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"Onze" é tombado como Patrimônio Histórico de Ponta Porã

Publicado em: 18-11-2015

O 11° Regimento de Cavalaria Mecanizado, o 11° RC Mec, passa a fazer parte do Patrimônio
Histórico do Município de Ponta Porã. A lei, de autoria do presidente da Câmara Municipal, Marcelino
Nunes de Oliveira, foi aprovada em votação unânime na Casa de Leis e publicada na edição do dia 13
de novembro do Diario Oficial do Município.

No Projeto de Lei, aprovado por unanimidade pelos demais vereadores, o parlamentar disse que
"mais do que pensar na proteção do Patrimônio Histórico, torna-se clara a finalidade de preservar a
memória da instituição que está ligada à História de Ponta Porã, e que fez por merecer ser conhecida
pelas novas gerações". De acordo com Marcelino Nunes, "com a Lei do Tombamento, é possível
perpetuar nos anais da nossa História, o nome do glorioso 11° Regimento de Cavalaria Mecanizado".

QUASE UM SÉCULO DE HISTÓRIA

Criado no dia 11 de dezembro de 1919, pelo então presidente da República, Epitácio Pessoa, a
primeira denominação desta unidade militar foi 11° RCI - Regimento de Calaria Independente. Seu
primeiro comandante foi o Capitão Hipólito Paes de Campos.

Em agosto de 1930, assumiu o comando do Regimento aquele que seria imortalizado em sua
denominação histórica, o então Tenente-coronel Eurico Gaspar Dutra que, posteriormente, foi Ministro
da Guerra e Presidente da República. Durante a 2ª Guerra Mundial, o "Onze" mandou aos campos de
batalha da Itália vários militares. Tombaram no confronto com o exército nazista, os pracinhas
Sebastião Ribeiro e Tomas Antônio machado.

Ao término daquela guerra,, em 1946, o Regimento teve sua denominação alterada, passando para
11° Regimento de Cavalaria, subordinado à 4ª Divisão de Cavalaria, então localizada em Campo
Grande.

Em 1985, o Regimento recebeu sua atual denominação, 11° Regimento de Cavalaria Mecanizado
(11° RC Mec), mantendo-se subordinado à 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, Brigada Guaicurus,
já sediada em Dourados.

Nos anos de 2006, 2009 e 2013, o "Onze" enviou contingentes para o Haiti, compondo as Forças de
Paz da ONU _ Organização das Nações Unidas, que atuam naquele país. No próximo dia 11
dezembro, o "Onze" vai completar 98 anos de criação.
Tereré – Patrimônio Histórico de Mato Grosso do Sul
19 DE OUTU BR O DE 2015  OR IVALDO

Decreto considera Tereré de Ponta Porã patrimônio histórico de MS. O registro de bem imaterial é equivalente ao tombamento de uma edificação histórica. Bebida tornou-se típica da região, passada de pai para

filho.

Decreto publicado no Diário Oficial do Estado do dia 01 de abril de 2011, determina o tereré de Ponta Porã como patrimônio imaterial e cultural de Mato Grosso do Sul. O registro de bem imaterial é equivalente ao

tombamento de uma edificação histórica.

O decreto assinado pelo governador André Puccinelli,  responde a deliberação do Conselho Estadual de Cultura, de 16 de julho de 2010. Em Mato Grosso do Sul, a cerâmica terena e o banho de São João já são

considerados bens imateriais.

No livro são inscritos “conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades”. Na deliberação do Conselho Estadual de Cultura consta a influência em relação a Ponta Porã.

“(…) Seu consumo no município remonta ao passado, ao surgimento das comunidades de Ponta Porã (Brasil) e Pedro Juan Caballero [Paraguai], que floresceram face ao ‘Ciclo da Erva-Mate’, continuando

presente nos hábitos da população desta região”. E acrescenta: “(…) Tornou-se bebida típica da região, cuja tradição é passada de pai para filho, elimina as diferenças sociais, promove a interação cultural,

propicia o diálogo entre os integrantes das “rodas” – que aproveita o momento para repassar as novidades”.

O tereré acaba de ganhar status de patrimônio imaterial de Mato Grosso do Sul. É o reconhecimento da importância histórica e cultural que a bebida tem para o povo do Estado.

