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UFPA
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MODERNIZAÇÃO DO CONTROLE DE NÍVEL DE ÓLEO NOS


MANCAIS DE ESCORA DA CASA DE FORCA 2, NA UHE-TUCURUÍ

SANDRA MEIRELES SILVA

1º SEMESTRE DE 2017
_________________________________________________________

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA


CAMPUS DE TUCURUÍ – CAMTUC
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA – FEE
TUCURUÍ–PARÁ
_________________________________________________________
MODERNIZAÇÃO DO CONTROLE DE NÍVEL DE ÓLEO NOS
MANCAIS DE ESCORA DA CASA DE FORCA 2, NA UHE-TUCURUÍ

SANDRA MEIRELES SILVA

Trabalho apresentado a faculdade


de Engenharia Elétrica da
Universidade Federal do Pará no
Campus Universitário de Tucuruí
para obtenção do grau de
Engenheiro Eletricista.
Orientador:
Professor Dr. Ivaldo Ohana

Tucuruí-Pará
2017
SANDRA MEIRELES SILVA

MODERNIZAÇÃO DO CONTROLE DE NÍVEL DE ÓLEO NOS


MANCAIS DE ESCORA DA CASA DE FORCA 2, NA UHE-TUCURUÍ

DATA DA APROVAÇÃO: 01 DE FEVEREIRO DE 2017.

CONCEITO:

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Professor Dr. Ivaldo Ohana - Orientador UFPA

_____________________________________________

Eng. André Veiga Pinheiro

______________________________________________

Eng. Leonardo Brito Lima

Tucuruí – Pará
2017
DEDICATÓRIA

Á Deus.

. Aos meus pais Maria Eliete e


Edimar Rodrigues. Á minha irmã. Aos
meus amigos.
AGRADECIMENTOS

A vida é feita de escolhas, escolhas que fazemos, mas que são


proporcionadas pela vontade de Deus, que com sua infinita bondade e
misericórdia me fez alcançar esse sonho, através de muitas lutas e noites mal
dormidas. Obrigada, Deus!
Sou muito grata a minha família, minha mãe, Maria Eliete, meu pai Edimar
Rodrigues e minha irmã Eliene Meireles pelo apoio e compreensão nas horas
difíceis, pelo puxão de orelha quando necessário, pelos dias que não nos
víamos, por estar estudando nos feriados e finais de semanas, com os colegas
de classe.
Agradeço também aos meus amigos, em especial aos que estiveram
comigo nesses cinco anos: Cleber Correia, Jaqueline Ferreira, Jéssica
Rodrigues, Larisse Lago, Samara Silva, Suene Oliveira. Que não mediram
esforço para me ajudar nos momentos de dificuldades, nas matérias
complicadas, se fazendo presente nas horas tristes e alegres.
Não posso deixar de agradecer a duas mulheres, Jaciara e Maria de
Lourdes que nesse período me acolheram em suas casas e me trataram com
uma filha.
Ao Professor Doutor Ivaldo Ohana por me ajudar desde o início do curso
e pela orientação na construção deste trabalho.
Ao meu co-orientador Eng. Wellington Mazall, que me proporcionou esse
tema e me orientou nas etapas teóricas e práticas do sistema aplicado.
Agradeço a Universidade Federal do Pará – Campus Tucuruí e o corpo
docente da Faculdade de Engenharia Elétrica por me proporcionar essa
graduação. E a todos os colegas da turma de engenharia elétrica 2012.
EPIGRAFE

Eu sempre me sinto feliz, sabe por quê?


Porque eu não espero nada de
ninguém. Viva a vida para você e antes
de falar, escute. Antes de escrever,
pense. Antes de gastar, ganhe. Antes
orar, perdoe. Antes de magoar, sinta.
Antes de odiar, ame. Antes de desistir,
tente.
Antes de morrer, Viva!
Shakespear
RESUMO

O objetivo deste trabalho é mostrar uma melhoria na supervisão do sistema


de medição do nível de óleo no mancal de escora das unidades geradoras da casa
de força dois da Usina Hidroelétrica de Tucuruí.
O mancal de escora é o sistema responsável pela sustentação vertical do
conjunto turbina/gerador, composto de vários patins segmentados, imersos em um
reservatório de óleo responsável por realizar a lubrificação e resfriamento do mesmo.
Esse óleo e lubrificante sendo necessário uma temperatura e um volume que atenda
as condições de giro da unidade. O sistema que fazia essas medições era constituído
por uma cuba auxiliar com boias de níveis eletromagnéticas, que acionavam os reed
swicths conforme a sua posição, porém estava apresentando muitos problemas, tais
como: baixa precisão, ausência de indicação do volume, rachaduras devido ao peso
da cuba auxiliar, dificuldades na manutenção. A partir desses problemas pensou se
em uma forma mais eficaz e de fácil manutenção.
Chegou se então a um sistema eletrônico de medição de nível cuja precisão
e as funções foram maximizadas, eliminando os problemas críticos do sistema e
reduzindo as dificuldades de manutenção, melhorando além de tudo a segurança na
execução das atividades de manutenção, utilizando um Indicador Digital Universal
(DMY-2030- Presys) ligado a um transdutor de pressão (Piezorresitivo em aço inox,
AISI316L).

PALAVRAS-CHAVE: Mancal de escora. Indicador Digital Universal. Supervisão.


ABSTRACT

The objective of this work is to show an improvement in the supervision of


the oil level measurement system in the anchor bearing of the powerhouse two
generating units of the Tucuruí Hydroelectric Plant.

The anchor bearing is the system responsible for the vertical support of
the turbine / generator set, composed of several segmented skates, immersed in
an oil reservoir responsible for lubricating and cooling the same. This oil and
lubricant thus requires a temperature and a volume that meets the turning
conditions of the unit. The system that made these measurements consisted of
an auxiliary tank with electromagnetic buoys, which triggered the reed switch’s
according to their position, but it was presenting many problems, such as: low
precision, no indication of volume, cracks due to weight Of the auxiliary tank,
difficulties in maintenance. From these problems has thought itself in a more
effective and easy maintenance.

