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Geologia Estrutural O que é deformação?


• A deformação é a transformação de uma
geometria inicial em uma geometria final por
Deformação: Teoria e meio de Translação ou Rotação de um corpo
rígido, Deformação Interna (strain, distortion) e
Conceitos Básicos ou Mudança de Volume
• Diferença entre o "antes" e o "depois"
• Pensar na rocha como um conjunto de partículas
Unesp – Campus de Rio Claro
• Vetores de deslocamento
Prof. Dr. George Luiz Luvizotto
• Campo de deslocamento
• Trajetória de partículas
Fonte: Fossen 2010

Componentes da Deformação Componentes da Deformação


Campos de deslocamento
Trajetória de partículas
(vetores)

Fonte: Davis Fonte: Fossen 2010

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Deformação interna x externa Translação


• Não produz mudança de forma. Vetores de
• Rotação e Translação = deformação de corpo
deslocamento paralelos
rígido (não gera mudança de forma, strain)
• Importante mecanismo em falhamentos
• Strain (e volume, dilatação) = deformação interna
(gera mudança de forma)
• Trabalharemos muito com com "strain",
deformação interna
• Fluxo das partículas que compõem o material

Fonte: Fossen 2010 Fonte: Material didático Fossen 2010

Translação Glarus Thrust (falha de empurrão)


• Não produz mudança de forma. Vetores de
deslocamento paralelos Thrust
nappes?

• Importante mecanismo em falhamentos Permian

Cretaceous
and Eocene

The Glarus thrust (German: Glarner Überschiebung) is a major thrust fault in the Alps of
eastern Switzerland. Along the thrust the Helvetic nappeswere thrusted more than 100 km to the
north over the external Aarmassif and Infrahelvetic complex. The thrust forms the contact
between older (Helvetic) Permo-Triassic rock layers of the Verrucano group and younger
(external) Jurassic and Cretaceous limestones and Paleogene flysch and molasse.

Fonte: Material didático Fossen 2010 Fonte: Material didático Fossen 2010

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Faxia Brasilia Rotação


• Termo usado para designer rotação rígida (todo volume)
N • Não confundir com rotação dos eixos da elipse de deformação
Brasilia Craton durante deformação progressive (deformação interna, strain)
Permian do São
Fransisco
Cretaceous
Arco and Eocene
magmático
Margem
passiva
Neoprotero-
zóica
Craton

Amazonia Bacia
Parna-
Passos
iba
SF

??
PPP
P

200 km Faixa
Ribeira
Fonte: Material didático Fossen 2010 Fonte: Material didático Fossen 2010

Rotação Exemplo: Monoclinal


• Externa: tudo rotaciona • External + Internal
• Fix coordinate axis to bedding -> internal
rotation

Fonte: Material didático Fossen 2010 Fonte: Material didático Fossen 2010

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Exemplo Monoclinal Exemplo Monoclinal


• Ocorre rotação Externa + Interna (cuidado) • Ocorre rotação Externa + Interna (cuidado)
• Depende como observamos, qual referência de • Depende como observamos, qual referência de
coordenadas utilizamos coordenadas utilizamos

Fonte: Material didático Fossen 2010 Fonte: Material didático Fossen 2010

Exemplo Monoclinal Exemplo: Transl+Rot+Cisalhamento


• Ocorre rotação Externa + Interna (cuidado)
• Depende como observamos, qual referência de
coordenadas utilizamos

• Internal
framework

• External
framework
Fonte: Material didático Fossen 2010 Fonte: Material didático Fossen 2010

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Deformação desconectada da história Deformação Homogênea x Heterogênea


• Uma dada deformação (strain) pode ter se formado a • Deformação homogênea: idêntica em todo volume de rocha
partir de inúmeras maneiras • Rotação e translação são, por definição, homogêneas (não há
• Raramente sabemos a trajetória mudança de forma)
• Como cada um de vocês se deslocou para chegar até a • Somente deformação interna pode ser heterogênea (strain e
sala de aula? volume)
• Deformação homogênea e deformação interna homogênea
• Muito difícil determinar o fluxo (real) das partículas
são termos equivalentes
• Deformação finita x infinitesimal!
• Deformação homogênea: linhas originalmente paralelas
• O que vemos no afloramento é a deformação finita, o continuam paralelas
produto final da deformação! • Atentar que a forma e orientação final dos elementos
deformados pode depender da orientação inicial antes da
deformação
Fonte: Fossen 2010 Fonte: Fossen 2010

