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ARTIGO

Aspectos psicofísicos e sócio-culturais da qualidade de vida

Dra Miriam Pascoal


Docente da Pontifícia Universidade Católica de Campinas
e-mail: miriampascoal@aol.com

José Carlos Donato


Aluno do 4o ano da Faculdade de Educação Física da Pontifícia Universidade
Católica de Campinas, bolsista de Iniciação Científica – FAPIC/Reitoria
e-mail: jcdonato@ig.com.br

Resumo

O objetivo deste artigo é apresentar os resultados de uma


investigação sobre as representações de alunos universitários da
Pontifícia Universidade Católica de Campinas a respeito do
significado de qualidade de vida. Além de mostrar as diferentes
visões, a pesquisa evidencia o importante papel atribuído às
atividades físicas pelos respondentes. Discute ainda os estudos
incipientes realizados sobre a questão, apontando caminhos para
uma vida de boa qualidade, a partir de um novo olhar sobre as
atividades físicas.
Palavras-chave: qualidade de vida, atividade física.

Abstract

The objective of this article is to present results of an


investigation into The Pontifical Catholic University of Campinas
students representations about the meaning of quality of life.
Besides showing the different views, the research evidences the
important role given to physical activities by the respondents. It
also argues the incipient studies accomplished on the subject,
showing the right ways for a good quality of life from a new look
over the physical activities.

Key words: quality of life, physical activity


Movimento & Percepção, Espírito Santo de Pinhal, SP, v.5, n.6, jan./jun. 2005 – ISSN 1679-8678
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Introdução

Em que pesem todos os avanços obtidos nos últimos anos, a


qualidade de vida ainda não pode ser considerada uma questão resolvida. Há
inúmeras formas de concebê-la, segundo as referências que as pessoas têm
sobre a questão. Enquanto que para alguns a qualidade de vida relaciona-se à
saúde, para outros pode ligar-se à paz de espírito, por exemplo.
A partir de diferentes conceitos de qualidade de vida, este trabalho
pretende investigar e categorizar as falas dos diferentes alunos universitários,
dividindo-as em duas grandes categorias: aspectos psicofísicos e sócio-
culturais.

Qualidade de vida

O significado de qualidade de vida tem sido afetado pelas exigências


da modernidade e novos paradigmas. No entanto, não se pode entendê-lo
como parte de um assunto novo, fruto dos novos discursos e modismos. Há
resquícios de várias tendências do passado na discussão do presente,
principalmente na sua interface com a saúde.
Embora saibamos que qualidade significa atributo, quando se fala
em qualidade de vida, temos visto que a expressão tem adquirido, por si só, o
significado de boa qualidade de vida. Por tal motivo, a partir de agora, todas
as vezes que nos referirmos à qualidade de vida, estaremos nos referindo à
boa qualidade de vida. Mas o que significa boa qualidade de vida? Boa para
quem? A partir do que? Quais os critérios para se considerar uma vida de boa
qualidade?
É importante para este estudo, a distinção entre a qualidade de vida,
num sentido geral, daquela relacionada somente à saúde. Isto porque, no seu
sentido geral, a expressão refere-se ao indivíduo não somente saudável, mas
diz respeito também à satisfação com a vida “nos múltiplos aspectos que a
integram: moradia, transporte, alimentação, lazer, satisfação/realização
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profissional, vida sexual e amorosa, relacionamento com as outras pessoas,


liberdade, autonomia e segurança financeira” (Silva, M. A . D. apud Ghorayeb
e Barros, 1999, p 261)
Pode-se dizer que qualidade de vida é tudo aquilo que diz respeito ao
bem estar do indivíduo. Pode-se dizer também que o conceito de bem-estar
liga-se ao próprio corpo. Uma boa saúde física leva ao bem-estar. De modo
análogo, um corpo não saudável, certamente exerce influência negativa no
bem-estar psicológico, emocional e espiritual do indivíduo.
Embora o conceito geral de qualidade de vida envolva a questão da
saúde, sabemos que a qualidade de vida difere de pessoa para pessoa e
envolve outros aspectos também importantes como: satisfação e disposição
para o trabalho, salário, lazer, boas relações familiares, prazer e valores
espirituais.
Lipp e Rocha (1996) entendem qualidade de vida como “o viver que é
bom e compensador em pelo menos quatro áreas: social, afetiva, profissional e
a que se refere à saúde”.(p. 13)
No Dicionário de Educação Física e Esporte (Barbanti, 2003, p 496),
encontramos o termo qualidade de vida como um sentimento positivo geral e
entusiasmo pela vida, sem fadiga das atividades rotineiras. Ela está
intimamente ligada ao padrão de vida; nível de bem-estar que um indivíduo ou
uma população pode desfrutar. Inclui aspectos de saúde física e mental,
condições materiais, infra-estrutura, condições sociais em seu relacionamento
com o meio ambiente.
Minayo et al. (2000 apud Gonçalves e Vilarta, 2004, p. 96)
apontam que, na abertura do II Congresso de Epidemiologia, Rufino Netto
assim se refere à questão da qualidade de vida:
Vou considerar como Qualidade de Vida boa ou excelente
aquela que ofereça o mínimo de condições para que os indivíduos
nela inseridos possam desenvolver o máximo de suas
potencialidades, sejam estas, viver, sentir ou amar, trabalhar
produzindo bens de serviços, fazendo ciência ou artes. Falta o
esforço de fazer da noção um conceito de torná-lo operativo.

