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INTRODUÇÃO

Neste trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de História e Cultura das Artes e
tem como finalidade descobrir e entender mais sobre a história de Caravaggio e os
caravaggistas (os seus seguidores).

Caravaggio foi um dos maiores artistas do barroco italiano que viveu no século XVI.
Dono de uma personalidade forte e um estilo extravagante, grande parte de sua obra
chocou a sociedade. A sua pintura foi considerada revolucionária para a época, seja nas
técnicas utilizadas, seja nas pessoas retratadas.

Escolhi este tema porque quero perceber mais sobre a vida do pintor e o seu trabalho. A
forma como influenciou dezenas de pessoas e também como chocou maior parte delas.
Com este trabalho espero conseguir entender as suas técnicas e o estilo que desenvolveu
– tenebrismo. O “tenebrismo” é o nome dado a essa técnica em que ele utilizava luz e
cor em primeiro plano sobre um fundo escuro.
Capitulo I
A vida de Caravaggio
Michelangelo Merisi (ou Amerighi),
conhecido como Caravaggio (29 de setembro
de 1571 — Porto Ercole, 18 de julho de
1610) foi um revolucionário na época em
que viveu. Caravaggio era o nome da aldeia
natal da sua família e foi escolhido como o
seu nome artístico.

O seu pai, que era mordomo-chefe de


Francesco Sforza, Marquês de Caravaggio,
morreu em 1577, e o menino, junto com dois
irmãos e uma irmã, foi criado pela mãe,
Lucia Aratori. Em 1584, aos 12 anos,
Caravaggio entrou como aprendiz no
estúdio do pintor milanês Simone Peterzano.

Pouco se sabe sobre esse período de sua


vida, apenas que sua mãe morreu em 1590, e
que, dois anos mais tarde, os três irmãos
dividiram a propriedade da família em partes iguais e que com a sua parte da herança
Caravaggio partiu para Roma. Roma atraia o pintor, pela corte papal. Ali conviveu com
artistas e arquitetos de toda a Itália e do exterior, atraídos pelos ambiciosos projetos
papais de reconstrução e embelezamento da cidade.

Caravaggio poderia ter vivido vários anos com o dinheiro de sua herança, mas parece
que gastou tudo muito rápida e impensadamente. Para sobreviver, ele fez pequenos
trabalhos de pintura em série, mas o pagamento que recebia pelas suas pinturas não
ajudava a sua condição. Mais tarde, devido á sua saúde abalada, foi internado no
Hospital Santa Maria da Consolação, onde pintou quadros para a instituição, enviados
posteriormente para Sevilha.

Tempos mais tarde, após a sua reabilitação, o artista atraiu a atenção do Cardeal Del
Monte, clérigo rico e sofisticado, colecionador de obras de arte, amante da música e
patrono oficial da Academia de São Lucas, a escola dos pintores de Roma. O cardeal
acolheu Caravaggio na sua casa, ofereceu-lhe alojamento, alimentação e uma pensão
regular. Em troca, pintou uma série de quadros de jovens efeminados, pois Del Monte
divertia-se discretamente com rapazes.

No início da carreira, Caravaggio pintou naturezas-mortas, paisagens e, eventualmente,


obras sacras. Sem dúvida esse não era o caminho para riqueza e fama.

Em plena Contra-Reforma, Roma assistia a uma crescente construção de igrejas, e cada


novo edifiçio exigia a criação de retábulos e a decoração, que constituíram as obras
barrocas. Nessa altura, era onde estava o dinheiro e onde se estabelecia a reputação do
pintor.
A oportunidade para fazer algum dinheiro com as suas habilidades apareceu em 1599,
quando recebeu uma encomenda de duas grandes pinturas para a Capela Contarelli, da
Igreja de São Luís dos Franceses. Outras grandes encomendas surgiram em rápida
sucessão. Após alguns anos, a fama do pintor já se difundia por toda Europa.

