Considerações acerca do Direito à Cidade – Lefèbvre e Harvey
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2. Ter em mente do lugar do autor na questão marxista; 3. Diferença entre noção e conceito. A construção do texto do Lefèbvre desenvolve e amadurece a perspectiva de noção; 4. Noção de relações de produção que vale aprofundar – Bebe muito no Marx; 5. Ponto de Partida – Década de 30 e turbulências desse período na Europa. Relação com o marxismo partidário, estruturalista, disciplinar – Não participa da construção da relação e não aceita um comunismo que é dado. Problemática da discordância por parte do autor; 6. Estudos com o processo da reforma agrária e questão da terra na França daquele momento; 7. Que processo é este que o capitalismo continua e transforma todas relações sociais que ele toca? Principal questionamento do autor. Marxistas da época não tinham respostas para a pergunta. 8. Processo de enfrentamento com o marxismo disciplinar e ortodoxo; 9. Como explicar a continuidade do modo de reprodução capitalista em uma extensão muito maior do que o que no próprio marxismo da época era limitado. Não se resume apenas à economia e ao trabalho. Percurso do autor começa com o desencantamento com a teoria marxista; 10. Contexto pós guerra na Europa e expansão do capitalismo enquanto condição de vida. Transformações urbanas e sociais relacionadas ao capitalismo. Aproximação de Lefèbvre com o situacionismo – Sociedade que chega ao nível do espetáculo quando todos os aspectos da cultura e da experiência são mediados pela relação social capitalista -, aproximação do autor com dimensões artísticas da sociedade – Bebe muito do Guy Debord; 11. Várias crises do capitalismo já tinham sido vividas (Séc XIX, Séc XX), e as contradições nunca foram superadas. Existe uma promessa de uma nova sociedade que não muda a base das relações sociais. Mas essas relações sociais se relacionam com as relações de produção de maneira dialética, não é o capitalismo que capta essas relações, mas elas se moldam; 12. Ocupar e produzir espaço – Vida cotidiana, produção social do espaço, resgatando o materialismo dialético deste processo, buscando outras análises que explicam a sobrevivência do capitalismo, mas que não se resumem à “manufatura, indústria, fábricas”; 13. Como entender a reprodução do capitalismo a partir do plano da vida? E o plano da vida se reproduz no espaço. E o autor não refere-se ao espaço filosófico e nem cartesiano. Ele está falando do espaço enquanto produção social; 14. O autor não está falando do Espaço da vida, como palco. Ele está indo além. E como o capitalismo vai se reproduzir nesse espaço, para além da noção de mercadoria? A compra e venda do espaço na urbanização torna-se um negócio onde o capitalismo estabelece suas bases de reprodução; 15. A partir do momento que o espaço urbano (cidade), se torna o locus da realização do homem e da produção da vida, o cotidiano também passa a ser ferramenta importante para o modo de reprodução capitalista; 16. Relações de produção para Lefèbvre; 17. A obra do Lefèbvre não é sobre dizer que a produção do espaço se resume a continuidade do capitalismo e sim é o retorno à dialética (marx) e o estudo das relações sociais com perspectiva de totalidade de pensamento; 18. Vídeo 2 Youtube: 19. Concepção de cidade para Lefèbvre – Combinação de relações de poder, identidades diversas e jeitos de ser. É um ambiente que reflete e cria a sociedade; 20. Perspectiva marxista em sua análise. O autor diz que os espaços urbanos são moldados pelo Estado para atender empresas que visam a manutenção do capitalismo. Nesse enredo, as relações e desencontros de classe se acentuam; 21. O poder é detido a quem organiza e desenha a cidade; 22. Cidade deveria ser espaço de – Vida – Pulsão Vibrante – Autorrealização; 23. Direito à Cidade – Ideia chave para registrar as transformações espaço-temporais da época, mas também é uma ideia-chave para uma aposta emancipatória de transformação radical da sociedade; Conteúdos Utópicos a partir de uma utopia concreta. O direito à cidade é um projeto. 24. A industrialização e aquele período tornam-se insuficientes para se compreender as transformações urbanas; 25. Para o Direito à Cidade enquanto projeto utópico se consolide, é necessária uma revolução urbana. Para que a mudança qualitativa aconteça de fato, não basta a intervenção estatal, mas a consciência e vontade dos cidadãos em mudar o seu cotidiano; 26. Ao entrar para o movimento do direito à cidade, seja ele de moradia ou por mobilidade, as pessoas se dão conta que de fato as cidades atuais sob os marcos das democracias capitalistas, são feitas para quem pode pagar por elas e quem não pode, tem que se virar. Isso é traço da urbanização desigual, excludente e segregadora; 27. Lefèbvre – Gênese dos processos de formação e de organização dos espaços urbanos. O direito à cidade é um clássico amplamente utilizado no campo da geografia, da economia, das ciências jurídicas e sociais, sobre relações de poder e de políticas que surgem a partir do fenômeno da urbanização e da organização do Espaço nas cidades; 28. Dicotomias e problemáticas desiguais da