Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ISBN: .............
Depósito Legal:
Setembro de 2013
Rua do Colégio, 8
3530-184 Mangualde
PORTUGAL
edicoes-pedago@pedago.pt
www.edicoespedago.pt
Índice
Cap. 1
O que (não) se Sabe. Políticas Culturais e Tecnologia Educativa 7| 19
João M. Paraskeva
Cap. 2
A Ciência e a Tecnologia como Hegemonia 21| 62
Stanley Aronowitz
Cap. 3
Mercantilizando as Crianças: A Crise Esquecida 63| 72
Henry Giroux
Cap. 4
Crítica Feminista da Ciência e Tecnologia 73| 105
Judy Wajcman
Cap. 5
A Escola de Frankfurt: A Ciência e Tecnologia como Ideologia 107| 138
Stanley Aronowitz
Cap. 6
Problemas Filosóficos da Tecnologia 139| 163
Miguel Ángel Quintanilla
Cap. 7
Plano Tecnológico da Educação e Educação Pública: 165| 186
Mitos (ensarilhados) e falsas promessas
Lia R. Oliveira
|| 7
Cap. 1
João M. Paraskeva
University of Massachusetts, Dartmouth
Referências Bibliográficas
Barthes, R. (1981). Camera Lucida. New York: Hill & Wang.
Barrow, C. (2010). The Rationality Crisis in US Higher Education. New Political
Science, 32 (3), pp., 317-344.
Baudelot, C. & Estabelet, R. (1994). O Nível Educativo Sobe. Porto: Porto Editora.
Bauman, Z. (2007). Consuming Life. New York Polity.
Angulo Rasco, F. (2012). ICT as the Discourse of Salvation. In J. Paraskeva e J.
Torres Santomé (eds) Globalism and Power. Iberian Education and Curricu-
lum Studies. New York: Peter Lang, pp. 107-120.
Foster, J. B. (2011). Education and the Structural Crisis of Capital. Monthly
Review, 63 (3) pp. 1-24.
Gardner, H. (1988). Mobilizaing Resources for Individual-Centered Education. In
R. Nickerson & P. Zodhiates (Eds) Technology in Education: Looking Towards
2020. Hillsdale: Lawrence Erlbaum Associates Publishers, pp. 25-42.
Giroux, H. (2009). Youth in a Suspect Society: Democracy or Disposability? New
York: Palgrave – Macmillan.
Giroux, H. (2012). Disposable Youth: Racialized Memories, and the Culture of
Cruelty. New York: Routledge.
Harvey, D. (2011). The Rise of Neoliberalism and the Riddle of Capital. In S. Lilley (ed)
Capital and its Dicontents. Conversations with Radical Thinkers in a Time of
Tumult. Nova Scotia: Spectre, pp. 43-77.
Hass, C. (1996). Writing Technology. Mahwah: Lawrence Erlbaum Associates
Publishers.
Innerarity, D. (2012). The Future and its Enemies. In Defense of Political Hope.
Stanford: Stanford University Press.
Kincheloe, J. (2004). Multiple Intelligences Reconsidered. New York: Peter Lang.
Landauer, T. (1988). Education in a World of Omnipotent and Omniscient Tech-
nolgy. In R. Nickerson & P. Zodhiates (Eds) Technology in Education: Looking
Towards 2020. Hillsdale: Lawrence Erlbaum Associates Publishers. pp. 11-24.
Magdoff, F. & Foster, J. (2012). The Great Financial Crisis. Causes and Consequen-
ces. New York: Monthly Review Press.
Maldonado Torres, N. (2012). The Crisis of the Uninersity in the Context of New
Apartheid. A View from Ethnic Studies. Human Architecture: Journal of the
Sociology of Self-Knowledge, 10 (1), pp. 91-100.
|| 19
Oliveira, L. (2012). National Technology Plan for Education and Public Schooling.
In J. Paraskeva e J. Torres Santomé (eds) Globalism and Power. Iberian
Education and Curriculum Studies. New York: Peter Lang, pp. 121-132.
Stanley Aronowitz
Graduate Center of the City University of New York
Quando a minha filha Nona tinha dois anos de idade, era fre-
quente, após uma queda, exclamar: “foi a cadeira”, ou, quando
esbarrava contra uma parede, “foi a parede”. A 11 de setembro
de 1986, a bolsa de valores de Nova Iorque registou uma queda
drástica de oitenta e seis pontos. No dia seguinte, após uma
descida de trinta e quatro pontos, num artigo do New York Times
lia-se: “o amplo uso de computadores contribuiu para o declí-
nio.” Segundo o seu autor, as transações na bolsa de valores não
raras vezes são detonadas por sinais emitidos por um programa
informático. Trata-se de um processo automático de “fração de
segundo” e pelo menos aparentemente, os grandes operadores
institucionais, como os planos de pensões e os bancos principais,
reagem à mais ligeira oscilação das taxas de juro sem uma re-
flexão significativa. Neste dia em particular, quando os correto-
res da bolsa chegaram ao local de trabalho, “depararam com uma
enorme subida das taxas de juro… [o que] provocou uma imediata
descida no preço de contratos futuros para ações.”1 Isto despole-
|| 22
1 The New York Times, 12 de setembro de 1986. O mesmo tema foi abordado pela impren-
sa após a queda de 508.33 pontos na bolsa de valores a 18 de outubro de 1987.
|| 23
já começou a comparar os computadores ao Golem do geto me-
dieval ou ao monstro criado pelo Dr. Frankenstein. Longe de per-
manecer uma ferramenta assombrosa mas obediente, o compu-
2 Em ambas as obras, publicadas num intervalo de quase trinta anos, Popper realça que a
sua filosofia se preocupa, sobretudo, com o problema da demarcação entre ciência e me-
tafísica, pondo em questão a afirmação dos positivistas de que a metafísica é “desprovida
de significado” mas não os seus usos noutros discursos que não o científico.
|| 28
3 Embora não seja a única exceção, Bachelard é exaustivo na sua insistência de que a
ciência e a técnica são mutuamente dependentes na produção de conhecimento verificá-
vel. “Para a ciência, então, as qualidades da realidade são funções dos nossos métodos
racionais. De modo a estabelecer-se um facto científico, é necessário implementar uma
técnica coerente.” (1984, p. 171)
|| 30
4 Nos Estados Unidos, que não têm uma forte tradição feudal, o capitalismo industrial
moderno não foi forjado sobre um cadáver de uma Igreja Católica poderosa cujas expli-
cações do mundo natural se encontravam proximamente ligadas à preservação da velha
ordem. Nos Estados Unidos, a igreja cresceu lado a lado com a agricultura capitalista e a
indústria, e muito do seu laicado era formado por cientistas e inventores.
|| 31
A cultura tecnológica pode não facultar nenhum bálsamo para
o espírito, e pode não fazer nada para preencher o vazio deixado
pela marginalização da moralidade religiosa, no entanto, como
6 Koyre (1965), que se opõe militantemente às explicações “sociais” para a lei científica,
todavia sustenta que “o uso e crescimento da ciência experimental não são a origem,
mas, pelo contrário, o resultado da nova abordagem teórica, isto é, da nova abordagem
metafísica da natureza que forma o conteúdo da revolução científica do século XVII”.
|| 35
novo debate relativamente à questão da causalidade na ciência
biológica. A anterior crença de que a ciência podia prescindir da
explicação causal em favor da descrição tinha como finalidade re-
7 Para uma discussão soberba deste fenómeno, ver Arthur Kroker, Technology and the
Canadian Mind (Nova Iorque: St. Martins Press, 1986).
