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E O SOCIALISMO NEGRO
Tomando como referência os trabalhos de CHEIK ANTA DIOP, sabemos que a raça negra é a raça matriz da
humanidade e a África o berço civilizatório do planeta, nestes termos, vamos reavaliar os conceitos teóricos
eurocêntricos de revolução democrática (socialista) e suas raízes eminentemente científicas, bem como, redefinir o
Nestes termos, analisaremos as propostas norte americanas, européias e russas de administração do interesse
cumprido seu papel histórico de superação da perspectiva absolutista das monarquias na Europa e em suas
representatividade, e mais não foi do que a proteção dos interesses do capital exercida institucionalmente
pela estrutura burocrática dos Estados-nação (capitalismo de estado); a proposta nacionalista, que embora
defenda o protecionismo nacional do mercado interno e das riquezas nacionais, é desprovida de fundamento
teórico (nem propriamente socialista nem capitalista), se transformando em uma colcha de retalhos
ideológicos, onde o que prevalece é a idolatria ao personalismo paternalista do Estado branco eurocêntrico,
expondo muitas vezes, o espectro das grandes ditaduras registradas na história; e finalmente, a proposta
desconstrução civilizatória eurocêntrica mas, ao mesmo tempo, promovendo a garantia de que a população
negra na Europa e em suas colônias, onde o negro é maioria em muitos estados-nação, nunca chegasse ao
poder.
Quando se fala em DEMOCRACIA ou dēmokratía, em grego antigo (demos = povo e kratus = poder),
aquela em que o povo deveria ter o poder, pressupõe-se que, independente de sua cor de pele, aqueles que
hoje são excluídos da produção de riquezas materiais e imateriais no país, deveriam ver resolvidos
definitivamente os seus interesses mais primários, como: trabalho, alimentação, saneamento básico,
educação, saúde, etc..., tudo que estiver fora desse conceito objetivo e básico de poder, por ignorância ou má
Diante desse choque de realidade, o povo excluído, seja branco negro ou índio, já está secularmente
OS NEGROS (pretos e pardos segundo o IBGE e 56% da população brasileira), sobrevivem indignamente e
Historicamente, esses NEGROS e os demais excluídos nas favelas e periferias do país, tem esperado que a
Sempre esperamos que “esse ou aquele” (personalismo representativo), aparentemente defensores dessa
“ética” e dessa “moralidade”, sejam quando eleitos, os messiânicos “salvadores dessa pátria agonizante”.
Sempre dependemos de eleger uma minoria branca (presidente, governador ou prefeito), cercado de
puxa-sacos brancos bem pagos (ministros e secretários), achando que eles, só porque prometeram, por
misericórdia, responsabilidade moral ou por “amor a Deus”, vão amenizar a agonia das vítimas civilizatórias
Mas para os moradores das FAVELAS e PERIFERIAS do mundo, até agora, essa famigerada
“democracia republicana” ou o “socialismo branco” com Estados genocidas de seus povos e do planeta, tem
No campo da economia, sabemos que entre as empresas que assimilam a maior parte da mão-de-obra
disponível no país, 80% é formada por micros, médias e pequenas empresas de serviços.
Atualmente, os institutos de pesquisas (IPEA / DIEESE) indicam um valor algo em torno de R$ 4.000,00
como um salário mínimo constitucionalmente correto para um casal e três filhos, incluindo é claro, aluguel,
alimentação, material didático escolar, passagens, vestuário, etc. (CF, art. 7º, IV).
Nestes termos, somos obrigados a concluir, que é um sonho esperar que essas micro, pequenas e médias
empresas, que empregam 80% da mão de obra disponível no país, hoje ou no futuro possam, por um decreto
ditatorial, pagar um salário constitucionalmente correto, sem falir completamente todas essas empresas,
Depois desses quase 300 anos de capitalismo no planeta, é uma grande ilusão achar que o Estado
capitalista branco (principal beneficiado pela escravidão negra no processo colonizatório), os políticos, os
sindicatos ou os próprios trabalhadores brancos, vão um dia conseguir por bem ou por mal, aumentar o
salário mínimo ao nível constitucional da dignidade humana, sem destruir a própria estrutura econômica que
hoje os emprega, e que ainda hoje mantém a raça negra distante do resgate civilizatório de sua histórica
A história demonstra que a atividade reivindicatória e a greve, foram, e ainda são muito importantes
como contrapesos sociais, nesse complexo, vergonhoso processo de construção racista do sistema capitalista
na história européia e “colonizatória” do planeta. E que durante todos esses 300 anos de escravidão física e
“DEMOCRACIA”, tem sido a única opção institucional que as antigas e novas gerações de trabalhadores
tiveram, para construir no salário mínimo vergonhoso de hoje, espelho de sua histórica e inexorável
miserabilidade.
