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RESUMO
Heros Scaylier Lima Dutra
herosdutra@hotmail.com
007.976.172-05
TERMODINÂMICA
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
ÍNDICE
1. Calor e Temperatura...........................................................................................................3
1.1 Calor..........................................................................................................................................3
1.1.1 Condução Térmica...............................................................................................................3
1.1.2 Convecção Térmica............................................................................................................. 3
1.1.3 Irradiação Térmica...............................................................................................................3
1.1.4 Unidade de Medida de Calor............................................................................................. 4
1.1.5 Trocas de Calor.................................................................................................................... 4
1.1.6 Cálculo do Calor Sensível....................................................................................................4
1.1.7 Cálculo do Calor Latente.................................................................................................... 6
1.2 Temperatura............................................................................................................................6
1.2.1 Medir a Temperatura.......................................................................................................... 6
1.2.2 Dilatação Térmica................................................................................................................ 7
1.2.3 Cálculo da DilataçãoHeros
TérmicaScaylier
Linear.................................................................................8
Lima Dutra
1.2.4 Cálculo da Dilatação herosdutra@hotmail.com
Térmica Superficial......................................................................... 8
1.2.5 Cálculo da Dilatação Térmica Volumétrica...................................................................... 8
007.976.172-05
1.2.6 Calorimetria..........................................................................................................................9
4. 1a Lei da Termodinâmica.................................................................................................. 24
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RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
5. Trabalho Termodinâmico.................................................................................................25
5.1 Transformações Cíclicas...................................................................................................... 26
6. Máquinas Térmicas........................................................................................................... 27
6.1 Rendimento de Uma Máquina Térmica............................................................................ 27
7. Ciclo de Carnot.................................................................................................................. 29
7.1 Teorema de Carnot.............................................................................................................. 31
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RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
1. Calor e Temperatura
Calor e Temperatura são dois conceitos fundamentais na termologia (Termofísica). O calor
representa a troca de energia entre corpos, enquanto a temperatura caracteriza a agitação
das moléculas de um corpo.
1.1 Calor
O calor (energia calorífica) é caracterizado pela transferência de energia térmica que flui de
um corpo de maior temperatura a outro de menor temperatura quando há diferença de
temperatura entre os corpos.
A propagação do calor pode ocorrer de três maneiras, a saber: condução, convecção e
irradiação.
Na condução térmica, a transferência de calor é dada pela agitação das moléculas, por
exemplo, ao segurar uma barra de ferro e aquecer a outra extremidade, em pouco tempo,
a barra inteira se aquecerá. Heros Scaylier Lima Dutra
herosdutra@hotmail.com
As moléculas aumentam a sua vibração, transmitindo energia para as moléculas vizinhas.
007.976.172-05
Neste processo, elas não se deslocam, apenas transferem energia térmica.
Por fim, na irradiação térmica, o calor é propagado por ondas eletromagnéticas, sem ser
necessário o contato entre os corpos, por exemplo, se aquecer perto de uma lareira.
A irradiação ocorre sem transferência de matéria e não há necessidade de percorrer um
meio material. A irradiação ocorre inclusive através do vácuo, como a energia do Sol que
chega à Terra.
A irradiação térmica ocorre, principalmente, com as ondas eletromagnéticas na faixa do
infravermelho.
3
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
No Sistema Internacional de Unidades (SI) o calor é medido em joules (J), pois esta é a
unidade oficial para medir energia. No entanto, outra unidade muito utilizada para medir
calor é a caloria (cal).
1 cal = 4,184 J
Obs.: 1 cal é a quantidade de energia necessária para elevar 1°C de 1 grama de água.
Corpos com temperaturas diferentes trocam calor entre si e com o ambiente. A energia
térmica é transferida do corpo quente (maior temperatura) para o mais frio (menor
temperatura). Nestas trocas de energia se observa dois tipos de alterações: de
temperatura ou de estado físico.
Calor Sensível é a energia que provoca mudança de temperatura na matéria sem alterar
seu estado físico.