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Um estilo de vida considerado saudável é alicerçado no modelo global do


bem-estar que compreende o indivíduo como um todo indivisível, considerando
o ser humano como uma única unidade corpo e mente.
De acordo com alguns relatos, (Corbin et al., 1996; De Marchi,
1997; Franks, 1970; Guiselini, 2000; Nahas, 2001; Willians, 1996, apud
Guiselini, 2004), os conceitos saúde total, bem-estar, estilo de vida e
Qualidade de Vida apresentam dimensões e componentes similares que, na
realidade, estão interligados uns aos outros.
As dimensões são assim descritas:- a) Dimensão Social – diz
respeito ao desenvolvimento do relacionamento pessoal e a importância da
convivência com a família e o círculo de amizades; b) Dimensão Emocional –
diz respeito ao desenvolvimento da auto-confiança, na forma de como lidar
com situações estressantes e, principalmente, aceitar suas próprias limitações;
c) Dimensão Física – diz respeito à capacidade de realizar exercícios físicos de
forma racional, alimentar-se de forma balanceada, evitando hábitos
considerados nocivos à saúde; d) Dimensão Mental ou Intelectual – diz
respeito à capacidade de realizar exercícios cognitivos e o constante
desenvolvimento da capacidade crítica, identificando soluções e utilizando-se
de informações atualizadas para aumentar o conhecimento pessoal; e)
Dimensão Espiritual – diz respeito à capacidade do indivíduo encontrar
significados na vida, nele mesmo e na religião, aumentando dessa forma, o
desenvolvimento da ética e da moral. Essas dimensões citadas por
Williams(1996 apud Guiselini, 2004, p. 96) estão relacionadas ao conceito
corpo-mente; os conceitos social, emocional, intelectual e espiritual estão mais
intimamente relacionados à “mente”, ao passo que a dimensão física é
primeiramente associada ao “corpo”.
Cremos que existe uma outra dimensão não apresentada por
Willians, acima citado, e que é igualmente importante: a dimensão
profissional. Ao que tudo indica, essa dimensão passa pela questão da auto-
estima, sem a qual nenhum indivíduo pode se considerar como possuidor de
uma vida de qualidade.
Minayo et al.,(2000 apud Gonçalves e Vilarta, 2004, p. 4) identificaram a
expressão qualidade de vida como a figura do discurso conhecida como
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polissemia, isto é, quando uma única palavra ou conjunto de vocábulos implica


muitos sentidos. Assim, ao dizer qualidade de vida, pode-se estar querendo
indicar bem-estar pessoal, posse de bens materiais, participação em decisões
coletivas e muito mais. De fato, são tão numerosos os sentidos possíveis que
já se afirmou que qualidade de vida é daquelas palavras que, querendo dizer
muito, acabam por pouco significar.
Ainda segundo Martins e Stocker (1998 apud Gonçalves e Vilarta,
2004, p. 98) a qualidade de vida pode ser definida em termos da distância
entre expectativas individuais e realidade, sendo que, quanto menor a
distância, melhor. O mérito desta definição está na validação do inquestionável
aspecto subjetivo da questão.
Gonçalves e Vilarta (2004, p. 32) apontam para vários
instrumentos de medição do índice de qualidade de vida das diversas
Organizações Mundiais, entre elas o da Organização Mundial de Saúde (OMS) e
o da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em particular, chamou muito a nossa atenção, o estudo da OMS,
por meio do grupo de qualidade de vida, THE WHOQOL GROUP (1995) que
desenvolveu um conjunto de esforços, agregando vários cientistas de todo o
mundo, para estabelecer um consenso sobre uma definição de qualidade de
vida, bem como estruturar um protocolo que permitisse uma abordagem
internacional de avaliação de seus parâmetros. Elaborou-se, então, um
instrumento de Avaliação denominado WHOQOL-100, composto por 100 itens,
que aborda vários domínios e facetas relacionados com a qualidade de vida.
O trabalho conjunto dos cientistas também teve como resultado a
estruturação de uma definição sobre o termo qualidade de vida, caracterizada
como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura
e do sistema de valores em que vive e em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações”. Nota-se que a definição da OMS
contempla a integração de duas concepções importantes para compreender a
qualidade de vida:- a) Subjetividade – interessa o conhecimento sobre as
condições físicas, emocionais e sociais relacionadas aos aspectos temporais,
culturais e sociais como são percebidas pelo indivíduo; b) Objetividade das