Then came an electronic level measurement system whose accuracy and


functions were maximized, eliminating the critical problems of the system and
reducing the difficulties of maintenance, improving in addition the security in the
execution of the maintenance activities, using a Universal Digital Indicator (DMY-
2030-Presys) connected to a pressure transducer (AISI316L).

KEYWORDS: Anchor bearing. Universal Digital Indicator. Supervision.


Sumário
LIST DE ILUSTRAÇÕES ............................................................................................10
LISTA DE ABREVIATURAS......................................................................................11
1 – INTRODUÇÃO .......................................................................................................12
1.2 – OBJETIVO ........................................................................................................13
1.3 – MOTIVAÇÃO ....................................................................................................14
1.4 – JUSTIFICATIVA ...............................................................................................15
1.5 – ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ................................................................15
2- REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................16
2.1 – TURBINA FRANCIS........................................................................................17
2.2. – PRINCIPAIS COMPONENTES DE UMA TURBINA DO TIPO FRANCIS:
......................................................................................................................................18
2.3 – FUNÇÕES DOS COMPONENTES ..............................................................19
2.3.1 – Rotor ......................................................................................................... 19

2.3.2 – Distribuidor............................................................................................... 19

2.3.3 – Palhetas ................................................................................................... 20

2.3.4 – Tubo de sucção ...................................................................................... 20

2.3.5 – Tampa da turbina ................................................................................... 20

2.4 – MANCAL DE ESCORA ..................................................................................20


2.5 – MEDIÇÃO DE NÍVEL ......................................................................................21
2.5.1 – Operação e Manutenção ....................................................................... 22

2.6 – INDICADOR DIGITAL UNIVERSAL .............................................................22


3 – METODOLOGIA....................................................................................................25
3.1 – MATERIAIS E METODOS .............................................................................25
3.2 – CÁLCULO DO NÍVEL .....................................................................................27
3.3 – PROCESSOS DE MONTAGEM ...................................................................29
4 - RESULTADOS E DISCURSÕES ..........................................................................32
4.1 – SISTEMAS DE MEDIÇÕES...........................................................................32
4.1.1 – SISTEMA ANTIGO ................................................................................. 32

4.1.2 – PROPOSTA DE UM NOVO SISTEMA ............................................... 36

4.1.3 – SISTEMA NOVO INSTALADO............................................................. 39

5 – CONCLUSÃO..........................................................................................................41
5.1 – Propostas futuras ............................................................................................41
6 – REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ..................................................................42
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Painel do Estágio - 2016 .......................................................................... 14


Figura 2 - Unidade geradora expandida .................................................................. 17
Figura 3- Turbina Francis ........................................................................................... 19
Figura 4 -Mancal de escora aberto, em laranja o óleo nos patins. ...................... 21
Figura 5- Indicador digital (Presys) ........................................................................... 23
Figura 6-Materiais Utilizados ..................................................................................... 25
Figura 7- Como os materiais são montados.................................................................... 26
Figura 8- ID retirado do estoque ............................................................................... 27
Figura 9-Variação do nível de óleo das UGHs (linha vermelha) com máquina em
operação e com linha verdes a máquina parada. .................................................. 28
Figura 10- Sistema instalado na cuba de ensaio ................................................... 31
Figura 11- Iterruptor de laminas ................................................................................ 32
Figura 12-Sistema de medição com boias eletromagnéticas ............................... 33
Figura 13-Cuba auxiliar (Nivostato) .......................................................................... 34
Figura 14-Componentes desenhados e projetados para o sistema de supervisão
........................................................................................................................................ 37
Figura 15-Conj. Montado do sistema de medição de nível do óleo do mancal de
escora ............................................................................................................................ 38
Figura 16- Melhoria instalada no ME ........................................................................ 39
LISTA DE ABREVIATURAS

UFPA – Universidade Federal do Pará


UHE – Usina Hidrelétrica
UGH – Unidade Geradora Hidráulica
SIN – Sistema Interligado Nacional
COU – Centro de Operação da Usina
CLP – Controlador Lógico Programável
SPCS – Sistema de Proteção, Controle e Supervisão
SAP – Sistemas, Aplicativos e Produtos para processamento de dados
CF – Casa de Força
M. OP. – Máquinas em operação
M. PA – Máquina em parada.
M.E. – Mancal de Escora
ID – Indicador Digital
ELN - Eletronorte
12

1 – INTRODUÇÃO

A usina hidrelétrica Tucuruí instala no sudeste do Pará, foi inaugurada em


vinte e dois de novembro de 1984 com capacidade de 400 MW, sendo ampliada
em meados de 2010 para 8370MW. A UHE começou a atuar no estado do Pará
com a missão de preparar a infraestrutura energética necessária para atender
os polos minero metalúrgicos que seria instalado no oeste do Pará.
A UHE-Tucuruí é uma das maiores obras de engenharia já realizada na
Amazônia, um marco da engenharia mundial de barragem pela sua magnitude,
execução e operação. Levar máquinas, equipamentos e trabalhadores dos mais
diversos lugares do Brasil e do mundo, exigiu uma complexa logística, com a
construção de estradas, aeroportos e vilas residenciais.
A usina foi construída em duas etapas, tendo inicialmente doze unidades
geradoras principais de 350MW e duas unidades geradoras auxiliares de
22,5MW. Na segunda etapa foram adicionadas mais onze unidades geradoras
de 375MW, totalizando vinte e cinco unidades e uma potência de 8370MW.
(Fonte: Arquivo Eletrobras Eletronorte).
As máquinas elétricas foram projetadas para realizarem com máxima
facilidade e eficiência a conversão de esforços mecânicos em energia elétrica.
São constituídas basicamente de duas partes: sendo uma fixa, denominada
estator e uma móvel, montada sobre o eixo de forma a permitir sua rotação,
chamado rotor. Para sustentar e conduzir esses dois conjuntos temos os
mancais.
Existem vários tipos de mancais, mas vamos tratar aqui especificamente
do mancal de escora, que consiste em suportar as cargas e esforços axiais do
conjunto girante. Para isso utiliza se um sistema de suspensão que eleva a
máquina usando a injeção de óleo pressurizado, que serve para levantar a
unidade e lubrificar o mancal. Esse óleo precisa estar em uma temperatura e
volume que atenda aos requisitos de funcionamento da unidade geradora, com
isso temos os sistemas de supervisão que controlam e monitoram esses
requisitos, que necessita ser preciso e eficiente.
O avanço das tecnologias de automação tem contribuído bastante para a
solução de problemas e para a modernização de processos complexos no
13