𝑄 = 𝑚𝑐∆𝑇
4
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
Questão 01 - 2017
𝑐𝑎𝑙
Uma esfera de um material cujo calor específico é igual a 0, 09 𝑔°𝐶
, de massa igual a 100 𝑔,
é aquecida de forma que sua temperatura passe de 20 °𝐶 para 40 °𝐶. Nessas condições, a
quantidade de calor recebida pela esfera e a capacidade térmica da esfera são,
respectivamente:
a) 90 𝑐𝑎𝑙 e 18 𝑐𝑎𝑙/°𝐶
b) 180 𝑐𝑎𝑙 e 9 𝑐𝑎𝑙/°𝐶
c) 180 𝑐𝑎𝑙 e 18 𝑐𝑎𝑙/°𝐶
d) 540 𝑐𝑎𝑙 e 𝑐𝑎𝑙/°𝐶
e) 540 𝑐𝑎𝑙 e 𝑐𝑎𝑙/°𝐶
Comentários:
Nesse caso, temos uma aplicação de calorimetria, onde aplicamos a seguinte fórmula:
𝑄 = 𝑚∙𝑐∙∆𝑇
Onde,
• 𝑄 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟
• 𝑚 = 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 Heros Scaylier Lima Dutra
• 𝑐 = 𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 herosdutra@hotmail.com
• ∆𝑇 = 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 007.976.172-05
𝐶 = 𝑚∙𝑐
Onde,
• 𝑚 = 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎
• 𝑐 = 𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜
𝐶 = 100∙0, 09
𝐶 = 9 𝑐𝑎𝑙/°𝐶
Resposta: Letra B
5
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
Calor Latente é a energia que provoca a mudança de estado físico na matéria sem alterar
sua temperatura.
𝑄
𝐿= 𝑚
1.2 Temperatura
Temperatura é uma grandeza física que representa a quantidade de energia cinética por
conta do movimento ou da agitação das moléculas (microscopicamente) e o estado térmico
de um corpo, ou seja, se está quente ou frio (macroscopicamente).
O princípio fundamental da Termodinâmica diz que, dois corpos em equilíbrio térmico com
um terceiro corpo, também estão em equilíbrio térmico entre si.
Para medir a temperatura são necessários aparelhos especiais como o termômetro, cujo
valor pode ser apresentado nas escalas: Celsius (°C), Kelvin (K) ou Fahrenheit (°F).
Para tanto, na escala Kelvin o valor do ponto de fusão da água é de 273K (0°C) e o ponto de
ebulição de 373K (100°C).
6
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
𝑇𝐾 = 𝑇𝐶 + 273, 15
𝑇𝐹 = 32 + 1, 8∙𝑇𝐶
7
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
A dilatação térmica, ∆𝐿 = 𝐿𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝐿𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 é a variação das dimensões lineares que se deram
no corpo, após receber ou ceder determinada quantidade de calor.
Esta variação depende do coeficiente de dilatação térmica linear α , sendo uma constante
que depende do material e de outras propriedades. Os valores de α são tabelados.
∆𝐿 = 𝐿0αΔ𝑇
Onde,
➢ 𝑆0 é a área inicial;
➢ β é o coeficiente de dilatação superficial;
➢ Δ𝑇 é a variação de temperatura.
∆𝑉 = 𝑉0γΔ𝑇
Onde,
➢ ∆𝑉 é a variação volumétrica;
8
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
➢ 𝑉0 é o volume inicial;
➢ γ é a variação de temperatura;
➢ Δ𝑇 é o coeficiente de dilatação volumétrica.
1.2.6 Calorimetria
Sendo
a) 83,8.
b) 60,0.
c) 54,8.
d) 50,0.
e) 37,7.
Comentários:
1º processo: calor sensível de -10°C à 0°C
9
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
O gelo recebe energia que é utilizada para transformar o seu estado, mantendo a
temperatura constante.
Heros
2 100Scaylier
J + 33 000 JLima Dutra
= 35 100 J
herosdutra@hotmail.com
Subtraindo do total recebido: 007.976.172-05
Portanto, ao receber 56 100 J, as 100 g de gelo terminam o processo como água líquida a
50°C.
