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RELATÁRIO DE GERENCIAMENTO
DE RISCO AMBIENTAL
Atividade: pecuária Intensiva e extensiva
no Município de Igarapé-açu.

Belém
2011.
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Dulcenea Teles
Eduardo Souza
Eliana Cunha
Karina Freitas
Lara Nogueira
Nicéia Santos
Tainah Narducci
Vanda Pinto

RELATÓRIO DE GERENCIAMENTO DE RISCO AMBIENTAL


Atividade: pecuária Intensiva e extensiva no Município de Igarapé-açu.

Relatório de gerenciamento de risco


apresentado para obtenção de nota da
Especialização do curso de Planejamento
e gerenciamento Ambiental

Belém
2011
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Belém, 2011.
4

Sumário

1. CARACTERIZAÇÃO FÍSICO/NATURAL....................................................4
1.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA...................................................................4
1.2 EXTENSÃO TERRITORIAL...........................................................................4
1.3 LIMITES GEOGRAFICOS..............................................................................4
1.4 PATRIMONIO NATURAL.............................................................................5
1.5 TOPOGRAFIA...................................................................................................5
1.6 GEOLOGIA E RELEVO..................................................................................5
1.7 HIDROGRAFIA...............................................................................................5
1.8 TIPO DE SOLO.................................................................................................6
1.9 PATRIMONIO NATURAL..............................................................................6
1.10 CLIMA...............................................................................................................6
1.11 VEGETAÇÃO...................................................................................................6

2. ASPECTOS SOCIO-ECONOMICOS.............................................................6
2.1 POPULAÇÃO TOTAL....................................................................................6
2.2 POPULAÇÃO URBANA................................................................................7
2.3 POPULAÇÃO RURAL...................................................................................7
2.4 ATIVIDADE ECONOMICA..........................................................................7

3. CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE PECUARIA NO BRASIL/PARÁ....7


3.1 PECUARIA NO BRASIL....................................................................................7
3.1.1 PECUARIA NO ESTADO DO PARÁ...... .......................................................8
3.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA PECUARIA INTENSIVA............10
3.2.1 VANTAGENS....................................................................................................10
3.2.2 DESVANTAGENS............................................................................................10
3.2.2.1 DESMATAMENTO DA FLORESTAS..........................................................10
3.2.2.2 DEGRADAÇÃO DE PASTAGENS..............................................................10
3.2.2.3 DESERTIFICAÇÃO.......................................................................................11
3.2.2.4 DESFAVORECIMENTO SOCIAL................................................................11

4.CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO................................................12
4.1 TAMANHO DO REBANHO............................................................................... 12
4.2 AREA DE PASTO................................................................................................12
4.2.1 CALCULO DO NUMERO DE PIQUETES.....................................................12
4.2.2 CALCULO DO CONSUMO ANIMAL............................................................13
4.2.3 CALCULO DO TAMANHO E DA FORMA DO PIQUETE..........................16
4.2.4 AREA DE DESCANSO....................................................................................18
4.2.5 CORREDORES..................................................................................................19
4.3 IMPACTOS AMBIENTAIS.................................................................................19
4.3.1 PROBLEMAS AMBIENTAIS DA PECUARIA..............................................19

5. ESTRATEGIAS DE MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS.........................................20


5.1 MEDIDAS DE MITIGAÇÃO..............................................................................21
5.1.1 FISICO NATURIAS..........................................................................................21
5.1.2 VULNERABILIDADE.....................................................................................21
5.1.2.1 VULNERABILIDADE DAS COMUNIDADES LOCAIS.........................21
5.1.2.2 PROBABILIDADE DE OCORRENCIA DE FENOMENOS FISICOS POTENCILAMENTE
PERIGOSOS.........................................................................22
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6. GESTÃO DA SITUAÇÃO DE CRISE...................................................................23


7. RECOMENDAÇÕES DE PLANEJAMENTO PREVENTIVO............................23

Apresentação

O presente documento será apresentado aos órgãos oficiais licenciadores


envolvidos no projeto, bem como aos atores envolvidos como: proprietários e a
população que habita a área. Os dados referem-se ao relatório de de riscos ambientais
na pecuária, que será implementado no município de igarapé-açu.

O empreendimento abrangerá uma área total de 170 hectares de terras com


1000 cabeças de gado no município. Apresentará um sistema de pastejo rotacionado
de 50 hectares para o gado de corte da raça Nelore que terá 685 unidade animal(U.A)
e outro com 120 hectares para gado de leite da raça Gir com 315 U.A.

Partindo do ponto de vista da gestão ambiental o empreendimento foi criado


respeitando a definição de risco(é o potencial de ocorrência de consequências
indesejáveis decorrentes da realização de uma atividade) e vulnerabilidade (é a
suscetibilidade de um meio ao impacto negativo com relação a um determinado risco)
da ocorrência de impactos ambientais ocasionados pela pecuária.

1. Caracterização Físico/Natural

1.1 Localização Geográfica

O município de Igarapé-Açu está localizado no nordeste do Estado do Pará,


perfazendo uma área aproximada de 786 km2, entre as latitudes 0º55' e 1º20', e as
longitudes 47º20' e 4º50' (Figura 1). Vale ressaltar que tal município está inserido na
microrregião Bragantina, uma das primeiras a serem ocupadas na Amazônia, sendo
assim uma área com a paisagem natural bastante modificada pela intensa atividade
antrópica, notadamente a pequena agricultura.

1.2 Extensão Territorial

A área da unidade territorial é de 785,978 (Km²).