A partir de 1600, época que coincide com o seu primeiro sucesso público, Caravaggio
aparece regularmente nos registos policiais de Roma - foi preso por algum tempo, após
uma agressão, e solto sob a condição de permanecer em casa e não voltar a ofender
Bastione. A quebra desse contrato levá-lo-ia novamente à prisão. Em abril de 1604
acusam-no foi acusado de ter agredido o garçom de um restaurante e tê-lo ameaçado
com a sua espada. No dia 28 de maio de 1606, o temperamento violento de Caravaggio
levou-o à tragédia; por não querer pagar uma aposta de 10 escudos, ele e alguns amigos
envolveram-se numa briga com Ranuccio Tommasoni. O pintor saiu gravemente ferido
e Tommasoni acabou morto em virtude dos ferimentos.

Caravaggio conseguiu esconder-se por três dias, provavelmente no palácio de seu


protetor, o Marquês Giustiniani. Após os três dias, fugiu de Roma, para onde jamais
retornaria. Desconhece-se o seu paradeiro pelos cinco meses seguintes. Por volta de
1606 estava em Nápoles, fora da jurisdição papal e em segurança. Em menos de um ano
completou três grandes retábulos, esperando ansioso que os seus amigos romanos e
patronos influentes lhe obtivessem o perdão papal para que pudesse retornar a Roma.
Mas a resposta das autoridades demorava a chegar, e, em julho de 1607, Caravaggio
saiu de Nápoles com destino à ilha de Malta.

Em julho de 1608, foi sagrado Cavaleiro da Ordem da Obediência, em reconhecimento


por seu trabalho. Mas, incapaz de submeter-se à severa disciplina da Ordem, o
temperamental pintor revidou a ofensa que o fez um cavaleiro e acabou preso
novamente. Ajudado por amigos, conseguiu escapar e fugiu para Sicília, sendo
destituído de todas as honras e excluído da Ordem - não apenas a justiça papal, mas
também dos cavaleiros de Malta.

Em outubro de 1609, chegaram a Roma alguns boatos de que havia sido morto ou
gravemente ferido em Nápoles. A notícia dessa agressão fez com que os esforços dos
amigos para obter o perdão do papa se intensificassem. Diante da notícia de que o papa
Paulo V estaria prestes a conceder-lhe a graça, Caravaggio partiu para Roma sem
esperar resposta sobre sua amnistia.

No verão de 1610, deixou Nápoles repentinamente. Mas ainda sem a plena certeza da
sorte que o esperava, desembarcou em Porto Ércole, cidade situada a cerca de 13
quilômetros ao norte de Roma e que à época era um protetorado espanhol. Aí foi preso e
torturado por dois dias. Quando solto, o seu barco já não se encontrava no mesmo lugar;
havia sido roubado. Enfurecido e em desespero, começou a andar pela praia sob o sol de
verão, tentando encontrar algum indício da sua embarcação e dos seus bens. Desmaiou
em algum lugar após todos os quilómetros andados sob o sol e foi colocado numa cama,
com febre muito forte.
Após uma carreira de pouco mais de uma década, Caravaggio morreu em julho de 1610,
aos 38 anos. O seu corpo permaneceu num local desconhecido por séculos.
Capitulo II
Enquadramento do trabalho do artista no seu
tempo

Barroco é o estilo artístico que floresceu entre o final do século XVI e meados do século
XVIII, inicialmente na Itália, difundindo-se em seguida pelos países católicos da Europa
e da América, antes de atingir, numa forma modificada, as áreas protestantes e alguns
pontos do Oriente.

Considerado como o estilo correspondente ao absolutismo e à Contra-reforma,


distingue-se pelo esplendor exuberante. De certo modo o Barroco foi uma continuação
natural do Renascimento, porque ambos os movimentos compartilharam um profundo
interesse pela arte da Antiguidade clássica, embora interpretando-a de formas diferentes.
Enquanto no Renascimento as temáticas enfatizavam qualidades de moderação,
economia formal, austeridade, equilíbrio e harmonia, o tratamento Barroco de temas
idênticos mostrava maior dinamismo, contrastes mais fortes, maior dramaticidade,
exuberância, realismo e uma tendência ao decorativo, além de manifestar uma tensão
entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual.
A arte barroca espalhou-se a partir de Roma pelo resto da Europa e pelos países sob a
sua influência. É compreensível que as suas formas características vão surgindo nas
várias nações com um atraso tanto maior quanto se distanciavam da Itália. A isto, junta-
se um segundo fator, onde quer que o clima cultural, religioso e político fossem
semelhantes ao italiano, o barroco era bem acolhido e espalhava-se rapidamente, ao
passo que era recusado nos locais em que as condições históricas eram diferentes.