ambiente industrial, sendo também utilizado da automação nos ambientes


comerciais e residenciais. Nas indústrias os processos necessitam de
automação para assim controlar a produção, a qualidade dos produtos e a
segurança do processo. Uma das variáveis que apresentam essas
características e que mais requerem um alto grau de precisão e segurança é a
medição de nível em tanques ou reservatórios. O processo de medição e
controle de nível é importante para controlar o volume do conteúdo estocado,
para a segurança da operação de fábricas e indústrias, para a preservação do
meio ambiente e para o controle dos limites máximos e mínimos do nível medido.
E, para que a medição de nível funcione de maneira segura e eficaz, alguns
processos necessitam de técnicas e princípios de medição mais avançados.
Para se escolher um tipo de medidor de nível e preciso levar em
consideração alguns fatores para que atenda de modo satisfatório os processos
a serem medidos, tendo processos mais versáteis, porém o custo de aquisição
e mais elevado. É importante pesquisar o medidor que atenda a todas as
necessidades do processo a ser medido, medidores eficientes, com baixo custo
de aquisição, e atendendo ao sistema proposto.
Tendo com sensor utilizado na aplicação o pressostato é um dispositivo
comum em medição de fluidos para sistemas industriais. Ele auxilia a regulação
da pressão em diversas aplicações e ajuda a proteger os equipamentos da
sobrepressão. Não é possível pensar a automação e refrigeração industrial
moderna sem ele. Técnicos e engenheiros de manutenção, procuram a
confiabilidade de um pressostato para que o sistema ou aplicação garanta suas
funções. Existem situações nas quais a robustez do pressostato é importante, e
nessa hora, conhecer o fabricante e sua expertise de pesquisa e fabricação faz
toda a diferença.

1.2 – OBJETIVO

Objetivo principal demostrar a implementação do processo de


modernização do sistema de controle de nível do óleo, sistema supervisório
(Nivostato), localizado no mancal de escora das unidades geradoras da casa de
força 2 da UHE-Tucuruí, que não estava respondendo devidamente as suas
funções de supervisão e controle do nível de óleo contido no mancal de escora.
14

1.3 – MOTIVAÇÃO

A motivação inicial deste trabalho surgiu da realização de um projeto para o


painel de estágio, apresentado como conclusão de fim de período das atividades,
para empresa Eletrobrás-Eletronorte. E a vontade de aprender mais sobre a
eletrônica e suas aplicações prática, sendo proporcionada pela equipe de
instrumentação.

Apresentação ao público do sistema, no painel do estagiário 2016, nas imediações


da UHE- Tucuruí

Figura 1 - Painel do Estágio - 2016

Fonte: SILVA, S.M.


15

Por seguinte mostrar o que acontece em uma usina com mais de 30 anos
de funcionamentos, com algumas máquinas com falhas no seu projeto e que
melhorias são necessárias para o bom funcionamento de suas unidades
geradoras.

1.4 – JUSTIFICATIVA

Com base na ideia de modernização de processos industriais para a


otimização do seu desempenho, o trabalho irá desenvolver a implementação de
um sistema de automação no controle de nível de óleo do mancal de escora
através da substituição de um sistema de medição deficiente, por soluções atuais
e confiáveis.

1.5 – ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho está dividido em cinco capítulos:

Capitulo 1 – Introdução: apresenta um pouco a usina hidrelétrica Tucuruí,


o mancal de escora que é o nosso local de estudo e o uso de automação.
Capitulo 2 – Referencial Teórico: vai tratar sobre a unidade geradora, suas
partes, funções para a geração de energia, onde está localizado o mancal de
escora, o indicador digital utilizado na melhoria.
Capitulo 3 – Materiais e Métodos: os materiais utilizados para o sistema
desenvolvido e seu processo de montagem.
Capitulo 4 – Resultados e Discursões: apresenta o sistema anterior e suas
problemáticas, o sistema elaborado e o novo instalado nas unidades 15 e 16 da
casa de força dois da UHE-Tucuruí.
Capitulo 5 – Conclusão: Fez uma análise e comparação do sistema de
medição, com o já instalado no mancal guia do gerador.
16

2- REFERENCIAL TEÓRICO

Uma usina hidrelétrica é um agrupamento de equipamentos e componentes


que tem a função de transformar a energia potencial hidráulica de um rio ou uma
represa, em energia elétrica, (Schreiber, 1978; Souza, 1983).