1.3 Limites Geográficos

Limita-se ao Norte com os municípios de Marapanim e Maracanã, a Leste com


Nova Timboteua, ao Sul com Santa Maria do Pará e São Francisco do Pará, a Oeste
com São Francisco do Pará.
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1.4 Patrimonio Natural

A alteração da cobertura vegetal, em imagens LANDSAT-TM do ano de


1986, revelou uma taxa de 100%, o que torna absolutamente urgente a necessidade
de recuperação alguns ambientes, tais como os das drenagens dos Rios Maracanã,
Jambu-Açu, Primeiro Caripi, Segundo Caripi, Prata e o Igarapé-Açu.

1.5 Topografia

A topografia singela da área no que concerne à estrutura e ao relevo, atesta


níveis baixos, entretanto, mais elevados do que os de alguns outros municípios da
Microrregião Bragantina. A sede municipal está situada a 39 metros de altitude.

1.6 Geologia e relevo

A geologia da região é similar a de toda a Microrregião Bragantina,


representada por sedimentos do Terciário da Formação Barreiras e pelo Quaternário
Subatual e Antigo. Em decorrência da estrutura geológica o relevo é bastante simples,
representado pelos baixos Tabuleiros do Grupo Barreiras, Terraços do Quaternário
Antigo e Várzeas Quaternário Recente. Morfoestruturalmente corresponde, à unidade
regional do Planalto Rebaixado da microrregião Bragantina.

1.7 Hidrografia

O rio Maracanã, que serve de limite com os municípios de Santa Maria e


Nova Timboteua, é o receptor da grande maioria dos igarapés que estão presentes na
rede hidrográfica de Igarapé-Açu. São eles: Igarapé das Panelas do Prata, do Noventa
e Seis, do Limão, Cumaru, São João, Tucumandeua, Sericueira, Timboteua, Tapiau,
Samuama, Tintateua e Tembaua. O rio Maracanã apresenta curso meândrico em todo
o trajeto do limite com Nova Timboteua.

O rio Caripi é outro rio do Município de Igarapé-Açu. Nasce no interior do


município e corre para o Norte, em direção ao rio Maracanã. É formado pelo igarapé
Primeiro Caripi e recebe, na margem esquerda, o igarapé Raposo e, na direita,
igarapé Pupuca. Nos limites com São Francisco do Pará está o rio Jambú-Açu, que
tem seus afluentes apenas da margem direita pertencentes a igarapé-Açu, que são:
igarapé Pratinha, Cajueiro, Pajurá e Abacate. Finalmente, nascendo próximo a sede
municipal, o igarapé-Açu, afluente direito do rio Marapanim que originou o nome do
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município, recebe pela margem direita, igarapés de maior importância: o igarapé Pau
Cheiroso, do Colono e Santa Rita. A drenagem é, generalizadamente, dentrítica para
densa, dada a área de litologia sedimentar que percorre.

1.8 Tipo de Solo

Segundo o levantamento do Projeto RADAMBRASIL (1973), os solos


dominantes pertencem ao grande grupo Latossolo Amarelo textura média, sendo
ainda observado, associação desses com solos de fases pedregosas. Ocorrem também
em menor proporção, Podzol Hidromórfico, Areias Quartzosas Hidromórficas, Solos
Aluviais Hidromórficos e solos meio orgânicos.

1.9 Patrimônio Natural

A alteração da cobertura vegetal, em imagens LANDSAT-TM do ano de


1986, revelou uma taxa de 100%, o que torna absolutamente urgente a necessidade
de recuperação alguns ambientes, tais como os das drenagens dos Rios Maracanã,
Jambu-Açu, Primeiro Caripi, Segundo Caripi, Prata e o Igarapé-Açu.

1.10 Clima

Para os aspectos climáticos, Diniz (1986) verificou a partir de dados do


período 1980-1985 que as médias mensais para temperatura variam entre 25,50ºC e
26,8ºC, enquanto que para a umidade relativa do ar oscilam entre 80% e 89%.
Através de dados do DNAEE2 no período 1981-1988 para a precipitação, verifica-se
que a média anual é de 2.458 mm, com ocorrência de regime sazonal, onde os
trimestres mais chuvosos e mais secos correspondem, respectivamente, aos meses de
fevereiro – março - abril e setembro – outubro e novembro.

1.11 Vegetação

A cobertura vegetal primitiva do Município, tipo Florestal Perenifólia e


Hidrófila, não mais existe. Em seu lugar, há uma Floresta Secundária e áreas
destinadas à agricultura.

2. Aspectos Sócio econômicos

2.1 População total


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A população residente total é 35.887 pessoas.

2.2 População urbana

A população residente urbana é composta por 21.207 pessoas. Onde 10.347


são homens e 10.860 são mulheres.

2.3 População Rural

A população residente rural é composta por 14.680 pessoas. Onde 7.770 são
homens e 6.910 são mulheres.

2.4 Atividade econômica

De acordo com dados do IBGE, 12.223 pessoas trabalham com agropecuária,


12.485 com a industria e 69.170 com serviços.

3. Caracterização da atividade pecuária no Brasil/Pará

3.1. Pecuária no Brasil

O Brasil tem o maior rebanho comercial do mundo: aproximadamente 200


milhões de cabeças em 2006. Maior exportador mundial de carne bovina. Em 2006, o
Brasil abateu 44 milhões de cabeças de bovinos e produziu aproximadamente 9
milhões de toneladas de carne, sendo que deste total 28% foram exportados e 72%
vendidos no mercado interno.