|| 44
8 O texto “What is Social Ecology?” que integra esta coleção é provavelmente a melhor
declaração breve do ponto de vista de Bookchin.
|| 45
com o mercado capitalista (ele próprio ligado à teoria da evolu-
ção convencional, que, tal como referi, é adaptada por Darwin a
partir das conceções malthusianas da história natural). De facto,
ser contada por outras mulheres que irão explorar a parte escon-
dida das narrativas dominantes. Esta história junta-se ao movi-
mento geral da história social que foi bem sucedido na tarefa
Currículo e Tecnologia Educativa. Volume 3
9 Para uma soberba discussão histórica do trabalho das mulheres, ver especialmente
Susan Strasser, Never Done: A History of American Housework (Nova Iorque: Pantheon
Books, 1982).
|| 47
p. 172-73). O estudo extensivo da árdua labuta de McClintock,
como teórica genuína em vez de praticante da ciência normal,
visava ilustrar que, enquanto visionária, enfrentou resistência
10 Aqui, Keller (1985, cap. 1) aproxima-se de uma leitura de género da filosofia e da ciên-
cia, mas recua.
|| 48
12 O canónico The Sociology of Science (1973), de Robert Merton, dominou este campo
durante décadas e, a determinados níveis, ainda domina.
13 Para uma excelente introdução ao ponto de vista deste grupo (considerando algu-
mas diferenças no seu seio), ver Michael Mulkey, Science and the Sociology of Knowledge
(1979); também David Bloor, Knowledge and Social Imagery (1978); Bruno Latour e Steve
Woolgar, Laboratory Life (1979), e Knorr-Cetina e Mulkey, Science Observed (1983).
|| 56
Referências Bibliográficas
Bachelard, G. (1984). The New Scientific Spirit. Boston: Beacon Press.
Beauvoir, S. (1952). The Second Sex. New York: Knopf.
|| 61
Bloor, D. (1978). Knowledge and Social Imagery. Londres: Routledge and Kegan
Paul, 1978.
Bohm, D. (1980). Wholeness and the Implicate Order. London, Boston, and Hen-
Henry Giroux
McMaster University, Hamilton, Ontário
1 Ver Josh Golin, “Nation’s Strongest School Commercialism Bill Advances Out of Com-
mittee,” Common Dreams Progressive Newswire (agosto 1, 2007). Disponível em http://
www.commondreams.org/cgi-bin/newsprint.cgi?file=/news2007/0801-06.htm. Juliet Schor
argumenta que, em 2004, as despesas totais com publicidade e marketing dirigida a crian-
ças atingiram os 15 biliões de dólares. Ver Schor, 2005, p. 21.
|| 66
Referências Bibliográficas
Adatto, K. (2003). Selling Out Childhood, Hedgehog Review 5: 2.
Barber, B. R. (2007). Consumed: How Markets Corrupt Children, Infantilize
Adults, and Swallow Citizens Whole. New York: W. W. Norton & Company.
Barnes, B. (2007). Web Playgrounds of the Very Young. New York Times,
(dezembro 31) Disponível em http://www.nytimes.com/2007/12/31/
business/31virtual.html?_r=1&oref=slogin.
Cohen, L. (2003). A Consumer’s Republic: The Politics of Mass Consumption in
Postwar America. New York: Vintage.
Ganeva, T. (2008). Sexpot Virgins: The Media’s Sexualization of Young Girls.
AlterNet (maio 24). Disponível em http://www.alternet.org/story/85977/.
Grossberg, L. (2005). Caught In the Crossfire: Kids, Politics, and America’s Futu-
re. Boulder: Paradigm Publishers.
Linn, S. (2004). Consuming Kids. New York: Anchor Books.
|| 72
Molnar, A. & Boninger, F. (2007). Adrift: Schools in a Total Marketing Environ-
ment. Tenth Annual Report on Schoolhouse Commercialism Trends: 2006-
2007. Tempe: Arizona State University.
Currículo e Tecnologia Educativa. Volume 3
Judy Wajcman
The London School of Economics and Political Science
1 Para uma introdução a esta literatura, ver Barnes e Edge (1982) e Knorr-Cetina e Mulkay
(1983).
2 De forma a mapear o campo do género e da ciência, retirei dados em força de dois
excelentes e exaustivos estudos de Harding (1986) e Schiebinger (1987).
|| 78
3 Este assunto é discutido por Harding (1986). Para um relato mais detalhado do debate
sobre se a própria Razão é masculina, ver Lloyd (1984).
|| 80
4 Para uma excelente discussão sobre o trabalho de Keller, ver Dugdale (1988).
|| 82
5 Para duas críticas socialistas feministas úteis sobre os elementos universalista e es-
sencialista em algumas versões da teoria radical feminista, ver Eisenstein (1984) e Segal
(1987).
|| 84
Da Ciência à Tecnologia
Durante a última década, tem existido um interesse crescente
na relação entre a ciência e a sociedade, mas tem existido uma
preocupação ainda maior com a relação entre tecnologia e mu-
dança social. O debate tem sido travado sobre se o “ferro em
||
8 N.T. No original “the white heat of technology”, em alusão ao discurso proferido por
Harold Wilson, em 1963, na conferência do Partido Trabalhista, e habitualmente identifi-
cado como o discurso “the white heat of technology”.
|| 89
forma de conhecimento e este pressuposto foi incorporado em
muita da escrita feminista sobre tecnologia. Contudo, tal como a
ciência inclui práticas e instituições, assim como conhecimento,
9 Staudenmaier (1985, pp. 103-20) destaca quatro características para os conceitos co-
nhecimento-científico tecnológico, dados problemáticos, teoria da engenharia e compe-
tência tecnológica.
foram publicadas nesta área.10 Tal como muitas destas coleções,
|| 91
os artigos não partilham de uma abordagem consistente ou co-
brem o campo de estudo de modo exaustivo. Portanto, irei dese-
Ocultas da História
Para começar, as feministas apontaram a escassez de estu-
dos sobre o tema mulher e tecnologia, especialmente dada a
florescente área de estudos tecnológicos. Até mesmo os mais
percetivos e humanísticos trabalhos sobre a relação entre tec-
nologia, cultura e sociedade raramente mencionam o género.
As contribuições da mulher foram largamente deixadas à parte
da história tecnológica. As contribuições para a Technology and
Culture, a principal revista de história da tecnologia, providencia
um barómetro preciso desta situação. A pesquisa de Joan Roths-
child (1983, pp. xii-xiv) de artigos sobre o tema da mulher nesta
revista identificou apenas quatro artigos em vinte e quatro anos
de publicação. Num livro mais recente sobre esta revista, Stau-
denmaier (ibid., p.180) também nota o preconceito extraordiná-
rio nela presente em relação às figuras masculinas e à total au-
sência de uma perspetiva de mulheres. A história da tecnologia
representa o inventor protótipo como homem. Logo, tal como
na história da ciência, uma tarefa inicial das feministas tem sido
a de destapar e recuperar as mulheres ocultadas da história que
deram o seu contributo para desenvolvimentos tecnológicos.
Existe agora prova de que durante a era industrial as mulhe-
res inventaram ou contribuíram para a invenção de máquinas tão
cruciais como o descaroçador de algodão, a máquina de costura, o
pequeno motor elétrico, a ceifa de McCormick e o tear Jacquard
(Stanley, 1993). Este tipo de conhecimento histórico em muito
depende, frequentemente, de registos de patentes para a recu-
peração das invenções perdidas das mulheres. É de notar que o
crédito de muitas das invenções das mulheres foi atribuído aos
maridos porque realmente o nome delas aparece nas patentes
||
10 Um bom cruzamento deste material pode ser encontrado em Trescott (1979); Roths-
child (1983); Faulkner e Arnold (1985); McNeil (1987); Kramarae (1988). O livro de McNeil
é particularmente útil pois contém uma bibliografia extensa que está organizada tema-
ticamente.
|| 92
11 MacLeod (1987) sugere que apesar de a George Ravenscroft ser dado crédito no re-
gisto de patentes por ser o “heróico” inventor do cristal de chumbo de vidro, ele apenas
foi o comprador ou patrocinador da invenção de outros. Este estudo alerta-nos para o
perigo de assumirmos que os registos de patentes representaram sempre a mesma coisa.