Basicamente é composta de:

 Barragem - onde é represada a água do rio para promover principalmente


a queda d’água;
 Tomada D’água – onde faz a distribuição da água para as diversas
máquinas;
 Conduto - que direciona a água até a Turbina;
 Casa de Máquina ou Casa de Força onde ficam:
 Turbina – que transforma a energia cinética de movimento da água em
energia mecânica de rotação para acionar o Gerador;
 Gerador – transforma a energia mecânica proveniente da turbina em
energia elétrica;
 Outros componentes como regulador de velocidade, regulador de
tensão, serviços auxiliares e outros;
 Canal de Restituição de Água;

Cada uma destas estruturas ou componentes acima, por sua vez, são
compostos de vários equipamentos e periféricos para o funcionamento global da
usina.
Usinas hidroelétricas, visam a geração de energia elétrica, utilizando
unidades geradoras, que são um conjunto de componentes que combinando
suas funções fazem a geração de energia elétrica, sendo compostas por um
gerador, turbina e auxiliares. Esses equipamentos são atuados a partir da força
potencial gravitacional da agua que desce pelo conduto forçado, chegando a
caixa espiral (caracol), assim a pressão da agua que entra na turbina produz um
movimento giratório do eixo, a energia mecânica e convertida em energia elétrica
17

a partir da indução de um campo magnético dentro do gerador, gerando


eletricidade em seus terminais.

Figura 2 - Unidade geradora expandida

Fonte: engeduardomelo.blogspot.com.br

2.1 – TURBINA FRANCIS

Existem vários tipos de turbina, cada qual com aplicação em função de


vários fatores, e que as principais são: FRANCIS, KAPLAN e PELTON
(Macintyre 1983). Mas vamos falar especificamente sobre a turbina Francis.
Essa turbina foi desenvolvida por James Bicheno Francis (1815-1892),
para serem utilizadas principalmente em quedas de até 600m e vazões elevadas.
Sendo ela do tipo radial o fluxo é primordialmente perpendicular ao eixo de
18

rotação e por serem centrípetas utilizam tubo de sucção para conduzir a água
da saída do rotor até o poço, assim o tubo de sucção permite que a água escoe
de forma continua ao invés de ser descarregada livremente na atmosfera, que
implica em um ganho de energia cinética na saída do rotor e também um ganho
de desnível topográfico entre a saída do rotor e o nível da água do poço.
As turbinas hidráulicas são extremamente eficientes, suas características
hidráulicas especiais permitem fabricar unidades compactas de alta velocidade,
até as potencias mais elevadas, mas como manipulam grandes quantidades de
energia perdas pequenas são significativas. Por isso existe uma constante
preocupação com o aumento da eficiência, assim temos que o rendimento
máximo está associado à determinada velocidade que conhecida como
velocidade nominal da turbina.
A velocidade da turbina está ligada diretamente ao distribuidor, em que a
distribuição da água sobre as pás do rotor é feita por meio de pás diretrizes que
são controlados e distribuem simétrica e simultaneamente a água sobre as pás
do rotor, assim ele controla a entrada da água na turbina e regula a potência
mantendo a velocidade constante.

2.2. – PRINCIPAIS COMPONENTES DE UMA TURBINA DO TIPO


FRANCIS:

 Rotor
 Distribuidor
 Tubo de sucção
 Tampa da turbina
19

Figura 3- Turbina Francis

Fonte: http://www.pxlseals.com/br

2.3 – FUNÇÕES DOS COMPONENTES

2.3.1 – Rotor

Parte rotativa da turbina constituída de: cubo, pás, coroa e anéis de


desgaste superior e inferior. É o principal elemento da turbina. É ele que recebe
a energia cinética da água e transforma-a em energia mecânica de rotação de
eixo que é entregue ao gerador através do eixo da turbina.

2.3.2 – Distribuidor

Tem a função de controlar a vazão de água para o interior do rotor,


atendendo a demanda solicitada pelo gerador. É composto de servomotores,
bielas, anel de regulação, alavancas e principalmente palhetas (também
chamados de aletas ajustáveis).
20

2.3.3 – Palhetas

É a parte do distribuidor que efetivamente ajusta a área de passagem do


fluxo de água para o interior do rotor. Elas são montadas de tal maneira que se
movem em ângulo para variar a vazão de água de zero a máxima. Por serem
móveis, possuem folgas na parte superior e inferior, as menores possíveis, cujas
distâncias são minimizadas para proporcionar um menor vazamento quando
fechados. Resumindo, por melhor que seja o acabamento das partes, sempre
vai existir vazamento pela folga superior e inferior das aletas ajustáveis.

2.3.4 – Tubo de sucção

Parte que mantém a continuidade do escoamento da água que passa pelo


rotor da turbina até o canal de restituição (rio). Inicia logo abaixo da coroa externa
do rotor da turbina.

2.3.5 – Tampa da turbina

Elemento estrutural circular que faz o fechamento do rotor da turbina pela


parte superior (para turbina de eixo vertical). Entre esta tampa e o cubo do rotor,
há um espaço que é denominado de recinto da tampa.

2.4 – MANCAL DE ESCORA

O mancal é um conjunto de segmentos metálicos que suportam as cargas


e os esforços mecânicos dos segmentos do gerador. A lubrificação desses
segmentos é feita por óleo, que é resfriado constantemente por trocadores de
calor. Existem três conjuntos de mancais que suportam as cargas e os esforços:
o mancal guia superior que suporta os esforços no eixo superior, o mancal guia
inferior, no gerador e o mancal guia da turbina, no eixo da turbina. Existe ainda
um mancal que suporta as cargas e esforços axiais, como por exemplo, o peso
do conjunto girante, é chamado de mancal de escora.
O mancal de escora fica localizado acima da turbina e serve para segura-
la na parada da máquina. Para que isso ocorra e colocado um fio de óleo para
21

lubrificação. O mancal de escora usado na usina hidrelétrica de Tucurui é do tipo


a patins com cuba fixa, apoiado sobre o cone suporte e com sistemas de
circulação de óleo e resfriamento.

Figura 4 -Mancal de escora aberto, em laranja o óleo nos patins.