Em 2006, o Brasil superou a Austrália em receita de exportação com carnes


bovina. A quantidade de carne exportada aumentou 13% em 2006, passando de 1,96
milhões de toneladas em equivalente carcaça, em 2005, para 2,22 milhões de
toneladas no ano de 2006. Mas, segundo a CNA, os ganhos não chegam ao produtor
que enfrentou em 2006 o quarto ano consecutivo de perdas. “Falta renda para o
pecuarista manter a produtividade em nível satisfatório”, afirma o presidente do
Fórum da Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira. Nos quatro anos de pesquisa
CNA/CEPEA foi possível constatar uma perda de margem de lucro na atividade de
42%, devido ao aumento de 32% nos custos de produção e queda de 9,5 no preço da
arroba do boi. Apesar do quadro de dificuldades enfrentado pelo Brasil em 2006,
devido a problemas com a febre aftosa, nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul,
o país fechou 2006 como o maior exportador de carne do mundo, superando a
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Austrália também em receita de exportação, devido à melhoria da qualidade da nossa


carne e a venda de cortes industrializados e embalados, agregando valor ao nosso
produto.

Quando surgiram focos e suspeitas de febre aftosa, em algumas regiões


produtoras brasileiras, em 2005, mais de 50 países restringiram as importações da
carne brasileira. Mesmo assim, contando apenas com a carne produzida nos estados
não embargados, o País exportou US$ 3,92 bilhões no ano de 2006, o que representa
28% de aumento em relação a 2005, quando foram exportados US$ 3,06 bilhões.

Houve um aumento das exportações em 28% no ano de 2006, devido a uma


série de fatores positivos como: valorização da carne brasileira no mercado externo,
recuperação do consumo mundial e a incapacidade de outros países produtores, como
Argentina, Estados Unidos e União Européia, de atenderem a essa demanda,
principalmente por motivos geográficos, territoriais, ambientais e sanitários.

3.1.1 Pecuária no Estado do Pará

Os bovinos foram introduzidos na Amazônia há três séculos, porém até a


década de 50 criava-se gado apenas nos campos naturais da ilha de Marajó e do baixo
e médio Amazonas. Nas décadas de 60 e 70, com a melhoria da infra-estrutura
regional (construção de estradas e melhoria dos serviços de telecomunicações), além
de uma política de incentivos fiscais e de crédito para implantação de projetos
agropecuários, houve uma explosão da atividade na região de terra firme, (Teixeira,
1953; Hecht, 1985; Browder, 1988; Fearnside, 1989; Mahar, 1989).

As opiniões sobre a viabilidade da pecuária em terra firme na Amazônia


também sofreram mudanças. Na década de 70, em virtude das evidências
apresentadas por zootecnistas e edafólogos de que a pecuária era possível, essa
atividade foi indicada para ocupar grandes extensões de terra na Amazônia (Falesi,
1976). Na década de 80, novos trabalhos mostravam que os níveis de fósforo no solo,
elemento essencial para o bom desempenho produtivo das pastagens, decresciam após
alguns anos, comprometendo sua produtividade. Na área econômica, demonstrou-se a
incapacidade da atividade de manter-se sem subsídios. O lucro seria possível caso a
pecuária fosse praticada de forma itinerante, utilizando o sobrepastejo e especulando
com a terra. (Fearnside, 1980; Browder, 1988; Hecht et al., 1988).

A pecuária não é uma atividade homogênea na Amazônia. A criação de


gado é feita em pastagens naturais e plantadas, em terra firme e em áreas inundadas, e
entre pequenos e grandes proprietários. Cada local tem seu manejo particular e
características econômicas e sociais próprias.

No início da década de 70, alguns estudos e relatos jornalísticos sobre à


construção da Transamazônica apontavam a fragilidade da floresta frente à ação
antrópica e questionavam a validade do enorme empenho do governo para povoar as
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grandes áreas inóspitas da floresta (Pereira, 1971; Gontijo 1970). Desde esta época, a
atividade pecuária na região é apontada como predatória e causa da intensificação do
processo de desertificação. Segundo esses relatos, a pecuária era utilizada como uma
forma de evitar a ocupação de áreas improdutivas por “posseiros”.

A atividade, só se tornava lucrativa, devido ao baixo preço de aquisição da


terra, subsidiada pela SUDAM. Além disso, a venda da madeira extraída na própria
área produzia recursos suficientes para pagar o custo da terra, o desmatamento, a
queimada, a plantação da pastagem e ainda aquisição de todo o gado necessário para
iniciar rebanho. O proprietário, então, usufruía a fertilidade proveniente das cinzas da
queimada por alguns poucos anos e depois abandonava a terra (Tamer 1970).

Considerado pelo último censo agrícola do IBGE como o segmento rural


mais produtivo do Estado nos últimos anos, graças aos bons níveis de incorporação
de tecnologia, a pecuária paraense já desponta como a 4a maior produtora de bovinos
do Brasil, com mais de 8 milhões de cabeças, sendo que 70% deste rebanho está
concentrado no Leste paraense, e tem sido alvo de continuados investimentos, em
especial na região Sudeste. Outro potencial considerável está no gado bubalino, que
tem no Arquipélago do Marajó o maior rebanho brasileiro, com 1 milhão de cabeças.
O maior problema ainda está no aprimoramento do manejo de pastos artificiais e no
melhor aproveitamento dos pastos nativos.

Os números das exportações de 2009 mostram que o setor da pecuária no


Pará vem aumentando sua participação por meio da diversificação de seus produtos.
Entre os novos produtos exportados estão o boi em pé para fins de genética, ou seja,
são usados para melhoria do rebanho da Venezuela por meio de cruzamento, além das
tripas, língua, rabo e outras miudezas comestíveis.