Existiram três tendências culturais e intelectuais mais amplas que tiveram um impacto
profundo na arte barroca:

1. Contra-reforma
O primeiro deles foi o surgimento da Contra-reforma e a expansão do seu domínio,
tanto territorial quanto intelectualmente. A Contra-reforma é o movimento criado pela
Igreja Católica a partir de 1545, e que, segundo alguns autores, teria sido uma resposta à
Reforma Protestante (de 1517) iniciada por Martinho Lutero. Para combater as
incursões feitas pela reforma, a igreja católica romana após o Concílio de Trento (1545
– 1563) adotou uma postura propagandística na qual a arte deveria servir como um meio
de ampliar e estimular a fé do público na igreja. Para esse fim, a igreja adotou um
programa artístico consciente, cujos produtos de arte fariam um apelo emocional e
sensorial aos fiéis.

2. Consolidação das monarquias absolutas


A segunda tendência foi a consolidação de monarquias absolutas, acompanhada da
formação simultânea de uma proeminente e poderosa classe média, que passou a
desempenhar um papel no patronato da arte.

Palácios barrocos foram construídos numa escala ampliada e monumental de modo a


mostrar o poder e a grandeza do estado centralizado, um fenómeno exibido no palácio
real e jardins de Versalhes.

3. A ampliação geral dos horizontes intelectuais humanos


A terceira tendência foi um novo interesse pela natureza e uma ampliação geral dos
horizontes intelectuais humanos, estimulados pelo desenvolvimento da ciência e pelas
explorações do globo. Estes produziram simultaneamente um novo sentido, tanto da
insignificância humana (particularmente encorajado pela ideia da Terra estar no centro
do universo) quanto da complexidade e as infinitas suspeitas do mundo natural.
O desenvolvimento da pintura de paisagem do século XVII, em que os humanos são
frequentemente retratados como figuras diminutas num vasto cenário natural, é um
indicativo dessa mudança de consciência da condição humana.

Caravaggio foi um dos mais notáveis pintores italianos, atuou em Roma, Nápoles, Malta
e Sicília, entre 1593 e 1610. Desenvolveu um estilo baseado numa inovadora
intensidade dos assuntos, obtida através de uma luz contrastante e de uma abordagem
realista. A vitalidade e a força que caracterizam a sua obra deram lugar a um novo estilo
na arte dos fins do século XVI e inícios do século XVII. O seu trabalho exerceu uma
influência importante no estilo barroco, estilo do qual foi o primeiro grande
representante.

Caracterizado pelo rigor da suas obras, Caravaggio pintou temas religiosos onde
explorava o contraste entre luz e sombras. Destacam-se: "A Captura de Cristo", "A
Morte da Virgem", "A Ceia de Emaús".

As suas obras baseavam-se fundamentalmente em temas religiosos. No entanto, foram


várias as vezes em que as suas pinturas feriam as susceptibilidades dos seus clientes.

Caravaggio procurou a realidade palpável e concreta da representação. Para isso,


utilizou figuras humanas como modelos, sem receio de representar a feiura, e a
deformidade em cenas provocadoras, características essas que distinguem as suas obras.
Caravaggio preferia escolher, por entre o povo, modelos humanos tais como prostitutas,
crianças de ruas e mendigos. Dos efeitos que Caravaggio dava aos quadros, originou-se
o tenebrismo, em que os tons terrosos contrastam com os fortes pontos de luz.
Capitulo III
5 conceitos-chave nas obras de Caravaggio
Com um estilo singular, Caravaggio expressou forte realismo nas suas obras. As suas
pinturas frequentemente retratavam cenas religiosas com um senso de realismo e
naturalismo que foi inovador para a sua época. Usou pessoas comuns como modelos
para suas figuras, e o seu trabalho foi frequentemente caracterizado por emoções
intensas e dramáticas. Por isso, o fundo das suas obras era composto de cores escuras
que muitas vezes confundiam os espetadores.

