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Serviço Nacional de Aprendizagem

UC8

Maria Eduarda Nunes da Silva

Pesquisa

Belém – PA
2022
Pesquisa: Rescisão do Contrato de Trabalho

- Quais os tipos de rescisão?

Rescisão de demissão sem justa causa: Este modelo de desligamento ocorre por iniciativa do
empregador e, não há a necessidade de apresentar qualquer justificativa, uma vez que o
empregador possui verba para administrar o negócio da maneira que lhe for conveniente. No
entanto, é preciso se atentar quanto aos custos elevados da demissão sem justa causa, pois, é
necessário efetuar o pagamento de todas as verbas rescisórias integralmente. Sem contar que,
este modelo de desligamento obriga o empregador a liberar a chave de acesso ao Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), bem como, as guias do seguro-desemprego. 

Rescisão de demissão com justa causa: Em contrapartida da demissão sem justa causa,
a rescisão de contrato de trabalho por justa causa requer que o empregador justifique o
motivo pelo qual ocorre o rompimento do vínculo empregatício com o
colaborador. Normalmente, isso acontece quando o ex-funcionário descumpre, pelo menos,
um dos deveres previstos no Artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Este
modelo não promove tantos custos para a empresa, já que não é necessário efetuar o
pagamento integral das verbas rescisórias. 

Rescisão de pedido de demissão: Quando o desligamento de determinado colaborador


acontece devido a um pedido de demissão, os custos com a rescisão do contrato também são
inferiores, se assemelhando à demissão por justa causa. Este rompimento do contrato parte
por interesse do próprio colaborador. 

Rescisão indireta: A rescisão de contrato trabalhista indireta é similar à demissão por justa
causa, só que ao contrário, pois, neste cenário quem descumpre as regras de trabalho
previstas em lei é o empregador. Por exemplo, quando ele deixa de pagar a remuneração
mensal, não recolhe o FGTS regularmente ou age de maneira discriminatória, são
circunstâncias que dão direito à rescisão indireta. 

Rescisão por culpa recíproca: Este modelo permite que a rescisão do contrato de
trabalho ocorra por ambas as partes, empregador e empregado, em situações que os dois
lados descumprem tanto os deveres legais quanto os contratuais. Normalmente quando isso
acontece, a empresa precisa liberar a chave de acesso ao FGTS, por outro lado, as guias do
seguro desemprego não devem ser fornecidas.

Rescisão por comum acordo: A rescisão do contrato de trabalho por comum acordo prevê
assegurar algumas vantagens para ambas as partes. 

- Quais os tipos de aviso prévio?

Aviso prévio trabalhado: Em resumo, nesse tipo de aviso, o colaborador deve continuar
prestando suas atividades profissionais à empresa, mesmo após a comunicação referente à
rescisão de contrato (independente de quem iniciou esse processo). Além disso, o colaborador
ainda tem o direito a um salário normal. Sem contar que nesse modelo, o colaborador
também tem o direito de encerrar suas atividades laborais cerca de 2 horas mais cedo em
relação ao horário normal que atuava antes do aviso prévio (no caso de ser pago de forma
semanal). Ainda assim, caso o funcionário receba salário mensal, ele tem o direito de folgar
uma quantidade de 7 dias corridos a qualquer instante. O objetivo de todas essas
possibilidades serve justamente para fazer com que esse colaborador consiga ser recolocado
no mercado de trabalho com mais facilidade, a fim de que obtenha tempo durante o dia para
procurar um novo emprego.

Aviso indenizado: Já no caso do aviso indenizado, o colaborador não tem a obrigação de