Resposta: Letra D
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RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
Uma vez que não há interação entre as partículas de um gás ideal, a energia interna desse
gás é sempre igual à soma da energia cinética de todas as partículas que o constituem.
Quaisquer que sejam os gases ideais, eles sempre contarão com o mesmo número de
partículas para o mesmo volume. A massa deles, por sua vez, dependerá diretamente da
sua massa molar (medida em g/mol), além disso, 1 mol de gás ideal (cerca de 6,02.1023
partículas) sempre ocupará um volume igual a 22,4 L, nas condições normais de
temperatura e pressão (CNTP), ou seja, 𝑇 = 0 °𝐶 (273 𝐾) e 𝑃 = 1 𝑎𝑡𝑚.
11
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
Volume variável: adquire a forma do recipiente que o contém. Isso ocorre porque o volume
das partículas é considerado desprezível em relação ao volume do recipiente. Além disso,
como estão em constante movimento, elas podem se expandir ocupando todo o volume
de onde estão;
Forma variável: também é de acordo com o recipiente em que está contido. Visto que as
partículas estão bem afastadas umas das outras e elas possuem grande liberdade de
movimentação, elas adquirem a forma do recipiente.
Veja a comparação entre o estado gasoso e os outros estados físicos por meio do modelo
abaixo: Heros Scaylier Lima Dutra
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RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
Temperatura: Está relacionada com a energia cinética média das partículas. Quanto maior
a temperatura, maior a energia cinética e maior a expansão do gás, e vice-versa;
Baixa densidade: A densidade é dada pela razão entre a massa de um material e o volume
por ele ocupado (ρ = m/V). As partículas ficam muito afastadas, assim há uma massa
pequena, praticamente desprezível, em um grande volume. Por isso, a sua densidade
relativa é muito pequena;
É importante ressaltar que esse modelo é para o gás ideal. O comportamento de um gás
real se aproxima progressivamente do comportamento de um gás ideal quanto maior for a
temperatura e quanto menor for a pressão. Caso contrário, em condições de pressão
muito alta ou de temperatura muito baixa, as partículas há interação entre as partículas e
seu comportamento se afasta sensivelmente do modelo proposto para o gás ideal.
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RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
Juntas essas leis formaram a base necessária para o surgimento da lei dos gases ideais,
que relaciona o estado termodinâmico inicial de um gás, definido pelas grandezas do
estado termodinâmico inicial (𝑃1, 𝑇1 𝑒 𝑉1), com o seu estado termodinâmico final (𝑃2, 𝑉2 𝑒 𝑇2
), depois de ter sofrido alguma transformação gasosa.
𝑃1𝑉1 𝑃2𝑉2
𝑇1
= 𝑇2
A lei geral dos gases afirma que o produto da pressão pelo volume do gás, divido pela
temperatura termodinâmica, em Kelvin, é igual a uma constante. Essa constante, por sua
vez, é descrita pela equação de Clapeyron, observe:
Heros Scaylier Lima Dutra
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𝑃𝑉
= 𝑛𝑅→𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇
𝑇
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𝑛 – número de mols (mol)
𝑅 – constante universal dos gases perfeitos (0,082 atm.L/mol.K ou 8,314 J/mol.K)
Na fórmula, 𝑃 é a pressão exercida pelo gás, 𝑉 é o volume ocupado por esse gás, e 𝑇 é a
temperatura, medida em kelvin. A grandeza 𝑛 refere-se ao número de mols, enquanto 𝑅 é
a constante universal dos gases ideais, que, frequentemente, é medida em unidades de
𝑎𝑡𝑚. 𝐿/𝑚𝑜𝑙. 𝐾 ou em 𝐽/𝑚𝑜𝑙. 𝐾, sendo essa última adotada pelo SI.
A energia interna dos gases ideais pode ser calculada por meio do produto entre a
constante de Boltzmann e a temperatura termodinâmica, observe:
3
𝐸𝑐 = 2
𝑁𝐾𝐵𝑇
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RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
Da relação anterior, que nos permite calcular a energia cinética média das partículas de um
gás ideal, tiramos a fórmula seguinte, que pode ser usada para calcular qual deve ser a
velocidade quadrática média das moléculas de um gás ideal, para uma determinada
temperatura 𝑇, observe:
3𝑅𝑇
𝑣= 𝑀
𝑀 – 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 (𝑔/𝑚𝑜𝑙)
Essa fórmula permite visualizar que um acréscimo na temperatura de um gás ideal resulta
em um aumento na velocidade quadrática média das partículas.
