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Treinamento de Segurança na Operação de Página

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2.0 - NOÇÕES DE GRANDEZAS FÍSICAS E UNIDADES

2.1 – Calor e Temperatura

Para que possamos alcançar n/ objetivos, vamos dividir nosso mundo em matéria e energia.
Chamamos de matéria tudo aquilo que ocupa espaço e tem peso, como o aço, a água, o ar, a
madeira, o óleo, etc.

Todos os materiais se parecem com uma construção, formada por


tijolos, e o que segura os tijolos entre si é o cimento. A matéria é
formada por pequenas partículas (como os tijolos) ligadas entre si por
uma espécie de “cimento”.

Simplificando vamos chamar de energia o que não possui peso, não ocupa lugar no espaço,
por exemplo: calor, luz, eletricidade, etc.

uando fornecemos calor à matéria, aquelas partículas que as formam passam a vibrar com
intensidade proporcional a quantidade de calor. Se os tijolos de uma construção começarem
a vibrar, a construção desmonta. Com a matéria acontece à mesma coisa. Pelo aumento do
calor, a matéria se desorganiza e, assim, o aço derrete, a água evapora a madeira carboniza.

Para medir é preciso uma unidade de medida. Para distância a unidade é o metro; para medir
massa (peso) a unidade é o grama. Para medir a quantidade de calor da matéria, usa-se a
caloria.

A maneira para determinar a caloria foi obtida da seguinte forma:


Colocou-se em um recipiente água líquida pesando 1 grama e estabilizou-se a temperatura
em 14,5ºC. A seguir, a água foi aquecida cuidadosamente até a temperatura atingir 15,5ºC.
A quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de 1 grama de água em 1ºC é
chamada de 1 caloria.

A matéria ganhando calor vibra intensamente, e a maneira de avaliarmos essa vibração a


qual provoca uma agitação das partículas, é conseguida através da medição da sua
temperatura. Com poucas exceções, essa vibração provoca uma dilatação, sendo que em
alguns materiais essa dilatação é muito grande, como no mercúrio. Assim podemos relacionar

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a dilatação com a quantidade de calor. Este é o principio utilizado na construção dos


termômetros.

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2.2 – Energia e suas modalidades

Quando movimentamos um corpo usando o esforço muscular, estamos gastando a


energia proveniente dos alimentos que ingerimos. Neste caso, o alimento é o
combustível que fornece energia ao corpo humano e este é considerada uma máquina
que pode realizar a tarefa. A idéia de energia esta intimamente associada à realização
de algum trabalho.

"A energia não se cria nem se destrói; ela apenas se transfere de um corpo para
outro ou se transforma de uma modalidade em outra”.

Exemplos:

1. A energia elétrica realiza o trabalho de aquecer a água de um chuveiro,

transformando-se em energia calorífica.

2. A energia química armazenada no gás de cozinha transforma-se em energia

calorífica. Parte dessa energia calorífica realiza o trabalho de cozer os alimentos.

3. A energia elétrica, ao passar pelo filamento de tungstênio de uma lâmpada,

transforma-se em energia calorífica e esta, em energia radiante. 0 trabalho útil será a

luz que iluminará os locais onde for necessário.

4. Ao apertamos ou desapertamos um parafuso com uma chave de fenda, nossa

energia, proveniente dos alimentos transformam-se em cinética (movimenta a chave

de fenda) e é transferida para o parafuso. A energia recebida pelo parafuso


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transforma-se em energia calorífica (por causa do atrito).
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2.3 - Transmissão de calor

Transmissão de calor é a passagem de energia térmica de um corpo para outro ou de uma


parte para outra do mesmo corpo.
Já estudamos que a energia térmica em trânsito recebe o nome de calor e que este
passa, sempre, dos pontos de maior temperatura para os pontos de menor temperatura.
A transmissão de calor pode ocorrer segundo três processos diferentes: condução,
convecção e radiação.

2.3.1 - Condução

Nos sólidos, a única forma de transferência de calor é a condução. Se uma barra de metal
for aquecida de um lado, as partículas do metal daquele lado vão vibrar mais
intensamente e esta vibração se transmite as outras partículas perdendo intensidade.
Materiais cujas partículas vibram com mais facilidades são bons condutores de calor
(alumínio, aço, cobre, etc.), e os demais não são bons condutores de calor (madeira,
plásticos, cerâmica refrataria, etc.).