realizar suas atividades laborais no período proposto do aviso prévio. Ou seja, ele terá a opção
por indenizá-lo, que é pagar o tempo correspondente ao período que ficaria na empresa
depois do aviso prévio (30 a 90 dias) de atividades laborais para, então, ser liberado. Nessa
modalidade, a concessão dessa dispensa de realizar o cumprimento do aviso prévio fica a
critério da própria empresa, e não do colaborador. Além disso, é importante salientar que se
caso o funcionário falte algum dia durante o seu aviso, a empresa tem o direito de realizar o
desconto referente a essa falta na hora da indenização. Contudo, no aviso indenizado, sabe-se
que a decisão de pagamento parte da empresa. Ou seja, caso seja do próprio funcionário,
quem pagará a indenização será ele (geralmente no valor de um salário). Ainda assim, caso
você não saiba, a reforma trabalhista acabou alterando essa questão: caso o aviso seja
indenizado, o seu pagamento deverá ser pago pela metade, e a indenização incidida sobre o
FGTS será de 20%, limitando o funcionário a realizar o depósito de 80% dele. Com isso, o
restante dos valores deverão ser pagos conforme a antiga lei orienta. Então, deverá ser
constatado no pagamento a indenização e o saldo referente ao salário, que vai representar os
dias que foram trabalhados durante o mês da dispensa. Nesse processo, entra o 13º salário
referente aos meses trabalhados no respectivo ano, bem como as férias vencidas e/ou
proporcionais com acrescento do terço constitucional. Entretanto, caso esse tipo de acordo
esteja dentro da nova lei, é importante ressaltar que o seguro-desemprego não será
permitido, somente os itens que foram mencionados logo acima.

Aviso prévio cumprido em casa: Em suma, existem alguns casos em que a empresa (por opção
dela própria) decide que o funcionário tenha flexibilidade para cumprir os dias de aviso
exercendo sua atividade laboral em casa ou de qualquer lugar, o famoso home office .

- Quais itens do contracheque são considerados na rescisão por tempo determinado e


indeterminado?

Por prazo determinado

Como já mencionado, o contrato por prazo determinado tem data definida para o seu
encerramento. Ao término do contrato de trabalho por prazo determinado, o trabalhador terá
direito às seguintes verbas rescisórias: Férias acrescidas de 1/3 proporcional ao período do
contrato de trabalho; Gratificação natalina proporcional; Liberação dos depósitos existentes
em sua conta do FGTS.

Nota: A diferença em relação ao trabalhador contratado a prazo indeterminado está na


ausência do direito ao aviso prévio e a multa de 40% sobre o saldo do FGTS.

Por prazo indeterminado

Rescisão por justa causa

O contrato de trabalho por prazo indeterminado poderá ser rescindido por dispensa com justa
causa, no caso de cometimento de falta grave por parte do empregado. A demissão por justa
causa é a punição máxima dada ao trabalhador, que perde: Direito ao aviso prévio; Fundos do
FGTS; Multa compensatória de 40% do FGTS; Férias e 13º salário
Portanto, o trabalhador quando efetivar a assinatura da rescisão, receberá apenas o saldo do
salário e, se tiver mais de um ano de serviço, as férias vencidas.

Pedido de demissão [por parte do empregado]

O contrato de trabalho também poderá chegar ao fim pelo pedido de demissão por parte do
empregado, que deve comunicar ao empregador por meio do aviso prévio. O empregado, caso
não seja dispensado, deverá cumprir o aviso prévio.

O trabalhador que pedir demissão terá direito: 13º salário; férias vencidas e proporcionais

Entretanto, não tem direito ao saque do FGTS e ao seguro desemprego.

Dispensa sem justa causa: 

Quando ocorre a dispensa sem justa causa, o empregador deve nos termos de lei, arcar com a
indenização compensatória, dentre outros direitos, no qual se aplica o pagamento de 40% por
cento sobre o FGTS devido ao empregado, a título de reparação pela dispensa sem motivo.

O empregador também deverá pagar ao empregado: Saldo de salário; Aviso prévio; Férias
vencidas e a vencer; Décimo terceiro salário

Nota: Nestas circunstâncias, o trabalhador tem direito ao saque do FGTS e ao seguro


desemprego.

- O que mudou com a reforma trabalhista de 2017?

A reforma trabalhista aprovada pela Lei nº 13.467/2017 alterou o artigo 477 da


CLT trazendo grandes mudanças nos procedimentos que tratam da Rescisão dos Contratos de
Trabalho regidos por este regime.

Providências que deverão ser realizadas na rescisão

Na extinção do contrato de trabalho o empregador deverá: a) proceder à anotação na


Carteira de Trabalho; b) comunicar a dispensa aos órgãos competentes (exemplo: Caged); e, c)
realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecida (artigo 477,
caput, da CLT). 