12 Para uma biografia de Lady Lovelace, que levanta a questão dela ter sido uma gran-
de contribuidora para a programação de computadores, ver Stein (1985). Contudo, quer
|| 93
Contudo, para compreender totalmente a contribuição das
mulheres para o desenvolvimento tecnológico, uma abordagem
mais radical pode ser necessária. Para começar, a tradicional con-
Kraft (1977) quer mais recentemente Giordano (1988) documentaram a larga participação
das mulheres no desenvolvimento da programação de computadores.
|| 94
14 Este ponto é elaborado em Wajcman, 1991, capítulo 2. Ver também a Parte Dois de
MacKenzie e Wajcman (1985) para uma coleção destes casos de estudo.
|| 98
Referências Bibliográficas
Amram, F. (1984). The innovative Woman. New Scientist, 24 May 1984, pp. 10-12.
Barnes, B. & Edge, D. (eds.) (1982). Science in Context: Readings in the Sociology
of Science. Milton Keynes: Open University Press.
Braverman, H. (1974). Labor and Monopoly Capital: The Degradation of Work in
the Twentieth Century. New York: Monthly Review Press.
Cockburn, C. (1983). Brothers: Male Dominance: Male Dominance and Technolo-
gical Change. London: Pluto Press.
Cockburn, C. (1985). Machinery of Dominance: Women, Men and Technical
Know-How. London: Pluto Press.
Cowan, R. S. (1979). From Virginia Dare to Virginia Slims: Women and Technolo-
gy in American Life. Technology and Culture, 20, 1, pp. 51-63.
Dugdale, A. (1988). Keller’s Degendered Science. Thesis Eleven, 21, pp. 117-28.
Easlea, B. (1981). Science and Sexual Oppression: Patriarchy’s Confrontation
with Woman and Nature. London: Weidenfeld & Nicolson.
Eisenstein, H. (1984). Contemporary Feminist Thought. London: Allen and
Unwin.
Faulkner, W. & Arnold, E. (eds) (1985). Smothered by Invention: Technology in
Women’s Lives. London: Pluto Press.
|| 104
Fee, E. (1981). Women’s Nature and Scientific Objectivity. In M. Lowe & R. Hub-
bard (eds.) Woman’s Nature: Rationalizations of Inequality. New York: Per-
gamon Press.
Firestone, S. (1970). The Dialectic of Sex. New York: William Morrow and Co.
Currículo e Tecnologia Educativa. Volume 3
Giordano, R. (1988). The Social Context of Innovation: A Case History of the De-
velopment of COBOL Programming Language. Columbia University, Depart-
ment of History.
Griffin, S. (1983). Foreword. In L. Caldecott and S. Leland (eds) Reclaim the Ear-
th. London: The Women’s Press.
Griffiths, D. (1985). The Exclusion of women from technology. In W. Faulkner,
& E. Arnold (eds) Smothered by Invention: Technology in Women’s Lives.
London: Pluto Press.
Harding, S. (1986). The Science Question in Feminism. New York: Cornell Univer-
sity Press.
Hartsock, N. (1983). The Feminist Standpoint: Developing the Ground for a Spe-
cifically Feminist Historical Materialism. In S. Harding & M. Hintikka (eds.)
Discovering Reality: Feminist Perspectives on Epistemology, Metaphysics,
Methodology and Philosophy of Science. Dordrecht: Reidel.
Jordanova, L. J. (1980). Natural Facts: A Historical Perspective on Science and
Sexuality. In C. MacCormack & M. Strathern (eds) Nature, Culture and Gen-
der. Cambridge: Cambridge University Press.
Keller, E. Fox (1983). A Feeling for the Organism: The Life and Work of Barbara
McClintock. San Francisco, California: Freeman.
Keller, E. Fox (1985). Reflections on Gender and Science. New Haven, Connecti-
cut: Yale University Press.
Knorr-Cetina, K. and Mulkay, M. (eds) (1983). Science Observerd: Perspectives in
the Social Studies of Science. London: Sage.
Kraft, P. (1977). Programmers and Managers: The Routinization of Computer
Programming in the United States. New York: Springer Verlag.
Kramarae, C. (ed) (1988). Technology and Women’s Voices. New York: Routled-
ge & Kegan Paul.
Kuhn, T. (1970). The Structure of Scientific Revolutions. Chicago, Illinois: Chicago
University Press.
Law, J. (1987). Review Article: The Structure of sociotechnical engineering – a
review of the new sociology of technology. The Sociological Review, 35, pp.
404-25.
Lloyd, G. (1984). The Man of Reason. London: Methuen.
MacKenzie, D. and Wajcman, J. (eds) (1985). The Social Shaping of Technology.
Milton Keynes: Open University Press.
MacLeod, C. (1987). Accident or Design? George Ravenscroft’s Patent and the
Invention of Lead-Crystal Glass. Technology and Culture, 28, 4, pp. 776-803.
Mannheim, K. (1953). Essays on Sociology and Social Psycology. London: Rou-
tledge and Kegan Paul.
Marcuse, H. (1968). Negations. London: Allen Lane.
Marx, K. (1975). Early Writings. New York: Vintage Books.
McNeil, M. (ed.) (1987). Gender and Expertise. London: Free Association Books.
Merchant, C. (1980). The Death of Nature: Women, Ecology and the Scientific
Revolution. New York: Harper and Row.
|| 105
Noble, D. (1984). Forces of Production: A Social History of Industrial Automa-
tion. New York: Knopf.
Pacey, A. (1983). The Culture of Technology. Oxford: Basil Blackwell.
Stanley Aronowitz
Graduate Center of the City University of New York
1 Para um ataque direto ao cientismo de Engel, ver Hook (1993, pp. 25-34). Hook centra-se
|| 108
nas interpretações que a Segunda Internacional faz do Marxismo enquanto ciência que
pode ser separada da sua intenção revolucionária. Ao mesmo tempo, Hook celebra o «ex-
perimentalismo» e o «empirismo» de Marx. Ver especialmente o capítulo 9. Ver também
Lefebvre (1968, pp. 141-44).
|| 109
Crítica da Escola de Frankfurt, cujos ataques contra a sociedade
tecnológica emergente não raras vezes se fizeram acompanhar
de uma apaixonada defesa da arte da alta burguesia e pareciam
3 Esta vontade constitui uma categoria central do meu discurso, pelo que pretendo dis-
cuti-la um pouco mais aprofundadamente. O Marxismo de Engels partilha com outros
paradigmas a reivindicação de ser verdade, independente da sua historicidade. Assim,
apesar de a teoria da relatividade ter deslocado grande parte da cosmovisão newtoniana,
esta retém o seu caráter de ciência em virtude da forma como as suas teorias são enqua-
dradas, uma forma que permite às suas «premissas» serem «verificadas de uma forma
puramente empírica». (The German Ideology)
|| 113
como uma alternativa ao essencialismo inerente ao pensamento
evolucionista, às suas implicações políticas imperialistas e à sua
ideologia social racista. Claude Lévi-Strauss, no seu texto “The
4 Como é evidente, o livro de Marcuse é escrito quinze anos após Horkheimer e Ador-
no terem regressado a Frankfurt para refundarem o instituto. No entanto, muito do seu
impulso deriva de «Some Social Implications of Technology», publicado pela primeira
vez em 1941, nos Studies in Philosophy and Social Science do Instituto, e reimpresso em
Andrew Arato e E. Gebhardt, eds., The Essential Frankfurt School Reader (Nova Iorque:
Urizen Books, 1978).
|| 116
7 Ver von Weizsacker, The History of Nature, p. 71, citado em Marcuse, 1964, p. 155.
|| 124
social não podem ser evitadas por muito que se deseje separar
valor de facto. Os factos do mundo social estão enredados na
ideologia, mas, numa perspetiva ainda mais alargada, a ciência
social é uma parte integrante da ordem social dominante. A este
respeito, luta pela paridade com as ciências da natureza que
foram massivamente incorporadas pela indústria e pelo estado,
particularmente a investigação que tem aplicações militares.
