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Miguel Ângelo

Sofia Catarina Veríssimo


Quem foi Miguel Ângelo ? ( Biografia )

 Michelangelo nasceu a 6 de março de 1475 e faleceu a 18 de fevereiro de 1564 em


Roma e foi um pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, considerado um dos
maiores criadores da história da arte do ocidente.

 Sobre a sua família: Michelangelo foi o segundo filho de Lodovico di Lionardo


Buonarroti Simoni e Francesca di Neri Buonarroti. A sua família pertencia à nobreza, e
Miguel Ângelo seria descendente dos condes de Canossa, tendo entre seus ancestrais
a célebre Matilde de Canossa e imperadores. Um dos membro da sua família, Simone
da Canossa, teria sido encarregado da administração de uma das seis divisões
florentinas. O pai, mesmo possuindo algum prestígio, não era rico. Devido à família
numerosa as suas rendas eram insuficientes para manter um elevado padrão de vida.
O salário que recebia da República era baixo, 500 liras a cada seis meses, e ficava
obrigado a pagar com ele mais dois notários, três servos e um cavalariço. A antiga
fortuna da família, adquirida no comércio e no câmbio, começara a se dissipar com seu
próprio pai, que teve de prover dotes para suas filhas, pagar dívidas vultosas e não
obteve cargos lucrativos, e a situação piorou na geração seguinte, a ponto de estarem
perto de perder seu estatuto de patrícios e decair para a plebe.

 Sobre a sua Juventude: Devido ao temperamento rebelde de Miguel Ângelo ele


tornou-se uma presença irritante para os seus mestres, e aparentemente ele não
apreciava a pintura (foco dos mestres ) como a escultura. Então ele deixou o atelier
onde aprendia com os Ghirlandaio e entrou na proteção de Lourenço II de Médici.
Com quinze anos, ele passou a viver no palácio dos Medici. Foi uma circunstância
afortunada para Miguel pois este recebia um salário de cinco ducados por semana, e
pôde desfrutar da amizade pessoal com o mecenas e da atmosfera do seu círculo,
reforçando a sua educação precária e entrando em contato com o Neoplatonismo. Fez
amigos também entre os filhos da casa, que mais tarde se tornaram seus patronos, e
mais importante para sua carreira foi poder frequentar o célebre Jardim de Esculturas
que Lourenço mantinha com fragmentos da Antiguidade clássica. Para administrar
esse jardim, Lourenço contratara o escultor Bertoldo di Giovanni, que havia sido aluno
de Donatello, e com ele Michelangelo teve algo que se aproximou de um professor de
escultura, embora aparentemente não tenha seguido seus métodos.
Pouco depois, em 8 de abril de 1492, Lourenço faleceu, deixando o governo para seu
filho Pedro de Médici de apenas vinte e um anos de idade. Para Michelangelo a morte
de seu patrono foi um grande choque, tendo permanecido dias em funda tristeza,
incapaz de qualquer ação. O artista foi então convidado para viver no palácio Medici a
fim de que as coisas continuassem da maneira que eram antes da morte de Lourenço.
O convite foi aceito e Michelangelo novamente se tornou um favorito, mas Pedro
carecia de toda a sabedoria política de seu pai, era tirânico e completamente inepto
para a sua função. Percebendo o rumo fatal que os acontecimentos tomavam, e por
causa de sua íntima associação com Pedro, Michelangelo fugiu secretamente para
Veneza, poucas semanas antes de Florença ser invadida por Carlos VIII de França e
Pedro ser derrubado e expulso de lá junto com toda a sua família.

Sofia Catarina Veríssimo


Não conseguindo trabalho em Veneza, voltou para Bolonha, onde encontrou um novo
patrono em Gianfrancesco Aldovrandi, em cuja casa permaneceu por um ano.
Entretanto, conheceu obras classicistas de Jacopo della Quercia, que exerceram
significativa influência em seu estilo. No inverno de 1495 voltou brevemente a
Florença.

