As implicações ambientais do retorno ao escritório

Licenciatura em Gestão de Empresas (LGE)

As implicações ambientais do retorno ao escritório

David Rodrigues (nº5794)

Édi Lopes (nº5765)

José Lopes (nº5764)

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Índice:

“Introdução”...........................................................................................................3

“Contextualização dos dias de hoje”....................................................................4

“Momento decisivo para transformações”............................................................6

“Como é que a qualidade do ar e a proteção do clima beneficia do

teletrabalho?”........................................................................................................8

“É preciso conhecer primeiro as necessidades da comunidade de modo a

diminuir o tráfego e a poluição”:........................................................................8

“Encontrar formas de reduzir os gases com efeito de estufa”:.........................9

“Ganhar vantagem competitiva”:.......................................................................9

“Responder ao interesse dos empregados”:...................................................10

“Como é que o teletrabalho reduz as emissões”:...........................................10

Referências.........................................................................................................13
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Introdução:

Temos experienciado o teletrabalho como um modo de trabalho flexível, onde

existe a hipótese de as pessoas manusearem as suas vidas profissionais e
pessoais de uma melhor forma. Nas últimas décadas temos visto um rápido
crescimento deste mesmo método de trabalho, onde são oferecidas novas
oportunidades e desafios.

A necessidade de utilizar esta já existente, mas não famosa forma de trabalho

é principalmente devido aos desastres naturais que interrompem a natureza do
trabalho, reconsiderando assim a performance do trabalho. O teletrabalho tem
vindo a aumentar na medida em que assegura as operações de uma instituição
numa situação de emergência como é o nosso caso atual, na pandemia do
covid-19 muitas empresas recorreram a este tipo de trabalho para se manterem
em funcionamento.
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Contextualização dos dias de hoje:

Antes de mais é importante recorrer à ideia daquilo que foi e é realmente o

COVID-19 e tentar perceber alguns dos seus impactos na vida humana. Ora,
não foi mais nem menos do que um vírus que se espalhou e provocou um
alarido global. Uma nova pandemia que nos veio relembrar o quão
desprotegidos nós estamos e o quão o mundo não está preparado para o caos
que dela advém. Muitos foram os países que sofreram deste impiedoso surto,
daí a globalidade de abrangência do mesmo. Tendo como principais vítimas as
pessoas com o sistema imunitário mais debilitado. O aumento repentino de
casos e agravamento dos mesmos abalou sistemas nacionais de saúde por
todo o planeta, afetando tanto os países desenvolvidos como os países em
vias de desenvolvimento. Um dos principais problemas foi o facto de os
hospitais não terem capacidade, equipamentos suficientes e até mesmo falta
de EPI’s para receber e tratar a quantidade de pessoas que chegavam
diariamente em estado de urgência. Nos jornais e televisões apareceram ainda
casos de pessoas que morreram em ambulâncias à porta do hospital por falta
de capacidade do mesmo, como exemplo temos Nova Deli, a capital da India,
onde centenas de pessoas morriam nas ruas, juntos aos grandes hospitais,
enquanto esperavam por ser atendidas por um médico. A falta de camas, de
oxigénio e do espaço foram os pontos cruciais para colocar a saúde mundial
em colapso.

Para além do problema instalado nos sistemas nacionais de saúde, a

quarentena, medida imposta pelos governos de modo a travar o contágio,
trouxe ao de cima um grave problema económico. Neste aspeto as coisas
operaram de uma forma diferente, isto porque uma das medidas impostas
relativamente à pandemia foi o confinamento, ou seja, as pessoas ficaram
fechadas em casa com a possibilidade de sair apenas em casos necessários e
urgentes. Esta mudança de rotina trouxe uma nova visão à vida do nosso
quotidiano, digamos que uma “wake up call”. Vimo-nos obrigados a fazer tudo
ao contrário daquilo a que o ser humano está habituado a fazer, que é
socializar e partilhar momentos com os nossos amigos, família e colegas de
trabalho. Tudo isto foi retirado quando nos foi imposta a
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permanência indeterminada em casa. O povo português andou às escuras sem