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condições materiais – interessa a posição do indivíduo na vida e nas relações


estabelecidas nessa sociedade.
Podemos entender que a abordagem conceitual da OMS evidencia e
reafirma a tendência observada nos diferentes instrumentos de avaliação
pessoal de qualidade de vida, presentes também no WHOQOL-100. São
valorizadas as percepções de caráter subjetivo, próprias das concepções
individuais e baseadas em histórias, crenças, experiências, sensações e
perspectivas particulares da pessoa avaliada.
Temos que concordar que valores são decorrentes de cada cultura;
em outras palavras, por exemplo, o que para nós, que vivemos num mundo
capitalista possui grande significado, não representa valor algum para algumas
nações indígenas que ainda vivem em pleno contato com a natureza e o
inverso também é verdadeiro.
A visão da OMS manifesta também a relatividade da condição
temporal a que estão sujeitos os indivíduos biológicos, tendo em conta as
diferentes fases da vida, como adolescência, fase adulta e terceira idade.
Sabidamente, muitos aspectos pessoais, físicos, psicológicos, materiais e
emocionais são por demais alterados no curso de passagem entre e ao longo
dessas fases, gerando repercussões sobre os padrões de exigência e
preocupações globais dos indivíduos. (Gonçalves e Vilarta, 2004, p. 32).
Nesse sentido, seria muito interessante um estudo longitudinal
sobre essa questão, o que, com certeza, traria resultados diferentes em cada
fase, decorrentes das mudanças inevitáveis no curso de nossas vidas.
Muito importante é termos em mente que não há o certo e nem o
errado absoluto na conceituação do que vem a ser qualidade de vida; o que
realmente existe é a percepção de cada pessoa, dependendo de suas
experiências ao longo de sua história.
Segundo Gonçalves, A e Vilarta, R. (2004, p. 58), os instrumentos
de avaliação sobre a qualidade de vida centram-se na integração de
concepções subjetivas (percepção individual) e na multidimensionalidade
(vários domínios de relações do indivíduo com o meio). Além da definição da
OMS e do instrumento idealizado para avaliação da qualidade de vida
(WHOQOL-100), a maior parte dos instrumentos mais utilizados na avaliação
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também considera as percepções individuais como a principal fonte de dados.


Interessa saber o que o indivíduo percebe sobre a sua qualidade de vida diante
do mundo de relações. Os conceitos de qualidade de vida adquirem
significados diferenciados segundo as faixas etárias consideradas, os aspectos
históricos, culturais e de estratificação social, baseando-se especialmente nas
sensações vividas e interpretadas nos domínios biológicos, psicológicos,
emocionais e de relacionamento com o ambiente.
Entendemos que a boa qualidade de vida passa pelo equilíbrio entre o
bem-estar físico, equilíbrio humano, psicológico, emocional e espiritual
(aspectos psicofísicos) e a adequação dos contextos vivenciados pelo indivíduo
(aspectos sócio-econômicos e culturais).
Na busca pela boa qualidade de vida muitas ideologias, principalmente as
ligadas ao consumo, estão sendo desmitificadas. Parece que as conquistas
materiais têm ficado em segundo plano. Isso se deve a uma evolução nas
formas de valoração de outros fatores, prioritariamente mais importantes do
que apenas o ter.
O assunto qualidade de vida envolve diferentes aspectos e tratá-lo
significa tecer uma rede de significados importantes para os debates sobre o
tema.
Quando do início deste estudo, já sabíamos de antemão que não
são poucos os significados atribuídos à qualidade de vida. Dificilmente se
consegue unanimidade de opiniões entre pessoas da mesma comunidade,
quem dirá de toda uma sociedade. Concordamos com Gonçalves e Vilarta
(2004, p. 28) que alguns elementos estariam presentes na maioria das
opiniões: segurança, felicidade, lazer, saúde, condição financeira estável,
família, amor e trabalho, porém, algumas respostas nos surpreenderam,
conforme mostraremos mais adiante.