 Sobre a sua arte: A sua carreira desenvolveu-se na transição do Renascimento para o


Maneirismo, e o seu estilo sintetizou influências da arte da Antiguidade clássica, do
primeiro Renascimento, dos ideais do Humanismo e do Neoplatonismo, centrado na
representação da figura humana e em especial no nu masculino, que retratou com
enorme pujança.

 Sobre o reconhecimento do seu trabalho: Ainda em vida foi considerado o maior


artista de seu tempo. Chamavam-no de “o Divino”, e até aos dias de hoje é tido na
mais alta conta. Foi um dos primeiros artistas ocidentais a ter sua biografia publicada
ainda em vida. Sua fama era tamanha que sobrevivem registos numerosos sobre a sua
carreira e personalidade, bem como objetos que ele usara ou simples esboços para
suas obras eram guardados como relíquias por uma legião de admiradores.
Michelangelo permanece como um dos poucos artistas que foram capazes de
expressar a experiência do belo, do trágico e do sublime numa dimensão cósmica e
universal.

 Ultimas décadas do artista: Nesta fase Michelangelo deixou um pouco de lado a


escultura e voltou-se para a arquitetura, poesia e pintura. Com noventa anos de
idade, sua saúde e vigor começaram a declinar rápida e visivelmente. Pouco tempo lhe
restava, e na passagem de 1563 para 1564 ficou claro que já não poderia sair à rua a
qualquer hora e sob qualquer tempo como costumava, e nem podia mais recusar a
ajuda de outros como fora seu hábito perene. Em 14 de fevereiro de 1564 sofreu uma
espécie de ataque, e espalhou-se a notícia de que ele estava doente. Não obstante,
seu amigo Tiberio Calcagni, que correu visitá-lo, o encontrou na rua debaixo da chuva,
dizendo que não encontrava sossego de forma alguma. De acordo com o relato, sua
face estava com uma péssima aparência e sua fala era hesitante. Entrando em casa,
recolheu-se para descansar. Outros amigos vieram para atendê-lo, no dia seguinte
pressentiu a morte e mandou chamar seu sobrinho Lionardo, mas este não chegou a
tempo de vê-lo vivo. Faleceu pacificamente pouco antes das cinco da tarde do dia 18,
na companhia de Tiberio Calcagni, Diomede Leoni, Tommaso dei Cavalieri e Daniele da
Volterra, além dos médicos Federigo Donati e Gherardo.

 Depois da sua morte: Por ordem do governador de Roma o corpo foi depositado com
grandes honras na Basílica dos Doze Santos Apóstolos, mas Lionardo desejava que ele
repousasse em Florença, e teve de roubar o cadáver e despachá-lo para a outra cidade
disfarçado como mercadoria, sendo entregue na alfândega local em 11 de março. E no
dia seguinte, em segredo, foi levado para a Basílica da Santa Cruz, mas o movimento
foi percebido por populares e logo uma grande multidão se formou para acompanhar
o cortejo, prestando-lhe sua última homenagem. O grupo entrou na Basílica, que ficou
completamente lotada, e o tenente ordenou que o caixão fosse aberto. Segundo os
registros, após vinte e cinco dias de seu falecimento, o corpo ainda estava intacto e
sem qualquer odor.

Sofia Catarina Veríssimo


Em 14 de julho uma grande cerimônia pública homenageou sua memória. Os poemas
e panegíricos escritos para o dia encheram um volume, que foi publicado em seguida.
Sua tumba definitiva foi desenhada por Giorgio Vasari e está na Basílica da Santa Cruz.
Mais tarde diversas cidades ergueram-lhe monumentos.