Deformação Homogênea x Heterogênea Deformação Homogênea x Heterogênea


• Escala de observação: uma deformação pode ser
heterogênea em escala , mas homogênea em outra
• Partes de um corpo deformado hetereogeamente pode
apresentar deformação homogênea

Fonte: Fossen 2010 Fonte: Fossen 2010

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Deformação Discreta ou Descontínua Deformação interna (strain)


• Escala de observação: uma deformação pode ser discreta • Pode ser estudada em 1, 2 ou 3 dimensões
(descontínua) em escala de detalhe • Pode ser expressa matematicamente
• Mas pode ser contínua em uma escala mais ampla
• Vamos ver com mais detalhe na próxima aula
• Vimos na aula passada que podemos usar 3 eixios
para representar a deformação interna
tridimensionalmente

Fonte: Fossen 2010 Fonte: Fossen 2010

Elipsoide de deformação
• 3D
• Eixos são sempre
ortogonais entre si • Já se conhecia
• X>Y>Z desde os 1800s
• Ou: X=Y>Z
(Harker 1885)
• Ou: X>Y=Z 3

Fonte: Fossen 2010

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Tipos de Deformação Já vimos tb: Deformação interna unidimensional

• Podemos classificar os tipos de deformação levando-se


em consideração a mudança ou não da orientação de
marcadores de deformação em relação aos eixos de • Elongação e ou ß = (l-lo)/lo
deformação
• Já fizemos experimentos (massa de modelar e paçoca)
• Estiramento S = 1 + e, ou S = l/lo
onde observamos um dos tipos de deformação • Elongação quadrática (lambda) = S2
• Qual foi o comportamento dos marcadores de
deformação do experimento com massa de modelar? • Excentricidade R = X/Y (ou X/Z...)
• Qual a relação do encurtamento e da extensão na paçoca
em relação ao eixos de deformação?
• Houve rotação dos elementos que marcam a
deformação?

Tipos de Deformação Deformação não t0


• Vamos novamente fazer experimentos com massa de
coaxial
Os eixos XZ rotacionam do
modelar!
estágio menos deformado para
• Montar, com a massa de modelar, o experimento o mais deformado
conforme indicado em sala de aula. Colocar marcadores
circulares e lineares. Oriente o experimento em relação t1 t2
ao norte e faça um desenho esquemático. Siga as
instruções e deforme a massa de modelar em 3 etapas. X
X Z
• Comparar os resultados com aqueles obtidos para o Z
experimento 1. Quais as principais semelhanças?
Diferenças?
• Pode-se utilizar as mesmas ferramentas para quantificar Zona de Cisalhamento
a deformação?

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Deformação Incremental
• Deformação finita x deformação infinitesimal
• O que vemos registrado nas rochas é a deformação final
ou finita
• A deformação final é produto de infinitas deformações
intermediárias, infinitos instantes ao longo do tempo
• ISAs = Eixos instantâneos de deformação (a deformação
que ocorre em um determinado instante ao longo da
deformação progressiva)
• ISAs recebem os mesmos índices que os eixos de def.
• Qual a diferença no comportamento dos ISAs entre os
experimentos?
Fonte: Fossen 2010

ZC – Posição dos eixos de def. instantâneos Deformação Incremental


• ISAs
• Deformação finita x deformação infinitesimal
• Incremental

Fonte: Fossen 2010

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Cisalhamento Puro e Deformação Coaxial Cisalhamento Puro Progressivo


• Na deformação coaxial, linhas ao longo dos eixos • Notar a variação do ângulo das linhas ao
principais de deformação mantêm a mesma orientação longo da história deformacional
de seu estado indeformado • Isso ocorre ao longo da deformação
progressiva
• Deformação uniaxial (o que fizemos no primeiro
• Típica pergunta para a prova: pode
experimento com a massa de modelar e com a paçoca) é haver rotação em deformação por
um exemplo de deformação coaxial cisalhemento puro?
• Também chamada de deformação não rotacional
• Não confundir com a rotação das partículas ou dos
marcadores de deformação que não estavam
originalmente paralelos aos eixos principais de
deformação (experimento com a massa de modelar)
Fonte: Fossen 2010