ter nenhuma informação concreta do que realmente se andava a passar, as
chamadas “fake news” circularam mais uma vez para espalhar a ignorância e
desinformação num ponto crucial à nossa sanidade mental. Toda esta
mudança repentina mexeu com o psicológico de cada um de nós, pois estas
medidas mudaram a vida humana da noite para o dia, porque até a vida
profissional foi severamente interrompida devido ao isolamento profilático e
muitas destas pessoas, habituadas à vida social sentiram-se sozinhas,
perdidas ou até mesmo sem rumo ou direção, criando comportamentos
depressivos e preocupantes na saúde mental das pessoas.
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Momento decisivo para transformações:

Além do alastramento do surto, a humanidade passa por outra grande crise de

saúde global: as mudanças climáticas derivadas do aquecimento da terra.
Estas são consideradas pelos cientistas como o principal problema de saúde
pública da humanidade. Para entender melhor o que está aqui em causa
vamos dar a conhecer de uma forma geral do que se trata o efeito estufa e
como se dá o aquecimento global.

O efeito de estufa é um fenómeno natural e benéfico para o ser humano e

porquê? Certos gases presentes na atmosfera retêm parte da radiação térmica
emitida pela superfície terrestre depois de ter sido aquecida pelo sol, mantendo
a temperatura do planeta estável e a um nível adequado para o
desenvolvimento da vida. A ação do homem, através de atividades como a
indústria, a agricultura, a pecuária em excesso ou os meios de transportes
utilizados aumentaram a presença desses gases na atmosfera. Sendo os
principais gases o dióxido de carbono e o metano, resultado da queima de
combustíveis fosseis. Retendo mais calor do que aquilo que é suposto existe
um aumento de temperatura no planeta. Este é o processo conhecido como
aquecimento global. (como se dá o efeito estufa:
https://www.iberdrola.com/wcorp/gc/prod/pt_BR/comunicacion/docs/Infografico_
Efecto_Invernadero_POR.pdf).

O aumento da temperatura da terra pode gerar sérias consequências para a

humanidade. Atualmente no Rio de Janeiro, em quase 300 dias do ano, 2 a 3
horas do dia, a temperatura e a humidade ficam além do limite fisiológico do
corpo humano. Se a temperatura aumentar mais de 2ºC, vão existir horários
em que as pessoas não poderão sair às ruas.

Os alertas fizeram-se sentir nos últimos anos e mais incessantemente nos

últimos períodos adjacentes ao atual. É importante consciencializar as pessoas
do problema e é urgente agir perante o mesmo reduzindo as emissões de C02
presentes na nossa atmosfera.
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Num ponto de vista ambiental podemos afirmar que a pandemia foi um ponto
de viragem fulcral no combate ao aquecimento global. Desde que se deu o
alerta mundial de saúde, várias fontes de gases prejudiciais diminuíram
brutalmente em queda livre. A origem destas baixas deveu-se ao confinamento
e ao teletrabalho iniciado devido às medidas impostas pelos países e
respetivos governos. Os dados positivos durante este período critico favoreceu
o avanço de uma maior consciencialização e arranque para uma tomada de
atitudes favoráveis à qualidade do ar e proteção do clima.

“A agência Lusa transmitiu que o mundo está a imitir menos 1.000.000.000 kg

de Co2 por dia. Isto deve-se aos seguintes fatores:

- Um menor uso de aviões, sendo que em fevereiro houve uma redução do

tráfego aéreo em 70% (comparado a janeiro). A indústria de aviação produz
cerca de 3% de toda a emissão de dióxido de carbono;

-Diminuição do uso de transportes particulares e públicos (ex. automóveis

ligeiros, autocarros e comboios), devido à já mencionada restrição de
movimentação por parte da população mundial;

-Fábricas fechadas. Sendo que as maioridades das fábricas usam

combustíveis fósseis o seu encerramento ou diminuição da atividade diminuiu
a combustão de petróleo e carvão;

-Diminuição das operações em refinarias.”