Existem cinco conceitos-chave nas obras de Caravaggio:

Chiaroscuro: — ou claro-escuro — é uma técnica que consiste, basicamente, num alto


contraste entre luz e sombra e exige bons conhecimentos em perspectiva, efeitos físicos
da luz, dos brilhos e até mesmo das tintas que são utilizadas. Ou seja, o contraste é a
base do chiaroscuro. É a partir dele que são definidos os objetos — sem usar linhas de
contorno — e o volume, por meio das sombras mais definidas.

Naturalismo: Caravaggio gostava de retratar pessoas simples, tais como camponeses e


prostitutas. Numa das suas obras São Mateus foi retratado como um humilde artesão.
Em outras telas os apóstolos surgem com a pele beijada pelo sol e pelo vento. Esse
naturalismo foi um distanciamento das imagens idealizadas favorecidas pelos primeiros
artistas renascentistas.

Tenebrismo: Tenebrismo foi uma tendência pictórica nascida no Barroco (estilo


artístico que floresceu entre o final do século XVI e meados do século XVIII) que se
perpetuou irregularmente até o Romantismo. Como corrente estilística teve curta
duração, mas em termos de técnica representou uma importante conquista, que foi
incorporada à história da pintura ocidental. O Tenebrismo, deriva de tenebroso, uma
palavra italiana que significa "escuro, turvo, sombrio", uso de contrastes dramáticos
entre claro e escuro, em que as pinturas com áreas pretas e sombras profundas eram
intensamente iluminadas, geralmente por uma única fonte de luz. Caravaggio usou essa
técnica para criar uma sensação de drama e tensão nas suas obras.

Intensidade psicológica: as pinturas de Caravaggio eram frequentemente


caracterizadas por uma sensação de intensidade emocional, com figuras que exibiam
emoções cruas e poderosas. Essa profundidade psicológica foi outro distanciamento do
estilo mais contido dos primeiros artistas renascentistas.

Temas religiosos: muitas das obras mais famosas de Caravaggio retratavam cenas
religiosas, mas ele frequentemente retratava-as de uma forma mais acessível e
identificável para as pessoas comuns. O seu uso do naturalismo e da profundidade
psicológica fez com que suas pinturas religiosas parecessem mais humanas e menos
idealizadas.
Capitulo IV
Caravaggistas

O Caravagismo foi uma corrente seguidora do barroco, que ocorreu principalmente no


século XVI, que designa o estilo dos artistas que se inspiraram na obra do pintor
italiano, Michelangelo Merisi da Caravaggio. Estes artistas também são conhecidos
como tenebristas, na sua utilização da técnica do claro-escuro. Pintores caravagistas
reproduzem a figura com grande realismo, frequentemente representando-a contra um
fundo monocromático, e iluminado por uma luz violenta.

Originou-se em Roma no início do século XVII, e desenvolveu-se aproximadamente


entre 1590 e 1650. Os artistas principais da corrente caravagista foram: Bartolomeo
Manfredi, Orazio Gentileschi e Artemisia Gentileschi, Gerrit van Honthorst, Hendrick
ter Brugghen, Giovanni Serodine, Battistello Caracciolo e José de Ribera.

O Caravagismo surgiu como uma reação ao maneirismo, um estilo que foi considerado
artificial, muito requintado e intelectual. Caravaggio propôs tomar como modelo a
realidade, como as pessoas que encontrava na rua. A instalação das pinturas de
Caravaggio na Capela de São Mateus Contarelli teve um impacto imediato entre os
jovens artistas que, provenientes de outras partes da península Itálica, trabalhando em
Roma, encontraram no caravagismo uma tendência a ser seguida por todos artistas.