Fonte: Hacker

A função primordial do mancal e transferir os esforços axiais da turbina. O


mancal e constituído de um conjunto de patins dependentes, em que todos os patins
se apoiam sobre uma membrana, fabricada em aço, com espessura fina, oferecendo
uma grande flexibilidade. Essas membranas são fixadas sobre uma placa de assento
a qual transmite a carga para suporte do mancal. A placa de assento possui canais
que interligam as membranas. Os conjuntos formados por essas membranas e
canais formam uma câmara de estanque a qual é preenchida com óleo.

2.5 – MEDIÇÃO DE NÍVEL

A definição de nível pode ser apresentada como a altura de um determinado


conteúdo, podendo este conteúdo ser sólido ou líquido, no interior de um reservatório
aberto ou fechado. Trata-se de uma das principais variáveis utilizadas no controle de
processos contínuos, pois através de sua medição torna-se possível avaliar o volume
22

armazenado dentro de um reservatório ou controlar e assegurar a operação de um


processo dentro de limites pré-estabelecidos. Existem vários princípios e métodos
para visualização, controle e medição de nível. Os métodos mais básicos para a
medição de nível podem ser classificados em três categorias: medição direta,
medição indireta e medição descontínua. Na medição direta a posição do plano
superior do conteúdo medido é tomada como referência para a medição a ser
realizada. Nesse tipo de medição geralmente utiliza-se régua graduada, visor de
nível ou flutuador

2.5.1 – Operação e Manutenção

O controle e realizado pelos medidores de nível, responsáveis por mandar as


informações para o painel de comandos e sinalizar os alarmes quando necessário.
Na medição indireta o nível é medido a partir de grandezas físicas, como pressão e
radiação, ou grandezas elétricas, como a capacitância e a emissão de pulsos
eletromagnéticos de alta frequência. Nesse tipo de medição geralmente são
utilizados sensores hidrostáticos, que medem o nível a partir da pressão da coluna
do líquido dentro de um reservatório ou sensores capacitivos, que medem o nível
através da capacitância entre o sensor e o meio liquido.

2.6 – INDICADOR DIGITAL UNIVERSAL

Os indicadores digitais (ID’s) são medidores que se podem aplicar de


forma muito flexível. Eles permitem visualizar e monitorar parâmetros tais como:
temperatura, umidade do ar, vibrações, pressão, vazão, nível, sinais
normalizados e etc. Existem os ID’s com um tipo de proteção IP65 que podem
ser usados em ambientes diversos. Além da medição e da indicação de sinais
normalizados, também podem medir outras magnitudes físicas mediante
sensores conectados diretamente ao indicador.
23

Figura 5- Indicador digital (Presys)

Fonte: http://presys.com.br/

Os ID’s costumam ser programados in situ através de suas teclas,


também podem ser conectados e configurados mediante a utilização de um
microcomputador, com isso pode armazenar as configurações programadas, o
que permite configurar outros indicadores que utilizem os mesmos comandos.
Assim economizando tempo na programação de diferentes ID’s que irão realizar
o mesmo trabalho, está função também protege os indicadores de uma
manipulação indevida. Os ID’s podem ter duas entradas sendo elas: termopares,
termoresistências, correntes (mAcc), tensão (mVcc).

Como o indicador digital vem preparado para medir nível de água deve
ser feito um cálculo usando a densidade do óleo que é menor que a da água.
Comparando os níveis iguais de água e de óleo teremos:

𝑝(á𝑔𝑢𝑎) − 𝑝𝑎 𝑝(ó𝑙𝑒𝑜) − 𝑝𝑎
=
ρ(água) ∗ g ρ(óleo) ∗ g

Substituindo os valores de densidade da água e do óleo e cancelando a


aceleração da gravidade, temos:

𝑝(á𝑔𝑢𝑎) − 𝑝𝑎 𝑝(ó𝑙𝑒𝑜) − 𝑝𝑎
=
ρ(água) ρ(óleo)
24

𝑝(á𝑔𝑢𝑎) − 𝑝𝑎 𝑝(á𝑔𝑢𝑎)
=
𝑝(ó𝑙𝑒𝑜) − 𝑝𝑎 ρ(óleo)

Tabela 1- Viscosidades do óleo TR68

Analise do óleo

GRAU ISSO 68

Densidade de 20/4 ºC 0,874

Viscosidade a 40 ºC 63,5

Viscosidade a 100 ºC 8,5

Índice de viscosidade 104

Fonte: FISQ
25

3 – METODOLOGIA

3.1 – MATERIAIS E METODOS

Devido a problemas ocasionados no sistema de medição do nível do óleo


do mancal de escora foi pensado em uma nova forma para fazer a essa medição.
Sendo utilizada peças antigas do estoque, peças fabricadas na oficina da
empresa e outras encontras no comercio.

Os materiais utilizados para compor o novo sistema, foram:


 1 e 2 - Transdutor 0 – 100mbar (tipo piezorresistivo em aço inox, sinal de
saída 4 -20mA) + Conector;
 3 - Mangueira Cristal resistente a óleo (Visor de Nível);
 4- Conexão tipo T;
 5 - Conexão joelho 90°;
 6 e 7 - Conector de mangueira;
 8 e 9 - Niples;

Figura 6-Materiais Utilizados

Fonte: Silva, M.S.


26

Figura 6 – Mostra os materiais utilizados na montagem do Visor de nível do


sistema novo instalado.

Figura 7- Como os materiais são montados

Fonte: Silva, S.M.