A teoria crítica da ciência proposta pela Escola de Frankfurt
foi marginalizada pela filosofia e pelos estudos sociais da ciên-
cia precisamente por causa da sua insistência no facto de a ci-
ência consistir em relações sociais. Ao mesmo tempo, o Marxis-
mo científico purifica a crítica que a Escola de Frankfurt faz do
Iluminismo. Ouça-se Lucio Colletti, uma figura cimeira da escola
marxista-estruturalista, cujo professor, Galvano Della Volpe, po-
derá ser considerado o principal filósofo italiano marxista da ci-
ência: “Juntamente com Marcuse, eles [Horkheimer e Adorno]
são o exemplo mais flagrante da extrema confusão a que se pode
chegar ao confundir-se a crítica romântica do intelecto e da ciência
com uma crítica socio-histórica do capitalismo” (Colletti, 1973, p.
175.). Colletti acusa a Teoria Crítica de uma “negação niilista das
mais elevadas proezas do pensamento humano” (idem, pp. 174-
175). Citando History and Class Consciousness, de Lukács, Colletti
revela o propósito da sua crítica a Lukács e à Escola de Frankfurt
– distanciar o Marxismo do julgamento de Lukács, de que “a natu-
reza é uma categoria social” e “é um desenvolvimento fora das es-
truturas económicas do capitalismo”. Colletti identifica este ponto
de vista com o do Ronquentin existencial de Sartre, para quem “o
escândalo da alienação é a possibilidade da existência de um mun-
do natural”. A partir daqui, a Teoria Crítica funde-se com o “espiri-
tualismo” de Bergson e outros românticos de finais do século XIX,
tais como os neo-kantianos da escola histórica, particularmente Ri-
ckert e Tonnies. Assim a influência sobre Lukács da ideia de Weber
de que a racionalidade capitalista significa o desencantamento do
mundo é inegável. O conceito de que a natureza é analisada social-
mente pode ser interpretado a partir de premissas que derivam
de outra tendência neo-kantiana relevante, a fenomenologia.8
||
8 Com efeito, o texto-chave, excluindo History and Class Consciousness, para a crítica da
|| 131
A crítica de Colletti traduz-se numa demonstração de que estas
não são consistentes com as premissas materialistas que defi-
nem o objeto do conhecimento científico como independente
Referências Bibliográficas
Colletti, L. (). Marxism and Hegel. London: Verso Books.
Della Volpe, G. (1980). Logic as a Positive Science. London: New Left Books.
Hook, S. (1993). Towards an Understanding of Karl Marx. New York: John Day.
Horkheimer, M. (1947). Eclipse of Reason. New York: Oxford University Press.
Horkheimer, M. & Adorno, T. (1972). Dialectic of Enlightment. New York: Herder
and Herder.
Lefebvre, H. (1968). Dialectical Materialism. London: Jonathan Cope.
Lévi-Strauss, C. (1969). Structural Anthropology. New York: Anchor Books.
Marcuse, H. (1964). One Dimensional Man. Boston: Beacon Press.
Marx, K. & Engels, F. (1964). The German Ideology. Moscow: Progress Publi-
shers.
Olson, M. (1965). The Logic of collective Action. New York: Schocken Books.
Ortega y Gasset, J. (1956). The Dehumanization of Art and Other Writings on Art
and Culture. New York: Doubleday Anchor Books.
|| 138
Sohn-Rethel, A. (1978). Intellectual and Manuel Labor. London: Macmillan.
White, L. (1962). Medieval Technology and Social Change. New York: Oxford Uni-
versity Press.
Currículo e Tecnologia Educativa. Volume 3
Willis, P. (1981). Learning to Labor: How Working Class Kids Get Working Class
Jobs. New York: Columbia University Press.
|| 139
Cap. 6
1 Para uma visão panorâmica das investigações em filosofia sobre a técnica das últimas
três décadas, ver Skolimowski (1968) y Rapp (1982). Mitcham e Mackey (1973) propor-
cionam a informação bibliográfica mais completa, à data da sua publicação, e a revista
Technology and Culture oferece revisões atualizadas dos contributos mais recentes neste
campo.
|| 140
teares), o que, por sua vez, concedeu uma certa vantagem com-
petitiva às fábricas que dela dispunham e uma possível linha de
desenvolvimento de novos dispositivos capazes de melhorar a
Currículo e Tecnologia Educativa. Volume 3
As novas tecnologias
A revolução industrial do século passado abriu as portas a uma
nova etapa da civilização. A partir de então a tecnologia invadiu
todos os recantos da vida humana. Contudo, para apreciar o que
isto significa na atualidade é necessário abandonar a associação
do conceito tecnologia com o de produção industrial de artefac-
tos mecânicos. Os avanços científicos do século XX e as suas re-
percussões no desenho e desenvolvimento de novas tecnologias
fizeram com que o panorama da tecnologia atual mudasse por
completo nos últimos anos. Por um lado, originaram novas fon-
tes de energia que alteraram por completo o repertório de fór-
mulas disponíveis para o desenvolvimento de energias mecâni-
cas. A enorme potencialidade da energia nuclear faz empalidecer
qualquer sonho que vise as possibilidades de transformar a reali-
dade. A síntese de novos materiais com propriedades insuspeitas
(semicondutores, supercondutores, cerâmicas) altera por com-
pleto o elenco dos componentes disponíveis para desenvolver
novos artefactos. A tecnologia laser permite utilizar a luz como
fonte de energia não só extraordinariamente potente, se dese-
jarmos, mas também imensamente versátil e adaptável tanto a
trabalhos de tipo mecânico como a funções de comunicação ou
de processamento de informação. A biotecnologia permite, pela
primeira vez, a síntese de novos organismos vivos com caracte-
rísticas predefinidas e seguindo processos inteiramente artificiais
(mais rápidos e possivelmente mais eficientes que as velhas téc-
nicas de seleção genérica). A eletrónica digital, a informática e as
tecnologias das telecomunicações supõem, por último, o apareci-
mento de um novo âmbito de desenvolvimento tecnológico que
transcende o setor tradicional da produção de bens materiais para
invadir o terreno do processamento, armazenamento, produção e
transmissão de informação (Castells et al, 1986)4.
||
Tecnologia e cultura
Podemos entender por cultura o conjunto de ideias, valores
e padrões de comportamento que caracterizam uma socieda-
de. Neste sentido, a interação da técnica e da cultura tem sido
constante ao longo da história da humanidade (Margolis, 1978):
as técnicas aparecem, desenvolvem-se num determinado âmbi-
to cultural e contribuem, por sua vez, para configurar a cultura
da sociedade. O que é específico da tecnologia atual é o tipo de
cultura que origina e a intensidade com que influencia a mudança
cultural.