Qualidade de vida e atividade física

Embora exista uma enorme tendência de se ligar a qualidade de vida


com a prática de atividades físicas, pode-se dizer que não apenas a atividade
física e o exercício levam à qualidade de vida. Se assim entendêssemos,
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teríamos uma visão reducionista da questão. No entanto, temos que convir que
ela tem um grande valor na representação das pessoas.
Não se pode negar que a atividade física regular oferece contribuição à
qualidade de vida. Assim, a Educação Física não pode silenciar nessa questão.
Mas também não pode se considerar a única área capaz de proporcionar a tão
sonhada qualidade de vida. Somos a favor da prática regular de atividades
físicas, assim como a medicina também o é. Porém, essa prática deve ser
acompanhada de reflexão. Ela deve se preocupar não apenas com o fazer, mas
com o refletir sobre sua importância, pensando, dentre outras, nas questões
assinaladas por Kolyniac Filho (2001):
• Pessoas diferentes têm necessidades dos mesmos exercícios
motores sistemáticos?
• Apenas os vencedores no esporte devem ser valorizados?
• Por que existe inibição de algumas pessoas em algumas
atividades coletivas?
• Qual é a influência da mídia com relação aos padrões
estéticos?
• Existe relação entre o desempenho motor em determinadas
atividades e o valor que as pessoas atribuem a si próprias e a outros?
• Valores como o respeito, a solidariedade, a amizade, o amor,
ou a violência, a opressão, o desrespeito, nas relações sociais podem ser
concretizadas por intermédio do corpo e da motricidade?

Embora acreditemos na parcela que cabe à Educação Física na busca da


qualidade de vida, não podemos desconsiderar uma visão mais política e dizer
que, na perspectiva econômica, a situação da realidade brasileira é
preocupante. A concentração de renda nas mãos de poucos, o desemprego
crescente, a mão de obra cada vez mais desqualificada e explorada, a
marginalização social e cultural são fatores que afetam diretamente a
qualidade de vida da população. As desigualdades sociais têm levado a um
aumento dos índices de violência e criminalidade. Contraditoriamente, hoje se
fala, com mais intensidade, nos direitos humanos, na justiça, na atenção aos
excluídos e às minorias. A educação para a saúde e para uma vida de
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qualidade, neste contexto, está no fim do oceano à espera de algum


escafandrista que virá para trazê-la à tona.

Objetivos

Os objetivos desta pesquisa estão centrados basicamente na investigação dos


seguintes pontos:
Determinar o conceito de Qualidade de Vida dos alunos graduandos das
Faculdades que compõem o Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) da
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC);
Conhecer as possíveis relações entre atividade física e Qualidade Física feitas
pelos sujeitos da pesquisa.

Material e método

A pesquisa foi realizada nas dependências da PUC-Campinas, envolvendo


cursos que compõem o Centro de Ciências Sociais Aplicadas.
Os respondentes foram submetidos a um questionário aplicado
diretamente pelos pesquisadores. As questões envolveram uma primeira parte,
de caracterização dos respondentes. A segunda parte teve como objetivo
identificar o que significa qualidade de vida para alunos dos diferentes cursos
do CCSA.
Optou-se por categorizar as respostas dos indivíduos em duas grandes
categorias: aspectos psicofísicos e aspectos sócio-culturais.

Amostra
Participaram do estudo 162 indivíduos (125 do sexo feminino e 37
do sexo masculino), graduandos das Faculdades que compõem o Centro de
Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) da Pontifícia Universidade Católica de
Campinas (PUC), a saber: Faculdade de Educação Física, Faculdade de
Biblioteconomia, Faculdade de Pedagogia e Faculdade de Serviço Social, dos

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diversos períodos e séries. Os respondentes são alunos que foram selecionados


de forma aleatória, a partir da presença em sala de aula no dia e horário
escolhidos pelos pesquisadores para a aplicação do questionário.

Instrumento

O questionário aplicado, (anexo A), constituiu-se de uma parte inicial, de


caracterização dos respondentes, com a coleta de dados pessoais, importantes
na análise comparativa. A segunda parte constou de apenas uma questão
aberta. As análises finais foram realizadas considerando-se as Faculdades
individualmente e, por fim, o Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA)
como um todo.

Cuidados Éticos

Preliminarmente foi solicitada a autorização junto à Diretoria do Centro


de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) para a aplicação do referido questionário.
Os indivíduos foram informados sobre os objetivos da pesquisa, forma de
divulgação e também do caráter anônimo da mesma.

Tratamento dos dados

Os resultados encontrados e devidamente tabulados tiveram dois


tratamentos. O primeiro deles foi de forma quantitativa (respostas de cunho
fechado) e o segundo de forma qualitativa (respostas de cunho aberto).
A seguir, apresentamos os dados colhidos por curso.