A figura-7 ilustra a localização de cada material utilizado e como ficara montado


quando pronto.
27

Figura 8- ID retirado do estoque

Fonte: autor

3.2 – CÁLCULO DO NÍVEL

Densidade do Óleo (Marbrax TR68): 0,874 g/cm³ a 20ºC


p = pa + ρ.g.h
h = (p – pa)/(ρ.g)

Como o indicador digital vem preparado para medir nível de água deve
ser feito um cálculo usando a densidade do óleo que é menor que a da água.
Comparando os níveis iguais de água e de óleo teremos:

𝑝(á𝑔𝑢𝑎) − 𝑝𝑎 𝑝(ó𝑙𝑒𝑜) − 𝑝𝑎
=
ρ(água) ∗ g ρ(óleo) ∗ g

Substituindo os valores de densidade da água e do óleo (Densidade do


Óleo: 0,874 g/cm³) e cancelando a aceleração da gravidade, temos:

𝑝(á𝑔𝑢𝑎) − 𝑝𝑎 𝑝(ó𝑙𝑒𝑜) − 𝑝𝑎
=
1 0,874

𝑝(á𝑔𝑢𝑎) − 𝑝𝑎
= 1,144
𝑝(ó𝑙𝑒𝑜) − 𝑝𝑎
28

O óleo utilizado pode chegar até 380,25 litros de expansão com uma
temperatura de 75ºC. Assim temos que a temperatura influencia diretamente no
nível do óleo.

Tabela 2- Nível e temperatura do óleo no ME para algumas máquinas em OP e PA

Nível do óleo Temp. do óleo

Maq. PA Maq. OP Maq. PA Maq. OP

UHE-13 83 115 30,3 40,9

UHE-14 125 180 30,9 43,4

UHE-21 135 188 29,7 41,7

UHE-22 92 135 30 40,4

UHE-23 106 200 30,3 40,6


Fonte: Equipe de regulação UHE-Tucuruí

Como a temperatura sobe bastante com a UG em operação o óleo e


constantemente resfriado, a partir de motobombas que fazem a retirada e
colocação do óleo.
A imagem a baixo mostra a variação de 54mm entre as maquinas paradas
e em operação.

Figura 9-Variação do nível de óleo das UGHs (linha vermelha) com máquina em operação e
com linhas verdes a máquina parada.

Fonte: Operação UGH-Tucuruí


29

Sendo que algumas maquinas ultrapassam o nível de funcionamento, pois


em operação elas deveria ficar dentro da faixa em verde (que variaria de 90-140
milímetros) marcada no visor de nível.

3.3 – PROCESSOS DE MONTAGEM

Para a montagem desse projeto é necessário realizar alguns Pré-


requisitos para o funcionamento da máquina.
No laboratório de instrumentação é feita a programação no Indicador
Digital da marca PRESYS, esse novo sistema é utilizado para indicação
numérica de níveis de óleo, acionamentos de alarmes e desligamento da
unidade. Os alarmes de níveis de óleo podem indicar ALTO, BAIXO E MUITO
BAIXO. Com esse sistema obtêm-se vantagens como: maior precisão e
facilidade na manutenção do óleo. É realizada a parametrização e algumas
verificações antes de levar o aparelho para o armário. Algumas atividades são
realizadas com a unidade em operação, pois não necessitam de intervenção
elétrica ou mecânica no sistema atual como:

 Calibração do transdutor de nível e parametrização prévia do indicador


(Laboratório de instrumentação);
 Corte do painel e instalação física do indicador de nível no mesmo
(Quadro de Terminais da Turbina - QTT);

Utilizando os materiais citados nas figuras acima é realizada as interligações


das peças e feita a montagem do processo, mas para que aconteça a instalação
do protótipo são necessários alguns procedimentos para substituir o sistema de
medição de níveis do Mancal de Escora. Algumas atividades são feitas com a
unidade parada como:

 A retirada dos pontos de sinalização dos relés da chave de nível no Painel


QTT para desenergização do instrumento;
 Lança-se o cabo de alimentação e sinal do transdutor de nível da cuba
até o painel QTT;
30

 Isola-se a cuba auxiliar de óleo da cuba do mancal fechando a válvula de


interligação e faz-se a drenagem do óleo da mesma (auxiliar);
 Faz-se a desmontagem mecânica do sistema de medição antigo na união
das tubulações, mantendo-se a válvula de isolamento na cuba principal;
 Faz se a montagem mecânica do novo sistema de medição de nível;
 Realiza se a ligação elétrica do indicador e dos terminais de sinalização
aproveitando-se as vias de sinalização do sistema anterior;

Em seguidas a esses procedimentos é necessário averiguar as


parametrizações e fazer as devidas verificações para confirmar se o
funcionamento do sistema é seguro, isso é feito na sequência abaixo:

 Faz se a verificação da escala de medição do indicador com o sistema


sem óleo e as devidas correções se necessário. Essa verificação garante
que a indicação do instrumento estará coerente com a variação real do
nível de óleo;
 Abre se a válvula de isolamento fazendo enchimento do visor de nível e
conferindo-se a elevação do valor de nível do indicador, simultaneamente
verificando-se a saída dos valores de alarme;
 Com apoio da equipe de lubrificação é feita a drenagem de óleo do mancal
observando-se a atuação dos alarmes e “trip” de nível no indicador e no
Sistema Supervisório da Usina (COU);
 Faz se a reposição do óleo no mancal e observa-se o retorno do sistema
com as condições normais de operação com o nível nominal de óleo;
 Após a satisfação dessas pré-condições de funcionamento a unidade
geradora é liberada para operação.

Para fazer os testes e ensaios foi usada a cuba auxiliar de medição retirada da
máquina 15, sendo instalada o novo sistema nela para assim poder verificar se
atendia aos requisitos propostos. Esse projeto foi elaborado através de um sistema
de medição já existente, instalado no mancal de guia do gerador, que utiliza um
indicador digital ligado a um transdutor, sendo este sistema eficaz atendendo a
resolução dos problemas ocorridos.
31

Figura 10- Sistema instalado na cuba de ensaio

Fonte: autor

A figura-10 retrata de que forma e feita a calibração do indicador digital.