(Questão 3 – 2015) Um sistema gasoso recebe de uma fonte térmica uma quantidade de
calor equivalente a 30 𝐽 e expande-se. Ao final, verifica-se que houve um aumento de 20 𝐽
na energia interna do sistema. O trabalho realizado pelo gás na expansão foi de:
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a) − 50 𝐽
b) − 10 𝐽´ 007.976.172-05
c) 0 𝐽
d) 10 𝐽
e) 50 𝐽
Comentários:
Essa é uma questão de aplicação direta da Primeira Lei da Termodinâmica, que é dada por:
∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊
O que temos que cuidar, são os sinais de cada uma dessas variáveis. Que podem ser
observadas por:
𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜:
𝑊 > 0, 𝑠𝑒 𝑓𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 𝑃𝐸𝐿𝑂 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
𝑊 < 0, 𝑠𝑒 𝑓𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 𝑆𝑂𝐵𝑅𝐸 𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟:
𝑄 > 0, 𝑠𝑒 𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝐴𝐵𝑆𝑂𝑅𝑉𝐸 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟
𝑄 < 0, 𝑠𝑒 𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝐶𝐸𝐷𝐸 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟
15
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
Com isso, temos que o calor recebe uma quantidade de calor e a variação da energia
interna recebe um aumento na energia interna do sistema, com isso:
𝑄 =+ 30 𝐽
∆𝑈 =+ 20 𝐽
20 = 30 − 𝑊
𝑊 = 30 − 20 = 10 𝐽
Resposta: Letra D
Existem três tipos de transformações gasosas, que ocorrem quando (1) a temperatura
permanece constante, (2) quando a pressão permanece constante e (3) quando o volume
permanece constante.
Essa é uma transformação gasosa que ocorre com a temperatura constante, enquanto as
outras variáveis (pressão e volume) variam.
16
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
Isso quer dizer que, se aumentarmos a pressão sobre o gás, o seu volume diminuirá e
vice-versa, como a figura a seguir mostra:
Duas grandezas são inversamente proporcionais quando o produto entre elas sempre
origina uma constante. Assim, temos:
𝑃𝑉 = 𝑘
Ou
𝑃1𝑉1 = 𝑃2𝑉2
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RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
Essa palavra vem do grego iso, que significa “igual”, e baros, que é “pressão”, ou seja, essa é
uma transformação gasosa que ocorre com a pressão constante, enquanto as outras
variáveis (temperatura e volume) variam.
“Com a pressão sendo mantida constante, a massa de determinado gás ocupa um volume
diretamente proporcional à sua temperatura termodinâmica.”
Isso quer dizer que, se aumentarmos a temperatura do sistema, o volume ocupado pelo
gás também aumentará, ou seja, ele expandir-se-á. Por outro lado, com a diminuição da
temperatura, o gás contrair-se-á. Veja isso na ilustração a seguir:
Ou
𝑉1 𝑉2
𝑇1
= 𝑇2
Veja um exemplo a seguir de transformação isobárica. Por exemplo, se temos uma massa
fixa de um gás em um sistema fechado, sob temperatura de 100 K e seu volume é “V”, se
aumentarmos essa temperatura para 200 K, ou seja, se dobrarmos a temperatura, o
volume também dobrará, passando para “2V” e assim sucessivamente.
18
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
Passando os dados das transformações isobáricas para um gráfico que relaciona a pressão
e o volume, obtemos uma reta, conforme o gráfico a seguir mostra:
Conforme já dito, iso significa “igual”, e coros é “volume”, ou seja, a palavra “isocórica”
refere-se a uma transformação gasosa que ocorre com o volume constante, enquanto as
outras variáveis (temperatura e pressão) variam. Também pode ser chamada de
isovolumétrica.