Faculdade de Ciência da Informação (Biblioteconomia)

Sexo
Sexo Feminino = 20 (71.42%)
Sexo Masculino = 08 (28.57%)
Total = 28
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Faixa Etária
Até 20 anos = 02 (07.14%)
De 21 a 25 anos = 11 (39.28%)
De 26 a 30 anos = 04 (14.28%)
De 31 a 35 anos = 04 (14.28%)
De 36 a 40 anos = 01 (03.57%)
De 41 a 45 anos = 05 (17.85%)
De 46 a 50 anos = 01 (03.57%)

Naturalidade
Campinas = 08 (28.57%)
Outras cidades do interior de S. Paulo= 10 (35.71%)
São Paulo capital = 02 (07.14%)
Outros estados = 08 (28.57%)
Outros países =0

Residência
Campinas = 20 (71.42%)
Outras cidades do interior de SP = 07 (25.00%)
São Paulo capital = 01 (03.57%)

O que é Qualidade de Vida para você?

Aspectos psicofísicos da qualidade de vida

Ter boa alimentação = 04


Praticar esportes/atividade física = 05
Equilíbrio corpo / mente = 01
Ter disposição para tudo = 01
Ter saúde = 04

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Para alunos do curso de Biblioteconomia, dentre os aspectos psicofísicos


relatados, a prática de esportes aparece com mais freqüência, seguida pela
alimentação e saúde. Outras menções aparecem com menor número de
citações.

Aspectos sócio-culturais da qualidade de vida

Equilíbrio espiritual = 01
Harmonia em todos os aspectos = 06
Relacionamento social = 06
Trabalho digno = 04
Família unida =04
Ter lazer = 06
Ter conforto = 06
Ter paz = 02
Ter possibilidade de cultura/estudos = 02
Envolvimento religioso e comunitário = 01
Morar bem e com segurança = 05

O lazer e o conforto, a harmonia em todos os aspectos e o


relacionamento social são as citações que apareceram com mais freqüência.

Análise das respostas

Levando em consideração o número de menções recebidas, podemos


dizer que no curso de Biblioteconomia os alunos priorizam os aspectos sócio-
culturais em detrimento aos aspectos psicofísicos.
Em 2o lugar, aparece a prática de esportes e/ou atividades físicas,
que categorizamos como aspecto psicofísico.
Dos 28 respondentes do curso de Biblioteconomia, 39,28% estão
na faixa etária entre 21 a 25 anos; 7,14% estão na faixa dos 20 anos e
14,28% na faixa dos 26 aos 30 anos.
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Surpreendeu-nos nas respostas, justamente a baixa faixa etária


dos respondentes e as respostas que mais apareceram. Por mais que a mídia
apresente padrões estéticos provocados pelo “culto ao corpo”, para os alunos
do curso de Biblioteconomia, a prática de esportes cedeu lugar à harmonia em
todos os aspectos, ao lazer, ao conforto, ao estar bem consigo e com os
outros.

Faculdade de Educação Física


Sexo Feminino = 24 (51.06%)
Sexo Masculino = 23 (48.93%)
Total = 47

Faixa Etária
Até 20 anos = 20 (42.55%)
De 21 a 25 anos = 19 (40.42%)
De 26 a 30 anos = 04 (08.51%)
De 31 a 35 anos = 03 (06.38%)
De 36 a 40 anos =0
De 41 a 45 anos = 01 (02.12%)

Naturalidade
Campinas = 23 (48.93%)
Outras cidades do interior de SP = 12 (25.53%)
São Paulo capital = 08 (17.02%)
Outros Estados = 03 (06.38%)
Outro país = 01 (02.12%)

Residência
Campinas = 32 (68.08%)
Outras cidades do interior de SP = 15 (31.91%)

O que é Qualidade de Vida para você?


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Aspectos psicofísicos da qualidade de vida


Ter boa alimentação = 09
Praticar esportes/ atividades físicas = 08
Ter saúde = 20
Equilíbrio emocional/mental = 03
Vida financeira estável = 05
Despreocupação = 01

__________________________________________________________
_______________
A menção “ter saúde” é a que aparece com maior freqüência,
seguida pela “alimentação saudável” e “atividade física”.

Aspectos sócio-culturais da qualidade de vida


Relacionamento social = 06
Lazer = 07
Alcançar objetivos = 05
Segurança = 01
Ajudar o próximo = 01
Educação = 01
Moradia = 01
Estar bem consigo mesmo = 06
Equilíbrio em todos os aspectos = 10
Viver em harmonia = 02

Dentre os aspectos sócio-culturais apontados, o lazer aparece com


maior número de menções. Embora o lazer possua interface com o esporte,
resolvemos categorizá-lo como sócio-cultural porque a sua definição depende
de valores de cada cultura.

