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Neste trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de História e Cultura das Artes e
tem como finalidade descobrir e entender mais sobre a história de Caravaggio e os
caravaggistas (os seus seguidores).
Caravaggio foi um dos maiores artistas do barroco italiano que viveu no século XVI.
Dono de uma personalidade forte e um estilo extravagante, grande parte de sua obra
chocou a sociedade. A sua pintura foi considerada revolucionária para a época, seja nas
técnicas utilizadas, seja nas pessoas retratadas.
Escolhi este tema porque quero perceber mais sobre a vida do pintor e o seu trabalho. A
forma como influenciou dezenas de pessoas e também como chocou maior parte delas.
Com este trabalho espero conseguir entender as suas técnicas e o estilo que desenvolveu
– tenebrismo. O “tenebrismo” é o nome dado a essa técnica em que ele utilizava luz e
cor em primeiro plano sobre um fundo escuro.
Capitulo I
A vida de Caravaggio
Michelangelo Merisi (ou Amerighi),
conhecido como Caravaggio (29 de setembro
de 1571 — Porto Ercole, 18 de julho de
1610) foi um revolucionário na época em
que viveu. Caravaggio era o nome da aldeia
natal da sua família e foi escolhido como o
seu nome artístico.
Caravaggio poderia ter vivido vários anos com o dinheiro de sua herança, mas parece
que gastou tudo muito rápida e impensadamente. Para sobreviver, ele fez pequenos
trabalhos de pintura em série, mas o pagamento que recebia pelas suas pinturas não
ajudava a sua condição. Mais tarde, devido á sua saúde abalada, foi internado no
Hospital Santa Maria da Consolação, onde pintou quadros para a instituição, enviados
posteriormente para Sevilha.
Tempos mais tarde, após a sua reabilitação, o artista atraiu a atenção do Cardeal Del
Monte, clérigo rico e sofisticado, colecionador de obras de arte, amante da música e
patrono oficial da Academia de São Lucas, a escola dos pintores de Roma. O cardeal
acolheu Caravaggio na sua casa, ofereceu-lhe alojamento, alimentação e uma pensão
regular. Em troca, pintou uma série de quadros de jovens efeminados, pois Del Monte
divertia-se discretamente com rapazes.
A partir de 1600, época que coincide com o seu primeiro sucesso público, Caravaggio
aparece regularmente nos registos policiais de Roma - foi preso por algum tempo, após
uma agressão, e solto sob a condição de permanecer em casa e não voltar a ofender
Bastione. A quebra desse contrato levá-lo-ia novamente à prisão. Em abril de 1604
acusam-no foi acusado de ter agredido o garçom de um restaurante e tê-lo ameaçado
com a sua espada. No dia 28 de maio de 1606, o temperamento violento de Caravaggio
levou-o à tragédia; por não querer pagar uma aposta de 10 escudos, ele e alguns amigos
envolveram-se numa briga com Ranuccio Tommasoni. O pintor saiu gravemente ferido
e Tommasoni acabou morto em virtude dos ferimentos.
Em outubro de 1609, chegaram a Roma alguns boatos de que havia sido morto ou
gravemente ferido em Nápoles. A notícia dessa agressão fez com que os esforços dos
amigos para obter o perdão do papa se intensificassem. Diante da notícia de que o papa
Paulo V estaria prestes a conceder-lhe a graça, Caravaggio partiu para Roma sem
esperar resposta sobre sua amnistia.
No verão de 1610, deixou Nápoles repentinamente. Mas ainda sem a plena certeza da
sorte que o esperava, desembarcou em Porto Ércole, cidade situada a cerca de 13
quilômetros ao norte de Roma e que à época era um protetorado espanhol. Aí foi preso e
torturado por dois dias. Quando solto, o seu barco já não se encontrava no mesmo lugar;
havia sido roubado. Enfurecido e em desespero, começou a andar pela praia sob o sol de
verão, tentando encontrar algum indício da sua embarcação e dos seus bens. Desmaiou
em algum lugar após todos os quilómetros andados sob o sol e foi colocado numa cama,
com febre muito forte.