Existem, em concreto, dois tipos de valores culturais reque-
ridos pela tecnologia atual: por um lado, o conhecimento cientí-
fico e, por outro, determinado tipo de valores morais de caráter
racional5.
As relações entre técnica e ciência são complexas6 e teremos
ocasião de voltar a este tipo de tema ao longo do livro. Por agora,
assinalemos apenas duas notas, ambas igualmente relevantes: 1)
o desenvolvimento das tecnologias atuais depende inteiramente
do desenvolvimento do conhecimento científico; 2) o avanço do
conhecimento científico está profundamente condicionado pelo
desenvolvimento tecnológico. Como ocorre nas relações entre
produtores e consumidores, a tecnologia é a principal reivindica-
dora de conhecimento científico e, nessa medida, condiciona a
oferta científica (a direção da investigação científica).
Sucede algo parecido relativamente aos valores morais
(Boulding, 1977; Durbin, 1972). Existe um esquema simplificado
||
O ócio e a técnica
Até agora falamos de tecnologias industriais, da técnica como
um fator de produção, como um meio de transformação da rea-
lidade material e de construção de artefactos, de entidades no-
vas, de caráter também ambiental. A técnica, por conseguinte,
como algo pertencente ao âmbito do “negócio”, da produção
material, cuja influência sobre o âmbito do espiritual, da criação
desinteressada, da cultura ou do “ócio”, é levada a cabo atra-
vés da promoção do conhecimento e da renovação dos valores
sociais. Porém, uma das características das novas tecnologias
da informação e comunicação é precisamente a sua capacidade
para subverter o próprio sentido da distinção entre produção e
cultura. Este é pois um fenómeno que uma filosofia da técnica à
altura do nosso tempo não pode ignorar.
De acordo com os teóricos da revolução científico-tecnoló-
gica (Richta, 1969; Gvishiani, 1982), uma das contribuições mais
importantes da tecnologia moderna para a sociedade consiste
precisamente na libertação de tempo de trabalho produtivo e au-
mento do tempo de ócio9. Nessa medida, cabe supor e esperar
||
9 A ideia encontra-se nos rascunhos de Marx (1972, pág. 229), que via nela uma contra-
dição insuperável do regime capitalista de produção. Na realidade, é preciso dizer que
|| 149
que a tecnologia contribua também para o desenvolvimento e
difusão da cultura.
Não obstante, a coisa não para por aqui. O que é específico
10 Podemos definir a criatividade de forma que, por definição, as máquinas não possam
ser criativas. Por exemplo, se só considerarmos criativa uma tarefa livremente empreen-
dida por um sujeito. As máquinas não podem criar nada; na realidade não podem fazer
nada para que não estejam programadas. Mas pode programar-se uma máquina para que
crie coisas novas: as estruturas gráficas geradas por programas de computador baseadas
em conjuntos de Mandelbrot podem ser vendidas como obras de arte.
11 Na atualidade a autoprogramação de computadores constitui mais um postulado teó-
rico do que uma realidade. Na prática o que resulta rentável é a programação de compu-
tadores assistida por computador. Porém, não existe nenhum impedimento lógico a que
um computador possa autoprogramar-se. Para construir um programa de computador há
que fazer duas coisas: fixar o objetivo do programa (o que tem que realizar) e escrever a
sequência de operações que conduzirão a esse objetivo. A primeira parte é característica
da atividade intencional mas podemos programar um computador para que tome deci-
sões sobre os objetivos que convém perseguir em determinadas circunstâncias. A segun-
da parte reduz-se a um processo de manipulação e ordenação de fórmulas para o qual
os computadores digitais estão especialmente dotados. De facto, a maneira pela qual
um sistema pericial de inteligência artificial soluciona um problema novo constitui um
exemplo de autoprogramação: perante uma situação, o sistema “decide” que objetivo é
mais conveniente perseguir e constrói uma sequência de operações (um programa) para
o conseguir (Cuena, 1985). É claro que o sistema está programado para fazer programas
mas não é por isso que os programas que cria são menos originais.
|| 152
Mitos tecnológicos
Geralmente, a tecnologia atual gera, quer no filósofo quer no
Currículo e Tecnologia Educativa. Volume 3
12 Há uma versao biotecnológica do mito das máquinas pensantes assim como da revolta
dos robôs: o mito dos “replicantes”, bem documentado no filme Blade Runner, herdeiro
indireto de Frankenstein e herdeiro direto de Brave New World. O problema filosófico es-
pecífico deste mito dos replicantes é o da questão de os indivíduos criados artificialmen-
te, mas dotados de todas as propriedades características dos humanos, poderem ser ver-
dadeiramente humanos. Os criadores do mito inclinam-se claramente a pensar que sim. E
eu penso que tem razão. Outra coisa diferente é que o objetivo tecnológico de criar indiví-
duos humanos com património genético controlado seja possível e moralmente razoável.
Relativamente a isto, partilho da opinião que parece ser maioritária nos nossos dias: a lei
que acaba de ser aprovada pelo parlamento espanhol proíbe este tipo de investigações.
|| 154
16 Lafuente e Saldaña (1987) proporcionam uma boa panorâmica das tendências atuais
na historiografia da ciência.
|| 160
Referências Bibliográficas
Boulding, K. E. (1977). The Interplay of Technology and Values: The Emerging
Superculture. In K. Baier & N. Rescher (eds.) Values and the future. Nueva
York.
Braun, E. (1986). Tecnología rebelde. Madrid: Tecnos-Fundesco.
Brooks, H. (1965). The Interaction of Science and Technology: Another View. In
W. Warner et al (eds.) The Impact of Science and Technology. Nueva York,
Londres: Columbia University Press. Pp. 37-48.
Bunge, M. (1963). Tecnología, ciencia y filosofía. Anales de la Universidade de
Chile, vol. 121, pp. 64-92.
Bunge, M. (1974). Technology as Applied Science. In F. Rapp (ed.) Contributions
to a Philosophy of Technology. Dordrecht: Reidel. Pp. 19-39.
Bunge, M. (1976). Tecnología y filosofía. Universidad Autonoma de Nuevo León.
Bunge, M. (1977). The Philosophical Richness of Technology. In F. Suppe & P. D.
Asquith (eds.) PSA 1976, vol. 2. East Lansing: Mich.
Bunge, M. (1981). Scientific Materialism. Dordrecht: Reidel.
Bunge, M. (1983). Treatise on Basic Philosophy. Vol. VI: Epistemology and Metho-
dology II. Understanding the World. Dordrecht: Reidel.
Bunge, M. (1985). Seudociencia e ideología. Madrid: Alianza.
Bunge, M. (1985). Treatise on Basic Philosophy. Vol VII. Philosophy of Science
and Technology. Part II: Life Science, Social Science and Technology. Dordre-
cht: Reidel.
Castells, M. et al (1986). El desafio tecnológico. España y las nuevas tecnológias.
Madrid: Alianza.
Castilla, A. & Alonso, M. C. (eds.) (1986). El desafío de los años noventa. Madrid:
Fundesco.
Cuena, J. (1985). Lógica informática. Madrid: Alianza.
Doménech, A. (1986). La ciencia moderna, los peligros antropogénicos y la ra-
cionalidad de política de la ciência, Arbor, 481 (1986), pp. 9-51.
Durbin, P. T. (1972). Technology and Values: A Philosopher’s Perspective, Tech-
nology and Culture, 13, pp. 556-576.