Os primeiros caravagistas foram Giovanni Baglione (embora a sua fase caravagista


tenha durado pouco) e o toscano Orazio Gentileschi. Na geração seguinte vieram: o
veneziano Carlo Saraceni, o mantuano Bartolomeo Manfredi e o romano Orazio
Borgianni. Gentileschi esteve também perto de Caravaggio, e foi a mais talentosa entre
os pintores que foram anexados a este movimento.

Os caravagistas pintam quadros paisagistas de grande tamanho, com óleo sobre a tela.
Tratam preferencialmente de temas religiosos, principalmente os mais dramáticos e
violentos. No entanto, adotaram uma iconografia realista, tendo os modelos naturais de
seus santos e virgens. Poucos elementos foram adicionados na composição, além do
personagem central, mas esses elementos foram considerados muito realistas.

Esta tendência de platéia, que assim pareceu melhor para representar as obras, que
incitaram a piedade, fez se tornar um dos primeiros estilos de pinturas da Contra-
reforma. O risco, entretanto, viria a cair na vulgaridade excessiva, levando-os a perder o
respeito, em parte, as imagens sagradas, o que ocorreu, por exemplo, com algumas das
obras de Caravaggio, que foram rejeitadas pelos seus clientes.

As cores predominantes são o vermelho, castanho e preto. São aplicadas diretamente,


sem esboçar ou desenhar, o que em italiano se chama alla prima.
Capitulo V
Exemplos
A Vocação de S. Mateus

Um primeiro olhar sobre a parte inferior da pintura - delimitada pela projeção horizontal
da base da janela - revela
um grupo de sete pessoas.
Na parte superior, é
possível ver, da esquerda
para a direita, uma zona de
escuridão, uma janela e a
entrada de um raio de luz.
Na parte inferior, podemos
ver um primeiro grupo de
cinco pessoas reunidas à
volta de uma mesa de
cobrança de impostos, o
que sugere que estão a
exercer a profissão de
cobrador de impostos ou, A Vocação de S .Mateus, Caravaggio, Igreja de S. Luís dos Franceses, Roma,
pelo menos, que estão a Itália, c.1599-1602.
colaborar nela.

Estão vestidas ao estilo do século XV-XVI, ou seja, da época de Caravaggio. Alguns


objectos transportados ou usados pelos coleccionadores são igualmente marcantes: um
vistoso chapéu de penas brancas, uma espada, um saco de dinheiro atado ao cinto, as
moedas e o livro de contas sobre a mesa e ainda um par de óculos. Pode entender-se que
se trata de objectos mais ou menos característicos do ofício. No segundo grupo, pelo
contrário, podemos distinguir duas figuras vestidas com túnicas antigas, características
do tempo de Cristo.

Pode dizer-se, portanto, que entre os dois grupos de pessoas se simboliza uma separação
temporal. Do ponto de vista da composição da pintura, a linha que separa o presente do
passado é a projeção da mediana vertical da janela.
A captura de Cristo
Feita por volta de 1605, a obra retrata o momento que Jesus Cristo é preso para ser
crucificado. São 7 figuras ao
todo na pintura, dizendo-se
que uma delas (o homem à
direita que segura o lampião)
é o auto-retrato do próprio
Caravaggio. O momento da
pintura é o chamado Beijo
de Judas durante a prisão de
Cristo. O fundo da obra é
escuro e a luz destaca os
personagens principais da
cena, sendo essa uma
A Captura de Cristo, Caravaggio, 1602 característica das obras de
Caravaggio. O quadro esteve
perdido por cerca de 200 anos, até ser encontrado na Companhia de Jesus na Irlanda.
A técnica utilizada foi o óleo sobre tela, sendo que a pintura tem 133.5 cm × 169.5
cm de dimensões e está exposta na Galeria Nacional da Irlanda, em Dublin.
A Ceia em Emaús

O tema da cena de Emaús foi tratado pelo artista também numa outra versão,
executada por volta de 1606, hoje, conservada na Pinacoteca de Brera, em Milão.
Nesta, o acento recai na
teatralidade dos gestos exagerados
e demonstrativos da enorme
surpresa dos discípulos no
instante em que reconhecem
Cristo, jovem e sem barba, que
abençoa o pão.