Depois de feitos os ensaios e visto que os resultados foram satisfatórios instalou se
o sistema de medição elaborado no mancal de escora da máquina 16 da casa de
força 2, e ainda será replicado para as outras unidades da casa de força 2.
32

4 - RESULTADOS E DISCURSÕES

4.1 – SISTEMAS DE MEDIÇÕES

4.1.1 – SISTEMA ANTIGO

Na UHT utiliza-se o mancal de escora do tipo patins, junto ao mancal encontra


uma cuba auxiliar fixada do lado de fora, onde acontece a medicação do nível de
óleo, em que esse óleo tem por finalidade a lubrificação e o resfriamento, que já se
encontra no mancal. O controle é feito com chave de nível tipo boias eletromecânicas
que estão dentro da cuba auxiliar, no processo as boias se movimentam
horizontalmente de acordo com a quantidade de óleo, entre essas boias existe uma
haste com um reed swicth (interruptor de lâminas), esses sensores são condutores
de fluxo magnéticos que quando exposto a um campo magnético eles são atraídos
e com isso fechando o contato, criando um curto.

Figura 11- Iterruptor de laminas

Fonte: Autor (2016)

Sendo assim acionados quando as boias eletromecânicas se a aproximam


deles, indicando o nível do óleo, dependo do ajuste para alto e baixo. Por não ter
33

uma precisão exata em relação a quantidade de óleo, as sinalizações indevidas,


rachaduras e o local de difícil manutenção, procurou-se uma melhoria que atendesse
as problemáticas ocorridas nesse sistema.

Figura 12-Sistema de medição com boias eletromagnéticas

Fonte: ELN

A figura-12 mostra o posicionamento das boias que acionava os reed switches e por
consequência os alarmes para: NA- nível alto, NB- nível baixo e NMB- nível muito
baixo.
34

Figura 13-Cuba auxiliar (Nivostato)

Fonte: autor

A imagem-13 mostra a localização da cuba auxiliar, podendo ser observado


que está bem próximo da parte superior do mancal, de difícil manutenção, tendo
muitas vezes retirar a cuba toda para poder abrir a tampa.
35

Tabela 3-Notas ocorridas no sistema de medições

Máquinas Notas ocorrida

UG-13 Sinalização indevida de nível alto


Indicação de temperatura elevada nos patins 1 e 3

UG-14 Chave de nível apresentando defeito


Sinalização de baixo nível
Vazamento pelo indicador visual de nível
Atuação de nível alto do óleo
Não atuação do alarme de nível alto

UG-15 Teste na chave de nível


Nível alto na cuba

UG-16 Sinalização indevida de nível alto


Nivostato sem informação
Vazamento de óleo do sistema
UG-17 Sinalização indevida nível baixo
Sinalização indevida de nível alto
Ausência de sinalização

UG-18 Atuação intermitente da chave de nível


Sinalização fixa de nível alto

UG-19 Sinalizações indevidas de nível alto e baixo

UG-20 Vazamento de óleo


Sinalização de nível alto na cuba

UG-21 Não sinalização de nível baixo


Vazamento de óleo

UG-22 Indicação incorreta do nível

UG-23 Alarme de nível alto

Fonte: SAP-R3
36

4.1.2 – PROPOSTA DE UM NOVO SISTEMA

Após analisado esses problemas verificou se que a soluções seria a troca do


sistema, por um que fosse eficiente em suas medições e projetado com materiais
mais leves.
Foi então elaborado pela equipe de instrumentação um projeto dentro das
normas, que utilizaria materiais resistentes a óleo e de peso que não afetasse a
estrutura do mancal de escora.
Os materiais a serem utilizados na proposta, foram:

 Niple sextavado em aço inoxidável com rosca 1/2” BSP;

 Tubos em aço inoxidável roscado nas duas extremidades tipo 1/2” BSP
com comprimentos de 153 mm e 70 mm;

 União em aço inoxidável conexões roscadas 1/2” BSP;

 Válvula esférica fêmea em aço inoxidável conexões roscadas 1/2” BSP;

 Válvula gaveta fêmea em aço inoxidável conexões roscadas 1/2” BSP;

 Cruzeta em aço inoxidável roscada em todas as tomadas tipo 1/2” BSP;

 Cotovelo 90° em aço inoxidável roscada nas duas tomadas tipo 1/2” BSP;

 Visor de nível em vidro borosilicato, diâmetro externo do vidro entre 25


mm e 35 mm, espessura mínima do vidro 2,8 mm, vedação resistente a
óleo lubrificante. Estrutura em latão ou aço inoxidável com duas ou quatro
hastes de sustentação ou tirantes com porca, conexões ao processo
inferior e superior tipo rosca 1/2” BSP, comprimento total do conjunto
235mm.
37

Figura 14-Componentes desenhados e projetados para o sistema de supervisão

Fonte: Mazall, W.C.


38

Figura 15-Conj. Montado do sistema de medição de nível do óleo do mancal de escora

Fonte 1: MAZALL, C W. (2016)

A proposta acima está dentro dos padrões industriais e estéticos, porém ouve
problemas na compra, pois para a Lei Federal 8.666/93 (As licitações são
procedimentos administrativos formais que a Administração Pública convoca,
mediante condições estabelecidas em ato próprio (edital ou convite), empresas
interessadas na apresentação de propostas para o oferecimento de bens e serviços)
têm que ter no mínimo três propostas de empresas diferentes, para selecionar a
proposta mais vantajosa para administração assegurando a igualdade entre os
participantes do concurso.
Tendo recebido apenas uma proposta como resposta não pode se fazer a
compra dos componentes. Sendo o orçamento recebido de R$ 21.138,00 reais, para
39

instalar em todas as unidades geradoras da CF-2. Com isso teve-se que pensar em
outra forma de solucionar o problema.

