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All content following this page was uploaded by Helen De Castro Silva Casarin on 27 May 2014.
1 INTRODUÇÃO
A sociedade da informação ou do conhecimento caracteriza-se pela multiplicidade de
informações, pela aceleração dos seus processos de produção e de disseminação,
tornando-se necessário preparar cidadãos capazes de selecionar, avaliar, interpretar e
utilizar as fontes de informação habilmente, conhecendo seus mais variados suportes e
formatos.
A busca pela formação de cidadãos competentes no uso da informação deve ser iniciada
na pré-escola, acentuando-se no período do ensino fundamental, fase introdutória dos
educandos ao ambiente da biblioteca escolar e com as fontes de informação, sendo o
período propício para a realização da instrução da competência em informação.
Não é somente a estrutura física que compõe a biblioteca, mas também de pessoal
capacitado para exercer o cargo, como o bibliotecário. Segundo o Manifesto da
UNESCO (1999, p. 3) “[...] o bibliotecário escolar é o membro profissionalmente
qualificado, responsável pelo planejamento e gestão da biblioteca escolar”. Este
profissional possui conhecimento para manter a estrutura organizacional da biblioteca
segundo as técnicas biblioteconômicas, para questões de gerenciamento. Além disso,
pode criar projetos e/ou atividades para atrair os usuários para o ambiente e, deve estar
integrado ao projeto pedagógico da escola, fazendo parte das discussões e elaboração
sobre o mesmo (MATA, 2006).
Neste cenário, é importante que todos os indivíduos tenham acesso à informação, já que
dela se constitui a sociedade em que vivemos. O indivíduo que não fizer parte dela
tornar-se-á excluído de todo sistema, pois a integração descrita por Martucci (2005) só
ocorre quando todos os indivíduos têm acesso aos meios difusores da informação.
A educação do aluno deve ser baseada nos recursos informacionais, por isso há uma
necessidade da participação do bibliotecário, professores e demais membros da equipe
pedagógica da escola para disponibilização das informações através dos melhores
recursos disponíveis pela mesma, além dos outros fatores, pois esta integração agiliza
todo o processo de ensino-aprendizagem. De acordo com Queiroz (2006, p. 30) “[...] a
Information Literacy contribui para uma nova concepção de biblioteca escolar, bem como
para mudar a visão da biblioteca na escola começando com a participação, em função
da sua natureza educativa, desde a elaboração do projeto pedagógico”.
4 METODOLOGIA
Tomamos como base fundamental nesta pesquisa a proposta de Carol Kuhlthau (2004),
que é apresentada na obra Como usar a biblioteca na escola, que foi adaptada por um
grupo de pesquisadores da Escola de Ciência da Informação da UFMG. No livro são
propostas atividades visando que o aluno adquira algumas habilidades. São
recomendadas de acordo com a série que o aluno estiver cursando e a sua faixa etária.
Fundamentando-se nesta proposta, foram realizadas atividades junto a um grupo de
alunos do ensino fundamental de uma biblioteca escolar. Os participantes desta
pesquisa eram doze alunos das seis turmas de 5ª série oferecidas no período vespertino
por uma escola da rede pública de ensino da cidade de Marília – SP, onde foi
desenvolvida a pesquisa.
1
A Biblioteca Interativa é um projeto de extensão que oferece variados recursos informacionais e
está inserida na Unidade Auxiliar da UNESP Campus de Marília, o CEES.
A Biblioteca da escola era composta por diversos tipos de livros, revistas, coleção de
referência, dentre outros, possuindo um acervo rico e diversificado para os alunos. No
entanto, os livros não eram organizados de forma adequada, não possuía um sistema de
classificação, foram separados em estantes por assunto e organizados de acordo com a
ordem de chegada. Revistas de contexto geral e especializadas para crianças eram
adquiridas através de assinatura. Uma professora readaptada era responsável pela
biblioteca.
Os alunos que fizeram parte da pesquisa foram indicados pela coordenadora pedagógica
da escola. O critério de escolha utilizado foi o relato dos professores sobre a queixa de
dificuldade de aprendizado dos alunos. Os participantes da pesquisa eram, na maioria,
do sexo masculino com 91,3% e apenas 8,3% do sexo feminino.
A faixa etária dos participantes variou entre 11 e 15 anos de idade, sendo que oito
participantes possuíam 11 anos, três tinham 12 anos e apenas um possuía 15 anos.
Este último desistiu da escola durante a realização do projeto e foi eliminado da pesquisa
por não ter completado a participação no programa.