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Análise das respostas

A maioria dos respondentes está na faixa etária dos 20 aos 25 anos


(82,97%). Embora os respondentes sejam alunos do curso de Educação Física,
o aspecto mais citado foi “saúde”, com 34,04% das respostas, seguido pelo
aspecto “alimentação saudável” e “atividade física”, representando um total de
70,21% de respostas categorizadas como aspectos psicofísicos. Ao que tudo
indica, para os alunos de Educação Física, o conceito de saúde engloba a
atividade física.

Faculdade de Pedagogia
Sexo Feminino = 54 (94.73%)

Sexo Masculino = 03 (05.26%)


Total = 57

Faixa Etária
Até 20 anos = 12 (21.05%)
De 21 a 25 anos = 24 (42.10%)
De 26 a 30 anos = 05 (08.77%)
De 31 a 35 anos = 07 (12.28%)
De 36 a 40 anos = 06 (10.52%)
De 41 a 45 anos = 03 (05.26%)

Natural
Campinas = 28 (49.12%)
Outras cidades do interior de SP = 14 (24.56%)
São Paulo capital = 08 (14.03%)
Outros estados = 07 (12.28%)

Reside
Campinas = 45 (78.94%)
Outras cidades do interior de SP = 12 (21.05%)

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O que é Qualidade de Vida para você?

Aspectos psicofísicos da qualidade de vida

Ter saúde = 16

Ter boa alimentação = 11


Praticar esportes/ atividade Física = 10
Ter necessidades básicas atendidas = 02
__________________________________________________________
______________
Para alunos do curso de Pedagogia, a saúde aparece em primeiro
lugar, seguida pela boa alimentação e atividade física.

Aspectos sócio-culturais da qualidade de vida

Tranqüilidade / paz = 04
Gostar do que faz = 01
Recursos financeiros = 04
Bom relacionamento social = 12
Lazer = 07
Moradia = 06
Transporte = 01
Tranqüilidade/despreocupação = 02
Necessidades básicas atendidas = 01
Equilíbrio emocional/sem estresse = 02
Relacionamento social = 09
Equilíbrio em todos os aspectos = 13
__________________________________________________________
______________

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Dentre os aspectos sócio-culturais apontados, teve maior número de


menções o “bom relacionamento social”.

Análise das respostas


A faixa etária com a maior representatividade é a dos 20 aos 25
anos, com 63,15% dos respondentes.
As respostas com maior número de menções foram: “ter saúde”
(21,05%); ter “bom relacionamento social” (21,05%), seguidas por “boa
alimentação” (19,29%) e “atividade física”(17,51%).
O enfoque dos alunos do curso de Pedagogia recaiu mais sobre os
aspectos psicofísicos da qualidade de vida. Na categoria dos aspectos sócio-
culturais apareceu como importante o “bom relacionamento social”, com
21,05% das respostas.

Faculdade de Serviço Social

Sexo Feminino = 27 (90.00%)


Sexo Masculino = 03 (10.00%)

Total = 30

Faixa Etária
Até 20 anos = 05 (16.66%)
De 21 a 25 anos = 12 (40.00%)
De 26 a 30 anos = 03 (10.00%)
De 31 a 35 anos = 06 (20.00%)
De 36 a 40 anos = 02 (06.66%)
De 41 a 45 anos = 02 (06.66%)

Natural
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Campinas = 13 (43.33%)
Outras cidades do interior de SP = 07 (23.33%)
São Paulo capital = 04 (13.33%)
Outros estados = 06 (20.00%)
Outros países =0

Onde reside
Campinas = 25 (83.33%)
Outras cidades do interior de SP = 05 (16.66%)

O que é Qualidade de Vida para você?

Aspectos psicofísicos da qualidade de vida


____________________________________________________
_____________________
Ter saúde = 13
Ter boa alimentação = 07
Praticar esportes/atividades físicas = 04
Ter necessidades básicas atendidas = 05
Para alunos de Serviço Social a situação parece se modificar um
pouco. Em primeiro lugar aparece a saúde, seguida pela alimentação adequada
e após, as necessidades básicas atendidas. As atividades físicas aparecem em
quarto lugar.

Aspectos sócio-culturais da qualidade de vida


Ter moradia = 13
Ter emprego / trabalho = 07
Ter momentos de lazer = 17
Ter educação / cultura = 18
Ter direitos políticos e sociais atendidos = 10
Ter boas condições financeiras = 03
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Estar bem mentalmente = 03


Ter relacionamento social = 01
__________________________________________________________
_____________
O item “educação e cultura” aparece com o maior número de
menções..

Análise das respostas

A maioria dos respondentes está na faixa etária dos 20 aos 25 anos


(56,66%). Diferentemente dos dois cursos anteriores e demonstrando uma
visão mais política, os alunos de Serviço Social apontaram os aspectos sócio-
culturais de qualidade de vida como os mais significativos. “Ter educação e
cultura” foi a resposta com maior número de menções (60%). Seguiu-se “ter
momentos de lazer”, com 56,66% e “ter moradia”, com 43,33%, empatando
com “ter saúde”, também com 43,33%.