Ellul, J. (1954). La technique ou l’enjeu du siècle. Paris: Armanda Colin.
||
18 Um exemplo notável dessa inspiração são os ensaios de Laín Entralgo (1986) dedica-
dos a este tema. Não obstante, a herança intelectual de Ortega neste campo, como em
tantos outros, foi de igual modo adulterada pela escolástica.
19 São muitos os textos de Bunge dedicados à filosofia da técnica. Entre outros, Bunge
1963, 1974, 1976. A exposição mais sistemática e mais completa encontra-se no último
volume (o volume 7, Bunge 1985, parte II) publicado até ao momento do seu monumental
Treatise on Basic Philosophy (1974-1985).
|| 162
Esquivel, J. (comp.) (1982). La polémica del materialismo. Madrid: Tecnos.
Ferrater Mora, J. (1974). Cambio de marcha en filosofía. Madrid: Alianza.
Forbes, R. (1958). Power to 1850. In CH. Singer et al (eds.) A History of Techno-
Currículo e Tecnologia Educativa. Volume 3
Plano Tecnológico da Educação e Educação Pública: Mitos (ensarilhados), limites e falsas promessas
Plano Tecnológico da Educação e
Educação Pública: Mitos (ensarilha-
dos), limites e falsas promessas
Lia Oliveira
Universidade do Minho
1 Este texto foi escrito em finais de 2009, início de 2010. Entretanto, o Governo de Por-
tugal mudou em 2011 tendo o PTE caído numa espécie de esquecimento, como se nunca
tivesse existido. Contudo, em dezembro de 2011 foi lançado pelo novo governo o Progra-
ma Estratégico para o Empreendedorismo e a Inovação +E, +I (Anexo à Resolução do Con-
selho de Ministros nº 54/2011. Diário da Republica, 1ª série – Nº 243 – 21 de dezembro de 2011.
Lisboa) que, no que concerne, à ideologia subjacente e ao tipo de discurso, apresenta
características de continuidade relativamente ao documento aqui discutido.
|| 167
três décadas em Portugal, como adiante veremos, e que surge
agora renovado como “modernização conservadora” (Dale,
1989 citado por Apple, 2003).
Plano Tecnológico da Educação e Educação Pública: Mitos (ensarilhados), limites e falsas promessas
Este tecnicismo (disfarçado pelas vestes da modernização, do
progresso e da inclusão social) neutraliza o problema da educa-
ção pública dissipando as discussões teóricas e ideológicas que
devem subjazer à formulação do currículo. É esta ausência de
fundamentos e valores que serve, no momento histórico que
vivemos, pautado por uma violenta globalização neoliberal (Sou-
sa Santos, 2008, Beck, 2002) como justificação para inundar as
escolas (e os lares) de computadores e de toda a parafrenália
associada.
Pode ler-se, logo de seguida (PTE, p. 6534):
Plano Tecnológico da Educação e Educação Pública: Mitos (ensarilhados), limites e falsas promessas
pela produção dos conteúdos digitais a distribuir, como adiante
realçaremos.
Passamos a enunciar alguns destes problemas, por eixos de
atuação, começando por alguns aspetos de menor importância
crítica, mas que evidenciam contradições nos discursos oficiais e
que podem ajudar a desmontar esse senso comum hegemónico
que diz que as TIC, para além de neutras, são inócuas do ponto
de vista político e ideológico.
Plano Tecnológico da Educação e Educação Pública: Mitos (ensarilhados), limites e falsas promessas
transpira em todos os parágrafos.
Ainda no âmbito deste eixo Tecnologia, para além dos proje-
tos “kit tecnológico” (computadores e afins), “internet de alta
velocidade” e “internet nas salas de aula” (redes de área local)
são previstos ainda outros dois projetos relacionados com “se-
gurança”, ou seja, a dinamização do “cartão eletrónico do alu-
no” e a implementação de sistemas de “videovigilância” (PTE,
2007, pp. 6568-6572). O cartão eletrónico do aluno serve para
“suprimir a circulação de numerário” e para “controlar as saídas
e entradas dos alunos” mas também serve para “consultar o pro-
cesso administrativo, o percurso académico e os consumos dos
alunos” (p. 6570).
Ora, quer o percurso administrativo quer o académico são
(ainda) de acesso restrito. O professor coordenador de turma é
o fiel depositário deste dossiê e mesmo os pais apenas podem
consultá-lo na presença desse professor. Tal acontece para
preservação desses dados que são pessoais e sujeitos a reser-
va. Será que com um sistema desta natureza continuarão estes
dados a ser reservados (num contexto em que se implementa
na sociedade portuguesa, também, o cartão de cidadão com da-
dos fiscais e médicos, entre outros)? Será legítimo e educativo
controlar a permanência na escola desta forma (picando o ponto,
garantindo a eficiência do sistema em manter os alunos presos
dentro da escola) e fragilizar a segurança de dados pessoais?
Está prevista ainda a possibilidade de as instituições financei-
ras poderem, “em contrapartida (e.g. do fornecimento do car-
tão), comercializar serviços financeiros baseados no cartão de
aluno aos alunos do 3º ciclo do ensino básico e do ensino secun-
dário” (idem, p. 6571). Ou seja, para além destas entidades pode-
rem, como contrapartida, “evidenciar a marca” (id. ib.) poderão
acrescentar “funcionalidades adicionais” (id. ib.), leia-se, vender
serviços financeiros a menores de idade, contribuindo para o en-
dividamento crescente e insustentável das famílias, particular-
mente as das classes com menores recursos.
Por outro lado, e quanto à videovigilância, ela assenta no
pressuposto poder dissuasor do crime. Sabemos, porém, que
não o evita nem previne. De qualquer forma, a intenção de do-
tar todas as escolas de sistemas de videovigilância é justificada
|| 172
A primeira fenda apareceu numa grande laje natural (...) subtil (...) alargou-se
mais, tornou-se funda e avançou, rasgando a pedra (p. 19) (...) Mãe
|| 173
amorosa, a Europa afligiu-se com a sorte das suas terras extremas, a ociden-
te. Por toda a cordilheira pirenaica estalavam os granitos, multiplicavam-se
as fendas (p. 33) (...) Então, a Península Ibérica moveu-se um pouco mais,
Plano Tecnológico da Educação e Educação Pública: Mitos (ensarilhados), limites e falsas promessas
um metro, dois metros, a experimentar as forças. As cordas que serviam
de testemunhos (...) rebentaram como simples cordéis (...) sentiu-se passar
nos ares um grande sopro, como a primeira respiração de quem acorda, e a
massa de pedra e terra, coberta de cidades, aldeias, rios, bosques, fábricas,
matos, bravios, campos cultivados, com a sua gente e seus animais, come-
çou a mover-se, barca que se afasta do porto e aponta ao mar outra vez
desconhecido (p. 45).
Plano Tecnológico da Educação e Educação Pública: Mitos (ensarilhados), limites e falsas promessas
Qual é o papel do professor e qual é o seu valor social? O PTE
assegura a desprofissionalização dos professores (Torres Santo-
mé, 2006) – convertidos em gestores de manuais e de recursos
informáticos, “robots controlados pelas editoras de manuais
escolares” (idem, p.145) – e a revisão das carreiras, associada à
introdução de sistemas de avaliação do desempenho eficiente e
eficaz, garante a crescente “intensificação” da profissão, clara-
mente identificada por Apple (1986).
Convém ainda ter presente que, como enfatiza Boaventura de
Sousa Santos (2008), “o Banco Mundial prevê que o poder dos
docentes e a centralidade da sala de aula declinará inexoravel-
mente à medida que se for generalizando o uso de tecnologias
pedagógicas on line” (p. 29). Apesar desta afirmação se referir
aos docentes universitários ela fumega no PTE relativamente aos
docentes dos outros níveis de ensino. Estas tecnologias on line
associadas aos conteúdos digitais, preparam o terreno para os
avanços do homeschooling (Cf. Paraskeva, 2003, 2006a; Torres
Santomé, 2003, 2006; Apple, 2003), como adiante realçamos.