A pecuária movimenta hoje a maior parte do agronegócio paraense, com um


total de 14 produtos na pauta de exportação. Só o boi vivo gerou uma receita de 423
milhões de dólares em 2009, contra 359 milhões de dólares no ano anterior. Dados da
Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e
Comércio (SECEX/MIDIC) informam que os 14 produtos exportados pelo setor
pecuário do Pará geraram em 2009, uma receita de 511 milhões de dólares, 106
milhões de dólares a mais em relação ao ano passado. Em 2006 a receita foi de 92,5
milhões de dólares, com uma pauta de apenas 8 produtos, o que representa um
crescimento de 552% nos últimos 3 anos. Significa que a contribuição da pecuária
paraense passou de 1,3% em 2006 para 6,1% em 2009, o que destaca a importância
deste segmento na pauta de exportações do estado.
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3.2 Vantagens e desvantagens da pecuária Intensiva

3.2.1 Vantagens

As vantagens na pecuária intensiva são, além de gerar empregos diretos e


indiretos, contribuindo para o desenvolvimento do país é produzir o máximo dentro
da menor faixa de terra possivel, combinando técnicas de gestão que assegurem o
minimo de custos e o máximo de lucratividade.

A pecuária intensiva exige que os fatores como manejo de pastagens,


controle sanitário do rebanho, seleção dos animais e gestão de propriedade, entre
outros, sejam feitos de forma correta e eficiente para que haja aumento da
produtividade.

3.2.2 Desvantagens

3.2.2.1 Desmatamento das florestas

A pecuária, cuja expansão é contínua e crescente desde a década de 1970, é


a principal responsável pelos desmatamentos na Amazônia. Levantamento do
Greenpeace com dados do Censo 2006 do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) aponta que 79,5% das áreas utilizadas na Amazônia Legal
Brasileira (excetuando-se o Maranhão) estão ocupadas por pastagens.

Entre 1990 e 2005 o rebanho bovino brasileiro aumentou cerca de 40% (de
147 milhões para 207 milhões de cabeças - IBGE, 2006). Isso possibilitou que em
2004 o Brasil se tornasse o maior exportador mundial de carne bovina (USDA, 2006).
Entretanto, grande parte desse aumento vem ocorrendo na Amazônia a partir do
desmatamento de novas áreas que, por sua vez, tem resultado em preocupações
ambientais crescentes.

A causa principal do desmatamento é a pecuária extensiva e de baixa


produtividade. A conversão de florestas em pastagens nas fazendas de tamanhos
médio e grande é a forma de desmatamento mais comum na Amazônia Brasileira
(MARGULIS, 2003; MERTENS et al., 2002) e, muitas vezes, a menos produtiva.
Entre 1990 e 2006 foram desmatados 30,6 milhões de hectares na região conforme
estimativas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Inpe (Inpe, 2007).

3.2.2.2 Degradação de pastagens


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A degradação das pastagens é um dos maiores problemas da pecuária do


Brasil na atualidade. Estima-se que 80% dos 50 a 60 milhões de hectares de
pastagens cultivadas do Brasil, que respondem por 55% da produção de carne
nacional, encontram-se em algum estádio de degradação. Este problema afeta
diretamente a sustentabilidade da pecuária. A produção animal em uma pastagem
degradada pode ser seis vezes inferior ao de uma pastagem recuperada ou em bom
estado de manutenção.

Degradação de pastagens se dar por um processo evolutivo de perda de


vigor e produtividade forrageira, sem possibilidade de recuperação natural, que afeta
a produção e o desempenho animal e culmina com a degradação do solo e dos
recursos naturais em função de manejos inadequados. Causada por diversos fatores,
dentre eles, má escolha da espécie forrageira, má formação inicial, falta de adubação
de manutenção e principalmente manejo da pastagem inadequado.

3.2.2.3 Desertificação

Existem diversos conceitos na busca pela compreensão do processo da


desertificação, assim como a necessidade de se entender as alterações que esse
fenômeno causa na dinâmica dos ambientes que passa por tal problemática. Muitos
são os embates acerca dos conceitos da desertificação. Alguns autores defendem que
o processo decorre de causas naturais enquanto consideram que a problemática
acontece devido às influências socioeconômicas. E há ainda os que asseguram que a
desertificação ocorre por ambas as causas que agem simultaneamente.

A criação do gado, que se desenvolveu de forma extensiva tem


transformado os espaços naturais uma vez que esta tem levado a cobertura vegetal
natural para dar lugar às pastagens e para o sobrepastoreio resultando em solos
desprotegidos e mais susceptíveis a erosão. O pisoteio do gado, Souza (2006), vem
comprometendo a capacidade hídrica dos solos através de uma compactação e
impermeabilização intensificando o escoamento superficial resultando, assim, na
degradação progressiva da terra até chegar ao estado de desertificação.

3.2.2.4 Desfavorecimento Social

O modelo de pecuária regional não gera desenvolvimento adequado


principalmente pela má distribuiçao de renda e promoções de concentrações de terrras
o IDH das cidades com grandes rebanhos é similar aos países mais pobres do mundo.
Na amazônia para 1000 hectares a pecuária emprega 1 pessoa. Portanto as pessoas da
região vive um dilema com o aumento da pecuária e consequentemente a abertura de
novos pastos, o que ocasiona a pressão sobre as pessoa da região que acabam
vendendo suas terras ou são expulsas das mesmas pelos fazendeiros e vão para os
grandes centros morar nas periferias, ocasionando outros problemsa urbanos.
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4. Caracterização do empreendimento

4.1 Tamanho do Rebanho

Trabalharemos com um rebanho mínimo de 1000 cabeças de gado, tanto


leiteiro(Raça Gir ) quanto de corte(raça nelore).

