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Universidade Federal de Pernambuco

Centro Acadêmico do Agreste - CAA


Núcleo de Tecnologia

LIGANTES ASFÁLTICOS
PARTE II

PROFESSOR: Renato Mahon Macêdo


E-MAIL: renatomahon@uol.com.br
O conteúdo das aulas aqui apresentadas tem caráter educacional e foi
elaborado a partir do livro pavimentação asfáltica – formação básica
para engenheiros.

Na melhor de suas possibilidades, os autores registraram o crédito


devido nas diversas informações, incluindo fotos e figuras. Nenhuma
informação deverá ser entendida como conselho ou recomendação de
qualquer ordem.
Asfaltos Modificados

 Por polímeros

 Por borracha de pneu


Razões para Substituição de Asfaltos Convencionais
por Modificados

 Rodovias com alto volume de tráfego (ex.:corredores de


ônibus).
 Melhoria da resistência à formação de trilhas de roda e ao
trincamento por fadiga.
 Aumento da coesividade e adesividade.

 Criação de membranas de proteção das camadas superficiais


de reflexão de trincas.
 Revestimento de pontes para diminuir susceptibilidade
térmica e aumentar resistência à flexão.
Razões para Substituição de Asfaltos Convencionais
por Modificados

 Redução de custos de manutenção de pavimentos.

 Aumento da resistência ao envelhecimento e à oxidação.

 Aumento da resistência à abrasão de misturas.

 Uso de filmes mais espessos de ligante nos agregados.

 Aplicações em misturas CA e nas misturas não


convencionais: SMA, ultradelgados, módulo elevado,
camadas drenantes e microrrevestimentos.
O Que São Polímeros
 Macromoléculas: moléculas gigantescas que resultam do
encadeamento de dez mil ou mais átomos de carbono, unidos
por ligações covalentes, podendo ser naturais (madeira,
borracha, lã, asfalto, etc.) ou sintéticas (plásticos, borrachas,
adesivos, etc.).
 Polímeros (do grego “muitas partes”) são macromoléculas
sintéticas, estruturalmente simples, constituídas de unidades
estruturais repetidas em sua longa cadeia, denominadas
monômeros.
 Os homopolímeros são constituídos por apenas um
monômero, e os copolímeros são os que apresentam pelo
menos dois monômeros em sua estrutura.
Principais Tipos de Polímeros (1)

 Termorrígidos: são aqueles que não se fundem, degradam


numa temperatura limite e endurecem irreversivelmente quando
aquecidos a uma temperatura que depende de sua estrutura
química. Apresentam cadeias moleculares que formam rede
tridimensional que resiste a qualquer mobilidade térmica.
Por exemplo: resina epóxi, poliester, poliuretano.

 Termoplásticos: são aqueles que se fundem e se tornam


maleáveis reversivelmente quando aquecidos. Normalmente
consistem de cadeias lineares, mas podem ser também
ramificadas. São incorporados aos asfaltos à alta temperatura.
Por exemplo: polietileno (PE), polipropileno, PVC.
Principais Tipos de Polímeros (2)

 Elastômeros: são aqueles que, desde que vulcanizados,


apresentam propriedades elásticas. Quando aquecidos,
decompõem-se antes de amolecer. Não vulcanizados apresentam
comportamento plástico.
Por exemplo: SBR (estireno butadieno).

 Elastômeros termoplásticos: são aqueles que, a baixa


temperatura, apresentam comportamento elástico, mas quando
aumenta a temperatura passam a apresentar comportamento
termoplástico.
Por exemplo: SBS (estireno butadieno estireno) e EVA (Etileno
Acetato de Vinila).
Especificações de Asfaltos Modificados por
Polímeros
Existem muitas especificações no mundo:
 Brasil
 do DNER (atual DNIT) para modificação por SBS
 da Comissão de Asfalto IBP – ANP

 EUA
 SUPERPAVE
 ASTM para modificações por SBR, EVA e SBS

 Europa: para modificações por elastômeros e para modificações por


plastômeros.

 Especificações para modificações por borracha moída de pneu.

 Especificações por misturas de EVA com SBS.


Asfaltos Modificados por SBS

 Temperatura de usinagem e de compactação mais elevadas devido


à alta viscosidade.

 SBS é o polímero que confere as melhores propriedades elásticas


ao ligante modificado.

 SBS é de difícil incorporação, requer equipamentos sofisticados,


formulação bem ajustada e bom controle das condições
operacionais.

 Estabilidade à estocagem é fator importante e depende do tipo de


fabricação.

 Apresenta boa resistência ao envelhecimento


Especificação do DNER de Asfalto
Modificado por SBS

Alguns avanços e algumas restrições que podem ser mudadas:


Misturas a quente

Um só tipo de produto;

Ductilidade a 25ºC: não deveria ser especificada;

Ausência de limite máximo para viscosidade;

Retorno elástico mínimo de 85%.