NOTA: A indústria é uma das maiores fontes de poluição atmosférica no

mundo. Com o seu encerramento, as emissões mundiais de poluentes
diminuíram. De acordo com o analista Marshall Burke, esta diminuição da
poluição atmosférica poderá evitar a morte de 77 mil pessoas, devido à menor
concentração de partículas no ar, que são responsáveis pela morte de milhares
de pessoas anualmente.
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Como é que a qualidade do ar e a proteção do clima beneficia do

teletrabalho?

Uma empresa pode optar por incluir os benefícios da qualidade do ar e da

proteção do clima no teletrabalho por inúmeras razões. Existe uma variedade
de empresas que operam em regiões onde o combate ao tráfego e à poluição
atmosférica estão no topo da agenda. Para estas empresas, medidas estatais
ou locais destinadas a reduzir o congestionamento e a poluição atmosférica
são o gatilho. Ao mesmo tempo, a consciência e a preocupação com as
alterações climáticas continua a crescer.

Os princípios da Eletronic Industries Alliance afirmam que:

“We believe it makes sense for countries, governments, industries and

individuals throughout the world to adopt reasonable, common sense measures
to reduce emissions of ‘greenhouse gas0es’ in a manner that is consistent with
promoting economic growth.”

Algumas empresas podem decidir antecipar-se na forma como aprendem a

reduzir os gases de efeito estufa ou até ganhar uma vantagem competitiva
utilizando os seus produtos para proteger a atmosfera. Os indivíduos de uma
empresa conseguem assim utilizar o teletrabalho como uma meta para
alcançar objetivos tanto a nível do trabalho como no meio ambiental.

“É preciso conhecer primeiro as necessidades da comunidade de modo a diminuir

o tráfego e a poluição”:
As empresas que operam em regiões congestionadas pelo tráfico são
confrontadas com alertas de poluição atmosférica. É assim necessário
haver uma mudança por parte destas mesmas entidades, ou seja, é
imperativo as empresas encontrarem formas de ajudar a enfrentar os
desafios ambientais. Assim sendo o estado tem um papel importante na
mudança de hábitos por parte da comunidade.
Washington reconheceu a mudança de padrões gerais de trabalho que
incentivavam a utilização do teletrabalho.
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O conselho tecnológico da Virgínia do Norte assumiu a liderança de um

programa que estimula a utilização do teletrabalho por parte das
empresas para resolver os problemas de transporte desta mesma
região.

“Encontrar formas de reduzir os gases com efeito de estufa”:

As propostas para abordar a questão do aquecimento global têm vindo a
ganhar um grande impulso. Mais de metade da população dos Estados
Unidos já desenvolveram planos de estratégia para reduzir emissões de
gases com efeito de estufa, o próprio congresso continua a debater
ações para combater este problema climatérico. O teletrabalho
proporciona assim um ponto de partida para avaliar as emissões dos
gases de efeito estufa de uma empresa relacionada com o transporte e
com a utilização de energia.

“Ganhar vantagem competitiva”:

Michael Porter, uma das principais referências no campo da gestão de
empresas e um líder em estratégia competitiva, sublinha que, na
concorrência moderna, as questões sociais e económicas devem ser
integradas. As empresas de telecomunicações reconhecem a eficiência
do teletrabalho que oferece uma oportunidade dupla. As empresas
podem utilizar o equipamento para reduzir os seus próprios custos e
emissões. Ao mesmo tempo, podem construir o mercado para os
produtos da empresa. Várias empresas deste ramo têm demonstrado
um grau elevado potencial para a mobilidade eletrónica, primeiro
relatando as próprias iniciativas empresariais e depois partilhando
informação amplamente divulgada. A BT (British Telecom) tinha 6000
teletrabalhadores registados a trabalhar a partir de casa em 2002. O
programa da empresa foi concebido para demonstrar que o teletrabalho
pode funcionar e assim encorajar outras empresas a adotar esta
medida.
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“Responder ao interesse dos empregados”:

Os teletrabalhadores querem informações sobre a relação de
teletrabalho e poluição, um estudo estatal foi encontrado. As sondagens
também refletem uma ampla preocupação do público sobre o
aquecimento global. O interesse em acompanhar as alterações de
emissões relacionadas com o teletrabalho pode surgir entre empregados
que querem incluir a qualidade do ar e o fator climático na escolha do
local ao trabalho. Com base nesse entendimento, as empresas também
podem trabalhar com as comunidades locais para ajudar outros
encontram formas de reduzir a utilização de energia e as emissões.