Plano Tecnológico da Educação e Educação Pública: Mitos (ensarilhados), limites e falsas promessas
cação no sentido da participação (Hamilton e Feenberg, 2006).
Mas pretende-se que se transformem mesmo em plataformas de
ensino a distância, como é expresso no quarto objetivo (sobre
cinco) para este eixo dos conteúdos: “Minimizar a infoexclusão,
disponibilizando conteúdos e ferramentas que tornem viável o
ensino à distância” (PTE, p. 6573).
Em que medida o ensino a distância pode minimizar a infoex-
clusão em Portugal? Para aceder a ensino a distância via internet
e usufruir de todas as suas virtualidades é preciso já não ser info-
excluído, é preciso ter superado largamente a “barreira do aces-
so” (Willinsky, 2006). Por outro lado, sabemos que a “miragem
da equidade”, subjacente ao ensino a distância (Goodfellow,
2006) se evaporou após a declaração, pela Organização Mundial
do Comércio (OMC, 1998), da educação como bem de consumo.
Tais sistemas a distância podem, de facto, servir o ensino público
em situações específicas (e. g. alunos com necessidades especiais
permanentes ou pontuais). Mas, ao afirmar que “conteúdos,
módulos e cursos” de acesso remoto são de “baixo custo” (PTE,
p. 6573), o documento trunca a realidade ou seja, encara a pos-
sibilidade, providencia os meios – a alguns – para uma migração
do sistema público e nacional de ensino para modalidades online.
Modalidades privadas, necessariamente, dado que a preparação
e manutenção de ambientes e materiais para ensino online – de
qualidade e sérios – não é de baixo custo. Apenas futuros clientes
de homeschooling (ensino doméstico da responsabilidade dos
pais) poderão vir a comprar este ensino.
O plano, ao enfatizar, exaltar, promover as modalidades online
de aprendizagem, valida “uma educação paralela mas sobretudo
alternativa expressa através da nova escol@. O homeschooling
[porém] não pode deixar de ser visto como um urdido processo
de infoexclusão” (Paraskeva, 2006a, p. 84). A possibilidade de
aprender em casa, ao gosto dos pais e da comunidade, legitimada
como direito de opção das famílias (por norma de caráter religio-
so mas não só) apenas vem acentuar as diferenças sociais já exis-
tentes e exacerbar conflitos entre as múltiplas identidades gru-
pais (Cf. Paraskeva, 2003, 2006a; Torres Santomé, 2003; Apple,
2003). Como atrás dissemos, a discussão sobre a escola pública
interessa a todos, admitindo que
|| 178
a educação é um projeto político pelo qual tratamos de conformar o futuro
da comunidade em que vivemos e da sociedade em geral (...) ou será que
as pessoas solteiras e as famílias sem filhos (...) não pagam impostos desti-
Currículo e Tecnologia Educativa. Volume 3
Plano Tecnológico da Educação e Educação Pública: Mitos (ensarilhados), limites e falsas promessas
mas estas são cada vez menos variadas dadas as movimentações
do mercado e os conhecidos processos de monopolização dos
grupos editoriais (conhecidos por tubarões). Estão já instalados
no mercado português alguns, como no mercado global. Quem
mais depressa produzir os “manuais eletrónicos” e outros “con-
teúdos educativos” ficará com o negócio. Em Portugal já existe,
aliás, uma Escola Virtual, propriedade de um grupo editoral que
segue de perto as orientações curriculares para o ensino básico
e secundário. É fácil compreender que, rapidamente e com base
neste (escarrapachado) plano, a editora que apresentar os manu-
ais com versão eletrónica (esta ou outra), será privilegiada pelo
ministério e passará a ditar o futuro do país, na medida em que
determinará o quê e o como se aprenderá nas escolas.
A tecnologia educativa
O PTE surge num momento social profundamente determi-
nante e determinado por políticas de cunho neoliberal, impulsio-
nadas por um governo socialista assumido como centro-esquerda
e enquadrado na União Europeia neste grupo político-partidário.
São estas políticas as responsáveis pelos avanços da OMC (1998)
sobre a educação e pela naturalização, no senso comum (na ‘opi-
nião pública’), da educação como bem de consumo e serviço e
não como bem público que é.
Socorrendo-nos de novo de Torres Santomé (2006, p. 33):
Plano Tecnológico da Educação e Educação Pública: Mitos (ensarilhados), limites e falsas promessas
“inculcação ideológica (...) contra a educação pública” (idem,
p. 28) levada a cabo pelo Banco Mundial na área da educação
(id. ibidem).
O PTE não cai do céu nem é inovador como se quer fazer crer.
Por que porta entrou o PTE na educação pública? A primeira ‘mo-
dernização’ da escola ocorre em Portugal com a introdução dos
computadores nos sistemas de ensino básico e secundário, nos
anos oitenta, com base nos mesmos argumentos de agora. De-
signada por projeto MINERVA (Meios Informáticos no Ensino:
Racionalização, Valorização, Atualização) vigorou entre 1985 e
1994, coexistiu e gerou outras iniciativas, das quais referimos
algumas, as de maior relevo: Programa FOCO, Formação Contí-
nua de Professores (1992); Programa FORJA, Formação de Pro-
fessores do Ensino Secundário em TIC para a Vida Ativa (1993);
Programa EDUTIC, Tecnologias da Informação e Comunicação
para a Educação (na sequência da avaliação do MINERVA, 1995);
Programa Nónio-Século XXI, Tecnologias de Informação e Comu-
nicação na Educação (1996-2006).
Por outro lado, também nos anos oitenta, surge a disciplina
de Tecnologia Educativa (resultante da fusão das anteriores dis-
ciplinas de Meios Audiovisuais e Microensino que integravam o
currículo das já referidas licenciaturas integradas em ensino) na
Universidade do Minho e que viria a ser rapidamente adotada por
outras universidades, escolas superiores de educação, públicas e
privadas. Rapidamente ganhou corpo e estatuto de especialida-
de d))e doutoramento na família das Ciências da Educação. Os
cursos de mestrado e os doutoramentos na área da Tecnologia
Educativa (cujas designações vão sendo recriadas em consonân-
cia com as demandas do mercado) constituem, desde o início dos
anos noventa, uma área de formação com grande ‘procura’ junto
do público docente. A quantidade de trabalho feito é enorme (in-
vestigação sob a forma de dissertações de mestrado e teses de
doutoramento). Contudo, nestas formações não se discute, por
norma, nem a tecnologia nem as suas relações com a escola pú-
blica. A tecnologia é entendida como neutra e supôe-se, sempre
e sem discussão, que a sua integração curricular é inevitável para
além de benéfica. Aplicam-se as ‘novas’ metodologias interativas
e construtivistas que veiculam e reificam conteúdos que fazem
|| 182
sistema educativo.
Como contraditório da tecnocracia que invade a educação,
citemos apenas um estudo europeu (financiado por fundos euro-
peus) baseado em resultados de 17 estudos de impacto recentes
(entre 2004 e 2006) e em inquéritos levados a cabo a nível na-
cional, europeu e internacional, e que confirma que, como bem
sabemos, não existe uma relação direta (como geralmente se
afirma) entre TIC, aprendizagem e conhecimento.