Fatores a serem considerados em Asfaltos
Modificados por SBS

 Mecanismo de modificação - inchamento e posterior formação de


duas fases na escala micro.

 Micromorfologia compatível é sensível a tratamentos térmicos.

 Inversão da matriz asfáltica  polimérica ocorre em teores de 4 a


6%, que coincidem com faixa usual de utilização e com a variação
drástica de propriedades (Ponto Amolecimento).

 Seleção de ligante que acarrete compatibilidade é questão


econômica.
Asfaltos Modificados por SBR

 SBR é facilmente incorporado ao CAP e não requer agitador


de alto cisalhamento.

 Alta viscosidade a alta temperatura.

 Compatibilidade é fator crítico à semelhança do SBS.

 Teor limitado a 3,5% em peso.


Asfaltos Modificados por EVA

 São fluidos pseudoplásticos acima


de 100ºC.
 Apesar de ser considerado um
Elastômeros termoplásticos, a
região amorfa do EVA confere
elasticidade, permitindo valores de
retorno elástico de até 60%.
 Fácil incorporação.

 Apresenta boa resistência ao


envelhecimento.
 Estabilidade à estocagem não é
fator crítico, não é dependente da
composição do CAP.
Asfaltos Modificados por PE

 Obtenção de asfaltos modificados compatíveis e com


baixa viscosidade a alta temperatura.

 A incorporação do PE não requer alto cisalhamento.

 Boa resistência ao envelhecimento.

 Promove resistência à deformação permanente.


Ensaios para Asfaltos Modificados
 Consistência: penetração e  Parâmetros reológicos: módulo
viscosidade. complexo G*, ângulo de fase.

 Segurança: ponto de fulgor.  Ensaios de desempenho: ponto


de amolecimento, ponto de
 Densidade. ruptura Fraass e coesividade.

 Elasticidade: retorno elástico a  Resistência ao envelhecimento:


25ºC, antes e após RTFOT. variação do ponto de
amolecimento e penetração.
 Compatibilidade: variação do
 Grau de desempenho
ponto de amolecimento. SUPERPAVE.
 Outros ensaios de elasticidade:
toughness & tenacity,
ductilidade a 4, 5, 7, 10, 13 e
15ºC, tração & alongamento,
força – ductilidade.
Modificação Elastomérica x CAP
Convencional

DESVANTAGENS
 risco de estocagem a
VANTAGENS longo prazo
 maior coesão
 risco de ligante
heterogêneo
 melhor adesão
 alta viscosidade*
 resistência ao envelhecimento**
 maior elasticidade
 resistência a tensões cisalhantes
 maior benefício/custo

* evita reflexão de trincas


** asfalto borracha se destaca entre os
demais nestas propriedades
Asfalto Borracha

Modificação de CAP por


acréscimo de borracha
moída de pneu.
Asfaltos Modificados por Borracha Moída de
Pneu (BMP)
 São fluidos pseudoplásticos acima de 100ºC.

 Processo de incorporação utiliza alta temperatura e alto


cisalhamento que propicia desvulcanização parcial da borracha
moída durante a incorporação no asfalto.
 Processo depende do tamanho da partícula para garantia de
compatibilidade.
 Menor tamanho de partícula da borracha propicia maior
viscosidade a alta temperatura.
 Misturas com borracha de pneu requerem 3 a 4 vezes mais
quantidade que polímero virgem para alcançar as mesmas
propriedades reológicas, devido ao fato de a borracha conter 40 a
50% de elementos não polímeros e os polímeros estarem
vulcanizados.
Tipos de Uso da Borracha de Pneu
em Revestimentos Asfálticos

 Processo úmido: incorporação ao


CAP como um polímero modificador das
características.

 Processo seco: incorporação à mistura


asfáltica como substituição de parte do
agregado.
Exemplo de Amostra de Asfalto Borracha
Exemplo de Amostra de Asfalto Borracha

asfalto - borracha CAP 50/70


Aplicações de Asfaltos Borracha

 Concreto asfáltico denso;

 Membranas absorvedoras de tensão (SAM);

 Camada intermediária anti-reflexão de trincas (SAMI);

 Concreto asfáltico descontínuo (Gap Graded);

 Camada porosa de atrito (Aberto);

 Camada Selante (Cape Seal);

 Tratamento superficial.
Benefícios de Diferentes Tipos de
Modificadores de Asfalto

(FONTE: modificado de Shell, 2003)


Asfaltos mais Adequados às Condições
Brasileiras
 Resistência à fadiga: asfaltos modificados por SBS, SBR, BMP e EVA.

 Resistência à deformação permanente: asfaltos modificados por SBS, BMP,


PE e EVA ou CAP 40.
 Em CBUQ a seleção do tipo e teor de polímero a ser empregado no asfalto
modificado pode ser efetuada a partir do critério SUPERPAVE.
 Em revestimentos drenantes, é necessário o uso de asfaltos modificados.

 Em microrrevestimentos: SBR ou SBS, ou mistura de EVA, na ordem de 3


a 4%.

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