Assim como o chimarrão dos gaúchos, o acarajé da Bahia, o pão de queijo de Minas Gerais, o tereré valoriza uma tradição que une indivíduos das diferentes regiões do Estado: no Pantanal, na fronteira com o

Paraguai, no norte de Mato Grosso do Sul, na região Central, enfim, todos se identificam de alguma forma com o tereré.

Em Mato Grosso do Sul, o tereré é tão presente no cotidiano que virou patrimônio histórico imaterial. São três manifestações culturais do Estado com essa classificação, juntamente com a cerâmica Terena e o

banho de São João de Corumbá. Esta é uma forma de preservar a cultura local e valorizar os hábitos do homem da terra.
O castelinho

Sua construção durou quatro anos, de 1926 a 1930. Foi a base governamental na fronteira
erguido próximo à antiga estação Noroeste do Brasil, em Ponta Porã. Entre 1943 e 1946 foi sede
do governo do Território de Ponta Porã, criado no governo Vargas, quando foi instituída a política
de Território Federal no Brasil, tendo como governador o militar Ramiro Noronha.

Em 1940 passou a abrigar a cadeia pública e o quartel da 4ª Companhia Independente da Polícia


Militar. No final da década de 1990, com a transferência da corporação a novo prédio, o
castelinho ficou sem função e hoje tem recursos liberados para sua transformação em museu
para guardar a história da fronteira.

As fontes históricas são os itens materiais e imateriais (ou seus vestígios) que são produzidos pela ação
humana. As fontes históricas são fundamentais para que o historiador possa realizar o seu trabalho de
investigação do passado humano.
Os historiadores entendem atualmente que tudo que é produzido pelo ser humano pode ser considerado
uma fonte histórica, portanto, não só o texto escrito deve ser entendido como tal. Assim, pinturas,
esculturas, construções, fotos, vídeos e relatos orais também são úteis para o historiador. Fontes podem
ser diretas, isto é, feitas por contemporâneos, ou indiretas, produzidas na consulta das fontes diretas.
Ponta Porã, a ponta da história!
A DIVISA
• Há uma faixa de terra que separa Ponta Porã de Pedro Juan Caballero.
• Linha internacional, divisa entre os Estados de Mato Grosso do Sul e Amambay, limite territorial entre Brasil e Paraguai.
• Estreita faixa que varia entre 50 metros e 50 centímetros.
• Ponto de discussão em quase toda sua extensão.
 
ÍNDIOS ITATIES E GUARANI
• Terras dos índios Itaties e Guarani, no nordeste do Paraguai, à sombra daquela que foi Santiago de Jerez, berço de inúmeros povoados, surge
Pedro Juan Caballero.
• Final do século XVIII, primeiros assentamentos para exploração da erva-mate, produção de riquezas e defesa do patrimônio paraguaio.
• Desde Villa Real, Concepción, pelo porto no Rio Paraguai se escoava a produção das plantações de erva-mate.
Toda a região oriental povoada, com o fito de defender o país de ataques do inimigo do outro lado da fronteira.
Segundo a historiografia brasileira a Guerra Contra a Tríplice Aliança (1864-1870) foi um divisor de águas para todos os países que se envolveram
nesse cenário, no que concerne a nação brasileira é como se houvesse um Brasil antes e outro depois dela.
Nesse contexto, ocorreram as primeiras demarcações territoriais que definiram os novos contornos do território brasileiro, gerando
consequentemente o nascimento de povoados entre eles o de Ponta Porã.
 
NASCE PEDRO JUAN CABALLERO
• Pedro Juan Caballero nasceu nas terras de um tal Garcia, na vasta região oriental de Chirigüelo.
• Seu ponto mais alto recebeu nome de Benefício de Garcia.
• Mais tarde batizada de Punta Porã, ao lado da lagoa, hoje Pedro Juan Caballero.
• Conta história antigos “yerbateros” da cordilheira de Amambay e do Chirigüelo.
 