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Podemos constatar a condução do calor através de uma barra metálica. Esta barra é
recoberta com cera e ao longo dela são grudadas pequenas esferas de aço. Aque cendo
uma das extremidades da barra, as esferas de aço vão caindo à medida que o calor vai se
propagando pela barra.

2.3.2 - Convecção

Se existe uma diferença de temperatura no interior de um líquido ou um gás, é quase


certo que se produzirá um movimento do fluído. Esse movimento transfere calor de uma
parte a outra do fluído, por um processo chamado convecção. Se um líquido ou gás é
aquecido, sua densidade tende a diminuir. O fluído mais quente e menos denso, sobe,
enquanto o mais frio e mais denso, desce. Esse tipo de movimento, devido exclusivamente
à não uniformidade da temperatura do fluído, é denominado convecção natural.

2.3.3 - Radiação

A radiação apresenta uma diferença fundamental em relação à condução e a


convecção: as substancias que trocam calor não precisam estar em contato e podem
estar separadas por um vácuo.

Radiação é o termo que se aplica genericamente a toda classe de fenômenos relacionados


com ondas eletromagnéticas. Para cada temperatura e para cada comprimento de onda,
existe um máximo de energia radiante.

Aplicações da radiação
São fatos conhecidos que os corpos de cores escuras são bons absorventes e bons
emissores de calor e os corpos de cores claras são maus absorventes e maus emissores de
calor, porém, bons refletores. Por exemplo, os condensadores dos refrigeradores são
pintados com cor escura.

2.4 - Calorimetria
A calorimetria estuda a medida das quantidades de calor trocadas entre sistemas com
diferentes temperaturas, colocados em contato.

2.4.1 – Unidades de calor


Conforme já visto anteriormente a unidade de medição de calor é a caloria (cal). Temos
como múltiplo a quilocaloria que vale 1000 cal, cuja abreviação é kcal.

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Calor latente

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2.4.2 – Instrumentos de medição
Termômetros: instrumentos de medição que respondem a mudança na temperatura. Os
mais comuns são construídos utilizando-se o mercúrio e álcool, devido as suas
características de grandes dilatações e faixas de medição. A escala dos termômetros
mais utilizada é a escala Celsius (ºC), podendo encontrar alguns termômetros na escala
Fahrenheit (ºF).

2.4.3 – Calor sensível e latente


Para entendermos esse assunto de extrema importância vamos imaginar que uma certa
quantidade de água, 1 kg, seja aquecida. Conforme o calor vai sendo fornecido, as
partículas de água vão se movimentando e vibrando cada vez mais, e um termômetro vai
acusar um aumento de temperatura. Imaginamos que a temperatura inicial da água seja
20ºC, portanto já se encontra armazenado uma quantidade de calor que podemos
expressar como 20 kcal.
Conforme vai sendo fornecido calor, a temperatura da água vai subindo até atingir um
valor constante (ebulição), como se pode ver no gráfico; este calor fornecido é
denominado calor sensível.
Podemos observar que a partir deste ponto, mantendo-se o fornecimento de calor a
temperatura da água permanece constante, sendo este calor denominado calor latente, o
qual é responsável pela mudança de estado líquido para vapor.

Temperatura (ºC)

Calor sensível

20
Calor (kcal/kg)

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Gráfico Temperatura x Tempo

Temperatura (ºC)

0 10 20 30 40 50 60
Tempo (minutos)

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2.5 - Pressão

Conceito de Pressão:
Pressione a palma de sua mão com a ponta do dedo, você poderá sentir os efeitos deste
esforço sobre a epiderme (camada superior da pele) a força que você imprimiu com o
dedo, sobre sua mão distribuiu-se sobre toda área dos dedos fazendo você sentir aquela
leve pressão, ou seja, aquele pequeno esforço distribuído sobre a pele.
A medida de uma distribuição de força é dada pela grandeza física denominada pressão.
O termo pressão é destinado principalmente quando se trata de líquidos e gases.
NOTA:
Toda força resultante de uma pressão é perpendicular à superfície onde está
distribuída.
F
P
A Portanto, podemos dizer que, pressão é definida como medida de concentração de
Força por unidade de área ou simplesmente:

2.5.1 – Unidades de pressão


A unidade de pressão mais utilizada em nosso país é o “kilopascal”, entretanto na
industria se utiliza em grande escala kgf/cm². A equivalência entre as duas unidades é 1
kgf/cm²= 98.06 kilopascal.
Na língua inglesa se utiliza libra força /polegada² = p.s.i. (pressure square inch), cuja
equivalência é de 14,22psi = 1 kgf/cm².