Este é o primeiro módulo, no qual trabalhamos com o livro, apresentando a sua estrutura
e suas características para que os participantes conhecessem esta fonte de informação
e aprendessem a utilizá-la. Para desenvolver habilidades previstas no módulo I foram
realizadas as seguintes atividades:
5 RESULTADOS
Caracterização da relação dos sujeitos com a biblioteca e com as fontes de
informação
Os dados sobre a vivência dos alunos com o ambiente da biblioteca e sobre a utilização
dos recursos informacionais foram coletados através de um questionário que antecede o
projeto de instrução de competência em informação. A maioria dos participantes (58%)
tinha o hábito de ler ou liam às vezes (42%). Quanto ao tipo de material de leitura, eles
apontaram que costumavam ler gibis, livros, revistas, jornais e cartazes, nesta ordem de
preferência. A metade dos participantes afirmou que freqüentava bibliotecas,
principalmente a da escola, antes de participarem do projeto. O tipo de atividade que
costumavam realizar era: leitura, pesquisa escolar e empréstimos, nesta ordem.
Perguntamos que tipo de fonte de informação eles costumavam utilizar para realizar
suas pesquisas escolares. A grande maioria (58%) não respondeu esta questão.
Aqueles que responderam indicaram usar a internet e a biblioteca, nesta ordem.
Percebe-se principalmente por este último resultado que eles têm pouco contato com as
fontes de informação e, isto se deve ao desconhecimento dos recursos informacionais
existentes para auxiliá-los. Os participantes também relataram não fazer uso da
enciclopédia para a realização da pesquisa escolar, nem dos jornais, nem das revistas;
não costumavam buscar sinônimos das palavras nos dicionários para sanar dúvidas.
Provavelmente não sabiam como utilizar essas fontes para localizar a informação de que
necessitavam e não tinham interesse.
Ressaltamos que as atividades realizadas neste módulo tiveram caráter bem lúdico e
prático para que os participantes pudessem assimilar as habilidades informacionais.
O módulo II foi dedicado às atividades em torno das revistas e jornais e foi o módulo em
que a maioria teve maior dificuldade, apresentando um percentual menor de acertos nas
atividades. A principal delas era com relação à estrutura das revistas e ao sumário.
Quanto aos jornais, que não possuem sumário e têm apenas uma breve apresentação
das manchetes na página inicial e sua localização no interior dos cadernos, os
participantes tiveram mais facilidade para localizar informações e assimilar as suas
funções, se comparados com o desempenho na atividade com as revistas. O motivo
deve-se ao fato de terem trabalhado com material semelhante, isto é, as revistas,
anteriormente.
6 CONCLUSÕES
Na sociedade da informação, os indivíduos precisam ser competentes em informação e,
para isso, precisam de orientações para entender o universo informacional e avaliar
criticamente as informações. A introdução dessa pesquisa na escola contribuiu para o
início de uma mudança em relação ao modo de aprendizagem, possibilitando desse
modo a abertura de um espaço para a aplicação de projetos desse nível e a
conscientização dos professores de que os educandos estavam aprendendo através das
atividades para a melhoria na realização das atividades escolares.
REFERÊNCIAS
DUDZIAK, Elisabeth Adriana. Information Literacy: princípios, filosofia e prática. Ciência da Informação,
Brasília, v. 32, n. 1, p. 23-35, jan./abr. 2003.
KUHLTHAU, Carol C. Como usar a biblioteca na escola: um programa de atividades para o ensino
fundamental. Tradução e adaptação de Bernadete Santos Campello et al. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica,
2004. 303 p.
MACEDO, Neusa Dias de. (Org.). Biblioteca escolar brasileira em debate: da memória profissional a um
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MACEDO, Neusa Dias de. Fórum de debates sobre a biblioteca escolar brasileira, com base no Manifesto da
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fórum virtual. São Paulo: Senac, 2005. p.167-403.
MATA. Marta Leandro da. A competência informacional no âmbito escolar: um projeto para o
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Curso (Graduação em Biblioteconomia) – Faculdade de Filosofia e Ciências – UNESP, Marília, 2006.
MATA, Marta Leandro da; SILVA, Helen de Castro. Avaliação do programa de competência informacional de
Carol Kuhlthau. 2006 (Relatório de pesquisa)
MARTUCCI, Elizabeth Márcia. Fórum de debates sobre a biblioteca escolar brasileira, com base no Manifesto
da UNESCO/IFLA. In: MACEDO, Neusa Dias de. (Org.). Biblioteca escolar brasileira em debate: da
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QUEIROZ, Solange Palhano de. Information Literacy: uma proposição expressiva para a biblioteca escolar. In:
SILVA, Rovilson José da; BORTOLIN, Sueli. (Org.). Fazeres cotidianos na biblioteca escolar. São Paulo:
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SILVA, Rovílson José. Formar leitores na escola. In: SILVA, Rovílson José; BORTOLIN, Sueli (Org.). Fazeres
cotidianos na biblioteca escolar. Londrina: Polis, 2006. 118 p.