PARAGEM PUNTA PORÃ
• Oficialmente, Pedro Juan nasceu em 1º de dezembro de 1899, por Decreto do Poder Executivo Paraguaio e alçada à condição de Departamento
(Estado) com o nome de Pedro Juan Caballero, designada logo após, capital do Departamento de Amambay.
Nesse mesmo ano Ponta Porã começa a tomar seus primeiros impulsos de progresso econômico, com a chegada até ali de muitos migrantes
gaúchos, que vieram com a finalidade de praticar a agropecuária eles queriam cultivar a terra e criar gados.
Em 1897 é criado o primeiro destacamento Policial em Ponta Porã e nomeado como Comandante o Senhor Nazareth.
1897 – Chegada do major Francisco Marcos Tury Serejo ( comandante militar e fiscal da fronteira), natural de São Luís do Maranhão, também ex
combatente da Guerra Contra a Tríplice Aliança.
Somente a partir de 1893 é que Ponta Porã adquiriu importância econômica e social, instalando-se os trabalhadores de Thomaz Larangeira
impulsionando economicamente a região a partir da exploração da erva mate.
A origem de Porto Murtinho, Campanário e Ponta Porã está diretamente ligada a extração, produção e exportação de erva mate.
1893 - A chegada dos gaúchos para Ponta Porã está totalmente centrada nas questões políticas.
 
NASCE PONTA PORÃ
Na linha do tempo, vamos encontrar as primeiras marcas da História de Ponta Porã, enfocando os principais fatos:
• 1.777 – Uma expedição proveniente da região de Iguatemi chegou à região para explorar o solo. Era uma expedição de caráter militar, formada
por paulistas.
• 1.856 – O Governo Imperial de Dom Pedro II, preocupado com o abandono em que vivia a fronteira Brasil – Paraguai e, já sabedor das incursões
paraguaias na região, ordenou a instalação da Colônia Militar dos Dourados.
• O local destinado à unidade foi escolhido pelo capitão Francisco Nunes da Cunha por determinação do governador da Província, Augusto
Leverger.
• Naquele ano, o capitão partiu de Cuiabá e explorou as cabeceiras dos rios Santo Antônio, Santa Gertrudes, Cachoeira, Santa Maria e Dourados,
escolhendo este último para instalar a sede da colônia.
• 1.862 – Entre primeiros moradores, está o tenente do Exército Antônio João Ribeiro, e aqui instalou a Colônia Militar dos Dourados. Foi o primeiro
comandante da unidade.
• Até aquele ano, nenhum morador existia nas terras entre as Serras de Maracaju e Amambai e os rios Brilhante, Ivinhema e Paraná.
• Foi o tenente Antônio João Ribeiro, nascido no ano de 1.825, em Poconé (MT), e seus 11 comandados, os primeiros a fazê-lo.
 
A COLÔNIA MILITAR DE DOURADOS
Em 29 de dezembro de 1.864, se travaria a primeira das batalhas históricas da Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai.
• A Colônia Militar de Dourados foi destruída pelos paraguaios, vindo a falecer o seu líder, tenente Antônio João Ribeiro e seus valentes soldados.
• Antônio João fez brado célebre: “Sei que morro, mas o meu sangue e o de meus companheiros servirão de protesto solene contra a invasão do
solo de minha Pátria”.
 
ALFERES FELICIANO RAMOS NAZARETH
• 1.880 – Chega a Ponta Porã o alferes Feliciano Ramos Nazareth, pertencente ao 1º Corpo de Cavalaria, comandado pelo capitão Rogaciano
Monteiro de Lima, ocupante da Colônia Militar dos Dourados (48 km de Ponta Porã) – já com missão designada – e assume suas funções de
comandante.
• Acamparam junto à Laguna Porã, que significa Lagoa Bonita, onde se situa o município paraguaio de Pedro Juan Caballero.
 
O PRIMEIRO PONTAPORANENSE
• Como o alferes Nazareth para ali se transportara com a esposa, eis que nasceu, a 14 de julho de 1.881, o primeiro pontaporanense: Boaventura
Nazareth.
 
A ERVA-MATE NATIVA DA REGIÃO
• 1.882 – Tomás Laranjeira consegue do Governo Imperial, concessão para explorar a erva-mate nativa da região, sua elaboração e produção, na
zona de fronteira.
 
UM DOS PIONEIROS
• 1.892 – Chega a Ponta Porã o capitão João Antônio Trindade, natural do Rio de Janeiro, veterano da Guerra do Paraguai e um dos heróis da
Retirada da Laguna. Em companhia de sua família, aqui fixou residência. Foi ele um dos pioneiros que definitivamente se estabeleceu no local onde
se formou a povoação que hoje constitui-se na próspera cidade de Ponta Porã. Na época, existia no local um posto fiscal sob a direção de Emílio
Calhau, o qual tinha atribuição de arrecadar o imposto de exportação da erva-mate.
 