relação cidade x campo e consequente divisão social do trabalho também se consolida nesse binarismo; 29. Na prática, segundo as especificidades de cada país, as cidades representam centros onde a reprodução das relações econômicas se intensificaram com o objetivo de procurar por meios de sobrevivências e de acúmulo de riquezas. Os Estados na contemporaneidade, estão mais centrados na produção de riquezas através da relação com o capital estrangeiro, do que na tributação interna de sua própria produção e de sua população; 30. Cidades brasileiras são geridas pelo interesse da fruição do mercado global; 31. O problema central da reestruturação neoliberal é que o controle democrático do governo em diversos países tem sido transferido para transnacionais – As famosas parcerias público privadas e as intervenções urbanas em prol dos interesses dessas empresas. 32. Mesa Redonda Henri Lefèbvre e a Utopia do Direito à Cidade 33. Crise urbana traz insurgências: O grito do Direito à cidade. Mas ele também surge no discurso da mesma forma de pensar a realidade urbana a partir do pensamento do Lefèbvre; 34. Direito à Cidade – Ideia força que ao negar a segregação urbana, abre o campo do possível e reensaia os enredos da vida social urbana. Mas isso exige uma profunda interpretação da nossa realidade; 35. Se nós compreendermos a realidade como algo pronto e dado, estamos reproduzindo uma ideologia. A realidade aberta e contraditória traz em si só os seus possíveis. É nesse movimento utópico revolucionário que se localiza o direito à cidade. E, atualmente, ocorre uma superficialização de um projeto utópico que hoje está ameaçado. Atualmente, o direito à cidade é política pública, totalmente contrário do que propõe Lefèbvre. 36. “A cidade como ideologia e prática fecha o horizonte da transformação social ao se transformar em política pública e discurso”; 37. Ideologização traz a banalização que destrói a potência do pensamento Lefèbvriano. 38. “O ato de pensar traz o movimento como possibilidade”; 39. Conceito de cotidiano e vida cotidiana, ligados a sociedade de consumo; 40. II metade do século XX: Passagem da produção clássica das mercadorias para um outro tipo de acumulação capitalista, a partir de novas esferas, incluindo o espaço. O capitalismo continua se reproduzindo através do cotidiano, do urbano e do espaço; 41. Percepção acerca dos significados do que representa a cidade: Transformação de cidade obra para cidade produto; 42. Redução do habitar ao habitat; 43. P. 134 – Ótima citação sobre o direito à cidade; 44. A utopia do Direito à Cidade não está distante, porque se dá no processo de utopias experimentais e projetos na cidade – Aí entra a decolonialidade e o fazer museu decolonial. 45. Relação modernização e urbanização. Olhar essa dialética de maneira crítica é compreender o direito à cidade; 46. “No urbano está o melhor e o pior da cidade. Dito isto, fica mais claro compreender que o direito à cidade não é apenas uma demanda para bens e serviços”; 47. O livro rompe com a fragmentação da ciência ao costurar o urbano através de múltiplas abordagens; 48. O urbano é central para a manutenção e reprodução do capitalismo; 49. Direito à cidade – Análise do seu tempo – análise de um estágio do capitalismo – luta de classes – ideia força – caráter urbano e social das relações espaciais – visa transformação social nas práticas cotidianas – utopia rumo à sociedade urbana – instrumento para a luta social transformadora; 50. “A autogestão (pesquisar, parece ser um dos caminhos para a revolução urbana), institui uma mudança social profunda que implica criar novas instituições, ela é essa prática instituinte que supera as dissociações vistas na “sociedade burocrática de consumo dirigido” – Vida privada + Trabalho + Lazer compensatório, que são pilares do cotidiano empobrecido. A autogestão, portanto, é capaz de forjar instituições que superam o controle estatal e rompem a reprodução dos modos de produção capitalista. Ela é uma prática instituinte que escapa da petrificação. A autogestão exigida pelo direito à cidade na revolução urbana é estendida das empresas as unidades territoriais (p.161). Isso implica, implantar desde a base, uma rede completa de organismos. Não discorre extensamente sobre suas características e reconhece a dificuldade de concretização dessa via, salienta que a autogestão generalizada se torna possível no ambiente urbano auto concentrado em termos de infraestrutura, tecnologias, de circulação de saberes e de contatos sociais. Ela funciona no momento mais radical da democracia efetiva, na qual os envolvidos tomam em mãos seu rumo coletivo, isso é, tornam-se SUJEITOS de sua própria história. O desenvolvimento do indivíduo nesse caso, permite o florescimento de todes. Trabalho livre e criativo que transforma os sujeitos envolvidos. Isso envolve uma pedagogia social. 51. Direito à obra – Direito à Apropriação – Participação ativa. São processos que estão implicados no direito à cidade, que não muda apenas a cidade, mas a própria mentalidade dos sujeitos que a constroem; 52. Oposição entre propriedade e apropriação;
Livro: O Direito à Cidade – Henri Lefébvre.