2.5.2 – Pressão nos gases


Lembrando que nos gases as partículas estão sempre em movimentação, a pressão
resultante será a somatória de todas as forças de colisão entre as partículas e parede do
reservatório. À medida que se aumenta a temperatura, aumenta-se a quantidade de calor
e calor é energia. Com o aumento da energia, a velocidade das partículas de gás aumenta e
assim a força de colisão é maior. Quanto maior a força da colisão maior a pressão, já que
a área do reservatório não muda.

Pressão = soma das forças de colisão

área interna do bujão

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2.5.3 - Pressão atmosférica


Sabemos que existe uma camada gasosa (ar) envolvendo a Terra, a camada atmosférica,
que apesar de ser uma mistura de gases leves, possui massa, tem peso. Portanto pressão
atmosférica é a força que o peso do ar exerce sobre área, ou seja, quanto mais alto
estivermos menor será a pressão atmosférica, ou seja, dependendo da altitude do local e
da temperatura a mesma pode variar.
Assim, a pressão atmosférica é maior ao nível do mar, porque e altura da camada de ar
sobre o mar é maior do que, por exemplo, no alto de uma montanha, onde a pressão
atmosférica é menor.

ALTITUDE(m) PRESSÃO (mmHg)


0 760
100 751
200 742
500 717

Como se mediu a pressão atmosférica?

A pressão atmosférica foi medida pela 1ª vez por Torricelli, que procedeu da seguinte
forma:
Trabalhando ao nível do mar, Torricelli encheu um recipiente com mercúrio líquido um
pouco abaixo da borda. Em seguida, também com mercúrio, encheu completamente, sem
deixar espaço para o ar, um tubo de vidro com 1 cm 2 de seção, fechado em uma de suas
extremidades. Invertendo este tubo, mergulhou-o no recipiente. Neste momento, dois
fatos ocorreram simultaneamente:
a) O peso do mercúrio fez com que ele descesse, escorregando para dentro do
recipiente.
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b) O peso da camada atmosférica empurrou o mercúrio de volta para dentro do


tubo, quando estas duas forças se equilibraram, o nível do mercúrio se
estabilizou a 76 cm, ou 760 mm acima do nível externo. Assim, a coluna de
mercúrio com 1cm² de área e 760 mm de altura, ou ainda, o peso aplicado ou
pressão de 1 atmosfera equivale ao peso de uma coluna de mercúrio com 760
mm de altura em uma área de 1cm ².

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2.5.4 - Pressão absoluta (vácuo)


É a pressão indicada no manovacuômetro, que deve estar aferido e calibrado para o local
onde será utilizado tendo como valor de pressão o real, ou seja, não existe nenhuma
ompensação do valor observado, ou seja, nosso referencial é o vácuo absoluto. Em breve
alavras trata-se de medir pressão a partir do vácuo absoluto .

2.5.5 - Pressão reduzida (vácuo parcial)


É a pressão indicada no manovacuômetro, que deve estar aferido e calibrado para o local
onde será utilizado, que ocorre quando a temperatura diminui e conseqüentemente as
suas quantidades de partículas se estabilizam (diminui o movimento e diminui o seu
volume), lembrando que o volume do recipiente continua o mesmo, criamos um espaço
vazio dentro do recipiente ao qual chamamos de vácuo parcial (isto pode ocorrer na
caldeira, entretanto a mesma não foi projetada para trabalhar em vácuo parcial ou total).

2.5.6 – Pressão manométrica


A pressão atmosférica, que depende da altitude, é chamada de pressão absoluta. Quando
um manômetro é instalado, o zero da escala do manômetro não é verdade o valor zero da
pressão, mas é um valor ajustado para que o zero do manômetro coincida com a pressão
atmosférica local, ou seja:

Pressão absoluta = Pressão manométrica + Pressão atmosférica

Suponha uma caldeira aberta e fria em uma região onde a pressão atmosférica é =
0,95kgf/cm². O manômetro deveria acusar 0,95 kgf/cm², entretanto o mesmo é
calibrado pelo instrumentista para indicar o valor zero, nessa condição. Assim o valor da
pressão atmosférica naquele local é na verdade igual ao valor da pressão absoluta, 0,95
kgf/cm², mas a pressão manométrica que é a pressão do manômetro calibrada vale zero.
Assim, depois
MARCOS PRADOque a caldeira
Engenharia for S/C
Térmica fechada
Ltda e acesa, quando a pressão do manômetro atingir
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1kgf/cm², na verdade ela será 1+ 0,95= 1,95 kgf/cm².


