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Unidade 2 - Ficha de Avaliacao Formativa 2
Unidade 2 - Ficha de Avaliacao Formativa 2
GRUPO I
Leia o excerto do Ato Terceiro da peça Frei Luís de Sousa que se apresenta de seguida.
CENA IV
TELMO (só) — Virou-se-me a alma toda com isto: não sou já o mesmo homem. Tinha um pressentimento do
que havia de acontecer… parecia-me que não podia deixar de suceder… e cuidei que o desejava
enquanto não veio. Veio, e fiquei mais aterrado, mais confuso que ninguém! Meu honrado amo, o filho do
meu nobre senhor, está vivo… o filho que eu criei nestes braços… vou saber novas certas dele
5 — no fim de vinte anos de o julgarem todos perdido — e eu, eu que sempre esperei, que sempre
suspirei pela sua vinda… — era um milagre que eu esperava sem o crer! Eu agora tremo… É que o
amor desta outra filha, desta última filha, é maior, e venceu… venceu, apagou o outro. Perdoai-me,
Deus, se é pecado. Mas que pecado há de haver com aquele anjo? Se me ela viverá, se escapará desta
crise terrível! Meu Deus, meu Deus! (ajoelha) levai o velho que já não presta para nada, levai-o, por
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quem sois! (Aparece o romeiro à porta da esquerda, e vem lentamente aproximando-se de Telmo, que não
dá por ele.) Contentai-vos com este pobre sacrifício da minha vida, Senhor, e não me tomeis dos braços
o inocentinho que eu criei para Vós, Senhor, para Vós… mas ainda não, não mo leveis ainda. Já pade-
ceu muito, já traspassaram bastantes dores aquela alma; esperai-lhe com a da morte algum tempo!…
CENA V
15 TELMO e o ROMEIRO
TELMO (sobressaltado) — Que voz! Ah! é o romeiro. Que me não oiça Deus! Porquê?
ROMEIRO — Não pedias tu por teu desgraçado amo, pelo filho que criaste?
TELMO (à parte) — Já não sei pedir senão pela outra. (Alto.) E que pedisse por ele, ou por outrem, porque
20 me não há de ouvir Deus, se Lhe peço a vida de um inocente?
ROMEIRO (tirando o chapéu e alevantando o cabelo dos olhos) — Ninguém, Telmo; ninguém, se nem já tu
me conheces!
25 TELMO (deitando-se-lhe às mãos para lhas beijar) — Meu amo, meu senhor… sois vós? Sois, sois. D. João
de Portugal, oh, sois vós, senhor?
TELMO — Meu filho!… Oh! É o meu filho todo; a voz, o rosto… Só estas barbas, este cabelo não… Mais
branco já que o meu, senhor!
Leia o soneto de Luís de Camões «Vós outros, que buscais repouso certo».
Apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
1. Caracterize a vida daqueles que o sujeito poético interpela, clarificando o pedido que lhes dirige.
1. Para responder a cada um dos itens, de 1.1 a 1.7, selecione a opção correta. Escreva, na folha de
respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida.
1.1. Despedimento, rompimento de uma relação ou quebra de uma expectativa de sucesso são
exemplos de situações
(A) em que não são necessárias competências do domínio cognitivo.
(B) em que as competências cognitivas têm de ser conjugadas com uma gestão emocional
eficaz.
(C) que exigem grande controlo emocional.
(D) em que a inteligência precisa de submeter as emoções.
1.2. Segundo Gross, a gestão eficaz das emoções significa
(A) ser capaz de analisar aquilo que sentimos.
(B) analisar racionalmente os nossos sentimentos.
(C) compreender o que sentimos e modificar comportamentos e reações.
(D) analisar o que sentimos e impedir a ocorrência de certas reações.
1.3. O vocábulo «exacerbam» (linha 17) significa
(A) «condicionam».
(B) «intensificam».
(C) «inibem»
(D) «acalmam».
3. Identifique a função sintática desempenhada pelo seguinte constituinte: «sobre as mesmas» (linha
11).
4. Classifique a oração presente na seguinte expressão: «desde que os indivíduos estejam
motivados a tal» (linhas 23-24).
5. Identifique o tipo de coesão textual assegurado pela expressão «Em conclusão» (linha 20).
GRUPO III
ANTÓNIO JOSÉ SARAIVA, Para uma história da cultura em Portugal, vol. II, Parte I,
Lisboa, Gradiva, 1996, p. 27.
Tendo em conta o estudo de Frei Luís de Sousa e com base na sua experiência, escreva uma exposição
na qual se refira à importância e ao papel de Telmo Pais na peça de Almeida Garrett. Para tornar explícito o
seu texto, apresente exemplos concretos retirados da obra, identificando as circunstâncias e os atos a que se
refere.
Construa um texto bem estruturado (com introdução, desenvolvimento e conclusão), com um mínimo de
cento e trinta (130) e um máximo de cento e setenta (170) palavras.