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Julieta Pincho
Milene Farinha
Patrícia Quintas
3º LEB – Turma B
dom2
s. m.
1. Donativo; dádiva; benefício.
2. Prenda, talento, dote natural.
Fundamentação
As crianças vão para a escola preparadas de uma certa forma de perícia nas
expressões simbólicas que, muitas vezes se perde durante os primeiros anos de
escolaridade. A realidade é que, de facto, a maior parte das crianças deixa de “saber”
desenhar algures durante a sua infância. A perda desta facilidade pode reflectir um curso
natural de desenvolvimento, afinal, nem todos são talhados para vir a ser artistas. Mais
preocupante é que este desinteresse das crianças relativamente à representação gráfica e
simbólica pode ter origem durante a aquisição de um conhecimento académico pouco
estimulante ou como reflexo da pouca relevância que a escola dá à cultura por este
domínio. Felizmente ainda existem os educadores pela arte, que valorizam o desenho
pelas potencialidades que possui, proporcionando uma libertação das sensações e
emoções, é um escape para a expressão.
1
Retirado de http://www.portalis.co.pt/expressao-plastica-pre-escolar em 4/06/10
2
Retirado de http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=dom em 13/05/10
muito interessante o acto de as crianças nomearem as suas representações, considerando
este fenómeno como um passo no desenvolvimento da capacidade de planificar das
crianças.
Contudo, estes são apenas auxiliares das práticas, não ditam os conteúdos a
trabalhar. Para tal, existem os programas disciplinares do 1º, 2º e 3º ciclo. Existem ainda
diferentes modelos teóricos para auxiliar o docente nas suas práticas. Designam-se por
modelos de orientação curricular e foram criados a partir de diferentes princípios, que
ditam as suas diferenças funcionais.
O terceiro modelo que vamos referir é o de João de Deus, que tem como base
uma perspectiva psicopedagógica da educação, pois este considerava que educar e
ensinar eram tarefas distintas. Em primeiro lugar era necessário formar moral e
espiritualmente o indivíduo, ou seja, educar, depois era a altura de ensinar, defendendo,
assim, que os indivíduos necessitam primeiramente de formação moral e espiritual para
adquirirem uma educação equilibrada. Neste modelo acredita-se nas potencialidades de
actividades como o desenho, enquanto forma de expressão facilitadora do
desenvolvimento da linguagem e da expressão artística da criança. É notória a grande
importância que João de Deus implica na expressão artística, sendo um grande motor de
desenvolvimento das crianças.
No que concerne à expressão artística, este modelo defende que a arte deve ser
parte integrante de todos os programas da primeira infância, pois a arte promove o
desenvolvimento de uma vasta gama de percepções, habilidades físicas (nomeadamente
a motricidade fina), da linguagem, e das capacidades cognitivas e sócio-emocionais. As
artes são importantes, pois possibilitam o desenvolvimento de juízo estético, trazendo a
satisfação pessoal. Neste modelo é enfatizada a importância de envolver a família,
artistas e espaços de cultura, de modo a desenvolver a apreciação da arte para que seja
possível criá-la.
Este modelo tem como filosofia no que diz respeito à expressão plástica que os
professores devem ser treinados para apoiar as crianças a desenvolver uma compreensão
do realismo versus abstracção. As actividades artísticas devem ser usadas para
promover e reforçar a aprendizagem das crianças em alfabetização (escrever e ilustrar
histórias, rotulagem fotos), matemática (sequências e padrões), e outras áreas cognitivas
e sociais.
Por último o modelo Reggio Emilia, que tem como base o impulso natural do ser
humano em querer investigar, valorizando do processo de busca e descoberta das
crianças. Este modelo é fundamentado nas bases do modelo pedagógico da Pedagogia
da Escuta e das Cem linguagens da criança, integrando a arte como ferramenta para o
pensamento. Os educadores têm como competência básica a sensibilidade, para que
possam perceber os sinais das crianças e as suas várias formas de linguagem ao
tentarem interpretar o mundo que as rodeia. A criança é encorajada a explorar o seu
ambiente, organizado de forma que seja rico em possibilidades, e a expressar-se através
de todas as suas “linguagens” – desenho, pintura, palavras, movimento, colagens,
dramatizações, música, escultura, montagens – o que lhe possibilita inúmeras vivências
simbólicas e de criatividade.
(Rabitti, 1994)
O dom artístico não é uma competência que possa ser adquirida pela prática ou
pelo estudo, é uma predisposição natural do indivíduo. Mas tal como todas as outras
competências com que as crianças nascem, está inerte, é necessária uma estimulação
apropriada e permanente para que esta capacidade se desenvolva plenamente. Contudo,
a apetência para a expressão plástica não está reservada apenas aqueles que possuem um
dom natural, ela deve ser considerada como uma importante forma de expressão do
indivíduo, pois, como forma não verbal, permite transmitir emoções, sensações e
opiniões de uma forma mais livre, mais natural.
O modelo João de Deus e o MEM podem ser colocados lado a lado na escala.
Ambos dão importância à existência de momentos dedicados à expressão plástica,
orientada ou não, permitindo à criança experimentar uma nova forma de se exprimir,
aperfeiçoar a sua capacidade gráfica e trabalhar a sua motricidade fina. Ambos não
especificam a importância do dom artístico e da sua consolidação, enfatizando antes a
importância das experiências e da capacidade que as crianças apresentem em aprender
sozinhas, consoante as suas necessidades, não valorizando, assim, os benefícios da
expressão plástico no desenvolvimento infantil.
Consideramos que os dois modelos que mais se adequam a um desenvolvimento
saudável e favorável das capacidades plásticas são o High-Scope e o modelo Reggio
Emília. O High-Scope porque defende que a arte deve ser parte integrante de todos os
programas da infância, promovendo o desenvolvimento de uma vasta gama de
capacidades que permitem o desenvolvimento de juízo estético que colabora no sentido
das crianças serem capazes de atingir a satisfação pessoal. Este modelo privilegia um
espaço dedicado às artes, munido de uma grande variedade de materiais, permitindo que
a crianças escolha, e conheça, diferentes materiais, técnicas e processos de expressão
artística e, simultaneamente, permite-lhe ser autónoma neste processo, pois todos os
materiais encontram-se à sua disposição.
Em vez de pedir à criança que lhe fale do desenho, o educador pode, antes de
mais, tentar entendê-lo, comentar e elogiar alguns aspectos, isto é, comentar
pedagogicamente. Ao prestar atenção, o educador pode expressar o seu agrado pelo
conhecimento intuitivo que a criança expressou no seu desenho.
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Retirado do site: http://www.debatereducacao.pt/relatorio/files/CpII1.pdf em 2/06/2010
Bibliografia
http://www.debatereducacao.pt/relatorio/files/CpII1.pdf, consultado em
2/06/2010.