶;L ,
P L
(6.27) (7.7)
Em que:
Ç; = Ç;P e0n∆² (−¸»,; # Ãh;P ¸º,; # )L . (6.28) =» () = H0,0,0I# (7.8)
De acordo com (6.24) e (6.27) observa-se que quando Enquanto que, de acordo com (4.15), os vetores da
a onda ¶;L L incidente na interface z; é dada, pode-se fonte para o sistema 2 são:
calcular a onda refletida µ;L L por essa mesma interface e
a onda transmitida ¶¾ P pela última interface por meio das =º ( ) = 0, e (7.9)
matrizes de reflexão e transmissão. Além disso, utilizando
o princípio de indução matemática é possível verificar que =» ( ) = 0 (7.10)
a matriz de reflexão Ã; é simétrica.
A partir das equações (6.20) e (6.22), todas as É preciso analisar as condições de salto no local onde
matrizes de reflexão e de transmissão podem ser se encontra a fonte. Para isto, será considerada uma
computadas por recursão usando (6.25) e (6.28). Estas interface imaginária em zÉ .
matrizes são essenciais para o cálculo da solução do Integrando a equação (7.3) com valores bem
sistema em um meio estratificado. próximos de zÉ obtém-se a seguinte condição de salto para
o local da fonte:
7 ‒ SOLUÇÃO COM A PRESENÇA DE FONTE
=
:(zÉ L ) = :(zÉ P ) v º w
=»
(7.11)
Assume-se que o vetor da fonte, quando esta se encontra
localizada a uma profundidade zÉ , é dado da seguinte
Estabelecida esta condição, busca-se inicialmente
encontrar a solução (zÉ P ), ou seja, imediatamente abaixo
forma:
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1 0 0
Ѻ () = 0 0 0
Neste caso, tem-se que:
(7.21)
0 1 0
ÃhÉP = e0nÐ∆²Ð ÃÉP e0nÐ∆²Ð (7.15)
e
0 0 0
Em que: ÃÉP é a matriz de reflexão da interface Ñ» () = 0 0 1 (7.22)
localizada logo após a posição da fonte, denotada por zÉP , 0 0 0
É é a matriz dos autovalores da camada onde se encontra
a fonte e ∆zÉ = zÉP − zÉ P . Enquanto que, para o sistema 2:
Considerando a condição de salto (7.11), a expressão
:Ò ( ) = Uug, V²Ó´
#
(5.4) e a solução (7.13), pode-se dizer que: (7.23)
ö 1 # =º # =» Ѻ ( ) = H1I, e
(zÉ L ) = v Ï É w @ # B (7.24)
¶É
(7.16)
√2 =º − =»
#
Ñ» ( ) = H0I (7.25)
Logo, as expressões (7.13) e (7.16) fornecem todos os
valores de : justamente abaixo e acima da fonte, De (6.2) pode-se estabelecer que:
respectivamente.
A expressão (7.13) pode ser propagada para baixo de :(0P ) = (0P ) (7.26)
zÉ P utilizando (6.4) e respeitando as condições de salto
dadas em (6.13) e (6.14). Substituindo (5.11), (7.18) e (7.19) em (7.26) obtém-
Analogamente, a expressão (7.16) pode ser propagada se:
a partir de zÉ L para cima utilizando a solução no interior de
cada camada (6.4) e respeitando as condições de salto # Ѻ :Ò = xe0n²Ð ÃÏ ¶É eL0n²Ð ¶É y
√ (7.27)
1 0n²
Ue Ð x
=º =» y e
# # Ð x
=º − =» yV, e
# #
(6.13) e (6.14). Porém, isto pode ser realizado até que se L0n²
chegue um pouco abaixo da interface terra/ar, ou seja, em 2
z = 0P , em que, nesta posição, é necessário encontrar a
solução. Para isto, admite-se nesta pesquisa que a fonte # Ñ» :Ò =
xe0n²Ð ÃÏ ¶É − eL0n²Ð ¶É y
√ (7.28)
encontra-se localizada abaixo da interface terra/ar, ou seja, 1 0n²
0 ¼ zÉ ¼ z . Ue Ð x
=º =» y − e
# # L0n² Ð x
=º − =» yV
# #
2
Como z = 0P está na mesma camada de zÉ L e, além
disso, zÉ L está bem próximo de zÉ , de acordo com (6.4) A partir das Equações (7.27) e (7.28), encontra-se as
pode-se estabelecer que: expressões para ¶É e :Ò , as quais são dadas
respectivamente por:
(0P ) = eL0n(L²Ð) (zÉ L ) (7.17)
¶É = e0n²Ð x # Ѻ − # Ñ» y:Ò − x # =º − # =» y, e
√ √
Assim, substituindo (5.12) e (7.10) em (7.17), obtém-
(7.29)
se:
L
:Ò = Ue0n²Ð ÃÏ e0n²Ð x # Ѻ − # Ñ» y − x # Ѻ # Ñ» yV
e0n²Ð à ¶ 1 e0n²Ð x # =º # =» y
(0P ) = @ L0n² Ï É B @ B . e0n²Ð UÃÏ x # =º − # =» y − x # =º # =» yV
e ж
É √2 eL0n²Ð ( # =º − # =» ) (7.30)
(7.18)
Depois de obter :Ò , é possível determinar todas as
condições iniciais em z = 0. Além disso, determina-se
As condições de fronteira na interface terra/ar serão
utilizadas para encontrar as ? incógnitas de ¶É . Para isto,
também ¶É e µÉ = ÃÏ ¶É , obtendo então a solução
são definidas:
imediatamente abaixo da fonte, de acordo com a expressão
Ѻ :Ò (7.13). Assim, o vetor solução : pode ser teoricamente
:(0P ) = v w
Ñ» :Ò
(7.19) calculado em qualquer outro lugar utilizando a propagação
através das camadas, a partir de (6.4), e respeitando as
condições de salto nas fronteiras entre as camadas de
acordo com (6.13) e (6.14). Por outro lado, a propagação
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Método matricial na teoria da propagação de ondas elásticas em meios porosos estratificados
(cos θ − sen θ)
Θ´, = sen θΒ,´ Β ,
de uma onda ascendente contínua no sentido descendente é
numericamente instável usando (6.4) porque as r
exponenciais complexas crescem ao invés de diminuírem
com a distância. Assim, deve-se obter µ a partir de ¶ Logo, de acordo com (8.2), o vetor que representa a
usando Ã; ou fazendo uso das matrizes de transmissão velocidade da fase sólida , é dado por:
Ç; .
, = xiΒ, Uug, Vy^Þ xΒ,´ Uug, Vy^± (8.9)
8 ‒ SOLUÇÃO NO ESPAÇO ORIGINAL
Em que: ^Þ e ^± são vetores unitários nas direções
As variáveis de : e : aparecem com ~, ou seja, estas
() ( ) coordenadas ß e Ä, respectivamente. Analogamente,
variáveis foram obtidas após sofrerem a rotação dada por Ω conforme (8.3), tem-se:
em (4.6). Assim, para retorná-las à notação com ^, deve-se
aplicar uma rotação inversa, a qual é calculada pelas f, Vy^Þ xΒ,´ Uw
, = xiΒ, Uw f, Vy^± (8.10)
equações:
A partir de (8.4), as seguintes relações são obtidas
[, = Ω#
f, , [, = Ω#
f, , τ\ = Ω# τgΩ, p\ = pg. (8.1)
τg τg τg − τg
τ = Θ ,´ v w Θ´, v w , τ12 = Θ, v w
Os resultados obtidos são: k k k
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AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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