4.1.3 – SISTEMA NOVO INSTALADO

Devido a esses problemas com a compra, pensou se em uma alternativa,


alguns projetos foram elaborados até chegar ao sistema aplicado em que retirou se
a cuba e colocou um visor de nível acoplado ao transdutor de nível que ficara ligado
(utilizando materiais encontrados no estoque, feitos no laboratório da empresa e
encontrados no comercio) ao sistema de monitoramento Presys (Indicador Digital
Universal DMY-2030). Sendo ele um sistema de monitoramento que pode medir
diversas variáveis tais como: temperatura, pressão, vazão, nível e etc. possui
memória interna para armazenar os valores de calibração. Ele tem alta exatidão por
utilizar técnicas de auto calibração, além de poder se comunicar com o computador,
suas entradas podem ser duas sendo de termopares, termoresistências, corrente
(mAcc) e tensão (mVcc). Com isso o sistema ficou mais preciso e eficiente, pois
agora sabe se o valor exato do volume de óleo em que 675mm e nível alto, 605mm
e nível baixo e 565mm e muito baixo. O sistema está operação nas maquinas 15 e
16 da casa de força 2.

Figura 16- Melhoria instalada no ME

Fonte: Silva, M.S.


40

Com esse projeto eliminou se os problemas com as rachaduras, pois o visor


de nível foi feito com uma mangueira cristal resistente a óleo, agora temos como
verificar o valor exato em milímetros do volume de óleo no ME, a partir do visor no
indicador digital que converte o sinal vindo do pressostato e também sinaliza os
níveis extremos, nível alto, baixo e muito baixo. Além do custo que foi mínimo
comparado ao que iria ser adquirido.
41

5 – CONCLUSÃO

Fazendo uma análise das notas de serviços emitidas no SAP (Sistema,


Aplicações e Produtos para Processamentos de Dados) para o sistema de medição
do nível do olho do mancal de escora para todas as maquinas da casa de força 2,
num período de 10 anos, obteve se 27 notas, sendo pelo menos uma nota para cada
unidade geradora, mas entre elas a mais acionada foi a máquina 14, com cinco notas
emitidas de sinalizações indevidas, chave de nível com defeito, vazamentos entre
outros problemas.
Como trata se de uma implementação recente ainda não se tem dados que
comprove sua eficiência. Porém como foi pensado com base no sistema de medição
instado no mancal guia do gerador da casa de força 2, buscou se as notas ocorridas
no mesmo período para o MG, obtendo 19 notas, sendo que algumas unidades
tinham falha no seu projeto (unidades geradoras Alstom), mas para as máquinas 14,
17 e 20 (unidades geradoras General Electric) que não tiveram essas falhas de
projeto, houve apenas uma nota emitida, mas a analise verificou que não existia
defeito no sistema de medição, apenas uma variação real no nível de óleo.

 A substituição das boias eletromecânicas pelo transdutor de nível trouxe uma


exatidão ao sistema, pois informa o valor em milímetros do óleo contido no
mancal de escora, através do indicador digital universal – Presys (recebe um
sinal de 4 á 20 mA), sendo para nivel alto 675mm, nível baixo 605mm e nível
muito baixo 565mm
 A troca da cuba (Nivostato) por um visor de nível feito com mangueira cristal
resistente a óleo eliminou os problemas com rachaduras causadas pelo peso
da cuba.

Com esse comparativo pode se concluir que sistema instalado em termos de


medições e supervisão será eficiente e os problemas com rachaduras também foram
resolvidos por ter sido feito com material mais leve.

5.1 – Propostas futuras


Fazer um estudo de casos sobre a performance do sistema instalado,
comparando com o utilizado anteriormente, que usava as boias de níveis.
42

6 – REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

[1] – GALVÃO, Marcos Moura. Análise do Comportamento Operacional de Mancais


Axiais Hidrodinâmicos de Sapatas Setoriais Pivotadas. 2006, 210. Dissertação de
mestrado. Universidade Federal De Itajubá, Itajubá- MG.

[2] – FUERST, Dr.-Eng. Axel; SPIRIDON Michel Wehbe. Tecnologia De Ponta


Para Mancais De Escora De Hidrogeradores. XVIII SNPTEE-Seminário Nacional
de Produção e Transmissão de Energia Elétrica. Curitiba – Paraná, 2005.

[3] – MACINTYRE, A. J., Maquinas Motrizes Hidraulicas, Guanabara dois, 1983.

[4] – FITZGERALD; KINGSLEY, Maquinas Eletricas, 7ª ed, AMGH editora, 2014.

[5] – JARDINI, Prof. Dr.José A., Sistemas Digitais para automação da Geração,
Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica. São Paulo,1996.

[6] – MORAIS, Cícero Couto; CASTRUCCI, Plínio de Lauro, Engenharia de


Automação Industrial, 2ª ed, São Paulo, 2010.

[7] – HALLIDAY; RESNICK; WALKER. Fundamentos de Física 1 - LTC Livros


Técnicos e Científicos Editor SA 1996 - Rio de Janeiro –RJ.

[8] – Manual Técnico Indicador Digital Microprocessado. Disponível em:


http://contech ind.com.br/ catalogos/indicador_digital_microporcessado.pdf.
Acesso em:12 julho. 2016.

[9] – SOUZA, Lucas F.; RIBEIRO, Rosa M. Sensores Piezoresistivos e


Sensores Piezoelétricos. Em: VIII Encontro Internacional de Produção Científica
Cesumar. MaringáPR, Cesumar, 2013.

[10] – CASSIOLATO, César. Medição de nível & nível de Referências interface.


Publicado em: Revista Controle & Instrumentação, Edição nº 110. São Paulo,
2005.

[11] – ADAMOWSKI, Julio Cezar. Sensores: Teoria e Aplicações. Laboratório


de Sensores e Atuadores. São Paulo. Departamento de Engenharia e de
Sistemas Mecânicos. Escola Politécnica da USP, 2000

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