4.2 Área de Pasto

Iremos fazer a implantação do sistema de pastejo rotacionado em uma área


plana de aproximadamente 170 ha, onde utilizaremos 50 ha, com a formação de 31
piquetes para as 315 cabeças de gado leiteiro e 120 ha, com a presença de 16 piquetes
para as 685 cabeças de gado de corte.

4.2.1 Cálculo do número de piquetes

Para calcular o número de piquetes, deve se conhecer dois fatores:


- O período de descanso do pasto na época das águas: O período de descanso é o
número de dias em que o piquete fica sem animais pastando, ou seja, é o número
de dias em que o pasto se recupera para novo pastejo.
- O período de ocupação do pasto: O período de ocupação é o número de dias em que
os animais permanecem pastando em cada piquete.
Para cada espécie forrageira existe um período de descanso recomendado,
como pode ser visto na Tabela 1.

Tabela 1. Período de descanso das principais espécies forrageiras tropicais.


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O período de ocupação por rebanhos leiteiros mais recomendado é de um


dia, pois períodos maiores provocam flutuação na produção de leite e prejudicam o
crescimento das plantas, principalmente em áreas de produção mais intensiva.

O cálculo do número de piquetes segue a equação:

• Cálculo do número de piquetes para o gado de leite

Para o gado de leite foi escolhido o capim-mombaça(Panicum maximum),


que apresenta período de descanso máximo de 30 dias, e um período de ocupação de
1 dia. Aplicando a fórmula tem-se um resultado de 31 piquetes, como é mostrado
abaixo.

Número de piquetes = 30/1 +1= 31 piquetes

• Cálculo do número de piquetes para o gado de corte

Para o gado de corte utilizamos também o capim-mombaça(Panicum


maximum) que responde bem(em relação a produção) na região norte, de acordo com
a tabela 1 apresenta período de descanso máximo de 30 dias, iremos utilizar um
período de ocupação de 2 dia por piquete. Aplicando a fórmula tem-se um resultado
de 16 piquetes, como é mostrado abaixo.

Número de piquetes = 30/2 +1= 16 piquetes

4.2.2 Cálculo do consumo animal

• Calculo do consumo animal para o gado de leite

Nº de Kg de peso vivo Kg de peso


Categoria Animal
Cabeças médio vivo total
Touros (Reprodutor) 5 550 2.750,00
Vacas 3 anos e mais 124 450 55.800,00
Bois 3 anos e mais 0 500 0,00
Bois de 2 a menos de 3 anos 46 450 20.700,00
Novilhas de 2 a menos de 3 90 400 36.000,00
15

anos
Bovinos de 1 a menos de 2
0 450 0,00
anos
Bovinos menores de 1 ano 50 400 20.000
SOMATÓRIO
CABEÇAS 315 DE PESO 135.250,00
VIVO TOTAL

• Calculo do consumo animal para o gado de corte

Nº de Kg de peso vivo Kg de peso


Categoria Animal
Cabeças médio vivo total
Touros (Reprodutor) 0 600 0,00
Vacas 3 anos e mais 0 500 0,00
Bois 3 anos e mais 0 550 0,00
Bois de 2 a menos de 3
350 500 175.000,00
anos
Novilhas de 2 a menos de
0 450 0,00
3 anos
Bovinos de 1 a menos de
335 450 150.750,00
2 anos
Bovinos menores de 1
0 400 0,00
ano
SOMATÓRIO
CABEÇAS 685 DE PESO VIVO 325.750
TOTAL

As tabelas a seguir define a quantidade de forragem(matéria seca) que


os animais consumirão por dia.

Gado de leite
Consumo de Matéria
Kg de peso vivo
Categoria Animal forragem seca em Kg
total
MS/dia por dia
Touros (Reprodutor) 1,8% 2.750,00 49,5
Vacas 3 anos e mais 1,8% 55.800,00 1.004,4
Bois 3 anos e mais 1,8% 0,00 0,00
Bois de 2 a menos de 3 anos 1,8% 20.700,00 372,6
Novilhas de 2 a menos de 3
1,8% 36.000,00 648,00
anos
Bovinos de 1 a menos de 2
1,8% 0,00 0,00
anos
16

Bovinos menores de 1 ano 1,8% 20.000 360,00


SOMATÓRIO
DE MATÉRIA 2.434,5
SECA Kg/dia

Gado de corte
Consumo de Matéria
Kg de peso vivo
Categoria Animal forragem seca em Kg
total
MS/dia por dia
Touros (Reprodutor) 1,8% 0,00 0,00
Vacas 3 anos e mais 1,8% 0,00 0,00
Bois 3 anos e mais 1,8% 0,00 0,00
Bois de 2 a menos de 3 anos 1,8% 175.000,00 3.150
Novilhas de 2 a menos de 3
1,8% 0,00 0,00
anos
Bovinos de 1 a menos de 2
1,8% 150.750,00 2.713,5
anos
Bovinos menores de 1 ano 1,8% 0,00 0,00
SOMATÓRIO
DE MATÉRIA 5.863,5
SECA Kg/dia

Para saber quanto alimento na forma de pastagem os animais precisarão por


ano, deve-se levar em consideração também as perdas resultantes do pastejo. Elas
chegam a cerca de 30%, representadas pela soma das perdas pelo pastejo animal e do
resíduo de pasto ao final do pastejo. É preciso considerar também a estacionalidade,
ao redor de 10% a 20%, que é a produção da pastagem no inverno. Desse modo, as
fórmulas para o cálculo da necessidade de massa seca por hectare são as seguintes:
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No nosso caso será:

Para gado de leite

Necessidade de MS na época das águas, por hectare = (2.434,5x 180) / (1


- 0,3) = 626.014,3 kg (valor arredondado) de massa seca de pasto por ano.