MUNICÍPIO DE PONTA PORÃ
• No dia 18 de julho de 1.912 foi criado o Município de Ponta Porã, pelo então governador do Estado de Mato Grosso, Dr. Joaquim Augusto da Costa
Marques.
 
 
* Texto parcial retirado do trabalho histórico desenvolvido pelo ex presidente da Câmara Municipal, Marcelino Nunes de Oliveira, no ano de 2015.
A “Carta de Pero Vaz de Caminha” ou “Carta a el-Rei Dom Manoel sobre o achamento do Brasil” foi um documento
escrito pelo escrivão português Pero Vaz de Caminha.
Redigido em 1.º de maio de 1500, em Porto Seguro, Bahia, foi levado para Lisboa sob os cuidados de Gaspar de Lemos,
considerado um dos maiores navegadores de seu tempo.
Apesar de ter sido escrita no século XVI, a Carta foi descoberta muitos anos depois, no século XVIII por José de Seabra
da Silva (1732-1813). Ele era estadista, ministro e guarda-mor da Torre do Tombo.
Sua aparição oficial e acadêmica é obra do filósofo e historiador espanhol Juan Bautista Munoz (1745-1799).
No Brasil, sua primeira publicação foi em 1817, na obra “Corografia Brasilica”.
Provavelmente, a primeira versão editada no Brasil foi do Padre Manuel Aires de Casal (1754-1821). Ele era geógrafo,
historiador e sacerdote português que viveu boa parte de sua vida em território brasileiro.
Importante notar que a Carta de Caminha é considerada o primeiro documento redigido no Brasil e, por esse motivo, é o
marco literário do País. Ele faz parte da primeira manifestação literária pertencente ao movimento do Quinhentismo.
O pau-brasil é muito conhecido, porque sua exploração foi a primeira atividade econômica exercida pelos portugueses na
América Portuguesa durante o século XVI. A exploração do pau-brasil foi muito intensa, principalmente em uma fase
conhecida como Período Pré-colonial, que se estendeu até meados da década de 1530. A exploração da madeira ocorria por
meio do escambo com os indígenas.
Características
O pau-brasil é uma árvore típica da Mata Atlântica (Paubrasilia echinata) e que no século XVI era conhecida pelos índios
tupis de ibirapitanga. É uma árvore que pode alcançar até 15 metros e possui galhos com espinhos.
A árvore ganhou importância para os portugueses por conta da sua madeira, que poderia ser utilizada
na construção de inúmeros objetos (como móveis e caixas), mas, principalmente, porque a resina da madeira era utilizada
para produzir corante utilizado para tingir tecidos.
Os historiadores apontam que na Europa medieval já se conhecia uma árvore semelhante ao pau-brasil. Essa, porém, era
originária da Ásia, e é conhecida como Biancaea sappan. Os registros apontam que a madeira e o corante dessa árvore eram
conhecidos por nomes como “brecilis” e “brezil”. Esse corante era utilizado para tingir tecidos na Europa, e esse nome
circulava em diversas partes do continente, já nos séculos XII e XIII.
Com a chegada dos portugueses ao Brasil, a árvore foi enxergada como mercadoria potencial para ser revendida na Europa e,
assim, sua exploração foi logo iniciada. A primeira pessoa que recebeu o direito de explorar o pau-brasil, segundo as
historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling, foi Fernão de Loronha, em 1501|1|.
Fernão de Loronha (ou Noronha) ganhou direito de exploração do território, em 1501, e, logo depois, recebeu a ilha de São
João (atual Fernando de Noronha) como capitania. Fernão de Loronha, então, obteve o direito de explorar o pau-brasil e, por
isso, foi proibido de importar a variedade asiática da árvore brasileira.
Em 1511, aconteceu a primeira exportação de pau-brasil para Portugal, quando 5 mil toras da árvore foram levadas para
Portugal no navio chamado Bretoa|2|. Nesse mesmo ano, o arrendamento dado a Fernão de Loronha teve fim e foi transferido
para Jorge Lopes Bixorda, e, a partir de 1513, todo interessado a explorar o pau-brasil poderia fazê-lo, desde que pagasse os
impostos devidos à Coroa (20%).

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