Nota:
A pressão manométrica também pode aparecer indicada como “psig” e a pressão absoluta
em “psia”.

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2.5.7 - Instrumentos de medição


Para a medição de pressão utiliza-se manômetro cujo princípio de funcionamento é pela
deformação elástica do tubo de Bourdon (inventor do manômetro) que é um tubo oco e
curvado, feito em metal flexível. Quando a pressão é aplicada, o tubo se deforma para
anular o efeito da pressão e então o que se mede é a deformação causada pela pressão.
Essa deformação pode ser medida por meio de um jogo de engrenagens e alavancas.

Quando a variação de pressão é muito pequena, a medida dessa variação pela utilização
do manômetro descrito anteriormente é problemática, temos que utilizar um sistema de
coluna de liquido tipo “U”. Entretanto, não podemos utilizar mercúrio dentro da coluna,
pois sua variação de nível é muito pequena. O mais indicado nesse caso é a utilização de
água onde teremos o valor da pressão expressa em mmca.

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2.6 – Vapor
Chamamos de vapor uma substância no estado gasoso, mas que em condições normais
estaria no estado liquido ou sólido. No nosso caso estudaremos especificamente a água,
que normalmente está no estado líquido, mas, se receber energia, passa para o estado
gasoso, chamando-se então vapor de água.
Utiliza-se a água para a geração de vapor em caldeiras devido ao seu custo reduzido, em
abundancia na natureza e por ser um bom condutor de calor.
Vamos entender primeiro o que acontece antes de se formar o vapor, e para isso
utilizamos o esquema a seguir:
Pressão atmosférica

Dentro do recipiente existe água líquida, que pode passar para o estado de vapor. Nas
condições normais, a água está no estado líquido porque existe uma força de atração
entre as partículas de água que faz com que elas fiquem ligadas entre si.
Quando fornecemos calor (energia), as partículas se agitam (correntes de convecção) e
tende a se soltarem uma das outras.
Quando isto acontecer, a água passa do estado líquido para o de vapor, e o vapor exerce
pressão. Se este recipiente estiver aberto, sobre a superfície do líquido vai existir uma
força impedindo a saída do vapor de água. Esta força é a pressão atmosférica.
No entanto, algumas partículas de água conseguem abandonar a superfície do líquido e
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evaporar. Estas partículas vão exercer uma pressão que é chamada pressão de vapor.
A pressão de vapor, como dissemos, depende da energia ou do calor e, assim, a pressão
de vapor varia com a temperatura.
Conforme vamos fornecendo calor, a pressão de vapor vai aumentando cada vez mais até
que se aproxima da pressão ambiente (ebulição). Enquanto a passagem do estado líquido
para vapor for efetuada a pressões menores que a pressão ambiente (ebulição), a
passagem do estado líquido para vapor é chamada de evaporação.
Quando a pressão do vapor e a pressão atmosférica se igualam o líquido entra em
ebulição (ferve). Quando a passagem do estado líquido para o de vapor é feita com a
pressão de vapor igual à pressão ambiente é chamado de vaporização.

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Pressão atmosférica

Região de aquecimento

Quando a quantidade de calor for suficiente, a pressão de vapor se iguala à pressão


atmosférica e a água ferve (ebulição).

Evaporação Vaporização

Temperatura (ºC) nesta faixa a pressão nesta faixa a pressão de vapor é

de vapor é menor que igual a pressão ambiente

a pressão ambiente

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Temp.ebulição
(vapor saturado)

Calor (kcal/kg)

Calor sensível Calor latente

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Pelo gráfico observamos que no ponto que começa a vaporização temos a temperatura de
ebulição. Assim, a evaporação ocorre quando a pressão de vapor é menor que a pressão
ambiente ou em temperaturas menores que a temperatura de ebulição.
A vaporização ocorre quando a pressão de vapor é igual à pressão ambiente ou na
temperatura de ebulição.
O vapor obtido na evaporação é chamado de vapor saturado porque contém partículas de
água líquida (igual à neblina) e o vapor da vaporização é chamado de “vapor saturado
seco”, o qual não contem partículas de água líquida. Na prática, este vapor é muito difícil
de existir, mas com aproximação podemos considerar como vapor saturado seco.
Até neste momento tratamos de evaporação e vaporização na pressão atmosférica.
Acontece dentro da caldeira à pressão vai aumentando e ocorrem algumas mudanças.

