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O método progressivo-regressivo, do livro “Crítica da razão dialética” de Jean-

Paul Sartre

O Tema central do texto orbita sobre o papel dos indivíduos nos processos históricos ou
como a história leva os indivíduos a agirem em prol da história, suas contradições e
complexidades em relação ao movimento histórico e o sujeito numa relação circular.

Questão de método
Sartre busca inserir os indivíduos como personagens principais da análise marxista e dos
fatos históricos, promovendo uma visão dialética das relações sociais, dos eventos
históricos e como estes eventos geram modos de ser dos indivíduos; entretanto, afirma a
singularidade dos sujeitos e sua coletividade, por exemplo, um proletariado alemão não
é idêntico ao proletariado francês haja vista elementos formadores de cada região.

Críticas
Sartre dedica-se a analisar e discutir criticamente elementos essenciais de análise dos
processos históricos e sociais do marxismo, elencando-os da seguinte forma:

Mecanicismo: O literato se opõe radicalmente às análises mecanicistas presentes no


marxismo considerando ademais como uma atitude injustificável dada a inevitável
concordância e defesa deste campo teórico à economia planificada. Desta feita, o autor
rejeita a aproximação do materialismo histórico às leis universais da natureza
determinando os acontecimentos;
Reducionismos: Outra crítica central de Jean-Paul Sartre é a redução dos fatos à mera
condição da existência dos indivíduos, explanando que estes hábitos são moldados na
infância como forma de fugir das contradições existenciais inerentes no mundo.

Conexão entre ações individuais e modificações sociais


Nesta passagem, Jean-Paul Sartre busca articular as ações individuais com atos sociais.
Para tal, o filósofo exemplifica um indivíduo que reivindica subjetivamente a liberdade
e como este anseio pode mobilizar um número considerável de indivíduos, causando
conflitos sociais. No entanto cabe acrescentar que o literato rejeita o subjetivismo
burguês e deslinda breves comentários a respeito das consequências da revolução
francesa com a ascensão de Napoleão Bonaparte, que consolidou o poder político da
burguesia.

Visão crítica do autor, suas análises e inferências a respeito das ações individuais e
consequências para as ações coletivas
De acordo com as premissas apresentadas pelo filósofo em sua obra pode-se afirmar que
está presente uma proposição de substituições de análises meramente mecanicistas e
deterministas da sociedade almejando uma descrição mais conjuntural, o que não
significa uma total rejeição do método anterior, mas um aprofundamento da
compreensão de cada ação individual e seus impactos sociais subsequentes. Como
mencionado anteriormente há uma evidente proposta do autor sustentando ser
necessário ao marxismo recuperar o indivíduo como personagem principal da História,
sob a perspectiva do existencialismo onde o sujeito está posto de forma ativa em relação
ao que sofre socialmente e historicamente, não sendo apenas levado pelas
circunstâncias. “Não somos aquilo que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram
de nós” (Sartre).
Quais justificativas para o autor desvendam os anseios subjetivos dos indivíduos, o seu
papel nos acontecimentos históricos e a necessidade de reavaliar o pensamento e o
método marxista?

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