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HISTÓRIA

Johann nasceu em uma família de saltimbancos (circo), um grupo de pessoas que


levavam alegria, arte e histórias por onde passavam. No entanto, seu nasciemnto não
foi nada feliz. Sua mãe morreu logo após o parto e isso afetou o grupo como um
todo. O luto passou relutantemente, mas não era da cultura do seu povo se deixar
abater
pelas dificuldades enfrentadas.

A vida de um saltimbanco era particularmente difícil e nem sempre eram aceitos nas
aldeias ou cidades, por isso ficavam apenas o suficiente para conseguir
algum dinheiro ou reabastecer os suprimentos, preferindo sempre as estradas e a
vida na natureza.

Os 5 primeiros anos de vida de Johann foram um tanto quanto pacatos. Ele nasceu nas
redondezas de Magdeburgo, depois a família seguiu seu destino passando por
Bamberg, Frankfurt e, por fim, Estrasburgo, onde se fixaram por algum tempo. Nesses
primeiros anos Johan aprendeu a viver da natureza e, obviamente, a cultura
do seu povo.

Infelizmente, os dias felizes acabaram com a chegada do seu aniversário de 8 anos.


O grupo havia se jogado nas estradas novamente e seguia em direção a Zurique,
sempre margeando o rio Reno. Mas atravessar a Floresta Negra foi, de longe, a ideia
mais tola de seu pai, Davi.

Johann tivera medo no início e protestara piamente, mas em vão. Noite depois seu
pai lhe contou uma história sobre um ancestral da sua família que era muito sábio.
Tão sábio que com seus conhecimentos ele conseguiu sobrepujar as forças do mal e
nenhum demônio era capaz de enfrentá-lo. Johann era inteligente de mais para
acreditar na história do pai, sabia que era para tentar acalmá-lo, mas, de alguma
forma, aquela história realmente o tranquilizou.

Contudo, a tranquilidade não durou muito. Naquela mesma noite ele acordou com
gritos e muita fumaça entranado na barraca. Lá fora reinava um caos de barracas em
chamas, corpos em chamas, gritos agonizantes e sombras enormes disformes que
gargalhavam enquanto cercavam o acampamento. Estava muito mais frio do que deveria
para a
estação e as árvores ao redor murchavam e definhavam como se a vida deixasse o
lugar.

As memórias do que se seguiu são um tanto quanto confusas. Seu pai corria em sua
direção gritando alguma coisa, mas sem nunca lhe alcançar interceptado por uma
das sombras. Depois as sombras corriam atrás dele e ele corria das sombras se
embrenhando na floresta. Derrepente um baque muito forte, uma dor lascinante e
então escuridão.

Ele acorda muito depois, sozinho na floresta. As lágrimas caem sem controle pela
morte do seu pai e de toda família, pelos machucados, pela fome que também lhe
doia,
pelo cançaso e por estar sozinho.

Por fim, a fome, a sede e as outras necessidades venceram o luto e o desespero.


Johann se vê obrigado então a colocar em prática tudo que aprendeu com a sua
família
para tentar sobreviver.

Com as primeiras necessidades atendidas, ele percebe que não era uma boa ideia
permanecer naquela floresta por muito mais tempo. Então ele resolve continuar para
onde viajavam. Ele consegue voltar para as margens do rio Reno mas não vai para o
acampamento, com medo do que veria e da possibilidades das sombras ainda estarem
lá.

Ele não saberia falar ao certo quanto tempo ele levou para chegar em Zurique. Mas
pouco mudou depois disso. Ele continuava sozinho e lutava para sobreviver.

Nessa fase ele teve que aprender algumas habilidades um tanto quanto contestáveis
perante as leis, mas sem isso ele não teria sobrevivido nos guetos de Zurique por
muito tempo, ainda mais depois que as coisas estranhas começaram a acontecer.

Ele não sabia dizer quem fazia aquelas coisas, mas com certeza não era ele, apesar
de sempre levar a culpa. Por fim, os moradores praguejavam quando o viam na rua,
evitavam-no sempre que possível e nunca o olhavam nos olhos. Por vezes, algumas
pessoas um pouco mais crentes que as outras e muito mais embreagadas que todos o
caçavam para levá-lo à Igreja.

A situação se tornou tão extrema que Johann decidiu que chegara a hora de voltar
para as estradas e tentar a vida outro lugar. Passou alguns dias fazendo alguns
preparativos (roubar roupas e outras coisas mais). Com tudo pronto ele se
encaminhava para os locais mais fáceis de se escapar da cidade sem ter que driblar
os
guardas. No seu trajeto minimamente calculado ele avistou uma pessoa muito bem
vestida, relativamente distraída e, para melhorar, parecia ser extrangeira.
Oportunidades de conseguir uma bolsa cheia de moedas eram extremamente raras e ele
não podia deixa ela passar.

Ele seguiu o homem por algum tempo, esperando a melhor oportunidade para surrupiá-
lo. Quando ela finalmente apareceu, suas habilidades na arte das mãos leves
mostraram-se completamente inúteis. Quando alcançou o homem e a sua bolsinha de
moedas, sua mão passou ATRAVÉS deles. A figura que estava na sua frente
simplesmente tremeluziu e desapareceu. Talvez o autor das bruxarias estivesse
tentando deixá-lo louco de vez. Aturdido com aquilo, Johann olha ao redor sem
entender
o que tinha acontecido e, então, percebe o mesmo homem vindo em sua direção. O
primeiro pensamento é correr, mas antes que conseguisse se mover, o homem faz
alguns
gestos com as mãos e Johann se vê completamente paralisado. Ele tenta gritar, mas
não consegue, e também não haveria ninguem para escutá-lo, muito menos ajudar.

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