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Faculdade de Americana (FAM)

Curso de Engenharia Química


Disciplina de Laboratório de Engenharia Química II
Profª. Drª. Karina Klock da Costa

Nome: Ana Carolina Souza de Camargo RA: 20191449

Nome: Ana Maria Prospero RA: 20191512

Nome: Giovana Tomizaki de Lima RA: 20190009

Nome: Nahyara Modena RA: 20190752

EXPERIMENTO 4: TRANSFERÊNCIA DE CALOR

TRANSFÊRENCIA DE CALOR

Calor é a variação de energia que um corpo sofre com o decorrer do tempo.


Cada material apresenta uma característica própria, podendo ser chamado de
calor específico.
Dois corpos, por exemplo, com temperaturas diferentes tendem a entrarem
em equilíbrio térmico quando juntos em um mesmo ambiente. Os processos para
a transferência de calor entre os corpos são denominados como condução,
convecção e radiação, e ocorrem da maior temperatura para a menor.

1.1. Condução térmica

Condução térmica é transferência de energia entre as partículas com mais


energia para as menos energéticas, através do meio e como resultado da
interação entre elas. A taxa de condução de calor pelo meio depende da
geometria do corpo, da espessura, do tipo de material e da diferença de
temperatura que está submetido (Çengel, 2012).

1.2. Convecção térmica

Convecção térmica é a transferência de energia entre a superfície sólida e


a liquida ou gás, que está em movimento e que envolve os efeitos combinados
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de condução e de movimento de um fluido. Quanto maior a velocidade de


movimentação do fluido, maior será a transferência de calor por meio da
convecção (Çengel, 2012).
A convecção pode ocorrer de forma forçada com o fluido sendo forçado a
escoar sobre a superfície por meios externos. Ou por meio de convecção natural
ou livre se a movimentação do fluido for causa por forças de flutuação induzidas
pela diferença de densidade, decorrentes da variação da temperatura do
material (Çengel, 2012).

1.3. Radiação térmica

Radiação térmica é a energia emitida pela matéria sob forma de ondas


eletromagnéticas ou fótons, como resultado das alterações nas configurações
eletrônicas de moléculas (Çengel, 2012).

1.4. Dilatação térmica

Com a variação da temperatura os corpos tendem a sofrer dilatação ou


contração em suas dimensões. Com o aumento da temperatura os corpos
dilatam, ou seja, se expandem e com o resfriamento ocorre o processo reverso
a contração.
Assim como o calor especifico, cada material contém o seu valor de
coeficiente de dilatação térmica e é proporcional a variação da temperatura.
Buscando explorar o conceito de transferência de calor, foram realizados
diferentes experimentos no Laboratório Multidisciplinar de Engenharia da
Faculdade de Americana (FAM). Os experimentos consistiram em avaliar: a
condução térmica através da lei de Fourier; a temperatura de fusão da parafina
em relação ao tempo e variação de calor; os fenômenos de convecção; e, o
coeficiente de dilatação térmica em comparação ao teórico.
Utilizado três barras metálicas nos materiais de alumínio, cobre e ferro,
individualmente foram imersas em um béquer com gelo, temperatura referência
0°C, e em outro béquer com água fervente, temperatura referência 100°C. Após
a realização de medições em diferentes pontos, observou que a barra de cobre
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apresentou maior temperatura (Figura 2) e a barra de alumínio maior variação


entre a temperatura real e a teórica (Figura 1).

Figura 1 – Variação de temperatura pelo comprimento da barra de alumínio.

Var i ação d e temp erat u ra: A l u mí n i o


30
Temperatura (°C)

25
20
15
10
5
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Distância (m)
Temp. Encontrata Temp. Real

Figura 2 - Variação de temperatura pelo comprimento da barra de cobre

Var i ação d e temp erat u ra: Co b re


40
Temperatura (°C)

30

20

10

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
Distância (m)
Temp. Encontrada Temp. Real

Figura 3 - Variação de temperatura pelo comprimento da barra de ferro

Var i ação d e temp erat u ra: Fer ro

40
Temperatura (°C)

30

20

10

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
Distância (m)
Temp. Encontrada Temp. Real
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Os valores de k, condutividade térmica, calculado para os materiais de


alumínio e cobre apresentaram valores diferentes do teórico (Tabela 2).
Ao aquecer o béquer com água e permanganato de potássio observou a
dissolução do permanganato na água quente, se tornando uma solução rosada
(Figura 4).