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A segunda lei de Charles e Gay-Lussac diz o seguinte:
007.976.172-05
“Com o volume sendo mantido constante, a pressão exercida pela massa de determinado
gás é diretamente proporcional à sua temperatura termodinâmica.”
Isso quer dizer que, se aumentarmos a temperatura do sistema, a pressão exercida pelo
gás também aumentará e vice-versa. Observe:
Matematicamente, temos:
𝑃
𝑇
=𝑘
Ou
𝑃1 𝑃2
𝑇1
= 𝑇2
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RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
Portanto, assim como ocorre no caso das transformações isobáricas, nos gráficos das
transformações isocóricas, a relação entre a pressão e a temperatura sempre dará uma
reta:
3/100 = 0,03
6/200 = 0,03
9/300 = 0,03
12/400 = 0,03
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3.6 Transformação Adiabática
007.976.172-05
Transformações adiabáticas são processos termodinâmicos nos quais não ocorrem
transferências de calor entre um sistema e suas vizinhanças. As únicas trocas de energia
possíveis durante um processo adiabático são decorrentes da realização de trabalho
termodinâmico.
0 = Δ𝑈 + τ
∆𝑈 =− τ
Nos processos adiabáticos, as únicas trocas de energia possíveis entre um sistema e suas
vizinhanças ocorrem por meio da realização de trabalho.
20
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
A compressão adiabática ocorre, portanto, quando um gás sofre uma diminuição em seu
volume e, consequentemente, um aumento em sua pressão sem que se realizem trocas de
calor com suas vizinhanças.
A expansão adiabática, por sua vez, é caracterizada por um aumento repentino no volume
do gás e uma grande queda de sua pressão. Dessa forma, a temperatura do gás tende a
cair rapidamente, mesmo sem haver trocas de calor entre o gás e o meio.
Para gases ideais monoatômicos, o coeficiente γ tem valor igual a 5/3. Já para gases ideais
diatômicos, seu valor é de 7/5. A relação entre calor específico de pressão constante e
volume constante é chamada de relação de Mayer. Observe:
21
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
𝑅 = 𝐶𝑃 − 𝐶𝑉
𝑅 – 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑢𝑛𝑖𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 𝑑𝑜𝑠 𝑔𝑎𝑠𝑒𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠 (0, 082 𝑎𝑡𝑚. 𝐿/𝑚𝑜𝑙. 𝐾 𝑜𝑢 8, 31 𝐽/𝑚𝑜𝑙. 𝐾)
Comentários:
Listando as propriedades dos 3 estados do problema, temos:
22
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
𝑉1 = 𝑉 𝑉2 = 2𝑉 𝑉3 = 3𝑉
𝑃
𝑃1 = 𝑃 𝑃2 = 𝑃3 = ?
3
γ
𝑃∙𝑉 = 𝑐𝑡𝑒
γ 𝑃 γ
𝑃∙𝑉 = 3
• (2𝑉)
γ
γ γ 2
𝑃𝑉 = 𝑃𝑉 • 3
γ 𝑙𝑜𝑔 (3)
2 = 3→γ = 𝑙𝑜𝑔 (2)
≅1, 6
23
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
4. 1a Lei da Termodinâmica
Ao estudar alguns fatos históricos sobre a busca de novas fontes de energia e formas de
realização de trabalho percebemos que o homem utilizou diversos recursos. Em função
dessas descobertas vimos que tanto o calor como o trabalho e a energia interna são
formas de energia e que, pelo que conhecemos de sistemas mecânicos, a energia se
conserva e existe uma relação entre trabalho e energia.
Com base nos estudos realizados no decorrer da história, vimos que a Primeira Lei da
Termodinâmica trata do balanço energético entre as energias inicial e final do sistema, a
energia fornecida e o trabalho realizado pelo sistema, ou seja, podemos afirmar que em
qualquer processo termodinâmico analisado, a quantidade de calor Q recebida pelo
sistema é igual ao trabalho (τ) realizado por ele mais a variação da energia interna.
Nesse tipo de processo termodinâmico, parte do calor que o gás recebe é transformado
em energia interna e parte desse calor é utilizado para realizar trabalho termodinâmico.
