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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Transferência de Calor I

Experimento 1: Condução linear de calor

Docente: José Gustavo Coelho

Discentes: Marco Túlio Marroco


2019.1038-1
Rafaela Gomes Pavoni
2020.1002-4

Uberaba - MG
26 de janeiro de 2023
1. INTRODUÇÃO

O atual relatório, realizado em dupla, mostra na prática como ocorre a transferência de


calor ao longo de uma barra cilíndrica de material homogêneo na presença de outros
materiais. Resumindo brevemente, a condução térmica é um tipo de propagação de calor que
ocorre através das interações das partículas, que possuem diferentes valores de temperatura,
existentes em um material.

2. OBJETIVOS

Este relatório tem como objetivos:


• Mostrar a linearidade da condução de calor ao longo de uma barra sólida com
tamanho e material uniformes;
• Mostrar a interferência que ocorre da presença de outros materiais sobre a
transferência linear de calor;
• Mostrar como são feitos os cálculos da condutividade térmica experimental do
material;
• Mostrar a conexão térmica realizada pela pasta térmica.

3. METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do experimento, foi utilizada uma barra cilíndrica de


espessura de 30 mm (Figura 1), com sete termopares distribuídos igualmente pela barra e foi
colocada, junto a uma pasta térmica, uma sessão intermediária, fabricada em latão.

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Figura 1: Componentes do experimento.

Ligações dos
termopares.

Secção
intermediária
de Cobre
Barra cilíndrica

Fonte: Dos autores, 2023.

Ademais, foi necessário a utilização de um termômetro para verificar a temperatura do


ambiente, para levar como referência. Após a preparação inicial, foi aberta a válvula de
alimentação de água (Figura 2), para não superaquecer a barra, ligou o aquecedor e ele foi
configurado para uma potência inicial de 35,2 Watts. Foi aguardado até que a temperatura
estabilizasse e, posteriormente, os valores de temperatura de T1 até T7 foram anotados
(Figura 3).

Figura 2: Válvula de alimentação da água.

Fonte: Dos autores, 2023.

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Figura 3: Valores de temperatura encontrados para Potência de 35,2 Watts.

Fonte: Dos autores, 2023.

Deste modo, o processo completo foi repetido para outros valores de potência, que se
encontram distribuídos na Tabela 1.

Tabela 1: Valores encontrados de temperatura para diferentes potências.


Potência (W) T1 ºC T2 ºC T3 ºC T4 ºC T5 ºC T6 ºC T7 ºC
35,2 71,4 64,3 57,5 51,1 46,4 40,3 34,1
43,9 91,6 82,8 74,2 63,3 54,2 46,4 38,3
44,6 85,5 76,6 67,7 59,5 53,4 45,4 37,2
49,3 93,8 83,8 73,9 64,6 57,6 48,6 39,3
Fonte: Dos autores, 2023.

4. RESULTADOS

A partir da realização do experimento e da descoberta dos valores das sete


temperaturas para cada valor de potência, foram realizados os cálculos e plotados os gráficos
pelo Excel, assim, foi possível determinar o gradiente linear de temperatura ao longo da barra,
utilizando a Equação 1:
Equação 1: Cálculo do gradiente linear de temperatura.

A fim de calcular o valor da condutividade térmica do material para demonstrar a


eficiência condutiva ao longo do comprimento da barra, devem ser levados em consideração a

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área da secção transversal dela, os valores de potência e o valor do gradiente linear. Assim,
temos a Equação 2:
Equação 2: Cálculo da condutividade térmica.

• 35,2 Watts (Gráfico 1):


Gráfico 1: Linearidade da condução térmica entre os pontos equidistantes (P = 35,2 W).

Decaimento da temperatura - 35,2 W


350
345 T1
340
T2
Temperatura [K]

335
330 T3
325 T4
320 T5
315
T6
310
T7
305
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14
Distância [m]

Fonte: Dos autores, 2023.

• 43,9 Watts (Gráfico 2):


Gráfico 2: Linearidade da condução térmica entre os pontos equidistantes (P = 43,9 W).

Decaimento da temperatura - 43,9 W


370
T1
360
T2
350
Temperatura [K]

T3
340
T4
330
T5
320 T6

310 T7

300
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14
Distância [m]

Fonte: Dos autores, 2023.

5
• 44,6 Watts (Gráfico 3):

Gráfico 3: Linearidade da condução térmica entre os pontos equidistantes (P = 44,6 W).

Decaimento da temperatura - 44,6 W


370

360 T1

350 T2
Temperatura [K]

340 T3

T4
330
T5
320 T6

310 T7

300
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14
Distância [m]

Fonte: Dos autores, 2023.

• 49,3 Watts (Gráfico 4):

Gráfico 4: Linearidade da condução térmica entre os pontos equidistantes (P = 49,3 W).

Decaimento da temperatura - 49,3 W


370

360

350
Temperatura [K]

340

330

320

310

300
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14
Distância [m]

Fonte: Dos autores, 2023.

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Para calcular o gradiente térmico, dos diferentes valores de potência, utilizamos a
Equação 1 e as temperaturas T1 como temperatura inicial do experimento e T7 como a
temperatura final.

• 35,2 Watts:

𝑑𝑇
= 310,83
𝑑𝑥

• 43,9 Watts:
𝑑𝑇
= 444,16
𝑑𝑥

• 44,6 Watts:
𝑑𝑇
= 402,50
𝑑𝑥

• 49,3 Watts:
𝑑𝑇
= 454,16
𝑑𝑥

Área da sessão transversal da barra com 30mm de diâmetro:


𝐴 = 7,068 x10−4 m2

Logo a condutividade térmica do latão para os diferentes valores de potência são,


a partir da Equação 2:

• 35,2 Watts:
𝑘 = 160,21 W.m-1 K-1

• 43,9 Watts:
𝑘 =139,82 W.m-1 K-1

• 44,6 Watts:
𝑘 = 156,76 W.m-1 K-1

• 49,3 Watts:
𝑘 = 153,57 W.m-1 K-1

5. CONCLUSÃO

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Analisando o coeficiente angular das retas de linearização das temperaturas, foi
possível observar que a melhor condutividade térmica alcançada foi a do teste de 35,2 Watts,
já que ele apresentou a menor inclinação de reta ao longo do decaimento da temperatura.
Ademais, comparando o valor típico do cobre de 388 W.m-1 K-1 com os valores
encontrados para as potências, pode-se notar uma grande diferença. Isso se deve ao fato que o
material de cobre está alocado somente no meio da barra e, desse modo, não tem grande
influência no cálculo da condutividade térmica de toda a barra. Porém, é possível notar o
maior desvio da linha de tendência na medição da temperatura no termopar T4, exatamente
onde se encontra o disco de cobre instalado, desse modo, caso a barra fosse completamente de
cobre, teríamos outras medições que representariam uma inclinação diferente e muito
provavelmente o valor de condutividade térmica se aproximaria do tabelado 388 W.m-1 K-1.

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