Capítulo 1: Industrialização e Urbanização – Noções preliminares 53. P.11 - Compreender um pouco mais as diferenças entre obra/produto no que diz respeito a cidade; 54. P. 12 - Obra = Valor de uso /Produto = valor de troca. A cidade e seu uso pode ser percebida e também interpretada através dessas duas dimensões. Vale entender mais a que se refere esse valor de uso e valor de troca. Quem sabe, olhar o Marx ou conversar com o Tomás. Nesse momento, o autor está contextualizando as concepções de cidade desde a época da europa medieval, momento pré-industrialização; 55. P.13 - Em outros contextos de países europeus, o sistema urbano e a vida comunitária acentuam a luta de classes e os contrastes entre riqueza e pobreza. A cidade é por local, uma arena de disputa em busca de defender o próprio pertencer no espaço urbano. Achei a citação ótima pra situar o que eu compreendo sobre cidade. Qual meu entendimento sobre a dinâmica das cidades; 56. P. 14 - Eu acho que esse parágrafo do texto pode ser associado com as novas formas de acumulação do capital, sobretudo no que diz respeito ao que a especulação imobiliária faz e contribui para a remoção de territórios e sua "apropriação social do espaço"; 57. P. 14 - A cidade como valor de troca, a expansão das trocas, da economia monetária, da produção mercantil, do mundo da mercadoria, vai resultar da industrialização e isso implica uma mudança radical. A passagem do capitalismo comercial e bancário e da produção artesanal para a produção industrial, faz-se acompanhar por uma crise gigantesca; 58. P. 16 - Processo de dois aspectos - Industrialização e Urbanização, coexistem dialeticamente e conflitam em busca da defesa de seus interesses. Existe um choque entre a realidade industrial e a realidade urbana; 59. P. 20 – Ótima citação. Cidade passa a ser vista como lugar de consumo e também o consumo da cidade é realizado. Ótimo pra falar sobre a questão da especulação imobiliária em decorrência da preparação do Rio de Janeiro para os megaeventos; 60. P. 22 - ótima citação sobre a vida urbana, ainda que seja escrita num contexto temporal distante do atual; 61. P. 27 – Redução do habitar ao habitat. Essa frase aparece na tese da Diana, pode ser um nicho interessante para usar o lefèbvre na questão da Vila Autódromo, junto com a categoria de apropriação; 62. P. 32 - Contexto da especulação imobiliária e suas influencias na vila autódromo; 63. Capítulo 4: Filosofia da Cidade e Ideologia Urbanística 64. P. 49 - Sobre o urbanismo e sua relação com o espaço; 65. Capítulo 5: Sobre a Especificidade da Cidade 66. Necessidade de se entender a passagem da compreensão do pensamento teórico que antes, representava a cidade como uma entidade, como um organismo ou como um todo entre outros, reduzida a um fenômeno parcial ou aspecto secundário, para começar a aprender a especificidade da cidade, que possui relações com a sociedade no seu conjunto, com sua composição e seu funcionamento, que são também elementos constituintes; 67. P. 52 - Ótima citação para explicar a questão das remoções na cidade do Rio de Janeiro como um eterno retorno e os processos de resistência que também nascem dessa constante política das remoções; 68. P.53 - Para entender a cidade como valor de uso e cidade como valor de troca. Acho que é possível tecer relações com a política dos megaeventos e a política de remoções que atravessam esse processo em busca da espetacularização do espaço urbano, visando, através do turismo, gerar lucros pra uma determinada camada da sociedade; 69. Capítulo 6 – Continuidades e Descontinuidades 70. P. 62 - Conceito interessante de "cidade-território" que vale aprofundar, uma vez que a cidade é constituída por inúmeros territórios que entre si, coexistem entre mediações e disputas. (Confirmar se esse pensamento é coerente). 71. Capítulo 7 – Níveis de Realidade e de Análise 72. P. 65 - Ótima síntese que Lefèbvre coloca praticamente quais os instrumentos que são necessários para a investigação e compreensão dos fenômenos urbanos, incluindo a cidade e o urbano e sua relação bilaterial. a discussão da forma e da função, da estrutura e essas categorias de análise também partem muito de Milton Santos. Vale dar uma olhada, porque acredito que seja possível adicionar a introdução do território da Vila Autódromo no contexto da cidade do Rio de Janeiro. Mas qual a diferença entre cidade e urbano, afinal? 