Assim, a soma dessas duas parcelas é igual ao calor recebido, pois sabemos que a energia
não pode ser criada e nem destruída, mas apenas transformada. Com isso, podemos
definir que um determinado gás realiza trabalho quando seu volume aumenta (τ positivo).
Quando seu volume diminui, o trabalho é realizado sobre o gás (τ negativo).
24
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
5. Trabalho Termodinâmico
Imagine que você tem alguns livros que precisam ser guardados em uma estante. Para tal
tarefa, você precisa aplicar uma força nos livros. Será necessário deslocá-los e guardá-los
na estante. Na física, quando temos força e um consequente deslocamento, dizemos que
houve a realização de trabalho. Na termodinâmica, o trabalho tem um papel fundamental,
pois ele pode ser considerado como o objetivo final da construção de uma máquina
térmica. Nas antigas máquinas a vapor, por exemplo, gerava-se calor com a queima de
combustível, como o carvão. O resultado final era o movimento, ou seja, a realização de
trabalho. De modo geral, na termodinâmica, o trabalho pode ser determinado através de
um método gráfico. Considere um gráfico de pressão por volume, como mostrado na
figura abaixo.
O trabalho é dado pela área entre a curva do gráfico e o eixo do volume, 𝑈 é a energia
interna, R é a constante dos gases perfeitos (um valor dado), 𝑇 é a temperatura e 𝑛 é o
numero de mols. Essa relação matemática mostra que a energia interna e a temperatura
estão relacionadas de maneira direta: para que ocorra uma variação de energia interna é
necessário que ocorra uma variação de temperatura do sistema.
Resumindo:
∆𝑇 = 0→Δ𝑈 = 0
∆𝑇 > 0→Δ𝑈 > 0
∆𝑇 < 0→Δ𝑈 < 0
25
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
Uma transformação cíclica ocorre quando o estado inicial do sistema coincide com o
estado final. Em um diagrama de pressão por volume a curva que representa essa
transformação é fechada, como representado na figura abaixo.
O cálculo da área dentro da curva dará o valor numérico do trabalho realizado no ciclo.
Esses ciclos podem ser apresentados nos sentidos horário ou anti-horário.
26
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
6. Máquinas Térmicas
As máquinas térmicas são máquinas capazes de converter calor em trabalho. Elas
funcionam em ciclos e utilizam duas fontes de temperaturas diferentes, uma fonte quente
que é de onde recebem calor e uma fonte fria que é para onde o calor que foi rejeitado é
direcionado.
A respeito das máquinas térmicas, é importante saber que elas não transformam todo o
calor em trabalho, ou seja, o rendimento de uma máquina térmica é sempre inferior a
100%.
O rendimento de uma máquina térmica é a razão entre a potência útil, trabalho produzido
pela máquina térmica, e a potência total calor fornecido a máquina térmica pela fonte
quente:
τ 𝑄1−𝑄2 𝑄2
η= 𝑄1
= 𝑄1
=1− 𝑄1
27
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
a) 3/23
b) 4/23
c) 6/23
d) 67/187
e) 120/187
Comentários:
Para um ciclo de Carnot, o rendimento é dado pela seguinte expressão:
𝑄𝑓
η=1− 𝑄𝑞
( )
Porém, a razão entre o calor da fonte fria 𝑄𝑓 e o calor da fonte quente (𝑄𝑞) é dita igual a
razão das respectivas temperaturas:
𝑄𝑓 𝑇𝑓
𝑄𝑞
= 𝑇𝑞
340
η=1− 460
460 340 120 6
η= 460
− 460
= 460
= 23
Resposta: Letra C
28
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
7. Ciclo de Carnot
O Ciclo de Carnot é um ciclo particular de transformações termodinâmicas de um gás ideal.