Figura 4 – Dissolução permanganato de potássio em água fervente.

Ao colocar o cubo de gelo colorido, foi possível observar a circulação das


soluções devido a diferença de temperatura entre elas. A solução de
permanganato (coloração rosa) deslocou-se para a superfície e a água gelada
(coloração azul) desceu para o fundo do recipiente (Figura 5).

Figura 5 – Diferença de temperatura entre as soluções.

Com a barra metálica posicionada sobre a vela acessa e com os clipes


metálicos fixos sobre a barra com o auxílio de 4 gotas de parafina com a distância
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de 5cm entre os clipes, observou-se que os três primeiros clipes, próximos a


vela, caíram com o passar do tempo e conforme o aquecimento da barra. Os
últimos clipes não se soltaram por não derreter a parafina (Tabela 1).

Tabela 1 – Dados experimentais sobre a queda dos clipes.


Clips Tempo (min) Temperatura (°C)
Inicial 0 7
1 5,33 19
2 18,35 22
3 25,58 38
4 não caiu -
5 não caiu -
Comprimento da barra (m) 0,25

Com o auxílio de um dilatômetro foi realizado a medição da dilatação


térmica linear das barras metálicas de cobre e alumínio, obtendo os dados da
tabela 3 e sendo possível calcular o valor do coeficiente de dilatação real para
cada material. A barra de alumínio apresentou maior dilatação comparada a
barra de alumínio (Tabela 3).
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Conclusões

Após os resultados obtidos nos experimentos realizados no Laboratório


Multidisciplinar de Engenharia da Faculdade de Americana, conclui-se que:
Em relação à condução térmica das barras metálicas de alumínio, cobre e
ferro, observou que a barra de cobre apresentou maiores temperaturas. Isso
ocorre pela melhor capacidade de condutividade térmica do material (Tabela 3).
Em relação ao valor da condutividade térmica calculada (real) e a teórica
apresentou diferenças para os materiais de alumínio e cobre, isso pela pureza
do metal na barra, quanto mais misturas junto com o material maior é diferença
da condutividade do material puro. O ferro não apresentou diferenças
significativas, com isso conclui-se que a composição da barra é ferro puro.
Observando a prática com a solução de permanganato de potássio e gelo
colorido, foi notável a movimentação da solução quente para superfície e da
gelada para o fundo do recipiente, gerando a corrente de convecção (figura 6).
Esse fenômeno ocorre devido a diferença de densidade entre as soluções pela
temperatura, a solução quente apresenta menor densidade pela excitação das
moléculas pela energia gerada com o calor, aumentando a velocidade cinética
das moléculas e entrando em movimento. Já na água fria, as moléculas se
movimentam mais lentamente e com menos energia, assim a densidade é maior.
Devido a diferença de densidade entre elas, a água mais densa (fria) desce para
o fundo e a mais leve (quente) sobe para a superfície, com o auxílio do corante
fica evidente a separação de densidade (figura 6).
Com o experimento da parafina observou que os corpos que estavam
próximos a vela se desprenderam mais facilmente em relação aos últimos clipes.
Isso ocorre devido a condução térmica ao longo da barra, onde a mesma se
encontrava com a temperatura inicial de 7°C e com o passar do tempo o calor
da chama da vela foi conduzindo temperatura ao longo da barra metálica e
aquecendo até chegar ao ponto de fusão da parafina, conhecido a partir de 48°C
segundo dados da CETESB, derretendo e caindo os clips.
Para o primeiro corpo que estava próximo da fonte de calor, a queda foi
mais rápida pela menor distância da vela, ao longo da barra foi necessário maior
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tempo e calor para o derretimento da parafina. Os últimos clips não receberam


calor necessário para iniciar a fusão do material, acredita-se que a fonte de calor
utilizada não foi o suficiente para aquecer todo o comprimento da barra metálica.
A sugestão seria a utilização do bico de Bunsen como fonte de aquecimento no
lugar da vela.
A dilatação térmica das barras metálicas de cobre e alumínio se referem a
uma dilatação linear (α), por ser o comprimento das barras maiores que os
diâmetros. Conforme as barras foram recebendo o calor gerado pelo vapor, as
mesmas sofreram dilatação variando em relação ao comprimento inicial (L 0).
Assim como no processo de convecção térmica, com o aquecimento das
barras as moléculas entram em agitação pela energia gerada com o calor e se
expandem, dilatando o formato. Cada substância apresenta um comportamento
devido a energia cinética de cada elemento, assim o coeficiente de dilatação
também é diferente para cada material.
O alumínio apresentou maior dilatação em relação ao cobre e o coeficiente
de dilatação encontrado através dos cálculos apresentou diferença em relação
ao coeficiente de dilatação teórico. Essa diferença pode estar relacionada, assim
como no experimento de condução, a pureza dos materiais das barras.
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Memorial de cálculo e detalhamento dos resultados