Resultados e discussão

A discussão dos resultados seguirá a ordem das questões do instrumento


de pesquisa, para uma melhor compreensão.
Em relação à amostra, podemos observar no gráfico 1 a sua
distribuição de acordo com o sexo dos participantes. Nota-se um predomínio
do sexo feminino, o que é compreensível se observarmos a natureza dos
referidos cursos. Do total de alunos pertencentes ao Centro de Ciências Sociais
Aplicadas, 77.16 % são do sexo feminino e 22.84% do masculino; Faculdade
de Educação Física – 51.06% para o feminino e 48.94% para o masculino;
Faculdade de Biblioteconomia – 71.42% para o feminino e 28.58% para o
masculino; Faculdade de Pedagogia – 94.73% para o feminino e 5.27% para o
masculino e Faculdade de Serviço Social – 90% para o feminino e 10% para o
masculino.

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GRÁFICO 1 - CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS


APLICADAS (CCSA)

0% 23%
SEXO
Masculino
Feminino
77%

Em relação à faixa etária, podemos observar no gráfico 2 a sua


distribuição em maior percentual estabelecida até os 25 anos de idade,
também facilmente justificável em função da idade que normalmente se inicia
a vida acadêmica (Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Até 20 anos =
24.07%, De 21 a 25 anos = 40.74%, De 26 a 30 anos = 09.87%, De 31 a 35
anos = 12.34%, De 36 a 40 anos = 5.55%, De 41 a 45 anos = 6.79% e De 46
a 50 anos = 0.61%). (Faculdade de Educação Física – Até 20 anos = 42.55%,
De 21 a 25 anos = 40.42%, De 26 a 30 anos = 8.51%, De 31 a 35 anos =
6.38%, De 41 a 45 anos = 2.12%), (Faculdade de Biblioteconomia – Até 20
anos = 07.14%, De 21 a 25 anos = 39.28%, De 26 a 30 anos = 14.28%, De
31 a 35 anos = 14.28%, De 36 a 40 anos = 3.57%, De 41 a 45 anos =
17.85%, De 46 a 50 anos = 3.57%), (Faculdade de Pedagogia – Até 20 anos =
21.05%, De 21 a 25 anos = 42.10%, De 26 a 30 anos = 8.77%, De 31 a 35
anos = 12.28%, De 36 a 40 anos = 10.52%, De 41 a 45 anos = 5.26%),
(Faculdade de Serviço Social – Até 20 anos = 16.66%, De 21 a 25 anos =
40.00%, De 26 a 30 anos = 10.00%, De 31 a 35 anos = 20.00%, De 36 a 40
anos = 6.66%, De 41 a 45 anos = 6.66%).

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GRÁFICO 2 - CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS


APLICADAS (CCSA)

0%
6% 7% 1% 24% FAIXA ETÁRIA
Até 20 anos
12% De 21 a 25 anos
De 26 a 30 anos
De 31 a 35 anos
10% De 36 a 40 anos
40% De 41 a 45 anos
De 46 a 50 anos

Em relação à cidade natal dos entrevistados, podemos observar no


gráfico 3 a sua distribuição em maior percentual estabelecida na cidade de
Campinas, excetuando-se a Faculdade de Biblioteconomia, fato este que
atribuímos ao pequeno universo escolhido (Centro de Ciências Sociais
Aplicadas – Campinas = 44.44%, Outras cidades do interior de SP = 26.54%,
São Paulo Capital = 13.58%, Outros Estados = 14.81% e Outro país =
0.62%), (Faculdade de Educação Física – Campinas = 48.93%, Outras cidades
do interior de SP = 25.53%, São Paulo capital = 17.02%, Outros Estados =
6.38% e Outro país = 2.12%), (Faculdade de Biblioteconomia – Campinas =
28.57%, Outras cidades do interior de SP = 35.71%, São Paulo capital =
7.14%, Outros estados = 28.57%), (Faculdade de Pedagogia – Campinas =
49.12%, Outras cidades do interior de SP = 24.56%, São Paulo capital =
14.03%, Outros estados = 12.28%), (Faculdade de Serviço Social – Campinas
= 83.33%, Outras cidades do interior de SP = 16.66%).

GRÁFICO 3 - CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS


APLICADAS (CCSA)

CIDADE NATAL
15% 1%
0%
Campinas
14% 43% Interior SP
SP capital
27% Outros Estados
Outros Países

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Em relação ao questionamento do que se entende por Qualidade de


Vida, podemos observar nos quadros abaixo a tabulação do total das
respostas obtidas pelos alunos da amostra, pertencentes ao Centro de
Ciências Sociais Aplicadas.