Os braços abertos do peregrino à


direita, o cotovelo com a manga
rota de Cléofas, o admirável cesto
de frutas em desequilíbrio à beira
da mesa, a garrafa que filtra a luz,
A Ceia de Emaús, Caravaggio, Mational Gallery, Londres, Reino
o frango assado, todos os elementos, Unido, 1601.
em suma, parecem imergir do
quadro, convidando o observador a participar da divina manifestação.

Caravaggio mergulha a cena na sombra da sala de uma hospedaria, sem a decoração


que o tema sagrado exigia, mas com revolucionária adesão à realidade e à vida
cotidiana. A composição está construída em profundidade, em planos diferentes, aos
quais correspondem os diversos protagonistas: as sombras projetadas pelas figuras
sobre o fundo da parede sublinham as proporções das personagens na cena.
São Jerônimo que escreve
A Igreja Católica, no
início do século
XVII, desenvolveu
um grande culto em
honra de São
Jerônimo, venerado
como um ardente
propagador do culto à
Virgem Maria.

Na composição, São
Jerônimo encontra-se
de cabeça baixa,
imerso na leitura e na
escrita de um texto,
São JerÔnimo que escreve, Caravaggio, 1605-1606 conforme mostram as
rugas acentuadas na
sua testa. O seu corpo magro está envolvido por um manto vermelho que deixa parte do
tronco e braço direito a descoberto. O santo já idoso e calvo usa uma longa barba
branca.

O braço de São Jerônimo, que empunha uma pena, direciona o olhar do observador para
o crânio que se encontra sobre um livro aberto, fazendo uma alusão ao tema estudado
por ele: a fugacidade e a fragilidade da vida humana. Sua cabeça calva possui uma
grande semelhança com a caveira. Caravaggio, usando a sua técnica de luz e sombra,
põe em destaque o manto vermelho do santo, o branco forte do tecido sobre a mesa e do
livro onde se encontra o crânio, os tons castanhos da mesa de madeira e dos livros sobre
ela, assim como o santo e a caveira.

CONCLUSÃO
Com a realização deste trabalho ficámos a perceber um pouco mais sobre a vida de
Michelangelo Merisi, Caravaggio. Ficámos também a entender todas as dificuldades
que teve de ultrapassar ao longo da sua carreira como artista e como o seu mau
temperamento e algumas más decisões o colocaram em posições de perigo e
encarceramento.

Como referido ao longo do trabalho, Caravaggio foi um pintor bastante influente no


barroco italiano (um dos mais notáveis) – chegando a desenvolver um estilo inovador
para a sua época que se baseava em cinco conceitos-chave: chiaroscuro, naturalismo,
tenebrismo, intensidade psicológica e temas religiosos.

Caravaggio retirava a sua inspiração de entre comerciantes, prostitutas, marinheiros,


todo o tipo de pessoas que não eram de nobre estirpe e que tivessem grande expressão,
como as suas obras retratam. Apesar da sua carreira ter sido relativamente pequena e ter
morrido com pouco menos de 40 anos, Caravaggio influenciou muitos outros artistas
que prosseguiram o seu legado – os caravaggistas.

Atualmente, muitas das suas obras estão expostas por todo o mundo, cada uma delas
com especificações próprias e um história por contar.

BIBLIOGRAFIA/WEBGRAFIA
Bibliogragia:
Nunes,Simões. História da Cultura e das Artes: Raiz Editora.2023.
Webgrafia:
IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. Caravaggio. História das Artes, 2024.

Biografia Caravaggio.https://repositorio.ucp.pt/handle/10400.14/21785, 2024

Contra-reforma.Wikipedia, 2024

IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. A Ceia de Emaús, Caravaggio. História das


Artes, 2024.

Acesso em 17 Jan 2024.

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