Necessidade de MS por ano por hectare = 626.014,3/ (1 - 0,1) = 695.571,4


kg (valor arredondado).

No calculo 0,3 é a expressão de 30% de perdas e 0,1 de 10% de


estacionalidade (porcentagem de produção de forragem que ocorre na época seca em
relação à produção do período chuvoso).

Para gado de corte

Necessidade de MS na época das águas, por hectare = (5.863,5x 180) / (1


- 0,3) = 1.507.757,1 kg (valor arredondado) de massa seca de pasto por ano.

Necessidade de MS por ano por hectare = 1.507.757,1/ (1 - 0,1) =


1.675.285,6 kg (valor arredondado).

No calculo 0,3 é a expressão de 30% de perdas e 0,1 de 10% de


estacionalidade (porcentagem de produção de forragem que ocorre na época seca em
relação à produção do período chuvoso).

4.2.3 Cálculo do tamanho e da forma do piquete

Quando se divide a necessidade de massa seca de forragem por ano pela


produção de massa por hectare, tem-se o número de hectares necessários para
comportar todos os piquetes. Sendo assim, temos a seguinte fórmula:

Área total= Necessidade de matéria seca por ano/ produção esperada

• Calculo da área total para o gado de leite

No exemplo do gado de leite, suponha-se que a produção esperada seja de 14


t de MS/ha por ano; como são necessárias aproximadamente 696 t (ver item 3.2.1)
para alimentar os 315 bovinos, a área total deve ser de 50 ha:

Área total =696/ 14= aproximadamente 50ha


18

• Calculo da área total para o gado de corte

Área total =1.675,3/ 14= aproximadamente 120ha

• Cálculo do tamanho do piquete para gado leiteiro

Os números usados para prever a área total de pastagem e o tamanho de cada


piquete são resultantes de cálculos matemáticos. O cálculo preciso só é conseguido
com a avaliação da quantidade de forragem disponível antes do pastejo.

A fórmula é a seguinte:

Tamanho do piquete= área total/número de piquetes

• Para gado de leite


Tamanho do piquete= 50/31= 1,6 ha ou aproximadamente 16.000 m2

No exemplo do gado leiteiro, os 50 ha devem ser divididos por 31 piquetes.


Assim, cada piquete deve ter 1,6 ha, ou 16.000 m2. Neste exemplo, cada animal
utilizará 50 m2 por dia.

• Para gado de corte

Tamanho do piquete= 120/16= 7,5 ha ou aproximadamente 75.000 m2

No exemplo do gado de corte, os 120 ha devem ser divididos por 16


piquetes. Assim, cada piquete deve ter 7,5 ha, ou 75.000 m2. Neste exemplo, cada
19

animal utilizará aproximadamente 109 m2 por dia. (75000 m2 / pelo nº de cabeças de


gado(685) )

Outro detalhe a observar é o formato dos piquetes. Aconselha-se que o


comprimento de um lado do piquete não ultrapasse três vezes o comprimento do
outro. Em piquetes estreitos e compridos, o pastejo tende a ser desuniforme; além
disso, eles requerem maior quantidade de cercas. Os piquetes quadrados são os mais
adequados, por apresentarem melhor relação entre o perímetro, limitado por cerca, e a
área de pastagem. No exemplo, de piquetes de 16.000 m2, o melhor seria que eles
fossem quadrados, com lados de 126 m.

Para saber o tamanho de um piquete quadrado, basta calcular a raiz quadrada


da área.

Assim, lado do piquete (m) = área do piquete.


• No exemplo do gado leiteiro

lado do piquete (m) = 16000= 126,49 ~ 126m

• No exemplo do gado de corte

lado do piquete (m) = = 75000= ~ 274m

4.2.4 Área de descanso

Nos sistemas intensivos de pastejo rotacionado, é muito importante que


existam áreas de descanso com sombra, bebedouro e saleiro, para proporcionar
conforto aos bovinos. As áreas de descanso ajudam a evitar o estresse térmico, que
pode provocar queda na produção de leite e comprometimento da reprodução
(reabsorção embrionária e abortos), com diminuição da taxa de concepção. Podem ser
planejadas uma ou duas áreas de descanso, conforme a necessidade. O seu
posicionamento deve ser tal que os animais não precisem caminhar mais do que 500
m para terem acesso à água, à sombra e ao sal. Se houver necessidade, devem ser
construídos corredores de acesso.

O sombreamento pode ser natural ou artificial. O tamanho da área com


sombra deve ser de 10 m2 por vaca, para que não ocorram acidentes, como animais
pisando sobre outros e machucando principalmente tetos e cauda. A área de descanso
deve ser planejada, de forma que a sombra formada seja projetada dentro da área de
descanso; freqüentemente, observam-se sombras que são projetadas fora da área de
descanso, ficando inacessíveis aos animais e em desuso.

O sombreamento artificial pode ser feito com sombrite, lembrando-se que


essa tela deve possuir malha de sombreamento de 80%, ou com materiais existentes
20

na propriedade, como bambu e folhas de palmeira. No caso da adoção de


sombreamento artificial, deve haver pelo menos duas estruturas de sombra, para
realizar rodízio, evitando-se, assim a formação de barro. O pé direito da estrutura de
sombra artificial deve ser, no mínimo, de 3 m e a cobertura deve ser posicionada no
sentido norte-sul, para que o deslocamento da sombra durante o dia evite a formação
de barro sob a cobertura.

O sombreamento natural com árvores deve ser planejado na forma de


renques, evitando-se bosques muito densos e muito amplos, que propiciem a
formação de barro. São características desejáveis das árvores para sombra:

• Árvores adaptadas às condições ambientais da região.