(Questão 06 – 2012) Uma máquina térmica funciona aplicando a um 𝑚𝑜𝑙 de gás ideal, que
está a uma temperatura 𝑇1 e ocupa um volume 𝑉1, uma sequência de 4 transformadores
reversíveis na seguinte ordem:
29
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
a) η = 0, 25 e 𝑊 = 𝑅𝑇1
b) η = 0, 25 e 𝑊 = 𝑅𝑇1∙𝑙𝑛 (2) /2
c) η = 0, 5 e 𝑊 = ln(2) /2
d) η = 0, 5 e 𝑊 = 𝑅𝑇1∙𝑙𝑛 (2) /2
e) η = 0, 66 e 𝑊 = 𝑇1∙𝑙𝑛 (2) /2
Comentários:
Primeiramente, esboçamos todas as transformações com os dados do enunciado, onde as
transformações em vermelho são as isotérmicas e as em azul são as isocóricas.
Nesse caso, só haverá trabalho nas transformações de 𝐴→𝐵 e de 𝐶→𝐷, uma vez que em
transformações isocóricas possuem trabalho nulo (área abaixo da curva = 0).
𝑊 = 𝑊𝐴𝐵 + 𝑊𝐶𝐷
𝑊 = 𝑛∙𝑅∙𝑇∙𝑙𝑛 ( )
𝑉𝑓
𝑉𝑖
𝑊 = 𝑛∙𝑅∙𝑇1∙𝑙𝑛 ( )
2𝑉1
𝑉1
+ 𝑛∙𝑅∙
𝑇1
2
∙𝑙𝑛 ( )
𝑉1
2𝑉1
30
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
𝑇1
𝑊 = 𝑅∙𝑇1∙𝑙𝑛 (2) + 𝑅∙ 2
∙𝑙𝑛 ( )
1
2
𝑇1
𝑊 = 𝑅∙𝑇1∙𝑙𝑛 (2) + 𝑅∙ 2
• ( − 𝑙𝑛 (2) )
(
𝑊 = 𝑅∙𝑇1 • 𝑙𝑛 (2) −
1
2
𝑙𝑛 (2) )
𝑙𝑛 (2)
𝑊 = 𝑅∙𝑇1 • 2
η=1−
( )
𝑇1
2
𝑇1
1
η=1− 2
= 0, 5
“Nenhuma máquina térmica que opere entre duas dadas fontes, às temperaturas T1 e T2,
podem ter maior rendimento que uma máquina de Carnot operando entre estas mesmas
fontes.”
A máquina de Carnot é uma máquina térmica que opera segundo o ciclo de Carnot.
Todas as máquinas de Carnot apresentam o mesmo rendimento, desde que operem com
as mesmas temperaturas.
𝑇2
η=1− 𝑇1
Sendo,
η 𝑜 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑚á𝑞𝑢𝑖𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑟𝑛𝑜𝑡.
𝑇1 𝑎 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑚 𝐾𝑒𝑙𝑣𝑖𝑛 (𝐾)
𝑇2 𝑎 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑓𝑟𝑖𝑎 𝑒𝑚 𝐾𝑒𝑙𝑣𝑖𝑛 (𝐾)
31
RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
Onde,
η: 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑄𝐴: 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑎𝑞𝑢𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
Heros Scaylier Lima Dutra
𝑄𝐵: 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛ã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜
herosdutra@hotmail.com
007.976.172-05
Essa lei se estabeleceu a partir dos estudos de Sadi Carnot (1796-1832). Incentivado pela
Revolução Industrial, o físico francês estudava a possibilidade de aumentar a eficiência das
máquinas.
Analisando as máquinas térmicas, Carnot descobriu que elas eram mais eficientes quando
havia transferência de calor da temperatura mais alta para a temperatura mais baixa. Isso
acontece sempre nessa ordem, afinal a transferência de energia térmica é um processo
irreversível.
Isso quer dizer que o trabalho depende da transferência de energia térmica, lembrando
que não é possível transformar todo calor em trabalho.
Foi com base nas ideias de Carnot, que Clausius e Kelvin basearam seus estudos sobre a
Termodinâmica.
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RESUMO DO ASSUNTO | TERMODINÂMICA
Para um caso geral usamos então a seguinte equação para a variação da entropia:
𝑑𝑄
∆𝑆 = ∫ 𝑇
Mas para cada situação vamos usar uma fórmula como pode ser visto na tabela abaixo:
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