Where studies have been conducted to measure the direct
impact of ICT on student learning and teaching it has not been
possible to identify a purely ICT effect disentangled from other
elements of the learning environment. Furthermore, it has beco-
me increasingly difficult to measure student learning as more is
understood of the complexities of learning. These factors have
to be taking into consideration when looking at the evidence for
ICT and learning outcomes and ICT and teaching methodologies
(Balanskat et al, 2006, p.55).
O primeiro estudo oficial de impacto das e-iniciativas (no âm-
bito do PTE, sub-programas destinados à compra de computa-
dores portáteis e acesso a internet de banda larga) deixa-nos já
alguma informação importante. Relativamente ao programa e-
escolas (destinado a alunos dos 2º e 3º ciclos do ensino básico e
ensino secundário):
A esmagadora maioria dos aderentes, independentemente
da iniciativa, provém de agregados onde existiam computado-
res antes da adesão. Na verdade, 91,1% dos aderentes à e.escola
possuía computador (…) É claro, porém, que aquela posse de
computadores correspondia fundamentalmente à presença de
computadores desktops (ANACOM/ KPMG, 2010, p. 20).
E continua:
Plano Tecnológico da Educação e Educação Pública: Mitos (ensarilhados), limites e falsas promessas
E esclarece em nota de rodapé:
O que a faz tão moderna como era há mais ou menos um século é o que
distingue a modernidade de todas as outras formas históricas do convívio
humano: a compulsiva e obsessiva, contínua, irrefreável e sempre incom-
pleta modernização; a opressiva e inerradicável, insaciável sede de destrui-
ção criativa (ou de cratividade destrutiva, se for o caso: de ‘limpar o lugar’
em nome de um ‘novo e aperfeiçoado’ projeto; de ‘desmantelar’, ‘cortar’,
‘defasar’, ‘reunir’ ou ‘reduzir’, tudo isso em nome da maior capacidade de
fazer o mesmo no futuro – em nome da produtividade ou da competitivi-
dade (p. 36).
Referências Bibliográficas
ANACOM/ KPMG (2010). Estudo sobre a adesão e o impacto das e.iniciativas. Re-
latório Final. dezembro 2009. 196 pp. Estudo desenvolvido pela KPMG, na
sequência de adjudicação realizada pelo ICP-ANACOM. Disponível em http://
www.anacom.pt/render.jsp?contentId=1000836 (10 de janeiro de 2010).
Apple, M. (1986). Teachers and Texts. A Political Economy of Class and Gender
Relations in Education. New York: Routledge.
Apple, M. (1993). Official Knowledge. Democratic Education in a Conservative
Age. New York: Routledge.
Apple, M. W. (2003). A Extinção dos Professores: a Política Cultural do Ensino
em Casa. In J. Torres Santomé, J. M. Paraskeva & M. W. Apple. Ventos de
Desescolarização. A Nova Ameaça à Escolarização Pública. Lisboa: Plátano
Editora. Pp. 116-141.
Balanskat, A.; Blamire, R. & Kefala, S. (Dec 2006). The ICT Impact Report. A re-
view of studies of ICT impact on schools in Europe. European Schoolnet / Eu-
ropean Communities. 75 pp. Disponível em http://ec.europa.eu/education/
pdf/doc254_en.pdf (2 de dezembro de 2009)
|| 185
Bauman, Z. (2001). Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.
Beck, U. (2002). Qué es la globalización: falacias del globalismo, respuestas a la
globalización. Barcelona: Paidós.
Plano Tecnológico da Educação e Educação Pública: Mitos (ensarilhados), limites e falsas promessas
Castells, Manuel (2002). A Sociedade em Rede. A Era da Informação: Economia,
Sociedade e Cultura. Volume I. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian
Castells, Manuel (2004). A Galáxia Internet: reflexões sobre a Internet, Negócios
e Sociedade. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian
Conneel, R. W. (1997). Escuelas y Justicia Social. Madrid: Ediciones Morata.
Enguita, M. F. (2007). Educação e transformação social. Mangualde: Edições Pedago.
Foucault, M. (1977). Vigiar e Punir. História da violência nas prisões. 15ª edição.
Petrópolis: Editora Vozes Ltda..
Fraser, N. (2001). Social Justice in the Knowledge Society: Redistribution, Re-
cognition, and Participation. Heinrich Boll Stiftung. Disponível em http://
www.wissensgesellschaft.org/themen/orientierung/socialjustice.pdf (3 de
dezembro de 2009).
Freire, P. (1973) Uma Educação para a Liberdade. Coleção Textos Marginais. Por-
to: José M.C.S. Ribeiro
Freire, P. (1989). A importância do ato de ler em três artigos que se completam.
23ª edição. São Paulo: Cortez Editora.
GEPE/ME (2007). Estudo de Diagnóstico: a modernização tecnológica do siste-
ma de ensino em Portugal. Lisboa: Gabinete de Estatística e Planeamento
da Educação/ Ministério da Educação. 59 pp. Disponível em http://www.
portugal.gov.pt/pt/Documentos/Governo/MEd/PTec_Educacao_Diagnosti-
co_TIC_Escolas.pdf (10 de setembro de 2009).
Gimeno Sacristán, J. (1982). La Pedagogia por Objetivos: Obsesión por la eficien-
cia. Madrid: Morata.
Gimeno Sacristán, J. (2000). A Educação Obrigatória. O seu sentido educativo e
social. Porto: Porto Editora.
Goodfellow, R. (2008). Da “Igualdade de Acesso” ao “Alargamento da Parti-
cipação”: O Discurso da Equidade na Era do Ensino Eletrónico. In J. M. Pa-
raskeva & L. R. Oliveira (Orgs.) Currículo e Tecnologia Educativa. Volume 2.
Mangualde: Edições Pedago. 151-177.
Hamilton, E. & Feenberg, A. (2008). Os Códigos Técnicos do Ensino Online. In J.
M. Paraskeva & L. R. Oliveira (Orgs.) Currículo e Tecnologia Educativa. Volu-
me 2. Mangualde: Edições Pedago. 117-149.
Jacquinot-Delaunay, G. (1998). Du cinéma éducateur aux plisirs interactifs: rives
et dérives cognitives. In Beau-Dubois-Le Blanc (Ss Dir.) Cinéma et Dernières
Technologies. Bry-Sur-Marne: INA/De Boeck.
Kaku, M. (2001). Visões. Como a Ciência Irá Revolucionar o Século XXI. 3ª Edição.
Lisboa: Bisâncio
Lévy, P. (1997). L’intelligence colléctive. Pour une anthropologie du cyberspace.
Paris: La Découverte/Poche.
Mendanha, V. (1994). Conversas com Agostinho da Silva. Lisboa: Pergaminho.
Paraskeva, J. M. (2003). Desescolarização: Genotexto e Fenotexto das Políti-
cas Curriculares Neo-liberais. In J. Torres Santomé, J. M. Paraskeva & M. W.
Apple. Ventos de Desescolarização. A Nova Ameaça à Escolarização Pública.
Lisboa: Plátano Editora. Pp. 57-115.
Paraskeva, J. M. (2005). Circunlóquios de Silêncios sobre os Conteúdos Curricu-
lares. In J. Paraskeva; Rossatto, C. & Allen, R. L. (Orgs.) Reinventar a Peda-
gogia Crítica. Mangualde: Edições Pedago. 89-106.
|| 186
Paraskeva, J. M. (2006a). Se a Tecnologia é a Resposta Qual é a Pergunta? In J.
M. Paraskeva & L. R. Oliveira (Orgs.) Currículo e Tecnologia Educativa. Volu-
me 1. Mangualde: Edições Pedago. 67-95.
Paraskeva, J. M. (2006b). Portugal will always be an African Nation. A Caliba-
Currículo e Tecnologia Educativa. Volume 3