• Rápido crescimento.
• Não ter taxa de desfolha acentuada.
• Não possuir frutos grandes e tóxicos.
• Não possuir espinhos.
• Ser resistentes a pragas e doenças e ao acúmulo de esterco e umidade.
• Ter madeira de cerne mais firme, para evitar a queda de galhos.

As árvores de folhas largas, com copa densa e baixa, não são recomendadas
para sombreamento, em razão da dificuldade de ventilação e de renovação do ar.

O bebedouro e o saleiro também podem ser colocados na área de descanso,


em local próximo à sombra, mas não é aconselhável que estejam dentro da área de
sombra, porque a presença deles propicia a formação de barro.

4.2.5 Corredores

Os corredores devem ser em nível e variar de 3,6 m de largura para rebanhos


pequenos, menores de 50 animais, até 8 m de largura para rebanhos maiores.
Corredores localizados próximos à sala de ordenha, onde o fluxo de animais é mais
intenso, devem ser mais largos e corredores que levam aos piquetes mais afastados,
onde os animais passam esporadicamente, podem ser mais estreitos.
Os corredores devem ser livres de pedras e de outros materiais que possam
ferir os cascos dos animais; é necessário realizar sempre a manutenção, para que não
haja acúmulo de lama.

Corredores que ligam a área de piquetes à sala de ordenha podem ser


sombreados com árvores.

4.3 Impactos Ambientais


21

4.3.1 Problemas ambientais da pecuária

O rebanho bovino do Brasil é estimado em cerca de 170 milhões de cabeças


de gado ocupando pouco mais de 172 milhões de hectares. Diante desses números, a
pecuária tem sido apontada como uma das atividades que mais prejudicam o meio
ambiente. As externalidades negativas causadas pela bovinocultura estão
correlacionadas com o principal meio de produção adotado no Brasil, o sistema
extensivo. Este se caracteriza pelo baixo investimento em formação (principalmente
quando a terra adquirida já contém algum tipo de pasto) e manutenção de pastagem.
Este sistema pode gerar:

- Destruição de ecossistemas ambientais: uma vez que o esgotamento ou a baixa


produtividade de determinadas áreas incentiva a expandir seus domínios sobre
biomas naturais, destruindo os habitats naturais de várias espécies. Juntamente com
outras atividades agrícolas e madeireiras, a pecuária é apontada como um dos
principais vetores de expansão da fronteira agrícola, ameaçando biomas como
Cerrado e Amazônia;

- Degradação do solo: resultante do baixo investimento na manutenção de pastagens,


podendo inclusive provocar compactação e erosão do solo;

- Poluição dos recursos hídricos: através da carga de nutrientes (nitrogênio, fósforo,


potássio do esterco), hormônios, metais pesados e patógenos carregados para o leito
dos rios pela lixiviação do solo.

- Emissões de GEE

Outra externalidade negativa gerada pela atividade pecuária é a emissão de


GEE. Com o aumento da preocupação mundial com o aquecimento global, esse
assunto tem tomado destaque na mídia. Devido ao grande número de animais
existentes no mundo todo, estimativas mostram que o rebanho bovino emite cerca de
9% do total desses gases gerados por ação humana. Essa participação é maior que
setores visto como poluidores, como é o caso do setor de transportes. No Brasil, por
exemplo, – se forem excluídas as emissões de GEE geradas pelas queimadas e
desmatamentos – a pecuária (considerando gado de corte e de leite) torna-se a maior
fonte emissora, com mais de 260 mil Gg de CO2 eq., o que equivale a mais de 42%
das emissões de GEE.

5. Estratégia de mitigação dos impactos ambientais


22

A fermentação entérica é a responsável pela produção de gás metano no


rumem do animal, eliminado através da eructação. A produção desse gás está muito
ligada à qualidade da alimentação que o animal ingere, sendo que quanto melhor a
digestibilidade do alimento, maior a emissão diária de metano. Assim, estudos
mostram que o primeiro passo na tentativa de diminuir a participação da
bovinocultura no aquecimento da temperatura global seja o aumento da
produtividade, através do fornecimento de alimentos de melhor qualidade. Apesar de
o aumento das emissões diárias, essa ação diminuiria o tempo de vida de um animal
e, segundo pesquisadores, poderia diminuir 10% da emissão de metano por quilo e
carne produzida. Com isso, torna-se importante o incentivo à adoção de sistemas mais
intensivos de produção, podendo ser citados: melhoria de pastagens e implantação do
sistema rotativo; semiconfinamento e confinamento; e sistemas alternativos como a
integração lavoura-pecuária e sistemas silvipastoris.

5.1 medidas de mitigação

5.1.1 físico naturais

O tipo de terreno também influência na conservação do solo. Uma das


maneiras de gestão na situação de crise é a implantação dos sistemas agroflorestais
para a restauração de degradação. Este sistema pode ser aplicado de diversas formas
na recuperação de solos degradados. A melhor forma de se obter sucesso nesse
sistema é selecionar adequadamente as espécies arbóreas e o método de manejá-las.

Outro passo para tentativa de diminuir a participação da bovinocultura na


produção do gás do efeito estufa seja o aumento da produtividade, através do
fornecimento de alimentos de melhor qualidade. Por este está muito ligada à
qualidade da alimentação que o animal ingere.

Apesar de o aumento das emissões diárias, essa ação diminuiria o tempo de


vida de um animal, e segungo pesquisadores, poderia dimiuir 10% da emissão de
metano por quilo e carne produzida. Sendo importante adotar sistemas mais
intensivos de produção.