“Como é que o teletrabalho reduz as emissões”:

O teletrabalho pode abordar duas importantes fontes poluentes,
atmosféricas e de emissões de gases com efeito de estufa, sendo elas
os transportes e os próprios edifícios das empresas. Pode diminuir o
número de quilómetros percorridos pelos empregados e reduzir a
quantidade de energia utilizada para os escritórios.
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Quais são as oportunidades de negócio para obter o benefício

adicional?

Os primeiros programas de teletrabalho foram frequentemente estabelecidos

especificamente para responder aos requisitos de reduzir o tráfego e a poluição
atmosférica relacionada. Este foi um fator importante para sete das dezenas de
empresas que informaram no inquérito da Eletronic Industries Alliance que
tinham estabelecido programas de teletrabalho no início da década de 1990. As
grandes oportunidades de alcançar ganhos ambientais são suscetíveis de vir a
acrescentar a qualidade do ar e proteção do clima a programas de teletrabalho
que são estabelecidos para abordar objetivos empresariais. Os gestores
ambientais que procuram oportunidades podem encontra-las no trabalho com
gestores de unidades de negócio que pretendem utilizar um modelo de
organização em rede ou na união de propriedade ou recursos humanos, na
redução de custos espaciais e energéticos relacionados e no aumento da
capacidade dos funcionários para trabalhar em equilíbrio com outras partes da
vida. Um número crescente de exemplos demonstra o potencial:

. Aumento da produtividade;

. Construção de novos mercados;

. Operar em emergências;

. Recrutar e manter pessoas com as habilidades necessárias;

. Redesenhar os escritórios, reduzindo simultaneamente os custos imobiliários;

. Redução dos custos das viagens.

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Conclusão:

As grandes oportunidades de redução de emissões são suscetíveis em

programas de teletrabalho pois visam atingir objetivos comerciais que vão
desde o aumento da produtividade, novos mercados e continuidade do negócio
em situações de emergência à redução dos custos imobiliários e sucesso no
recrutamento e retenção de pessoal qualificado. Visa ainda desenvolver e
avaliar a eficácia do teletrabalho na redução das emissões dos transportes e
utilização de energia em edifícios, duas fontes significativas de poluição
atmosférica e de gases com efeito de estufa. Muitas empresas já recolhem
alguns dados dessas mesmas emissões.

Por este ponto de vista e devido aos recentes acontecimentos globais podemos
considerar o teletrabalho como uma perspetiva revolucionária do século XXI.
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Referências:

Agency, U. S. (s.d.). Obtido de https://www.epa.gov/climate-change

Agency, U. S. (s.d.). Obtido de https://www.epa.gov/air-trends
Change, G. (s.d.). Obtido de https://www.globalchange.gov/
EMPL. (Abril de 2021). The impact of teleworking and digital work on workers
and society . Obtido de
https://www.europarl.europa.eu/RegData/etudes/STUD/2021/662904/IP
OL_STU(2021)662904_EN.pdf?fbclid=IwAR1MkGamTKt0FxMXx-
2IJyH5NnjCrOE2_Ln-D4qht7iNNwAqMVHsHUn54fs
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Jovens Reporters. (s.d.). Obtido de https://jra.abae.pt/plataforma/artigo/covid-
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https://www.publico.pt/2020/03/16/ciencia/noticia/coronavirus-menos-
milhao-toneladas-co2-dia-1907964
Martins, A. (s.d.). RTPNotícias . Obtido de
https://www.rtp.pt/noticias/mundo/covid-19-pandemia-levou-a-reducao-
drastica-da-poluicao-na-china-e-em-italia_n1212734
Mundo ao Minuto. (s.d.). Obtido de
https://www.noticiasaominuto.com/mundo/1739355/covid-19-pessoas-
morrem-a-porta-dos-grandes-hospitais-de-nova-deli-
World Economic Forum . (s.d.). Obtido de https://www.weforum.org/reports