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RESUMO
1
Lilian Cláudia Xavier Cordeiro; Mestre em Educação; Professora no IFRS; câmpus Ibirubá;
lilian.cordeiro@ibiruba.ifrs.edu.br
2
Bianca Deon Rossato; Mestre em Letras; Professora do IFSUL câmpus Passo Fundo;
bianca.rossato@passofundo.ifsul.edu.br
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O IFRS câmpus Ibirubá conta com os cursos na modalidade Ensino Médio Integrado Técnico nas áreas de
agropecuária, mecânica e informática.
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Break Cultural foi um projeto de extensão fomentado pelo IFRS, que promovia apresentações culturais durante
o intervalo do almoço do câmpus Ibirubá.
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LeiturAção: Reading is bueno, tchê! é um projeto de extensão ainda vigente, que tem por finalidade incentivar
a leitura e a produção escrita, bem como levar ações voltadas a essas habilidades à comunidade externa.
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Técnica utilizada na época da ditadura para escrever frases contra o regime pelas cidades, que ganha mais
contemporaneamente o status de arte.
compositores e demais envolvidos nesse período de resistência. Nesses conteúdos,
analisaram-se as canções e a produção literária da época, culminando com a confecção de
cartazes que foram expostos no Break Cultural.
Como fator positivo da ação, ressaltamos o envolvimento dos professores das diversas
áreas, que motivaram os alunos a compreender a democracia como um valor a ser protegido
na contemporaneidade. A disciplina de História trouxe discussões sobre o momento histórico
da implantação da ditadura militar e/ou civil-militar, com leitura de textos e debates. Também
houve uma efetiva participação dos demais servidores nas discussões e apresentações
artísticas. Além disso, os alunos, foco principal da ação educativa, estiveram envolvidos e
demonstraram, através das produções, a capacidade da análise crítica da época.
Como ponto culminante do projeto, houve uma apresentação de dança e música, além
da exposição dos painéis. No número final, os professores fizeram uma performance com
músicas da época estudada.
Percebemos, a partir das avaliações feitas pelos alunos, o apreço pela ação pedagógica
realizada, dizendo que essa vivência tornou o conteúdo mais real, mais vivo para eles. A partir
disso, podemos inferir que restringir as discussões de determinados conteúdos, apenas à sala
de aula, com foco em cada disciplina, pode comprometer a aprendizagem de fato, pois não há
a implicação de todas as linguagens e capacidades envolvidas no processo. Também não
parece favorável manter as disciplinas isoladas em suas “caixas” de conhecimentos sem a
interligação. Esta, tão propalada no mundo tecnológico onde se propaga que aprendemos
criando uma teia de conexões e não em compartimentos isolados.
Os adolescentes precisam envolver o corpo e a ação deste no mundo, pois não possuem
a mesma disposição para o estudo encerrado em uma sala de aula como os adultos, uma vez
que, conforme, Veen (2009, p. 57), os jovens estão acostumados a realizar várias atividades
ao mesmo tempo, como fazer a tarefa de casa, ouvir música e conversar com amigos nas redes
sociais. Assim, permitir seu engajamento mais ativo é, não só mais desafiador, como mais
prazeroso. Podemos ainda afirmar que a ação interdisciplinar aproximou os docentes e demais
servidores, realmente engajados em trazer à tona a discussão acerca da possibilidade do
retorno do regime.