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UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO

LATINO-AMERICANA
Engenharia Química
Laboratório de BaIanço de Massa e Energia

Relatório da prática de secagem

(Alberto Daniel Rojas Garcete, Carlos Eduardo Rodriguez Marquina, Laura Ivonne Nunez Marecos,
Nadyne Alejandra Diaz Avalos, Panambi Arias Montalbetti)

Resumo
O processo de secagem se considera, na Engenharia Química, uma das operações unitárias mais antigas. Esta mesma
pode-se utilizar em vários processos, seja nas indústrias químicas, de alimentos, de mineração, papel e celulose, indústrias
têxteis, entre outras. Este processo é utilizado para retirar um líquido volátil através da evaporação, no tempo que se fornece
uma fonte de calor. É devido a este processo unitário que muitos produtos conseguem obter uma vida útil maior. Nosso foco é
a secagem de sólidos, onde se faz a remoção de um líquido, comumente água, de um produto sólido. A quantidade de água que
está presente no nosso produto sólido chama-se de umidade
A secagem de um sólido úmido é feita mediante passagem de uma corrente de ar atmosférico aquecido pelo sólido
úmido a uma temperatura e umidade fixas, por uma combinação de transferências de calor (para evaporar o líquido) e massa
(para remover a umidade de dentro do sólido), reduzindo a quantidade de água presente no corpo sólido (FOUST, 2006).
O experimento de secagem visa comparar a perda de água em dois sistemas. O primeiro sistema é o algodão
umedecido com água com uma face da bandeja exposta ao fluxo de ar. O segundo sistema é um algodão umedecido com água
com duas faces da bandeja expostas ao fluxo de ar.

Palavras-chave: secagem de sólidos, ar atmosferico

Link para o vídeo:

https://drive.google.com/file/d/1YOiAdcuT3l-Symi2Ldf22KwY3TGkzj-J/view?usp=sharing
Memória de Cálculo
Para estimação do teor de umidade em base seca
Para determinar coeficiente convectivo de
se utilizaram as seguintes equações:
transferência de calor utiliza-se a seguinte
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑔𝑢𝑎 equação (4)
𝑥= (1) 𝑅𝑐×𝜆𝑇𝑏𝑢
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑎 ℎ= (4)
𝑇𝑏𝑠−𝑇𝑏𝑢

Desenvolvendo mais a equação (1) ficamos com:


𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎−𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑎 Na equação (4) temos que:
𝑥= (2)
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑎 • h = Coeficiente convectivo de
transferência de calor [kJ/(m² · s)]
• Rc = Taxa crítica de secagem por
Na equação (2) temos que:
convecção obtida pela curva de secagem
• x = Umidade do sólido em base seca (g
[kg/(m² · s)]
água/kg sólido seco)
• Tbu = Calor latente na temperatura de
• massa umida = massa do solido umido (g
bulbo úmido (valores tabelados) (kJ/kg)
solido seco+agua)
• Tbs = Temperatura do bulbo seco (°C)
• massa seca = massa de solido seco (g)
• Tbu = Temperatura do bulbo úmido (°C)
Para a taxa de secagem, se determina em base à
massa da água perdida ou a água evaporada, em
relação ao tempo e área onde se faz a troca de
calor. Isto utilizando a seguinte equação (3):

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑒𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑎𝑑𝑎


𝑅= (3)
(𝐴)×(Δ𝑡)

Na equação (3) temos que:


• R = Taxa de secagem por convecção
[kg/(m²· s)]
• massa de água evaporada = Massa de
água na qual está ocorrendo a secagem
(g)
• A = Área de transferência do algodão
(m²)
• Δt = Intervalo de tempo de cada medida
(s)

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Para calcular a massa do nosso algodao temos: Logo se calcula o que seria a taxa de secagem (R)
𝒎ₛₛ = 𝒎𝟏 − 𝒎𝑯𝟐 𝑶 utilizando a massa da bandeja 1, nos instantes t =
Onde m1 é a massa do algodão humificado e mss 15 mins a t = 20 mins, onde vamos a ter Δt = 5
é a massa do nosso solido (algodão) seco então mins ou Δt = 300s. Para fazer o calculo da nossa
temos m1 = 568,7g e mH₂O = 47g. Temos então taxa de secagem utiliza-se a equação (3):
𝒎ₛₛ = 𝟓𝟔𝟖, 𝟕 𝒈 − 𝟒𝟕𝒈 = 𝟓𝟐𝟏, 𝟕𝒈
Então temos para massa do algodão temos 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑒𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑎𝑑𝑎
521,7g o queal vai ser constante no nosso
𝑅= (3)
(𝐴)×(Δ𝑡)
processo pois não se perde massa de algodão
neste caso. Tendo a área de transferência a qual é 0,0225 m²,
e a massa de agua evaporada que seria a resta das
Tendo a massa do algodão agora pode-se fazer o massas entre 15 a 20 mins temos então:
calculo da umidade do solido (algodão) em base
seca, utilizando a equação (2). 562,5𝑔−560,5𝑔
𝑅=
(0,0225 m²)×(300s)
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 − 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑎 Temos então que nossa taxa de secagem para a
𝑥=
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑎 bandeja 1, no intervalo de 15 a 20 mins é:
𝑔
Pegando dos dados da tabela para a massa úmida R = 0,29 𝑚2 . 𝑠
e agora que sabe-se a massa seca calculamos:

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 − 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑎 Logo com os resultados obtidos 𝑥 e 𝑅, tomando


𝑥= os valores médios 𝑥´ utilizando a fórmula:
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑎
xi + xi+1
Para o instante em que t = 15 mins temos então: 𝑥´𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (𝟓)
2
562,5𝑔 − 521,7𝑔
𝑥= Com os valores médios de umidade e de taxa de
521,7𝑔 secagem obtidos são montados os gráficos de
Então para o instante em que t = 15 mins para analise do comportamento do processo para as
nossa bandeja, vamos a ter uma umidade em base bandejas de uma fase Gráfico 1 e de duas fases
seca de: Gráfico 2.
x = 0,078

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Tendo os gráficos para ambas bandejas, se 𝑘𝑔 𝑘𝐽
0,40(10)−3 × (2559 ) 𝑘𝐽
calcula o coeficiente convectivo de transferência 𝑚2 𝑠 𝑘𝑔
ℎ1 = = 0,120 2
de calor (h) para ambas bandejas, utilizando a 40℃ − 31,5℃ 𝑚 𝑠℃
equação (4):
𝑅𝑐 × 𝜆𝑇𝑏𝑢
ℎ= Logo para a bandeja 2 tem-se:
𝑇𝑏𝑠 − 𝑇𝑏𝑢
𝑘𝑔 𝑘𝐽
Onde nosso Rc vai ser o instante ou ponto do 0,32(10)−3 × (2559 ) 𝑘𝐽
𝑚2 𝑠 𝑘𝑔
gráfico em qual a taxa de secagem deixa de ser ℎ1 = = 0,096 2
𝑘𝐽 40℃ − 31,5℃ 𝑚 𝑠℃
constante. Para 𝜆𝑇𝑏𝑢 = 2559 𝑘𝑔 Para bandeja 1
tem-se:

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Resultados e discussões Referencias
Analisando o gráfico 1, correspondente à PORTO, Bruna. Secagem de sólidos.
bandeja de uma fase é possível observar uma Disponível em:
curva típica de secagem, com semelhanças às dos https://www.academia.edu/4764233/Relat%
presentes na literatura, como pode ser visto em
C3%B3rio_de_Secagem. Acesso em: 22
(FOUST et. Al, 2006, p. 460).
dez. 2021
É possível observar antes de alcançar o valor de
taxa critica de secagem um período de transição RODRIGUES, Lorrayne
onde a taxa pode ser crescente ou decrescente Martins. SECADORES ROTATÓRIOS.
dependendo do impedimento do material para a 2019. 54 f. TCC (Graduação) - Curso de
movimentação da água até a superfície do
Engenharia Química, Universidade Federal
mesmo.
de Uberlândia, Uberlândia, 2019.
No casso do gráfico 2, dadas as duas fases Disponível em:
e a maior área de transferência o formato do https://repositorio.ufu.br/bitstream/1234567
gráfico é distinto, pode-se notar uma secção da 89/24971/3/SecadoresRotat%C3%B3rios.pd
curva de secagem onde o valor de taxa crítica é f. Acesso em: 22 dez. 2021
constante e igual a 0,32 g · m-2 s-1 que foi o
FOUST, A.S., et al. Princípios das
escolhido para fazer o calculo do coeficiente
convectivo de transferência de calor. Operações Unitárias. 2ª Ed, Rio de Janeiro,
Ed. Guanabara Dois, 2006
O coeficiente convectivo de transferência CONVECCIÓN. Disponível em:
de calor, representa a resistência térmica de uma http://catarina.udlap.mx/u_dl_a/tales/docum
capa de fluido existente em um corpo em contato
entos/lia/carino_s_a/capitulo4.pdf. Acesso
com o fluido, ao fazer os cálculos
em: 14 jan. 2022.
correspondentes e analisar os valores obtidos se
conclui que o melhor método para o processo de FOUST, Alan S.; WENZEL, Leonard A.;
secagem é o de duas fases pois possui maior área CLUMP, Curtis W.; MAUS, Louis;
de transferência que o de uma fase. ANDERSEN, L. Bryce. Principios de
Operaciones Unitarias. 10. ed. México:
Cecsa, 2006.
SECAGEM: uma revisão. The Journal of
Engineering and Exact Sciences : História,
São Paulo, v. 06, ed. 4, 2020. Disponível
em:
https://periodicos.ufv.br/jcec/article/downlo
ad/11743/6424/52802. Acesso em: 1 jan.
2022.

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