5.1.2 Vulnerabilidade

5.1.2.1 Vulnerabilidade das comunidades locais.

A vida humana e dos animais domésticos está condicionada aos elelmentos


indispensáveis à subsistência. O meio em que vivemos deve ter ar puro para atender
uma das funções orgânicas básicas: a respiraçã, como também água potavel, para
23

satisfazer as nossas necessidade hidricas e almintares. E a fonte desses combustíveis


que nos faz exercer nossas atividades é o solo.

A implementação de um empreendimento pecuarista, acarreta vários


problemas para a comunidade local, pois esta torna-se vulnerável devido a falta de
uma gestão ambientalmente correta.
Ao utilizarem fertilizantes e outros produtos químicos em terrenos sem a devida
proteção contra os efeitos erosivos da água da chuva, essas substancias são carregadas
juntamente com a terra para os cursos d’água ocasionando sua degradação, alterando
as condições ambientais prejudicando diretamente a subsistencia dos seres humanos e
dos animais que dependem desta fonte para atender sus necessidades hídricas e
alimentares.

5.1.2.2 Probabilidade de ocorrência de fenômenos físicos potencialmente


perigosos

O municipio de Igarapé-Açu, localizada na Meso-Região Noerdeste do Pará,


possui caracteristicas fisicas proprias similares da microrregião bragantina. A
Geologia do lugar é representada por sedimentos do Terciario da Formação Barreiras
e por Quaternário Subatual e Antigo. Devido a sua estrutura geológica o relevo é
bastante simples. Possui baixos tabuleiros do grupo barreiras, terraços do Quaternário
antigo e varzeas Quaternário recente.

Sua topografia possui niveis baixos, tem como vegetação uma floresta
secundária com áreas destinada à pecuária e agricultura. Seu clima insere-se na
categoria megatermica úmido, do tipo AM da classificação de Koppen. A
precipitação anual é elevada e atinge 2.350m3.

Sua hidrografia tem no rio maracanã receptor da maiporia dos igrapés da


região. Possui outros rios como: Caripi e Jambu-Açu, alem de outros Igarapés. A
drenagem é , de maneira geral, dentritica para densa, devido a litologia da região que
percorre.

Estas muitas caracteristicas fisico-territoriais do municipio de Igarapé-Açu


aliados a fatores socioeconomicos, a tornam uma região propicia a instalação de um
empreendimento pecuário. Os perigos naturais de catastrofes são remotas nessa
localidade.

Os desastres naturais são causados por fatores ligados à erosão,


intemperismo, sedimentação, movimento das placas tectonicas. Vulcões, terremotos,
tsunamis, aquecimento global, todos estes componentes naturais do planeta, aliados a
interferência humana, trazem consigo consequencias catastróficas naturais a qualquer
região. Igarapé-Açu se insere no espaço geografico da produção economica como
região voltada a desenvolver a atividade agropecuária, onde o perigo de agentes
naturais são quase improvaveis. É bom salientar que o impacto de perigos naturais
24

hoje é divido a ação humana, particulamente urbanização, mudanças no uso do solo,


desmatamento etc.

6. Gestão da situação de crise

Qualquer organização está sujeita a gerar uma ocorrencia anormal, ou seja,


estará suscetível à riscos e acidentes, causando graves danos as pessoas e ao meio
natural.

Segundo Andrade (2008, p.88), o gerenciamento ambiental é a ferramenta


básica para alcançar os objetivos e tem que ser considerado como a prioridade da
organização, estabelecendo políticas com programas e praticas que visem conduzir as
atividades empresarais de uma maneira ambientalmente sadia.

A prevenção através de políticas, com seus programas e práticas, devem por


sua vez, intregar-se totalmente em todas as atividades empreendedoras.

Toda e qualquer organização deve possuir um plano de emergencia e


contigencia, uma equipe treinada e capaz de solucionar a situação, uma comunicação
eficaz e transparente, apó a solução, realizar um ainvestigação dos motivos que
levaram aquela ocorrencias e tomar as devidas providencias para não ocorrer sua
repetição.

7. Recomendações de planejamento preventivo

A maneira como o solo é manejado se está ou não recorberto de vegetação,


assim como o sistema de cultivo ou pastagens, são fatores importantes no que se
refere ao grau de erosão. Em qualquer tipo de agricultura ou pecuaria é preciso que se
tenha uma série de cuidados que devem ser observados para proteger o solo, são
denominados práticas conservacionistas. Essas práticas tem como objetivo eliminar a
ação da agua da chuva e o vento sobre os terrenos com a finalidade de evitar danos
ambientais, pois os solos fornecem alimentos necessarios as gerações presentes e que
atendam e satisfaçam as solitações de gerações futuras.

As praticas convercionistas, além de proporcionar um manejo correto do


solo, evita assim seu depauperamento, quebrando um aperente conflito ecológico que
existe entre a agricultura e outros usos do solo e o equilibrio ambiental. Essas praticas
fazem parte da tecnologia moderna que permitem controlar a erosão. Mesmo que não
anulem totalmente, tais práticas amenizam o depauperamento.
25

O tipo de terreno também influencia na conservação do solo. Portanto,


terrenos que não são adequados para a lavoura, servem para a formaçao de pastagens
pois a mesma formará uma proteção contra a erosão. Outro meio de prevenção é a
combinação de agricultura, pecuaria e silvicultura, que fornercem um conjunto ideal,
pois conservam e protegem o solo, objetivando a manutenção do equilibrio ecologico.
Contudo na pratica da pecuaria, deve-se observar a quantidade de gado colocado em
uma determinada area de pastagem com pastos subdivididos, para que o gado possa
passar de um subdivisão para a outra, segundo um planejamento pré-determinado.
Sem o pisoteio contínuo a pastagem terá tempo para refazer, mantendo sempre o solo
coberto.
26

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