Após uma carreira de pouco mais de uma década, Caravaggio morreu em julho de 1610,
aos 38 anos. O seu corpo permaneceu num local desconhecido por séculos.
Capitulo II
Enquadramento do trabalho do artista no seu
tempo
Barroco é o estilo artístico que floresceu entre o final do século XVI e meados do século
XVIII, inicialmente na Itália, difundindo-se em seguida pelos países católicos da Europa
e da América, antes de atingir, numa forma modificada, as áreas protestantes e alguns
pontos do Oriente.
Existiram três tendências culturais e intelectuais mais amplas que tiveram um impacto
profundo na arte barroca:
1. Contra-reforma
O primeiro deles foi o surgimento da Contra-reforma e a expansão do seu domínio,
tanto territorial quanto intelectualmente. A Contra-reforma é o movimento criado pela
Igreja Católica a partir de 1545, e que, segundo alguns autores, teria sido uma resposta à
Reforma Protestante (de 1517) iniciada por Martinho Lutero. Para combater as
incursões feitas pela reforma, a igreja católica romana após o Concílio de Trento (1545
– 1563) adotou uma postura propagandística na qual a arte deveria servir como um meio
de ampliar e estimular a fé do público na igreja. Para esse fim, a igreja adotou um
programa artístico consciente, cujos produtos de arte fariam um apelo emocional e
sensorial aos fiéis.
Caravaggio foi um dos mais notáveis pintores italianos, atuou em Roma, Nápoles, Malta
e Sicília, entre 1593 e 1610. Desenvolveu um estilo baseado numa inovadora
intensidade dos assuntos, obtida através de uma luz contrastante e de uma abordagem
realista. A vitalidade e a força que caracterizam a sua obra deram lugar a um novo estilo
na arte dos fins do século XVI e inícios do século XVII. O seu trabalho exerceu uma
influência importante no estilo barroco, estilo do qual foi o primeiro grande
representante.
Caracterizado pelo rigor da suas obras, Caravaggio pintou temas religiosos onde
explorava o contraste entre luz e sombras. Destacam-se: "A Captura de Cristo", "A
Morte da Virgem", "A Ceia de Emaús".
Temas religiosos: muitas das obras mais famosas de Caravaggio retratavam cenas
religiosas, mas ele frequentemente retratava-as de uma forma mais acessível e
identificável para as pessoas comuns. O seu uso do naturalismo e da profundidade
psicológica fez com que suas pinturas religiosas parecessem mais humanas e menos
idealizadas.
Capitulo IV
Caravaggistas
O Caravagismo surgiu como uma reação ao maneirismo, um estilo que foi considerado
artificial, muito requintado e intelectual. Caravaggio propôs tomar como modelo a
realidade, como as pessoas que encontrava na rua. A instalação das pinturas de
Caravaggio na Capela de São Mateus Contarelli teve um impacto imediato entre os
jovens artistas que, provenientes de outras partes da península Itálica, trabalhando em
Roma, encontraram no caravagismo uma tendência a ser seguida por todos artistas.
Os caravagistas pintam quadros paisagistas de grande tamanho, com óleo sobre a tela.
Tratam preferencialmente de temas religiosos, principalmente os mais dramáticos e
violentos. No entanto, adotaram uma iconografia realista, tendo os modelos naturais de
seus santos e virgens. Poucos elementos foram adicionados na composição, além do
personagem central, mas esses elementos foram considerados muito realistas.
Esta tendência de platéia, que assim pareceu melhor para representar as obras, que
incitaram a piedade, fez se tornar um dos primeiros estilos de pinturas da Contra-
reforma. O risco, entretanto, viria a cair na vulgaridade excessiva, levando-os a perder o
respeito, em parte, as imagens sagradas, o que ocorreu, por exemplo, com algumas das
obras de Caravaggio, que foram rejeitadas pelos seus clientes.