A condução térmica é a propagação de calor no meio, com o qual há
agitação das moléculas. Logo a taxa de condução pode ser encontrada pela lei
de Fourier, dada pela equação 1.
Δ𝑇
𝑄 = −𝑘𝐴
Δ𝑥
Equação 1
O algarismo Q equivale a taxa de condução, enquanto k é a condutividade
térmica, A é a área de secção, ∆T a variação da temperatura e ∆x a variação do
comprimento.
Para se encontrar a taxa de condução, foi indicado o valor da condutividade
térmica na qual é tabelada. A área foi calculada através do diâmetro da barra de
alumínio, ferro e cobre, utilizando a equação 2.
𝐴 = 𝜋𝑑 2 /4
Equação 2
Subsequente, encontrou-se a média do ∆T a partir a diferença da
temperatura real inicial e temperatura real final.
As barras foram divididas de acordo com o comprimento de cada uma em
partes conforme valores especificados na Tabela 2. O ∆x foi encontrado através
de uma diferença do comprimento final e inicial.

Tabela 2 – Dados experimentais variação térmica e valores teóricos.


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Tabela 3 – Dados experimental condutividade térmica


Alumínio
A (m) ∆T geral ∆x geral Q ∆T geral teórico K real (W/mK) K teórico (W/mK)
0,000452 22,00 0,40 -5,90 19,28 270,41 237,00
Cobre
A (m) ∆T geral ∆x geral Q ∆T geral teórico K real (W/mK) K teórico (W/mK)
0,000452 12,00 0,70 -1,74 16,66 286,72 398,00
Cobre
A (m) ∆T geral ∆x geral Q ∆T geral teórico K real (W/mK) K teórico (W/mK)
0,000452 12,00 0,64 -0,63 12,00 80,30 80,30

Encontrados os valores de Q para cada uma das barras, usou se um arranjo


da lei de Fourier para verificar se as temperaturas medidas se equivaliam com
as calculadas, sendo elas as temperaturas teóricas. Para isso alterou a indicação
do ∆x e ∆T, sendo eles medidas pela variação dos pontos específicos ao longo
das barras, dada a equação 3.
𝑄Δ𝑥
+ 𝑇𝑖 = 𝑇𝑓
−𝑘𝐴
Equação 3
Por causa da variação de temperatura calculada e temperatura teórica,
optou se por calcular o K teórico. Para isso usou se outro arranjo da lei de
Fourier, sendo dada pela equação 4. Para esse cálculo alterou se o valor de ∆T,
do qual agora foi usado a variação de temperatura teórica final e inicial. E obteve
se o valor de K teórico, para comparação.
O coeficiente de dilatação térmica é especifica para cada tipo de material e
a mesma vai ocorrendo pelo aumento de temperatura. Sabendo disso utilizou as
duas barras sendo uma de alumínio e a outra de cobre para determinar seu
coeficiente de dilatação térmica.
Utilizou se a equação de variação no comprimento do corpo, dada a
equação 4.
Δ𝐿
𝛼=
𝐿0 Δ𝑇
Equação 4
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Sendo o 𝛼 a dilatação linear, ∆L o valor obtido através do relógio


comparados para saber a dilatação ocorrendo da barra, L0 o comprimento inicial
da barra utilizada, ∆T a variação de temperatura de ebulição encontrada através
da luva térmica e a temperatura inicial da barra.
Encontrado o valor do comprimento de dilatação, foi comparado com os
valores tabelados para o material aplicado.

Figura 6 – Circulação da água quente e fria por sistema de convecção térmica.


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REFERÊNCIAS
Çengel, Y. A. (2012). Trânsferência de Calor e Massa (4° ed.). Porto Alegre:
AMGH .
CETESB. (20 de Setembro de 2022). Ficha de Informação de Produto Químico.
Fonte: Sistema Inter CETESB:
https://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/ficha_completa1.asp?con
sulta=CERA%20DE%20PARAFINA
Wylen, G. J. (1976). Fundamentos da termodinâmica clássica (2°ed). São Paulo:
EDGARD BLUCHER LTDA.

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