Vapor

A figura acima mostra um desenho simplificado de um tubulão de vapor. Imagine que a


caldeira esteja fria e aberta, com água pura (sem contaminantes). A pressão absoluta é
de 1 kgf/cm² e a pressão manométrica é zero. Há uma pequena evaporação na
temperatura ambiente porque a pressão de vapor é menor que a pressão ambiente.
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A caldeira é então aquecida e o ar vai sendo expulso. Com o aumento da temperatura a


pressão de vapor vai aumentando e o ambiente dentro do tubulão vai se enchendo de
vapor de água. Vamos fornecendo calor sensível e a temperatura da água vai aumentando,
a pressão de vapor vai aumentando, como pode ser observado na tabela de vapor
saturado.
A relação existente entre temperatura de ebulição e pressão de vapor são
correspondente para água pura, no entanto para as condições dentro de uma caldeira
haverá alguns desvios, pois a quantidade de calor fornecido deverá ser maior para a água
contaminada do que pura, devido à absorção de parte deste calor pelas impurezas.
Portanto é de extrema importância o controle da quantidade de contaminantes em uma
água de caldeira, através da descarga contínua e o controle dos sólidos.

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Quando temos um processo de mudança do estado líquido para gasoso, numa temperatura
mais alta que a temperatura de ebulição é chamado de calefação.
Para melhor entendimento do processo de calefação, vamos imaginar a seguinte situação:
Um recipiente de aço aberto contém água pura em ebulição, a pressão de 1 kgf/cm². A
temperatura da água é então de 100ºC e assim permanece até a vaporização total da
água. Enquanto existir água no recipiente, ao vaporizar, ela retira calor do aço e este
permanece a uma certa temperatura. Depois de seco, então sua temperatura vai
aumentando até digamos 250ºC. Aí então alguém resolve jogar lá dentro um litro de água
fria. Ao encontrar a chapa de aço quente, passa para o estado de vapor instantaneamente
(calefação), pois a temperatura de 250ºC é bem superior a temperatura de ebulição
ambiente (100ºC).
Neste caso, uma vez que o recipiente é aberto, o volume muda de 1 litro de água para
2300 litros de vapor. Se o recipiente fosse fechado e com um volume de 50 litros, a
pressão no seu interior chegaria a 40 kgf/cm² (isto se ele agüentasse).

2.6.1 Uso e distribuição de vapor


Depois que o vapor sai da caldeira, uma parte do vapor acaba sempre se condensando nas
linhas de distribuição, mesmo que a tubulação esteja bem isolada. Uma tubulação de
vapor de 4”, com vapor a 7kgf/cm² pode perder 30kg/h de vapor em cada 60/100m de
tubulação. Essa água condensada deverá ser retirada da tubulação por purgadores. Se
esta água não for retirada formará um selo de água que vai ser arrastado a alta
velocidade pelo vapor e no momento que encontrar alguma resistência irá ocorrer o golpe.
Outra causa do golpe de aríete é a abertura muito rápida da válvula principal de vapor.
Quando isto acontece, a velocidade de arraste aumenta muito rapidamente e não há
tempo para a devida drenagem.
Assim as válvulas principais devem ser abertas vagarosamente porque a violência do golpe
de aríete não é função da pressão e sim da velocidade do fluxo de vapor.
Outro problema observado pela abertura rápida das válvulas é o arraste de água líquida
para as tubulações de vapor, causando colapso nos níveis de água da caldeira.
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2.7 – Tabela de vapor saturado

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Tabela de vapor saturado (continuação)

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2.8 -Tabela de vapor superaquecido

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Tabela de vapor superaquecido (continuação)

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Tabela de vapor superaquecido (continuação )

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Tabela de vapor superaquecido (continuação)

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Tabela de vapor superaquecido (continuação)

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