Um primeiro olhar sobre a parte inferior da pintura - delimitada pela projeção horizontal
da base da janela - revela
um grupo de sete pessoas.
Na parte superior, é
possível ver, da esquerda
para a direita, uma zona de
escuridão, uma janela e a
entrada de um raio de luz.
Na parte inferior, podemos
ver um primeiro grupo de
cinco pessoas reunidas à
volta de uma mesa de
cobrança de impostos, o
que sugere que estão a
exercer a profissão de
cobrador de impostos ou, A Vocação de S .Mateus, Caravaggio, Igreja de S. Luís dos Franceses, Roma,
pelo menos, que estão a Itália, c.1599-1602.
colaborar nela.
Pode dizer-se, portanto, que entre os dois grupos de pessoas se simboliza uma separação
temporal. Do ponto de vista da composição da pintura, a linha que separa o presente do
passado é a projeção da mediana vertical da janela.
A captura de Cristo
Feita por volta de 1605, a obra retrata o momento que Jesus Cristo é preso para ser
crucificado. São 7 figuras ao
todo na pintura, dizendo-se
que uma delas (o homem à
direita que segura o lampião)
é o auto-retrato do próprio
Caravaggio. O momento da
pintura é o chamado Beijo
de Judas durante a prisão de
Cristo. O fundo da obra é
escuro e a luz destaca os
personagens principais da
cena, sendo essa uma
A Captura de Cristo, Caravaggio, 1602 característica das obras de
Caravaggio. O quadro esteve
perdido por cerca de 200 anos, até ser encontrado na Companhia de Jesus na Irlanda.
A técnica utilizada foi o óleo sobre tela, sendo que a pintura tem 133.5 cm × 169.5
cm de dimensões e está exposta na Galeria Nacional da Irlanda, em Dublin.
A Ceia em Emaús
O tema da cena de Emaús foi tratado pelo artista também numa outra versão,
executada por volta de 1606, hoje, conservada na Pinacoteca de Brera, em Milão.
Nesta, o acento recai na
teatralidade dos gestos exagerados
e demonstrativos da enorme
surpresa dos discípulos no
instante em que reconhecem
Cristo, jovem e sem barba, que
abençoa o pão.
Na composição, São
Jerônimo encontra-se
de cabeça baixa,
imerso na leitura e na
escrita de um texto,
São JerÔnimo que escreve, Caravaggio, 1605-1606 conforme mostram as
rugas acentuadas na
sua testa. O seu corpo magro está envolvido por um manto vermelho que deixa parte do
tronco e braço direito a descoberto. O santo já idoso e calvo usa uma longa barba
branca.
O braço de São Jerônimo, que empunha uma pena, direciona o olhar do observador para
o crânio que se encontra sobre um livro aberto, fazendo uma alusão ao tema estudado
por ele: a fugacidade e a fragilidade da vida humana. Sua cabeça calva possui uma
grande semelhança com a caveira. Caravaggio, usando a sua técnica de luz e sombra,
põe em destaque o manto vermelho do santo, o branco forte do tecido sobre a mesa e do
livro onde se encontra o crânio, os tons castanhos da mesa de madeira e dos livros sobre
ela, assim como o santo e a caveira.
CONCLUSÃO
Com a realização deste trabalho ficámos a perceber um pouco mais sobre a vida de
Michelangelo Merisi, Caravaggio. Ficámos também a entender todas as dificuldades
que teve de ultrapassar ao longo da sua carreira como artista e como o seu mau
temperamento e algumas más decisões o colocaram em posições de perigo e
encarceramento.
Atualmente, muitas das suas obras estão expostas por todo o mundo, cada uma delas
com especificações próprias e um história por contar.
BIBLIOGRAFIA/WEBGRAFIA
Bibliogragia:
Nunes,Simões. História da Cultura e das Artes: Raiz Editora.2023.
Webgrafia:
IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. Caravaggio. História das Artes, 2024.
Contra-reforma.Wikipedia, 2024