 Descrição física e hábitos: Quando adulto Michelangelo tinha uma estatura mediana e
possuía ombros largos e braços fortes, resultado de suas infindáveis horas trabalhando
com a pedra. Seu cabelo era escuro e seus olhos pequenos e castanhos, usava a barba
dividida em duas partes, tinha os lábios finos, o nariz partido por causa de uma luta na
juventude com Pietro Torrigiano, e sua testa era saliente. Não dava a mínima atenção
à sua aparência física, vestia-se com roupas velhas, às vezes até esfarrapadas, que
estavam invariavelmente sujas. Da mesma forma, era indiferente quanto à comida,
comia pouco e tinha má digestão. Não fazia caso de onde ia dormir e tinha um sono
curto, sofria de dores de cabeça e com o avançar dos anos teve problemas de vesícula
e reumatismo nas pernas, mas em geral gozou de boa saúde até seu último ano de
vida. Trabalhava incansavelmente, pôde adquirir uma educação geral bastante larga
mesmo sem instrução regular, e poucas coisas o interessavam além de sua arte.

 Vida Amorosa: Michelangelo nunca se casou e hoje é praticamente um consenso que


tenha sido homossexual, a despeito da negação de seus primeiros biógrafos. Tem sido
aventado que o artista teve casos amorosos concretos com vários jovens, como
Cecchino dei Bracci, para quem desenhou o túmulo, e Giovanni da Pistoia, que
conheceu enquanto trabalhava no teto da Capela Sistina, e para quem escreveu alguns
sonetos.[46] Mas nenhuma prova concludente se encontrou nessa direção, e é
bastante possível que o próprio Michelangelo, refreando seus sentimentos e
necessidades, tenha fugido de uma consumação carnal. Vários fatores podem ser
considerados para tornar a hipótese plausível. Em sua juventude em Florença ficara
profundamente impressionado com a pregação de renúncia ao mundo de Girolamo
Savonarola, e expressou sua admiração por ele ao longo de toda a vida. Em segundo
lugar se considere a influência da visão humanista-neoplatônica de sua época sobre o
amor, outro elemento relevante em seu universo pessoal, que falava do corpo como o
cárcere terreno, e ainda que aceitasse o amor entre homens e até o estimulasse, não
aprovava o contato físico, lançando a vivência do sentimento num plano espiritual.
Além disso, a opinião pública sobre a homossexualidade no século XVI era bastante
negativa; em Florença os homossexuais podiam ser castrados ou condenados à morte.
O que transparece fortemente de suas poesias é o perene conflito entre o impulso ao
amor terreno e ao amor divino, que, como ele mesmo disse, "o mantinha dividido em
duas metades".

Sofia Catarina Veríssimo


 Poema de Miguel Ângelo:

Original: “Non pur d'argento o d'oro”

Non pur d'argento o d'oro


vinto dal foco esser po' piena aspetta,
vota d'opra prefetta,
la forma, che sol fratta il tragge fora;
tal io, col foco ancora
d'amor dentro ristoro
il desir voto di beltà infinita,
di coste' ch'i' adoro,
anima e cor della mie fragil vita.
Alta donna gradita
in me discende per sì brevi spazi,
c'a trarla fuor convien mi rompa e strazzi.”

Tradução:

Nem só de prata ou ouro


fusos no fogo, ainda espera ser cheia,
oca da obra feita,
a fôrma, que só a revela ao quebrar;
eu também, a queimar
de amor, por dentro eu forro
o anelo oco pela beleza infinda
daquela que eu adoro,
alma e coração desta frágil vida.
Nobre dama, e bem-vinda,
em mim desce por tão finos espaços,
que a extraí-la me rompo em pedaços

Algumas obras do artista:

Nome: Anjo do candelabro

Onde está: Basílica de . Domingos,


Itália

Sofia Catarina Veríssimo


Nome: Virgem de Bruges

Data: cerca de 1503 e 1504

Local: Igreja de Nossa senhora de


Bruges, Bruges, Itália

Nome: Moisés

Data: 1513 e 1515

Local: Basílica de S. Pedro, Roma

Sofia Catarina Veríssimo

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