O que é Qualidade de Vida para você?

Aspectos psicofísicos da qualidade de vida

Saúde / vida saudável .............................. 53


Praticar esportes/atividades físicas ...........27
Ter boa alimentação ..................................31
Equilíbrio corpo/mente..............................01
Equilíbrio emocional/mental....................03
Ter necessidades básicas atendidas..........07
Equilíbrio emocional/mental....................03
Vida financeira estável.............................05

O quadro acima mostra que os pesquisados, em sua maioria, entendem


que a qualidade de vida tem, como principal fator, a saúde. Em segundo lugar,
por número de menções, aparece a boa alimentação e logo após, as atividades
físicas que, por sua vez, pode ter uma interface com a saúde. Outras menções
aparecem com menor número de citações. A saúde é representada pelos
respondentes, prioritariamente, como sendo o equilíbrio entre os aspectos
físico, espiritual, mental, social, cultural e psicológico. Interessante observar o
lugar de destaque reservado às atividades físicas.

Aspectos sócio-culturais da qualidade de vida

Lazer.......................................... 37
Equilíbrio espiritual......... ... 01

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Moradia / infra-estrutura.................... 25
Educação/cultura 23
Relacionamento social (estar bem consigo e com os outros) 27
Condições, recursos financeiros ...... 07
Conforto 06
Direitos políticos e sociais atendidos 11
Emprego / trabalho ........................... 11
Tranqüilidade/despreocupação/descanso 08
Alcançar objetivos ............................ 05
Família unida 04
Equilíbrio em todas as dimensões 06
Ajudar o próximo 02
Gostar do que faz 01
Segurança 06
Transporte 01
Equilíbrio emocional 05
Envolvimento religioso e comunitário 01

Qualidade de vida, para muitos respondentes, significa ter direito ao


lazer. Em 2° lugar, apareceu o bom relacionamento social (estar bem consigo
e com os outros) e em 3° lugar, a moradia ou infra-estrutura necessária a uma
vida de boa qualidade
Observa-se no geral, que a qualidade de vida engloba aspectos
diferentes, porém interligados. A saúde, as atividades físicas, o lazer e o
equilíbrio psicofísico e sócio-emocional são complementares e articulam-se
diretamente.

Conclusão

Da totalidade das respostas dos universitários dos diferentes cursos


podemos concluir que, em primeiro lugar, qualidade de vida significa saúde

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para a maioria dos respondentes, vindo a seguir o direito ao lazer, seguido


pela boa alimentação e após, as atividades físicas. Como esperávamos, existe
uma importância muito relevante atribuída às atividades físicas pelos alunos
universitários.
As conclusões após a análise dos dados nos permitiram apresentar
resultados de duas formas. A primeira delas na ótica de quatro universos
(Faculdade de Educação Física, Biblioteconomia, Serviço Social e Pedagogia) e
a segunda, de um único universo (Centro de Ciências Sociais Aplicadas –
CCSA).
Na ótica de um único universo (CCSA) podemos dizer que em
relação ao primeiro objetivo deste projeto, que diz respeito à determinação do
conceito de Qualidade de Vida, concluímos que o caráter subjetivo apresentou
46 citações, totalizando 14,51 %, já o caráter objetivo apresentou 271
citações, totalizando 85,48%.
Vale aqui lembrar, mais uma vez, que a definição de Qualidade de
Vida segundo a OMS contempla duas concepções – a) Subjetividade –
interessa o conhecimento sobre as condições físicas, emocionais e sociais
relacionadas aos aspectos temporais, culturais e sociais como são percebidas
pelo indivíduo; b) Objetividade das condições materiais – interessa a posição
do indivíduo na vida e nas relações estabelecidas nessa sociedade.

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Anexo A

Modelo do Questionário
Nome
________________________________________________________
____________
Sexo: Masculino ( ) Feminino ( )
Curso:
_______________________________________________________________
____
Período: Matutino ( ) Noturno ( ) Vespertino ( ) Integral ( )
Grupo etário:
( )até 20 anos
( )de 21 a 25 anos
( ) de 26 a 30 anos
( ) de 31 a 35 anos
( ) de 36 a 40 anos
( ) de 41 a 45 anos
( ) de 46 a 50 anos
( ) acima de 50 anos

Natural da cidade
de____________________________________Estado_______________

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Cidade onde reside____________________________Residência efetiva?


Sim ( ) Não ( )

Caso negativo informe o


local:________________________________________________

O que é Qualidade de Vida para você? _______________________________________

__________________________________________________________
_______________________________________________________________
_________________________
__________________________________________________________
_______________

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