73. P. 65 - A cidade é um conjunto de relações. Dentre essas relações, destaca-se as relações de imediaticidade (ligadas a uma maneira de viver, de habitar, de modular o cotidiano) - Adorei. Acho que talvez caiba colocar essa relação e as disputas existentes entre outros tipos de relação que formam as cidades. Tipo, relações distantes (acho que é isso) - Do estado, das instituições religiosas e etc. E o conflito de interesses entre essas relações, claramente também acentuadas pela luta de classes, tornam a cidade uma grande arena de disputas. 74. P. 72 - O que é se apropriar do espaço para Lefèbvre? Talvez valha a pena recorrer as aulas da Ana Enne e inserir no capítulo1/2; 75. P. 78 - Ótima citação. De certa forma, isso acontece com o contexto das cidades até hoje. Tem a ver com as prioridades do Planejamento Urbano e a redução do social para o econômico; 76. P. 105 - Passo a passo da crítica ao velho humanismo e a consequência produção das cidades a partir deste prisma, passando para o novo humanismo e o passo a passo necessário para se chegar na eterna utopia pensada por Lefèbvre o “fazer cidade”. 77. P. 107 – Sobre o novo humanismo como possibilidade; 78. P. 109 – A importância da relação entre Teoria e Prática; 79. P. 110 - Importância dos critérios de análise do espaço, de acordo também com Milton Santos. São os três conceitos teóricos fundamentais: estrutura, função e forma. Esses conceitos formam um todo, apesar de terem certa independência e autonomia relativa; 80. P. 111 - O que o urbanismo deveria ser; 81. P. 111 - O desafio que é compreender um objeto em constante reconfiguração como o urbano; 82. P. 113 - Ótima citação. É muito interessante e possível de se fazer associações com a estratégia lúdica de resistência do museu das remoções da vila autódromo o fato de que, para Lefèbvre, apenas grupos, classes ou frações de classes sociais seriam capazes de iniciativas revolucionárias que levariam a plena realização de proposições para os problemas urbanos. Talvez essa parte do texto não se dirija nem apenas para se explicar apenas o MDR, mas para se explicar também as outras estratégias de luta e resistência da vila, como o próprio plano popular; 83. P. 113 - Proposições para a resolução dos problemas urbanos. Sendo o primeiro deles um programa político de reforma urbana, o Plano popular da vila autódromo se enquadra aqui? Ver com Diana. O segundo deles é a elaboração de planos urbanísticos bem resolvidos. A cultura das remoções passa por cima disto como um rolo compressor. Talvez valha escrever um parágrafo sobre essas proposições exatamente pra mostrar o que não é feito de acordo com essas proposições. 84. P. 116 - "Museu das Remoções: Arte, Ciência e Pensamento Crítico em favor da vida" - Esse parágrafo fala justamente sobre isso. Um dos caminhos para a revolução urbana de Lefèbvre é reconhecer a potência do movimento dialético entre teoria e prática (ciência e força política) e também, apropriar-se da cidade através da arte como ação realizadora. AMEI. vale citar para começar a falar sobre o Museu das Remoções e todo o percurso de resistência antes, mas que faz parte de seu nascimento. A questão da apropriação também me parece ser essencial; 85. P. 124 – Proposição D, sobre possibilidades de teoria para a sociedade urbana. Tem absolutamente tudo a ver com o Museu das Remoções; 86. P. 132 – Sobre o Museu das Remoções como estratégia - O lúdico como resistência na produção do espaço; 87. P. 133 - Os contornos das cidades atuais da época e o que seria possível prever de diferença nas cidades do futuro. Uma das principais diferenças e críticas é diante da sociedade de consumo. Essa sociedade de consumo tem profundas relações com o Rio de Janeiro global, que ignora as diferenças formadores e estruturantes do processo de construção da cidade, visando a atração de lucros para uma pequena parcela da população; 88. P. 133 - Por arte à serviço do urbano e sua relação com o tempo. Ótima citação. "Os tempos-espaços tornam-se obra de arte e que a arte passada é reconsiderada como fonte e modelo de apropriação do espaço e do tempo. [...] O tempo, trágico ou alegre, pode absorver e reabsorver o cálculo - Em direção à sociedade urbana e o direito à cidade como utopia? 89. P. 134 - O direito à cidade se desdobra em outros direitos; 90. A questão da classe operária para Lefèbvre - Como trabalhar isso no meu texto? Acredito que a categoria de apropriação para o autor é essencial pra colocar no texto do primeiro, segundo e terceiro capítulo.