Revogação da homologação da rescisão contratual

A rescisão dos Contratos de Trabalho firmados há mais de 1 ano só eram válidos quando
homologados com a assistência do Sindicato da categoria do empregado ou do Ministério do
Trabalho. Para os contratos com menos de um ano, a homologação era desnecessária. A
reforma trabalhista revogou essa previsão legal (§ 1º, do artigo 477, da CLT), não sendo mais
necessária a homologação das rescisões contratuais, não importando mais o tempo dos
Contratos de Trabalho. 

A revogação da homologação permitiu maior celeridade nos procedimentos de


rescisão contratual. No entanto, nada impede que o empregado no momento de assinar a
rescisão contratual esteja acompanhado de seu Advogado ou de representante do seu
Sindicato. 

Discriminação das parcelas pagas


O instrumento de rescisão ou recibo de quitação dos Contratos de Trabalho, qualquer que seja
a causa ou forma da dissolução do contrato, deve ter especificada a natureza de cada
parcela paga ao empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, apenas,
relativamente às parcelas discriminadas).

Formas de pagamento das verbas rescisórias 

O pagamento que fizer jus o empregado será efetuado: a) em dinheiro, depósito bancário


ou cheque visado, conforme acordem as partes; ou, b) em dinheiro ou depósito bancário
quando o empregado for analfabeto (§ 4º, do artigo 477, da CLT). Qualquer compensação no
pagamento das verbas rescisórias não poderá exceder o equivalente a um mês de
remuneração do empregado (§ 5º, do artigo 477, da CLT). É possível, agora, fazer o pagamento
das verbas rescisórias do empregado analfabeto por meio de depósito bancário. Antes da
reforma trabalhista somente era admitido o pagamento em dinheiro.

Prazo para pagamento das verbas rescisórias 

A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da


extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes
da rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do
término do contrato de trabalho (§ 6º, artigo 477, da CLT). O prazo agora passa a ser único, de
10 dias. Foi extinto o prazo de pagamento das verbas rescisórias até o 1º dia útil seguinte ao
término do contrato de trabalho, o qual era observado, por exemplo, nos casos de aviso-prévio
trabalhado e término de contrato de experiência. 

Requerer seguro desemprego e FGTS

A anotação da extinção do contrato na Carteira de Trabalho é documento hábil para requerer


o benefício do seguro-desemprego e a movimentação da conta vinculada no Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), nas hipóteses legais, desde que a comunicação aos
órgãos competentes tenha sido realizada (§ 10, do artigo 477, da CLT).

Termo de quitação anual

É facultado aos empregados e empregadores, na vigência ou não do Contrato de


Trabalho, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos
empregados da categoria (artigo 507-B, caput, da CLT). O termo discriminará as obrigações de
dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo empregado,
com eficácia liberatória das parcelas nele especificadas (§ único, do artigo 507-B, da CLT).

- Que documento oficializa a rescisão contratual de trabalho?

A rescisão de contrato é oficializada por meio do TRCT (Termo de Rescisão de Contrato de


Trabalho). Esse documento oferece inúmeras informações referentes ao empregador e ao
empregado como data de demissão, admissão, tipo de contrato, verbas rescisórias, entre
outros. 

- Quais as principais regras para que se oficialize a rescisão contratual?

Quando o contrato de trabalho é rescindido o empregador deve anotar na carteira de trabalho


do empregado a data de término. Além disso, ele é obrigado a comunicar a rescisão a alguns
órgãos, tal como o Caged, que é uma base de dados mantida pelo governo federal para
fornecer estatísticas sobre a quantidade de demissões e admissões no país. Também será
fornecido ao trabalhador um recibo ou termo de rescisão em que devem constar todas as
verbas a que ele tem direito com o término do contrato. Devem ser especificados os valores
referentes a cada verba específica, não podendo constar somente um valor geral. O
pagamento dessas verbas pode ser realizado em dinheiro, depósito bancário ou cheque
visado, conforme acordem as partes. Se o trabalhador for analfabeto, somente poderá ser
feito em dinheiro ou depósito bancário.

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