Cisalhamento Simples Cisalhamento Simples


• Tipo especial de deformação (strain) plana e de volume • Importante lembrar: cisalhamento puro pode
constante
gerar deformação não coaxial!
• É uma deformação não coaxial: linhas paralelas aos eixos de
deformação são rotacionadas a partir de suas posições • Fraturas de cisalhamento na paçoca
iniciais
• Há rotação interna (campo de deslocamento e trajetória das
partículas)
• Comumente: deformação rotacional
• Em uma deformação não coaxial, a orientação dos eixos de
deformação é diferente em diferentes quantidades de
deformação, enquanto na coaxial os eixos permanecem
sempre com a mesma orientação (mesma orientação,
diferentes comprimentos) Fonte: Fossen 2010

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Cisalhamento Subsimples
• Algo entre o cisalhamento puro e o cisalhamento
simples
• Pode haver achatamento ou extensão
• Há rotação como no cisalhamento simples
• A proporção entre os tipos de esforço é quem vai
ditar como a deformação vai ocorrer

Fonte: Fossen 2010 Fonte: Fossen 2010

Cisalhamento Subsimples Progressivo Retomando…


• Cisalhamento simples +
achatamento
• Quanto mais achatamento, mais se
parece com cisalhamento puro
• A mesma coisa vale para o
cisalhamento simples
• Deve ser o tipo de cisalhamento
mais comum na natureza!

Fonte: Fossen 2010

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Deformação interna unidimensional Deformação interna unidimensional

• Elongação e ou ß = (l-lo)/lo
• Estiramento S = 1 + e, ou S = l/lo
• Elongação quadrática (lambda) = S2
• Excentricidade R = X/Y (ou X/Z...)

Fonte: Fossen 2010 Fonte: Fossen 2010

Deformação interna unidimensional Strain em duas dimensões


• É o que muitas vezes fazemos quando descrevemos um
afloramento (análise da deformação em 2D)
• Primeira pergunta (sempre): que planos estamos
observando?
• Planos do elipsoide de deformação (3D) são elipses
(a)
(a)
1.00
1.00
1.00 • Elipses XY, XZ, YZ
(a)
• É possível calcular a esfericidade da elipse
(b)
(b)
(b)
• Razão entre os eixos mais longos e mais curtos. Quanto
(c)
(c)
mais "esticada", mais deformada
(c) 0.55
0.55
0.55
• R = X/Y ou S1/S2 ou (1+e1)/(1+e2)
(d)
(d)
(d)
0.54
0.54
0.54
Fonte: Fossen 2010 Fonte: Fossen 2010

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Strain em duas dimensões


• Cisalhamento angular (psi) = variação
XY angular entre duas retas
originalmente perpendiculares
• Deformação por cisalhamento
(gama) gama = tg psi

• Observação da deformação ao longo


dos planos do elipsoide de deformação
• XY = plano onde se tem o máximo
achatamento
• XZ = onde se observa o maior fluxo das
partículas
Fonte: Fossen 2010

Strain em duas dimensões Formulas Cisalhamento Simples


• Cisalhamento angular (psi) = variação angular entre
duas retas originalmente perpendiculares ⎡ 1 γ ⎤
• Deformação por cisalhamento (gama) gama = tg psi ⎢ ⎥
⎢⎣ 0 1 ⎥⎦ q’

γ=tan ψ

g=2/tan(2q’)
q’=0.5 tan-1(2/g)

cotb’= cotb +g

Fonte: Fossen 2010

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Strain em duas dimensões 2D Strain (deformação plana)


• Não há deformação em uma das direções (Y = 1)
• Foi o que fizemos com um dos experimentos da massinha!

Fonte: Fossen 2010

2D Strain (def. plana) Strain em três dimensões


• Simples e puro: fluxo das partículas • O espectro de estados de
deformação amplia-se
significativamente se
admitirmos deformação
em 3D
• Por isso costumamos
considerar deformação
plana
• Natureza: mais complicado
do que modelos teóricos Fonte: Fossen 2010

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Achatamento x Extensão Condições de Contorno


• É muito importante saber • As rochas, diferentemente da massa de modelar, ocorrem
reconhecer as regiões onde há confinadas na crosta da terra. Portanto, não se deformam livremente
encurtamento e extensão em cada • A deformação nas rochas depende da anisotropia e da reologia do
um dos regimes / tipos de material
deformação
• É também importante reconhecer,
entender, o que se rotaciona em
cada regime

Fonte: Fossen 2010 Fonte: Fossen 2010

Cisalhamento: dependência da escala


• Lembrem da paçoca!

Fonte: Fossen 2010

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