Este manifesto, vai mais longe, ousa indicar um novo rumo para a administração do interesse da classe
proletária como um todo (proletariado - termo romano em que a única riqueza para o estado, produzida pelos
despossuídos era a sua prole-filhos). Mas tendo A RAÇA NEGRA COMO PROTAGONOISTA E
inicialmente o meio institucional (o voto), não como instrumento demagógico de manipulação popular, mas
que, com o devido suporte teórico, funcionará historicamente como a mais poderosa e revolucionária arma
na história da civilização humana. Principalmente, nas mão de um partido voltado exclusivamente para um
Não para prometer que, uma vez no poder, uma legião de novos mercenários "tudo fará para melhorar a
vida de todos", mas para que, através da descentralização constitucional dos impostos e do poder legislativo,
que representa o bolo fiscal e tributário, para que esse imenso volume financeiro que representa o dinheiro
comunidades de bairro devidamente organizadas e protagonizadas pela raça negra revolucionária e todos
Transformando o dinheiro público, que será então administrado diretamente pelos Conselhos de Bairro,
na mola mestra para a construção de uma nova força produtiva dignamente remunerada (cooperativas
populares), que em curto prazo, irá revolucionar o conceito de Estado, cidadania e representatividade, mas, à
médio e em longo prazo, em função de poder remunerar dignamente sua mão-de-obra, essa nova força
produtiva irá progressivamente transferir voluntariamente do sistema capitalista para si esta mão-de-obra,
que por séculos, tem sido à base explorada do velho sistema capitalista, mas que agora, por sua capacidade
Este manifesto entra em confronto direto com os interesses de poder de grande maioria da classe branca
que controla o poder nos estados nacionais e internacionais das “democracias” republicanas, e também
com os aqueles que ainda tem esperanças de conquistar a mina de ouro que representa um cargo público, em
O SOCIALISMO NEGRO é uma antítese qualitativa ao “socialismo branco”, e entra em confronto direto
com todo o sistema eurocêntrico da separação elitista montesquiana de poderes, porque expropria
nacionalmente o gerenciamento centralizado do dinheiro público nas “tetas” históricas que as estruturas
Este capitalismo branco de estado, estrategicamente se comporta como caixa-dois do próprio sistema
capitalista racista, e paralelamente, sempre representou generosa fonte de recursos para um perdulário poder
executivo, legislativo e judiciário branco, com raríssimas e inexpressivas exceções personalistas é claro.
Para aqueles que decidirem caminhar no partido revolucionário negro, um aviso - não tenham esperança
de utilizar o poder em benefício próprio. De adquirir cargo eletivo para decidir os rumos do dinheiro
público. Pois vocês irão lutar para não tê-lo. Irão lutar para descentralizá-lo em todos os níveis (nacional,
Serão as assembléias dos cidadãos deliberantes, com a estrutura técnica e econômica necessária, para
Este manifesto expõe uma síntese de uma proposta ampla e cientificamente estruturada, que expõe o
Durante mais de 30 anos, toda a problemática social, política e econômica foi arduamente estudada e
confrontada, para que ao final, significasse uma concepção nova de administração do interesse público, que
não revolucione apenas este conceito deformado de “democracia” e “cidadania”, como também, inviabilize
qualquer tipo de macro-hegemonia pessoal ou de grupos negros e não negros nessa nova estrutura
(em destaque os negros) não é uma massa informe de idiotas, incapazes de se auto-administrar, e por isso,
bolo fiscal e tributário, que com o tempo, se corromperam, se desgastaram, e hoje, integram a frágil
estrutura política, jurídica e econômica branca dos estados nacionais das chamadas “repúblicas
democráticas”.
Todo argumento contra a administração direta do dinheiro público é: por ignorância ou má fé, uma defesa
da prática branca da histórica farsa e desrespeito à dignidade humana das etnias do planeta, que através
dos séculos, excluiu do poder daqueles que fundamentalmente possuem competência civilizatória para
seu papel histórico na superação da estrutura política monarquista (personalismo hereditário), mas que
agora, desgastada pela omissão na realização dos anseios populares básicos, esse conceito personalista de
democracia precisa ser qualitativamente superado pela verdadeira classe proletária: AS PERIFERIAS.
concreto e qualitativo de revolução social, eliminando a possibilidade de que, à curto e médio prazo, a
radicalidade dessa transição, ponha em risco a fragilidade estrutural da economia de mercado e das
Esse desafio se propõe a reconstruir e ser a antítese científica e teoricamente da proposta revolucionária
socialista marxiana, atualizando a sua estrutura científica e dinâmica, restaurando a credibilidade teórica do
socialismo, pela reavaliação de sua base científica (política e econômica), na redefinição histórico-
Para aqueles que costumam julgar sumariamente, adianto que essa proposta de trabalho não pretende
extinguir o conceito geográfico e político de nação, e demonstrará ser bem diferente do que significa essa
administração pública branca continue sendo a opção mais próxima de um conceito sério de poder popular,
dignidade e cidadania.
Pois nesse atual sistema representativo, sempre damos um cheque assinado a uma minoria branca distante
do clamor popular, privilegiada por um poder que na verdade não lhe pertence, e com raríssimas exceções,